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ÍNDICE

INTRODUÇÃO...............................................................................................................................4
1. CONDENAÇÃO..........................................................................................................................5
2. PRISÃO DOMICILIAR.................................................................................................................7
3. INTERVENÇÃO DA ONU............................................................................................................9
4. MAUS-TRATOS NA PRISÃO DE COMARCA CENTRAL DE LUANDA...........................................11
CONCLUSÃO...............................................................................................................................14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................................15
INTRODUÇÃO

O presente caso, versará sobre os 15+2. Em junho de 2015 a polícia angolana


deteve 13 defensores de direitos enquanto eles participavam de uma reunião. Eles
estavam lendo o livro de Gene Sharp, From Dictatorship to Democracy, e discutindo
métodos pacíficos de protesto. Dois dias depois, mais dois ativistas foram detidos. As
autoridades também apresentaram acusação formal contra duas mulheres ativistas de
direitos humanos, Laurinda Gouveia e Rosa Conde – mas não as detiveram.

O grupo de defensores/as de direitos humanos ficou conhecido como Angola


15+2. Dentre os defensores de direitos humanos detidos estão Domingos da Cruz,
Sedrick de Carvalho, Luaty Beirão, José Gomes Hata, Nito Alves, Afonso Matias
“Mbanza Hamza”, Hitler Samussuko, Inocêncio Brito “Drux”, Albano Bingo, Fernando
Tomás “Nicola”, Nelson Dibango, Arante Kivuvu, Nuno Álvaro Dala, Benedito
Jeremias, Osvaldo Caholo. Laurinda Gouveia e Rosa Conde.

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1. CONDENAÇÃO

Em 28 de março de 2016, o Tribunal Provincial de Luanda condenou os/as


defensores/as de direitos humanos do caso 15+2 a penas de prisão que variam entre dois
anos e três meses a oito anos e seis meses de prisão para os supostos crimes de atos
preparatórios de rebelião e associação de malfeitores.

Os 17 defensores de direitos humanos são os Srs. Domingos da Cruz, Sedrick de


Carvalho, Luaty Beirão, José Gomes Hata, Nito Alves, Afonso Matias “Mbanza
Hamza”, Hitler Samussuko, Inocêncio Brito “Drux”, Albano Bingo, Fernando Tomás
“Nicola”, Nelson Dibango, Arante Kivuvu, Nuno Álvaro Dala, Benedito Jeremias,
Osvaldo Caholo, que foram detidos em junho de 2015, e as Sras. Rosa Conde e
Laurinda Gouveia, que também foram sentenciadas, mas respondiam o processo em
liberdade.

Das sentenças proferidas contra os/as defensores/as de direitos humanos a mais


severa foi a de Domingos da Cruz, que foi sentenciado a oito anos e meio de prisão
pelos crimes de atos preparatórios de rebelião e associação de malfeitores. Jeremias
Benedito, Nuno Álvaro Dala, Sedrick de Carvalho, Nito Alves, Inocêncio de Brito,
Laurinda Gouveia, Fernando António Tomás “Nicola”, Mbamza Hamza, Osvaldo
Caholo, Arante Kivuvu, Albano Evaristo Bingo, Nelson Dibango, Hitler Samussuko e
José Gomes Hata foram todos condenados/as a quatro anos e seis meses de prisão pelos
mesmos crimes. Rosa Conde e Jeremias Benedito receberam penas mais moderadas e
irão cumprir dois anos e três meses de prisão. Luaty Beirão, quem foi condenado
também por “falsificação de documentos”, além dos crimes supracitados, foi
sentenciado a cinco anos e seis meses de prisão.

O julgamento dos/as defensores/as de direitos humanos foi marcado por


irregularidades. Em 21 de março de 2016, durante as alegações finais, o Ministério
Público alterou a acusação, abandonando a queixa de organização de um golpe de
Estado para derrubar o Presidente José Eduardo dos Santos, e incluindo uma nova
acusação de associação de malfeitores, punível com uma pena mais severa do que a
prevista para o crime de organização de um golpe de Estado. Esta nova queixa, no
entanto, não foi submetida à análise dos advogados dos réus.

