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FACULDADE MARIA MILZA

CURSO DE BACHARELADO EM FARMÁCIA

MARCILENE SILVA SANTOS

DIFICULDADES NA IMPLEMENTAÇÃO DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA EM


FARMACIAS COMUNITÁRIAS NO MUNICÍPIO DE SANTO ANTÔNIO DE JESUS
NO ESTADO DA BAHIA

GOVERNADOR MANGABEIRA - BA
2017
MARCILENE SILVA SANTOS

DIFICULDADES NA IMPLEMENTAÇÃO DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA EM


FARMACIAS COMUNITÁRIAS NO MUNICÍPIO DE SANTO ANTÔNIO DE
JESUS NO ESTADO DA BAHIA

Trabalho apresentado ao Curso de


Bacharelado em Farmácia, da Faculdade
Maria Milza – FAMAM, como requisito
parcial para obtenção do titulo de graduação
em Farmácia.

Orientador: Prof. MSc. José Jorge Silva

Coorientador: Andrinoeliton Tibério

GOVERNADOR MANGABEIRA - BA
2017
Dados Internacionais de Catalogação
Santos, Marcilene Silva
S237d Dificuldades na implementação da atenção farmacêutica em
farmácias comunitárias no município de Santo Antonio de Jesus do
estado da Bahia - BA / Marcilene Silva Santos . – Governador
Mangabeira – BA, 2017.

50 f.

Orientadora: Prof. Me. José Jorge Silva

Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Farmácia ) –


Faculdade Maria Milza, 2017.

1. Atenção farmacêutica. 2. Implementação. 3.Farmácia comunitária


- serviços MARCILENE SILVA
I.Silva, José Jorge SANTOS
II. Título.

CDD 362.17820981
DIFICULDADES NA IMPLEMENTAÇÃO DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA EM
FARMACIAS COMUNITÁRIAS NO MUNICÍPIO DE SANTO ANTÔNIO DE
JESUS NO ESTADO DA BAHIA

Aprovado em ____/____/_____

BANCA DE APRESENTAÇÃO

______________________________________
Prof. MSc. José Jorge Silva
Faculdade Maria Milza - FAMAM
Orientador

______________________________________
Prof. Dr. Paulo Roberto R. Mesquita
Faculdade Maria Milza – FAMAM

_____________________________________
Profª MSc. Fabiana Olena Kotviski
Faculdade Maria Milza – FAMAM

GOVERNADOR MANGABEIRA – BA
2017
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me dando coragem e renovado minhas forças


para chegar até aqui.
À minha família, em especial a minha filha Flávia Marcelle e meu irmão
Elias, pelo incentivo e paciência.
Ao meu orientador Prof. Msc. José Jorge e meu coorientador Andri
Tibério por sempre ter acreditado no meu trabalho e me auxiliado na superação
das dificuldades, dando um apoio incondicional.
Aos coordenadores do curso de Graduação em Farmácia da Faculdade
Maria Milza, aos meus amigos Bruno Macedo, Elba Brito e Tanaildes Nery que
sempre estiveram presentes motivando na minha trajetória acadêmica.
Enfim, obrigado a todos os “mestres” que passaram pela minha vida,
ajudando na busca de conhecimentos que me fizeram realizar este sonho.
RESUMO

A Atenção Farmacêutica deve ser compreendida como um arquétipo que traz a


prática profissional expandida no contexto da assistência farmacêutica,
conforme a proposta do Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica. Tendo
como desígnio aumentar a efetividade da terapia medicamentosa e a redução
de problemas com o uso indevido de medicamentos. Na perspectiva de ampliar
as discussões sobre a atuação clinica do farmacêutico no contexto das
Farmácias Comunitárias, o objetivo deste estudo foi identificar as principais
dificuldades para implementação do serviço de Atenção Farmacêutica, na visão
do farmacêutico, gerente e proprietários de farmácias privadas no município de
Santo Antônio de Jesus-BA. A pesquisa foi realizada nos meses de fevereiro a
junho de 2017 aplicando-se questionários semiestruturado. Foram visitadas 11
farmácias, a maioria dos participantes afirmou que em seus estabelecimentos
prestavam os serviços de Atenção Farmacêutica, no entanto, demostraram não
possuir um bom entendimento do significado desta prática, foi observado que
das farmácias visitadas 73,73%, não dispunha de local destinado para
realização deste serviço. Sabe-se que Atenção Farmacêutica é de extrema
importância para uma farmacoterapia eficaz e que para sua implementação nas
farmácias comunitárias é necessário incentivo por partes de gerentes e
proprietários através de investimento estrutural e definições de tarefas, além do
comprometimento do profissional farmacêutico.

Palavras chave: Atenção Farmacêutica, Implementação, Serviço, Farmácia


comunitária.
ABSTRACT

Pharmaceutical Care should be understood as an archetype that brings


expanded professional practice in the context of pharmaceutical care, as
proposed by the Brazilian Consensus on Pharmaceutical Care. Its purpose is to
increase the effectiveness of drug therapy and reduce problems with drug
misuse. In order to broaden the discussions about the pharmacist's clinical
performance in the context of Community Pharmacies, the objective of this
study was to identify the main difficulties for implementation of the PH service,
in the view of the pharmacist, manager and owners of private pharmacies in the
municipality of Santo Antônio Of Jesus-BA. The research was carried out in the
months of February to June of 2017, applying semi-structured questionnaires.
11 pharmacies were visited, most of the participants stated that in their
establishments they provided the services of Pharmaceutical Care, however,
they demonstrated that they did not have a good und erstanding of the meaning
of this practice, it was observed that 73.73% of pharmacies visited had no place
Destined to carry out this service. It is known that Pharmaceutical Care is
extremely accurate for an effective pharmacotherapy and that for its
implementation in community pharmacies requires encouragement by parts of
managers and owners through structural investment and definitions of tasks, in
addition to the commitment of the pharmaceutical professional.

Key words: Pharmaceutical care, Implementation, Service, Community


pharmacy.
LISTA DE ABREVIATURAS

AF – Atenção Farmacêutica

CEPFAMAM – Comitê de Ética da Faculdade Maria Milza

CFF – Conselho Federal de Farmácia

CRF – PI Conselho Regional de Farmácia do Piauí

CRF – BA Conselho Regional de Farmácia da Bahia

EUA – Estados Unidos da América

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

OMS – Organização Mundial de Saúde

OPAS – Organização Pan-Americana de Saúde

RDC – Regime Diferenciado de Contratação

SAC – Serviço de Atendimento ao Cliente

SF – Seguimento Farmacoterapêutico

SINITOX – Sistema Nacional de Informações Tóxico


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Mapa com localização da cidade de Santo Antônio de Jesus-BA ... 26

Figura 2- Interesse na implementação dos serviços da Atenção Farmacêutica


nas farmácias comunitárias ............................................................................. 29
Figura 3- Existência de estrutura física nos estabelecimentos, segundo os
participantes da pesquisa ................................................................................ 31

Figura 4- Preparação dos farmacêuticos para atuar na AF, de acordo as


respostas dos participantes da pesquisa ......................................................... 35
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Estabelecimentos que dispõe dos serviços da AF.....................33


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 10

2 REFERENCIAL TEORICO............................................................................ 12
2.1 ATENÇÃO FARMACEUTICA ..................................................................... 12
2.2 FARMACIA COMUNITÁRIA ....................................................................... 14
2.3 O PAPEL DO FARMACEUTICO ................................................................ 19
2.4 IMPLEMENTAÇÃO DA ATENÇÃO FARMACEUTICA................................24

3 METODOLOGIA ........................................................................................... 26
3.1 LOCAL DA PESQUISA .............................................................................. 26
3.2 COLETA E ANALISE DE DADOS .............................................................. 27

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................... 28

5 CONCLUSÃO ............................................................................................... 37

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 39

APÊNDICES .................................................................................................... 43
APÊNDICE I- Termo De Consentimento Livre e Esclarecido .......................... 44
APÊNDICE II- Questionário.............................................................................. 47

ANEXO ............................................................................................................ 50
ANEXO I- Folha De Rosto ................................................................................ 51
ANEXO II- Parecer Consubstanciado do CEP ................................................. 52
10

1 INTRODUÇÃO

A Atenção Farmacêutica (AF) foi implantada no cenário nacional a partir de


2001, visando à sua estruturação e desenvolvimento, através de um convênio
estabelecido entre o Conselho Federal de Farmácia (CFF) com a Organização
Pan-Americana de Saúde (CONSENSO BRASILEIRO DE ATENÇÃO
FARMACÊUTICA, 2002).

