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Importante observar o que remonta o disposto no art. 5º, XXXIV, “a” e “b”,
da Constituição Federal de 1988, vejamos:
[...]
Por fim, convém asseverar a presença de desvio de poder (1) por parte
da Administração Tributária Municipal, haja vista ser a certidão negativa um instrumento
que deve se limitar a comprovar a situação fiscal do contribuinte, sendo ilícita a sua
sonegação para viabilizar a cobrança de tributos que não lhe dizem respeito.
1
Explica o saudoso Miguel Seabra FAGUNDES (Controle dos atos administrativos pelo Poder Judiciário,
p. 90-3): “A atividade administrativa, sendo condicionada pela lei à obtenção de determinados resultados,
não pode a Administração Pública deles se desviar, demandando resultados diversos dos visados pelo
legislador. Os atos administrativos devem procurar atingir as consequências que a lei teve em vista quando
autorizou a sua prática, sob pena de nulidade. (...) Não importa que a diferente finalidade com que tenha
agido seja lícita. Mesmo moralizada e justa, o ato será inválido, por divergir da orientação legal”.
2
“Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração
pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e
lealdade às instituições, e notadamente:
I – praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto na regra de
competência; (...)” (grifos acrescidos).
3
“Constitui também abuso de autoridade: (...)
h) o ato lesivo da honra ou patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando praticado com abuso ou desvio
de poder ou sem competência legal” (grifos acrescidos).
Resta clareza solar, que a cobrança de taxa para emissão da Certidão de
Débitos Municipais por parte da administração tributária municipal é, de fato,
INCONSTITUCIONAL.
[...]