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Atividade: fichamento 1
respeito dessa crença, no século XIX, Schumann colocou em seus escritos: “A estética de uma
arte é igual à das outras; só difere na matéria”. Dizendo isso, ele pretendia valorizar o fazer
musical e colocá-lo em pé de igualdade com as outras artes. Esse foi um esforço não só de
Schumann, mas de muitos outros românticos, na tentativa de recuperar a música no reino da arte,
como sendo, também, um ato de criatividade e expressividade. As declarações de Schumann não
tiveram o efeito desejado na época, enfrentando muita resistência. Porém, sua ideia de que a
estética da música é igual à das outras artes é revolucionária, visto que pressiona todo um
conjunto de juízos culturais enraizados há séculos. Ele acabou, dessa forma, influenciando muitos
românticos que o seguiram.
A história da música, até o século XIX, se deu, portanto, como uma história à parte das
outras artes. Essa tradição remonta aos tempos da Grécia Antiga, em que a música era
considerada uma arte de baixíssima relevância educativa quando comparada à poesia, por
exemplo. Isso se deve ao fato de que a música surge em meio a problemáticas bastante
específicas, não comparáveis às demais artes. Por exemplo, um compositor precisa de graus de
competência e de especialização mais elevados do que um literato. Um poeta pode frequentar
uma escola comum e, apenas com os conhecimentos adquiridos lá, tornar-se um grande escritor.
Já um músico, mesmo tendo estudado na mesma instituição, ainda precisará frequentar, por
muitos anos, escolas para se especializar. Esse alto grau de especialização técnica necessária foi o
elemento que mais contribuiu para manter a música dissociada das outras artes. Além disso, a
música, depois de criada, sempre necessita de um intérprete para dar vida à obra, algo que exige,
da mesma forma, grande especialização técnica. Por consequência do nível de habilidade exigido,
na música, a atividade prática acaba tendo prevalência sobre a atividade artística. Assim,
especialmente no passado, houve uma despromoção da mesma à categoria de ofício. Fazer
música foi, por muito tempo, considerada uma atividade servil, “indigna de um homem livre e
culto”. Essas práticas, portanto, foram designadas a pessoas de classes mais baixas, também
consideradas inferiores, desde a Antiguidade grega e ao longo da Idade Média, até o
Renascimento.
música como ferramenta de disseminação da sua crença. Assim, era preciso formatar o ensino
musical e estruturar o próprio fazer musical para esse fim. Cada época histórica, portanto, aplica à
palavra música realidades bastantes diversas. Isso apenas reforça a impossibilidade de definir a
disciplina da estética musical em termos rigorosos. Ela deve ser vista, então, como um
cruzamento de reflexões interdisciplinares. Não só o aspecto filosófico se coloca como uma das
suas componentes, visto que, durante a história, diversas outras disciplinas fizeram da música um
objeto de interesse: a matemática, a psicologia, a física acústica, a linguística, a sociologia etc.