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UNIVERSIDADE PÚNGUÈ

Faculdade de Geociência e Ambiente

GESTÃO DE OPERAÇÕES (GESTÃO DE ESTOQUES)

Gestão Ambiental e Desenvolvimento Comunitário

Azarias Armando Nhari

Oliva D. Alexandre Nur

Tomás Samuel Gavisse

Tete, Agosto de 2023


Azarias Armando Nhari

Oliva D. Alexandre Nur

Tomás Samuel Gavisse

GESTÃO DE OPERAÇÕES (GESTÃO DE ESTOQUES)

Trabalho de Carácter Avaliativo a ser apresentado na


cadeira de Desenvolvimento de Pequenas, Medias e
Microempresas, no curso de Gestão Ambiental e
Desenvolvimento Comunitário com habilitação a
ecoturismo no Departamento de Ciências da Terra e
Meio Ambiente.

Msc. Ivos Baulene

Tete, Agosto de 2023


Índice
1 Introdução............................................................................................................................ 5

1.1 Objectivos: ................................................................................................................... 5

1.1.1 Geral ..................................................................................................................... 5

1.1.2 Específicos ............................................................................................................ 5

1.2 Metodologia ................................................................................................................. 5

2 GESTÃO DE OPERAÇÕES (GESTÃO DE ESTOQUES) ............................................... 6

2.1 Conceitos e definições ................................................................................................. 6

2.2 Noção ........................................................................................................................... 7

2.3 Função .......................................................................................................................... 8

2.4 Vantagens e desvantagens da constituição do estoque ................................................ 8

2.4.1 Vantagens ............................................................................................................. 8

2.4.2 Desvantagens ........................................................................................................ 9

2.5 Tipos de estoques ....................................................................................................... 10

2.5.1 Estoque normal ................................................................................................... 10

2.5.2 Estoque de segurança.......................................................................................... 10

2.5.3 Estoque de Antecipação...................................................................................... 11

2.5.4 Estoque no Canal de Distribuição ...................................................................... 11

2.5.5 Estoque de Desacoplamento ............................................................................... 11

2.5.6 Estoque em Trânsito ........................................................................................... 11

2.5.7 Estoque afetado................................................................................................... 11

2.5.8 Estoque global .................................................................................................... 11

2.5.9 Estoque Hedge .................................................................................................... 12

2.6 Classificação dos Estoques ........................................................................................ 12

2.7 Entidades intervenientes ............................................................................................ 13

2.8 Princípios da gestão de estoques ................................................................................ 14

2.8.1 Definição e objetivos de gestão de Inventário .................................................... 14


2.8.2 Gestão económica dos estoques ......................................................................... 14

2.8.3 Análise ABC ....................................................................................................... 15

2.9 Custos associados aos estoques ................................................................................. 15

2.9.1 Custos operacionais associados à estocagem da mercadoria.............................. 15

3 Conclusão .......................................................................................................................... 16

4 Referências Bibliográficas ................................................................................................ 17


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1 Introdução
O presente trabalho tem como tema Gestão De Operações (Gestão De Estoques).

A Gestão de Estoques assume nas empresas modernas um papel fundamental, sendo uma das
ferramentas mais importantes ao dispor da gestão para maximizar os seus resultados líquidos.
A manutenção de um nível adequado de estocagem é um desafio que e colocado aos gestores,
já que é necessário minimizar os custos de estocagem, não pondo em risco a operacionalidade
de toda a logística das empresas. (Chase et al. 2004)

A procura crescente por níveis cada vez mais altos de serviço e qualidade pressiona as
organizações a terem maior agilidade e a direccionarem as suas actividades para a satisfação do
cliente final, traçando todos os seus sistemas e procedimentos com o objectivo principal de
melhorar a velocidade e a confiança da resposta.

1.1 Objectivos:
1.1.1 Geral
• Abordar sobre gestão de estoques;

1.1.2 Específicos
• Identificar e caracterizar técnicas de gestão de estoques.;
• Utilizar os principais instrumentos de controlo e informação de estoques.;
• Tipos de estoques;

1.2 Metodologia
Para a compilação do trabalho usou-se os seguintes métodos de pesquisa científica:
• Revisão bibliográfica, na qual consistiu em consultas de obras já publicadas, segundo
(Gil, 1991).
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2 GESTÃO DE OPERAÇÕES (GESTÃO DE ESTOQUES)

2.1 Conceitos e definições


Gestão de operações tem a ver com a forma como as organizações geram seus produtos e
serviços. Tudo que você veste, come, senta sobre, usa, lê chega até você graças aos gerentes de
operações que organizam suas produções. Todo livro que você pega na biblioteca, todo
atendimento que você recebe no hospital, todo atendimento que você tem nas lojas e toda aula
a que você assiste na universidade — todos foram produzidos (CORRÊA, 2008, p. 24).

