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1. INTRODUÇÃO
As fermentações descontínuas as quais são realizadas em um reator batelada, se tornou a mais executada
para a obtenção de muitos produtos fermentados. Seu processo de produção ocorre a partir da inoculação da
solução nutriente esterilizada contida no fermentador, e em seguida é incubada. Como se trata de um processo
em batelada, logo nada é adicionado durante o processo, porém, existe algumas exceções, como adição de
oxigênio (para processos aeróbicos), ácido ou base (para controlar o pH) e antiespumante. Ao final do processo
de fermentação, o meio fermentado é direcionado aos tratamentos finais [1].
Em processos fermentativos alcoólicos e principalmente industriais, utiliza-se muito a Saccharomyces
cerevisiae. São leveduras mesófilas, a qual de acordo com o processo fermentativo as características de cada
linhagem sua, são afetadas. As linhagens são selecionadas de acordo com as características desejáveis quanto ao
processo e ao produto, como por exemplo, a produtividade e a eficiência da fermentação, e as resistências às
altas concentrações de açúcares [2].
2. RESUMO
O referido projeto foi desenvolvido utilizando-se como base os dados obtidos da dissertação de
mestrado referente a Influência de campos magnéticos na fermentação alcoólica descontínua [2]. O objetivo da
pesquisa foi avaliar a influência do campo magnético sobre a fermentação alcoólica em modo descontínuo,
utilizando-se o microrganismo Saccharomyces cerevisiae comercial como inóculo e glicose (PA) como fonte de
carbono e energia (substrato). Por se tratar de um microrganismo mesofilo, os dados do procedimento utilizados
no projeto, foram obtidos a temperatura controlada de 32 ºC.
Para a elaboração do trabalho usado como fonte de referência, utilizou-se o fermentador Biolafitte de 15
litros de capacidade nominal com bomba de recirculação (marca ProMinent, modelo beta/5, vazão máxima de 32
L.h-1). Assim, a tabela 01, fornece os dados de tempo (t), concentração de substrato (S), concentração celular
(X) e concentração de produto (P), obtidos no trabalho de referencia. Desta forma, pode-se calcular o número de
células viáveis ln (X/X0).
Tabela 01: Dados experimentais do ensaio nº 20 em fermentador, programado com S0= 140 g.L-1, X’0= 100
g.L-1 (matéria úmida) sem recirculação
Dados Experimentais
t (h) S (g.L-1) X (g.L-1) P (g.L-1) ln (X/X0)
0 131,1 13,4 0 0
1 116,6 14,2 6,7 0,057987
2 84,2 16,9 18 0,232059
3 36,9 21,1 32,3 0,454018
4 0,8 23,5 46,9 0,561746
5 0,6 24,8 48,4 0,615589
6 0,6 24,8 48,4 0,615589
Fonte: Adaptado pelo autor da LOPES (2008).
1
A partir dos dados experimentais da Tabela 01, pode-se plotar o Gráfico 01 do número de células
viáveis ln (X/X0) em função do tempo (h), onde foi possível obter o valor de μmáx que corresponde ao valor do
coeficiente angular da reta.
ln (X/Xo) x t (h)
0,8
0,7 y = 0,1176x + 0,0097 R² = 0,9272
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
ln
0,1
0
01234567
t (h)
Com os valores da Tabela 01 calculou-se o rendimento celular (Y X/S) equação (1), o rendimento em
substrato (YP/X) equação (2), e o rendimento em produto (Y P/S) equação (3), com o valor de μmáx obteve-se a
velocidade específica de formação de produto μP equação (4) e a velocidade específica do consumo de substrato
μS equação (5), obteve-se os dados da Tabela 02.
𝑑𝑋 𝑋𝐹 − 𝑋0
𝑌𝑋⁄𝑆 = = (1)
−𝑑𝑆 𝑆0 − 𝑆𝐹
𝑌 = 𝑑𝑃 = 𝑃𝐹 − 𝑃0
(2)
𝑃⁄𝑋
𝑑𝑋 𝑋𝐹 − 𝑋0
𝑑𝑃 𝑃𝐹 −
𝑌𝑃⁄𝑆 = 𝑃0 (3)
−𝑑 =
𝑆 𝑆0 − 𝑆𝐹
Calculou-se também, o tempo de batelada dos dados experimentais para a concentração celular (X)
equação (6), a concentração de substrato (S) equação (7), a concentração de produto (P) equação (8) e o tempo
de geração em batelada tG equação (9), obteve-se os dados da Tabela 03.
1 𝑥
𝑡𝑏 = ∙ ln ൬ 𝑥 ൰ (6)
µ𝑚á𝑥 𝑂
2
1 ۇ
𝑡𝑏 = 𝑆𝑂 − 𝑆 ۊ
µ𝑚á𝑥 ∙ ln 1 + µ (7)
ۈ ൭ 𝑚á𝑥 + 𝑚 ൱ ∙ 𝑥 /µ ۋ
𝑌𝑋 𝑠 𝑂 𝑚á𝑥
𝗁 𝑆 ی
1 𝑃 − 𝑃𝑂
𝑡𝑏 = ∙ ln ൮1 + ൲ (8)
µ𝑚á𝑥 ൬µ𝑚á𝑥 ∙ 𝑌𝑃 + 𝑚𝑃 ൰ ∙
𝑥𝑂 /µ𝑚á𝑥
𝑆
𝐿𝑛(2)
𝑡𝐺 = (9)
µ𝑚á𝑥
Tabela 03: Cálculo do tempo de batelada dos dados experimentais
Tempo de Batelada Experimental
X 5,2346 h
S 5,2005 h
P 4,9146 h
tG (h) 5,8941087
Fonte: AUTORES, 2022.
