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Kokubun •Proen~a
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· EDUCfiCÃO F(SICfi
ESCOLAR
fundamentos de uma abordagem
_ dczscznvolvimentista
Dados de Catalogação na Publicação ( CIP) Internacional
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Bibliografia.
CDD-613 .7
-155
88-0085 -612.65
Escolar
Funda·m entos de uma abordagem
desenvolvi mentista
EDlllíô~íRl ír>E~íRlGÓGIICíRl
E lUJíffillWE~Slllíf~llíRl ILiflDll
1. Domínios do comportame nto . humáno
e o movimento
5
,. domínios convém esclarecer O resultado é um padrão d .
tes tres maioria dos ' t ntos nervosos que atinge os di've rsos e impulsos
ór ..
compor ame
qexui.est;ªa participação de to,dos os três efe tores envolvidos no 01 . gaos
,., on tais como: músculos si'stemovimento,
domínios. A classificaçao e uml a c : ' a card'
. ,. ci· a visto que O prob ema e vascular e outros. Da cont _ to.
ven1en , . ,.. . d lt raçao mus
essencialmente de predominancia e cu1ar resu a o ~ovimento, enquant~
um destes domínios sobre outros,. sem due os out~os sistemas encarregam-se
que sejam mutuamente exclusivos. de proporcionar as condições adequa.
Por exemplo, 0 comportamento de um as para a sua ~ealização. Os com.
'ndivíduo no xadrez é predominante- portamentos afetivo-sociais ou .
t d ~ . d .. b , , ain-
men t r cognitivo, embora os ominios a, cognitivos, . tam ém são acompa-
motor e afetivo-social também este- nhados por a1ustes . no sistema de
jam envolvidos. O halterofilismo, por suporte vegetativo, tais como altera-
sua vez, é predominantemente motor ções nos componentes cardiovascula-
assim como a maioria das habilidades res e respiratórios, transpiração, di-
desportivas. !atação de pupila e outros.
A interação de todos os domínios do~ Em resumo, quando se estuda 0
comportamento pode ser claramente ~portamento hum~ dois pr~ cí-
compreendida no modelo sistêmico pi0s devem 3 r considern..Q_Qs: o da
do comportamento humano de Heims- .
totaliaade e o,.,.da especificidade. / O ~
/
''
ntificação
---------
Energização
7
no trabalho, no ~ er e no desporto. so. o movimento te~, p~rtanto, du:
Embora em Edtc:; ão Física os mo- pio aspecto. O primeiro e_ que e1e e
vimentos d~ebrtivos sejam enfatiza- um comportamento observ avel e O se-
dos, convém ressa1tar que os meca- gun do e, que ele é produ. to de todo um
nismos env vidos em qualquer um processo que acontece intern ament e ao
destes mo? , mentos são basicamente indivíduo. Para uma mel h or corn-
os mesmo . A diferença fundamental preensão deste proces so intern o res-
- d .
e~ta' nas 1 ·pf orm~çoes- esp~c~'f ·
1cas rece- pensável pela pro d uçao o mov1m
d en-
bidas, ptocessadas e utthzadas por to a figura 1.2. mo ra5t O 1
mo e O de
estes mJcanismos na organização e p;rformance human a de Marteniuk
controle! dos movimentos. Cada tare- ·(1975) que procu ra ·aprese ntar de uma
fa específica deman da - o processa- forma concisa os mecan ismos envol-
mento /de informações específicas. vides na execuç~o do movimento.
Neste s~ntido, é importante enfatizar Consid erando o ser human o como
que os \conhecimentos adquir.idos co- um proces sador de inform ações, Mar-
mo res~ltado de pesquisa • em áreas teniuk aprese nta um model o composto
relacion~das, como Performance Hu- de cinco mecan ismos envolvidos na
' .
mana, Engenharia Humana, Ergono- execução do movim ento. Estes meca-
mia_e Psicologia Experimental, devem nismos são interli gados através do
ser assimilados e efetivamente utili- fluxo de inform ações, de forma que
zados pela Educação Física, contri- o funcio namen to de um determinado
bÚindo para uma compreensão mais mecanismo depen de das infarmações
abrangente e profun da do movimento fornecidas por aquele que o precede.
