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PREFÁCIO
AO LIVRO DA ASCESE
DOS BEM-AVENTURADO PADRE (1\
9
Por conSllgulnte, ninguém nos pôda d=•er
ex tamente a vldu vll'tuosa dos me,tnus; ::t(flleles,
pot'l!ln, que multo se cmpcnl1'lrum a est p't'u()Osito,
consi,luuram por �l'lto pouca cotsn dos seus dJtt>s
ou feitos: e consignaram-,10, nito para ng1,ular àque
les anclà<1�, mas [)llra tentar despertar 11.S �teros
� I:dl:lt.1ção. A mà.lorl;i, portanto, em tempos diver
e =
sos, expõs sob lormu de rnlJ'l'Uç o, ein �Ulo slrnplcs
artiffcias, ns prunvros e os fojtos nobres dos
santos anciãos: poi$ .;pena., intencionavom Sllr de
pnwel,t.o a.o maiur uürut:ro IJU · ·,v-:ul l.lt.!' le.ít,UJl.�
A
i>O AltADl:l ANTAO
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22 O At>aclt, n1ão disse : •Jt�go que o corpo tem
um movlmrn[O n1uural, tJUl' lhe cl bem con
t rmc, mns não ai;ie qu:mdo a ulma nrio ouer; esta
só Ih,• lnrllrn movlm,•ntos desnpoL�onndos. Há, além
dcsro. 011lra ,..,,peide cio mo lmcncos, que provém do
r· 10 dr (Ili<''"' allntcn\11 • aq\lfc:t' o corpo r.om comida
,, b••blda • n r:<lor t1u o sangur> 11'<:'obc destas, Pxclt:a
,, ,-arpo n 1,glr; por I to o Apóstolo di71n: 'Nií.Cl vos
inchrll•I� rom vinho, no qual há luxúria' (1). 'fam
l�m o S,:,nhor no EvnngPlho mandou aO" di• ipulos:
'Cuidai pnns lJU" não Sí· lOl'nPm p ados os vossos
,·or�r.Õ<"I rm crâpuln <' t'mbrlni:ue-t' (2). Hã ainda
umu óutrn ,•spf'C'I<' cl� movimrntos. q11e ' própria dos
c,uc lulam, r sobrevém P<>•· maquln11cão <' inveja dos
demónio,;. , ·lm é preciso so.b<'r que três são as
,Sf)éclrs de- mo,•imentos do corpo: urna nnlural, outra
provinda do Nmsumo dos diversos allmcntos, � n tcr-
cl'lrn cn dn ()('los demónios•.
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1 Quando aln<la morava no paláçto, o Abade AJ:·
'li:nlo 1m,1.1 n Deus Cllzondo: ,senhor, çljrlge.me
(k modo <j1,te sl,!ja salvo,. E dnsceu a cle uma 11oz
que dizia: «Al'SÕnlo, f<lgc dos homens, e oorás salvo•.
2. O m�o. 1 •ndo.�c t>ettrado pura a vidl> solltá-
rln, qrou de .novo, proferindo a mesma prece. E
ouviu uma voz que lhe di2ia: .-Arsénio, foge, cala-te,
C$\1\ lf!lll4'1Ílo, po!s estas são ns ralzcs da imp!,'.câncln,.
3. Certa ..,ez apre_scnt01 m-se os demônios ao
Abàd AJ,sên!o na cela, atormentando-o. Ora os
que lhe servi(un," tendo-se aproximado e il�ndo fora
141 celd, ouvlt:am-no clamar e. Deu• r dizer: •Ó Deus.
ni\o me abllndon�; n:1da Clz d� QOm cm nua J)rO
SCl'lg.�; mas, conf<lrmn a tua bondade, concede-me
l nncnr n princlplo,.
4 D/7Jam a rcsfl!'lto dele i1ue, us.�im como no pa-
l()◊iq nlm:uêm l111Íll\'ll veste mr>lhor do gue ele,
aS$im tnmb .m na i;::rcj� nínit1.1ém se apresentava com
veste mais ,dl do que t'le.
5 Disse nlguêm ao bem-aventurado Arsénio:
•Como� que nós ruicla temos (de bom) em çon
seqUêncla de 1�nt11 crudli;âo e s;ibedrirla, ao passo
que �stes, os cnmponese.• e egipclos, possuem tão
grand virtudt!Sh Respondeu o A badl! Arsênio :
•Nós pclu t'.n11Ji�iio do mundo nada temos, enquanto
estes, os campoll<!sos e e,glpolos. �!lo p.r6prlo labor é
que udquirlram as virtudes,.
r. C<!rtn v1'1. o Abnde Arsênio interrogava 'lltll �
clão cglpcio a rêSpciro de seus penSamentos ;
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outro. vendo-o. perguntou: tj\badc Arsanto, como é
que tu, que ppssuis tallta t!rllil!Cúo romunn e g�,
lnterrop;as ,-ste c11m1iilnfo a resoelto do., t<'OS rcrw••
mentosh DI •i?-lhc Ars·11to: «Possuo, sim. s erudl
�ão romana e gr •a: o a1fitbel , porém, df!llle cam
P nio, ainda não o aprendi,.
7. Pt1a ve:z o b<-m-<1venlurodo e.rceb�po Teófilo,
11companhndo d<' um magistrado, to! f.l'r com o
Abade ANiên.lo. PediJJ no andão '11.le !hf.>'< rlrl!Sl" 1\
ouvir uma pnlnvr11. Ap brev mt,arvaJo de s11.;n<-I0,
o ancliio rcs?()n/lP11-lhP· «E, se cu vos dt ,,. n pa.
lavrn. guordá-ln-cis?, Prometeram guardâ-la. Dis
se-lhes enliio o ancllio: «Ondc quer q ouvirdes •s•
tar AI'Sênlo. não vos aproximeis de tnl l1.1gar, (1).
8. Outra ,•e2, qurrendo de nO\-o o 8.l'f'ehlspo ir ter
com <.'le, mMdou primeiro snher se o nnclão
nhrlrla. Es1c Tcspondeu-lhe· ví,,l'l!S, abrirei pn.m
tl: P, 1,e nhrlr pnrn tl, hei de abrlr fllll'll 1oéloR: m
ui! ra.so. pore::n, não mnls !llc QUed.arcl nQuh. 1'endp
quvldo 1$10, dlsse o nrcebispo: •Se é para expulsã-lo
que o vou prt.>(lllrn.r, n.'ío mais o irei procurar..
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mo cxepmungast(ls1 rião me [nzencJo c11cgnr a dádlv11
(IUC DL>us mandou aos irmãos, por nflo ser eu digno
de n recet,en. Ouviram todo:; o � r.dífiC!!ram péla
humildndt' do ancião. O presbftcro então foj:Jhc bus
car os Cigos, e levou-o com nlegrla parn a slnaxc.
17. Dl2,ín o 1\bade D(lll!el: •Tantos anos pc:rmanc-
ccu conosco e somcnt um uUlo ( l \ de alimento
lhe preparãvamos 1)01° nno; e nlndn. quanék> !amos
ter oom o1e, comlarros desse llil!o•.
18 O mesmo tllZln ain!fil a respeita rio AbM Ar-
senlo que só uma vez poi• ano mutlnva a água
de's foll,as de J)ll.lm lrn: fora disto, aporirts acres o
tavn nova 1igua à úgua usndn; de resto. trnnc;ava
cordn e- �c;,zln ali a hQr-a sextll. Ora o� OJ;lclii:os exQr
tarum-no, diwndo: Por qlll' niio mudas n âgi.ra das
p..,Jmas. já quf.' e�aln mau odor� .. Respondeu-lhe.� :
�Porque, em lugar dos perfumes e aromas de qu-,
gozei no mundo, e preciso 11ue eu agora absorvo tal
cheiro• (2).
J.9. OOlltOU alnda que, q\lllndo o Abode Arsênio
ouvia truiem maduro!! as rrutns dllS (ilvérsrui
ilrvore,;;, dlzia espQntaneamenle: •'l'ra:wJ.mas.. E
provnv�. uma vé'Z o.ix>nas, wn pouquJnho de co.du
qua I, dando gracrui n Dellll.
20. Ct1rta ve-i O Abad� A rsênlo, tl!Ildo ádbeddo na
Cétitt, i;ofria o indigência atê mesmo de u 1Jl(l
camisll ilc linho. l\l!io tendo tecmm l)llr<I comprú-Ja,
tl!leitou de algué.m uma L'SUJDln, P dL,;s,,· , AgmdL'i;o a
ti, Sefibor, qu� me lenham lorn:,do dll(llo d" rtt�brr
uma esmola l!ll1 teu nome•.
21. A respeito d,Hc dlziam que t.lnllA a 1.(1 tLl'c.s-
ta<la à distância de lrinl.a r duuJ< mOhas. Níio
saia com factlidade; outros lhe presta,'llrtt os servl�'QS
neces;ãxios. Depois, Porém, quo fora tl<1vastatln a
(1) M'-'<l!d• ro11.. d• !olh.. d, t)Ul)llcl.ra
.
(2) At•tt:1u� fura. otieh,I d1,;. altu t?,:ttiigQ.P"ia no com
1mpcpol.
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Célin, saia em prantos e dizia: ,O mundo perdeu
R.oma, " os. monges perderam n Célia !•
22 O Abad<> M�1·cos P<?rguntou ao Aba.de Arsen!o:
cNão será bom que alguém nli.o tenha em sua
çela algum objel.o que o ccnsole? Pois vi um irmão
que po.ssula pequcnás ho11.allças e estav11 o nn=câ
.,,,.., •. Rcspon1leu n Abalfo Arsénio: ,!': (,om, sim ;
de acordo, poróm, com o Len,pcrnmento do homem ;
pois, se ele não """°b•a•· forças neste gênCl'<I de vlll:t
solltAr!,1, voltará a plnntnr oul:ras coísas, (1),
23. O Abade Daniel, o discípulo do Abada Arsénio.
r�rrou: <Certa 11&, encontrando-mo l'U pei;to-clo
Abade Alexandrr, aeor:neltlu-o um..t dor. cm vldude
fia qual el<' 51! elrtendeupor terra, olhando pura o ali.o.
AoonLeccu, (lntilo, que o bem-uvunturado Arsénio se
chegou Pll 1'11 lhe falar, e o viu cstendi<ló. Tcnalo ter
minado de falar oom,i, lntonclonnva, runda aeros,icn.
tou: cE q11em ara o secular que aqui vi?> Pérguntou
o Abade Alexandre: ,()ndt! o v!st� ?• R spondcu :
•Quando eu desct,, ria montru1ha. olhei rqui paru a
llt'\lta, e vi ttlgu�m estendido,, mar o c.!1.1 • Alt.>Xllndrn
atlrou-�e•lhc, cntúo, llO!i pé!;, dlzendo o �eu n rrep(!n
rlin\enlo: •Perdou-mr-, rrn e11; pois a tlc,r mt.l domi
nav •• F\,ispondcu-lhe o ancião cEntiio t!ras tu ?
Est:í bom. Jull!\,lei que fosse um secular; PQr lslQ é
que pol'guntel,.
24. De óufrn l'P.IL� disse o Abnde Ars-ln,o (lo Abade
Alexnndl'I"• •Qullndo tiver,1s ll<:11bQdo de corte,.r
os wus ntmo· d,• J)�ltneir(l, vem comrr romi,;p; i;e,
por6m, hegnrom pi,rngrinos, crunc �.nm elrs . Ora o
Abnrl� Aluxandro trnb�lh..�va num ritmo semp-re
iguàl e lt<ot.o. Vinda a hOr(I (/e ronwr. ainda tinha
rámos pnr corlAr; QU!'l'endõ cumprir a orelrnJ do an-
l t) O 4lU" quecr ,Uic;r: o pri'i•::u;i\o d,. mdo consolo b r«reio
IT'..fnunm)lP hllllt1H1·1 ,, prSUca di: ,·irh1lt·, :WU. m:.u
dóv(I r�r t MJHl1'4JIC\ J1�ln4 i,.ri�nl\1-.a ,JD í'!Rt m� dlt
Offrln lntl,v(dw;, n fim de qui• dtn nOO � es$'61,o J'Ol"
(l'Omoleto e, n/\,:, t«tLfh [\O ff"mu•N ,11, �í'I m�oe::tt!.
ctiio, resolveu acabar prlmcirnm nl!' os seus ramos.
O Abade Ar,ênlo, �nllio, vendo qull tardava, comeu;
jUl?,ll\l'll OUi' tulv!."Z JJir, UVO!'!,('m -0001'1'ld perogiitnos.
Quando ã tur(lc terminou o seu tmbalho, o Abude
AI xnnd11> tol-Sll, Pcf1Zunto1,1-llíc mtão o Ul1cláo :
-RllC�l=w h� ••
- Não.
- Por que então não v!e;;te ?•
- ,Porque me dls91lSte: 'Qu1,1nd 'Ocabares de
cortnr os 1s ram()S. vem', Ora, observantlo a tua
ordrm, não ,•lm, pol� hâ pou<'O (, que rermlnrl o 11·11-
balho,.
O nncl�o ndml.rou II flrlclllla<!e do cUsclpulo
dl"-"<'-ll11>: ,Rqrnpc 10(((1 o jejum, P<\111 ema dlltns o
tP.U oCiclo e tomes a tua âgun: se im não !!zeres,
rtn br!'Ve lldoeoero o teu (..'Orp<>>.
25. Crrtn Yl'Z ch!'«OU o Abade Arsênio II um Ju@r
on<lc havia <:anl,:os, qu� o ,.�nto ai;ril•vn. Dh;sr
en -o o llllciüo nos Irmãos : •Our a�tn.(,'ão ó (>!;Sn ?>
Resix,ndcra:n-lhe: •É de c:nni•os,. Acresccn cru o
ancino: ,Se alguém que l'StlÍ :r:mqUllamcnto sentado,
ao ouvir o canto dt> mn pnrdal, mo conscrvt1 11 mCl!lma
11-anqtlllidl)de em seu cora,;no, Quanto -ir.ah! v�s não
vos mns�rvarcls tranqüilos, tendo no l8do e nitltação
desses canicos 7-
26. Contava o Abade Dnnlcl que alguns irmãos,
devendo Ir T�balda Cl) por motivd tlt" fil'll!
de linho, hovlrun dito : •Dada a Oll82iilo, v-0jnmos
também o Aliude A.niénio•. Ora o Abaclt> Alc,rumlro
enll'\!U, e rc!� ao ancião: <lrrniios vindos d� Alc
xandrla qu= ver-te•. Rl!spondeu o an o: •Per
gunta-lhes por que r-OZã.o vlel'sm•. lnforroa(j!) dP 11W!
tinham ido à Tebnlda por motl\•o de fio� d� linho,
romunlcou isto ao anêlüo. Este resJJOnd�u : ,sem
duvldn, niio h!io de ver a face de ArSênto, pois
não por cnusa de mim, máS por· ca� do SêU tt:aha-
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3).. Oizlom dQ �de Arsênio e do Abade Teodoro
de Fermll!l que. rnni2 do que tooos, odiavam
a gl6ria doq homoi,s. Por cOnSégt.1.[Hte, o A.ba:dê Al'Sô
nio J:loo recebia fücllmente alguém: o Abade Teodoro
n"<--ebia, $1m, mas apresentava-so como uma espadà.
32. Quando o Abade �nlo residia nas regliies
ão :Egíto Inferior, Já que er1', multo proouradO
pelD gente, julgou bom abandonar tal morada. Sem,
poJ�, !Pvl\r coisa alguma consigo. foi ter com os
sem, dlsdpulos faranitas /1) Alexandre e Zollo,
Dh1se então a Alexandre: d..cvanta-le, e entra num
barco�. Este assim fez. E a Zoílo dlS$c: <Vem co
migo até o rio, e pl'ocura-me uma nave que desça
para AJexandria: � SC.1?1,!lr, embarca-te também tu
" reune-te a teu Irmão». zono, perturba<lo JlCr eshi
ordem. calou-se.
A.'SSim se separaram um do outro Arsênio e
Zollo.
Pçr conseguint.e, o o.ncláo desce.u pa-ra II região
de AJl'xandrla. onde velo� adocçer grnvermmfo. No
entNHcmpo, os seus disolpul0$ diziam um para o
outro: <Será que algum de nós entristeceu o an
<llllo, do modo que nos tenha dclxaçlo ?, Nada.
porém, encontravam em si guc o$ aét.IS;I , nem
se lembravam de füe ter desohedccldo alguma vez.
Ora, tendo recuperado II satid.e, o anc;ião dJsse;
c!rel para junto de m1?1,1S Pais,. Assim embarcou-se,
e fel para a l'egião de Pct ra, onde se achavam os
:.eus dl:;olpula!l. Quando, port)m, se encontrava perto
tlo vio. uma jovt!m etlope ch�ou-se, e locou a. sua
mctote (2). O anc.ião 1-eJ)tt.-enéleu,a. A jovem rcpll
éou: •Se es monge, retl.rtt-tc para. o monte•. Enl.áo
o nnoit,o, compun1tldo por esta pãlavra, dlxin em
si mesmo: •Arsênio, s� ê$ monge, retira-te para o
monto,>. Nr.ssn hera cltogaram-lbe ao encontro Ale.
(ll D• nglno de Fo.Til (�n,uJi, rio Sinal).
(2 b,l<i.nto rlot nntlgo• mon(!'6, orl111lnari11.1JUmlé f•ito da
pela dà clU1\Ci1'0'.
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xandre e ZoHo, Como estes lhe caissem aos pés, tam
bém o ancião se p1'1lcipi1ou por t rra; de ambas
paNL'S puseram-se o chorar. Arsênio enlõ.o falou :
• .-;r,o om•islC!! qu tive doq11t.e1> Rospondn�om
-lhe: •Sim . E o anelão a ,-cu-ucm:: ..E por que, não
me íO!lt.eS ver? O Abade Alrimndt-c di : «A um
partida dt'Tttrl! nús niio nos f. 1 r,11,.,,,_ltosa; n1ultos
mesmo ficaram mal lmpi-es.sionodos, r.w.endo : 'S1•
nli:o ti\'é$Sem desobeclecldo ao ancião, 11(10 s tM"lo
ldo'�. R,:spondeu-l hc.s: •De 110\!0, ]'IOis. hão tle �l1.e1
os J1omcns: 'A poml)!l nrio t'>nco11trou pouso J)lltll seu�
pós, e voltou n Noé drnu-o dn nrca' >. Desta l'o1·mn
se unli:mn om boa paz. r pcmian,et.'l.l cx>ru cks ali'
o fim da vida.
