Você está na página 1de 13

Professor Adriano Fraga

ea cer tificacoes.com.br
E-BOOK
GUIA PRÁTICO PARA SE TORNAR UM
ASSESSOR DE INVESTIMENTOS DE SUCESSO

Se você acredita que é possível ter sucesso no mercado financeiro e ainda ajudar as pessoas a
gerirem melhor o seu dinheiro, este guia foi feito sob medida para você!
Até pouco tempo atrás, muito se falava que a profissão de Agente Autônomo de Investimentos
– AAI seria a profissão do futuro. Esse futuro chegou e a profissão de AAI se tornou a profissão
do presente, que está transformando o mercado financeiro e possibilitando que o brasileiro,
enfim, tenha mais assertividade ao investir seu dinheiro.
Diferente de outras profissões no mercado financeiro, o AAI não trabalha para atingir metas da
instituição contratante, mas sim para encontrar os melhores investimentos dentro do perfil de
risco e das necessidades de cada cliente.
Além disso, o profissional tem autonomia para desenvolver suas próprias estratégias de atua-
ção, podendo escolher com qual perfil de clientes quer trabalhar e de que maneira vai organi-
zar sua própria agenda diária de atividades.
Se você, assim como eu, é apaixonado pelo mercado financeiro, sonha em poder definir seus
próprios objetivos, tem perfil empreendedor e ainda quer ser bem remunerado por isso, talvez
encontre neste guia o seu verdadeiro propósito profissional.

3
GUIA PRÁTICO PARA SE TORNAR UM ASSESSOR DE INVESTIMENTOS DE SUCESSO

A PROFISSÃO DE AGENTE AUTÔNOMO DE INVESTIMENTOS

O mercado de trabalho tem exigido cada vez


mais especialização nas diferentes áreas de atua-
ção. O profissional generalista, que sabe de tudo
um pouco, nem sempre se sai bem em deman-
das nas quais o conhecimento técnico exigido
tem maior profundidade e complexidade. No
mercado financeiro não tem sido diferente com
fintechs focadas em perfis específicos de clien-
tes, segmentos exclusivos de atendimento nos
grandes bancos e corretoras independentes pro-
porcionando atendimento exclusivo e persona-
lizado por meio de assessores de investimentos
bastante capacitados.
A evolução da atuação dos Agentes Autônomos de Investimento (AAIs) tem revolucionado o
segmento. Diversas corretoras passaram a oferecer uma plataforma aberta de produtos, em
que o investidor tem disponíveis investimentos das mais variadas classes de ativos. Com isso,
surgiu a necessidade de profissionais capacitados para ajudar os clientes das corretoras na es-
colha dos investimentos mais adequados a cada perfil e objetivos.
Autorizados pela Comissão de Valores Mobiliários a exercer a profissão, os Agentes Autônomos
de Investimentos atuam como intermediários entre os investidores e as Corretoras de Títulos e
Valores Mobiliários.
De acordo com a instrução CVM 497, que dispõe sobre as atividades da profissão, o AAI pode
desempenhar as seguintes atividades: prospecção e captação de clientes, recepção e registro
de ordens e transmissão dessas ordens para os sistemas de negociação da corretora, prestação
de informações sobre os produtos oferecidos, além de tirar dúvidas sobre o mercado financeiro
e outras atividades afins.
Na prática, o cliente faz o cadastro na corretora e o AAI, além de auxiliar nos procedimentos
operacionais, apresenta os ativos financeiros disponíveis na plataforma mais adequados ao
perfil de risco do investidor, aos seus objetivos e estratégias de investimento e à sua necessida-
de de liquidez e pretensão de retorno.
Embora o AAI possa distribuir cotas de fundos de investimento de diferentes instituições finan-
ceiras, normalmente o profissional mantém contrato apenas com uma única corretora, na qual
constitui uma carteira de clientes que assessora.
É importante destacar que o AAI não é um consultor financeiro ou gestor de carteira. Ele obri-
gatoriamente precisa ter a autorização do cliente para executar e transmitir a contratação de
um determinado investimento. Ou seja, cabe ao profissional apresentar as opções disponíveis
no mercado, porém sem emitir análises se o produto é bom ou ruim.

