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Universidade Federal da Paraíba, Campus João Pessoa.

Curso: Farmácia.
Professora: Dra.Thais Teles de Souza.
Discentes: Caio Henrique Lima Pereira, Milena da Silva Vitorino, Sthefany Beatriz
Gomes da Silva, Eduardo Kawan e Maria Isabel Alencar.

Estudo de Caso de Ética e Legislação Farmacêutica

Uma circular de 2008 emitida pelo Conselho Regional de Farmácia do Rio


Grande do Sul (CRF-RS) para uma farmácia de Porto Alegre e dois farmacêuticos
levantou questões delicadas sobre a ética profissional e as responsabilidades dos
farmacêuticos na área da saúde. O incidente envolvendo a entrega do medicamento
Metadoxil para enganar o teste do bafômetro levantou preocupações sobre o papel
crítico que os farmacêuticos desempenham no sistema de saúde.

Os farmacêuticos têm a responsabilidade de garantir o uso seguro e


adequado dos medicamentos no contexto interprofissional de satisfação das
necessidades de saúde das populações. Isso está em consonância com o Código
de Ética Profissional (Resolução nº 711/2021), que enfatiza o compromisso com a
promoção da saúde e prevenção de doenças.

A Lei 13.021/2014 fortalece o status das farmácias como instituições de


saúde, enfatizando a importância da fiscalização e fiscalização das práticas
farmacêuticas. De acordo com a Lei 9.294/1996 e a Portaria RDC 96/2008, as
restrições ao uso e à publicidade de medicamentos têm como objetivo proteger os
consumidores de informações e práticas enganosas que possam levar ao uso
inadequado de medicamentos.

Os atributos clínicos do farmacêutico definidos pela Resolução CFF 585/2013


enfatizam sua capacidade de reconhecer, prevenir e solucionar problemas
relacionados à terapia medicamentosa. A Prescrição de Medicamentos (Resolução
CFF nº 586/2013) é uma ferramenta para documentar intervenções em modelos de
prática de serviços farmacêuticos. O papel dos medicamentos isentos de prescrição
médica (MIPS) para problemas de saúde autolimitados (RDC 98/2016 e IN
120/2022 da ANVISA) ressalta a responsabilidade do farmacêutico em orientar
sobre o uso adequado desses medicamentos e em identificar situações que
necessitam de encaminhamento médico.

A importância do Conselho Federal Farmacêutico e dos Conselhos Regionais


Farmacêuticos, respaldados pela Lei 3.820/1960, reflete o compromisso com a
regulação e fiscalização do setor.

Diante dessa situação, a circular de Porto Alegre enfatiza a necessidade de


os farmacêuticos aderirem rigorosamente aos princípios éticos e às
regulamentações profissionais. A má conduta destes profissionais mina a
integridade da profissão, mina a confiança do público e coloca a saúde pública em
risco. A indústria farmacêutica deve evoluir para promover práticas éticas,
interprofissionais e centradas no paciente para garantir a qualidade e segurança dos
cuidados de saúde.

Um incidente ocorrido em Porto Alegre, em outubro de 2008, envolvendo uma


farmácia e dois farmacêuticos, notificado pelo Comitê Regional de Farmácia do
Estado do Rio Grande do Sul (CRF-RS), gerou uma série de questões relacionadas
à ética e à responsabilidade farmacêutica. Os profissionais foram notificados por
infrações como falta de ética, publicidade enganosa, incentivo à automedicação
repetitiva e indução ao desrespeito à lei. O centro da polêmica gira em torno da
promoção do medicamento Metadoxil como forma de evitar a detecção de álcool
nos testes do bafômetro. O princípio ativo deste medicamento, Pidolato de
Piridoxina 500 mg, é indicado para o tratamento do alcoolismo crônico apenas em
casos clínicos específicos diagnosticados por médico e acompanhados por ele.

O marketing impróprio da droga incluía um pôster alegando que o Metadoxil


iria "parar" o bafômetro e aumentar o nível de álcool no sangue em vez de baixá-lo.
Esta condução irresponsável leva potencialmente a subestimar os efeitos que o
álcool tem no seu corpo, aumentando o risco de acidentes rodoviários fatais.Em
resposta a esta situação, o Conselho Federal de Farmácia emitiu notas técnicas
alertando contra o uso indevido do Metadoxil na tentativa de reduzir o álcool ou
contornar o bafômetro. Os Laboratórios Baldacci, fabricantes do medicamento,
também esclareceram que o uso do Metadoxil não anula a concentração de álcool
no sangue e não protege o motorista das instruções de consumo de álcool.Assim, a
empresa enfatizou a importância da utilização correta do medicamento, estando de
acordo com as diretrizes médicas e aprovadas pelo órgão.

A situação suscita preocupações sobre a ética profissional dos farmacêuticos


envolvidos e a necessidade de aderir estritamente às orientações legais e
regulamentares relativas à divulgação e à promoção do uso de medicamentos. Além
disso, enfatiza a importância do papel do farmacêutico como parte integrante da
equipa de cuidados de saúde , garantindo que os pacientes recebem informações
precisas e conselhos sobre os seus medicamentos e tratamentos. Esta situação
ilustra claramente como a linha seguida pode ter graves consequências na saúde e
na confiança na profissão farmacêutica.

O incidente ocorrido em outubro de 2008, envolvendo uma farmácia e


farmacêuticos em Porto Alegre-RS, que gerou notificações por falta de ética
profissional, propaganda enganosa, incitação e indução ao não cumprimento das
leis, coloca questões cruciais para profissionais, para a integridade e para a
informação.

A má conduta dos farmacêuticos constitui uma violação do profissionalismo,


minando a confiança do público na profissão. A promoção enganosa do
medicamento Metadoxil como solução para “contornar” o bafômetro ilustra a
exploração irresponsável de informações confidenciais, com potencial para
aumentar os perigos rodoviários e prejudicar a segurança pública.

A recomendação de indução da automedicação também levanta


preocupações sobre o papel dos profissionais de saúde no fornecimento de
orientações precisas e precisas aos pacientes. Além disso, o tratamento de
informações falsas e não científicas, tais como alegações baseadas em um sobre os
efeitos dos bafômetros, destaca a importância da ciência e da integridade na
divulgação de informações de saúde.
A desinformação associada a práticas como esta sublinha a necessidade de
um público informado e de profissionais envolvidos na promoção da saúde baseada
em evidências. Num mundo onde a informação pode ser rapidamente transformada
em ciência e a integridade profissional desempenha um papel vital na correção de
equívocos e na proteção do bem-estar geral.

O caso também destacou a importância dos órgãos reguladores, como o


Conselho Federal de Farmácia, na publicação de notas técnicas destinadas a
esclarecer os medicamentos e as práticas de saúde. Isso ajuda a melhorar a
compreensão do público e a corrigir a desinformação.

Em síntese, a situação em questão evidencia a gravidade das violações


éticas e a promoção de informação enganosa aos profissionais de saúde. Além
disso, foram enfatizadas a necessidade de contar com a ciência orientadora na
tomada de decisões excepcionais e a importância dos regulamentos na manutenção
dos padrões de integridade e na área da saúde.






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