33. O Ablld!! Danl�l referiu t r o Abade Arsénio
<'Onbldo o lil'guinte, como qun falando dt> ou
trem; talvez. porem, se t:rala.Ss<> dei<? mesmo: <El .
tlll'ldO certo nncliio na c,>lo., d=u II cle um.a voi
que dll:!a: 'Vem, most.mr-t1•-1•l ns obm.,; dos homens'>.
Tel'lllo-;;e, pois, 1� nnu1do. saiu, e quem fwnro., Je.
vou-o para certo lugar, onde llw mo,nrou um ct OJlC
<t J·' L:PM11va lenha, e íl7J'l'll um grande fardo; [('llfUWl
carn"<lllr ri , ma,; não o podia; ora, l"m \>"li flp
tlrnr 11!1:o do fordo, dr novo _e punha a eort..11·
lenha, e nCTl'SC\'!Ill;J\'11,n à carga. Isto. ela o ln fn.
·z.endo por muito re,npo.
Tendo l'Hminhado mal. um Jl(>llCQ, aqul'l\l !11.U.'
fal,w�, de novo m0Sll'OU•lhi, um homem t'Olocndo li
mm-gr•m de um ln�; hnur!B áRtrn, drrmmava-A
nur a vasllha furalla, a qunl deLxa\'a ti àgun n <-o.ir
na lagQ.
Disse-lhe de novo: ,vem, m ;trar-le-e.l ulndi,
o 1.ra colsa>. Viu cntíio um templo e dois h<lmens
montados em cawl(ls; postos um em f<léc do outro.
IJ!lrrl!g.wam um lenho 111ave!l.'iáelo entre ambos; que.
rmm cntrat pela porta. ma.s nf,o o consegiú(Ull, !X)1•
llSb), o .lenho atravessado; um deSSl'l; liómen.� ná()
abal,cou rllentc do outro a fim do colo� o lenhb
m llnhu reta: [JQl' Isto permaneceram do lado d�
l'ora da porta. • E.-rtes !U'io>, disse, cos qu,• carregam
com sobttNlll Qilla cspêci.l de jugo de justlç,,, e 11ão
se abai�m a fim d� so tornarem rolos e cruninhar
o vi humUdl:' r.le Cristo; vo-r Isto p(-l'llla,ne<.'C1ní to,·a
!lo reino d� peus. Aquéle qup cortavà lél'lha, 6 o
hQmcm réu dv muitos pecados, que, em voz de fw.er
11enltênois, uc,-escenla uovas iniqilidncle:, aos seus
priçndos. E uqulll� oue lmutih água, é o hom<:>m que
prrtlica boas r,tn·,is, mM. por lhes lar mlsturudu algo
de mou, pru,:lcu tutnbém as boa$ obras. :t precl,;o,
pois, c1ua loclo homem e�erca o vigiláncl11 �ob)·c as
auns ll�Q<':,, a fim d� <tl!C nUo labuti: em vão•.
34. O mesmo coritou que carta vm: alguns dos
Pa\ll'<!S de Alexlll'ldrla fol-atn ver q Abaila AJ'.
r:;ento: um d�lPS era Uo do velho Thll6lc<0, arcebispo
do Alexand�lu t·h:unndo •o Pob ,.•, e levava consigo
um dos r.eus sobrinhos. Naqudu OC3Slão q ancião
acb'i'Vil•Be domte, e não o guls receber, par,, que
lambem óUtros llllO o fq�m procurar Q o ill'lpqrtu.
nas.�em. E.'IÚ\va entiio "m Pctra de Troas. Aqueles
$é f-oram. entristecidos.
Or,i dou.se uma lnyasão 1lc btlirhlll-OS, e Arsê•
nlo permoncet'u, ele es;,oJ"Jtijnoq von1adt'. nas , •
mõcs do E�to inforior. Sabrndo dl.Bto, rornm !le
novo vlslt.â-lo. e Ars&nio os rcellbe\:l oom alegria.
Disse-lhe enüill n Irmão nuP <>Stav-a com ele�: cN,10
sab·• . 6 Abade, QUP tt' fomos pl-ocllnir em Troos
� que niio nos )'{'tCbC'Stll!I'?• Rc�pondeu,n,a o oncií\o:
• v&., COm\$W$ pão, e bobestes ãi:un.; mas eLI, ó fllbo.
cm vcnlocl� nem piio 11pm ãguo tomei, nem me assim.
t<'l, l'allllf11mclo a mim nwsmo, até que tive a crl'tew
�� ql.ll! h,,víels cl111g11clo no osso destli,o, pôls pc;,r
c.nusu d!'.> mim vos l1JJhé!S fti Ltgadl). CónlLldo, dcs.
culpru-mc. il'mãos!• Elos. con11ola()Qll. se foram.
3� O mesmo ront.ltvn: tC<'rto dta chamou-me o
Aoodt' Ars1'nio, � cli$.SC-n1c, 'Reccmforta. t�u
Pai, a fim de· t1u.,, quando se for para o Se:nbor, ore
por ti e, si1jos bem suçedldo'•·
31
36. Dizlam a respeito do Abacw Arsenio que, ti.a
vez, tendo elo adoecido Ili) Cétlp., o presbil�1·0
o levc,u para a Igreja e o colocou sob1'e um estrado
fcu,·ado etc pcléS, pondo pequeno trovc;isruro dcllalxo
da c�a dele. Ot;J um dos ancl!los foi visitá-lo, ,
vendo-o sobre o estr;,do com um lrav�iro debaixo
da cr.lbeç$, condallzou-oo, e d · •: d:ste ·, o Abade
Arsénlo'? Em tal lt>lto é qll\! repo:usa ?>- Entiio o prcs
bltero, tomando-o à -parle, pi-rguntou-lhe: •Qual !'rn
teu 1 r.:,balho em lua aldeia?>
- «Eb eru PIISIOr•.
- •Comq, cnUío, lcv11vll!I a vldn •
- •Vlvln cm multa tadlgu,,
- cE ngoro como levas a vida n:i �'l'la?•
- ,Gozo de m!J,Ís 11'pouso•.
- cV-es este Abade Arsênio• No século era
pal de Jmpe-radore,; (1 l. e lhP 11�l'ltlam mll servos,
gue Si! cini:wm d cln ur6cs dt> ouro, trllZ!am todos
jóias e vestes de seda, tapetl!!I de gl'llndc pre� se
estendiam sob os seus pés. Tu, ao contrário, como
pastor, não tinhas no mundo o bem-eslar que tens
agoni, a<> passo qu11 !!!<IP niio J.em a11ul o luX<l de
que des[ruta,-a no omndó. Por conseguinte, eis que
tu go7.as de alivio. enquanto este é atribulado».
Aquele, ouvindo tllls pai, vros, foi compungido,
e i>ros�rou-se rom arrep,mrlimento, dlzcndo; cFcr
doa-me, Abade. pequei, po!s, sem dl.ivlda, tal é a
vcrdadelna vla: este velo para a hunillhneão, ao
pru;.<'() c:iue eu vim pw-:, o alivio•. E, cd!OCJldo, reti
rou-se o onclão.
37 m dos padres foi ter com o Abade A.rsilnlo.
Quando bateu A porta, o tl.l1clúo abriu, Jul
gando que era o dlscipulo que lhe servia, otnndo,
Põ�m, que outro era o vl.silante, caiu sobre a f,acc.
Es e disse-lhe: •l..evama-ti:>, Aba.de, parn (IU� te
saúde•. Respondeu o anc:iGo: •Não me Jevant.an1I,
32
enquanto nJ;o 11> fores,. E, rogado durante multo
tempo, não se ergueu, ot{, que o visitante pál1.lu.
38. A rospclto de certo Irmão que fora ã GéUa
para ver o Abade �nio, nurt'llvam o se
guinte;
Entrou nn l!Jrejo e pedia aos clórlgos que lhe
fiu>sscm cncon ror ó Abàde Arsênfo. Dl�-lbe:
•Sossei;n um pouco, Irmão, e hás ele vê-lo,. O mesmo
rei rucou; cNadn provarei enquanto não o encon
lrru••·
Om, Já qu<? a cela de Arsênio ra distam�. rr:um
dornm um Irmão que nprPsrnta e o peregrino.
scntnrnm,si,=
Tendo Qnddo porta. entrarnm, saudnrom o ancião
sUênclo. Dlsso enti\o o irmão da
Igreja: ,Eu me vou, rogo.! por mim,. O Irmão pe
regrino, não tendo ll.nlmo mra falo.r ao ancião,
d ·e: «Vou l.anibém cu contigo>, E salram juntos.
Este rogou então àquele: «Leva.me a ver o Ab,,de
Moisés, que foi ladnio•. E fpmm ambos trr com
t.e, o gual os recebeu com alegrln e. depois de os
llnvçr U-atlldo aruigavelmrnte, !IS clespedlu.
Dis�e então o lrm!io que condll21rn o outro :
• J;:i:r, Jevci-tc parn a cotn do estrangeiro e para a
cela do �pípclo. Qual dos dois te agradou h :Res
pondeu : •Som dúvida, agradou-me o eglpçio•.
Ao ouvh- o rnto, um (!95 pndl-es orou n Deus
11 lcs ll'rmos-: cScnbor, fa:,:e.me entender isto: um
foge p()r t:ausn do teu nome: o outro recebe no
colõ por cnt® do teu nome>. E ris (lUC lhes furam
m Lradrui duns grnnd!?" nnves no tio; numa viu
o Abado At'liênio e o Esplrlto de Deus .a navegar
m so ego; na ou1 ra viu navegar o 4bàde Moisés
•' os anjos de Deus. os- quais a ltolsés dnvam a
1'0m� favos de l))ol.
39. Contavn o Abade Dnnlel: •Quando o Abade
Al;l!énlo e,;tavn p.qra morrer, mandou-nos:
'NM vos -preOCU()i'is e.m fazer ágapes cm su!ljglo
33
de minb nlma (1); pois, se protiqu<'l a candacle (2)
em meu ía\/Or, hei de a nl'Ontrnr'>,
40. Ouando o Abl\de Arsénio e·tava pl'óxímo da
tiíorte, perfm•hilram-se os seus discípulos. Dis
se-lhes então; ,Ainda não voto a hora; qllAl'tdo vlcr,
eu vo-Jo direi. ID!i de scn· Jul!mdo conv no lrt.'
mendo I tibunal, cas.o deis a algulir.i o m�u !Orpo>,
Rotn«!arnm. Que ÍID'!'tl!OS, pois que nãó sab,•mos
sepultar?> R pondcu o tm<-Jilo: < ''ão salJeis 1·
uma col'dl\ 1m1 torno do mt'u p6 e I vw·-m,• P1l.l1l u
mnnt11nha ?, EJ·n l'St a rrn� hobltual cio nnctao •
,An;én!o, pprouc IP retir.iste dn murtclQ? De ter
C.tlado. nl't't!()<! dl,m,, ncultas vees: de tní' ter calado,
nunr�•. Quando estnvn próxlmo do morte, viram-no
os irmãos a chOrJ.r, P d r:un-lhc: TcmPS nm-
�m tu, d" rato, ó PaJ? ndro,lhes «'a rea-
lídat!P, n temor quP no,it oorn (>:,q>E!rimenlo. me
acoUl1'filJha dcrr.lc qw, mr torn,,i m,tr.1g1?>. , •estes
ff'l"IDCS arlormN't?IL
4J Di:zlrun qu1>, durante oc,0 o 11'.'!nJ)O de sua vida,
estAntlo �le ,;ent do " íltZi!l' S'1U trabalho ma
nual, tinbl! um p1'daco de pano sopre o peito por
C'!lusn dar. l.âgrlmn� (l'U!.' lhe corrinm dos olhos.
T!!ndO OUVldo OUf' !? l'lt'l'()rn, d)i;se o Abnae .Polmt\m
em prantos. Fel� lls m, Ahsde ,�o. nots cho-
1·11S1e- o ti mrsmo 1nui n ·•e mundo ; com efeito,
nquelc rmc nfio chora a •l mesmo aqui. Jt pura
sernprí' hú tlJl chorar. Port.into, soja 11t1ul por
r1) "Á�ft".. t- cn.ddnd, 1 çh&mn.VJlrM' Utt\Sl reff'i(i...> tJ<t
tu.11l:tet- ...-1í"10,,.., •l."'ro1 Q\11' num::im.sva f,:n�r ,
ruur.rda.,tr-. i-ri• a o.n. �. Pairw.m mui ,ttnid
�br.1' o • nt',! t-xa"t">, 1\ t- .t:6rla do in!'M' ,. f'flln•
� th:tr <!om u.. Er.lcariaU11.. Ce:rt.: li qc,·, (•.ut nlg-un..
fDvntctL. o àg:t.�. ;ic.t\trf)lahls do pr« t!.1'4 ct"lt,...
brado nr, nu:n,6:hl • ..,rr4i:i,, d°' deíun\QJ, o que
J\U_('-Ce p�nnopoctõ n\!at.a JJQti :t"'fn ÔQI; Apo(�-wr.
la!' frcqüenti.:rn.-nLr n Td �W) !ti 1?"..t(I"" ••r-2t olbJ\d�
a J.itu1tt dt A 1-.1moln J>,\F& t�, b fnr.flgimd� d1 1.rm •
J)()'b;e9, 6rfntt. Yi(1vt1s.
(2} Agnpo.
34
pontrmc,a vontade, seja lú por causa dos tormentos.
{, imr,o,smvcl núo chonu->.
'12. Réferlu a rt'!lpl'lto dPlf• o Abade Danlél que
jrunals quis 6X]1llcnr alguma questiiO da Sa•
.grada Escrll.ur , cmboro o pudesse se QU!scsse.
Tnmbém nijo nrn prl)nto a csert-vl!I' carias. Quando,
pcrlodicamenle, ;,. à. Igreja, ,;i,nl:tva-51! at râs ela co
luna paro. qlli' nlnzuêm vi.<sc a sua roe.e nem �le
olhn.ssc parn algui•m. O :;cu aspecto era angélico,
como o de Jacó; tinha a eab<'lclra toUtlm('nte branca,
o corpo graclo,:;o : ••ra clcscamado ; lra:da tlarba
Jonlln, l')ue lhP pendia ati·• o l't!ntre; os cl)!os dos
olho� lhl.' Unham caido por tanto choraJ'. Foro de
nlta C'stntura: encurvou-µ, po�m. a v<'lhlce. Chegou
n ldodc de noventa e cln<'O nnos. Quarrnta anos
pa..<.sou no puli\rlo de Ti,odf.;:o t �o. dr s,intn
m<'mfirla, !�ndo-� romo pai cios di!;ní$slrnos (prln
clprs) A.-cádln e Honório: no a.',tio p0$30l.l quor ta
MO'!: drz, em Troas n,'\ Bl!bílõola superior, diant·li)
de Mênfins: três, cm Cnnooo dE' Afpx1u1drla: e, os
otrt ros dots anos, ele 0<: viv I de novo <'m Tt'OBS,
ondt> ndormeceu. ndo con:,mnudo em l)llZ e no tf'ltlor
de Deus o �u c,urso, !l01nue •�li homt'm bom.
cheio do E:splriln �:mto r, lle f(i• (1). •Delx.ou-me
n sua túnica de nele. a sun ,:,nrnl•.s brnnra de cilleio
e os suas sand1Jlns de folhas de palrr.cira; coisa.�
qu� eu, embora indigno, usei a ílm d,:, cr abl'll
ÇQ;Uio>.
43 ntou de no,•o n \lxldc Daniel a spelto do
J\budr l\1·si'nio: Certa wz eh.'Ul'IOll °"
meu.•
PalR, !>" Atmdrs .Alexandre e Zoilo. e. humilhando-se,
di.,<i!-lhes: Pnls qu(' o� demônio:. me as;altam <'
n�o '!<li S(> no sorJo me insinuam sorrntclrarnente,
<10 menos estn noite lutai comigo e observa! se odor
mrço cm ez de \'leiar' E asscotoU•S<' um à sua di·
rrltn, o outro i• esquerdo, ficardo toclos em �llêncio
o partir rio a11oiteccr. Depois disseram os meus
35
Pal�: ' 'ós çlormlmos e nos levantamos, e não obscr•
amos se ndormeceu. De rmmh cedo, por m, (Deus
l!llbc se AM!ênlo o rez apenu pafil que Julgássemos
que adom,c •111 0\1 se, de vel'dad , a J'or·ll!I do sono
o sobrepujou) sop�ou lrês veze e logo levaJllou,
dliendo: Realmente dormL R<'spond�: 'Noo saw.
mos'•·
41 Em cinda oca$1Ilo fornm procurar o Abade ,.•
sênlo olguns nnclãõs, que muiio lnslsllram parn
vl).Jo. Arsênio nbnu-lhes. E pediram-lho (Jue lhe�
dlS:lCSSI! umn palavra a respeito dnquf?I que vlv<!m
em sollcláo e com nlo��m se- a,•Jst,un. Rl'Spondeu.
-lhes o ancião; •Enquanto n virg('fll Cdtú em W.'"1
d,• seu pai, muitos são os quo n querem desposar;
d�,iois, porrm, qu� oulr03 u lou,·ani, ru ·lm Já n • o
l!07.a da c-stb q e possu!a antes, qunndo vivia
ocull1l, '!'ais . ,o também as coLo;as dn :uma: S& são
publicadas, não pn<IPUJ sn!Í1i(az,1r a todos>.
00 ARADE AGATA.O
37
ser llei-ege, porém, sign,ifica scpal'ar-sc de Deus, e
níio me quero separar de D..--us,. Tendo ouvldo isto,
admJraram q ,;eu dis(!ll'lmenf.ll, e for1u:n-so edificados.