Por ser um serviço que requer do profissional compromisso, ética,


competência técnica e científica atuando de forma eficaz, contando sempre
com a colaboração do paciente, a AF contempla o seguimento
farmacoterapêutico (SF). O SF visa o tratamento farmacológico dos pacientes
com dois objetivos a serem atingidos: garantir que o tratamento
medicamentoso obtenha a eficácia desejada pelo prescritor e pelo paciente,
além de prevenir ou intervir, de forma antecipada, alertando do aparecimento
de efeitos indesejáveis (CASSIANO et al., 2009).

Bernardi (2014) corrobora que a elucidação de equívocos relacionados


à terapia medicamentosa contribui na qualidade dos serviços prestados pelos
profissionais farmacêuticos na detecção de problemas relacionados a
medicamentos, ao avaliar os resultados acerca dos aspectos de efetividade e/
ou de adesão do tratamento e identificar prováveis implicações negativas
associadas ao medicamento, o que contribui para redução e prevenção da
morbidade e mortalidade relacionada a medicamentos.

Existe a necessidade de adotar uma atuação clínica diferenciada e


competitiva onde o farmacêutico como profissional de saúde intimamente
relacionado ao medicamento e acessível à população, pode desenvolver
ações, como promotor e orientador, estabelecendo uma relação de confiança
com os seus pacientes, portanto, tornou-se necessário à realização deste
trabalho, a fim de avaliar as limitações na implementação da AF nas
farmácias comunitárias, uma vez que esta prática tem o objetivo voltado para
melhoria da qualidade de vida, promoção do uso racional e minimizar os
riscos a população no que se refere ao medicamento (CFF, 2014).
11

De acordo com dados apresentados referentes ao ano de 2013 pelo


Sistema Nacional de Informações Tóxico – Farmacológicas o número de óbitos
registrados por intoxicação de medicamentos ocupam o segundo lugar no país
que representa 22,01% do total (SINITOX, 2013).

As prescrições inadequadas, a não adesão ao tratamento e reações


adversas, contribuem para o aumento deste índice, que poderia ser evitado
com implemento dos serviços da AF nas farmácias comunitárias do país, a
oferta deste serviço podem apresentar um impacto positivo na qualidade de
vida do paciente, traz segurança ao sistema de saúde e para os gestores
públicos uma redução de gastos com internamento hospitalares provenientes
de farmacoterapia inadequada o que gera eficiência no uso das verbas
públicas (NASCIMENTO; TOLEDO, 2009). Estes fatores serviram para
intensificar a necessidade da realização desse estudo, pois demonstrou as
dificuldades na implementação da AF, que é tida como uma atividade que
propõe em suas ações voltadas para o paciente, a obtenção de resultados
concretos através de uma farmacoterapia correta.

A elaboração deste trabalho, justifica-se devido à baixa adesão das


farmácias comunitárias em oferecer um serviço tão importante para a
população que é o da AF. Para tanto procurou-se responder a seguinte
questão de pesquisa, quais dificuldades na implementação da Atenção
Farmacêutica em farmácias comunitárias na cidade de Santo Antônio de Jesus,
no Estado da Bahia? Dessa forma, este trabalho teve como objetivo geral
apontar as dificuldades para a implementação da AF nas farmácias
comunitárias neste município baiano, e como objetivos específicos: descrever a
evolução processual da prática da AF no Brasil, identificar as farmácias
comunitárias que implementaram o serviço em Santo Antônio de Jesus na
Bahia e realização de um levantamento teórico a cerca das limitações na
implementação da AF em farmácias comunitárias no Brasil.
12

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 ATENÇÃO FARMACÊUTICA

No início do século XX, a profissão farmacêutica tinha grande


notoriedade na sociedade, reconhecido como profissional de referência nos
aspectos do medicamento, participando de maneira ativa em todas as fases do
ciclo que envolve o medicamento, como: manipulação, armazenamento e
distribuição. Com o processo de expansão industrial houve uma abdicação das
formulações pela classe médica, que diversificou o campo de atuação do
farmacêutico. Este distanciamento com a área de medicamentos causou uma
insatisfação por parte dos farmacêuticos, devido à dualidade entre comércio de
medicamentos e estabelecimento de assistência farmacêutica, onde o
farmacêutico deixou de prestar assistência para ser vendedor de
medicamentos prontos. Nos Estados Unidos, os farmacêuticos como forma de
resgatar sua participação na equipe de saúde, partiram para o âmbito
hospitalar através de uma disciplina a Farmácia Clínica (ANGONESI, 2008).

No ano de 1962 com a epidemia de focomelia ocasionada pelo uso da


Talidomida em gestantes, motivou um período de evolução para
farmacovigilância e início importante para o desenvolvimento para Atenção
Farmacêutica em pacientes (OPAS, 2010).

No Brasil, durante a década de 1970 observou-se um afastamento dos


profissionais farmacêuticos das farmácias e drogarias, emergindo uma prática
negativa e antiético de “assinar”, ou seja, ser o responsável técnico, sem
prestar a devida assistência. De forma que a população continuava sem
receber a atenção clinica do farmacêutico (MOTA et al, 2002).

Com o intuito de direcionar e expandir a atuação do profissional


farmacêutico no âmbito dos cuidados com a saúde, trazendo o medicamento
como insumo estratégico e o paciente como foco principal surgiu a construção
do significado de Atenção Farmacêutica, que só receberia esta nomenclatura
no final da década de 1980 (VIEIRA, 2007).
13

A Atenção Farmacêutica surgiu na década de 1990 quando farmacêutico


retoma suas atividades assistenciais clínicas nos hospitais, farmácias e
drogarias, enquanto começam a encontrar espaço na indústria farmacêutica,
em departamento de pesquisa clínica, serviço de atendimento ao cliente (SAC)
e farmacovigilância (MOTA et al, 2002). A ampliação da prática da AF na
comunidade traz o reconhecimento do farmacêutico como dispensador de
atenção a saúde que segundo a OMS deve atuar de maneira ativa em parceria
com outros profissionais de saúde na prevenção de doenças e promoção de
saúde (OPAS, 2010).

Uma nova filosofia vem sendo constituída através da Atenção


Farmacêutica e o exercício do profissional farmacêutico. Faz-se necessário
uma adaptação da prática e AF à sua realidade, usando seus conhecimentos e
habilidades, procurando continuamente uma farmacoterapia racional e segura
para o cuidado com o paciente, sendo que relacionando à ampla
disponibilidade terapêutica com a variabilidade de patologias, haverá múltiplas
possibilidades de abordagens e resoluções podendo melhorar a qualidade de
vida do paciente (BISSON, 2007).

A qualidade de vida do paciente poderá ser alcançada pela otimização


da terapia medicamentosa e resolução dos problemas relacionados aos
medicamentos. O que esta sendo proposto é a garantia de que esses
medicamentos venham a ser úteis na resolução ou alívio dos problemas do
paciente (CORRER; OTUKI, 2011).

Neste contexto de prática farmacêutica, o profissional adota o


compromisso perante a sociedade ao cooperar para o bem-estar do paciente
através do trabalho realizado para melhorar a qualidade de vida do mesmo,
que pode ser comprometida por um problema evitável em virtude de uma
terapia medicamentosa (OPAS, 2010).

A AF pode ser aplicada nas esferas pública ou particular, em ambiente


hospitalar ou farmácia comunitária. Sendo um componente essencial e da
prática profissional onde o farmacêutico interage diretamente com o paciente
para atender suas necessidades relacionadas aos medicamentos (PERETTA;
14

CICCIA, 1998). É através da AF que o paciente poderá receber o melhor


tratamento farmacoterapêutico, pois, quando exercida em farmácias
comunitárias é possível realizar cuidados básicos ou serviços especializados
como orientações aos pacientes portadores de várias patologias. “Para o
paciente a prescrição e orientação médica, mesmo quando cuidadosa, pode
sugerir infinidade de dúvidas onde por vez torna-se necessário repetir as
instruções e eventualmente complementá-las” (FERRAES; CORDONI JÚNIOR,
2002).

Angonesi (2008) relata que é necessário o comprometimento dos


farmacêuticos para que o exercício da AF seja efetivo, bem como a
colaboração por partes de gerentes e proprietários de farmácias, além do
consentimento por parte da população que de modo geral desconhece ainda
esta prática, torna-se então, relevante despertar no paciente os benefícios na
qualidade de vida que irá obter ao ter acesso aos serviços de Atenção
Farmacêutica.

Vale salientar que para alcançar resultados satisfatórios na terapia


farmacológica, o farmacêutico terá que usar de técnicas em comunicação para
constituir uma relação terapêutica com o paciente, que assegura confiança e
comprometimento com o objetivo de solucionar os possíveis problemas com o
tratamento (POSAMAI; DACOREGGIO, 2008).

De acordo com a organização mundial de saúde (OMS), o profissional


farmacêutico é o melhor capacitado para conduzir às ações destinadas a
melhoria do acesso e promoção do uso racional dos medicamentos, sendo
indispensáveis para organizar os serviços e necessários ao desenvolvimento
da assistência farmacêutica (PEREIRA; FREITAS, 2008).