humano. · Por exemp l9, o mecan ismo percepti-
0 moyim~nto tem sido definido de vo - nãcr pode funcio nar adequada-
várias -formas por- diferentes autores; mente se os órgãos dos sentidos apre-
De ,acordo _com -Newell ( 1978), re- sentar em proble mas.
fere-se g~r~lmente ao . deslocam~'rito ~ Os órgãos dos sentid os podem ser
do corpo -e membros produz ido como ~ consid erados como sendo os interme-
u~a conseqüência do padrão esp~- diário s -entre a estimu lação do meio
cial e !empo~~l da contra.;ão mus- ambie nte e o sistem a de processa-
cular. Pelo fato · de o movim ento s·e mento centra l Eles têm como função
caracterizar por um deslocamento do transf ormar ~s difere ntes estímulos,
cor~o ~um determinado padrão es- em forma de energi a física, em algo
pac1al e temporal el · ,
, e e um compor- que· possa ser transm itido
.. , do
atraves
tamdento observável e mensurável. sistem a nervos o human o ou seja, itn·
T0 os os movimento
, . s man1'festam pulsos nervosos. Este mecan ' ismo,
· que
certas caractensticas e · ·
. , .
pora1s observave1s tod · ,
spacia1 s e tem- não é influe nciado pelo processo de
.
.d ' avia e precis o aprend izagem · tem també m a f unça...o
cons~ -erla~ que o compo rtamen to oh- de codifi car ~s informações contidas
servave e resultado de· - · õeS
inte . um processo no estímu lo em forma de variaç
rno que ocorre no sist ' • d0 itn·
ema nervo- nos padrõe s espaço-temporais
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pulso nervoso. Os impulsos nervosos idéia total da habilidade (Marteni k,
são entã o transmitidos através de vias 1976), ou a compreensão da tarefa
aferentes até o sistema nervoso cen- e o que ela exige (Gagné, 1977). Com
tral de 'são processaaos. Inicia-se relação ao mecanismo de decisão, é
\ aí o processo de percepçao. também importante considerar que
0 O mecanismo de percepção, através um mes1ro objetivo pode ser alcan-
dos processos de discriminação, iden- çado via diferentes planos motores,
tificação e classificação, fornece infor- visto que não existe uma relação li-
maçoes near entre o objetivo e o movimento
iente ex erno e 1n er a ser executado para alcançá-lo (Con-
corp o) p~ serem utilizadas pelo me- nolly, 1977; Newell, 1978).
canismo de decisão. São tamb ém en- Após a escolha do plano motor, este
viadas ao sistema de memória para precisa ser detalhado com relaçacfãos
. serem armazenadas e utilizadas na ~eus componentes. Isto é ~l~ .
predição de situações futuras. mecanismo efetor, que tem como f un-
Percepção é basic amen te um proc et . ção selecionar e integrar os comandos....,
so e organização de informacões e motores que eventualmente prõd '!:
"~ ue de ende de a ões e experiê ias zirão o movimento desejado. Dois
passadas elfo· d, 1968). Ela se de- processos básicos se desenvolvem no
senvolve através do processo de apren- mecanismo efetor: a organização hie-
dizagem e pode ser influenciada por
0 fatores como atenção. seletiva, capaci-
dade sensorial de detecção, memória
rárquica e seqüencial (Marteniuk,
1976). .A organização hierárquica en-
volve u~a ordenação das informações
-~ e processos perceptivos de alto nível, do geral para o específico e, a orga-
como ante cipa ção e· predição. · nização seqüencial, a colocação, numa
As informações processadas pelo me-
ordem seqüencial, dos componentes
canismo perc eptiv o · são entã o trans-
do plano motor para que ·as deman-
mitidas ao mecani_smo de _decis~o. t
·das do meio ambiente e os objetivos
função deste .úJ.tim:o escolher o plano
m.otor adeq uado , levando-_se em ?º.n-
seja)Jl alçançados. O mecanismo
tor é também responsável pela 1n1-
:f~-
sideração as .dem anda s correntes do
meio ambiente e os objetivos origi- ~ ~iâçãQ do movimento, já_ que após .º
'detalhamento do plano motor, coman-
nais· da perfo rman ce. O_ conceito de
piano moto r 'foi derivado do conceito dos motores são transmitidos ao sis-
dé plano, · apre senta do por Miller, tema muscular num padrão ~spaço-
Galanter e Prib ram ( 1960), que :sig- -temporal adequado, quando então
nifica .o processo organizacional que acontece o movimento. Neste momen-
controla a orde m ern que ütna -~ to, os músculos estão sob c~ntrole
de operações é êi"ecutada. dos comandos motores :'. apos ~m
Plano intervalo de tempo, estao tambem
m em· denomina o
'
programa executivo (Fitts & Posner, sujeitos à influência e controle do
1967), lode ser considerado como a feedback.
