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Agrupamento de Escolas

D. António Taipa

Componente Experimental de Física e Química A | 11.º Ano

Relatório N. º2

Título: Titulação ácido-base

Data: 24 de abril de 2023

Autores:
Ana Margarida Meireles nº1 11ºC
Beatriz Moura nº2 11ºC
Clara Pereira nº6 11ºC
Gustavo Santana nº10 11ºC

Classificação: Data: Professor:


Agrupamento de Escolas
D. António Taipa
Índice
1. Introdução .................................................................................................................... 2

1.1. Objetivo ................................................................................................................. 2


1.2. Fundamento teórico .............................................................................................. 2
2. Desenvolvimento .......................................................................................................... 5

2.1. Materiais e reagentes ............................................................................................ 6


2.2. Procedimento experimental .................................................................................. 7
3. Conclusão.................................................................................................................... 12

1. Introdução

1.1. Objetivo
• Planear e realizar uma titulação ácido-base, interpretando o significado de
neutralização e de ponto de equivalência.

1.2. Fundamento teórico

Uma reação de neutralização é uma reação completa (⟶), que resulta da reação
entre um ácido e uma base, originado um sal e água. O termo neutralização está
associado à reação entre os iões H3 O+ e OH − , originando a espécie neutra H2 O.
As reações de neutralização são usadas em análise química quantitativa para
determinar as concentrações de soluções de ácidos e de bases. A adição progressiva
de uma solução ácida a uma solução básica (ou vice-versa) fornece-nos um meio
para medir a concentração (ou título) de uma dessas soluções. Esta técnica designa-
se por titulação ou volumetria ácido-base.
A titulação ácido-base é uma técnica que permite determinar a concentração de
uma solução de um ácido ou de uma base (titulado), através da medição do volume
de uma segunda solução básica ou ácida, respetivamente, de concentração
conhecida (titulante), necessária para "neutralizar" a primeira solução.
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Adiciona-se lentamente uma solução ácida ou básica, contida numa bureta
(solução titulante), a uma solução básica ou ácida, respetivamente, contida num
balão de Erlenmeyer ou num gobelé (solução titulada), onde se adicionaram
previamente algumas gotas de indica- dor ácido-base para nos indicar quando
devemos parar de adicionar o titulante.
O titulante é a solução contida na bureta (mesmo que a sua concentração seja
desconhecida) e o titulado é a solução que recebe o conteúdo da bureta
(usualmente contida num balão de Erlenmeyer ou num gobelé).
A representação gráfica do pH da solução resultante (medido com um
medidor de pH) em função do volume de titulante que vai sendo adicionado,
constitui a curva de titulação. A partir da curva de titulação será possível identificar o
ponto de equivalência (p.e.).
O ponto de equivalência de uma titulação corresponde à situação em que
nenhum dos reagentes se encontra em excesso, isto é, foram adicionados em
quantidades equivalentes de acordo com a estequiometria da reação. Acontece
quando a “neutralização” se completa (n ácido e n base foram misturados em
proporções estequiométricas).
Dado que na vizinhança do ponto de equivalência se verifica uma variação brusca
de pH, utilizando indicadores de ácido-base, é possível saber quando devemos
terminar a titulação através da deteção do ponto final, que ocorre quando se dá a
mudança de cor do indicador.
O ponto final de uma titulação, geralmente, não coincide com o ponto de
equivalência. O ideal é que estejam tão próximos quanto possível.
É importante escolher um indicador ácido-base capaz de detetar, através da
mudança de cor, o ponto final, que deverá ser o mais próximo possível do ponto de
equivalência.
Para uma titulação deve escolher-se um indicador ácido-base cuja zona de
viragem:
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• esteja contida na região de variação brusca de pH que contém o ponto de
equivalência que ocorre durante a titulação;

• seja o mais estreita possível.


A escolha do indicador mais adequado a cada titulação depende da força do
ácido e da base usados na titulação.
Ácido forte-base forte:
➢ Dado que a região onde o indicador azul de bromotimol muda de cor está
incluída na zona de variação brusca de pH que contém o ponto de
equivalência, este pode ser usado nesta titulação. Pela mesma razão, a
fenolftaleína também poderá ser usada. Já o alaranjado de metilo não é
adequado para esta titulação.
Ácido forte-base fraca:
➢ Dado que a região onde o indicador alaranjado de metilo muda de cor
está incluída na zona de variação brusca de pH que contém o ponto de
equivalência, este pode ser usado nesta titulação. Pela mesma razão, o
azul de bromotimol também poderá ser usado. Já a fenolftaleína não é
adequada para esta titulação.
Ácido fraco-base forte:
➢ Dado que a região onde o indicador fenolftaleína muda de cor está
incluída na zona de variação brusca de pH que contém o ponto de
equivalência, este pode ser usado nesta titulação.
Pela mesma razão, o azul de bromotimol também poderá ser usado. Já o
alaranjado de metilo não é adequado para esta titulação.

