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O que se observa, é que o enunciado da Súmula faz referência a parentesco até o terceiro
grau. Logo, os primos por exemplo, não são alcançados pela vedação imposta, já que são parentes
em 4º grau.
Há que se observar ainda, eu há exceções às nomeações de natureza política. O Supremo
Tribunal Federal, ao tratar da Súmula Vinculante n° 13 e agente político decidiu que:
(...) A nomeação de parentes para cargos políticos não implica ofensa aos princípios que regem a
Administração Pública, em face de sua natureza eminentemente política, e que, nos termos da
Súmula Vinculante 13, as nomeações para cargos políticos não estão compreendidas nas hipóteses
nela elencadas. Dessa forma, não seria possível submeter o caso do reclamante - nomeação para
o cargo de Secretário Estadual de Transporte, agente político - à vedação imposta pela referida
Súmula Vinculante, por se tratar de cargo de natureza eminentemente política (Rcl 6650 MC-
AgR/PR, rel. Min. Ellen Gracie, 16.10.2008. Rcl-6650 - Inform. STF 524 – out/2008 – sem grifo no
original).
1Idem. p. 29.
2 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro.36ª Ed. São Paulo: Malheiros. 2010. p. 89.
Embora surjam questionamentos e descontentamentos da parte de muitos, pelo que se viu
do disposto na Sumula Vinculante n° 13 e do julgado do STF, se um prefeito nomeia seu irmão para
secretário de obras, ou se um governador nomeia sua filha para o cargo se secretária da educação
não há ilicitude em tais atos.
2.4. Princípio da publicidade
O objetivo do princípio da publicidade diz respeito à transparência dos atos administrativos,
e consiste na divulgação dos atos oficiais do poder público para conhecimento dos cidadãos.
Na verdade, a publicidade é um requisito de eficácia o ato administrativo, e este, enquanto
não publicado, não produzirá efeitos.
Os atos administrativos devem ser publicados no diário oficial, por meios eletrônicos ou
afixados no átrio das repartições públicas.
Frise-se que há exceções, caso em que não se aplica o princípio da publicidade, devendo
a ato ser revestido de sigilo.
A Constituição Federal em seu artigo 5°, inc. XXXIII afirma que todos têm direito a receber
dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que
serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
A Lei n. 12.527/2011 que regula o acesso a informação, em seu art. 23 informa que são
consideradas imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado e, portanto, passíveis de
classificação as informações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam:
I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integridade do território nacional;
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as relações internacionais do País, ou
as que tenham sido fornecidas em caráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais;
III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população;
IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica ou monetária do País;
V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégicos das forças armadas;
VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desenvolvimento científico ou tecnológico,
assim como a sistemas, bens, instalações ou áreas de interesse estratégico nacional;
VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autoridades nacionais ou estrangeiras e
seus familiares; ou
VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de investigação ou fiscalização em
andamento, relacionadas com a prevenção ou repressão de infrações.
Por derradeiro, exsurge destacar que apenas os atos que produzam efeitos contra terceiros
é que devem ser publicados não havendo necessidade de publicação dos atos de mero expediente,
que fazem parte da rotina da Administração Pública.
2.5. Princípio da eficiência
O princípio da eficiência não constava na redação original do art. 37, caput da CF, sendo
que sua inclusão adveio pela Emenda Constitucional 19/1998.
O princípio da eficiência, também denominado de princípio da qualidade dos serviços
públicos, exige que a Administração Pública preste com eficiência, qualidade e celeridade os
serviços públicos, de modo a suprir as necessidades dos administrados. Ou seja, atividade
administrativa exercida com maior precisão com menor gasto possível. É o que se denomina de
serviço adequado.
Observa-se que o princípio da eficiência está intimamente ligado à administração
gerencial.
3. OUTROS PRINCÍPIOS
3.1. Princípio da razoabilidade
Também conhecido como princípio da proibição do excesso, é aquele que impõe o agente
público tem o dever de agir dentro de um padrão normal, evitando-se assim excessos e abusos que
eventualmente possam ocorrer.
3.2. Princípio da proporcionalidade
Significa adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e
sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público
(art. 2º, parágrafo único, VI da Lei 9.784/1999)
A importância desse princípio se verifica especialmente nos atos de polícia administrativa.
Por exemplo: uma infração leve deve corresponder a uma sanção leve, como advertência e não
suspensão. Não é razoável nem proporcional que um supermercado seja interditado pelo fato de
ter alguns pacotes de trigo com prazo de validade vencidos.
3.3. Princípio da autotutela
A autotutela significa que a Administração Pública tem autonomia para controlar seus
próprios atos, podendo anulá-los ou revogá-los.
Nesse sentido é o art. 53 da lei 9.784/1999, ao prescrever que a Administração deve
anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogar por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitando-se os direitos adquiridos.
3.4. Princípio da motivação
A motivação é a indicação dos fatos e fundamentos para a prática do ato administrativo
(art. 2º da Lei 9.784/1999).
Segundo Hely Lopes Meirelles3 é possível a motivação aliunde, ou per relationem e esta
se dá quando a motivação consistir na declaração de concordância com fundamentos de anteriores
pareceres, informações, decisões ou propostas, e, neste caso, serão parte integrante do ato (art.
50, §1° da Lei 9.784/1999).
4. PODERES ADMINISTRATIVOS
4.1. Poder vinculado (ou regrado)
No poder vinculado o agente público não tem liberdade para decidir e avaliar a
conveniência, oportunidade ou não do ato, pois a própria lei indica a forma de agir.
É o caso por exemplo de um pedido de aposentadoria por um servidor que preenche os
requisitos de idade e tempo de contribuição. A Autoridade administrativa não pode tomar outra
decisão a não ser conceder, tendo em vista que a lei estabelece os requisitos para aposentadoria.
4.2. Poder discricionário
O poder discricionário é aquele que confere ao administrador público liberdade para decidir
se determinado ato é ou não de interesse público, levando em conta os critérios de conveniência e
oportunidade.
4.3. Poder hierárquico
Hely Lopes Meirelles4 afirma que “poder hierárquico é o que dispõe o Executivo para
distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes,
estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal”.
O poder hierárquico tem como característica a subordinação entre seus órgãos e agentes,
ressaltando-se que a subordinação se dá no âmbito de uma mesma pessoa jurídica.
Não há relação hierárquica entre diferentes pessoas jurídicas, tampouco entre os poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário.
4.4. Poder disciplinar
O poder disciplinar advém do poder hierárquico, sendo conferido ao administrador público
para apurar as infrações e impor penalidades, aplicando-lhes sanções de caráter administrativo,
inclusive, com aqueles que contratam com a administração pública ou a elas se sujeitam, a exemplo
das concessionárias ou permissionárias do serviço público. Pode ser exercido por alguém que não
seja superior hierárquico daquele que está sendo investigado.
O Estado, ao apurar as infrações cometidas por seus agentes, objetiva responsabilizá-los
aplicando-lhes as penalidades previstas em lei, observando-se, contudo, os princípios da ampla
defesa, contraditório (art.5º; LIV e LV da CF), razoabilidade, proporcionalidade e motivação (art. 2º,
caput da Lei 9.784/1999).
O art. 127 da Lei n. 8.112 prevê seis penalidades para as faltas cometidas por servidores
públicos estatutários federais. São elas: I - advertência; II - suspensão; III - demissão; IV - cassação
de aposentadoria ou disponibilidade; V - destituição de cargo em comissão; e VI - destituição de
função comissionada.
5. POLÍCIA ADMINISTRATIVA E POLÍCIA JUDICIÁRIA