De acordo com Chiavenato (2005), estoque é a composição de materiais (matérias-primas,


materiais em processamento, materiais semiacabados, materiais acabados, produtos acabados),
que em determinado momento não é utilizado na empresa mas que será utilizado futuramente.
Desta forma, o conceito de estoque inclui toda a variedade de materiais que empresa possui e
utiliza no processo de produção de seus produtos e/ou serviços.

Genericamente, estoque é a existência de qualquer artigo ou recurso utilizado numa


organização. Um sistema de estoques é o conjunto de políticas e controlos que fiscalizam os
níveis de estoques e determinam que níveis devem ser mantidos, quando se deve reabastecer o
estoque e qual deve ser a dimensão das encomendas (Chase, 1995).

Freitas (2008) considera a gestão de estoque uma das atividades chave para a administração da
empresa, pois ela está relacionada com a eficiência das empresas em gerirem seus processos.

Os estoques têm naturezas diferentes. Alguns constituem os chamados estoques


“involuntários”, enquanto outros são “necessários”, por serem essenciais à normal cadência da
produção. Esta classificação deriva, em boa medida, das principais razões que motivam a
existência de estoques (CENCAL, 2004):

➢ Diferentes ritmos dos fluxos de entrada e saída de inputs e outputs;


➢ Erros de previsão da procura;
➢ Prazos de fornecimento e pouca habilidade na negociação dos prazos acordados;
➢ Deficiências de qualidade;
➢ Produção antecipada para reduzir o tempo de resposta aos clientes;
➢ Produção antecipada para regular as oscilações da procura e para compensar
irregularidades da fabricação (avarias, paragens, etc.);
➢ Mudanças de fabrico.
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Um estoque é um conjunto de artigos que esperam uma utilização mais ou menos próxima.
Assim, tanto é estoque a mercadoria existente num espaço de venda como a que existe num
armazém, como a que há na despensa de nossa casa.

A gestão de estoques e, dito de forma simplificada, o conjunto de ações que visa manter o
estoque ao mais baixo nível em termos quantitativos e de custo, garantindo simultaneamente o
fornecimento regular da empresa e a melhor execução das tarefas de aprovisionamento e
armazenagem.

Assim, a gestão de estoques tem como objetivo definir quais os produtos a encomendar, qual a
altura em que devem ser encomendados e em que quantidade. (Render 2000)

A complexidade desta missão e proporcional ao número de produtos comercializados pela


empresa e ao volume de vendas de cada um deles.

2.2 Noção
Estoques, consiste em todos bens e materiais que são armazenados por uma determinada
organização para serem consumidos/utilizados no futuro.

Gestão de estoques é um Conjunto de operações que permite, após conhecer a evolução dos
estoques, que se verificou na empresa, formular previsões destes e tomar decisões de quanto e
quando encomendar na finalidade de conseguir a melhor qualidade de serviço ao mínimo de
custo. (MACHADO, V. H. 1989)

O objetivo da gestão de estoques envolve a determinação de três decisões principais:

➢ O que comprar;
➢ Quanto comprar;
➢ Quando comprar.
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2.3 Função
Exemplo do abastecimento de água:

Os consumos só excecionalmente são regulares, por isso o gestor é obrigado a estudar, em


função do consumo, qual o nível ou estoque de água mais conveniente que deve manter no
reservatório, ou seja, que quantidade de água deve mandar fornecer e em que períodos de modo
há que não haja desperdício, nem de menos, o que ocasionaria faltas de água.