2.2 FARMÁCIA COMUNITÁRIA

Relatos informam que os árabes no século II, foram os fundadores da


primeira escola de Farmácia, mas as atividades relacionadas à Farmácia com
as primeiras boticas que surgiram no século X, na França e na Espanha. Ainda
15

nesta ocasião, farmácia e medicina era uma só profissão. Este pioneirismo


levaria mais tarde, ao modelo das farmácias atuais. O boticário, como era
chamado na época, responsável pelas boticas era o detentor de
conhecimentos e curas para as doenças, para exercer a profissão, era
necessário cumprir determinadas exigências como: ter local e equipamentos
apropriados a preparar e armazenar os medicamentos (CRF- PI, 2009).

Sendo Galeno, o personagem com mais notoriedade no que concerne à


medicina e à farmácia, considerado o precursor da alopatia, pois utilizava no
combate de doenças compostos que resistiam absolutamente aos sinais e
sintomas das enfermidades. Contudo a necessidade de preparos de
substâncias mais elaboradas e pela influência de países árabes e europeus,
nasceram às farmácias públicas no século XI. No entanto, somente em 1240
na Sicília e no sul da Itália que houve a separação entre a Farmácia e a
Medicina por meio do imperador da Alemanha e rei da Sicília, Frederico II de
Hohenstaufen, com o argumento de que a prática de Farmácia requerer
conhecimentos, habilidades, iniciativas e responsabilidades especiais para
atender e garantir um cuidado correspondente às indigências medicamentosas
da população (SILVA et al, 2003).

Neste decreto de Frederico II, foi acurado que os farmacêuticos


deveriam realizar o ato de dispensação conforme o que estava escrito na
receita médica, despertou um início pelo controle de preços de medicamentos,
licenciamento e inspeção da atividade farmacêutica. Mais tarde de forma
gradativa, estes preceitos foram seguidos na Europa (DIAS, 2005). No
Brasil, há registros que o primeiro boticário foi Diogo de Castro, contratado pelo
governador geral Tomé de Souza, o principal motivo da sua vinda foi a
percepção pela coroa portuguesa da dificuldade em ter acesso aos
medicamentos, uma vez que as pessoas no Brasil só os obtinham quando as
expedições espanholas, francesas ou portuguesas apareciam com suas
esquadras, nesta possuía cirurgião-barbeiro ou algum tripulante que trazia uma
maleta cheia de medicamentos (EDLER, 2006).

Os jesuítas que vieram para o Brasil possuíam suas boticas nos colégios
de catequização apenas para uso privativo dos cleros, alunos e membros da
16

companhia. Em 1640 as boticas passaram a ser comércio administradas por


boticários aprovados por Coimbra, esses boticários oriundos de famílias
humildes e analfabetos na maioria das vezes, tinham conhecimentos banais de
medicamentos adquiridos como eram ajudantes ou aprendiz de um “encartado”
nas boticas. Esta aprovação concedia um documento no qual permitia o
exercício do ofício, por tanto, era necessário realizar um exame junto aos
comissários de físico-mor do reino para obter a “Carta de Examinação”
(VOTTA, 1965).

Gomes Junior (1988) discorre que a regulamentação das atividades da


botica ocorreu em 1744, através da elaboração de um documento que visava
aumentar o controle e impedir excessos e abusos sendo que o regimento
prezava pela extinção do comércio ilegal de medicamentos e drogas.

A mudança da nomenclatura de boticas para farmácia ocorreu com o


decreto 2055, de dezembro de 1857 de forma lenta e cuidadosa, pelo fato da
população quanto os legisladores acreditarem que pouca diferença existia
entre boticários e farmacêuticos (SANTOS, 1993).

O decreto nº 19.606, de 31 de janeiro de 1931 reconhecia a profissão


farmacêutica dando exclusividade do exercício da Farmácia para o profissional
devidamente diplomado ou de sociedades comerciais, sendo que o
farmacêutico detivesse 30 % do valor utilizado para constituir e iniciar o
comércio. Com o intuito de compilar os dados farmacológicos, no ano de 1962
culminou a publicação da primeira Farmacopeia brasileira, com a finalidade de
substituir à francesa (SANTOS, 1993).

As legislações que tinham como base a Farmácia continham um


contexto sanitário, pois não havia uma separação entre a legislação
farmacêutica da sanitária, situação que permaneceu até metade do século XX
(ZUBIOLI, 1992). Com a Lei n. 5.991, de 17 de dezembro de 1973, indica a
definição de Farmácia como estabelecimento de manipulação de fórmulas
magistrais, comércios de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e
correlatos em suas embalagens originais.
17

Pela Lei 5.991/73, que dispõe sobre o Controle Sanitário do Comércio


de Drogas, Medicamentos, Insumos Farmacêuticos e Correlatos,
afirma que:
Art. 4º - Para efeitos desta Lei, são adotados os seguintes conceitos:
I - Droga - substância ou matéria-prima que tenha a finalidade
medicamentosa ou sanitária;
II - Medicamento - produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou
elaborado, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins
de diagnóstico;
III - Insumo Farmacêutico - droga ou matéria-prima aditiva ou
complementar de qualquer natureza, destinada a emprego em
medicamentos, quando for o caso, e seus recipientes;
IV - Correlato - a substância, produto, aparelho ou acessório não
enquadrado nos conceitos anteriores, cujo uso ou aplicação esteja
ligado à defesa e proteção da saúde individual ou coletiva, à higiene
pessoal ou de ambientes, ou a fins diagnósticos e analíticos, os
cosméticos e perfumes, e, ainda, os produtos dietéticos, óticos, de
acústica médica, odontológicos e veterinários;
[...] IX - Estabelecimento - unidade da empresa destinada ao
comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e
correlatos;
X - Farmácia - estabelecimento de manipulação de fórmulas
magistrais e oficinais, de comércio de drogas, medicamentos,
insumos farmacêuticos e correlatos, compreendendo o de
dispensação e o de atendimento privativo de unidade hospitalar ou de
qualquer outra equivalente de assistência médica;
XI - Drogaria - estabelecimento de dispensação e comércio de
drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos em suas
embalagens originais;
[...]XV - Dispensação - ato de fornecimento ao consumidor de drogas,
medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, a título
remunerado ou não;
E no que dispõe da assistência e responsabilidade técnicas o capitulo
IV, estabelece:
Art. 15 - A farmácia e a drogaria terão, obrigatoriamente, a
assistência de técnico responsável, inscrito no Conselho Regional de
Farmácia, na forma da lei.
§ 1º - A presença do técnico responsável será obrigatória durante
todo o horário de funcionamento do estabelecimento.
§ 2º - Os estabelecimentos de que trata este artigo poderão manter
técnico responsável substituto, para os casos de impedimento ou
ausência do titular (BRASIL, 1973).

A Farmácia Comunitária é definida como um estabelecimento aberto ao


público que proporciona acesso a aquisição de medicamentos, sendo estes
com prescrição médica ou não (CIPOLLE; STRAND; MORLEY, 2006).

Segundo Ferraes (2002), dentro da farmácia comunitária algumas


medidas devem ser estabelecidas e executadas pela equipe sob supervisão do
farmacêutico para garantir condições de qualidade no armazenamento e
conservação dos medicamentos, especificamente em termos de temperatura e
humidade. Entre muitas atividades farmacêuticas voltadas ao paciente no
âmbito da farmácia comunitária, a dispensação é uma que requer muita
18

relevância, uma vez que sua finalidade não é somente garantir o acesso ao
medicamento, mas também o acesso às informações que possibilitem o
resultado esperado como uso, a adesão ao tratamento e ainda proteger o
paciente de possíveis resultados negativos que podem surgir em decorrência
de problemas relacionados a medicamento (ANGONSI, 2008).

Em relação a forma de dispensação prevalecentes nas farmácias no


Brasil, Pepe e Castro (2000) afirma que,

[...] A dispensação não configura apenas o momento em que


determinada prescrição é aviada. Não é a troca de mercadorias por
receita médica. Tão, ou mais importante que o medicamento recebido
pelo paciente, são as informações envolvidas e as dúvidas
esclarecidas.

No Brasil, a farmácia comunitária é um dos segmentos farmacêuticos


que vem se submetendo a diversas mudanças. Tem fundamental importância
como porta de acesso da população em relação ao consumo de medicamentos
e deveria ser entendida como um posto avançado de atenção primária de
saúde (BASTOS; CAETANO, 2010).

Romano-Lieber, Cunha e Ribeiro (2008) ressaltam que o principal


serviço prestado nas farmácias e drogarias é a dispensação de medicamentos
e a qualidade dessa prática pode ser considerada abaixo do padrão, já que
existe insuficiência da orientação farmacêutica no momento desta pratica e há
ausência dos farmacêuticos na grande maioria das farmácias.