Os/as defensores/as de direitos humanos foram formalmente indiciados/as em 8


de outubro de 2015, quando o prazo máximo para a prisão preventiva, de 90 dias
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segundo a lei angolana, já havia expirado. Domingos da Cruz foi preso no dia 21 de
junho de 2015 após a prisão de Afonso Mayenda, Luaty Beirão, Manuel Nito Alves,
Albano Bingo e nove jovens ativistas em 20 de junho de 2015, durante uma conferência
sobre a ''Filosofia da revolução pacífica'', que foi dada por Domingos da Cruz no bairro
de Vila Alice, em Luanda. Laurinda Gouveia e Rosa Conde não estavam entre os
detidos, mas elas também foram acusadas.

Os advogados dos/as defensores/as de direitos humanos têm cinco dias para


impetrar um recurso de apelação perante a Corte Suprema.

A Front Line Defenders está seriamente preocupada com a condenação dos 17


defensores de direitos humanos, uma vez que considera a ação judicial contra eles como
sendo motivada pelo trabalho pacífico e legítimo que desempenham na defesa dos
direitos humanos. Preocupação adicional é expressa pelas irregularidades que marcaram
o julgamento. A Front Line Defenders apela às autoridades angolanas para que
revoguem a sentença contra os/as defensores/as de direitos humanos.

Em 8 de fevereiro de 2016, o defensor de direitos humanos, Sr Manuel Nito


Alves foi condenado a seis meses de prisão em um julgamento sumário.

Ele foi condenado por perturbar a ordem do Tribunal Provincial de Luanda


durante o julgamento de dezessete defensores/as de direitos humanos angolanos, do qual
ele é um dos arguidos, no que é conhecido como o caso 15+2.

Durante a sessão do tribunal no julgamento dos 17 defensores dos direitos


humanos, no dia 8 de fevereiro de 2016, enquanto o pai de Nito Alves estava sendo
interrogado, o defensor de direitos humanos levantou a voz e disse: "Eu não temo pela
minha vida; este julgamento é uma palhaçada". Ele foi silenciado pelo juiz presidente, o
Sr. Januário Domingos, que imediatamente abriu um procedimento legal sumário contra
ele e o condenou a 6 meses de prisão e ao pagamento de uma multa de AKZ 50.000
(aproximadamente €284) por desrespeito ao tribunal. A sentença entrou em vigor
imediatamente e o defensor de direitos humanos, que estava detido sob prisão
domiciliar há aproximadamente 50 dias, foi transferido para Comarca de Viana no
mesmo dia.

O defensor de direitos humanos ainda pode enfrentar até três anos de prisão sob
a acusação de atos preparatórios de rebelião e por supostamente organizar um golpe de

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Estado contra o presidente José Eduardo dos Santos. Ele foi preso em 20 de Junho de
2015, juntamente com 14 outros defensores dedireitos humanos. Duas mulheres
defensoras de direitos humanos, Sras. Laurinda Gouveia e Rosa Conde, também estão
sendo processadas, mas respondem em liberdade.

Front Line Defenders está preocupada com a condenação sumária de


Manuel Nito Alves, que parece ter sido totalmente desproporcional. Além disso, Front
Line Defenders reitera o seu apelo para o fim do processo contra os 17 defensores dos
direitos humanos e jovens ativistas, pois acredita que eles sejam diretamente ligados às
suas atividades legítimas em defesa dos direitos humanos.

2. PRISÃO DOMICILIAR

Em 18 de dezembro de 2015, os quinze defensores de direitos humanos que


haviam sido presos em junho de 2015 foram postos em liberdade e colocados em prisão
domiciliar logo após uma decisão proferida em 15 de dezembro de 2015 pelo Tribunal
Provincial de Luanda.

Eles permanecerão em prisão domiciliar enquanto aguardam julgamento, que


será retomado em 11 de Janeiro de 2016.