4
GUIA PRÁTICO PARA SE TORNAR UM ASSESSOR DE INVESTIMENTOS DE SUCESSO

REQUISITOS PARA SE TORNAR UM AGENTE


AUTÔNOMO DE INVESTIMENTOS

1. PROVA

Um dos fatores que tem possibilitado o amadurecimento do mercado financeiro no Brasil é o


elevado nível regulatório ao qual se submetem as diferentes instituições financeiras. A maioria
das funções em que o profissional exerce atividades ligadas a investimentos exige alguma cer-
tificação financeira. Nos bancos, as certificações mais comuns são CPA-10, CPA-20 e CEA, certi-
ficações concedidas pela ANBIMA. Para se tornar um AAI, é necessário ser aprovado na prova
de certificação realizada pela Associação Nacional de Corretoras e Distribuidoras de Títulos e
Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias (ANCORD), entidade responsável por certificar e
cadastrar os Agentes Autônomos de Investimento.
A prova, que serve para avaliar os conhecimentos específicos dos candidatos, é composta por
80 questões de múltipla escolha. Ao todo, são abordados 15 módulos de diferentes conteúdos
ligados ao mercado financeiro.
As condições para inscrição, segundo o site da ANCORD, são:
•• Não registrar antecedentes criminais e encontrar-se no pleno exercício de seus direitos civis;
•• Ter concluído o ensino médio ou equivalente em instituição reconhecida oficialmente;
•• Conhecer, atender e estar de acordo com as exigências contidas no regulamento do exame.
Atualmente, a prova, que tem duração de 2h30min é distribuída e elaborada pela Fundação
Getúlio Vargas (FGV). E, embora o processo seja feito por computador, o candidato deve esco-
lher um local credenciado para realizar o exame presencialmente. O custo atual da inscrição é
de R$ 460,00, pago via boleto bancário.
Para ser considerado aprovado, o candidato deve obter um mínimo de 70% de acertos respei-
tando o mínimo de 50% de acertos nos módulos I, II, III, VIII e XV. Quando aprovado, o próximo
passo é a solicitação do certificado de aprovação.

2. CREDENCIAMENTO E REGISTRO

O credenciamento é a etapa seguinte à solicitação do certificado para aqueles que desejam


exercer a atividade de Agente Autônomo de Investimento. É obrigatório aderir ao Código de
Conduta Profissional da Atividade dos Agentes Autônomos de Investimento para isso.
O credenciamento habilita o profissional a se vincular a Instituições Contratantes do Mercado
de Capitais, podendo, então, exercer sua atividade, sempre como preposto da Instituição Con-
tratante e respeitando as diretrizes dispostas na Instrução CVM nº 497/11 do Código de Condu-
ta Profissional e no Código de Autorregulação da ANCORD.

5
GUIA PRÁTICO PARA SE TORNAR UM ASSESSOR DE INVESTIMENTOS DE SUCESSO

Para solicitar o credenciamento, o proponente a Agente Autônomo de Investimento deverá


preencher a ficha cadastral no site da ANCORD, acessando com login e senha, definidos na
etapa da solicitação do certificado. Após o preenchimento da ficha cadastral, deverá apresen-
tar perante à ANCORD a Declaração de Preenchimento de Requisitos e Termo de Adesão de
Agente Autônomo de Investimento aos Códigos de Conduta e de Autorregulação da ANCORD,
acompanhada da Autorização de Publicação de Dados, ambas assinadas e com firma reconhe-
cida, atendendo, assim, as normas estabelecidas para a atividade e as exigências do Programa
de Educação Continuada.
O registro para o exercício da atividade de Agente Autônomo de Investimentos será concedido
automaticamente pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) à pessoa física e à pessoa jurídi-
ca credenciadas na forma da Instrução CVM 497.