2.4 Vantagens e desvantagens da constituição do estoque


2.4.1 Vantagens
Ballou (1993), Chiavenato (2005) e Silver e Peterson (1985) complementam as seguintes
vantagens de ser manter um estoque:

➢ Para assegurar o consumo regular de um produto em caso de a sua produção ser


irregular;
➢ Geralmente, na compra de grandes quantidades beneficia-se de uma redução do preço
unitário;
➢ Não sendo prático o transporte de produtos em pequenas quantidades, opta-se por
encher os veículos de transporte no intuito de economizar nos custos de transporte, o
que se traduz numa constituição de estoque;
➢ A existência de estoque pode-se justificar apenas pela legítima preocupação em fazer
face às variações de consumo;
➢ Para prevenção contra atrasos nas entregas, provocados por avarias durante a produção,
greves laborais, problemas no transporte, etc;
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➢ Armazenamento de produtos, se a produção for superior ao consumo, em alturas de crise


poderá contribuir para evitar tensões sociais;
➢ Beneficia-se da existência de estoque, quando este evita o incómodo de se fazer entregas
ou compras demasiado frequentes;
➢ Melhorar o nível de serviço;
➢ Possibilidade de reação instantânea à solicitação de clientes;
➢ Permitir economia de escala em compras e transporte;
➢ Proteção contra aumento de preços;
➢ Proteção contra o tempo de reabastecimento;
➢ Segurança contra contingência;
➢ Capacidade de amortecer variações no sistema resultantes de diferentes taxas de
produção e consumo de produtos;

2.4.2 Desvantagens
Slack, Chambers e Johnston (2009) também ressaltam alguns pontos negativos como:

➢ Certos produtos não possuem condições de serem mantidos em estoque ou poderão ser
mantidos em períodos muito curtos;
➢ O custo de posse traduz-se no facto de existir material não vendido que vai acabar por
imobilizar capital sem acrescentar valor;
➢ A rutura apresenta-se como um enorme inconveniente, visto que a ocorrência desta irá
provocar vendas perdidas e em casos extremos poderá levar à perda de clientes;
➢ Compromete o capital de giro, uma vez que o mesmo fica indisponível para a
manutenção de itens parados;
➢ Custos de armazenamento;
➢ Obsolescência de itens;
➢ Danificação ou deterioração dos itens;
➢ Itens podem ser perdidos quando misturados a outros;
➢ Exigência de instalações especiais por conta da periculosidade dos itens estocados
(combustíveis, solventes, explosivos);
➢ Consumo de espaço que poderia estar sendo utilizado em outra atividade que agregasse
valor.
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2.5 Tipos de estoques


Para Krajewski, Ritzman e Malhotra (2009), é possível definir os diferentes tipos de estoques
como de ciclos, de segurança, de antecipação e em trânsito. Já Slack, Chambers e Johnston
(2009) ainda enumeram os estoques de desacoplamento e no canal. Arnold (1999) também cita
o estoque hegde.

2.5.1 Estoque normal


O estoque normal agrupa todos os artigos consumidos de modo mais ou menos regular. Este
divide-se em estoques ativos e estoques de reserva. (Emmett 2005)

a) Estoque ativo: artigo que no armazém ocupam o espaço dos equipamentos de


arrumação (estantes, caixas, etc.) de onde são retirados para satisfação imediata das
necessidades correntes dos utilizadores;
b) Estoque de reserva: constitui as existências do estoque normal que não tem no local
destinado ao estoque ativo.

2.5.2 Estoque de segurança


Também conhecido como estoque regulador, segundo Slack, Chambers e Johnston (2009), tem
como propósito compensar as incertezas quanto ao fornecimento e a demanda. O objetivo é
proteger a empresa contra o excesso de demanda sobre as quantidades previstas e espera no
ciclo produção/operação.

“A variação da demanda representa um desvio-padrão ao redor da média de demanda e flutua


de acordo com as circunstâncias do mercado”. (Chiavenato, 2005)

O estoque de segurança (ou de proteção): parte do estoque global destinado a tentar prevenir
ruturas de material, provenientes de:

✓ Eventuais excessos de consumo em relação aos previstos;


✓ Aumentos de prazo de entrega em relação aos que tinham sido acordados;
✓ Rejeições de material na sua receção;
✓ Falta de material por deterioração, roubos, etc.
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2.5.3 Estoque de Antecipação


Tem o propósito de atender a demanda sazonal, ou seja, com ele é possível compensar a
diferença de ritmo de fornecimento e demanda, demanda esta relativamente previsível.
Também usado para o fornecimento variável de insumos, segundo Slack, Chambers e Johnston
(2009).
2.5.4 Estoque no Canal de Distribuição
Ainda de acordo com o Slack, Chambers e Johnston (2009), ocorre quando um produto está
aguardando o transporte. O estoque existe, uma vez que não é possível realizar o transporte
imediatamente após a produção para o ponto de demanda.

