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Ensaio Analítico - Análise das Mídias

Escola de Frankfurt e Marvel

Walter Benjamin já alertava que, mesmo o cinema sendo uma forma de popularização da
arte para os meios sociais, a sua altíssima reprodutibilidade poderia ser usada para fins
manipulatórios. Assim como Theodor Adorno e Max Horkheimer, Benjamin fazia parte da
Escola de Frankfurt que iniciou as pesquisas da chamada Indústria Cultural. A Escola de
Frankfurt foi uma vertente teórica nascida na Alemanha, no início do século XX, na qual
pensadores elaboraram, por meio de linhas filosóficas e sociológicas, a Teoria Crítica.
Desenvolveram uma releitura do marxismo e exerceram oposição em relação às ideias
iluministas e positivistas. Muitos intelectuais dessa escola se dedicaram aos estudos sobre
o âmbito cultural em um contexto capitalista, concebendo as teorias da Indústria Cultural e
Reprodutibilidade Técnica. Para Adorno e Horkheimer a Indústria Cultural seria uma forma
do sistema capitalista manipular a sociedade através de obras culturais com uma intensa
uniformização e visando gerar uma espécie de passividade e conformidade das pessoas em
relação ao sistema desigual em que vivem.
Podemos encontrar um belo exemplo das teorias da Escola de Frankfurt nos anos mais
recentes, já no século XXI. Uma grande mostra de que a cultura e a arte podem ser usadas
para os fins que alertavam os pensadores de Frankfurt é a saga de produções da Marvel
Studios. Com uma uniformização intensa dos modelos cinematográficos e produções
visando exclusivamente o lucro com a venda de produtos relacionados aos personagens
abordados nas obras, esse efeito mundial causado pela Marvel causou um grande aumento
do consumismo relacionado às suas marcas registradas. Podemos citar ainda a utilização
da obra como publicidade para uma outra obra, mais um apontamento de Adorno e
Horkheimer, que pode ser visto pelos diversos filmes e obras agregadas que surgem todos
os anos para dar sequência a saga de filmes principais.
Se no começo parecia ser apenas mais uma série de filmes do cinema “blockbuster” , o
universo cinematográfico da Marvel se expandiu tanto que acabou se tornando uma das
maiores marcas do cinema moderno. Isso acabou gerando uma intensa cultura do consumo
nos seus espectadores e, além dos filmes funcionarem como grande fábrica publicitária, o
declínio da qualidade das produções é compensado pelo grande exército de fãs que foram
conquistados quando adolescente e hoje já adultos ainda não percebem a utilização dos
seus personagens de infância única e exclusivamente como forma de lucro infinito.

ihhdhruugnt (acho que aqui da pra explicar aq o que é a formula marvel pra gerar os
exemplos)
Além de ser um exemplo claro de Indústria Cultural, a Marvel ainda pode ser apontada
como usurpadora de elementos culturais alheios a suas origens para utilizá-los como meios
de atingir maior público e assim elevar sua influência ao redor do mundo. Exemplos claros
disso são: a utilização da mitologia nórdica em especial com o personagem Thor; a
utilização da cultura chinesa em Shang-Chi para alcançar o enorme público chinês; a
utilização de elementos da cultura africana com Pantera Negra.
Pantera Negra, no entanto, pode ser citado como uma das qualidades dessa massificação
da cultura pois expõe uma boa diversidade para o grande público, favorecendo a
identificação popular. Mesmo que essa identificação seja intencionada ao lucro, há um
efeito positivo para que a população afrodescendente se veja representada no cinema
hegemônico. Assim, há um ponto positivo que já foi identificado por Benjamin em suas
teorias, com a grande reprodutibilidade das obras de arte da Indústria Cultural servindo
como elemento de democratização da cultura.
Benjamin traz o conceito de aura para a discussão artística, contrapondo a arte da
reprodutibilidade, na qual o cinema se insere. A aura é atribuída a unicidade e ao místico.
As obras da Marvel Studios são ausentes de aura por seu formato cinematográfico,
entretanto também há um trabalho de esvaziamento de expressões antigas e religiosas
dotadas da aura walteriana (isso existe? kk). O personagem Thor é notório nesse aspecto,
pois em tempos passados seria figura de culto e veneração, mas devido a cultura do lucro é
adaptado para se encaixar nos modelos contemporâneos de hegemonia, restando pouco de
sua origem metafísica. O filme Thor: Ragnarok é um palco de esvaziamento em prol de um
mercado de entretenimento e massificação em uma batalha na qual o valor de exposição
sempre será vencedor.
Os filmes vão além de uma diversão inofensiva jsubfiwbfiwbfiwb Capitão América é um
emblema ideológico. propaganda estadunidense que dissemina não só a hegemonia do
cinema norte americano, mas também ideologias da superestrutura nwejbfuwbf tenho q
embasar isso aq e dissertar mais
O proletário sente a necessidade de uma anestesia do real após a exaustão da longa
jornada de trabalho e se depara com outra ferramenta mantenedora da alienação fora de
seu expediente. A Marvel vende para seus espectadores um refúgio da realidade como
modo de lazer ocupando o imaginário do povo com um entretenimento supérfluo e banal,
ausentando-o de refletir sobre o conturbado cenário da realidade capitalista. Se impõe como
um fenômeno conformista, diante de uma audiência passiva.
A razão de uma indústria cultural frívola se dá nos próprios consumidores que a demandam,
devido à falta de sentido que a realidade capitalista proporciona ao indivíduo. Ambos
sustentam uma relação de mútua adequação, na qual cedem suas necessidades ao outro,
em uma mimética de consumidores aos produtos culturais. (ex c a marvel aq)

Referências:
https://periodicos.ufes.br/peteconomia/article/download/33797/22497/101658
https://www.academia.edu/4580551/O_CAPIT%C3%83O_AM%C3%89RICA_E_A_IND%
C3%9ASTRIA_CULTURAL_SOB_A_%C3%93TICA_DE_THEODOR_ADORNO
https://www.academia.edu/download/89109290/O_capitao_america_e_a_industria_cult
ural.pdf
https://www.academia.edu/download/52192956/AmarrasdoB.pdf

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