3. CONTRATO COM A CORRETORA

Após o credenciamento e o registro do profissional nos órgãos competentes, a próxima fase é


estabelecer um contrato com uma corretora. E é nesse ponto que todas as decisões do futuro
assessor passam a ter extrema relevância para que ele possa ter sucesso na careira.
Um Agente Autônomo de Investimentos pode trabalhar de duas formas: pessoa física e pessoa
jurídica. Contudo, as maiores corretoras do país estabelecem contrato apenas com pessoas ju-
rídicas, pois o entendimento é que uma empresa traz mais seriedade e padronização de pro-
cessos ao negócio. Atualmente, a maior corretora independente do país conta com mais de 660
escritórios credenciados e segue em plena expansão. Firmar contrato com uma corretora que
tem um modelo de negócios consolidado pode ser o caminho mais assertivo para desenvolver
o próprio negócio.
Porém, abrir uma empresa no país não é algo muito simples. Fora isso, ainda é fundamental
prever que uma empresa tem uma série de custos: aluguel, contabilidade, investimento para
montar um escritório, tributos, etc. Nem todos os profissionais que sonham em ser AAIs têm a
capacidade financeira para construir do zero um negócio. E aí que vem a segunda tomada de
decisão mais importante para o início da carreira do assessor – escolher um escritório já exis-
tente para se juntar –.

4. ESCOLHA DE UM ESCRITÓRIO

Se você se enquadra no grupo de pessoas que acreditam que a profissão de AAI é uma das mais
promissoras no mercado financeiro, mas está mais interessado no exercício da profissão em si
do que no empreendedorismo de abrir um negócio, a possibilidade é entrar num escritório já
em operação.
Basicamente, o processo é bem simples: todo escritório em atividade já mantém contrato na
forma de pessoa jurídica com uma corretora. O que o profissional que está entrando no mer-
cado precisa fazer é procurar um desses escritórios e se candidatar para compor a equipe da
empresa. Este processo, evidentemente, é bilateral, pois não basta o candidato querer entrar
num escritório, ele precisa ser aceito; o seu ingresso consiste não só na operação do escritório,
mas também na formalização da sua entrada na sociedade via contrato social.

6
GUIA PRÁTICO PARA SE TORNAR UM ASSESSOR DE INVESTIMENTOS DE SUCESSO

Num primeiro momento, parece um pouco assustadora a busca por um escritório, mas a ver-
dade é que a grande maioria dos escritórios está em expansão e, para isso, precisa de profissio-
nais comprometidos e capacitados para compor a equipe.
Pensando nisso, o futuro assessor deve analisar muito bem a qual escritório quer pertencer. A
essência da profissão de AAI consiste na prospecção e na captação de clientes. Nesse sentido,
o escritório escolhido deve fornecer condições adequadas para que o assessor possa desempe-
nhar suas atividades da maneira mais focada possível.
Seguem alguns pontos importantes que devem ser levados em consideração nessa escolha:
Remuneração: a remuneração do AAI é oriunda do repasse recebido com base nas aplicações
realizadas pelos clientes. Contudo, normalmente o assessor não contribui financeiramente
para arcar com as despesas do escritório no qual atua. Então, para custear essas despesas, o
escritório fica com um percentual da receita gerada pelo assessor. Essa divisão de repasse é
pactuada livremente entre os escritórios e os assessores, por isso é importante escolher um es-
critório que forneça uma boa estrutura e, ainda assim, tenha uma distribuição justa de repasse.
Estrutura física: o foco de prospecção dos assessores costuma estar em clientes com maior
volume de recursos financeiros. Esse tipo de cliente já está acostumado a um certo nível de
conforto, pois tem isso nos bancos nos quais é atendido. Sendo assim, é importante que o
escritório escolhido tenha uma estrutura acolhedora, com sala de reuniões e condições físicas
compatíveis com as atividades exercidas, não apenas focando no cliente, mas também dando
condições adequadas de trabalho para o assessor.
Estrutura organizacional: uma prática comum dentro dos escritórios bem-sucedidos é a exis-
tência de áreas especializadas dentro da empresa. Alguns escritórios contam com estruturas
que funcionam com profissionais responsáveis por determinadas classes de ativos, como, por
exemplo, Fundos de Investimento, Renda Fixa Crédito Privado, COE, FII, etc. Assim, o assessor
conta com o apoio de outro profissional para tirar dúvidas e saber quais ativos estão disponí-
veis para aplicação. Formas complementares de apoio sãos Mesa de Renda Variável para auxi-
liar assessores e clientes que têm demanda de operações mais complexas em Renda Variável,
áreas de Proteção Patrimonial e Planejamento Sucessório e área de Marketing. Uma boa estru-
tura organizacional permite que o assessor tenha mais tempo para prospectar e atender a sua
base de clientes, prestando atendimento de qualidade.
Possibilidade de partnership: optar por entrar num escritório já existente em vez de empre-
ender do zero no início da carreira não significa que essa situação precise ser mantida para
sempre. Muitos escritórios já têm planos de partnership bastante estruturados e possibilitam
que assessores que se destacam na estrutura da empresa possam ampliar sua participação nas
cotas de capital social, participando dos lucros da empresa como um todo e não apenas da re-
ceita oriunda de sua própria carteira de clientes.