Os 15 defensores dos direitos humanos foram presos devido às suas


participações em uma conferência sobre a ''Filosofia da revolução pacífica'', que foi
dada pelo Sr Domingos da Cruz no bairro de Vila Alice, em Luanda. Os outros 14
defensores de direitos humanos são os Srs Sedrick de Carvalho, Luaty Beirão, José
Gomes Hata Nito Alves, Afonso Matias “Mbanza Hamza”, Hitler Samussuko,
Inocêncio Brito “Drux”, Albano Bingo, Fernando Tomás “Nicola”, Nelson Dibango,
Arante Kivuvu, Nuno Álvaro Dala, Benedito Jeremias e Osvaldo Caholo.

Esse último desenvolvimento no caso decorreu de uma decisão emitida em 15 de


Dezembro de 2015 pelo juiz a cargo do causa, o Sr Januário Domingos José, da 14a
Seção do Tribunal Provincial de Luanda, decisão na qual deferiu o pedido de medidas
alternativas de detenção no caso dos réus. O pedido havia sido apresentado no mesmo
dia pelo Ministério Público e a nova Lei das Medidas cautelares em Processo Penal foi
usada para fundamentá-lo. De acordo com esta nova lei, só é possível manter alguém
em prisão preventiva se o réu estiver sendo acusado de ter cometido crimes puníveis

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com três anos ou mais de prisão, o que não é o caso dos 15 defensores de direitos
humanos.

O juiz Januário Domingos, baseado no princípio de que a lei mais favorável ao


réu é a que deve ser aplicada, aceitou o pedido. A nova lei entrou em vigor na sexta-
feira, dia 18 de dezembro de 2015, quando os defensores de direitos humanos foram
finalmente libertados e colocados em prisão domiciliar.

Os defensores de direitos humanos estão sendo julgados por supostamente


prepararem um golpe de Estado para derrubar o Presidente José Eduardo dos Santos, e
também por atos preparatórios de rebelião. Entre os réus também figuram as Sras Rosa
Conde e Laurinda Gouveia, que respondem em liberdade. O julgamento dos defensores
e das defensoras de direitos humanos começou em 15 de novembro de 2015, após cerca
de quatro meses de detenção preventiva. A defesa alega que o tribunal adotou táticas
dilatórias para adiar o veredito.

Front Line Defenders acolhe com satisfação a decisão de colocar os defensores


de direitos humanos em prisão domiciliar, mas continua preocupada com o julgamento
em curso e com as acusações sem substância contra eles. Front Line Defenders apela às
autoridades para absolver imediata e incondicionalmente os defensores de direitos
humanos, pois acredita que o processo contra eles é uma tentativa de impedi-los de
realizar o seu trabalho pacífico e legítimo na defesa dos direitos humanos.

Em 10 de dezembro de 2015, quatro dos dezessete defensores de direitos


humanos que estão sendo julgados por atos preparatórios de rebelião e por organizar de
um golpe de Estado contra o presidente José Eduardo dos Santos iniciaram uma greve
de fome.

Os Srs Sedrick de Carvalho, Luaty Beirão, Domingos da Cruz e José Gomes


Hata decidiram entrar em greve de fome para protestar atrasos no julgamento.

Sedrick de Carvalho, Luaty Beirão, Domingos da Cruz e José Gomes Hata


foram presos em junho de 2015, juntamente com 11 outros defensores de direitos
humanos devido às suas participações em uma conferência sobre a ''Filosofia da
revolução pacífica '', que foi dada por Domingos da Cruz no bairro de Vila Alice, em
Luanda. Os outros defensores dos direitos humanos são Nito Alves, Afonso Matias
“Mbanza Hamza”, Hitler Samussuko, Inocêncio Brito “Drux”, Albano Bingo, Fernando

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Tomás “Nicola”, Nelson Dibango, Arante Kivuvu, Nuno Álvaro Dala, Benedito
Jeremias e Osvaldo Caholo.