Através da Lei 13.021/14 regem as ações e serviços de assistência


farmacêutica executados, isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou
eventual, por pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privadas (CFF,
2014).

Dispõe sobre o exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas:


Art. 2º Entende-se por assistência farmacêutica o conjunto de ações
e de serviços que visem a assegurar a assistência terapêutica
integral e a promoção, a proteção e a recuperação da saúde nos
estabelecimentos e privados que desempenhem atividades
farmacêuticas, tendo o medicamento como insumo essencial e
visando ao seu acesso e ao seu uso racional.
Art. 3º Farmácia é uma unidade de prestação de serviços destinada a
prestar assistência farmacêutica, assistência à saúde e
orientação sanitária individual e coletiva, na qual se processe a
manipulação e/ou dispensação de medicamentos magistrais,
19

oficinais, farmacopeicos ou industrializados, cosméticos,


insumos farmacêuticos, produtos farmacêuticos
e correlatos.
Parágrafo único. As farmácias serão classificadas segundo sua
natureza como:
I - farmácia sem manipulação ou drogaria: estabelecimento de
dispensação e comércio de drogas, medicamentos, insumos
farmacêuticos e correlatos em suas embalagens originais;
II - farmácia com manipulação: estabelecimento de manipulação de
fórmulas magistrais e oficinais, de comércio de drogas,
medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos,
compreendendo o de dispensação e o de atendimento privativo
de unidade hospitalar ou de qualquer outra equivalente de
assistência médica
Art. 4º É responsabilidade do poder público assegurar a assistência
farmacêutica, segundo os princípios e diretrizes do Sistema
Único de Saúde, de universalidade, equidade e integralidade
(CFF, 2014).

O setor das farmácias comunitárias está em efervescência pelo fato de


muitas abusarem do mercantilismo, e se depararem com o cumprimento das
leis, exemplo é a RDC 44/2009 na qual dispõe recuperar o sentido de saúde
dos estabelecimentos farmacêuticos comunitários (BRANDÃO, 2009).

Ainda segundo Brandão (2009) as farmácias comunitárias ainda sofrem


com a ausência de farmacêuticos em tempo integral e a falta de objetividade
em desenvolver atividades que englobam aspectos sociais e saúde.

De acordo com estudo realizado no Brasil por Correr e Otuky (2013) foi
relatado que os três estados que apresentaram maior cobertura farmacêutica
nas farmácias comunitárias são: Paraná (1,6%) Minas Gerais (3,6%) e Rio
Grande do Sul (3,7%) este percentual corresponde à ausência do farmacêutico
nas farmácias. Fato estes que requer da sociedade a exigência da presença do
farmacêutico para lhe prestar orientações sobre o uso de medicamentos e
educação sanitária, que através desse foco em desenvolver uma atividade
humanista para os pacientes que necessitam do tratamento farmacológico o
farmacêutico esta promovendo o uso racional de medicamento (CORRER;
OTUKY, 2013).

2.3 O PAPEL DO FARMACÊUTICO


20

Com o avanço da indústria farmacêutica, no inicio da década de 60, foi


possível evidenciar a descaracterização das funções do farmacêutico perante a
sociedade. A prática farmacêutica tornou sintetizada em apenas distribuir
medicamentos industrializados, sendo visto pela sociedade como um simples
vendedor de medicamentos. Esta condição provocou uma insatisfação por
partes de estudantes e professores da Universidade de São Francisco (EUA)
que levou a uma nova proposta que pretendia uma aproximação entre o
farmacêutico e paciente com a equipe de saúde, permitindo a ampliação das
habilidades relacionadas à farmacoterapia (MENEZES, 2000).

A Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2002 determinou que a


missão da prática farmacêutica, é promover medicamentos e outros produtos e
serviços além de auxiliar as pessoas e a sociedade a utilizá-los da melhor
forma possível (OMS; OPAS, 2002).

Mota et al. (2000) consideram o farmacêutico como o profissional de


saúde com maior responsabilidade na cadeia da automedicação, sendo de total
relevância o seu papel no novo modelo assistencial com ênfase à atenção à
saúde.

Os Brasileiros esperam muito do farmacêutico, por ser um sanitarista por


excelência com vasto conhecimento sobre medicamentos e sobre a terapia
medicamentosa, uma vez que pesa sobre este profissional a responsabilidade
de ajudar a reverter às estimativas alarmantes relacionadas à saúde no país.

O Conselho Federal de Farmácia (2008) afirma que,

Cabe-lhe a responsabilidade de proteger a sociedade dos efeitos


indesejáveis dos medicamentos que, quando usados sem a sua
orientação, podem transformar-se em um tóxico letal. Ou
simplesmente não atingir o efeito desejável. Ao servir, o farmacêutico
cumpre o seu papel social.

A farmácia é por sua natureza “um centro prestador do serviço público”


(BISSON, 2007) onde há, além da distribuição de medicamentos, atenção à
saúde da população.

O papel do farmacêutico é de extrema importância no novo modelo


assistencial onde a ênfase é atenção primária à saúde. Na maioria das vezes,
21

ele é o último profissional a ter contato direto com o paciente, assistindo-o em


todas as suas dúvidas antes de dar início ao tratamento (ZUBIOLI, 2004).

De acordo com Okuno et al (2013) o farmacêutico é fundamental para


avaliar as individualidades dos pacientes como: identificação, prevenção,
esclarecimento de dúvidas, de forma a assumir responsabilidades e
acompanhar a terapia a fim de determinar os resultados obtidos.

O Seguimento Farmacoterapêutico requer do farmacêutico uma postura


de ouvinte diante do paciente, para que o profissional possa identificar as
inópias, analisar a situação e tomar decisões cabíveis (MAGALHÃES, 2005).

Com o propósito de definir a profissão farmacêutica, surgem as


interferências legislativas para ampliar as atribuições técnicas além de valorizar
e aprimorar a qualidade dos serviços oferecidos à população. No momento o
farmacêutico contemporâneo tem sua atuação voltada para o cuidado direto ao
paciente, a conscientização do uso racional de medicamentos, estendendo
suas práticas as necessidades do paciente, como as da família e sociedade.
Neste desenvolvimento de um aparato normativo, destaca-se a Resolução nº
585/2013 que normatiza as atribuições clinicas do farmacêutico (CFF, 2013).

Estabelecem os direitos e responsabilidades do farmacêutico no que


referir-se a sua área de atuação.

Art. 7º - São atribuições clínicas do farmacêutico relativas ao cuidado


à saúde, nos âmbitos individual e coletivo:
I. Estabelecer e conduzir uma relação de cuidado centrada no
paciente;
II. Desenvolver, em colaboração com os demais membros da
equipe de saúde, ações para a promoção, proteção e recuperação da
saúde, e a prevenção de doenças e de outros problemas de saúde;
III. Participar do planejamento e da avaliação da farmacoterapia,
para que o paciente utilize de forma segura os medicamentos de que
necessita, nas doses, frequência, horários, vias de administração e
duração adequadas, contribuindo para que o mesmo tenha condições
de realizar o tratamento e alcançar os objetivos terapêuticos;
IV. Analisar a prescrição de medicamentos quanto aos aspectos
legais e técnicos;
V. Realizar intervenções farmacêuticas e emitir parecer
farmacêutico a outros membros da equipe de saúde, com o propósito
de auxiliar na seleção, adição, substituição, ajuste ou interrupção da
farmacoterapia do paciente;
22

VI. Participar e promover discussões de casos clínicos de forma


integrada com os demais membros da equipe de saúde;
VII. Prover a consulta farmacêutica em consultório farmacêutico ou
em outro ambiente adequado, que garanta a privacidade do
atendimento;
VIII. Fazer a anamnese farmacêutica, bem como verificar sinais e
sintomas, com o propósito de prover cuidado ao paciente;
IX. Acessar e conhecer as informações constantes no prontuário
do paciente;
X. Organizar, interpretar e, se necessário, resumir os dados do
paciente, a fim de proceder à avaliação farmacêutica;
XI. Avaliar resultados de exames clínico-laboratoriais do paciente,
como instrumento para individualização da farmacoterapia;
XII. Monitorar níveis terapêuticos de medicamentos, por meio de
dados de farmacocinética clínica;
XIII. Prevenir, identificar, avaliar e intervir nos incidentes
relacionados aos medicamentos e a outros problemas relacionados à
farmacoterapia;
XIV. Identificar, avaliar e intervir nas interações medicamentosas
indesejadas e clinicamente significantes;
XV. . Elaborar o plano de cuidado farmacêutico do paciente; XVIII.
Pactuar com o paciente e, se necessário, com outros profissionais da
saúde, as ações de seu plano de cuidado;
XVI. Realizar e registrar as intervenções farmacêuticas junto ao
paciente, família, cuidadores e sociedade; (CFF; 2013).