7
GUIA PRÁTICO PARA SE TORNAR UM ASSESSOR DE INVESTIMENTOS DE SUCESSO

A REMUNERAÇÃO DO AAI

A palavra “autônomo” já remete a uma ideia de que o profissional que resolve seguir essa car-
reira não terá uma rotina muito próxima à de quem é empregado de uma empresa conven-
cional. O mesmo vale para a sua remuneração – normalmente, não há pagamento de salário
fixo ou de direitos trabalhistas –. O AAI é, na prática, um empreendedor e não um funcionário.
Logo, sua remuneração é meritocrática de acordo com o quanto conseguiu produzir.
Outro ponto importante é que a remuneração não é paga diretamente pelos clientes. A CVM
não autoriza qualquer tipo de cobrança por parte do AAI; todos os pagamentos ao assessor são
feitos via corretora.
A remuneração da corretora é gerada com base no percentual pactuado com o emissor de um
título ou administrador de um fundo para que ela disponibilize determinado ativo em sua pla-
taforma. A remuneração do assessor, por consequência, é também um percentual do que foi
recebido pela corretora de acordo com o volume que seus clientes investiram em determinado
ativo. No mercado financeiro, dá-se o nome de rebate a esse percentual.
Basicamente a remuneração do AAI é formada por praticamente qualquer tipo de investimento
que o cliente faça. Vamos usar três classes de ativos mais relevantes para exemplificar:
Fundos de Investimento: os Fundos de Investimento são um condomínio de investidores que
reúnem recursos e delegam a tomada de decisão sobre quais ativos comprar ou vender a um
gestor profissional. Por esse serviço, é cobrada a taxa de administração, que serve para remu-
nerar todos os prestadores de serviço do fundo, entre eles os distribuidores de cotas do fundo
(corretora). Sendo assim, se um fundo cobra taxa de administração de 2% ao ano, deduzida
diariamente do patrimônio líquido do fundo, ao fim de cada mês é repassada uma parte dessa
taxa para a corretora, que repassa, também, uma parte para o assessor com base no volume
financeiro alocado no fundo, gerando uma receita recorrente (periodicidade mensal).
Renda Fixa: em ativos de Renda Fixa, como CDB, LCI, Debêntures e outros, o repasse também é es-
tabelecido em forma de percentual, já que a corretora cobra dos emissores desses ativos um valor
para distribuir os investimentos na plataforma. A principal diferença da remuneração oriunda de
ativos de Renda Fixa para a de Fundos de Investimento é que, na Renda Fixa, não há recebimento de
receita recorrente. O rebate ocorre uma única vez – quando o cliente contrata o produto, por exem-
plo, numa aplicação em CDB pelo prazo de cinco anos, o assessor receberá sua remuneração no ato
da aplicação e nada mais até que o ativo tenha vencimento e eventualmente seja reaplicado –.
Renda Variável: por fim, outra forma relevante de geração de receita é quando o cliente opera
ativos de Renda Variável na Bolsa. O valor cobrado pela corretora para intermediar a ordem de
compra e venda de ativos na bolsa é chamada de corretagem. Novamente, parte da correta-
gem remunera a própria corretora e parte é distribuída para o assessor com base no número de
transações que os clientes de sua carteira efetuam.
Embora o modelo de remuneração do AAI leve como base a composição da carteira do cliente,
é importante destacar que os ativos apresentados devem estar alinhados com o perfil de risco,
objetivos e necessidades de cada cliente. Uma assessoria correta feita por um bom profissional
não deixa espaço para conflitos de interesse. Vale lembrar, também, que o volume da carteira,
ou seja, qual o valor de investimentos que o AAI assessora é muito importante neste modelo de
remuneração. Um cliente satisfeito concentra mais recursos na corretora e é fonte de recomen-
dação de outros possíveis clientes.