6. N8.Jlr8ram elo Abade ot:ão que ptl.SiioumuJto
temPO a construir a <:'l!l!i com QS seus tllsclpulos;
tendo,n tcnnlnado, rctlr.i.ram-w nela poro a habJtor.
Na primeira semana, porém, viu algo que não o cdlfi
rova, e disse aos cfüoclpulos: < Le\'ll.ntru-vo;s, vnmo
-nos daqui>. Ora. estes pc.rturboram-sc muJ10 dl,
7.endo: •SP de qualquer modo já pt'nS.:wa.s m t
mudar, por que ê qu� sofremos lão i;ntnd fadiga
pam oonstruli, a cela? De novo os bomens, <>scan.
llallzcdos por nós. hão de dizer · Eis que os instá
veis mais wn11 vn se niudaram•. Vendo-o,, Pnlf10,
�=
pw:Il(lnúnes, rr,s!lOnileu.tbes: e&> el'CBllclalizan:'m
alguns oul.ros i;c cóilloo.riio, dlzMdo: <Bem-aventu
rados es, pols, _por de Deus, se mudl\l'IU'.l1 e
tudo desprczarom', Qul'Tn, pois, quer vir, venha;
C'U agora,_ me ,·ow. Allmrimt-se, então. par temi,
rogando-lhe que llu's "onr:cdesse partir com •le, até
quo oblil;erom lléença.
4-0
20 . Em ccrtn époç:a, o Alt.t4e Agatão teve dois
discipulos que, Sepal'adamente, levavam vida
en:'miticn. Um dia perguntou a um . <-Corno vives
ém tua cela?, Respondeu-lhe : •.fcjuo até o põr
do sql, e então çotno dot-; pât?7;inhos,. Disse: «Eis
um t-cglme dlgno, q_uo nlio uto.rteta multa ladiga>.
E no oull"O IIil.cr,-of!'ou: •Como vh•êS �u ?> RésP9n
deu : ,Jejuo dois dias, no fim do� quais com1> dois
pi1ezinhQ.'I>, D1!'S!!-lbe então o anciÍIQ: <Lulu inten
�lv=nte si.lSlontando duás pugna.�. pois, ;S<? alguém
com lodos os dias P não se sacia, luta. Ouu·o.s bá
CJOC CJU<'rem jcJual' dol!! dias e saciar-se; tu, porém,
dupllC'àS o jejum e não te sacias>.
21 1Jm lrmâo interrogou o Abade Agatáo a rcs-
{'Oilo dit fornlc8çí,o. Respondéu-lhe 1$1:e: "'Vai,
3fo•a diante de Del:IS n tua írnqu�a. e enc<mtrorás
sossego>.
22. Certa vez adQeeeram o Abw:l(, Agaião e outro
dos anciãos. Orn, �'1ando eles <.!citados na
ceta, u:m Irmão lia o livro do Gên�is e chegou 80
capi1ulo em que Ja4-ú diz: cJose nàa e.<th. Simeão
não está, e a Benjamim hnveiS de levar; a:,sim tareis
e.bagar 11m lristl"ZII a minha velhice 80 túmulo• (1),
Falou el\tiio " ancião: «Nilo te ba.,;tani os outros
dw., ó Plll Jncó?• Díssa o Abade Agat.ão; cCaln-1c,
ancião; � Deus 1em alguêm por j11Sto, quem é guo
há dl' QOndenar?•
2.� Disse o J\IJ1<do At:atão: •&· alguém me fosse
<''Clremamcnl'I! euro, r eu soubo.�w (luc ele tno
leva ao pecado, eu o ruastlll'itt de mim•.
24. Disse lambl'!m: • É pteciso �1ue, 11 toda hora,
o homénl S<! rééôl'dr• de, joi20 de Onus,.
25. Esl <1.ndo os lrmfios n talar sbbro a carlllade,
pcrf;rtmLou o Abnde José: cSnbcmos nós o que
11 %n �2, ao.as.
41
� cal'ldadei• .E c•ontou. a res�lto do AbáM Aga�o,,
que est,e tinha um cnnivctf!: foi ter com de um lp.
mão, o qual -st pôs a h:,uvnr o objeto; o t,.bade,
então, não o dclxou partir sem qu.- tlvllSSc aceito
o canivete,.
$e-te aquilo, =
sabia u que trabalhas zelosam nle! TM1wtn, dis
prf1S(>n. dcles, a nm de curar o
�ua mçnt,r pela lun obedl�nrla, Jrmito,..
42
29 A ,-espelto do Abade Agatflõ narraram que se
rsrortaV1'1 por cumprir Loda.� as ordt•ns. Q-Jnndo
nnvegavam em barco, era etc o primeiro n agnt·mr
o cubo do remo: ounndo Irmãos Iam ter com ule
logo dopols da oruçüo, puntrn a mesa com as pro'.
prlos mlio.,; com r ito, r« cheio do amor d Deus.
Quando estava próximo ela morte, ficou tre· dl•
t1 olh s abcJ·Lo11 e fl)(oS. s irmüo11, então tocaram
-no, dizendo: •Abad!! Agnlfio. onde l'Sttis?» Rcsp�n
cleu-lhes: •Estou ,'()Jocndo dianl.C do lribunlll de
Deus• P<'rgunlaram-lhr: <'l'ambém lu lemes, õ
Pal?,Jws1>0ndeu-ih<!Y. •Até <1gora fiz o que pude
para ob,;01-vor 01!I mundomen1os de Deus; sou homem,
por�; como hcl de saber se meu esíorçi, agra<Jou
a Deus!• Ofsscram-ihe os lrmí,os: •Não 1en, con
fiança em leu labôr, c,xecutado conforme Deus?•
Retrucou: •Não lerei confiança, antt-s de me cncon
tror com Deus; pois um o modo de julgar de Deus,
outro o dos homens,. orno o qut�m Interrogar
de novo, disse-lhes: , ProUcal o ca.rid.'lde, nito ruwL
mnls comigo, pois vsiou alart?Cado•. E morr<'u <:om
alcgrla. Com efelto viam que efo pnrtlu como al
guém que aúda os amigo· e bt'm-omados. Tinha
grande vigJlãncia em tu(jo, e dizia: ,sem grande
vlgllánç1a o homem nüo progrldi' numa vlrtudé
sequer>,
DO ABADE AMO AS
( l) Cf MI 1114.
t2) 111. 10, 27.
47
00 ABADE AQUIAZ
48
suas cordas, perguntou-lhe: d'.>ize-rne: que comias?,
Respondeu aquele; •D!!l!culpa-rr.c Abade: rui cortar
1"amD1<, eX'.Pus-me ao grande calor, e ooloqur.l na
bQC.� um pedacinho de pão com sal: todavia a gru-.
,plnlll se me secara por causa do grando éalor. e
em conse<1iléncln, o bocac;lo não desola; ()Or isto rui
obcli:arlo u ll)ll!;.tr um pouco de iigua no !;ILL, Pll:TII.
Qll<' 11,SSim pudesse comer. Desculpa-me, porrm•. Ao
que dJgsc o onrJAo: •Vtnde, vede lsaias a comer
um bocado no. Cétlo. Se queres comer um bocado,
vai para o Egito, {lj.
DO AB E 10
,50
uma palavra boa, será para mim como uma es
pádo•.
52
1. O Abndc Joiío contou que Q Abade Anubc, o
Abad" l?oimém e os oul.J'os irmfi.os de ambos
fllhOs de mesmo mlic, se D zeram mongCl; na O?tla '.
r1uondo, I>Qrém, os M111.lquea invadiram e devasta'.
nu11 esta r('gião pela primeira V<!'l, abnndona.ram-na
,• rornm puro o lugar chamndo r�rt'nllls, run que
mo••�rlnm ntr terem cMll)erado onde dt•vcriom pc,r
m rt(•CC'r Ui ,., P.!ltnbelec,,�m dentro de um antigo
templo por poucos di11s. Disse então o Abude Anube
110 Abnde Polmém; · Fuw ci;to caridada; tu I" 1eus
irmãos, habitai cada qual se));.lradamcntc, o não nos
,:,mcont remo� r.stn Mrrulnll>, RC!llpOndcu o Abade
'Polm6m• •Faremos como QU�rl!S�- A.<\Sim fi7.errun.
Ora , havia nQ 1emplo uma estátua de pedra; o
Abade Anube !Pvnntijva-se de mnnhã cedo e ape
drejava a face da estátua; da tarde, porém, dizia•
-lhe; •?crdo -me>, E pa ou n scmMa inl h'll !a-
1.cnclo Isto. Eis qur. no sábado os Irmãos se reuni
ram, <' o Abl!de Polmém disse ao J\bade Anube:
,F.sta semana, ó A bnde, vi-to a1)Cdl"l!Jo.r a ract: da
<'Slátua e suct-�í emente fa.wr-lhc um desagravo;
ú a. lm que procedl' um homem que tl'm rnr• Res•
pomlou ó anciiío: clslo mC'Smo, cu o fiz por causa
dl' vós. Quando me vlslPS apedrejar a face da es--
1 útua, I.Cl'á cll! fnlado ou bravejadO?• Respondeu o
Abll(lr Polm(im; •• Qo•. E, d� n<wo. qunhdo lhe
prestei dosagrnvo, ter-se-li agitado, dizendo: •Não
perdoo•. R p0nd�u o Abade Poimém: cNtio•. Con
tinuou Qnffü.1 Anub<!: , Eis que somos sete irmiios :
se qucrcls que pt•i·manc:;amos junlos, t.ornemo,nos
como esln estátua, u �uai, quer $<'ja injuriada, quer
h1mrnd11, ni! . .Jl!;rtLtrba. Se, porém, não vos que
t'l!1S wrnar tais, (•is qur há quatro p011:as no templo;
c:idn qual ví, parn onde qul:;cr•. J\tiraran1-.se por
lcl'ru •nü\o, dizendo no Abade Anubc : •Faremos
como queres, ó Pai, e otx•deccrcm06 ao que no,, dls·
��1·C11 • Acre·wntou o Abade Polmém : •Permane-
63
cemos juntos todo o tempo de nossa vida, t,raba
Ulaodo conforme 1t palavra que o ancião nos dissern:
ele estabel ceu um de nõs econômo; comiamos ludo
qut el� nps apresentavíl, e era imp!ll!Jlvel r1uc um
de nós dissesse: •'tJ·aze.nQl< oub:a coisl1.> ou cNão
c;.ue('eru.os comPr is.so•. F. em l'CJX>U$0 e Plt:t J)IIS. a.
mos toda a nossn vida..
2. Disse o Ab;\de Anube: <Desde 1111e o nome d •
Cristo rol invocado sobre mlm, não saiu men
tira de minha boca>,
00 AllA.DE AJl'RAM)
DO ABADE Altt
DO ABADE AJA1','1O
DO ABADE APOLO
U) SI M, IO
57.
quarcnln ano de Idade, e nlnda nil fiz uma oração;
se, porém, viver outros quarenta anô!I. não cc55arol
de orar a DC'llS para que me pe1-doe o:. m("ll!! l)('Ca
(los>, Nem trabalho manwtl f!ll'in ele, !IltlS' rezava
i;empre neste termos: •Pequei como hOlllem qut,
sou, sé Lu propicio como DP11s,. Es-ta prece SI' lhe
tornou um exeix:klo ronslnnto, do dia e de noite.
Utq Irmão, que morav11 com cl ,, O\llliu-11 dizer :
•Atormen1el-l , O Senhor, l)i'rdoa-me, para qu des
canse um Jl(!U<'fn. Por flm con�lu n plena segi,1.
ranl;ll de ciue Deus pN'tlonra todos os Si'\l� IX'r�do.�,
mesmo o pecado cometido com a dito mulher ;
q11nnto ii �rlan,;a, porem, nilo obtc,'t:> qertcia ne
nhllma, DiS&c'-lbll, CllWO, um dos nnciô.os: Dllus te
perdoou lsmbém o pecada cometido com a 11:inça;
Ele, pon•m, délxn-u; na trlbUiaçáo, l)OrQU comlfun
à lua aln1a,,
DO ABADE ANDlU!:
58
00 A8 DE AJO
00 ABADE tO 'ATAZ
O) Oh d• vlrtudo.
119
contro o ancião. pois nfio o tinham visto 1110 r,sc
nenhuma ,,e-z; diziam; •0 nncliio lru lrou o-, llOS!;OS
lntcre;ses•. o décimo quinto din unirem.
lrmáos conforme a comblnn�üo; e o ancião rol ter
com eles tendo dl'CretO munido cio to do Impc•
rador. Vendo-o, os lnnlios flcnmm l'SIUJ)('í�los, e
pcJ"!IWltsrnm: ,Quando o trouxMU', Abi.1d 7• Res
pondeu o anel o: <CredP•m • 1 rmãos: ta nollf
fui tL-r L'Om o lmpemdor, ele cscrc,·cu � decreto;
n 51.'t:Uir, fui a .AJPxnndrla o fiz a. innr pelos mn
glstrndos: n 'BS oridi�· é qur v1>nh ter r11n,
VQ5<:0. Ao oU\1t Isto, os Irmã a1<•morl;,n111m ,,
p str�rlo. pediram-lhe J)('rd!lo. O 'Ili foi ru m
�nc<'rrndo. •• o mBl!i!'l.l'ado não os lncomo<lou mni�.
60
LETRA BETA
B
00 G&,1.NJIJI! Bi\StLJO
61
DO ABADE BESSARbiO
66
00 ABADE OtA.R:t
G
DO A.8ADlll Gru.JGóRTO O 'J:EOLOGO
DO A.BA])t; Gfil.A 10
71
t'S\.ava o Abnde Gelnsio e pedir �rdlio o este. Con
tudo, chegru)(lo a Berllo. Bacuto morrru, m ler
visto denovo e sun cnsn. de acordo com n profecia
do santo.
F',stM coisas, narrou-llS n mui homens !ldc-
digno.-;, depois da morte do pai, seu Illho, tllmb<!m
éhllmndo .Barato.
D
DO A.RA.DE DANJ.El,
82
00 ,\J'4Dl:l OOLAZ
83
LETRA ÉPSILON
E
DE 'l'O EPIF O, BISPO DE CIUPRE
(lJ L-n.'Ull(,,
�
1 -anlou-se, PQrém, passou à Crenl• daoucl que o
h vln derrubado, e venceu. O povo, rntão, clamou:
•O filho de Maria caiu, levantou.se e venceu•. F.s,
tando ainda a res.'IOar grilo, propagou.se na
mullldiio, a propóslto de Sernpls, a noticia dt' que
o i;rand Teófilo, jó d �oi do ex!lio, derrubam a
estãtuu da Scrnpis e apocl('rara do templo.
87
13 Perguntaram-lhe: •Po.r que dez são os pre.
c:eltos da Lei e nove as bem-aventura:nç,1sh
Respondeu: LO Decálogo trnz o mrsmo núme1·0 que
as pr-agas do Egito, enql!anto n soma das bem•
.aveoturunças repr ·enui UITlll. lrip)i , Imagem un
Trlndaçlç,.
11. Ao mesmo perguDtaram se bllSta um 1usto
para aplacar a Deus. RespoaUcu: •Sim, J)OÍS
Deus dt ; 'Procunli um ll6 qu1:1 pratique a (!(JÜI•
ilacl" , 11 justlco, serei propicio a todo o povo'• ( 1 l.
()) J-r6,I.
m M• 6. 'lfl.
88
00 8ADE l:;FI .�t
90
OE EULõmo. o PRF. lltTlílRO
91
discernir os pensa.r11en os; C'Ol'lou dele udo que em
mermnent<-' hwnano. Assltn Eulóglo tornou-� pró
vido dispemmdoi·: de então por di:tnle i:omia tudo
q_ue lhe era aprQSentado; a1,rcnde1.1, tnmbõ:m elo, o
praticar a mtude · ocultils. E diss<l oo oncião:
stm. o vosso modo de viver • au1êntlco11.
00 A.BAOE 1',IJP.R:e21.0
DO ABADE EJADfO
DO ABADE EllDEM.ÃO
Ra!erltt o Abade Eudemão a p,•opõsito do Abadj!
Pafnúcio, o Pni da Célia: •Fui para lá muito jovem:
ele, porem. IJÜO me deixou ftcar, 1izendo co':' rcf-c
rênc:ia a mim: 'Não permito que fique na Cétia . um
1'0Slo de
j
mulher, por causa da Impugnação do
inimigo ».
95
LETRA ZETA
z
DO ABADE 7.ENO
(1) J6 15,16,
(2) ()1> il'l'ef<◊ ,tiub6lira.
98
seu pensomento: •Os ladrões são l<•vndos para 0
oo.stlgo. Exp�rimenla, pois, se J)Odes suportar o
castigo». F:, levan!wldo-se, colocou-se ao ardor do
•.oi durante cinco dias: c'm ClilllseqUêncla ficou como
,,uc torrado, e disse: • Não PllCles suportar, não
fllrl pan comc1·•.
7. Dissc o Abocle 7.,�no: •Aquol� que quer que
Dl'us ouça � m demo,•a a sua prec(', asi;im
t�ç : quando $1! lcvru1lar e c-stonder as mãos paro
DcWl, ante!i do qunlqucr Intenção, mesmo antes das
dn própria alma, tl"ZC d� coração pelos seus inlml
l{Os: em vlt·tud11 deste ato bom, Dl;u.s o alendcrâ
1>m tudo quo ele> pedir•.