A assistência à saúde necessitou de modificações em seu modelo atual


devido o crescimento da demanda de serviços, que acarretou na redefinição da
bifurcação social das tarefas desempenhadas pelos profissionais da área de
saúde. A carência ou ausência por assistência médica, comumente, é um dos
fatores que leva o paciente a realizar a automedicação, a escolher tratamentos,
selecionar terapias, frequentemente, inseguras, não efetivas que agrava sua
condição clínica (CFF, 2013).

Na AF o farmacêutico atua na redução e prevenção da morbimortalidade


relacionada a medicamentos, com esse desafio de encargo com a
farmacoterapia e facilitador do uso racional do medicamento o CFF
regulamentou a prescrição farmacêutica que fortalece a missão de cuidar do
bem estar da população e valorizar a ética do farmacêutico (CFF, 2013).

A Resolução 586 de 29 de agosto de 2013 diz:

Art. 1º - Regulamentar a prescrição farmacêutica, nos


termos desta resolução.
23

Art. 2º - O ato da prescrição farmacêutica constitui


prerrogativa do farmacêutico legalmente habilitado e
registrado no Conselho Regional de Farmácia de sua
jurisdição.
Art. 3º - Para os propósitos desta resolução, define-se a
prescrição farmacêutica como ato pelo qual o
farmacêutico seleciona e documenta terapias
farmacológicas e não farmacológicas, e outras
intervenções relativas ao cuidado à saúde do paciente,
visando à promoção, proteção e recuperação da saúde,
e à prevenção de doenças e de outros problemas de
saúde.
Parágrafo único - A prescrição farmacêutica de que
trata o caput deste artigo constitui uma atribuição
clínica do farmacêutico e deverá ser realizada com
base nas necessidades de saúde do paciente, nas
melhores evidências científicas, em princípios éticos e
em conformidade com as políticas de saúde vigentes.
Art. 4º - O ato da prescrição farmacêutica poderá
ocorrer em diferentes estabelecimentos farmacêuticos,
consultórios, serviços e níveis de atenção à saúde,
desde que respeitado o princípio da confidencialidade e
a privacidade do paciente no atendimento (CFF, 2013)..

O farmacêutico é o profissional mais acessível que dificilmente a


população encontrará longas filas para atendimento como as dos hospitais
públicos, mesmo assim nas farmácias e drogarias do Brasil esta atividade que
comtempla a AF vem sendo implantada de forma gradativa, faz – se necessário
um trabalho de conscientização a respeito da importância do profissional
farmacêutico (CRF-PI, 2009).

Além de trazer prestígio e valorizar a profissão, com a prescrição


farmacêutica, o paciente tem a oportunidade de receber por escrito as
recomendações, o que aumenta a chances de êxito no tratamento gera
segurança e qualidade no atendimento. Já que no Brasil, muitos procuram a
farmácia para solucionar transtornos menores, muitas vezes de maneira
informal. Esta resolução formaliza esta prática, erguendo a credibilidade do
24

farmacêutico e segurança na utilização de medicamentos isentos de prescrição


médica (CFF, 2013).

2.4 IMPLEMENTAÇÃO DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA

A Atenção Farmacêutica na farmácia comunitária mostra que suas


ações abrangem como foco principal o ser humano, sendo referência no campo
de atenção à saúde, suas atividades busca evitar falhas no farmacoterapia,
prestar uma orientação adequada, promover o uso racional de medicamentos e
o máximo de eficácia ao tratamento ofertado ao paciente (FARINA; ROMANO-
LIEBER, 2009).

O profissional farmacêutico precisa atuar com a finalidade de procurar


melhorias nas condições de saúde do paciente nortear em todos os sentidos.
Nas farmácias comunitárias a prática da atenção farmacêutica é o caminho
mais adequado para esta finalidade, porém requer do farmacêutico além do
conhecimento, responsabilidade e comprometimento, que podem ser
adquiridos durante a formação acadêmica e das suas vivências profissionais.
(OMS; OPAS, 2002).

Para realização plena dos serviços de AF nas farmácias comunitárias


surgem dificuldades diante à classe farmacêutica, tais como: insegurança por
parte do profissional em atuar na área clinica, o atual sistema adotado pelas
farmácias o qual prioriza o comissionamento para estimular o aumento de
vendas e a incumbência de resoluções de atividades burocráticas e
gerenciamento. Para dar conta de tantas tarefas os farmacêuticos não
conseguem desenvolver a AF nas farmácias, pois muitos proprietários destes
estabelecimentos consideram a prestação de serviço da AF uma atividade que
requer tempo disponível e investimento estrutural para seu desenvolvimento
satisfatório (ANGONESI, 2008).

Entretanto numerosos obstáculos elevam–se diante à classe


farmacêutica onde desafio do farmacêutico superar o impasse, entre sua
permanência no mercado de trabalho, atingindo as metas propostas que
acarreta no sucesso da empresa e garantia do seu emprego ou a realização
25

plena do exercício do profissional farmacêutico que consta no Código de Ética


que expressa à necessidade de sua atuação direta para sucesso de uma
terapia medicamentos (CRF-PI, 2009).

A grande concorrência verificada nos dias atuais no mercado de trabalho


com um número expressivo de drogarias no qual as grandes redes debelam o
cenário farmacêutico. Tal acontecimento impacta de forma direta na
lucratividade das farmácias de menor porte que geralmente são de
propriedades de farmacêuticos que possuem uma visão mais ampla da
necessidade da implementação dos serviços da AF, com fechamento destas
pequenas empresas muitos farmacêuticos desistem de serem donos para se
tornarem funcionários destas grandes redes (ANGONESI, 2008).

Desta forma a implementação da AF nas farmácias comunitárias se


depara com o obstáculo do vínculo que o farmacêutico tem com a empresa e a
rejeição por partes de proprietários ou gerentes contrários a implantação desta
atividade que gera desmotivação para o profissional farmacêutico que não
encontra tempo para se dedicar ao atendimento com o paciente devido ao
excesso de tarefas burocráticas dentro da farmácia (FARINA; ROMANO-
LIEBER, 2009).
26

3 METODOLOGIA

O referido trabalho teve caráter de pesquisa descritiva do tipo


exploratória que trouxe uma abordagem quali-quantitativa. A classe descritiva
justifica-se pelo fato de detalhar as características do acontecimento e objeto
de estudo, proporcionando melhor análise e interpretação. Neste tipo de
estudo, os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e
interpretados, sem que o pesquisador interfira neles. Tendo a natureza
exploratória por requerer uma investigação sobre o objeto de estudo em que
possui poucas informações (ANDRADE, 2005).

Obteve como base um delineamento das questões e problemas


específicos tornando o estudo do tipo quali-quantitativo, pelo uso da
quantificação em pesquisa quantitativa, sendo que tanto na coleta quanto no
tratamento das informações, utilizou técnicas estatísticas com o intuito de evitar
distorções de análise e interpretação aumentando a margem de segurança
possibilitando o entendimento (DALFOVO; LANA; SILVEIRA, 2008).

3.1 LOCAL DA PESQUISA

A pesquisa foi realizada na cidade de Santo Antônio de Jesus (Figura


01), localizada a 187 Km de Salvador, e é considerada a capital do Recôncavo
Baiano. A população atual é de aproximadamente 101.548 habitantes e possui
área de unidade territorial de 268,763 km². (IBGE, 2015).

Figura 01: Mapa com localização da cidade de Santo Antônio de Jesus-BA

Fonte:wikipedia.org/wiki/File:Bahia_Municip_SantoAntoniodeJesus.svg
27

3.2 COLETA E ANÁLISE DE DADOS

A pesquisa de campo ocorreu entre os meses de fevereiro e junho de


2017, na cidade de Santo Antônio de Jesus foram aplicados 32 (trinta e dois)
questionários semiestruturado (APENDICE I) em farmácias comunitárias
inscritas e regularizadas junto ao Conselho Regional do Estado da Bahia (CRF
– BA).
O estudo foi realizado em farmácias comunitárias onde a presença do
farmacêutico é efetiva. Além dos farmacêuticos, o questionário também foi
aplicado aos gerentes e proprietários de farmácias para obter diferente
posicionamento sobre o referido assunto.
As bases de dados utilizadas na pesquisa bibliográfica foram: Scielo,
publicações do Conselho Federal de Farmácia, livros sobre Atenção
Farmacêutica e Farmácia Comunitária. Descritores utilizados: Atenção
Farmacêutica, Farmácia comunitária, serviços farmacêuticos, uso racional de
medicamentos, farmacêuticos.
O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética da Faculdade Maria Milza
(CEPFAMAM) com o número de protocolo CAAE Nº 66183817.9.0000.5025.
28

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

No intuito de conhecer as dificuldades na implementação da Atenção


Farmacêutica nas farmácias comunitárias da cidade de Santo Antônio de
Jesus-Ba foram visitados 11 estabelecimentos. Foi observado que a maioria
das farmácias eram independentes, ou seja, não pertenciam a nenhuma rede e
tinha apenas um único farmacêutico como responsável técnico. Entretanto
responderam ao questionário 14 farmacêuticos, 08 proprietários e 10 gerentes,
totalizando 32 participantes da pesquisa.