8
GUIA PRÁTICO PARA SE TORNAR UM ASSESSOR DE INVESTIMENTOS DE SUCESSO

A ROTINA DE TRABALHO DO AAI

A definição da agenda e da rotina de trabalho do


assessor é definida por ele mesmo com base nos
seus objetivos e planos de ação. Normalmente,
os escritórios não exigem cumprimento de carga
horária específica, pois diversas reuniões e com-
promissos são realizados fora do ambiente do es-
critório.
Num dia sem reuniões externas, a agenda do AAI
normalmente começa com uma atualização sobre
o mercado financeiro. As corretoras diariamente
subsidiam os profissionais com diversos relatórios
e análises para que o assessor possa começar o
dia bem informado.
Na definição de uma agenda diária, assessores que estão começando a carreira costumam de-
dicar mais tempo às atividades de prospecção de clientes, pois ainda precisam construir uma
carteira de clientes. Assessores com carteiras mais robustas e mais tempo na profissão passam
mais tempo se dedicando aos seus próprios clientes analisando as carteiras, verificando venci-
mentos de aplicações, reaplicações e tirando dúvidas diversas que os clientes possam ter.
As plataformas das corretoras são bastante dinâmicas também, com frequentes reaberturas e
fechamentos de fundos e surgimento de ofertas públicas de diferentes ativos. Cabe ao assessor
comunicar e explicar aos seus clientes as diferentes oportunidades que surgem na plataforma.
Ainda assim, mesmo os assessores mais sêniores mantêm constante atividade de prospecção
para renovação de base, afinal é normal que os atuais clientes efetuem resgates e utilizem os
recursos para diferentes fins.
Independentemente de estar no início da carreira ou com uma carteira já formada, algumas
atividades fazem parte da rotina de qualquer assessor, entre elas:
•• Busca constante por aprendizado, seja através de leituras de relatórios e análises, seja com
treinamentos oferecidos pelo escritório/corretora;
•• Prospecção e atendimento de clientes, principalmente por meio de ligações telefônicas,
então é importante que assessor saiba se comunicar bem para aumentar suas chances de
sucesso;
•• Reuniões presenciais também são bastante comuns, logo, a apresentação pessoal é um
ponto relevante já que o mercado financeiro costuma ter certa formalidade.

9
GUIA PRÁTICO PARA SE TORNAR UM ASSESSOR DE INVESTIMENTOS DE SUCESSO

10 DICAS IMPORTANTES
PARA TER SUCESSO NA PROFISSÃO DE AAI

Frequentemente, recebo perguntas sobre o perfil ideal para se


ter sucesso como AAI. Assim como em todas as profissões, o su-
cesso do AAI vai depender do quanto de energia o profissional
estará disposto a empregar no seu exercício.
É evidente que ter experiência no mercado financeiro, ter traba-
lhado em um banco com carteira de clientes investidores ou ter
uma boa rede de relacionamentos vai facilitar muito a caminhada
do futuro assessor. Mas, se você não se enquadra nesse grupo e
acredita na profissão, saiba que também há espaço para você e
que, com uma boa dose de dedicação, é possível ter sucesso.
O escritório do qual sou sócio tem mais de 50 assessores e vários deles não trabalharam em
banco, mas são muito bem-sucedidos na profissão. Seguem as 10 características que observo
diariamente nesses profissionais:

1. Intensidade comercial: o sucesso na profissão é medido em grande parte pelo volume de


captação de recursos e clientes que o AAI consegue trazer para a corretora. Num mercado
competitivo como o financeiro, são necessárias muitas ligações, reuniões e trabalho para
que isso se concretize.