2.5.5 Estoque de Desacoplamento


Conforme estabelece Slack, Chambers e Johnston (2009), possibilita a criação de oportunidade
para que seja efetuada a programação e a velocidade de processamentos independentes entre os
estágios do processo produtivo. Ou seja, é o estoque que é formado quando um processo
trabalha de forma independente, visando maximizar a utilização do local e eficiência dos
equipamentos e dos funcionários.

2.5.6 Estoque em Trânsito


Também conhecido como estoque de movimento ou de tubulação, refere-se, de acordo com
Slack, Chambers e Johnston (2009) e Arnold (1999), ao produto que está se movimentando de
um ponto a outro do sistema de fluxo de materiais. Estes pontos podem ser entre processos de
transformação dos quais o produto passará ou então entre a planta e o centro de distribuição, ou
do centro de distribuição ao cliente. Logo, este tipo de estoque consiste em pedidos que foram
realizados, mas ainda não recebidos, pois estão sendo transportados. Para reduzir este estoque
é necessário reduzir o tempo em trânsito.

2.5.7 Estoque afetado


O estoque afetado é parte do estoque global que se encontra destinado a fins específicos.

Quando um artigo, embora constitua consumo de vários serviços, é fundamental para o


consumo de um deles e está a escassear, por vezes reserva-se parte do seu quantitativo retirando-
a do estoque normal onde fisicamente se encontra.

2.5.8 Estoque global


O Estoque global é toda a existência física de determinado artigo num dado momento, que é
igual à soma dos estoques: normal, de segurança e afetado.
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2.5.9 Estoque Hedge


Para Arnold (1999), serve para amortecer os impactos da flutuação dos preços. Por exemplo,
minerais ou grãos, que têm sua comercialização no mercado mundial e consequentemente tem
preços flutuantes, de acordo com a oferta e com a procura no mercado internacional. Se os
compradores têm a expectativa de aumento dos preços desses itens, podem adquirir um estoque
hedge quando os preços estão baixos. A principal diferença deste tipo de estoque para o de
segurança é que este é utilizado como uma ação compensatória para cobrir possíveis prejuízos
em uma transação.

2.6 Classificação dos Estoques


Para Chiavenato (2005) os estoques podem ser classificados de acordo com a classificação de
seus materiais. Então, para cada item ou para cada estágio em que ele se encontra, o mesmo é
classificado de acordo.

No que se refere à sua posição em relação ao processo produtivo, os estoques podem classificar-
se:

• Produtos de comercialização – produtos adquiridos aos fornecedores destinados à


venda;
• Produtos de consumo – produtos adquiridos aos fornecedores para consumo interno da
organização;
• Matérias-primas ou componentes – artigos que se incorporam no produto final;
• Materiais auxiliares – materiais que se destinam à fabricação mas que não se incorporam
na produção;
• Materiais de conservação, peças e acessórios;
• Ferramentas;
• Embalagens;
• Produtos finais (produtos acabados).

Como refere Chiavenato (2005) baseado na sua utilidade, os estoques podem ainda ser
colocados numa destas categorias:

✓ Estoque em lotes - constitui o estoque adquirido no sentido de antecipar as exigências,


nesse sentido, é feita uma encomenda em lotes numa quantidade maior do que o
necessário;
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✓ Estoque de segurança - é o estoque destinado a fazer face a incertezas tanto do ponto de


vista do fornecimento como das vendas;
✓ Estoque sazonal - trata-se do estoque constituído para afrontar picos de procura
sazonais, ou rupturas na capacidade produtiva;
✓ Estoque em trânsito - são artigos armazenados com vista a entrarem no processo
produtivo;
✓ Estoque de desacoplamento - trata-se do estoque acumulado entre actividade da
produção ou em fases dependentes.

2.7 Entidades intervenientes


Controlo Operacional do Armazém

Para que os produtos possam fluir eficientemente através do armazém, tem de existir
informação que ajude a dirigir as atividades do próprio armazém e a medir a eficiência da
utilização dos seus recursos.