8, NtUTttvom q�•t• 11un111 oldcla havia alb'Uém que
Jejuova multo, ele modo que lhe tinham dado
a alcw1ha de co JeJuodo1'>, Tendo o Abade Zeno
ouvido Ialn.r dele, mandou-o ehama r. Aquele velo
c·om alegria. Tendo feito orncão, sentaram-se; e o
ancião pôs-se a trabalhar cm �Jldnclo. Não cncon
h-nndo como conversar com nl'. o Jejuador CO•
meçou a �r aasalilldo pela acédia ( 1) : e dl� no
ancião: cllc'Z(I por mim, Abade, pcrc1ue quero 11'
e11'1born,. Respond�u este: •Por quõ?> Aquele con
Unuçru: ,Porque o meu co111Ção rstil Ql)mo que a
,llller, � não sei o que lem; �11nnd0 eu «:lll<1va na
nlrlcla, j,�jwwa nté o pôr do Sól. e, não obsranto,
nunca i"tive assim>. E.xplicou, pois. o ancíiio: cNa
nldcln tu te allm�ntavas dos leu$ ouvidos (2): volta,
porêm. e patl\ o l'ultll'o come ia h(lra non� (3l; e,
qunndó fiz rés alguma coJsn de, L>em, faze.a sccra
tam�ntc,. Ele p ós-se R ra:r.cr assim: com 11rJJç;io,
pôrém, 1q::u11rdava n hora nono. Elnt!io os _ que o
lmvlam conhec.ldo, di,JRm: •º J�jundor esti1 pos
t.csso do demônio•. À vl�tQ disso, ele foi ter L'Om o
u.ncir,o e contou-lhe tudo. Este ,.,,spo ndcu : cTal
�"<tminho é, sim, conforme Deus».
DO ABA.D}; ZACARIAS
101
LETRA ET
E
no AUA))E L'lAJA (1 1
10S
os oull-os, os repn-cndeu, dizendo : •Calai-vos, ,r.
mãos; vi um lnnáo que com<' eon.osco e bebe t.ontos
cãllccs como vós, cuju oratão, porem. sobe cm Pn'•
wn •a de Deu ramo � o,.
5, Do Abade T. !11 • mn1an1m q ue rertc, ve-.t lomou
cons.igo um ramo, rol , elrn e dls:w ao pro
prict.ârfo dn trrr : D�-mt> lri o•. Perguntou-Ih<•
esle: cflz u.• a m tam�m tu, ó Abade?, Tll'S
pontleu. <NflO . OI. -lhe 'llll'to o ugric:ullor: •Como,
pois, quM'l'S =•b�r trit:o, se nlio rizcst<' n m= ?•
O ancião lnti,rro ou Por con.sei;uinle, SI' 111 ém
não Caz n mC!SSe, nüo rt.'<'1'lx> salã.rio'• O nrrlcultor
l't'$pondcu: Núo Após NIRS p:tlllvra • o nnclÃO
retirou- . Ora, irmãos, lendo omcn-odo o que
f!zl'ra, prostraram- diont<' dcle e perguntaram-lhe
=•
porque agira dessa forma. O an • o <'l<J)licou: �fiz
Isso como l'Xcmplo, pa111 mostrar qu •, e algu·m
não se estorçn, n ,o rttompcmsn de Deus,.
DO ABAD& ELIAS
00 ABi\,DF. HRMOUO
108
LETRA TETA (TH)
T
00 ABADE TJ!JODO:RO J)E FERUA
110
alguns dias?• Rc.,JJQndeu-lhe o anc!Ao: .-Fll1'6s �
uunbérn eu l'iz , lm•. Disse então o irmão: .. Por
.
<:l)nsegumte, ,vou Jevur meU$ griiOB parn o moinho a
fjm de qW! deles se faça furlnhn>. Replicou o anclfto:
,Se ,'111$ de novo uo molnbo, f07,c o teu pão; que
11ccl.'Ssldado hú a.e levares P1U·n lã os tel.15 gr.ãos?. (ll
8. Um dos enci os chegou-se ao Aba<le Teadorci
� dtsse-Jhe : d:1s tal irmão voltou para o
mundo>. Respon&u o ancião : cTu te ndmh•;is por
fs.�o? NJo 1r ndmil'l.'s; nnt!!$ deve.� ílcar estuooato,
se 011vlrP.s q11 alguru:n cort&eguiO escanar da gQelo
dCI i�lmigo,.
112
J,8. Um lrmilo dirlglu-sc no Abade 'J'eodoro, dl.
1scndó: •Quero oumpflr � rnnndo.mento • · o
_ fnlou lhc, N11.ão, do Abade Teonnz, o qual
a,,clao :
cert'll vez disse, ta.mbém ele : •Quero obse,-var o
me11 J;(lclo oom t)eus.,,,. E, tendo ll!Vo.do consigo trlRo
parn n p11d1uia, ftrt nJsiun� pl)e�. IJns po))rcs, porém,
_
o supllçnram, e <teu-lhe:; os Jli\CS. De novo soliolta
rs.m-no ou! ros mendigos, ao� quais deu os c�os
com o monto t)u trajava, Quando regressou á cela,
mitnvu dngitlo npenas do seu cinturão. De no\lo
ent.lio rnprt"endcu n si mesnio, dizc:ndc: • ão cumpri
o mondamt'l1to d� Dous,.
l 9. Em dada oc •ião, o A.bndl! JCISl' adocceq e
mandou algul>m prócurn r o Ab.1d� Teodoro
paro rll�.er-lhe : «Vem, a ftm de guP. 1:1! vejn nntes
de snlr do corpo». Esillva.i;c, entl10, em meados
da scmann. Ora, o .Abadr. Teodoro núo foi, mas
mandou dlz�x: ,Se pe.nnanecere!1 at,ê sábado, Irei
,�sl1.aT-te; se, porém, partires antes ver-nos-emos
naquele mundo>.
DO AR EB P0 1'1--:0FILO
1. O bom uv urrado AroolJl•JJO T ruo eubJu c.-rt
,e-� ao monte da Nltrla. Foi-lhe ao •nconm1 o
Ab3d� ria montanha, no qual o Me •bb.-po perll\1fl
tou : Que Pncontrastc de mal n tr dJ.l, ó
Poi?> R,•�pondcu o 11nclão, •Ó ocurnr I' repr�nd r
" si mesmo l'm toclo l mpo,. Disse cnt n o Abade
Tcóf.ilo : «Oul.l'tl. vjn não há senão
118
2. O m �o Abodc T llo arcelilsPo foi certa
vC'L à Ccl:la. hm os enllio reunJdos pediram
&o Abad Pombo: •Dize uma palavrn ao Pai, para
c1ue seja ediflcado•. R pondcu-lhe� o ancião: «Se
l'I� não .e ed!íica m o m u &U �nclo, também com
a mlnhn palavra ni!o c cdlilcara•.
,, nrhn rã =
Pmsa, [)Ortllnto, d(' qur medo e tremor a nlmn
tnl mcio, nt1' que o seu Jut11a1m'tllo ter
mJm, pcln scntcnca do Jtl-rto JulZ. Se ela ror digna.
119
os esplrltos advcn;os serão repreendidos ela lll"fe.
batada do seu poder; para o futuro cstru·á, ou me
lhor, habltnrâ, sem &Ollcitude, con!ormc cstâ escrito:
'Em ti se acha a llnblt ,:. o como que de todos os
que se alegram' (1). Então se cumprirá o que cstâ
dito: 'Fugiu o dor, a trl tezn, o gemido' (2). Então,
libertada, a alma passara pro-a aquela ln f6vel ale
gria e g]6rln, em que scrâ constituído. Se, por m.
se depreender que n ruma viveu negllgcntemcntc,
ouvir� as palovrns tremendas : 'Seja removido o
lmpio, para que n o veja a glória do Senhor' 3).
Então apreenclê.lo•ú o di do Ira, o dl da lrlbu
luçílo, o dln dns Lrevas e da e urldfto. E:nt n.'gue
trevas e. tcrior s e condenada no fogo eterno, Reni
punido pelos séculos sem fün. Onde ficam então n
{ama adquirida no mundo? Onde, a vanglória! Onde,
as comodldad s? Onde, os gozos T Onde, os cspetá
clllos lmpresslonanlcs? Onde, o ropouso? Onde, a
jaclfincln ? ndl', o dlnhl'lro • Ond , a nobrC!7.a ?
Ond , o pai ? Onde, a mãe• Onde, o irmão? Quem
deste podcrd arrcbntl)r a alma incandescente no
fogo e detido cm acerbos tormentos? Ora, se tais
são as oofsas, quais nfto oos devemos tornar por
umu vida ISOntn e pela plednd • Que carldnde não
dovcmos possuir ? Que conduln • Que costum�s 1
Que procedimento ! Que dOlgi,uclu ? Que oração !
Que firmem ? Com efeito, está escrito : 'Esperando
essas coisas, procuremos r por Ele enront rados
cm p.1r, puros e frreprcc lve�' (,t), para que se
jamos dignos de O ouvir dlzer : 'Vinde, benditos d
meu Pai, possul em hemnta o rt'ino que vos • â
preparado desci,:, a criação do mundo' (5), pelos sé·
culos dos séculos. Assim seja.�.
5. O mesmo Abade Tcôrllo Arcebispo, tllndo
paro morrer, dlsi ; •lkm-nvcnturado ês, Ab�de
Arsênio, porque estavas mpre re<..-ordado desta
hora,.
(1 > SI 88, 7. / (2) r. 26,10 / (4) lhid.
(a) 2Pd 3, 14.
(G > t.H 26, 34.
120
DA &lADRE TEODORA
(tl CI ◄. a.
121
dizia entíto consigo mc�mo: 'EI qu� cslou do ntc,
e cm bl't'W morl't'rcl; por con mlnt<\ qu ro lcvnn.
tnr-ml' antes clP morr!'r e =.nr II Ofi lo•. Com .rtr
l)('nsn,m•nto fuzia vlol�ncln a I mc!m'lo, e n:- ltavn
as prcct'll. Ora nl'OntC<'ln qur, quanclo lt'rmlnnvo o
Oíicl , cessava 1nmb<'m n frbrc. 4s•lm r P<.'tldnm ntc
o lrniuo l't'Sistla a 'li IJio má, r cHrwa o Ollclo e
vcnclR a l"Tltação•
4. Pi71n tnmbt'm n m<'smn .'.\1adri- TC'Ollora: C<'rtn
vC'l rim homem reli1tl so rol lnjurlndo l)(lr nl
�m. a qurm :ut<lm falou. 'P riu tnm�m ou
dlzrr,te col<n< sem<'lhant, ; mas 11 lei dl' Dtm.• fo.
ch11-mr n boca'. Dlzlrt alncla o "l!Uinte : m cris
tão, dL�p11tando rom um , lantau u s respeito do
nuc <1 corp<> =·
corpo, ru im arg11lu: 'Dá uma IP.l no corpo, e v rús
o Criador· (1 l
5. Dizia dn no,o: O m ln, d AAr alheio à
:unbl,;;io de comandar. tranho à van!,?lórla,
lon ,. da sobt·rb.:l, mio . dl'I ndo Iludir f)<'la ndu
loc:úo, n m r"l:llr prlns tildlvns, nem \'t•nCf'r )l<'lo
vcn\l'f', nem domlnnr pet.1 Ira: ma• Pja p ciente.
mnrn<o, homllrlr ,m roon a 111"dldn rio J><l"•ivcl. seja
probo tolc>rnntr, eh io d soUdtudl' r dl' amor ÕR
alm3S
6 Di.zln ii,.ialml'n e · ·�,o e n n· 'e, nlio sú(J
O.< vlgilias nem 115 !nrl1!'.n.1 dP rpJnl11t1t'r Nlfl"cle
qui, saJv,im. e, sim, a rnuhm humlldad,., Com rfelto,
hn\'ln um cremiln que r,cpulsavn dc-mOnl , DO$ quo!
J)('l"l!lmtou ce11n ,·,-7 'Como hnvrla ,t,. snlr Pelo
jejum?' Eles rl'SpOndcram: 'Nõs n m r.orni:>m nr•m
bebemos· - 'P<'lns vi 11115?' - '• 'ó& não dormimos'.
- 'Pf'11\ vifl:'1 n"l-ftr;1cla nn i:olidfio'!' - ' 6s VlVI mos
nos de mos'. - 'EnUlo como ·atg•• RPSpondrrnm:
• ado nos vrn e senão a humildade'. V� �lm que
122
n humildo.d é a arrm, de vitória contm de-
mllnios .
7 Rrforiu mal3 n \la(!r,, Tt-odora: Havlu um
mon3,, <JUe, em virtude da muila. tenla(/Ões
11u•· pad!Cln, Ili ·vou-m� embora dnqui'. E.
quando cnl�a,·;1 us as dáll : , viu outro homem
que cal•'a\'a, tnmb'm l • aa sandâll ·• o qu:il Ih�
dlSSi' 'Não por cau II de mim qu p�rte ! Eis <1ue
•u t• unh.•crd n•I pura ond<! quer que vâs' .
U!S
LETRA IOTA
1
DO ABADE JOÃO 0UR'l'O
6. Outra =·
no '.ClTlpo da oolheita 1 ouviu um ir,
mão que falava. a seu próxuno com ira, e di7Jn;
cAb, também tuh Então deixou a =e, é rugiu
126
bém tomei -u caneca agora, ]1ru'B lhe proporcionar
um reco�pensa e não o entristecer pelo tato oo
que nlngurm tivesse !lceito o que oferecia• Ao
ouvir l�to. ndmirar�m-� e ílcm'Wn edificados· polo
dt.sccrnlmento qui, ele P<•�-suln.
8 Quundo <:<>rio dln ••tova seuludo d!W1te ela
lgroj , ('ercara11-110 os Irmãos, e interrogavam
-no a respeito dos pcnsamen os dele. Ao ver isto,
um dos anciãos foi tomado de lnveJn e disse-lhe :
(.J'ua taça, ó João, CSUi cheia de ,•eneno•. Respon
doll o /1.ba.dc João : •De fato é assim, ó Abade; e,
Isto, tu o dizes !)Otquc nlío Viij(e St1niio o ox.terio�;
se V'ÍS!Ulll o qur âtã dent,-o (de mim), que dirias?>
9 Diziam o Padres que, <-slando um dia os irmão,
n comer <'m ái;:a!X' (ll, um dei�� riu li m,:s,..
/).o vê-lo, o AbadP João pôs-se a chorar, di2endo :
•Q\11' tem esit- Irmão em seu cotac;ilo, pois que riu,
quando an1f'!< tlevla chomr por estnr comendo o
ãi:ape?•
10 rta vez al):uns dos Irmãos foram tentá-lo,
Porque não del'<tl\'il sua mc.ntc dlvagar nem
fnlRvn de coisas deste • ,ulo. Disseram-lhes: •Da
mos graças a Deus porqu� fez clmver multo este
ano· a,; pnlmeiras tomaram hns.tante áglm, tra?A'm
•'<!!Jcntos nbundant t> o· irmãos encontram com
que [azer seu trabalho manual•. R�-pondcu-lhes o
Abade João : ,Assim é o Espírito Santo : quando
dcS(:c nos cotações dos homens, ren.ovam-sr e pro,
du�m rehC!ntos no temor dt! Deus•.
11 A r-1'!:pelto dck diziam que 1:erl.:1 vez teceu
co:rdam<' pn rn ctuns cest-as e com ale fabricou
uma só cesta; não o no1 nu. porém, até aproximar-se
da pa:i'('(!e. u pensamento esmva ocupado na con
lllmpl1<r;ão.
(1) Lo 14,11.
135
.a qw,tl !:lcou õríii; chomQ."a-se Pmlsia, Resolv u,
enuío, tr3nsformur sua casa cm hospccl;trln p.a.ra
acolher os J>ad,-es da Cétia. As.slm dunmte muito
tempo pcri;everou .-m r-eçeber e tratar os l"adt'C!i.
Dçpols, porém, consumiram-se 0$ suas po!Ses, e ele.
comei;ou a sofrer indlgênclll. Além dl.sto, Junuu·am•se
a elo. llomens perversos. que n ru-rccI.arum do bom
prop�to: para o futuro pOs-se a viver lnclJgm,
mente, de moi:lo que eb ou !l foenléar. Os Padres,
no sabc.r disto, muU-o se entrlsteceram e, tendo chn
!lllldo o Abllde João Cul:'1.0, dlsscrum-lhl': «Ouvlm
a TE!lipelto daquela irmij, ciue ela vive moo. Quando,
pon!m, tinha dinheiro, mnia.rou sun cu rldndc (Xl.J'a
cono ; porlanlo, t;lmbém nõii ngora m811lrosle
mos-lhe caridade, socor:n!ndo--a. Od-te, pois, o tra
balho de IJ' ler com ela. e, con(orme a · hedorla
que Deµs te ileu, tratn do caso,. Assim o Abaçl
João foi à CSSII clcla., e di!iSe à v lha l)Qt·tclm: •Co
munica e minha Inda à tua pat.roa,. A portl!lrn
foi enviada de ,•ólla pa111 díi r: <Vós, hâ tempos,
comestes os se.us ben.q, e els que ilgl)ra !!la ê pob1"l!:,,.
Respondeu-lhe o Ahacle João : �ntie-lhc que lb.c
trago um &rOJJde 11uxíllo,, Os criados, sorrindo cn
lão, perguntaram· •Qué- tens para dar-lhe, de modo
que te queres enrontrar com ela?> Ele replicou ;
•CQmo J)O(.l�rlels saber o que eslou para dar-lbe?>
À wlh11 voltQU, pgui, n procurar a pálroã � tMnt.
mítiu-hc o recílllo. A jovem respondeu: cl!lsses mor,.
�es va�eiam sempre às mru-gcns do mar Vermli!
lh() e C()Stum1n, n enccmtrar péroJns�. A seguir, t 1•t-S
tlu-se de seu.<. ornamentos e dlsl<P, c'l'rlw.e-o à minha
Pl"l!S()n,;à>. Quando cnt'l'õu o Abade Jotlo, ckt e
adi.ant.Ou logo para o Jc,.!to, onde s sentou. O Abad<?
aproximou-se, tomou htgllr ao lodo dela. e, flLnn
do-n lUI f ce, disse-lhe : •Que concebest� !'Ontru
Jesus, de motlo o çhegares a tal estadob Eh1, ou
vindo Isto, Clcou toda flria. O Abilde, ent.lio, reol.lnou
1.1 cat>eca e põs-sc o chorar veeml!ntemente. Pergt111-
�ou-1lie efa: •Abade, porc1u �•Ql'lis?, EsLc levw:i
tou a cabeça. mas d,: novo Inclinou-sé chorando, e
136
,;ll!!Se : « Vejo cim teu rosto Satanás o brinear. e não
hav�r!a de chorar?• Ao ouvir Mo, dlsS(' ela! •Será
pos�!vel fn2er pani\ência, Abade?• E:,<;le r-espondeu:
«Sim,. E ela: •Lo,'ll-me para Onde quiseres-.. O
Abade ne)uiu: c-Vnmos•. E a Jowm levantou-se
[lltr'a Se'lui-to. O Abade João, porém, notou q1,11e eln
ruid11 clispuSill'a nem Ca!ara a respeito de �.m casa
e admlrOtJ-se. Qunnrlo, pois, chvguram ;ao deserto:
cah1 o noitt': ô Abmlo, �nUl.o, fl!L para ela um pe.
qucno tmvl'!;Selro d<: areia sobre ô Qua] tra,;çu o
sinal tia cruz; e rJlssc,.Jhe: �Dorme aqui,. Apôs breve
Jntel.:alo, Cé:t. " mélimo pa1·a si, rctminou as suas
orações, e deitou-se. Ce\'Cfl çlp meia-noite, porêm,
foi despertado, r viu uma e�'trada l umillost que bai
xava do céu ./ll� a ela, e contemplou os anjos de
Dew que levavam para o alto a sua alma. Levan
tóu-se, pois; �.:tiegou-se à jovem e moveu-a com o pé.