2. Resiliência: quanto maior a intensidade comercial, maiores serão os êxitos, mas também
as frustrações, afinal nem todos os potenciais clientes dirão “sim”. É preciso ter resiliência
para ouvir um “não” ou vários “nãos” e seguir em frente sem se abalar.

3. Visão de longo prazo: uma carteira robusta não se constrói do dia para a noite. Se conquis-
ta um cliente hoje, ele indica um amigo amanhã e, aos poucos, o AAI vai aumentando sua
base de atendimento.

4. Organização: embora o AAI defina sua própria agenda, sem organização é comum o dia do
profissional se resumir a tarefas operacionais e distrações, deixando de lado as atividades
mais importantes que vão conduzi-lo ao sucesso.

5. Aperfeiçoamento contínuo: a profissão de AAI é bastante complexa, pois há muitas regras


inerentes ao mercado financeiro e aos ativos distribuídos. Soma-se isso ao fato de o merca-
do ser extremante dinâmico e pronto: ou o profissional se mantém atualizado ou está fora.
Um fator que pode fazer alguém se destacar na profissão é a conquista de outras certifica-
ções além da ANCORD. A certificação de especialista em investimentos ANBIMA (CEA) e a
certificação de planejador financeiro (CFP), além de agregarem conhecimento ao AAI, são
reconhecidas muito positivamente no mercado financeiro.

10
GUIA PRÁTICO PARA SE TORNAR UM ASSESSOR DE INVESTIMENTOS DE SUCESSO

6. Atendimento de excelência: as corretoras têm plataformas com mais possibilidades que


os grandes bancos, mas o verdadeiro diferencial é a qualidade do atendimento. Os bancos
tradicionais acabam exigindo de seus profissionais múltiplos conhecimentos, como conces-
são de crédito, venda de produtos e serviços, investimentos, tarifas e outros. Além disso,
muitas carteiras de gerentes ultrapassam 500 clientes, o que inviabiliza um atendimento
personalizado. Atenda bem a seu cliente e ele será fiel, além de ser fonte de indicação de
outros clientes.

7. Empatia: o bom atendimento vai além de apenas dar atenção aos clientes, é preciso se
colocar no lugar de cada um e entender profundamente suas necessidades e objetivos. O
foco deve ser sempre no cliente buscando entender até mesmo as necessidades e fragilida-
des que o próprio cliente não tem percebido que possui.

8. Boa comunicação e relacionamento interpessoal: um relacionamento interpessoal posi-


tivo e uma comunicação assertiva, além de ajudarem muito no atendimento aos clientes,
contribuem para um bom ambiente dentro da empresa, o que pode resultar em um au-
mento da produtividade. Essas qualidades são fundamentais para todos os profissionais
que atuam na área comercial.

9. Adaptabilidade: como dizia Darwin, “não é o mais forte, nem o mais inteligente que sobre-
vive, mas sim o mais adaptável”. O mercado financeiro muda, as regras mudam, o cenário
econômico é cíclico e muda, então ou o assessor se adapta às mudanças ou está fora do
jogo.

10. Proatividade: não, infelizmente os clientes não irão até você pedindo ajuda, você terá que
ir até eles e terá que convencê-los de que o que você faz tem valor. As últimas 9 dicas dei-
xam claro que não há espaço para zona de conforto na profissão, então arregace as mangas
e faça acontecer.

11
GUIA PRÁTICO PARA SE TORNAR UM ASSESSOR DE INVESTIMENTOS DE SUCESSO

O AMADURECIMENTO DO MERCADO FINANCEIRO NO


BRASIL E SEU IMPACTO NA PROFISSÃO DE AAI

Comecei este e-book afirmando que a profissão de Agente Autônomo de Investimentos é a


