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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO NEUROCIÊNCIA COGNITIVA E


COMPORTAMENTO

Resumo capítulo 2- Um segundo antes (O sistema límbico)

João Pessoa

2022
Primeiramente, para compreender a complexidade cerebral, é necessário desmembrar
o cérebro em três partes diferentes. Apesar de tal modelo apresentar deficiências, é este quem
possibilita um melhor entendimento acerca de como esta máquina perfeita chamada cérebro
funciona. Desta forma, o cérebro pode ser entendido a partir de três camadas diferentes,
sendo a primeira camada compreendida como a mais antiga e responsável por regular e
mediar as funções automáticas. A segunda, é a camada que, basicamente, interpreta o que
aconteceu no mundo (exterior) e repassa as informações para a primeira camada analisar
como procederá a partir dessa informação. Já a camada três, que se encontra na parte superior
do cérebro, mais especificamente em sua superfície, fica responsável pela memória,
cognição, processamento sensorial, entre outras funções.

A partir deste entendimento é possível compreender melhor como os comportamentos


ocorrem, e também nos remete a pensar sobre algo que acontece corriqueiramente com os
seres humanos e que não é possível controlar: as emoções. O sistema responsável por auxiliar
no processamento das emoções é o sistema límbico. Essa região é formada por complexos
circuitos que coordenam a excitação e inibição corpórea. Diante de alguma ocorrência o
sistema límbico envia estimulações para o hipotálamo, que por sua vez ativa as funções
autonômicas. Desta forma, podemos inferir que o sistema límbico tem influência, mesmo que
indireta, nas funções autônomas e na secreção de hormônios e, estes últimos, enviam
mensagens ao cérebro acerca do meio externo, trazendo influências diretas ao comportamento
do indivíduo.

Apesar de influenciar indiretamente o comportamento, o sistema límbico ainda exerce


comunicação com outra parte muito importante do cérebro: o córtex frontal. Estas duas
estruturas estão interligadas entre si e em determinadas ocasiões podem se inibir e estimular,
colaborar entre si e agir coordenadamente ou em alguns casos podem trabalhar em diferente
direção um do outro.

Dito isso, é importante entender melhor acerca da estrutura ligada aos nossos piores
comportamentos: a amígdala. Esta é indispensável para a realização da mediação da
agressividade e outras ações que dizem a respeito dessa categoria de comportamentos.
Estudos comprovam que quando a amígdala do indivíduo é afetada, seus comportamentos
também o são tendo em vista que a amígdala também é a estrutura responsável por
comportamentos de medo (inatos) que se localiza de forma mais específica na amígdala
central. Já a amígdala basolateral é responsável por “aprender” medos e enviar essas
informações para a amígdala central, que é quem comanda de forma efetiva os nossos
impulsos e comportamentos.

Apesar de a amígdala cumprir um papel muito importante nos estados de medo e


agressividade, estes dois comportamentos não estão necessariamente interligados, pois nem
todo medo provoca agressão e nem toda agressão advém de um medo. Contudo, em
indivíduos que apresentam esta predisposição é bem possível que tal comportamento se
correlacione (vale lembrar que correlação não implica numa relação de causa e efeito). No
entanto, em casos de psicopatologias clínicas como por exemplo a psicopatia, é possível notar
que estes indivíduos expressam níveis menores de medo comparados com pessoas típicas e
seus níveis de agressividade também estão em patamares mais elevados.

Total de palavras: 509

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