Ao perceber, porém, q11e estava morta, çaiu sobre
a Lace, omndo n De1.1s; cnUío ouviu dlier que a
única horu de penltênda dela s� tornou mois àcetta
n 0L'U.� do qu a longa f)C'nltilncia d r:nultos que
não demonstram tanto CrrvQn.
ul lld
Ili �� j�%�o ";';'��•�_{ :::•;�at1�!d:"1�r p� d,��:
(mu.u Mpfrltl'I) <n, porticulnr. O Aba.de lAidoro l"'f'Í►
rt---. • ri.O dimõni,) ')Uf'i lt<nl.JI o homem uo apego l \"OA•
tadu prórrta. em <1J'G1SJ�io à Lei dr Deu:&.
(2) Lé 2J, 19
139
00 A.llA.OE JSJ.OORO DJ<J PEJLúSJO
••bcr
1. •ria vez foram procurar o ,\badc !saque para
faz.1!-lo tm!sbítr-rn EIP, ru:, dlnto, [ugfo
para o Egito; reUrou,sc num campo es<:Qndcu.
cm melo eo feno. Ora os Pndres seguiram atrais
dl!lo, e, cheg,wdo 30 m mo co.mto, parai-um par•
n•pou,nr um pouco, polS �rn no t�. Solto.mm tam,
bl•m o asno para que prurtassc: este, dcp0is de ter
va;:u'-'!lth>, dr.trvc-se flno.lmenle diante do ancião.
Na munhii scgulnlc, pois, procuraram o asno e
cnwntraram também o Abade lsaqur, o que lhes
cuu;ou admlraeão. Qul.crom-no, ent.ão, am�rrar,
mas ele não o permitiu, dlzcndo: Não !ugi,-ei mais,
pois cala 6 11 \'Ontade de Deus, e, onde quer que eu
!ujn, ela. se me depara,.
2. Rcrertu o Ab.�<k- haque: •Qonndo ru era Jovem,
J"C'$1din com o Abnde Crânio: r.uTICl.1 1 1>0rt}m, m�
mandou fazer algum serv�o. emhora fosse velho e
tri,mulo; de si mesmo fovanlavo-SI', e ofon.·da « cn
neta ft mim e a todos iitUalmente. Ainda morei com
o Abade Teodoro de Fernm, o 11uaJ também nunro
me disse quo ni�--ssc :tl11um scr\·Jço: punha a sós o
mr,;.,, dlzln: 'Tnnão, $C queres, vem: come'. Eu
<'nino lhe l'C!<j)Ondla: 'Abade, vim l li pura g1111har
ttl�m proveito: por que 6, pois, que nunca me m·m
das r02cr algo?' O nnrj o, porém, !lcitva caindo de
todo. Ccr10 dia ru, procurar os ancli\os e contl'l
-lhrs o qur se dow,. E.�trs chcgnram,sc uo bach·
'!\'Odoro, e d�erAm-lhc: 'Ahadc, tal irmão ,•cio pro
curar tuo anlldll.dr pn'!'tl aproveitar ali:un,a coisa:
por que ú •111.ào que nunca lhe mandllS ta.:cr utgum
rvl!IO"• Rc"I)Ondcu o anrUlo: ACllliO scl't'I o su!)('
Tior d um rcnóhio, para lhe dar ordens? De rnto,
niin 1hr mando cOillll nenhumu, mas. se ele o quer,
Caça também ele o que me vê fazcu. Pesde aquele
moinento, cu me antecipava e fazia tudo aquilo <Jue
141
o ancião estava por fàzer. Ele, o q\lo fa:t'ia, fazia-o
em silêncio, e ensinou-me Isto: ngir em sllênclO>.
3. o AbadQ rsaque e o Abade Abraão moravom
juntos. Ccrlu vez, ao entrar pa cela, o Al)lldc
Abra o encontrou o Abade Isaq11e 11ottmdo. e per
guutvu-lhe: «Por guc CllOraS?• Respondeu o anel o:
.-E como não haverismos de chorar? Pois para onde
il'l!Jl10S? Adormeceram-se os nossos PaJs. Né,o nos
bastava o tl<lballlo manual para o íL'l!te da& naveir,
que J)llglivnmos. quando !amos visitar oo aru:mos.
A!tl)ra, po1·l/lllto, estamoS órfáos. Por isto é gu
choi,o,.
4. Disse o i\badc ts.uque: «Conheço um Irmão que,
ll)zimdo ll mt'SSC no camPo, quis comer uma
esplsu de uigo. P rguulou l'ntão ao proprietário do
calllpo. "Pennltes que coll1/l uma espiga de trlgo?'
Aquc e, no O'.tvlr l."1.o, ,utmir®-!le e respondeu-Ih(!:
·o campo e teu. ó Pai, e Jli<'TllUlltas a mlm?' A tal
ponto cm fiel o lrmM
5 o;ssi também aos irmlios. «Não Introduzais
meninos "qtú. Pois quatro igrejas na Cétla �e
tornaram dcsel't<IS por causa dm menin�.
6. Do Abadl' [saque dii\am que CQn\ia com o seu
pão as cln2as do turlbulo da ol)lilc;âo (1).
143
00 ABAIU, JOS� D.E P i"EFO
144
3. O mesmo .Interrogou de novo 9 Abade Jo!;é:
cQuc devo fazer, quando se aproximum as pai
xões? Reslstlr-lhcs-ei ou deixarei que •>nlrcm ?·• Res
pondeu o ancião: ,Ddxa-as enu:ar, e lut.a contra
elas . A<1uelc voltou pn1·u a Qitla, e lá residia. 'Foi
então um Tebano à Cétln, o qunl dizia aos lrmli.os!
«Pcrguni,cJ ao Abade José: 'Quando se aproxima a
rmlxiic:i, d vo r,,sm1ir-Jhc 011 rTPixi,,la entrar?' E ele
r, 11011dcu-me: 'De modo nvnhum deixes rntrar as
pabd><'!J, mn,: oorla-11• dP ln' elo'. Or-.1 Q Abu de Pol
mcm, ouvindo qur o Abade JoSé ussim respondem
ao T�bP.nQ, lc,,antou-sc e !oi ter com ele cm Panefo,
dl<l!lndo-lhci •Abuclc, cu te conflcl os meus pensa
mentos. e els que diversamente res[)Ondeste a mim
e no Tebàno•. Pc,·guntou o anciãb: •Níl.o sa� que
li' amo?� Respondeu nquel : •Slm•. Continuou o
Abade José :cNão ml' pc<llstc· 'Faln a mim coroo
Culari�s a ú IDl'smo?' (1), E Potroém CQnscnt!u: •E
vcrdudc>. O Abadr José concluiu! • Se, pois, as pai
xi\e� entram e Si' a ,,Jr,s dá'; r delas rcccbcS l?Oll)('$,
ela; t tornam ma.LS prova,lo. l!.'u assiro falei a ti
como leria falado .a mim mr",mo, llà outros, porém,
aos quais corr ·m qu nem se 11pi"Oximcm elas pai.
xGI'!;: no conll'ãdo, têm Que as cõrlar Imediata
mente•.
4 Um irmão perguntou no Abade Jo.�é: Q\IC rn-
rci, [JOis que nem posso so(r r algumn Injúria
n�m lrab$1lt:lr p·•ra dar esmola?, Respondrn o an
C'i!lo: ,s� não po,fas nt>nhurna de: as duns cois.1s, ao
manos gun,rda a iun conscrnnola dr comctc,r C]ual
<iucr mal ontm o pró,dmo, e serás salvo, pois Deus
procurn ,1 nJma que nijo pcen•.
5. Um dos irmãõs contava o seguinte: O-ri.(! vez
rui à Hcrocl�ia Inferior procurar o Aba& José,
o qunJ tinha um briíssimo pé de framboesas no mos•
feiro. Di=-m• clP dr m11nhã: 'Vai, com<''. Era,
pon'm, dl:l de vlgi11a, e nilo fui por causa do jejum.
( 1) twlo (t, com todn n. franquru.
146
p�.rgunlel mesmo ao ancifio: 'Por Deu , e,q,l_ka•m
0 que signlfiCll Isto: eis que me disseste: 'Val, coma'.
.Não fui por caUS8 do Jejum, mas flm.1ei pc1'Lurbaclo
110 .refletir sóbr11 o leu prt>Cclto: 'Com que inléntüo
mo teJ'IÍ íal3do o aocilio? Qllt' hei de fnzer?' Pois
me tinha dito: 'Voi'. O Abade ,Tosé 1wpondeu: �
Pais no princípio não Colam ao.� irmãos o q11e á relo,
ma,; ant-cs as coisas tortll.S. e. qunndo vêem que fa.
1.em as coisa.� torta.�. não :)1e,; dlzcm mais us colsns
tort'às, mns a verdade, sabendo que cm tudo s:,o
obedientes».
6. Disse o Abad!! Jo,;l, ao A bàdc Lote: «Não te
!)Odes tot'flar monge, e não te tornar�s lodo
ardente como fogo•.
7. Aba.de Loti.: chegou-lie ao Abade ,rosê e (IIS$e.
-lhe. <Abade, conforme n minha 1>0ssibilidadc
r&.o o meu Jl'lt!lll'ltO Oficio, fa�-o o meu pequeno JC·
Jum, a 01"UÇiiO, a medita o, guardo a tranqUllldadc,
"• ®m" ,1<1SS<i, vou p urificando os meus pensamcn•
tos. Que ainda d!?\'O fazer? Lcvnnt.ando-se. o lln·
ciãJ) estendeu as mãos ao �u, o, seus de&>$ se tor
naram como éh>z lâmpadas de f01,,-o; e dis -lhe: cR<!
queres, torna-te todo como togo•.
8. Um lrmliõ interrogou o Abade JO!i(j, dize11do:
«!Quero !IHh· do oon6blo o morar sollt.\�io•. Res
pondeu-lhe o ancião: «Onde Ylres que o tua Blmn
l"e[)Oú&t t• IIÕ,O sofre do.np, IH fica.. ConlinttOU o ir
mão: ,'l'anto no cenribiq como na soll�iiQ t'nL'Ofll ,·o
rel'iOuso: que, l)OÍS, ucons,,,P1a.q, qut• e1.1 fa<;n1> O Ull·
ciáo n,-spondeu: •Se m1contras 1•cpouso tanto no ec
nóblo como 1m solidão, colcea os teus dois pcl'lsiuncn
tos como que na balanca, e escolhe aquilo <IU; vlr
maJs edlfiaai' n tua m�nte e eorresponder à sun PfO
_
J)(!nsao•.
9 Um dos anciãos chcg:>U-se a .seu companheiro.
para que Juntos fossem vii;itar o Abade .row:
dlS!i<!'llte: «Mandn ,n teu dtscipulo que nos sele o
146
asno•. Respondeu o outro, •Chama.o, e fará o (JUP
quiseres•. Perguntou o prtmct1-o: «Como se chama?.
O outro confcssow •Não sei>. Aquele Interrogou
�t(iO: c[Jâ (!llanl.o tempo QS\â contlio, de modo que
nno saibas o nome dele?, O ouhio respon�eu, •Há
dois anos>. Concluiu o l11tcrpclan!e: «Se tu cm dois
anos não ficas!l.' sabl:ndo o nome do teu dl!1cipulo,
eu, para um �6 dln, QW? n s!dade t nho de o
suhfr?,
DO ABADE TIAGO
DO AR \DE lll&IUZ
.
DO ABADE JOAO D �UAS
148
Deus pois és lmpurn,. Compungido om est.ns ()(llo,
vra 'proml!lCU ela: •. iio forni I mRlo. O lilspo
retrucou: ,Se trou�n-.. nqul as tu riquw.as, cre,
rcl que não fomlcnrãs mais•. F:ln, rl • ra o, levou os
seus bens ao bispo, o quul os 1omoo " os <1u�imou.
A meretriz, •ntno, Qn1 u na il-(rt"•jn, cht>mndo " dl.
zmdo: cS a1Iui cm baho fui tmtarln o lm, l:i que
hei d padecer?> E f<'i pcnltc:>ncia, lorn:mdo-s um
instrumento de ,'SCOI,
2. Disse o Abade Jo. o da Te balda: mong� d•·v •,
antt· do rnol culllvar a humlldad , pois clu
con.<iltul o prlml'lro p� •!to do Sal1.idor, ciu d.lss :
13' m-nventuradoo o. polires de csp.rito, pol'que de-
les I o reino dos • 111.
(1) lt 6,3,
(2) IPd G, 8,
150
2. Disse o Abade rsldoro: •Se am� o 1·olno dos
cóus, despreza e.s riquezas o almeja t1 retvlbul
çlio cilvlriU>.
3. Disse mais: c.ll: lmpoSSivcll 4uo vivas conforme
Deus. se omrui o orazcr e o dinheiro».
•1. DISS<l ofncla: ,Se praUcals o jejum s gundo a
lei, nilo vos ensoberbeçais; se vos gloriais drassa
1n'tlllca, é prefe.rlvel que t-oma.ls c:a�ne. .Pois maL�
convém no homem come,· carne do que se cn.501Jer
beccr e enullecer.
5. Disse tnmbérq: •Ê preclso que os dlsclpulos
amem os vcrdadclros mesl.rcs t:omo (l;lls e que
os temam corno superiores; uem por causa do amor
extingam o wnor, nem por causa do temor dC$·
1.n.mm o amor�.
6, Disse mnís: •Se aspiras à salvação, faze tudo
que te conduza a ela»,
7. Do Abside tsl(loro ont:llvam gue, quando o la
procurar um lrmiio, fugia para dentro da crio.
Perguntavam-lhe e·ntão os lnnãos: ,Abade, que sli;
nlflou isso?► E olo respondia: •Também as f ras se
salvam fug;lndo pAra bS suas cow1s,. Isto ele dlzla
vlsand.o o p1·ovelto dos lrmüos.
153
DO ABAD.E JOAO TERA.NO
DO ABADE JO O,
O DJSOlP LO DO ABADE 1? ULO
DO A.OADE IIILAlUi\O
157
LETRA KAPA
K
00 ABADE AS O
181
DO A.BADF. CRó'.NIO
00 ABAOi, � O
DO ABAJ>E ffi-0
166
LETRA LAMBDA
L
00 A.BAD.E LOCIO
DO ABADE LOTE
168
no ouvi-lo, não se quis emendar, mas começou a
pedir; •Em nome do Senhor, mandui-rre embora
daqui, pois não posso mais supo,'\ar o deserto•. E
osslm, levantando•&e, saiu, despedido com caridade.
DO A.BAD.E LONOINO
(1) l1 6S,S.
1811
domina o,; RUIUS pensamentos•. Do kr ira vez disse
0 Aba.de Longlno •Qurro fugir dos homens>. R
pondcu o nnélúo: • ·e pt1m1•iro n o ivc_�s rela
mente <>m companhlu dru homcn , Lambém a s6$
não poderás ,•iver rotam nll.'>,
2. Dl o Abade Longlno: •Quondo uma vez cai-
res, dl1:e ( 1) , •Piora • mor.-e'. Se, ao contr rio,
me pedires comida fora dl? horn, não t le o.rui 11,•m
o tua po1 ·úo di:irl:1>.
3. Certo mullwr 4ui, tinh no lo wn I moli!sllo
chamada Cànccr, ouv u falar do Abrul • Lorl;!lno,
u ,,rocurnva encontrar-se com ele. Est1' residia junto
ílO nono lTU1ttO d AleXllndrJa. Es1.ruulo n mulhr.i· n
procurá-tu, :tl-On\co.'U que aquele lx'm-uv nturndo
"-'COihia lenha Junto ao mar. Ela, encontrando-o,
disse. •Abade, onde mora o Abad Longino, o servo
do Dcus7> 2'{10 sabia l}Ut> era ele mesmo. Ele r .
PQndru• .p,,,. C)ut' 1-'rtK.'IJm tal lmp(lal.ór? fio vás
ter com ele, poJs é fraudul '!lto. Qu que tC!I\S?>
A mulhc•r mo u-ou-lhc o mal. Elr ent.iio fez o sinal
:unir; po Lonf!ino =
da cnv. sobre o lugar docnt<> e dl'Spccliu-u, dizendo:
«Vai," Deus ha dP. nada
ll• (lO(lc '-'r iltib. A mufhP, partiu, crendo na paJa.
vru, lo,:o se \:lu curnda. 0.-pols clliito, contou o
cnso a aJ:run,;, re(crin<lo os 111:11!1 caraét.cl1stlcos do
Uill!iüP: ncou cnt,10 wbcmlo que o mesmo cro o
AbnC:c Lon" no.
4. De outra feita, nl s l•>vnrnm-lh� um p05S(>SSO
do demônio. n1. -U1e o Abac.,.• Eu nnrt" fll\"110
fazer por võs, mas lde ter com o Aoodl' Z<•no•.