Os defensores de direitos humanos foram acusados por supostamente estarem


preparando um golpe de Estado para derrubar o Presidente José Eduardo dos Santos por
atos preparatórios de rebelião. Entre os réus também figuram as Sras Rosa Conde e
Laurinda Gouveia, que respondem em liberdade. O julgamento dos defensores e das
defensoras de direitos humanos começou em 15 de novembro de 2015, após cerca de
quatro meses de detenção preventiva. A defesa alega que o tribunal adotou táticas
dilatórias para adiar o veredito.

Essa é a segunda vez que os defensores de direitos humanos iniciam uma greve
de fome para sensibilizar o público sobre o seu caso. Na ocasião anterior, em outubro de
2015, eles estavam protestando contra a duração excessiva de suas detenções
preventivas, que excedeu o limite de 90 dias previsto por lei. Após tal prazo, o tribunal é
obrigado a pronunciar-se sobre a prorrogação da detenção, o que não ocorreu dentro do
prazo fixado.

Front Line Defenders está seriamente preocupada com o julgamento em curso e


com as detenções arbitrárias de defensores de direitos humanos, sobretudo tendo em
conta o atraso injustificado em chegar-se a uma decisão. Front Line Defenders demanda
às autoridades que absolvam imediata e incondicionalmente os defensores e as
defensoras de direitos humanos, pois acredita-se que o processo contra eles é uma
tentativa de impedi-los de realizar o seu trabalho pacífico e legítimo na defesa dos
direitos humanos.

3. INTERVENÇÃO DA ONU

O Relator Especial das Nações Unidas sobre a situação dos/as defensores/as de


direitos humanos, Michel Forst, pediu hoje ao Governo de Angola para liberar catorze
ativistas que foram presos em junho após participarem em reuniões pacíficas
demandando boa governança.

"A privação de liberdade pelo simples fato de terem promovido a boa governaça
e de terem exercido o direito à liberdade de expressão e de reunião pacífica pode ser
considerada arbitrária”, o Sr. Forst advertiu referindo-se ao caso de Luaty Beirão, um

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proeminente músico angolano e ativista de direitos humanos, e dos outros defensores
detidos.

"Essa crítica não só é totalmente legítima de acordo com as obrigações de


Angola em conformidade com a legislação de direitos humanos; mas é também
essencial para o debate livre e público necessário para uma sociedade civil saudável no
país", enfatizou o especialista independente.

Após sua prisão, os "15 de Angola” foram acusados em setembro, juntamente


com duas defensoras de direitos humanos que permanecem em liberdade aguardando o
julgamento, sob acusações de "atos preparatórios para a prática de rebelião" e
"conspiração" contra as instituições do Estado, os quais são considerados como crimes
contra a segurança do Estado angolano. Submetidos a prisão preventiva durante mais de
90 dias, os/as ativistas pró-democracia foram formalmente informados sobre as
acusações contra eles/elas em 8 de outubro e seus julgamentos serão realizados em
meados de novembro.

Alegações preocupantes vieram à tona sobre maus-tratos dos ativistas durante a


detenção. Alguns detidos têm recorrido à greve de fome em protesto, provocando
preocupações sobre suas condições de saúde.

"Defender e promover os direitos humanos tornou-se uma atividade


extremamente perigosa em muitos países", disse o Relator Especial, citando o seu
relatório* mais recente diante da Assembleia Geral da ONU. "Os ataques contra os/as
defensores/as de direitos humanos podem ser vistos como tentativas desonestas para
minar os direitos humanos."

Nesse relatório, o experto independente chama atenção para a preocupante


tendência global de ameaças e desafios enfrentados pelos/as defensores/as de direitos
humanos, que vêm sendo, de maneira exponencial, atacados ou presos, ameaçados ou
assediados, intimidados ou detidos.

"Na condição de enviado independente do Conselho de Direitos Humanos das


Nações Unidas sobre/as defensores/as de direitos humanos, exorto que as acusações
contra todos/as os/as ativistas de direitos humanos sejam descartadas e que os '15 de
Angola' sejam libertados imediatamente", o especialista pediu.

