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EM FACE DE
PRELIMINARMENTE
DA PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO
Antes de adentrar no mérito da lide, o Autor requer a concessão dos benefícios da Justiça
Gratuita, tendo em vista que não possui condições financeiras de arcar com as custas
processuais, sem que ocasione prejuízo para seu sustento e de sua família, conforme
declaração em anexo.
Fundamento constitucional para a concessão do benefício da Justiça Gratuita estão nas
disposições tratadas a seguir:
O art. 5º, inciso LXXIV, da Carta Magna, estabelece que “o Estado prestará assistência jurídica
integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos”.
Nessa linha, ainda, a Constituição Federal assegura o direito de acesso à justiça como direito
humano e essencial ao exercício da cidadania, como preconizado no art. 5º, XXXV, da
Constituição Federal.
A benesse vem disciplinada pela Lei 13.105/2015, do Código de Processo Civil – CPC/2015, em
seus arts. 98 a 102, bem como, no seu artigo 1.072, que revogou expressamente, em seu inciso
III, os artigos 2º, 3º, 4º, 6º, 7º, 11, 12 e 17 da Lei 1.060/50.
O autor no caso em tela atende aos pressupostos estabelecidos no art. 98, da Lei 13.105/2015:
Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos
para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à
gratuidade da justiça, na forma da lei.
Atendendo ao disposto no art. 99 do Novo CPC, desde logo, clama pela concessão dos
benefícios da GRATUIDADE DA JUSTIÇA lato sensu, eis que se trata do primeiro
pronunciamento da parte autora, o qual, vem instruído com a declaração de hipossuficiência
da requerente.
Nesse diapasão, requer a juntada aos autos da inclusa declaração de sua “insuficiência de
recursos” para o deferimento da benesse, cuja afirmação goza de presunção de veracidade ( §
3º do art. 99, NCPC).
Saliente-se, por oportuno, que o simples fato de a parte estar representada por advogado
particular não constitui condição para o indeferimento do pedido da gratuidade de justiça;
questão sanada pelo § 4º, do Artigo 99, do Novo CPC.
Antes de adentrar no mérito da presente lide, a parte Requerente requer lhe sejam deferidos
os benefícios da Justiça Gratuita, por não poder arcar com os ônus financeiros da presente
ação, sem que com isso sacrifique o seu próprio sustento e o de sua família, conforme
declaração que segue anexa e fundamentação exarada no tópico presente.
O advogado que esta subscreve, declara serem autênticas as cópias reprográficas dos
documentos anexos à peça prefacial, nos moldes do artigo 425, inciso IV, do Novo Código de
Processo Civil.
Com isso, requer seja acolhida a declaração de autenticidade dos documentos colacionados à
inicial.
MÉRITO
DOS FATOS
O Autor foi diagnosticado com câncer no rim direito em 05/06/2019. Já aposentado o INSS não
o isentou do imposto de renda. Então, requereu sua isenção do pagamento de imposto de
renda ao INSS em decorrência de ser portador de câncer no rim, que é uma NEOPLASIA
MALIGNA. Entretanto, até a distribuição dessa ação deixou de constar em seu benefício a
consequente isenção de pagamento de Imposto de Renda, infringindo a disposição do art. 523,
III, c, 2, da IN77/15, descontando-lhe na fonte o imposto indevido.
Convém salientar que não há necessidade de processo administrativo perante o segundo
Requerido para solicitação da isenção do Imposto de Rendo, tendo em vista que é dever da
administração pública conceder o melhor benefício ao Segurado e lhe repassar todas as
informações necessárias para cumprimento deste dever.
Outrossim, quando diagnosticado com câncer, o Requerente já estava aposentado, de forma
que a isenção do Imposto de Renda é devida desde a data do diagnóstico da doença que foi em
05/06/2019.
Conforme se observa do laudo datado de 05/06/2019, o Requerente apresentou carcinoma
renal, sendo submetido a tratamentos invasivos, cirurgias para retirada do tumor e
quimioterapias.
DO DIREITO
DA REPETIÇÃO DO INDÉBITO
O autor faz jus à repetição do indébito com a devida correção monetária, eis que desde
05/06/2019 até a presente data foram recolhidos indevidamente o imposto de renda de seus
proventos, conforme planilha de cálculo anexa.
A mens legis da isenção é justamente para não sacrificar o contribuinte que padece de moléstia
grave e que gasta demasiadamente com o tratamento, sendo exatamente este o caso do autor,
que gasta grande parte do seu salário com exames, remédios, consultas médicas, cirurgia.
Assim, restando demonstrado que o autor é portador de doença grave descrita, o que se
comprova com os laudos e exames médicos ora inclusos, e que, portanto, faz jus à isenção
prevista no inciso XIV do artigo 6º da Lei nº 7.713/1988, logo, os valores retidos na fonte a
título de imposto de renda incidentes sobre o seu benefício de aposentadoria são indevidos e
devem ser restituídos, bem como os valores auferidos de outras fontes.
Cabendo, portanto, a repetição do indébito com a devida correção monetária calculada pela
SELIC, nos termos do artigo 39, § 4º, da Lei 9.250/95 e juros moratórios.
É imperioso atentar para a finalidade social da norma que previu a isenção do imposto de
renda, destinada a possibilitar ao enfermo o custeio das despesas com o tratamento da
patologia, consistentes na aquisição de remédios, consultas médicas e realização periódica de
exames, providências que demandam, com absoluta urgência, maiores recursos financeiros do
que os exigidos da pessoa sadia na mesma faixa etária.
Por fim, cabe lembrar que o prazo para postular a restituição do indébito é de cinco anos, a
contar da data do pagamento antecipado do tributo, na forma do art. 150, § 1º e 168, inciso I,
ambos do CTN, c/c art. 3º da LC n.º 118/05. Assim, tendo em vista a data do ajuizamento da
ação e o período postulado pelo autor (06/2019 até a data de eventual suspensão do desconto
do imposto de renda), não há o que se falar em prescrição.
Cabendo, portanto, a condenação das requeridas ao pagamento da restituição do indébito em
parcelas vencidas e vincendas com a devida correção monetária a ser calculada pela SELIC, nos
termos do artigo 39, § 4º, da Lei 9.250/95, o que desde já, se requer.
DO PREQUESTIONAMENTO
A fim de proporcionar o prequestionamento da matéria requerida, desde já se prequestiona os
seguintes dispositivos constitucionais e infraconstitucionais, sob pena de nulidade da decisão
nos termos do art. 276 e seguintes, bem como ofensa aos artigos 5º, incisos LIV, LV e 93, inciso
IX, ambos da Constituição Federal e artigo 489 do CPC:
• 6º, XIV da Lei Federal n.º 7.713/88, pessoas físicas que tem isenções do imposto de
renda;
• art. 523, III, c, 2, da IN77/15. (Dever do INSS de conceder a isenção do IR);
• Decreto 9.580, de 2018 (doenças que dão direito a isenção ou não tributação do IR;
• art. 150, § 1º e 168, inciso I, ambos do CTN, c/c art. 3º da LC n.º 118/05 (prazo
prescricional).
DOS PEDIDOS
MONICA S M OLIVEIRA
OAB/MG 135.254