Abndc Zc110, nlâo. 1)6$.se 11 conJuru.r o d•,mõnlo,
procurando r.)<Jlulsii.-10. Este comL>t,; u a cl11mtir:
d.caso pensas, ,\bu.dt• Zcno, qu icrá por ctu.1Sfi de
tJ que sairei? Eis qu" o Abad� Longino lá oro, e
lntc d" conlr3 mim. 1l: teme"® n.s oroções d<!le
gue salrni, polo; a li nem daria resposta•.
170
5 is! o Abade Long!no ao Abod Acácio: cA
mulher reconh que 4--on bt-u quando o seu
sani:u<> é detido. Assim wmbém o alma reconh
que n lx-1.1 o Esp!rlto Santo, quando slio d�tldaR
os pai,- qu dl'IU nucm paro o tcrra. Enq11anto
o olmn está Ili: da pelu» pa , como a<> pod cio
v !orlar de ser lmp 'vol' Dá ,uin •, ,, recebe
espírito».
171
LETRA MU
M
DO ABADE M.ACAJUO EGll'CIO
178
de medo a0$ pês dele, o quw lhes disse 'Não foi por
causa de mim que lslo aconleccu, pois nada sou·
mas Col por causa du viúva e dos órfãos que �
o foz. !slo é grandioso: Deus qul!I' l}Ue a alma este1à
� pecado; e, se ela é tal, recebe tudo o que pede'.
O Abade se oi, pols, e anunciou il viúva onde se
Mhnvu o depósito. Esla o retirou, élllregou-o ao
dr,no, libertando ns,qlm os seus filhos,. E todos o;
qul! Olllilram JSto, deram glórL1 a Deus.
8 Abatle f'rdro contou, a re5pelto de São )',,a.
có Mo, que foi ler urnn vez ct>m um nnacoreLa e
-0 cnconllou doellle: perguntou-lhe, l!nUl.o, r, 11Uil
c1uerla çomer, pois mula tlnha em soo CPla. Aqu�le
«:J!pondl'u; • üma brolnhu de farinha•. Em consc•
qUêncla, o corajoso Abnde não hl1lll1ou em Ir à qltk�dc
de Alei.-andritl e sa.Usfru':el· assim Q doc>ntc. O odmJ.
rõ.vcl é que o fcitc o ninguém se tomou notório.
!J Referiu Uunbém (lUC o Abade Macãrio vivia cm
simpllcldndc e inO<léncln com lodos os 11'.lllâos;
nlguru então -perguntnrn.m-lhc. Por ()IIQ te- c:ompo!'
tas assltn?• Respondeu: cDoze :mos Sl!rvi ao mell
Senhor para quP rne desse la graça; e- todos võs
m aconsclhat� q1,1 n relei te?,
10 D17Jam db Ab,1de. M111:l,l'lo que, 11uaodo se par•
mltln corro lnzer em compnnhfo rios lnn;ios,
<'Ili b�leçfa para 111 o seguln1,.. prlnl-iplo e houver
vinho, hetw po·r causa do� irmRos, �. em 1 roca de
uni cãlie!! de vinho. del.�a de beber t.gua 0111:nnte o
dlo . Om os irmãos 0fc1'<'$fl1•lhc vinho parn tes
laur r-Jh,· as (-0rças. O andfio o ;u,cltava com ale
,grla ,:,n1'll mortlllcnr-sC?. O ,;,•u discípulo, porém. que
SObln o que , dnvn dlzlu aos Irmãos: .t'or amor
do Sc 11hor. níio IM ofereçais; ,;enlio. ele "': maccrorá
nu ceio, Informailos dl!iso. os Irmãos nao lhe ore.
reclam mais ,•inho.
11 Quando certa vez o Aliado Macllrlo se dirigia
do pântano parll a suo. cela, carregando pel-
179
mas eis que lhe foi uo encontro no estrado o dcmõ-
nlo, 't.rnzcndo uma foic:e. te quis cspana\-lo, m
não tcv vi or; disse-lhe ntiio cP�e mui111 força
de Li, ó M!lclirlo, pois n o le po ngrcdir. E,s <Ju ,
tudo o que fazes, também eu o rai:o: tu J Juas, cu
também; tu vigias de noite, u tombem não durmo;
há uma só coiso em que me vcnCej;>. O Abade Ma
cário perguntou: cQuni é'• Aquele respond u: •A
tua humildade; e por causa destn que n o te posso
agredir•.
(1 l rrn, G.7
(2 J6 l.21."
181
«Senhor, como queres e como sabl's, rompadece-te•,
ou, se estiveres ntado: • nhor, vem m meu . o
corro,. Ele me. mo sabe o que ronvc!m, u de
mlserlcórdlo onosco•.
20 Disse o Abodr. Macário: Se se tornarem a
mesma co pa.rn LI o despre7.o e o louvor, o
pebreza e o rlque-,a, u carC-nela a abundiincio, não
morreras. PolS é lmp<>SS1vel que aqu le que cri, como
deve e gc com pícclod , C4ia na imJ)llrCW. das pol
xé><,s e no erro dos demqn1os•.
21 Contavam o scigulnle: •Dois lrmüo. na Lln
cnirom em falto, e o J. de 1ocârío, dll cldlldc,
os exoomungou Alguns foram então procurar o
Abade • Jacárlo o Crand , Eglpclo, e lhe t't'fPrirwn
o que n�'llnll.'Cl!ra. Este rt5p0ndc>u: ., o são os ir
mãos que estão cxcomun ad05, lll3S Macário está
xeomw:agadO•. taca.rio, o E:gjpc10, amava o outro
, tacárlo. Ora este ouviu que Cora excomungado por
aqucla anclão, e íu[!iu para o pântano, Aconteceu
enwo que o Abnde , 1acArlo o Gr-.mde, saindo, o
cnc'Ontrou todo mordido P"IOS mosqultos; a· -Ih ·
•Tu excomungaste os lnnJos, e els Qul? les tiveram
que se retirar p3ra a aldtla. Eu, porém, te exco
munguei, " tu, como uma bela \'irgcm, fugiste PDl'll
cá corno para a camnra ínt .. nor. Ora eu ch.-uncl
lrmãps, Inter gu<'l-os, e vlcs a!lrmarrun que nadn
disso nconteccu. CuJdn, po1'l, lm,áo, de que t.lmbêm
tu não 1enhns sido lludJdo �los dr.m6nios ( poi.q nodo
viS l; OJI . , prostra-te pedindo perdão por tuo
culpa>. O outro r spondeu: •Se ql!eres, -me uma
peníli.•nda•. Vendo, PQ!s, o ancUlo n hwnlldnd dele,
disse· «Vai, e jejua ttês manos, comen uma v<"J;
por s mono,. Com efeito, ta era a l � fa do
Abade Macário o Grande em todo tempo: jejuar n
mann int.cim•.
22. O Abade Mol dls,e ao Abad , Macãrío no
Ci'tin: •Quero viver c,n paz, mas os lm1iiog nf10
me deixam>. Respondeu-Ih� o Al)adc Macário: ,V�jo
182
que n tllll natureza é delicada e que não r.odcs repe
lir um Irmão; mas, se queres viver cm tra..-iq\ifüdacle,
reUra-te para o deserto a dentro em Petra, e lá
encont rarás descanso>. Aquele fez assim, o c.-onscguiu
rcpouso.
2�. m lrmiio chegou-se ao Abade Macário o EgiP-
clo e pediu-lhe: «Abade, dl7,e.me uma palavra
1�•la qual eu seja salvo.. Respondru o ancião: •Vai
paro Junto do túmulo e Insulta os mortes•. Ora o
lnndo se fol, inJurlou e apedrejou; a scfpir, voltou
refédndo o rcito 110 oncl-o. Este per:guntou: <Nada
te dis e1·am?• Aqucle respondeu: «Nada•. O ancião
continuou: cVoll.a lá. amnnhíi e dize louvom a esSéS
mortos•. O irmão voltou, pois, e pronunciou louvo.
re,, aos morto , chamando-os Apóstolos, Santos e
.rwtos. A i;cgulr, ressou à ccla do ancião e refe
riu: •Disse louvores•. O Abade perguntou: •· ada
te responderam?• O lrmao negou •NoC,a•. Aquele
retomou: «Sabes quanto lhes dlssesle de injuriosos,
$1'm que ele5 te renham rcspondldo, e quanto lhes
te de iníuri!l,;p, . em que eles te te�ham rcs.
pondido, e quanto lht'S disscstc de glorioso sem que
te tenham fa.ll3do; assim também t1,1, se queres ser
salvo, toma-te morto; como os mo11os, não con'!i(le.
rt'S nem as lnjurlas dos homens nem os &!llS louvo
l'CS. Assim pOdcr.is ser salvo>.
2-1 Quando uma wz o Abade Macário passava com
irmãos por umn região do Egito, ouviu um me
nínc, qu dlZ(a o i;uo mae: •Mãe, certo homem rico
gosta m- mim, e u o odeio. ao J)WISO que um pobre
me odria e eu o amo•. Ao ouvir isto, o Abade Ma
cirlo dmh'Ou•se. Perguntaram-lhe então os irmãos:
<Qu significa essa palavra, Pai, pois que te admi•
msle?» Respondeu-lhes o ancião: .. Em verdad\!,
Nosso Scnhor é rico e nos ama, enq1.1anto nõ.� niio
o queremos ouvlr. Ao contrário, nosso .nlmlgo, o
dcmõnlo, é pobre e nos odeia, enquanto nós amamos
11 ,;ua Impureza•.
183
2õ. O Abade -Poimêm, com multas ll'lgrlmus, pediu
;,10 Abade ]lfocário: cDlze-me uma palavra pela
qunl cu s ja salvei•. Rl!Spondeu o 11!1CJU0: e que
procurns, j desupru:eceu dentl'c os mongl!li>.
26. Certa vez o Abade Maeârlo foi tci· com o Abodc
Amão e conver.lou Mm ele. Quando voltava
para a CéU , acorreram-lhe ao nconb'O os I'ad!'C11.
l!:stnndo todos cm �'Olõquio, disse o anclQo: ,Rafm1
ao Abade Anuio QUE! não temos oblação em nossn
região.. Os Pacln.>s, porém, pusert.un-se u falar de
outi·os C1ssuntos, e nü.o perguntaram n Muc'i rio qual
tom a r<'SpOsta do Abade Antito, nem nquele a refe
riu. Com cfeltco, um dos Padn.lS dizia o s�inle:
,Quando oo Padres vêl!m que os Irmãos se esqul'CCm
de lnterrogar a respeito .de coisas edlücanlel;, jul
gam-se obrlg11dc>� a encetar ctas mesmos uma con.
v"rsn cdiOcantc; se, porém, os irmãos não corres
pondem. não romim1am l.al assunto, pa.r11, que f\iio
parc,çam falar sem ter sido lnten:ogados nem a sua
oonv�rsa seja tida como ocu)sa•.
190
DO AB.4.DE MOISt.S
19◄
aqui, e els que !lão tenho água para gue os teus Sl!r
vos bebam'. Per Isto é que eu camlnhnva para câ e
1mm 1(1, rogando a r>eus, até gue no)l mandou água>,
J4. Disse o Abade .1olsés: •O homem deve morrer
l!m rela()ão a seu companheiro, para que não
o julgui: em ccl$8. wguma».
-
alma humilhar-se. Pois estã escrito, 'Vê minha hu•
mJJdad" e mlnhu �huta, e perdoa todos os meus pe,
do' (2). ·e a almo pro(luzir esses .frul.()s. Deus
(1) $1 45,2
(2) SI 24,JS.
1115
se compa�i-.l dela por l'JlU ·1 do mt'Slll . •· J\lnda
prosseguiu o lrmâo: ,Que deve íllZ<.'r o hom m rm
quulqUí'r let1tacão qui, 1hr b1-.,,•-,nhà ou dtnnl do
qua.lgw·r gcs o do lnlmJgo? O oocliio t'l'. ()011d1•11:
Devo ehorar diante da bondade de Deus pam qw•
o ouxlllc; se rezar com o dl.·vido rthcclmento. logo
conseguirá p02. Po! e t!scrlt • • hor ' mru
11u.�i.llo, e noo tcml!l ri o que mi? fani. o h m m' l l l
O irmão Interrogou lnals uma vez: •Eis qul' urn
homem espancu ·cu !l"\'o por cnusn de um11 !alta
que comctC\I; que d"ve dl/.er o • rvo?, nnt'lllQ
respondeu· Se ror um o bom. dlrú. •Tc•m plr
dodc dt· mim, pequei' O lnniio oc1, .centou; • 'odn
mais tlirâh E o Abude: •· ·ada mos. Pois no mo
mt,11to cm qur ele tom.'I sobre . 1 o rolpa e diz: ·Pt-
quel', lor:o se compadece dtl o seu · nhor. tr_rmo
a qUe IC\· m todos a9 rotSall, (• n:io Julgu,· o pró
:timo. Quand o miio d11 � hor matou todo prlmo
c-,nlto nn lCM"O 110 E�to. núo flc-ou cun <'m qur nãn
houv= um morto . O irmão Interrogou. Qur
�1 iflca css� pruavra?• O nncião •xpllcou: Se no
<1,•lxal'l'JTI �nr o nossos pecados, não o rvoremo
ru do prr tmo Pois é to qu o honwm o qu11
tem urn morto seu. deixe a te para chornr o do
próximo. Mon...r cm relação oo teu próximo. isto
11gnlfica que cru-regues os us IK'<: dos e nó.o te
preocupes com qualquer 001 ro hom m, )Uli:,a.ndo qu1•
l!Sle e! bom • aqucl m u. Não taça. mal nínlllJ<'m,
n m P 113M mnl cm 1.eu rorat;iio contrn ui L'nl, d
prezes n quem com •te o mnl. Tnmbl•m n o te dul-
es persuadir por aquele que maltrato Cl próximo, e
não te alf.'Jlf"l.'S com IJUPm com te mnlrlndr, rontra o
p1-óKfmo: nem rat con1na nlgu�m. omPS diz.-· · u.
conhcce n cnd, um'. Nõo ô1'i< n ntlm nto no dru--.i
tor, nem te nl�. com n d rn"fio qut' cle prntlc..ic
mo,s nem por ís1() odeies a quem dlfu,ma o pn'ulimo.
� _i, o qur slgniílc 'nã julgar'. Não venha. u ,,.r
ln,mlw.dc �m nlgum hom m, n m ardes rflilC()r
em leu cornçito, mas também náo tenhas ódio llquc!P
(1) SI 11-..0.
196
qun hostlllza o próximo. Islo � q11e é a paz. Canso.
la•li! c:om esL pensam nt·o: n fadiga dura pouco
lClll(lO, ao passQ que o repouso e par.i todQ o sc,m
prc, por graça elo Deu,; Verbo. Assim seja..
00 ABA.D.E MATO
DO ABADE 1A.R ,
DISClPOLO DO A.SAI> ANO
200
1t porta d(• cada cela, (llzendo: cl.J'!Tlúo tal, vel'fl, wis
p íso de IL>. Nllnhum deles o seguiu lr:nedlatamcr1l!,.
Q,mndo, f)ôrêm. cht?Qou à cela de Marcós, l,,aleu e
disse: • Marcos•. E,;te, fill ouvir " vo1. do anciã.o, logo
pttlou foru; e o Abade o mandou ao liC!'vlço. A sc
g11lr, pc.rgunHiu aos llllclaos: •Onde estão 0$ oul,ros
Jrm(,O!l, O l ?adr s?• •rambém entrou na cela d.li Mar
OJOS, c revi,1tou o seu c;ad�mo, averiguando que ha
v)n rosto a mão a lrac;ar um ômegn ( 1 l, mns ouviu
n vo� do 11nc1õo e, não voltou o ll(!lln parn o <'nmp]e
u1r. OI · •r.im entúo os 11,rn:ião� Em verrlade, aquele
•PJI! tu tun11..•. 6 Abade, também n� o a!I'.amós, <:
Deus o .,m:u.
2. A respeito do Abade SIJvonci contuvnm QU!!,
cem vez, q uando ilJldava pela atia com os
andáos, lhes quls mostror n obl;diêncla de seu dis
cípulo Marcos e por que motivo o ama\'a. Tendo.
pois, vl�to um pequicnO Jovllli, dl'SSI' 110 11bc pulo:
Vês, íUho, aquele pcqut•no búfalo?• O jovem res
l)Qndeu: <Sim, Abade•. - �E os wus <:t1!1rcs, como
são elegantes!> - •Sim, Abade•. anciúos adtnl
m.nun-se das rcspo,."ins do dlscipulo /ó ficaram edifi
cados rwra obcdhmcla do mesmo.
3 Em datla O<:'a.Sláo, a mãe do Abade l\lnrcos dcs-
Cl.'U parn vt.. Jo, tendo con.s.Ji;:o umo com1ti11a
POl'npos:1. Q\1 ndo o nncJ;,n lhe foi ao cnoonl ro, dis,
!le·lhc ria· • bad,'. manda u meu ftlho \lQ� sala, para
qu� �u Vil)tJ•. O ancião •n1ro1.1 na ccla é f.ulou ao
discípulo: Sal, a fim de que (ua miic te vpja�. O
Jovem trazia umn vcsto? conf�clonncln d,;, vários pe
'llll' de tccltlr, e cncg1w1dl1 pl'la fumaça da cozinhn.
Salu por <'lh\ldfüncia, J"er.hou m; olhus " dL<;,se aos visi
lont..'11, ,sem us vt-1·: ,Salve, salve, snlw!• A mãe
--
dele, pon!ru, núo o reconheceu; par 1s10. de novo
mandou lllzcr ao nnr.ilio. ◄ Abade, manda-me meu
filh,> P3ra qur• o vcía•. 0 ancii\o dlrigiu-so, pois, a
(1 l l'l!Umn lotn d., ílllaboto l'l'<'t.'i>, qu, tem ft>rma .,,...
,lt.indn.da.
201
Marcos: , Não te disst- cu; Sal Pfü'II Qtte tua mãe te
veja?• Mare<>!; respond u. <Sa.1 ()011forme o lua poJ •
vra, Abnde. De res10. ro o-te qu não m m11t1d<'S
d novo SDlr, para que nilo te desobcd )ÇO>. Enlõo
0 Abade foi lf'r �'Om a mãe de> jOv m e dlsse,lhe:
,Teu filho e aquele Que vo rol ao encontro. dizendo:
Salve>. E, dePols ele :i ter consolado, dt'spedlu-u.