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A declaração do Sr. Forst foi apoiada pelo Relator Especial sobre os direitos à
liberdade de reunião pacífica e de associação, Maina Kiai; pelo Relator Especial sobre a
promoção e proteção do direito à liberdade de opinião e de expressão, David Kaye; pelo
relator especial sobre a tortura, Juan E. Méndez; e pelo Presidente do Grupo de
Trabalho sobre a detenção arbitrária, Seong-Phil Hong.

4. MAUS-TRATOS NA PRISÃO DE COMARCA CENTRAL DE

LUANDA

Em 14 outubro de 2015 o Sr. Afonso Matias "Mbanza Hamza" foi espancado


pelos guardas da prisão na Comarca Central de Luanda.

Este incidente aconteceu depois que ele foi transferido para a Comarca Central
de Luanda e reclamou sobre as condições de detenção na nova cela. Tal fato ocorreu
logo em seguida aos atos de violência perpetrada enquanto Afonso Matias estava detido
na Cadeia de São Paulo, em Luanda.

Os familiares que se reuniram com Afonso Matias após o incidente relataram


que ele foi colocado em uma cela que hospedava mais de 100 detentos, com baixos
padrões de higiene, e que todos os detidos compartilham um banheiro que não tinha
água corrente. Em decorrência dos atos anteriores de violência que sofreu na Cadeia de
São Paulo, o defensor de direitos humanos teve várias feridas em seus pés, mãos, peito e
costas.

Afonso Matias “Mbanza Hamza” está sendo arbitrariamente mantido em prisão


preventiva há mais de 100 dias desde sua detenção em Junho de 2015, juntamente
com outros 14 defensores de direitos humanos e ativistas da juventude
em Angola - Domingos da Cruz, Nito Alves, Afonso Matias "Mbanza Hamza", José
Hata, Hitler Samussuko, Inocêncio Brito "Drux", Sedrick de Carvalho, Albano Bingo,
Fernando Tomás "Nicola", Nelson Dibango, Arante Kivuvu, Nuno Álvaro Dala,
Benedito Jeremias, Osvaldo Caholo. As prisões estão ligadas a uma série de
reuniões que foram realizadas para discutir princípios de protesto não-violento.

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Em 14 de outubro de 2015, aproximadamente às 23 horas, Afonso Marias
"Mbanza Hamza" e Albano Bingo, entre outros, foram transferidos do Hospital Prisão
de São Paulo para a Comarca Central Luanda. A transferência foi decidida na sequência
da tortura e da violência perpetrada contra Benedito Jeremias e Albano Bingobingo em
9 de Outubro de 2015. Benedito Jeremias e outros defensores de direitos humanos
decidiram protestar batendo na grade da cela e fazendo barulho.

Eles também questionaram o fato de que eles não estavam autorizados a


conversar ou ter qualquer contato uns com os outros na Cadeia de São Paulo, em
Luanda. Como resultado, Benedito Jeremias foi espancado por cerca de vinte guardas da
prisão e torturado com um bastão de choques elétricos. Durante a tortura, Benedito
Jeremias teve vários guardas apontando armas para ele. Albano Bingo também foi
torturado com um bastão choque elétrico. A polícia o despojou, espancou e arrastaram-
no para o pátio da prisão. Ambos os defensores de direitos humanos ficaram gravemente
feridos como resultado destes atos de tortura e violência.

Albano Bingo está em greve de fome há mais de 10 dias, seguindo o exemplo de


seu colega detentoLuaty Beirão, que está em greve de fome há 29 dias. Há relatos de
que a saúde de Albano Bingo se deteriorou e que ele tem uma infecção grave em uma
de suas pernas. Outro defensor de direitos humanos, o Sr. Nelson Dibango, detido
no Hospital Psiquiátrico Penitenciário da Maianga, em Luanda, também está em greve
de fome desde 10 de Outubro de 2015.

Front Line Defenders está seriamente preocupada com a contínua detenção


dos defensores de direitos humanos e ativistas da juventude, e com a deterioração do
estado de saúde de Luaty Beirão e de Albano Bingobingo. Preocupação adicional
também é expressa sobre os relatos de violência grave e tortura perpetrados contra
alguns dos defensores de direitos humanos. Front Line Defenders exorta as autoridades
a libertar imediata e incondicionalmente todos os defensores de direitos humanos acima
mencionados, abandonar todas as acusações contra eles e cessar qualquer tortura ou
maus tratos cometidos contra os defensores de direitos humanos.