9
"Feedback" externo
''Feedback" intrínseco
"Feedbac/c"
intrínseco
Mecanismo
perceptivo
Figura 1.2. Modelo de performance humana com base no processamento humano de infor-
mações (adaptado de M?rteniuk, 197S).
E~ploração do -
Movimento Sensação
meio ambiente
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Organi~ação
Cognição -- Percepção
de percepções
F' .
zgura 1.3. Inter-relacionamen
. to entre movimento e cognição (Tani, 1987).
12
• p.ortância
1111 do movimento no desen-·
O movimento é reconhecido como
olvimento glob a1 da criança
. -
nao sendo o objeto de estudo e aplicação
recebeu a devi'da atençao
V - . M a~
. re-
da Educação Física. Seja qual for a
centemente, estudiosos ~a _Educação
área de atuação, a Educação Física
defendem que as expenencias moto-
trabalha com movimento e, pelo aci-
ras que se iniciam na infância são de
fundamental importância para o de- ma exposto, é inegável a sua contri-
se·nvolvimento cognitivo, visto que os buição ao desenvolvimento global do
movimentos fornecem o principal ser humano, desde que estes trabalhos
meio pelo qual a criança explora, sejam adequados. Da mesma forma,
relaciona e controla o seu ambiente. é também inegável a sua grande res-
o movimento se relaciona com o ponsabilidade perante a comunidade,
desenvolvimento cognitivo no sentido no sentido de assumir que os objeti-
de que a integração das sensações vos propostos serão realmente alcan-
provenientes de movimentos resulta çados. Freqüentemente, observa-se o
na percepção, e toda a aprendizagem estabelecimento de inúmeros objetivos
simbólica posterior depende da orga- para a Educação Física, muitos pro-
nização destas percepções em forma vavelmente inatii:igíveis. O centro das
de estruturas cognitivas. Acrescen- preocupações e interesses da Educa-
tando-se a estes conhecimentos os ção Física está no movimento huma-
resultados de estudos em Performan- no. Neste sentido, é preciso enfatizar
ce Humana e Aprendizagem Motora, a necessidade de a Educação Física
que destacam a participação dos · as- modificar a c~mpreensão restrita de
pectos cognitivos em qualquer ação outrora, passando a analisar o signi-
motora, no sentido de que o desen- ficado do movimento na relação dinâ-
volvimento da cognição" ·possibilita mica entre o ser humano e o meio
uma melhor programação e controle
ambiente. 11 preciso investigar os
dos movimentos, estabelece-se um
1;rincípios básicos. de organiz~ç~o do
círculo evolutivo, mostrado na figura
movimento em diferentes n1ve1s de
1.3., onde o movimento desenvolve a
sensação, c1 sensação a percepção, a análise, desde o bioquímico, n,eurofi-
percepção a cognição, a cognição o siológico e comportamental, ate o so-
movimento, o movimento a sensação, cia!,._.pjüa se J er a compreens~;1ª~~
áctequada possível do mov1me t h -
repetindo-se . assim todo um processo
que evolui de uma forma contínua. mano. E pred sofãmbém que a Eêtü-
Em resumo, os movimentos são de 1 caçãoF ísica estude o real sig~ificado
fundamental importância para a vida do movimento dentro do. ciclo de
do ser humano em seus diferentes 'd do ser humano, considerando-o
v1 a .b .
aspectos. Onde existe vida, existe como u m f ator que contn
. u1 para
movimento; e vida é impossível sem uma crescente ordem no ~•stem~. e ~a
movimento. sua interação com o me10 am ten e.
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