00 ABADE ro 10
DO ABADE l\lEGl!l'l'IO
DO ABADE )II().
N
º
00 ABAD E NILO
DO AB/\Dl:1 .NlSTEMO
DO ADADE NICO
00 ABADE NErRAZ
X
DO AnAllE X:010
DOABADE �
Então o d mõnio
·"°
causa da fndi1:1t d,! rnnl'\'ha. AI s, oo sober da
su eh 11ada, levontm-llw um do demônio.
.se n insultar o ancião, diz ndo·
cV me 1roux para . t.e bf'broor tlr vinho!,
O anciM 11 o o queria 1:.�pulser, llUIS, tm -vl,rtn das
lnjúi-ins, 1.füse: Confio m Cri$1.o qu mo tcn11it10•
rei e<ile cállce nnt que ,;aias,. A scgulr, 11uando o
ancião com ·ou a beber, o dcmõnlo clamou: cTu
me queimas, tu me queimas,. E, anl<."' qu• tcrrni
nllllsc, snlu pela graça de Cri ·to.
218
LETRA OMICRON
o
DO ABADE OLIMPlO
00 ABADJ� ô.RSf 10
221
LETRA PI
p
DO ABADE POII\W(
i'tz�•�.J�ô. p<Olltwoo
(�) lllW �. "! tcntn96c• n'iio noa po<lom l!et notlv&, •n•
(a) noosa C<JO.l'""'ç&,
230
bom em pranlos, a 0m de não deixar de atender
no irmão e nifo o contristnr.
l . Disse mais o Abade Polmém: •Não habites em
lugar onde vl-s que alguns ll!m inveja de 11;
senão, não progl'edirâs».
19. Alguns referiam ao Abade Poimém que certo
monge olio bebia vinho. Rl!SJ)Ondeu: «O vinho
cm nbROI\Jlo não é para os monges>.
20. Abade 1saias interrogou o Abade Poimém a
respeito dQS pensamentos impuros. Este res
pondeu: •Se tivermos um bnú cheio de vcsl:L!S e as
deixamos r�chada/1, apodrecerão com o tempo. As·
sim lnmlx,m são os pensamentos: se não executa
mos com o nosso corpo, no dl?COrrcr do tempo e.'<1:ln
guem-se ou apodrecem•.
21. O Abudo JOSé propÕ!I ao Abade Polmém a
mesma pergunta. Este respondeu: <Se alguém
lança uma cobra e um es1:orpíão no mesmo recl
plente e fecha a este, não 1 ta dúvida de que mor
rerão com o tempo; assim também os maus pen
samentos: suseltados pelo d mõnios. cleSapnreccm
péln pacii!ncla >
22. m Irmão foi ter com o Abade Polmém e dis-
se-lhe: «Sem�io o meu enmpo, e com os seus
frutos pratico a caridade>, Respondeu o ancl!lo:
cF-O.Zcs bem•. O b-miio saiu então nnimndo, e muJ.
tlpU�'Ou U$ �uf;I.S esmolas. Ora o Abade Anube ouviu
contar isto, e perguntou ao Abade Polmém: cNão
lemes a Deus, pois guc asslm ralaste ao irmão!• O
anclfl.o calou-se. Dois dins dcpoi� porém, mandou
chrunar o lrmÃo e perguntou-lhe em pre�ença do
Abade AnulX': cQuc me dJsscstc o outro dia? Mi
nha mente estava em outro lugan. O irmão res
pondeu: •Dl�sc Que semeio o meu campo e com os
seus frutos pratico a caridade•. O Abade Polmém
observou: cJulguel que falavas de teu Irmão que
231
vive no século; se és tu que o (azcs, digo-te QU
Isto n5o é coisa de um mongt'•. Ao ouvir Isto. o
Jrm o cntrii;tcceu-se t' replicou: cN o I fazer ou-
1 ro lrt\ball10 scnúu stc; não po ndo semear o
meu campo,. Depois, então. qu o irmno se retirou,
o Abade Anubt' prostrou dlanl d Poim m e
disse-lhe: •Per oa-mc•. E o Abad• Poiméin 'xpli
:ou. .Também u, dcsd o Inicio. s l.llR ctu" l'SSa
tan•!a nilo ê p pr1a paro um monge, mas filiei de
acordo wm us di · i,· ,· dele, e, com isto, nnlmcl
n progredir na carld d"- A((ora. por�m, ele se foi
abatido, e, não obstant(', tornara n faz<'r o 1m o•.
23 Dlsse o Abade Polm(,m: •Se o homem pecur
e o negar. dll':cndo: 'N!io ll\-'<IUCI', não o acuses,
Pois Ih<> e rtnrÍI\. o ánimo. P, ao contràrlo, Ih<> dl.•
se : 'Niio f'(!rcas iinlmo, irmão, mas guarda-tr
para o futuro', e,, •Jturâ& a li\l" alma à pcnlwncln .
24 Ob ,. rn-.f. Do co <, 11 <'Xperi"nc , po!.
ela .-ns!ns ao homem honesto•.
2.'i Ols· mnda• ,O homem qu ensln , mas não
pratica o que ensina, � semclhonte a umn
fonte, pol� a todos ofrl'CC<' com que beber e sr la
var. m n Sl mN<ma não (Xldt> purificar
26. Certa Vl?l, quando o A d«' Polmém ruJda\'8
pelo Egito, viu umn mulh@r scnlada junto a
um túmulo, a qual chornVll nmantamrnlr.. E dislr:
•Aindn que venhnm todos os d I ilf.'I d mundo,
nã lhe Urarão a alma da I ri C24 cm que ucha.
Assim tnmMm o monge deve scmprt' razer n trl
tl'ZII crm si mesmo• (1) .
T1 DL mais: •Há o homl!lll que parece caindo.
mas cujo cornçlio condena a ou ros; cs.se wl
estâ sempre a falar. E há outro homem qu� fnltt
233
fortci; como eram, as l?.'<t)(!r mentnram, e concluí
ram que I oportuno comer todos os dias, mns
pouco; nsslm nos ntregaram a via régi , porqu
suav ».
32. A 1· ·peito do Abade Poim m contn,'llm que,
flnt•)S d ir para o Oílclo, ent11vn n sós,
ficando n rxnmlnar os $CUS pcm.,;amcntos durant
erca de uma hora. pois disto ê que punha
caminho.
33 Um lrmâo perguntou ao Abade Pohn m «Oel-
xarom-mc \lITl4 hcrllllÇll; que forel com ln?•
O uncião n nd u: •Rctlrn-t , ,olt ri 1tro de
U'ês dias, e cu lc dil'C'l>. qu le �'Ditou, rorno lhe
dNl'nnlnnra o ancUio, o qUlll lhe disse: •Qu hei de
te rcsponrl r, lnnfio? · Se te disser: 'D -o h::re.jn',
lfi farão ceias; se te r· 'D -a a um pnrcntc teu·.
não teras recompensa; te , 'O ao pobres',
tu u• ú culdani.!I d.e o C=·r A e, pol ,. mo bem
quiseres: cu não tenho partr rui qucstilo
34 m outro Irmão perguntou-lhe. «Que 11(111-
fic11: 'Não retrlbulrwi o mal pelo mal?' (1) •·
O ancião respondeu: • ,�cio tem quatro mod .
lldadct1 diversos: a primPlrn pl'OVMn do coratllo: n
segunda, dn vl'ltn, a len:<'irn, dn !ln� : l' n quarta
() não f112L'r o mal em troca do mal (2). Sc pudP
res pur!Cicar o teu coração, o mal niio eh nra nos
olhare!; ,;e, porém, aUnmr os olh r�. guarda-te
de o pronunciares ln boca: !lc o pronun.-1 r!'S, pn>
. rvn-tr logo de fnz.er o mal rm Lroen do mal•.
35 Disse o Abnd Poimém. «nrtrc11r-S<', vi inr 80•
hre si mesmo, e usar de discernimento, estas
três vir1udl'll silo as g,.11 da alma•.
234
36. Disse também: •Prostrar-se em presença de
Deus, nfio se comparo r, e aUrar para l.r'.is a
von1ode próp1ia, são ins1rumen1os de que se serve
n almo..
,. "º
volte n terceira vez. não lhe dês alC!wâo, pois
(1).
235
43. o,s," tombc'·m: A distração u o começo c!os
mall's,.
44. Dlsllc? rnuls: O Abaclr I !cloro, o prcsb,tcro cio
Cttiu, falou certa vci il i.'\l!l gt>ntr• nesh,o; lt•r.
mos: ·Inn�o., 11,,u rol p.u lab1.11.ar que vlcmos o
<'SIC lui:nr? , ::ora, por, m, n ,o o,c- mnls labutn.
Por cons.!::ulntc, pN(JIU'\:I o mf•u m.11110 e m,• vou
paro. oncl h.'1 l.1t,uw; 1 cmcontrorol bcm-C'Star'
45. Um lrmao p,:-r;;unt im n ·
unclf,o r po1 �=
u ,�r ulgumo C01'k
EstA
un,a p •;ra arit� d� o�
a :onrc?
m pronuncia
i��a d .. 1 rn-
!!ura' 11), St- fores lntcrror,ndo, tnh; e não, per
manlX! c,11,do•.
46. Um h-r:1ao p r:cuntou no .\b�d Poln 1m· Pod,.
o hom,•m con(inr nl.lll1 "6 feito?• (2) O ancrn.o
resJlQlld 'U �U" o AI de J • Curto n!lmiarn • ,,,ro
'1rlquii-r \lr.1 pouto ti!' todas ns \irtud •·
47 D1· • t.unb(m o anç· q ,. um lnn.'\o p r,:un-
tou oo Al Pambo é IJ<>m louvar o ró-
�lrno; Pamho res;x,ntlcu e 1 !hor ;, caln.r-s
48. Dl� alndn o Abad ro:mém: Ainda qoo o
homem fa,;:i um ct'u novo r um !erro novo,
não pode de,;,e.ir de ll'f pre0C\IJ)II." •·
49. D!S'!e 11!nd:l · O flOtn('m pttclsn dn tiumlldadr
e do t"mor dP D'tls como do sopro cJUC pro
cede das suas narinas /3).
50 Um Irmão p?rgunto11 no Ab.id!? Polm'm Quo
1 1 d.J fa7.erh O nncl,io 1'1'spondeu-lh�- J\br-.1,10,
(ll Pr lfl.O.
(t ;;r�/ O[l(lriuno caltu.-nr predomii nlMm·nte UmA
(8)
:ur;"
llll l: O.li!�, 11-udu 160 t.1l ru.:.c11: da.t , da rri51J\
mn,,, e. r�11p,nv à vid:i ft Íc:'&.
236
quando entrou na terra prometida, comprou um
scpulcl'o paru si mesmo, e, por meio do sepulcro,
rccc u n terra como herança>. O lrmúo Interro
gou: «Que é um sepukro?> Explicou o ancião: :€
um lugru• de pranto e lulo•.
51 Um Irmão dls,;' a<> Abade P<>lmém: •Quando
dou a meu lrmilo um pouco de pão ou outro
coisn, os d=êinios me rnwn crer que e,,-ta adio é
u\o suja como se fora fella para ngi'lldnr aos h<>
ml!ns>. O anclt<o rospondcu: • lndll que o (izésse.
mo:1 para agradar aos hom1•nij, niio obstante, demos
ao.� lrmuos o qur lhes i; neces,iarlo•. E cont,ou-lhes
uindu a SC!(ulnw parábola: • rtavin dols agricultores
que hablla\·am a mesma cidade; um d les, tcndo
semeado, recolheu frutos poucos e Impuros; o outr0,
poróm, tendo.se dc!SCUldado d mcar, natl3 nbsolu•
trun ntc colheu; em caso de Come, qual dos dois
t·nt-onlrnrn o sustento de ,;un vida?• O lrmfio r..-s.
pondcu: cO que recolheu frutos poucos e impuros .
Concluiu o nnclão: .Assim també.-n nós: semeamos
um pouco, ainda que impuro, para que não pereça
mos de romc».
52. O Abade Polm/:m re[mu o seguinte dito do
Ab<!dC Amonas; Hã quem passe todo o tempo
de sua vida a arrogar o nmchndo :•m <'nl'Ontmr n
modo de drrn1bar a úrvo1-c, Uá também o homem
perito d cortar, o qual com poucos golpes ab:lt� a
tlrvore,. E ;icrcsccntDva que o machado é o discer
nimento.
53 Um lrmlio perguntou ao Ahode Polmém:
Como devr o hnrnrm nortr:u- a ua vida?•
R l)Ondr.u o nnclno: Con•l!lrt'l'mos Dnn!PI: contm
1�e nilo . C'ncont.rou 11cu!<f1eio n n:io ser n propósito
do cullo que rue prcsta,•a no S.•nhor ru o,us•.
54 Dis.�c o Abad Poimém: •A vontnde do homem
<, um muro de bronze entre ele e Deus, é uma
rochn qu reverbera. Se o homom a abandona, diz
237
tamlxim ele: 'Por Corçn àe meu Deu saltarei o
muro' (1). Por �'On, gulnt , quando o preceito vaJ
de encontro à vo nlndc. o homem labuta,.
55. Contou t ambém o seguinte: <Certa vez os
anciãos la am sentados a comi,r, e- o Abade
Alônlo se achava de pé, servindo. Vendo-o osslm,
louvaram-no: ele, porém, não respondeu pala\ll'O.
Então perguntou-lhe alguém parte: •Por que não
respond te aos anciã que le louv vnm? • O Abnd
AJ6nlo ,oxpllcou. «Se respondeas , pare rio. e lt r
os IOU\'0re5>.
56. Disse mais: •Os homens súo ;>erfelLOs ao íaln.r,
mas in!lmos ao agir,.
sr DI o Abadr- Polmém: ,Como a [umaç(l a!u-
grnlll as ab,•U e t•ntlio esvan o a doçura
do 1,·abalho dclns, lm 1nmb<'m o repouso do corpo
a!ugcnta da alma o 1cmor d Deu.� P ex'tingue Odas
as suas boas obras
58 m lrm·1o rol ler com o Abade Po mém nn
scgundn semana da Quare!r,na; abriu-lhe os
seus p('n.'l.1mcntos e Ocou tranqulU,ndo: depois dislo,
disse:-: •Por J>Quco dr-ixnva dP vir equi hoje>. O an
cião pcrgunlou: •Por r1uc!, Re;pondeu o Irmão:
Dlziu-me qu talvl"Z por caw;a da Quaresma náo
abrlr!as,. O Abodc Polmém replicou· e ós não
aprendemos o fechor o porta dC' midríra, rmlll, sim,
o nona do llniro" •·
59. Disse de novo o Abnd Poi:nem •J!: prt
Cuglr do qu � rcspello ao corpo (2). Pois,
todas as ve7.cs que o homem est6 próximo n um·,
tcntaeão do corpo, assemelha-se o alguám q e e tú
cm pé sobre um lago multo p,-orundo; no momcnlo
cm que apraz ao Inimigo, ci.ic [acllmente o derruba
dentro dágua. S<?, po1·(!ffl, o homem vlv à dlstfih-
(1) Sl l,,an.
(2) [Ili<) •• .,...,...Jvo cu-ldãdo do corpo,
238
ela elo que e corporal, parece-se com alguém que
está longe do lllgo, de modo que, embora o inimigo
o pux pai'il. preclpJlá-lo ná.gua, enquanto o puxa e
lbe foz violimcl�, l.>eus llle envla auxilio>.
m : •��-::
(S)
·;2i,vu• exprimf•m profunda 11&�•i•.
Scnlfnll<>-•• Ji""'ll'"IIIO, l:,ndondo ,,...pre il- pima cal..t..
239
vu " cncubrl!?> O ancláo rospontleu; •NO rn-0memo
cm tJuc ncolnimos o taltà de 11osso h;müo, IJ '\JS
cncobro o nossa, e, no momento cm quci a nu,nJ.
f!.'Stall.W!i, u1rnbilm D<1�s munUestu a ,1 a,.
6.'i. O Abade Polmúm contou o seguln1e: «Em dada
ocll6'1à0 oll91lém perguntou uo Abade Poisio:
'Que farei à minha alma, poli; ã 1n,ens1 cl e ná.O
Leme u Deus?· Este 1·csponde1.L ' ai-to, udore a
um J1omem 11uc leme n 0..llS. e, à trt�'tlida qu� o
fores freqUcntlinç!O, oll!ilnar-te-ã trunoo1n u l •m •1· a
Dtlua':i.
06. Dll;s(! mals: «Se o mong' vcnçt,· dua� ao!aAA,
poder-se,:, 1il)e!•1ar d(1 rmmdo,. O irmlio per
guntou ,Quab ruo 11lus?o Respondeu: O repouso
<la l!llt'llO o a yang]órlo>.
67 Abraão, o dlscl11ulo do Abade galão, P,W·
guntou ao Ab®r. Poimém: •Cruno ú tlOSSlvel
qur "" (lemõolns mP Impugnem?, n1sse o Abnde
Polmem: •lm[l'Ugnnm-tr os d."!ll6n!os? Eles não Im
pugnam, <!nquanto •eguimo:i os n05109 pr6prlos d ,e:,.
jos. Com efeH o, os nossos desejos se tomru•am demô
nios, e são lllcs que nos atorm<'nlrun, p11111 q,m os
realizemos. Se qµl!:rcs $:tber com qµ<' é que os d<•mã
ntos lutaram, recorda-te de Moisés e doa que Coram
semelhantes n eIP• (1 ) .
68 Disse o Abade l?olmém: • Foi l'Stc o g_itnero de
da que Oc\lli ensinoµ a üracl: ebstcr-t� da
quilo que 6 contrário il naturaz.t1, ou . fR, da lrn, da
ooneupl.s11 nela, da lnvr,ia, do ódio, dn moJ.!>dl�nclo
cm,r� o prmdmo, e do mais q11c peTl.c:ncc no vl'.'lho
homem,.