Dos 14 farmacêuticos entrevistados, 03 eram proprietários e exerciam a


função dupla de responsável técnico e empreendedor. Os demais exerciam o
papel de responsável técnico apenas.

De acordo com a Lei 5.991/73 todo estabelecimento farmacêutico deve


assegurar a presença do farmacêutico em todo o horário de funcionamento,
deste modo deve realizar a contratação de quantos profissionais farmacêuticos
forem necessários. O Artigo 15 da citada Lei é categórico ao ressaltar a
permanência do profissional e não faz ressalvas ou exceções aos horários
diferenciados de funcionamentos tais como almoço, noturno, madrugadas,
domingos e feriados (BRASIL, 1973). CORRER e OTUKI (2013), afirmam que
a contratação de apenas um farmacêutico nos estabelecimentos ocorre pela
existência de interesses econômicos por parte dos proprietários de farmácia
onde muitos afirmam não terem recursos financeiros para custear contratações
e a permanência dos profissionais farmacêuticos.

Todos os participantes da pesquisa afirmaram conhecer os serviços


ofertados pela Atenção Farmacêutica, que para Nascimento (2004) estes
serviços propõem um acompanhamento farmacoterapêutico do paciente sob
sua orientação, conexo a serviços farmacêuticos de qualidade que cooperam
para detectar e prevenir resultados negativos da farmacoterapia.

Quanto ao interesse de implantar os serviços de Atenção Farmacêutica


em seus estabelecimentos os resultados estão representados em percentual
na figura 2.
29

FIGURA 02 Interesse na implementação dos serviços da Atenção


Farmacêutica nas farmácias comunitárias.

92,9% 90%

37,5%

FARMACÊUTICOS GERENTES PROPRIETÁRIOS


Fonte: Própria

Desta forma responderam o questionário de maneira positiva quanto


programar este serviços em seus estabelecimentos 13 farmacêuticos que
corresponde a 92,9%, 9 gerentes que constitui um percentual de 90% e 3
proprietários em torno de 37,5%. Este percentual revela o grande desejo por
parte dos farmacêuticos em desenvolver as atividades da AF nas farmácias
comunitárias. Para os farmacêuticos atenderem diretamente os pacientes,
orientarem e sanarem dúvidas provenientes do tratamento farmacológico a ser
seguido é muito importante, pois consolida a inclusão entre a prática e os
conhecimentos teóricos na atuação do farmacêutico.

O CFF (2009) relata que esta postura requer do farmacêutico além de


conhecimento é necessário apresentar empenho e responsabilidade,
adquiridos na formação acadêmica e da vivência profissional diária. Para os
gerentes seria viável dispor dos serviços da AF em suas farmácias, porém para
implantar teria que ter aprovação total dos proprietários.

Por sua vez os proprietários dos estabelecimentos onde foi aplicado o


questionário em torno 62,5% julgou irrelevante a implantação destes serviços,
sendo que segundo eles não possuem condições financeiras para tal
30

investimento e que de certa forma se houver a dedicação total no atendimento


ao paciente pelo farmacêutico afetará no comissionamento dos demais
funcionários.

Segundo Correr e Otuki (2013), a falta de estímulo em implantar a AF


nas farmácias por parte de gerentes ou proprietários se deve talvez pelo receio
de perder lucros vinculados a venda sem orientação de medicamentos. Das 11
farmácias visitadas, 03 já dispõem dos serviços da AF com todo aparato que as
atividades necessitam para serem realizadas, que representa um percentual de
27,27%.

Quanto à existência de benefícios tais como: aumento nos lucros, ganho


de tempo e crescimento de vendas obtidas pela realização dos serviços da AF
todos os participantes, ou seja, 100% responderam ter conhecimento destes
benefícios originados com a implantação das atividades de Atenção
Farmacêutica e a principal razão pela qual não a realizam é a indisponibilidade
de recursos financeiros. Esta carência do atendimento farmacêutico de forma
direta com o paciente leva a percepção de um grande problema que é uso
irracional de medicamentos, onde conforme Bastos e Caetano (2010), metade
dos casos de problemas relacionados a medicamentos poderiam ser evitados,
se as pessoas usassem os medicamentos de maneira correta.

Do percentual referente à fidelização de clientes para com os


estabelecimentos que oferecem os serviços de Atenção Farmacêutica, 92,9%
dos farmacêuticos responderam que acreditam que ao realizar AF nas
farmácias fidelizam mais clientes através da confiança e acessibilidade com o
profissional de saúde disponível para solucionar possíveis dúvidas que ocorrem
antes de iniciar o tratamento farmacológico, 70% dos gerentes relataram que a
fidelização de clientes acontece pela venda orientada de medicamentos
realizada pelo farmacêutico e para 37,5% dos proprietários julgam que a
fidelização ocorre pela confiança estabelecida no momento do atendimento
direto do profissional e paciente, no entanto a maioria dos proprietários em
torno de 62,5% acredita que a fidelização de clientes se dá pela concorrência
de preços, ou seja, valor cobrado nos produtos e os descontos concedidos na
hora da venda.
31

No que discorre a respeito da estrutura física para realização das


atividades da Atenção farmacêutica, os resultados estão demonstrados na
figura 3.

FIGURA 03: Existência de estrutura física nos estabelecimentos, segundo os


participantes da pesquisa.

SIM NÃO

78,57%

70%

50% 50%
21,43% 30%

Farmacêuticos Gerentes Proprietários

Os 78,57% dos farmacêuticos que participaram da pesquisa avaliam as


melhorias na estrutura do local para prática da AF como investimento que traria
retorno financeiro e satisfação tanto para o profissional como os pacientes. Já o
percentual que corresponde a 70% de gerentes e 50% de proprietários
afirmaram que possuíam uma estrutura física e que investir na melhoria deste
local seria um gasto desnecessário.

De muitas dificuldades que podem surgir na implementação da Atenção


farmacêutica a estrutura do local é o principal fator que mais intervêm na
realização desta prática (CORRER; OKUTY, 2013). Os participantes que
alegam possuírem o espaço adequado entendem que as melhorias e
adequações deste local reservado para AF é um investimento que será
32

recompensado através do aumento de vendas geradas pelo sucesso desta


pratica.

Durante a realização das visitas foi possível observar que apenas 03 das
farmácias que participaram da pesquisa possuíam uma sala reservada
destinada e estruturada para a AF. Nas demais, as que afirmam possuir uma
estrutura para atendimento aos pacientes, foi constato que o local não era o
ideal, por considerarem a sala onde atividades administrativas ou gerencias
uma estrutura apropriada para atendimento a pacientes. No entanto, a
existência de um espaço físico na farmácia, não caracteriza uma estrutura
adequada para o desenvolvimento das práticas da AF.

Nesse contexto Fegadolli et al (2010) corrobora que para haver


possibilidades de prestação dos serviços de assistência à saúde, é necessário
existir condições de espaço para desenvolver o trabalho, pois é nesse espaço
que serão desenvolvidas atividades entre o profissional de saúde e os usuários
do serviço. De modo semelhante Farina e Romano-Lieber (2009) discorre que
o local designado para atendimento aos pacientes deve ser livre de qualquer
obstáculo físico para possibilitar a comunicação seja ela privativa ou
semiprivativa com o profissional farmacêutico.

Quando questionados se acreditavam que as atividades da AF


interessariam seus clientes, segundo os farmacêuticos por ser um profissional
mais acessível teria maior aceitação, uma vez que através de diálogos com o
paciente conseguem estabelecer uma relação de confiança que serve de
incentivo para adesão ao tratamento farmacoterapêutico. Para 50% dos
gerentes o talvez reflete a incerteza do conhecimento da população em relação
aos serviços da AF. Para os proprietários o serviço é atrativo, mas afirmam de
não dispor de condições para o investimento financeiro para implantar e treinar
os funcionários.

A Atenção Farmacêutica propõe um conjunto de ações que prioriza o


paciente, onde buscar evitar eventuais falhas da terapia medicamentosa
(CONSENSO BRASILEIRO DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA, 2002). Nesta
33

temática, a tabela 1 apresenta o resultado sobre a realização dos serviços de


AF nos estabelecimentos comerciais visitados.

TABELA 1: Estabelecimentos que dispõe dos serviços da AF na opinião dos


participantes da pesquisa.