Para uniformizar e simplificar a descrição do sistema de informação de gestão de estoques, as


entidades intervenientes num processo de aquisição de um bem, de um modo único e genérico,
se bem que na realidade os nomes possam variar consoante a nomenclatura usada em cada
organismo. (Delgado, 1996)

• Serviço – Entidade pertencente a um Organismo e que consome bens;


• Fornecedor – Entidade designada para fornecer, ou já fornecedora, de um bem;
• Firma – Entidade passível de consulta para fornecimento e que pode vir a ser
Fornecedor;
• Economato – Serviço que gere o material em armazém e a sua entrega aos outros
Serviços de um Organismo;
• Compras – Serviço que efectua e gere o processo de aquisição de um bem;
• Armazém – Serviço ou espaço onde são depositados, de um modo provisório, os bens
adquiridos pelo Organismo.

Com estes intervenientes definidos, na abordagem de CENCAL 2004 as várias fases que
integram o fornecimento, de um bem a um Serviço, podem descrever-se do seguinte modo:

a) Quando um serviço necessita de um bem pede-o à secção de Economato através de uma


Requisição interna;
b) O Economato verifica a existência do bem em armazém;
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c) Se houver no Armazém o bem pretendido este é entregue ao Serviço acompanhado de


uma Guia de entrega;
d) Se não houver no Armazém, dá-se início a um processo de aquisição através de um
pedido à secção de Compras;
e) A secção de Compras efetua o processo de consulta ao mercado e é tomada uma decisão
de aquisição de um bem a uma dada Firma, a qual é formalizada por uma Requisição
oficial ou Nota de encomenda;
f) O Fornecedor, após a receção da Requisição oficial ou Nota de encomenda, entrega o
bem ao Organismo. A entrega, dependendo do tipo de bem, pode ser no Armazém ou
no Serviço. No entanto, quem acusa a receção do bem é o Economato através da receção
da Guia de remessa/Fatura do Fornecedor;
g) Após entendimento de boa receção do bem, este é passível de pagamento.

2.8 Princípios da gestão de estoques


2.8.1 Definição e objetivos de gestão de Inventário
O inventário é basicamente uma lista de bens e materiais disponíveis em estoque que estão
armazenados na empresa ou então armazenados externamente mas pertencentes a empresa. Os
materiais disponíveis listados em um inventário podem ser utilizados na fabricação de bens
mais complexos ou então eles mesmos podem ser comercializados, dependendo do negócio da
empresa. (Chase, 1995)

A origem da palavra inventário, vem da palavra inventarium, que era um termo Romano (latim)
para designar um grande documento/lista onde se encontravam registados os produtos dos
armazéns.

A principal característica de um bom inventário são os detalhes. Quanto mais minucioso e mais
preciso for um inventário, melhor ele cumpre o seu papel. É sempre interessante que o
inventário contenha além do nome dos itens e da sua quantidade, também uma boa descrição
destes itens. (Render 2000)

2.8.2 Gestão económica dos estoques


A gestão económica dos estoques tem como principal objectivo racionalizar e sistematizar o
seu reaprovisionamento, de forma a satisfazer atempadamente a procura a um custo mínimo.
Assim, é necessário garantir o abastecimento ao menor custo total através da:

❖ Minimização dos custos da posse e aprovisionamento;


❖ Redução dos obsoletos;
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❖ Redução das rupturas.

2.8.3 Análise ABC


Ao nível da gestão económica das existências é muito utilizada a curva ou análise ABC, que se
assume como um instrumento importante ao nível da eficiência da gestão de uma empresa.

A análise ABC é feita considerando o número dos artigos em armazém e o valor da existência
média ou o valor total da existência anual ou referente a qualquer outro período de tempo, de
cada artigo. Neste tipo de análise, verifica-se que a maior parte do valor investido concentra-se
num número muito diminuto de artigos (Machado, 2006).

A realização da análise ABC traduz-se na criação de três classes de artigos (A, B e C), sendo a
divisão efectuada a partir da consideração, por ordem decrescente, dos consumos anuais de cada
um dos artigos (Gestores de Amanhã, 2008).

2.9 Custos associados aos estoques


2.9.1 Custos operacionais associados à estocagem da mercadoria
Segundo Lisboa e Gomes, 2006, os custos de operacionais incluem todos os encargos que a
empresa deve suportar para assegurar o exercício da sua atividade. Deste modo, excluem-se
desde logo os encargos provenientes de empréstimos.