Com base nos dados experimentais, pode-se obter os dados teóricos para o presente trabalho. Assim,
tomou-se como referência o tempo (t) e os valores iniciais da concentração de substrato (S), concentração celular
(X) e concentração de produto (P). Por meio das equações (10), (11) e (12) respectivamente, obteve-se os novos
valores para S, X e P. O valor da Função objetivo pode ser calculado através da equação (13) (Tabela 04).
𝑆 ∙ℎ
𝑆𝑡+ℎ = 𝑆𝑡 − ൬ µ𝑚á𝑥 ∙ 𝑆𝑡 ൰ ∙ 𝑡 (10)
(𝐾𝑆 + 𝑆𝑡) 𝑌𝑋/𝑆
µ𝑚á𝑥 ∙ 𝑆𝑡
𝑋𝑡+ℎ = 𝑋𝑡 + ൬ ൰ ∙ 𝑋𝑡 ∙ ℎ
( 𝐾 𝑆 + 𝑆𝑡 ) (11)
µ𝑚á𝑥 ∙ 𝑆𝑡
𝑃𝑡+ℎ = 𝑃𝑡 + ൬ ൰ ∙ 𝑌𝑃/𝑆 ∙ 𝑋𝑡 ∙ ℎ
(𝐾𝑆 + 𝑆𝑡) (12)
3
Desta forma, a partir dos resultados experimentais e teóricos (Tabelas 01 e 04 respectivamente) foi
possível plotar o gráfico em função do tempo para a concentração de substrato (S) Gráfico 02, concentração
celular
(X) Gráfico 03 e concentração de produto (P) Gráfico 04.
Substrato
140
120
100
80
60
S (g.L-
40 Experimental
20 Teó rico
0
-20 0
2 4 6 8
t (h)
Célula
30
25
20
15
10
X (g.L-
5
0 Experimental
Teó rico
02 4 6 8
t (h)
Produto
60
50
40
30
20
P (g.L-
10
0 Experimental
Teó rico
02 4 6 8
t (h)
4
A partir dos gráficos obtidos, pode-se observar, que os dados teóricos tem uma boa proximidade com os
dados experimentais, assim pode-se ter confiabilidade nos resultados obtidos através dos cálculos.
Com o valor da Função Objetivo (Tabela 04), foi possível obter o valor de Ks por meio do Excel,
aplicando-se a ferramenta “solver”, a qual, a mesma foi aplicada também para obter-se os valores de μ máx, YX/S e
YP/X. Os valores de μP e μS foram obtidos a partir das equações 4 e 5 respectivamente, obteve-se os dados da
Tabela 05.
Calculou-se também, o tempo de batelada dos dados teóricos para a concentração celular (X) equação
(6), a concentração de substrato (S) equação (7), a concentração de produto (P) equação (8) e o tempo de geração
em batelada tG equação (9), obteve-se os dados da Tabela 06.
Considerando que a produção seja de 150L/dia, mas como sabemos que o processo fermentativo produz
espuma, também devemos levar esse ponto em consideração e usar uma margem de 20% de produção de
espuma, desta forma aumentaremos o volume, para que o dimensionamento do tanque leve em consideração a
formação de espuma e não transborde.
Então a produção será 180L/dia. Usando a seguinte equação calcularemos o valor do diâmetro,
considerando um tanque cilíndrico:
𝜋𝑑2ℎ
𝑉=
4
Operando com um impelidor do tipo Rushton com 6 pás planas (Figura 01) considerando: a velocidade
de 150 rpm, a massa específica 1280 Kg/m3 e viscosidade 0,018 Kg/m.s. Com esses valores é possível calcularmos
a potência seguindo os seguintes passos:
1- Calcular o número de Reynolds com a seguinte equação:
𝜌𝑁𝐷𝑖2
𝑅𝑒 =
𝜇
5
Re = 4.534,06
𝑃
𝑁𝑝 =
𝜌 . 𝑁3. 𝐷𝑖5
𝑃 = 11,22 𝑊
6
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] SCHMIDELL,Willibaldo. et al. Biotecnologia industrial, v.2: engenharia bioquímica. São Paulo: Edgard
Blucher Ltda, 2001.v.2., 540. p.
[2] LOPES, Pollyana. Influência de campos magnéticos na fermentação alcoólica descontínua. Orientador:
José Alberto Domingues Rodrigues. 2008. 103 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Processos Químicos e
Bioquímicos) - Escola de Engenharia Mauá do Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia, São
Caetano do Sul, S.P, 2008. Disponível em: https://repositorio.maua.br/bitstream/handle/MAUA/128/MS%20-
%20Pollyana%20Lopes.pdf?sequence=1. Acesso em: 23 out. 2022.
[3] MENEGUITE, André Felipe; BRANDÃO, Caio Sparenberg. Análise do processo de produção do
hidromel. Orientador: Fernando Cunha Peixoto. 2019. 125 f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em
Engenharia Química) - Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2019. Disponível em:
https://app.uff.br/riuff/handle/1/10494. Acesso em: 29 out. 2022.