PARTICIPANTES SIM NÃO SUPERFICIALMENTE

Farmacêuticos 64,28% 14,28% 21,44%

Gerentes 30% 10% 60%

Proprietários 37,5% 12,5% 50%

Quando questionados sobre a prestação dos serviços da AF em seus


estabelecimentos, observou-se que o fato de esclarecer dúvidas, identificar
possíveis reações adversas no ato da dispensação do medicamento no próprio
balcão de atendimento, mesmo sem acompanhamento farmacoterapêutico
para grande maioria dos participantes é uma forma de realizar Atenção
Farmacêutica. E quando a orientação ou alguma informação é dada apenas
quando solicitada pelo paciente o serviço esta sendo prestado de maneira
superficial de acordo o entendimento dos participantes da referida pesquisa.

Apesar de todos os participantes afirmarem conhecer os serviços da AF,


consideram Assistência Farmacêutica sinônimo de Atenção Farmacêutica.
Nascimento e Toledo (2009) definem Assistência farmacêutica como um
conjunto de atividades alistadas ao medicamento, para espandir as ações de
saúde para população.

O farmacêutico participa em todas as etapas, desde a análise de um


novo fármaco até sua chegada as farmácias. Por sua vez Angonesi (2008) diz
que Atenção Farmacêutica são ações desenvolvidas por um farmacêutico, com
a cooperação de outros profissionais de saúde, onde visa desenvolver o uso
racional de medicamento e a efetividade do tratamento farmacoterapêutico
seguro.
34

Para sucesso da prática da AF todas as informações coletadas devem


ser arquivadas para criação de um plano de cuidados para avaliar as
indigências dos pacientes (BRANDÃO, 2009).

Das farmácias que participaram do estudo, apenas 03 farmácias o que


representa 27,27% implementaram o serviço de AF de maneira plena tem a
rotina de arquivar as informações de seus pacientes. Eles utilizam um banco de
dados informatizado.

Quanto ao emprego de um método utilizado para realização da AF,


todos os participantes da pesquisa afirmam utilizar um método próprio. Os
farmacêuticos que implementaram as atividades da AF em seus
estabelecimentos relataram que utilizam um método próprio semelhante ao
Dadér que o intuito é detectar e trazer resoluções para os problemas
relacionados aos medicamentos , porém devido a falta de tempo e acumulo de
tarefas o publico alvo são os pacientes que fazem uso de medicação de uso
contínuo composta de diferentes medicamentos para o tratamento de variadas
patologias.

Okuno et al (2013) corrobora que o farmacêutico tem um papel


proeminente junto à construção de um novo padrão de atenção à saúde, ao
agir de maneira direcionada na orientação, execução, monitoramento e
acompanhamento da terapia farmacológica. Neste seguimento, a figura 04
demostra a opinião dos participantes quando questionados sobre a preparação
dos profissionais farmacêuticos para desenvolver os serviços da AF nas
farmácias comunitárias
35

FIGURA 04: Preparação dos farmacêuticos para atuar na AF, de acordo as


respostas dos participantes da pesquisa.

SIM NÃO

80%

62%
57%

43%
38%

20%

Farmacêuticos Gerentes Proprietários

Observou-se que 57% dos farmacêuticos responderam não a cerca do


que afirmam que seria necessário um treinamento para reforçar os
conhecimentos em relação à interpretação de resultados de exames, já que
muitos só tiveram contato com a prática das analises clínicas em seus estágios
durante o período acadêmico.

De maneira semelhante a maioria dos proprietários das farmácias em


torno de 62% avaliam que os farmacêuticos não possuem preparação e
segurança na realização da AF devido ao período acadêmico que na opinião
deles dispõe de muita teoria e pouca prática o que interfere diretamente no
contato direto com o paciente.

Brandão (2009) diz que as farmácias comunitárias são o local de


primeiro emprego de um farmacêutico recém-formado e cerca de 70% destes
profissionais obtêm o aprendizado na prática cotidiana destas farmácias.

O Resultado se apresenta diferente no caso dos gerentes, pois, cerca de


80% afirmaram que os farmacêuticos estão seguros e preparados para
36

desempenhar as atividades da AF que a formação generalista possibilita o


conhecimento em diversas áreas de atuação o que torna o farmacêutico mais
dinâmico e capacitado.

Nesse aspecto CFF (2010) dispõe que no atual momento a formação do


farmacêutico propõe uma visão humanista, apto ao aprendizado de atividades
indicativas aos fármacos e aos medicamentos, ao controle, análise e produção
de alimentos e às análises clínicas. Freitas (2006) apresenta três fatores que
seriam considerados decisivos para o desenvolvimento dos serviços de AF nos
estabelecimentos comerciais, como: a insegurança dos profissionais sobre os
conhecimentos acadêmicos, a ausência do farmacêutico na maioria das
farmácias e a resistência de implantação desta prática por partes dos gerentes
e proprietários.
37

5 CONCLUSÃO

Tendo em vista a pesquisa realizada bem como os dados obtidos foi


possível constatar as dificuldades na implementação da Atenção Farmacêutica
no município de Santo Antônio de Jesus-Ba e observar que estes são
semelhantes aos diversos estudos realizados com a mesma temática no país.

Pode-se observar que boa parte dos farmacêuticos participantes da


pesquisa afirmam realizar Atenção Farmacêutica, contudo, esse exercício não
foi observado na sua prática bem como pode ser percebido uma compressão
distorcida do propósito da AF e das atividades inerentes a essa atividade, fato
que pode está relacionado ao impedimento da realização desse serviço
especializado nos cuidados aos pacientes. O presente estudo permitiu
constatar que Existe alguma insegurança por parte destes profissionais devido
à falta de conhecimento mais aprofundado sobre a prática da Atenção
Farmacêutica.

Foi possível constatar que o investimento na estrutura de um local


apropriado para a prestação desse serviço é de fato um dos fatores que mais
interferem para a implantação na opinião dos gestores, já para o profissional
farmacêutico o que dificulta essa prática é a falta de tempo devido ao acúmulo
de tarefas burocráticas, administrativas e a disputa por vendas geradas pelo
pagamento de comissão e metas a serem cumpridas, pois para maioria dos
gestores o interesse prioritário é o lucro ao invés da qualidade no atendimento
e a prestação de assistência à saúde. Essa visão permite concluir que a AF
não é uma prática ainda prioritária, pois não é vista como algo que apresenta
retorno financeiro em curto prazo como a venda de medicamentos.

As farmácias comunitárias de Santo Antônio de Jesus-Ba devem


adaptar-se, em nível estrutural e profissional, com o intuito de atender uma
demanda cada vez crescente de uma população necessitada e carente de
serviços oferecidos com qualidade nos cuidados à saúde nesses
estabelecimentos. Desta maneira para que a implantação da AF seja bem
sucedida e contribua de modo eficiente para promover a saúde dos seus
usuários é imprescindível o compromisso dos profissionais farmacêuticos
38

aliado ao incentivo e adesão por parte dos proprietários destas farmácias e da


população em geral.

Faz-se necessário ainda mais estudo de impacto financeiro a fim de


demonstrar o retorno de capital que pode ser proporcionado pela oferta do
serviço a fim de tornar explicito que essa prática pode contribuir também com
os resultados das farmácias comunitárias, bem como estudos que demonstrem
outros cenários na região, sendo que está pode ter resultados que refletem
esse comportamento nos municípios vizinhos.
39

REFERÊNCIAS

ANDRADE; M. M. Introdução à Metodologia do Trabalho Científico. 7ed.


São Paulo: Atlas, 2005.

ANGONESI, D. Dispensação farmacêutica: uma análise de diferentes conceitos


e modelos. Revista saúde coletiva, São Paulo, v.13, p.629-640, abr. 2008.

BASTOS, C. R. G.; CAETANO, R. As percepções dos farmacêuticos sobre seu


trabalho nas farmácias comunitárias em uma região do estado do Rio de
Janeiro. Revista saúde coletiva, Rio de Janeiro, v.15, nov. 2010.

BERNARDI, E. Implantação da avaliação farmacêutica da prescrição médica e


as ações de farmácia clínica em um hospital oncológico do sul do Brasil.
Espaço para a saúde, Londrina, v. 15, n. 2, p. 29-36, jun. 2014.

BISSON, M. P. Farmácia Clínica: Atenção farmacêutica. 2. ed. Barueri, SP:


Manole, 2007.