Em 28 de setembro de 2015, os defensores de direitos humanos e jovens


ativistas detidos em Luanda em junho de 2015 foram notificados de que as
investigações conduzidas pelo Procurador-Geral da República de Angola haviam sido
concluídas.

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Os 15 defensores de direitos humanos foram presos por estarem supostamente
preparando um golpe de estado para derrubar o Presidente José Eduardo dos Santos e
agora eles estão aguardando ser intimados para comparecer perante o Tribunal
Provincial de Luanda. Entre os detidos estão os defensores de direitos humanos, os Srs
Domingos da Cruz, Afonso Mayenda (também conhecido como Mbanza Hamza), Luaty
Beirão, Manuel Nito Alves e Albano Bingo. Alguns dos detidos, incluindo Domingos
da Cruz e Luaty Beirão, estão em greve de fome desde 21 de setembro de 2015 para
protestar contra suas detenções preventivas arbitrárias.

Em 28 de setembro de 2015 o advogado dos defensores de direitos humanos, o


Sr. Walter Tondela, foi notificado sobre a conclusão das investigações. No entanto, as
acusações específicas contra eles permanecem desconhecidas. Acredita-se que os
detidos poderão enfrentar acusações de rebelião por estarem suportamente "realizando
atos que possam prejudicar a ordem pública e a segurança do país". Esta notificação foi
enviada logo após duas tentativas frustradas de libertar os detidos. Em 21 de setembro, o
Sr. Tondela solicitou a libertação imediata dos jovens defensores de direitos humanos e
ativistas, dado que o limite máximo de 90 dias de prisão preventiva já tinha sido
ultrapassado e, em 16 de setembro de 2015, o Supremo Tribunal de Justiça negou um
pedido de habeas corpus. Os advogados de defesa irão contestar essa decisão perante o
Tribunal Constitucional.

O defensor de direitos humanos Domingos da Cruz foi preso no dia 21 de junho


de 2015, posteriormente a detenção de Afonso Mayenda, Luaty Beirão, Manuel Nito
Alves e Albano Bingo, juntamente com nove jovens ativistas no dia 20 de Junho de
2015. Eles participavam de uma conferência sobre a ''Filosofia da revolução pacífica'',
que foi dada por Domingos da Cruz, no bairro de Vila Alice em Luanda.

Front Line Defenders está seriamente preocupada com o julgamento em curso e


com as detenções arbitrárias de defensores de direitos humanos, sobretudo tendo em
conta o atraso injustificado em chegar-se a uma decisão. Front Line Defenders demanda
às autoridades que absolvam imediata e incondicionalmente os defensores e as
defensoras de direitos humanos, pois acredita-se que o processo contra eles é uma
tentativa de impedi-los de realizar o seu trabalho pacífico e legítimo na defesa dos
direitos humanos.

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CONCLUSÃO

Entre lembranças, a luta pela democracia e o fim do que consideram de


“ditadura”, há quem fale em egos e outros consideram que os protestos devem continuar
até uma mudança real em Angola.

Em 2016, foram colocados em liberdade no âmbito de uma amnistia decretada


pelo Governo. Percebeu-se que os 15+2 foram pessoas detidas, julgadas e condenadas
sem justificativas, visto que estes só estavam a manifestar o seu direito a liberdade de
expressão.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

OBSERVADOR. OS 15+2. Luanda, 2016. Disponível em:


https://observador.pt/especiais/depois-da-prisao-os-152-de-angola-perderam-o-emprego-
a-seguranca-e-ate-a-familia/

FRONTLINE DEFENDERS. História sobre o caso 15 +2. Luanda, 2016. Disponível em:
https://www.frontlinedefenders.org/pt/case/case-history-angola-15

ANGOLA ONLINE. 15+2, Luanda, 2016, Disponível em:


https://angola-online.net/tag/15+2

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