Os custos operacionais distinguem-se em duas categorias: os que dão origem a saídas de fluxos
monetários (salários, matérias-primas, energia, etc.) e os que não dão (amortizações e
provisões). É também usual designarem-se por custos de exploração.

Os custos são parâmetros muito importantes na determinação de políticas de gestão de estoques.


Os mais importantes são:

➢ Custo de aquisição ou custo de compra (CA)- engloba custos de transporte, inspecção,


recepção, etc.
➢ Custo de lançamento ou efectivação da encomenda (CE)
➢ Custo de posse (CP)- com a manutenção dos estoques, conservação, etc.
➢ Custos de ruptura de estoques- quando o armazém não satisfaz a procura.

Com o fim de vigiar o nível de estoques e determinar o momento da sua renovação, as empresas
podem utilizar os seguintes instrumentos.
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3 Conclusão
Findo a realização do presente trabalho concluiu-se que a gestão de estoque é uma das
atividades chave para a administração da empresa, pois ela está relacionada com a eficiência
das empresas em gerirem seus processos

De tudo abordado, é de notar que a gestão de estoques terá que ser encarada como vantagem
competitiva das empresas, que permita um aumento de valor numa economia de forte
concorrência. É necessário definir a estratégia de uma empresa, procurando cuidar de uma
adequada gestão das suas existências, pois se tal não for feito, surgirão consequências negativas
no custo dos produtos e nos níveis de satisfação dos clientes.

Uma gestão eficiente e eficaz dos estoques só é possível com o recurso à informação
contabilística analítica relevante, fiável e equilibrada, a qual nos ajuda a quantificar os custos
de posse, de ruptura e de encomenda. Estes constituem os elementos base da aplicação de
qualquer modelo de gestão dos aprovisionamentos.

Efectivamente, no âmbito das actividades que cabem à gestão dos aprovisionamentos, dever-
se-á caminhar no sentido de implementar um adequado e efectivo sistema de controlo de gestão
destes activos.
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4 Referências Bibliográficas

✓ Chase, Richard B. e Nicholas J. Aquilano (1995). Gestão da Produção e das Operações –


Perspectiva do Ciclo de Vida. Lisboa: Monitor – Projectos e Edições, Lda.
✓ Gonçalves, José Fernando. (2006). Gestão de aprovisionamentos. 2ª Edição. Porto:
Publindústria, Edições Técnicas.
✓ Frankel, Robert (2006), The role and relevance of refocused inventory: Supply chain
management solutions, Science Direct, Indiana University, pp. 275 a 286.
✓ Ballou, Ronald H. (2006). Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Logística
Empresarial. 5ª Edição. Bookman Companhia ED.
✓ Courtois, A.; Martin, C. e Pillet, M. (1997). “Gestão da Produção”, LIDEL – Edições
Técnicas.
✓ CENCAL – Centro de Formação Profissional para a Indústria de Cerâmica (2004). GPC –
Gestão da Produção Cerâmica. Caldas da Rainha. Consultado em Maio de 2009. Disponível
em: http://www.cencal.pt/pt/livro/Cap9%20-%20Gest%C3%A3o%20de%20Estoques.pdf
✓ Rafael, Sandra (2007). Gestão de Aprovisionamento e Vendas. Consultado em Junho de
2009. Disponível em:http://www.epinfante.com/.../Modulo3GestaoAprovisionamento.ppt
✓ SLACK, Nigel, CHAMBERS, S, JOHNSTON, R. Administração da Produção – Trad.
Sônia Maria Corrêa. São Paulo: Editora Atlas, 2009.
✓ ASSIS, Rui, FIGUEIRA, Mário. MICROESTOQUE - Apoio à Decisão em Gestão
Económica de Estoques. Lisboa, IAPMEI, 1991.
✓ BRAGA, Miguel. Gestão do Aprovisionamento. Lisboa, Editora Presença.
✓ GROLAIS, Michel. Gestão Integrada dos Estoques. Lisboa, Editora Rés – Editora.
✓ LYSONS, C.K. O Aprovisionamento na Empresa. Lisboa, Editora Presença.
✓ MACHADO, V. H. (1989) – Gestão de Estoques: Modelos Determinísticos – FCT/UNL,
Lisboa.
✓ RAMBAUX, A. Gestão Económica dos Estoques. Lisboa, Editora Portico Lisboa.

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