69. Um lrmüo pediu ao- Abade Polmé'm: •Olzc..me
uma palavra . Re!;ponclcu e.'!te: ,Os Padres
(1) Stlf,·•r IMtllç/lo ,,,,i.
lm�lll!ll��ill•• �P• <i•mihtloll ,<,
•lro.1 do, q_u,:, �"'"' nlr.> .no1t domlnmn, d, qu� n&(t 1CIÃ
me• n• 1tnu Vl'llJl&I.Wt,
240
1.llbcleccram como prin<:'iplo da obra a do1• devida
uo p cado» (1). frm;.o pediu de novo: •Dlic-me
outra p:úavra,. O nnchio re ·pondo:u, Quanto podes,
r�.e 1.n1bntho 111anu.tl, pai-a c111� com o; sew frutos
p1-.1ti<1ueh li miSurlcónllll, fl()IS c:st.á éScrllo que n
e. lllOla c a Cé purl!lcam dos j'h.'ClldOS,· (2). O frmiio
perguntou nine.tu: Q\tc" a k º'• O u1clft0 txpl cou· 1
2'3
sarlão: •Que !al't'i •� nn í o n!sp rl •u-lhn: n.
la 1e. e não m n U m mo (l).
80 Oi,;sc de novo: ão utendlls ,m teu corn ão
no homem do ciu I niio e Ul8 seguro,.
ftl Oi .o mais � d n.N!S n. tl m1 mo, krns
1rnnqiillidad •, qr.rnlqu •r CJU •ja o lug-.1r flU•'
habites
82 , e eriu trunlxm t ·r dito o Abnd S : clf.i
nm pudor l"l'U do -rotlo d<' ll'tr.•ridn1e».
83 o· tarnb,.,m que n vontnd,• rin,prin, 1•
pou� (2) e a ramlll.u·ldnd.. rotn uma e oulro
d rrubam o homem.
8-l Dls.sc alnd : • ío t�citurno, tcrt� tron-
11uilid,1d" cm touo lu ar u' hau tare't
115 A rec,pc,to do Abnd r:or rcfcr,u qu;, todoa o.
dl.1 punha um Inicio (31.
l'.ú, "m lrnmo p r• 1.u,tou :io A de Pulm,·m: •.'•
homem ror r.-olhido por algum p ,;, o e se
conv, :tPr, terá � fio junto de Oi;'US? O ancilio
pond u: • F.n · o qu� m;mdou os bom•u.q
q1.1e i,l m, Elr• m o nno jJertlouâ maiK do qu�
os ho11"11s? I)(! rato, El<' p l!UOtl O p dro: 'At,•
•tenia \'l'Zl15 <''• M).
( ll I■ ÁÓ,l.
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,.ncntos,. d,· modQ (\Ufl nunc.o peque ·po'T duf - V�jA�n�
o npcft,tgmn ""/ntinto,
(8) l'ohnl'Jn qu,dn. (li:l'r <tlll!, »e o ""'Ião n5o"" ,h......,
entl'ca(U.C! tntrrionnt.nU'. 8'! nao tivtUt 8�gó. '101 bens
11ue lhf'I hov·u1m 1fdo Jú.r1.ll.d.óai, nio t.orfa tblc:nsd.o a
ftrttr�(I. do.a. h,d.r-QU i't f)tfaâo, mu �ri• p.rocuTAdO •
eu lp-•101 , l!bol't6-lo•,
245
91 Disse o ,\bade Polmãm: <.O monge não se
· gúe1xa de i;un sorte; o mongti nlio n,tril>uJ o
mnl pelo má!; o monge nüo ê dado à ira>.
:�=�
devora e m1� acusa: 'Por qu caJste?' Obsorvou o
oncl!io: f.ll{n hora cm ()Uo o tionacm, tendo caldo eJn
culr/U. dl�: 'P('(JUl?I', ll QU!pa CCS!lO imontinenU�.
248
Se, póJs, Deus também n mim dispensau seus
bens (1), çluroi luJ objeto II oulrog QOmo l'S!Tlo.la ou
antas àquele c1uc mo deu?» Rl!lipondcu o ancião:
«Diante de Ocus o justo ' que restituas a este; );)ois
dc.'!lc era o objeto». Jü!plicou o i,•miio: <Se, J?Orétn,
eu lhe 1.,vàt• " d" não o qulse,· acel1 :;,.,·, mos dt5sct:
'V;u, o d(1,o cm esmolu a qw1m tJW$el'l"!l'. , qua hui de
rnzcr?• ReSJ)Ondeu o anelno: •Em vQ1'liadc, o objeto
dele. Se, por&m, o.Jgui!.l'I'\ te dü algo esr,011t.anea
m<lntc, sem l1w> o {)e�, tal objct,o li léd. Se, no
conu-,u·Jo, ll ,dcs, seja de urn monge, seja � um
sccul.:tc, e çlepols o p,:-oprleü,l'lo não quer receber o
obje10 do vbtt:a, o Justo 6 Que, CO/ll o conheclment.o
do 1wop1•lel(1rlo, d.és o objato como CSU)OI� cm C1ivor
do mesmo proprlMáti0• (2),
105. Do Abade Polmém ddizinm que ele nunca
qucrlu, 1:1:·oíerlr a sua ij!:n ten�a depois da àe
11rn ol1lro nclão, m s lo1wava plcnamc.ntc csm
oulra.
106. Disse o Abade Polmém:c;Mutt,os dos nO!SSOS
Pais se torna.raro in$1gné� nu ,11.lSterldade, mas
um ou oµu·o apenas se to!'rlou insf1;•1w pela diScti
i;llo•.
!Oi. Certa vez, t•stando o Abade !saque sentado
com o Abudc Pulmórn, ouvl1,He o canto do
galo, Aquele ct,tM p�rgunloll: �,\qul há d�as <tQI
Sd.�, ó Abade?, .Eslc' L'espondl!u: IISll(tllC, por 1tue
ma olJtigu� 11 fala!'? Tu e os teus scmeu,ru,tes ouvis
tals <1olsAA; o linmcm vigilante, porém, não se lm
fJOl'lrt c:om elas,.
ios. Diziam 11ue, se nlguns visitantes iam ter oom
o Abade Polmêfn, e..<rl:e os mandava procur.ar
prln,clramo11te o Abado Anube, por ser Anubc mais
f1J 11\to \i, M' uu pudM· um dfn dtaprrta.r �•,c.e obji"t.o.
(2) tau, é. çam n ldl(tí\f;'lt1 tJc, ,,u.· Din11 f..t1-çn 1-CdQn((al' (o86Q
étlmolra etnJ mor lm.cnto .(� antJ,rc, pl"Õf!Tictário.
249
\>elho. O A\lucl.c m,1he, pó�m. d� -lhes: cDlrlgJ •
•vos 11.0 meu Irmão Polt11i'•m, µois ele tem o carismt1
da palavra>, C1lSO o Alwd•• A.nubc Uvess sen
tado pcr10 do Abade Poimém, cs1c em absoluto não
rruavn t•m1uanw estivesse presente o Irmão>.
(1) HUC
(2) Mt 1,ll.
254
133 D e d, novo: <Mult s !W til moram po(let'ó-
sos; poucos, porém, so tornaram luoentlva
llorcs•.
131 O!MC ramb(•m. com gem!çlos: ..Todas as vlr-
tudti1 cntr1,rnm neslo Cll..'-', excelo uma, sém
a quaJ díflcil!i1entc pi!rn1anece o homem dl? p6».
Pcrgwrt.J,J•um-lhe enti'ió tfUlll é estu; oo que r<!Spon.
rk-U: •Qut, o ho(l1em censure a si mosmo,.
l3;j, DI. • muitils vc-;;l!S o Abade Poirném. <De
nada precusrunos n nii.o � de uma mente
vlgUant
L.'36. Um dos P11dres perguntou llD Aba� Polmê:m.
Qu m é que 115.q!m fala: 'Sou pnrtldp,o.oW
de lodO!I o!I que te temem?' (1) O ancião l'CSJ'lDl'I•
d<.'11: «E o pirllo Santo que 11.SSim fala>.
137. O ,4.b;ide Polmém referiu que um 1rm4o Sl!
dlrl:;rtu 8Q Abade Sbnilo tu)S(CS te.1-mos: <Se
,mio d4 cela e encontro méu lrm:Jo dlv111tMd11, láln·
bém eu divago com cic, e, se o cncontl'O nndo, tam -
1,cr!l L10 l'Olll cl ; a �r, qu1111do 1;olto à ccl.i. n o
po!iSO encont.rnr paz,. Dís,;r.,U, o anclão: • u�
tamli!m tu rir quando, au li!llres ti c,,ln, c'llcontra,
res n qw,m CJW rindo, t.umbém tu rnu1r quando
<'11con1rar a quem rta 11.11 mio, e, a segui�. aq
cnlral'\.>s em tllll cela, rnoontr,1r II li mcsruo como
" wva,;• Pl'rguntc;11 o irn,úo · Coinn ,. lslo pos
sh,el'. () anrt..o n'Sponduu: l'or d,•n11-o, n,antiim
i,.,uu�l , por fora, mt111l61n. gu�•·da•.
l!l6 Aw1d,• n,u,lol rnntn\,a o , ::,'ILlnta: ,O:,rta
vl-7. íi:,mO!I lc,r t,,111 o A\Jml, Polmt'm e OOITll'·
J
rn .. umos, d,'J)(lts do ,1u,,, di"-'<•-nos; W,:-yos. <k&
cunsol um puvcu, inndb:.•. Fonun, pois. ck'SCQIU(lr
um pJu�o· ,·u, 001 'ln, fl�ud para C!'f>O\'l!l":.Sa.r a só,
:orn o Abad. J•ofm(m. I"or oonsegi.íloto, lovantei•JM
(1\ $1 11 S,
265
e fui à cela dele. Ora, quando me viu chega., �,o1o
cou-se na pos!Cli,o de quem està dormíntlo. Com
eféllo, era costum do anciijo fazer ludo d modo
dcSJ)(!rcealdo.
139. Disse o Abape Polm�m: •Se vires cspetíículos
e ouvires discursos, não os contes a teu pró
ximo, pois são um subversão bêlh::n•.
140. Disse de novo: •Em prlmcil'o lu,:nr, Ioie uma
va; m !ll,gu,1clo Jugar, fogé; em te1-célro lu
g8J', torna-ti! urna espada,.
J.41. Dls.�e de no\'0 o Abnde Polmém no bnde
.lsagUo: cTo1·110. leve umo Ptll'lC /la tun jus.
t:lçn, e ent-ontnuw paz nos poucos dias de tua vida>.
;IA2. Um Irmão foi v!Sllllr o Abade l'olmém. e,
estando nlgw1s &:ntndos juntos, põs-1;c n lou
var outro irmiio, porque 1/StC odlnn1 o mw. Enwo
o Abade Pohném perguntou,the, •E quo é odiar o
mal?, O lrmiio ílcóu pertui-lmdo e nlio enconlrou
resposta: levantou-se, pois, e prosU'Ou-se diante do
anclllo, l)(?dlndo: cOJzl!-mc o que · odínr o mal•.
'Respondeu .Poimém. cOdlor o mal conslslll cm que
alguém odeie os próprios pecn!'los c consldere justo
o se\J próxlmo•.
143. Um lrmiio foi ler com () Abllde .Poim� e
pQt"ftl,U1IQu-lh1:· •QUt> d<IVO fitr.lll'?> E.,qte l'CS·
póndeu: •Vni e nssocla-t1• a quem diz: 'Que f: que
N1 «uem?1 E �ntr.1r!is �o"ógQ•.
1M. O Abade José referiu n scguln:to narrativo
do Abade Illaque: ,Certa vtlZ c-s1.11va Sl'ntndo
com o Abade Poimôm e vi-o entrar em êxtase; jà
que eu tinha grande (amillw·lclud(.lu 1-'0m ele. pros
trei-me dct>ais diante dele o r,erguntcl-lhe, 'D17.11,mo
onde e$t:lvàs', Constranttlclo. r�spondcu· ''dlnhn
mente estM.a no lugar cm que $1).ntl! 1'1fnrít1, a Mi\J!
do OcU5, esteve, e chorava junto à cruz do Salva
dor: cu quisera chorar sempre desse modo',,
256
145. Um Irmão perguntou ao Abade Pohném: •Que
ía1'CJ conlJ•o esta carga que me L'tnnpl'ime?•
Respondc1.1: •.As nuws, f)()(Jucnas e granel!8, levam
fnturõcs; no cnso de [aliar vt>nto tnvo1·ávcl, os rnn
i'inhelros colocam esst•s cinturões sobt'C o pchu, rnu
nc-m-sc de cordu,, e ttSslrn aos poucos vão PIV<lllldo
a nuvc, nt • que Deus mond o vento; quando, Po·
rtm, ollsci'Vom oua oproxlmam as trevas, apres
sam-se cm voltur o nave e lançam a âncora, para
que n cmbarcu�Ao nr:o fiqu' L•rruntc•.
146 m Irmão lntrrrogou o Abade Pofmém o Tl$-
p •ilo dos ussaltos elos maus pensamentos.
íl.l-;ptJnd<'u-lhr o •. nclúo: Is.o se o. •melhn a um
homem quo t<'m fogo à f>S<)ucrda e um rcSP1Yat6rio
de (lgun à dlrelln; uma ,r-, ac<'bo o rogo, tome âgua
do reservatório ? apague-o. O fogo ó u mente do
1nfmlgo, cnquan:o a ãgua sf_gniffcu prostrar-se cm
J)l'{'SNl<:n de Deus•.
l 17. m lrmúo perguntoll oo Abnd Polmém: •Que
(; melhor r111w· ou c:lla1·-s07• Respondeu o
anel o: «Aquele que rala por cousa de Deus, fa.2
oom; e aqucf que 'lt? cnfn Por causa de Deus, faz
oom•.
148. Um frm!o pergun1ou no Abndr Polmém:
,Como po1k o homrm l'Vllar dizer palnvrns
duras 110 próximo•• R�spr,ndcu o ancião: cNós r
(H nosros Lrmiio, orno� 1l11n.s lm�s: iodas ns vc-
7.c'� flll<' o homem l-Oll!dd()rn n �1 mesmo e se ncusa,
o 1rm1H> lhe J)0t\.'('0 (ll'{Tlo tle huru'1t; t1ua:udo, porém,
o hom•'m SI' J11l�n bom, acho o Irmão mau em com
parar.iío n <'lf>.
JA9 m lrmiio lnl<'Tl'OI\Oll o Ab�d" ?oim<'m n r S·
r>"fto rtn ftCklin ( ll. Rrspond�1-lhr o nnri<lo:
, A o�dln ,;e rncontrn !'m todo lnklo, l' ni,o h:\ pai•
. P.a pior do <JU� !'lo. Se, porl•m, o ho111em 11 d-
1,r<' r r�c,onhCC<.• (JIIC (, ri�. ncontra paz•·
U) A u·k\-a ,. "'dctànhnc') n:1 vida esrtrltull.l.
257
fNDTCE
5 /\prt>s<'ntacno
!) Pr1•rr,dn
L1"'l!8A LFA
11 Do Abadl.' Antão
21 Do Abade AMiênlo
36 Dv AlJaílc Agmao
44 Do Aoodc Amonas
48 Do Ahnde Aqulaz
50 Do Abnde Amóés
52 Do /\\Jade Amum do :Sh.rla
f>-1 Do Abllcl•• Anulx'
5-1 Do Abade braão
55 Do A!mdc Ar!!
5G Do Abade Alõnlo
57 Do Al de Afl
:\7 Do J\bad" ApoJQ
r, Do AI ade Andr�
m1 Do Abade Alo
5D Do Abttd<' Amonntnz
LETRA BETA - B
61 Do Grande BMílln
62 Do Abndl? Bcssnrliío
66 Do Abade Bmjamim
G7 Do Abade Biare
Ul':ffi.A G.All.lA - G
U:TJIA DEJ,TA - D
LETRA l'lPSlLON - E
LETRA ZETA - Z
97 Do Abndr Zona
100 Do Aba� Z:tcarlns
LlüTRA l!.'TA. - E
1<13 Do Abati� lsafa�
lOS Do Atlàd•• Elia�
107 Do Abncle llcniclio
Ui:TRA JOTA - 1
121; Do Al,nclc Joí,o Curto
137 Do Abade João, o Cenobita
138 Do Abade Isidoro
110 Do Abade lsfdoro d0 Pelúsi.o
141 Do Abade Isaque, 11 Presbítero dos Céllus
144 Po Abade ,Josl! de Panefo
147 Do Abafü• Tinge
148 Do Abade J-0 rnz
148 Do Abade João, o Eunuco
149 Do Abade dM Céllas
150 Do Abade Isidoro, o Presbitero
151 Do Aba.de .João PP.tsa
154 Do Abade João Tebano
154 Do Abade João, o dis<;ípulo do Abade Paulo
155 Do Abade Jsaquo Tebano
156 Do Abade Josc Tebano
15.6 Do Abade Hlfnrlfio
157 Do Abade !sq11iriiío
LETRA RAPA - K
159 Do Abad� Cl\llSfano
l&J Do Abade Cnl'l�o
l G6 Do Abade Ciro
LETRA LAJIIBDA - L
167 Do Abade Lúcio
168 Do Abade Lote
169 Do Abade Longlno
LETRA �m - ftf
l 73 Do Abada Mací1rlo Efllpclo
191 no Ahnd foioos
197 Do Abade l\1ato6i
200 Do Áb.t(le Marco.-, diScipulo do Abndt' Sllvono
2(\2 Do Aba.ri!' Mílr-slo
204 Do Abade Módo
205 Do .Abnde :,.1rdtlo
206 Do ,\bade Mlós
'lJJ7 Do Aoode ;\lnreo,, o Egfpclo
209 Do Ab:td<' :-.i cãr!o, dll Cldad,•
L.foJlllA
211. Do i\bnde • llo
212 Do Abade NlstProo
21 1 Do Abadr Ni!llm)o. o Q>noblla
214 Do bade lcoo
2l5 Do Abade Ne�
21G Do Abadl.' NTl!f'\IJ.�
I..l!,,r&A omORON - o
21!) Do Abade Ollmplo
220 Do Aba@ Orsisio
U.'TRA l'J - p
223 Do Abade Polmém
262