Nesta atividade experimental, vamos determinar a concentração de uma solução


de ácido clorídrico, HCl, a partir de uma solução (básica) de hidróxido de sódio,
NaOH, utilizando a técnica titulação ácido-base. Deste modo, o titulante, ou seja, a
solução contida na bureta é o NaOH, e o titulado, ou seja, a solução que recebe o
conteúdo da bureta, é o HCl.
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A reação química que traduz a titulação é:

HCl (aq) + NaOH (aq) ⟶ NaCl (aq) + H2 O (l)

Ácido + base ⟶ Sal + Água

Sendo o ácido clorídrico, um ácido forte e o hidróxido de sódio, uma base forte,
prevemos que o pH no ponto de equivalência seja 7, logo reconhecemos que o
indicador mais apropriado à titulação é o azul de bromotimol. Dado que a região
onde o indicador fenolftaleína muda de cor está incluída na zona de variação brusca
de pH que contém o ponto de equivalência, este também pode ser usado na
titulação.
Antes de manusear qualquer reagente, deve ter-se em conta os pictogramas de
perigo, tomando-se as devidas preucauções de forma a utilizar os produtos químicos
com a máxima segurança. A utilização destes reagentes está associada a perigos para
a saúde, como o corrosivo, o muito tóxico e o irritante ou nocivo. Deste modo, deve-
se evitar o contacto com a pele, os olhos e o vestuário, através da utilização de luvas
e bata e evitando a inalação de vapores.

Figura 1 - Simbologia de perigo presentes nos rótulos da solução de HCl (aq) e de NaOH (aq).

As soluções aquosas de NaOH, não devem ser armazenadas em recipientes de


vidro, uma vez que esta base reage com a sílica, SiO2 , principal constituinte do vidro
normal, degradando-o.

2. Desenvolvimento
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2.1. Materiais e reagentes

Materiais:
• Suporte universal com garra;
• Agitador magnético + barra magnética;
• Medidor de pH;
• Pompete;
• Funil de líquidos;
• Bureta de 25 mL;
• Pipeta graduada de 50 mL;
• Gobelé de 250 mL ;
• Gobelé de 150 mL;
• Solução alcoólica de fenolftaleína;
• Garrafa de esguicho com água destilada;
Reagentes:
• Solução de HCl de concentração desconhecida;
• Solução de NaOH de concentração rigorosa (solução-padrão) próxima de
0,050 mol dm−3

Figura 2 - Materiais e reagentes utilizados na titulação ácido-base.


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2.2. Procedimento experimental

1. Preparou-se a bureta, passando-a internamente com a solução de NaOH e


recolhendo o seu conteúdo num gobelé;
2. Com a pipeta volumétrica, mediu-se rigorosamente 20,00 mL da solução a
titular (HCl (aq)) e transferiu-se o seu conteúdo para o gobelé, no qual se
colocaram previamente 50 mL de água destilada;

Figura 3 - Transferência de 50 mL de água destilada para um gobelé.

3. Adicionou-se 4 gotas do indicador ácido-base fenolftaleína ao conteúdo do


gobelé;

Figura 4 - Adição de 4 gotas de fenolftaleína ao conteúdo do gobelé.


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4. Preparou-se a montagem para a titulação;

Figura 5 - Preparação da montagem para a titulação.

5. Com o auxílio do funil, encheu-se a bureta com a solução básica de NaOH,


mantendo a torneira fechada;

Figura 6 - Transferência da solução básica de NaOH para a bureta.

6. Verificou-se se existiam bolhas de ar (se existirem bolhas de ar, deve-se abrir a


torneira da bureta até visualizar o desaparecimento de todas as bolhas);
7. Ligou-se o agitador magnético e inseriu-se, na solução de NaOH, o medidor de
pH;
8. Registou-se o pH𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 , atendendo ao número correto de algarismo
significativos;
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Figura 7 - Medição do pH inicial.

9. Observou-se e registou-se a cor inicial do titulado, para 𝑉𝑡𝑖𝑡𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 = 0 mL;


10. Adicionou-se cuidadosamente incrementos sucessivos (primeiramente 10,
depois 15, e, por fim 20 gotas) do titulante ao titulado, até se observar a
mudança de cor do indicador. Fez-se os registos do 𝑉𝑡𝑖𝑡𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 , do pH e da cor
da solução na tabela de registos;

Figuras 8 e 9 - Adição de 10 gotas de titulante ao titulado e medição do pH.

11. Registou-se o volume de titulante gasto quando se verificou a mudança de cor


do indicador;
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Figura 10 - Verificação da mudança de cor do indicador.

