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Brasil Império – Parte V – Segundo Reinado (1840-1889)

Aulas 31 e 32 Prof Gustavo


d) Economia cafeicultora
 Mentalidade empresarial capitalista
“Há na linguagem da época uma categoria que aparece com
frequência nas iniciativas empresariais, públicas e privadas, que é a
do ‘capitalista’, assim chamado. Nela, predominam fazendeiros
enriquecidos que investem, muitas vezes como acionistas, em jornais,
portos, ferrovias, companhias de seguro e iluminação pública, bem
como na usura. Neste último caso não são poucos aqueles que se
retiram da vida ativa, isto é, tendo acumulado considerável volume de
capital, passam a viver dele, ficando assim difícil de localizá-los no
tradicional sistema de produção”1

Manutenção do modelo primário exportador


Aumento da demanda internacional pelo café
“Em matéria de organização, a lavoura cafeeira seguiu os moldes
 Contexto da 2ª fase da Revolução Industrial tradicionais e clássicos da agricultura do país: a exploração em larga
escala, tipo ‘plantação’ (a plantation dos economistas ingleses).
 Estimulante ligado ao trabalho Fundada na grande propriedade monocultural trabalhada por escravos
negros, substituídos mais tarde, (...) por trabalhadores assalariados.
(desde 1830) 1ª Fase: Vale do Paraíba Contribuem para fixar esse sistema de organização as mesmas
circunstâncias assinaladas para as demais culturas brasileiras.
 (RJ/SP/MG) Vassouras, e Cantagalo (RJ); Areias e Reforçam-na, aliás, agora, a tradição já formada no país e seu regime
social; sem contar que o cafeeiro, sendo uma planta de produção
Bananal (SP); Muriaé, Leopoldina, Juiz de Fora, retardada, exige para seu cultivo maior inversão de capitais. Torna-se
Carangola e Caraguases (MG) assim ainda menos acessível ao pequeno proprietário e produtor

 Manutenção do modelo de plantation modesto.”2


Sudeste: novo eixo econômico
 Utilização predominante de mão de obra escrava
 Modernização socioeconômica
 Infraestrutura rudimentar  Infraestrutura e trabalho assalariado
 (década 1850) crise do café no Vale  Formação de novos grupos de pressão
 Esgotamento do solo política
 Ausência de modernização  Início do processo de urbanização em SP
 A “crise” não significa o fim da produção cafeeira Criação de bancos, indústrias, sistemas
no Vale do Paraíba de esgoto e iluminação
(pós 1840) 2ª Fase: Oeste Paulista
X Política externa
 Bauru, Campinas, Rio Claro, Franca, Limeira,
Araraquara, Jaú, Piraçununga, Casa Branca e a) Diplomacia brasileira
Ribeirão Preto (1861-1865) Questão Christie
 Utilização predominante de mão de obra  Conjunto de incidentes diplomáticos que
imigrante europeia culminou no rompimento das relações entre
 Escassez de mão de obra escrava Brasil e Inglaterra
(1850) Eusébio de Queiróz  Contexto tênue das relações diplomáticas
(1871) Lei do ventre livre (1844) Tarifa Alves Branco
 Imigração subvencionada (1845) Bill Alberdeen
 Existência de Infraestrutura  William Dougal Christie: embaixador britânico
 (1850-1860) “Era Mauá” no Brasil entre 1859-63
 Máquinas de descascar, despolpar, brunir,
ensacar e ventiladores mecânicos  Roubo de carga do Navio Prince of Whales
 (1867) “São Paulo Railway” Ferrovia Inglesa
que ligava Santos à Jundia
 Prisão de marinheiros ingleses no Rio de
Janeiro
 (1875) Estrada de ferro central que ligava São
Paulo ao Rio de Janeiro  Tentativa de fortalecer o sentimento nacional
 “Terra Roxa”
 Solo fértil para o plantio do café 1
LAPA, José Roberto do Amaral. “A economia cafeeira”.
 Área de antigos derramamentos de lava Editora Brasiliense. São Paulo, 1988, p. 38.
(arenito balsático) 2
PRADO JR, Caio. “História Econômica do Brasil. Editora
Brasiliense. São Paulo, 2012, pp. 165-66.
 Solução internacional
“Um fato inaudito, da mais feroz selvageria acaba de ser
praticado contra a integridade do Brasil! Infame, covarde e
 Arbitramento internacional: Leopoldo I (rei da traiçoeiramente nossa bandeira insultada pelo bárbaro e
despótico governo do Paraguai, governo indigno de reger os
Bélgica) destinos de algum povo neste século onde impera só a luz da
 Ganho de causa dado ao Brasil razão cultivada.”5
Inglaterra não acata as decisões
 Na América espanhola, a guerra é chamada de “Guerra da
 (1863) Rompimento das relações diplomáticas Tríplice Aliança” ou de “Guerra do Brasil”

