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Separação de Coluna Líquida

José do Carmo S. Júnior


RA 107495
Introdução
Separação de Coluna Líquida

Na separação de coluna líquida


ocorre a geração de grande
quantidade de bolhas de vapor
(cavitação) em função da rápida
descompressão de colunas líquidas.

Martin (1982)

Fonte: Chaudhry, 1987


Introdução
Separação de Coluna Líquida

Separação de coluna
por operação de
abertura de válvula.

Tsutiya (2004)

Fonte: Tsutiya, 2004


Introdução
Rejuntamento de Coluna Líquida

Entretanto, após a passagem da onda


de descompressão, a sua reflexão
retorna sob a forma de onda de
compressão e as colunas de juntam,
ocasionando um choque entre si,
devido a ocorrência do transitório
hidráulico.
Tsutiya (2004)

Fonte: Chaudhry, 1987


Transitórios Hidráulicos
Definição

Denomina-se transitório hidráulico ou


golpe de aríete, o regime variável que
ocorre durante a passagem de um
regime permanente para outro regime
permanente.
Souza (2008)

Fonte: Souza, 2008


Transitórios Hidráulicos
Sobrepressão e Subpressão

Ondas de sobrepressão e subpressão se propagam ao longo


da tubulação a uma velocidade chamada velocidade de onda.

Fonte: Tsutiya, 2004


Transitórios Hidráulicos

Ocorrência Consequências
Alteração brusca no movimento ou ➢ Rompimento das tubulações

paralisação eventual de um elemento devido à sobrepressão ou fadiga

do sistema, sendo geralmente: ➢ Fechamento de tubo devido à


subpressão ou separação da coluna

➢ manobras de fechamento rápido líquida

➢ partida de bomba ➢ Riscos de contaminação da água

➢ desligamento de bomba ou parada devido a subpressões em locais

de turbina onde há vazamento

Souza (2008) ➢ Vibração das tubulações e ruído

Boulos et al (2005)
Transitórios Hidráulicos
Equações Básicas

Os transitórios podem ser


modelados com precisão
aceitável através das equações
da quantidade de movimento e
conservação de massa, na forma
diferencial. Sua solução
Equação de Joukowski (1898) ou
numérica é feita, usualmente,
Equação Fundamental do Golpe de
com base no método das
aríete:
características.

Dh = a (V1 – V2)
g Tsutyia, 2004
Envoltória de Pressões Máximas e Mínimas

A análise do golpe de aríete


poderá ser efetuada em
duas etapas,
compreendendo diagnóstico
e o dimensionamento. O
estudo deve utilizar o
Método das Características.

(NBR12215 - Projeto de
adutora de água para
abastecimento público )

Fonte: Tsutiya, 2004


Projeto de adutora de água para
abastecimento público - NBR12215

✓ As pressões mínimas devidas ao golpe de aríete, correntes em qualquer


seção da adutora, devem ser maiores que a pressão subatmosférica
admisslvel.

✓ Nas condições normais de operação, para qualquer tipo de tubo e de


material empregado, a pressão subatmosférica mínima admissível é dada
pela pressão absoluta de vapor d’Agua à temperatura ambiente, subtraída
de pressão atmosférica local.

✓ Para tubulações de parede fina, compostas de material flexível, a


pressão subatmosférica mínima admissível é definida pela pressão de
colapso estrutural do tubo, caso seu valor seja superior à pressão mínima
admissível.

Fonte: NBR12215
Formação de Bolhas de Vapor (cavitação)

O perfil apresenta as
envoltórias de cargas
onde se percebe a
formação de bolhas de
vapor devido a separação
de coluna líquida.
Observa-se que a linha de
carga mínima ultrapassa
a linha do perfil da
tubulação.

Fonte: Software Hammer, 2010


Formação de Bolhas de Vapor (cavitação)

Detalhe da formação de
bolhas de vapor
(visualização do volume
de ar formado)

Fonte: Software Hammer, 2010


Utilização do Fator de Atrito (f)
na Separação de Coluna Líquida

O uso do fator de atrito constante pode conduzir a um erro de previsão no


estudo do fenômeno da separação de coluna líquida durante a passagem das
ondas refletidas (Lima, 2006).

A modelação do fator de atrito em escoamento transitório geralmente é feita


considerando-o igual ao do regime permanente , mas não é levado em conta que,
durante o transitório, o perfil de velocidade altera-se a cada instante, inclusive havendo
escoamento reverso.