12. Continuou-se a adicionar incrementos sucessivos da solução básica, até se


verificar uma estabilização de pH;
13. Lavou-se de imediato e abundantemente a bureta com água da torneira, de
modo a evitar a degradação do vidro, através da reação da base com o seu
principal constituinte, a sílica.

2.3. Resultados

𝑉𝑡𝑖𝑡𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 pH da solução contida Cor da solução contida


no balão de Erlenmeyer no balão de Erlenmeyer
0,30 2,10 Incolor
0,55 2,03 Incolor
0,75 2,07 Incolor
0,90 2,08 Incolor
1,30 2,09 Incolor
1,75 2,10 Incolor
2,15 2,12 Incolor
2,55 2,13 Incolor
2,95 2,16 Incolor
3,35 2,17 Incolor
3,75 2,19 Incolor
4,05 2,20 Incolor
4,45 2,23 Incolor
4,85 2,25 Incolor
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5,35 2,28 Incolor
6,05 2,33 Incolor
6,65 2,37 Incolor
7,25 2,41 Incolor
7,85 2,46 Incolor
8,65 2,57 Incolor
9,45 2,66 Incolor
10,20 2,78 Incolor
11,00 2,94 Incolor
11,80 3,23 Incolor
13,55 10,70 Rosa carmim
14,15 11,33 Rosa carmim
14,95 11,62 Rosa carmim
15,65 11,80 Rosa carmim
16,45 11,93 Rosa carmim
17,15 12,01 Rosa carmim
17,55 12,27 Rosa carmim

pH𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = (1,44 ± 0,01)

Nota: O 𝑉𝑡𝑖𝑡𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 corresponde ao volume de titulante adicionado ao titulado.

Figura 11 – Curva de titulação obtida experimentalmente.


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𝑉𝑡𝑖𝑡𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑛𝑜 𝑝.𝑒 (𝑁𝑎𝑂𝐻) = (12,12 ± 0,01) mL

𝑛𝐻𝐶𝑙 = 𝑛𝑁𝑎𝑂𝐻 ⟺
⇔ 𝑐𝐻𝐶𝑙 × 𝑉𝐻𝐶𝑙 = 𝑐𝑁𝑎𝑂𝐻 × 𝑉𝑁𝑎𝑂𝐻 ⟺
⇔ 𝑐𝐻𝐶𝑙 × (20,00 × 10−3 ) = 0,050 × (12,12 × 10−3 ) ⟺
0,050 × (12,12 × 10−3 )
⇔ 𝑐𝐻𝐶𝑙 = ⟺
(20,00 × 10−3 )
⇔ 𝑐𝐻𝐶𝑙 = 0,030 𝑚𝑜𝑙 ⁄𝑑𝑚3

3. Conclusão

Através da técnica titulação ácido-base, determinamos a concentração de uma


solução de ácido clorídrico (titulado), através da medição do volume de uma solução
de hidróxido de sódio, de concentração 0,050 mol dm−3 (titulante), necessária para
“neutralizar” a primeira solução. O pH no ponto de equivalência é 7 e verificou-se após
a adição de 12,12 mL de solução de NaOH. O ponto final da titulação não coincidiu
com o ponto de equivalência, uma vez que a mudança de cor do indicador só foi
registada após a adição de 13,55 mL de solução titulante, ou seja, quando o pH da
solução contida no balão de Erlenmeyer era 10,70, valor que deveria estar
compreendido no intervalo [8,0; 9,6], correspondente à zona de viragem do indicador
ácido-base fenolftaleína. Esta circunstância pode ser justificada pelo facto de não
termos registado o volume de solução titulante adicionado à solução titulada
imediatamente após a verificação da mudança de cor do indicador. Efetuando os
cálculos necessários, determinamos a concentração de ácido clorídrico,
0,030 mol dm−3 .
Não conhecemos a concentração tabelada de ácido clorídrico, logo não podemos
calcular o erro relativo percentual associado à sua determinação. Deste modo, não
podemos avaliar a exatidão da concentração experimental. Porém, durante a atividade
experimental podem ter decorrido alguns erros que afetam a exatidão da mesma, tais
como: a formação de bolhas de ar, a graduação deficiente da bureta e/ou da pipeta
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volumétrica, o que pode originar uma leitura defeituosa da medição indireta do
volume de solução titulante na bureta, a qual pode ser também derivada da falta de
perpendicularidade do observador em relação à escala. Também um manuseamento
errado da calculadora gráfica, pode fornecer informações equivocadas.
Podíamos ter aplicado a Química Verde nesta titulação ácido-base, através do
uso de reagentes menos tóxicos e na melhoria das condições de reação, de modo a
minimizar o impacto ambiental do processo químico.
Foi possível atingir todos os objetivos pretendidos.

Bibliografia e webgrafia

Silva Cristina; Cunha, Carlos. (2022). Química em reação 11. Porto Editora

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