profissão do presente. E, de fato, cada vez mais profissionais têm escolhido atuar no mercado
financeiro como AAI. Mas isso não se deve apenas à remuneração atrativa, a objetivos alinha-
dos aos dos clientes ou a qualquer outro motivo ligado apenas à profissão em si. Grande parte
desse movimento vem do amadurecimento do mercado por conta de diversos fatores que ve-
remos a seguir.
Um dos fatores que tem favorecido o crescimento da profissão é a chamada desbancarização,
que é um movimento antigo iniciado nos Estados Unidos e na Europa que consiste na descen-
tralização das instituições financeiras. Em vez de haver uma concentração de clientes em 5 ou
6 instituições financeiras como no Brasil, países com economias mais desenvolvidas têm mi-
lhares de opções de instituições oferecendo serviços bancários e de investimentos. Além disso,
dados apresentados pela maior corretora independente do país apontam que mais de 90% da
população americana não investe seu dinheiro em bancos, mas sim na indústria independente
de distribuição de investimentos. No Brasil, apenas 5% dos investimentos estão nas corretoras
independentes, ou seja, este mercado ainda tem muito a crescer por aqui.
Outro fator importante é que a busca dos clientes por produtos e serviços de melhor qualidade
é um caminho natural. Logo, quando surgem alternativas que agregam valor ao cliente e apre-
sentam soluções para otimizar a vida deles, a aceitação tende a ser grande. Algumas empresas
que podemos usar como exemplo: Uber, Netflix, Amazon, Spotify, Airbnb, entre tantas outras.
No mercado financeiro, um exemplo da área de pagamentos é a Pagseguro, enquanto, na área
de investimentos, a responsável por revolucionar o mercado tem sido a XP Investimentos. Isso
sem contar as inúmeras fintechs, empresas de tecnologia que trabalham para inovar ou otimi-
zar serviços no sistema financeiro.
Na busca por melhores produtos e atendimento especializado, os clientes têm encontrado as
melhores opções para aplicar seus recursos nas corretoras independentes. Normalmente com
plataformas abertas, as corretoras independentes disponibilizam uma quantidade abundante
de opções de investimentos nas mais diversas classes de ativos e com as mais variadas remune-
rações.
Além de bons produtos, outro diferencial importante são os profissionais responsáveis pelo
atendimento ao cliente. Como já vimos ao longo deste e-book, o Agente Autônomo de Investi-
mentos é um profissional focado e considerado especialista no assunto. Nos bancos, os profis-
sionais responsáveis pelo atendimento ao cliente costumam ter inúmeras outras atribuições,
como conceder crédito e vender uma série de produtos e serviços que não têm nenhuma rela-
ção com investimentos.
O fato é que inúmeros elementos e fatores mercadológicos têm contribuído para que o próprio
investidor se movimente na busca de alternativas que melhor atendam aos seus interesses e
isso tem favorecido muito o crescimento da profissão de AAI no Brasil. As instituições financei-
ras independentes têm crescido de forma consistente, expandido sua base de clientes e, por
consequência, o número de profissionais para atendê-la. A XP Investimentos, por exemplo, pre-
tende praticamente quadruplicar o valor total de ativos em custódia até o fim de 2020.

12
GUIA PRÁTICO PARA SE TORNAR UM ASSESSOR DE INVESTIMENTOS DE SUCESSO

Com base em tudo que foi exposto até aqui, o cenário atual se mostra bastante favorável a
quem busca entrar na profissão. Ao que tudo indica, o segmento ruma para um modelo próxi-
mo das economias mais desenvolvidas, gerando um enorme potencial de crescimento. Embora
a profissão já seja regulamentada há alguns anos, hoje existem pouco mais de 4 mil AAIs em
atividade. Segundo a ABAAI (Associação Brasileira de Agentes Autônomos de Investimentos),
esse número pode quintuplicar nos próximos quatro ou cinco anos. Profissionais que estão in-
gressando hoje na profissão levam vantagem, pois ainda há uma quantidade enorme de clien-
tes com a necessidade de assessoramento especializado. Isso significa que este é o momento
ideal para você investir nessa carreira e conquistar seu certificado de Agente Autônomo de
Investimentos!

SOBRE O AUTOR

Adriano Fraga atua há 10 anos no mercado financeiro, é sócio e


assessor na Zahl Investimentos.
Professor em cursos preparatórios para certificações financeiras
na EA Certificações e no MBA em Investimentos, Planejamento
Financeiro e Certificações da UNIBTA.
Coordenador de conteúdo de Pós-graduação e Certificações na
UOL EdTech.

13

Você também pode gostar