 (1865) Relações diplomáticas reatadas  Reação inglesa ao desenvolvimento socioeconômico


 ING: apresenta desculpas formais paraguaio
 Contexto da Guerra do Paraguai  Mito da ameaça paraguaia
Problemáticas Platinas  Discurso da Guerra como um genocídio americano

 Tentativa de impor hegemonia na região do  Guerra como fruto das ações imperialistas brasileiras
Prata “Explicar a Guerra do Paraguai como tendo sido resultado da ação do
 Defesa dos interesses dos charqueadores do Rio imperialismo inglês carece de base documental. É, antes, resultado
Grande do Sul de bandeiras das lutas políticas dos anos [18]60 e [18]70 – como o
antiamericanismo e o terceiro-mundismo – projetadas na análise do
(1845) Fim da Guerra dos Farrapos passado (...)”6
 Consolidação do Estado Nacional brasileiro
 Livre navegação na região do Prata Estopim: apreensão do navio brasileiro “Marquês de Olinda”

 Império x Caudilhismo  Represália paraguaia às ações brasileiras no Uruguai e


Argentina
“Termo de origem espanhola. Empregado para designar regime Conflito violento e prolongado
político existente na maior parte dos países da América do Sul na
primeira metade do século XIX e parte da segunda. O nome decorre  (1864-1865) Ofensivas militares paraguaias
das chefias que dividem o poder, geralmente de origem militar e  Invasões: Brasil (MT) e Argentina (Corrientes)
provenientes, igualmente, da desmobilização dos exércitos ocorrida
nas guerras de independência contra o domínio espanhol”3  Apoio tático e financeiro da Inglaterra
 Interesse comum: livre navegação na região do Prata
 (1839-1852) Guerra Grande ou Guerra contra (1865) Formação da Tríplice Aliança
Oribe e Rosas
 Financiamento do Barão de Mauá
 Brasil + Uruguai + Argentina
Brasil: exército despreparado e atrasado
 (1851) Intervenção militar no Uruguai
 Campanha contra Oribe e os “Blancos”  Recrutamento da Guarda Nacional
 Descontentamento das elites tradicionais
“Blancos”: Proprietários rurais autoritários,
avessos à presença brasileira e aliados do  Contingente reforçado por escravos
expansionismo portenho (Buenos Aires)  (1866) Escravos, que pudessem servir ao exército brasileiro,
poderiam ser alforriados e vendidos ao Estado brasileiro
 Apoio brasileiro ao partido “colorado” Vitória da Tríplice Aliança
Liberais ligados às potências europeias
Defesa dos interesses do Brasil, (ao rio da Prata,  A Guerra traz duras consequências sociais e econômicas
baixa taxação de seu gado e permissão para que ao Paraguai
os gaúchos usassem escravos em suas
Orientação de Estudos:
propriedades no Uruguai)
 (1852) Intervenção militar em Buenos Aires4 -Redigir um texto dissertativo (curto) que construa uma relação entre
Campanha contra o presidente Rosas tópicos abordados em sala e traduza uma compreensão sobre a

 (1864) Nova intervenção no Uruguai economia cafeeira e a política externa durante o Segundo Reinado.

 Deposição de Aguirre e dos “Blancos” - Perguntas essenciais ao texto: Qual a relação entre o café, a imigração
e a escravidão? Quais os motivos que favorecem o êxito do café em sua
b) A Guerra do Paraguai (1864-1870) segunda fase? De que maneira a política externa brasileira contribuiu
para a eclosão da Guerra do Paraguai?
Diferentes interpretações sobre o conflito
- Fezer exercícios disponíveis na lista de exercícios: Lista 6 – Segundo
 Guerra como “legítima defesa brasileira” Reinado – Parte III
 Paraguai como vilão

3
AZEVEDO, Antonio Carlos do Amaral. “Dicionário de nomes,
termos e conceitos históricos”. Lexikon, Rio de Janeiro, 2012, p. 5
Artigo em “a semana ilustrada” de dezembro de 1864.
96. 6
DORATIOTTO, Francisco. “A Guerra do Paraguai: 2ª visão”.
4
A Argentina só se unifica em 1862. Ed. Brasiliense. São Paulo, 1991, p. 79.

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