BRANDÃO, A. Os mil e um rumos da farmácia comunitária. Revista


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CIPOLLE, R.; STRAND, L.; MORLEY, C.O exercício do cuidado


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____________ Profissional indispensável . Disponível <http://www.cff.org.br/


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2016.
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43

APÊNDICES
44

APÊNDICE I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO


(conforme Resolução CNS no 466/2012)

O (A) Senhor (a) está sendo convidado (a) a participar do estudo


intitulado “DIFICULDADES NA IMPLEMENTAÇÃO DA ATENÇÃO
FARMACÊUTICA EM FARMÁCIAS COMUNITÁRIAS NO MUNICÍPIO DE
SANTO ANTÔNIO DE JESUS NO ESTADO DA BAHIA”.
Esta pesquisa se justifica, pela necessidade de adotar uma atuação
clínica diferenciada e competitiva onde o farmacêutico como profissional de
saúde intimamente relacionado ao medicamento e acessível à população, pode
desenvolver ações, como promotor e orientador, estabelecendo uma relação
de confiança com os seus pacientes através da implantação da Atenção
Farmacêutica nas farmácias comunitárias.
Os objetivos da pesquisa são: objetivo geral apontar as dificuldades para
a implementação da AF nas farmácias comunitárias neste município baiano;
Como objetivos específicos, descrever a evolução processual da prática da AF
no Brasil, identificar as farmácias comunitárias que implementaram o serviço
em Santo Antônio de Jesus na Bahia e realizar um levantamento teórico a
cerca das limitações na implementação da AF em farmácias comunitárias no
Brasil.
Diante do exposto, após aplicação do projeto apresentado, trará consigo
inúmeros beneficio, aos pacientes, são :uma melhor adesão ao tratamento,
maior participação do autocuidado, um conhecimento maior e controle sobre a
sua doença a diminuição dos riscos provenientes da automedicação sem
orientações, menores custos na obtenção do medicamentos através de
convênio criado pela farmácia e melhor qualidade de vida. Já para os
funcionários são: comprometimento com a saúde da população, um
reconhecimento por parte dos pacientes e equipe de saúde, satisfação ao
aplicar seus conhecimentos, reconhecimento das reais capacidades do
farmacêutico e crescimento profissional. Para a farmácia, são: satisfação dos
45

pacientes, motivação dos funcionários, oportunidade de desenvolver


programas de ação social, cadastro de pacientes por doenças e medicação em
uso e a possibilidade de melhoramento econômico. Para os médicos, os
benefícios são: pacientes mais motivados, cumpridores do tratamento,
atualização terapêutica, oportunidade de trabalhar em equipe.
Trata-se de um estudo descritivo do tipo exploratória de abordagem
quali-quantitativa, que será realizado em abril de 2017, nas farmácias
comunitárias, no município de Santo Antônio de Jesus - Ba. Para a coleta de
dados será aplicado um questionário aos farmacêuticos, proprietários e
gerentes das farmácias.
Solicito gentilmente que o (a) senhor (a) leia atentamente este Termo de
Consentimento, em toda sua íntegra, antes de decidir sobre a sua participação
voluntária na pesquisa.
Gostaríamos de também informar que o (a) senhor (a) poderá se recusar
a participar do estudo, ou retirar seu consentimento a qualquer momento, sem
precisar justificar, e caso desejar sair da pesquisa, tal fato não terá prejuízos
para o (a) senhor (a).
Informamos que sua privacidade será respeitada, ou seja, seu nome ou
qualquer outro dado ou elemento que possa, de qualquer forma, identificá-lo
(a), será mantido em sigilo.
Caso o senhor (a) se sinta a vontade em participar da pesquisa,
informamos que uma via deste termo de consentimento livre e esclarecido será
assinada na página final, pelo (a) senhor (a), pelo (a) pesquisador (a)
responsável (José Jorge da Silva); contendo rubricas em todas as folhas do
TCLE. Informamos que qualquer despesa decorrente da participação na
pesquisa será reembolsada e caso ocorra algum dano decorrente da sua
participação no estudo, o (a) senhor (a) será indenizado (a), conforme
determina a lei.
Os pesquisadores envolvidos com o referido projeto são MSc. em
Biotecnologia José Jorge da Silva e Marcilene Silva Santos, respectivamente,
aluno do Curso Bacharelado em Farmácia, Faculdade Maria Milza. O (A)
senhor (a) poderá manter contato com eles pelos telefones (75) 98218 7846
dúvidas também poderão ser esclarecidas na FAMAM pelo telefone
institucional (75) 3638-2119 junto ao Comitê de Ética em Pesquisa com Seres
46

Humanos da FAMAM, pelo telefone (75) 36382549, localizado na Rodovia BR,


101, Km 215- Zona Rural, Sungaia.
Como toda pesquisa que envolve seres humanos é susceptível de
riscos, os riscos que podem ocorrer nesta investigação são: constrangimento
durante as respostas e stress ou cansaço. Nesses casos os participantes
voluntários pode se retirar da pesquisa ou, na segunda suposição, poderá dar
uma pausa nas respostas, até que retorne à condição emocional estável.
Esses riscos serão minimizados, também, a partir da descrição previa feita pelo
pesquisador sobre a pesquisa, a não interferência do pesquisador.
Após realização da analise os instrumentos de coleta de dados com os
registros de informações dos participantes da pesquisa serão arquivados pelos
Pesquisadores responsáveis, por 5 anos. Os participantes terão acesso aos
resultados da pesquisa, assim como os resultados da pesquisa serão tornados
públicos, por meio de revistas e periódicos.

Santo Antônio de Jesus, .......... de ............................ de 2017.

_________________________________________

Nome e assinatura do (a) participante da pesquisa

_________________________________________

MSc. em Biotecnologia José Jorge da Silva


Pesquisador responsável

________________________________________
Marcilene Silva Santos
Bacharelanda em Farmácia
47

APÊNDICE II

FACULDADE MARIA MILZA


CURSO DE BACHARELADO EM FARMÁCIA

Informações para o (a) participante voluntário (a):

Você está convidado (a) a responder este questionário anônimo que faz
parte da coleta de dados da pesquisa “DIFICULDADES NA
IMPLEMENTAÇÃO DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA” , sob responsabilidade
do (a) pesquisador (a) Prof. . MSc. José Jorge Silva, Tel.: 75 98218 7846
docente da Faculdade Maria Milza.

Caso você concorde em participar da pesquisa, leia com atenção os seguintes


pontos: a) você é livre para, a qualquer momento, recusar-se a responder às
perguntas que lhe ocasionem constrangimento de qualquer natureza; b) você
pode deixar de participar da pesquisa e não precisa apresentar justificativas
para isso; c) sua identidade será mantida em sigilo; d) caso você queira,
poderá ser informado (a) de todos os resultados obtidos com a pesquisa,
independentemente do fato de mudar seu consentimento em participar da
pesquisa.

Questionário

1. Qual a sua função exercida nesta farmácia?

( ) Gerente ( ) Proprietário ( )Farmacêutico


2. Grau de escolaridade?

( ) Superior completo
( ) Superior incompleto
( ) 2° grau completo
( ) 2° grau incompleto
( ) Fundamental completo
( ) Fundamental incompleto
3. Conhece ou ouviu falar sobre o serviço de Atenção Farmacêutica?

( ) Sim ( ) Não
48

4. Você tem interesse em implantar o serviço de AF nesta farmácia?

( ) Sim ( ) Não

5. Para você em uma farmácia a realização deste serviço gera:


Com relação ao lucro
( ) Diminui ( ) Aumenta
Com relação ao tempo você considera
( ) Perda de tempo ( ) Ganho de tempo
Com relação as vendas AF promove
( ) Diminuição nas vendas ( ) Aumento nas vendas
No seu entendimento este serviço fideliza o cliente?
( ) Sim ( ) Não

6. Você considera que esta farmácia possui estrutura física que possibilita a
realização deste serviço?

( ) Sim ( ) Não

Se não, você considera o custo para adequações necessárias do local para


prestar o serviço de AF como:

( ) Um investimento
( ) Gasto desnecessário
Outro_______________________
7. Você considera que seu cliente iria se interessar por esse serviço?
( ) Sim ( ) Não ( )Talvez
8. Você considera que esta farmácia dispõe do serviço de Atenção
Farmacêutica?
( ) Sim ( ) Não ( ) Superficialmente
9. Em que local da farmácia este serviço é realizado?
( ) Balcão ( ) Gerência ( ) Em sala com estrutura
10. As informações a respeito do Seguimento Farmacoterapêutico são
arquivadas?

( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes


11. Qual método você utiliza na prática da AF?

( ) Dadér ( ) Minnesota ( ) Método próprio


49

12. Como você acredita ser o nível de aceitação pelos seus clientes a
respeito da prestação deste serviço?
( ) Positivo ( ) Negativo
13.Você acredita que os farmacêuticos estão preparados para oferecer esse
serviço?
( ) Sim ( ) Não
50

ANEXOS
51

ANEXO I- Folha de Rosto Para Pesquisa Envolvendo Seres Humanos


52

ANEXO II- Parecer Consubstanciado do Cep


53

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