DH = f L v2 Fórmula Universal
D 2g
Dispositivos de Proteção
Dispositivos de Proteção

Nos sistemas elevatórios, a proteção A escolha do dispositivo mais


contra o golpe de aríete é realizada adequado depende das condições
através de dispositivos de proteção operacionais e de implantação do
que agem no controle das vazões e, sistema em análise.
principalmente, de pressões.
Almeida (1989) Boulos et al (2005)

Na etapa de dimensionamento, devem ser estudados diversos dispositivos de


proteção e controle, selecionando-se aqueles que garantam as condições
extremas de pressão pelo menor custo de implantação e operação do
sistema.
NBR12215
Dispositivos de Proteção

Segundo Boulos et al (2005), para o controle e amortecimento dos


transitórios hidráulicos, os autores citam diversos dispositivos:

Válvulas de Admissão e Expulsão de Ar (Ventosas);


Volante de Inércia;
Tanque Alimentador Unidirecional (TAU);
Chaminé de Equilíbrio;
Reservatório Hidropneumático (RHO);
Válvula Antigolpe de Aríete;
Válvulas de Alívio;
Válvula de Admissão e Expulsão de Ar (Ventosa)

Permitem a entrada de ar
durante a passagem de baixas
pressões e impedem que a
pressão atinja valores abaixo
da pressão atmosférica.
Quando dimensionadas
corretamente impedem o
rejuntamento de colunas com
velocidades superiores ao
Esquema de funcionamento de ventosa
Fonte: Tsutiya, 2004 permitido pela tubulação.

Tsutiya (2004)
Válvula de Admissão e Expulsão de Ar (Ventosa)

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Ventosa Tríplice Função


Fonte: Saint-Gobain (2006)
Volante de Inércia

São dispositivos acoplados ao


eixo da bomba, para aumentar
o momento de inércia do
conjunto girante. Protege a
tubulação através da limitação
da taxa de queda de rotação
da bomba, sendo comumente
empregado para evitar
pressões negativas, evitando a
separação de colunas.

Fonte: Silva, 2006


Tsutiya (2004)
Volante de Inércia
Envoltória de Pressões

Fonte: Silva, 2006


Tanque Alimentador Unidirecional (TAU)

É um tanque aberto à
atmosfera e conectado a rede.
Somente é permitida a vazão
do tanque para a rede, pois
uma válvula de retenção
impede o fluxo contrário.

Koelle (1982)

Fonte: Silva, 2006


Tanque Alimentador Unidirecional (TAU)
Envoltória de Pressões

Fonte: Silva, 2006


Chaminé de Equilíbrio

É um elemento do tipo
reservatório, portanto, aberto
à atmosfera, cujo nível de
líquido poderá variar durante
o transitório hidráulico.

Koelle (1982)

Fonte: Silva, 2006


Chaminé de Equilíbrio
Envoltória de Pressões

Fonte: Silva, 2006


Reservatório Hidropneumático (RHO)

É um “vaso de pressão”, contendo ar e


líquido, vinculado a rede. Durante a
ocorrência do transitório hidráulico, o ar
contido no RHO varia de volume
expulsando ou admitindo o líquido.

Koelle (1982)

Fonte: Silva, 2006


Reservatório Hidropneumático (RHO)
Envoltória de Pressões

Fonte: Silva, 2006


Reservatório Hidropneumático (RHO)

RHO
ESFERAS D=10,5 m

Adutora
Guarapiranga-ABV

Tubulação Aço
DN 2500mm
Extensão 6500m

Fonte: Silva, 2006


Conclusão

Desta forma, a separação de colunas é um fenômeno

que deverá ser evitado em linhas de recalque e isto é

possível através de escolha criteriosa de dispositivos de

proteção contra efeitos de golpe de aríete.

Tsutyia, 2004
Referências Bibliográficas
Referências Bibliográficas

SILVA, P.A. Amortecimento da celeridade de onda em condutos forçados. 2006. 116 p.


Dissertação de Mestrado – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo.

TSUTIYA, M.T. Abastecimento de Água, 1ª Ed. Departamento de Engenharia Hidráulica e


Sanitária da Escola Politécnica da USP, 643p. 2004. São Paulo.

KOELLE, E. Análise de Transientes em Sistemas Hidráulicos de Condutos Forçados.


Intercâmbio Internacional Sobre Transientes Hidráulicos e Cavitação, São Paulo, 1982.

ALMEIDA, A. B. Curso sobre Transientes Hidráulicos em Condutos em Pressão. Congresso


internacional sobre casos e acidentes em sistemas fluidos, 1989. São Paulo.

SOUZA, E. V. Uma contribuição para o pré-dimensionamento de reservatórios


hidropneumáticos para atenuação de transitórios hidráulicos. Campinas, SP: [s.n.], 2008.

BOULOS, P.F., KARNEY, B.W., WOOD, D.J., LINGIREDDY, S. Hydraulic Transient Guidelines for
Protecting Water Distribution Systems. Journal AWWA. 97:5, 2005.

CHAUDHRY, M.H. Applied Hydraulic Transients, 2nd Edition, Van Nostrand Reinhold, New
York, 1987.
Referências Bibliográficas

MARTIN, C.S. Aspectos Transientes do Escoamento Bifásico. Intercâmbio Internacional Sobre


Transientes Hidráulicos e Cavitação, São Paulo, 1982.

LIMA, L.F.M. Termo de atrito em escoamento transitório para condutos forçados. 2006. 131 f,
Tese (Doutorado) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12215 – Projeto de Adutora de Água


para Abastecimento Público. Rio de Janeiro, 1986

SAINT GOBAIN CANALIZAÇÃO. Catálogo Linha Água 2006 tubos e conexões de Ferro Dúctil,
Rio de Janeiro, 2006.
Grato!!!

jcjunior@sabesp.com.br

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