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FORMAÇÃO DE
MEMBROS DA CIPA
APOSTILA BÁSICA
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INTRODUÇÃO
Leia atentamente esta palavra: CIPA - esta palavra é uma sigla que significa Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes. O significado desta sigla nos remete a um órgão de ação
prevencionista dentro de uma empresa. De fato, a prática da prevenção é a estratégia de
trabalho da qual os componentes da CIPA devem utilizar na busca de melhores condições de
trabalho e segurança. É importante que os membros da CIPA sejam instruídos a atuarem como
agentes prevencionistas e que também desenvolvam a capacidade de negociar junto à
administração da empresa na qual atuam, para promover melhorias e modificações de situações
de risco.
Bom Curso!!!
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ÍNDICE
Nos termos do item 5.33 da Norma Regulamentadora N. º 5, esta apostila
abordará os seguintes temas:
Investigação de Acidentes
Procura das Causas do Acidente
Agente da Lesão
Fator Pessoal de Insegurança
Natureza da Lesão
Localização da Lesão
Códigos Usados Numa Análise de Acidentes
Simulação de Investigação de Acidentes
Análise de Acidentes
Classificação dos Acidentes Quanto a Conseqüência
Acidente Sem Afastamento
Acidente Com Afastamento
Incapacidade Temporária
Incapacidade Parcial e Permanente
Incapacidade Total e Permanente
Dias Perdidos
Dias Debitados
Cadastro de Acidentes
Comunicação de Acidentes
Medidas de Segurança a Serem Adotadas
Campanhas de Segurança
4. Princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de
controle de riscos
Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC’s
Equipamento de Proteção Individual – EPI’s
Exigências Legal para Empresas e Empregados
A Escolha do EPI
Tipos de EPI’s
5. Organização da CIPA e outros assuntos necessários ao
exercício das atribuições da CIPA
Introdução
Objetivos das Reuniões
Papéis e Atribuições dos Membros da CIPA
Representantes do Empregador
Representante dos Empregados
Forma Geral das Reuniões da CIPA
Estrutura Geral de Uma Reunião Típica
6. Noções sobre AIDS e medidas de prevenção
A legislação previdenciária conceitua o acidente do trabalho meramente do ponto de vista social. Exemplifica quais
os acidentes que podem ser considerados do trabalho, sem definir o que entende por acidente do trabalho. Assim se expressa o
texto legal, subordinado à legislação previdenciária:
Acidente do Trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho
dos segurados referidos no inciso VII (produtor, parceiro, meeiro e arrendatário rural, garimpeiro, pescador artesanal e
assemelhados) do artigo 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou
redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
Art. 20. Consideram-se acidentes do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas:
I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a
determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social:
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o
trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso 1.
a) a doença degenerativa;
b) a inerente a grupo etário;
c) a que não produza incapacidade laborativa;
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de
que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.
§ 2º - Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos incisos 1 e II deste
artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social
deve considera-la acidente do trabalho.
Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta lei:
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte
do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua
recuperação;
IV - o acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de trabalho:
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c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para
melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do
segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção,
inclusive veículo de propriedade do segurado;
§ 1º - Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades
fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho.
§ 2º - Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, resultante de acidente de
outra origem, se associe ou se superponha às conseqüências do anterior.
Auxílio Acidente-doença
Auxílio-doença é um benefício previdenciário devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o
período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15
(quinze) dias consecutivos.
Auxílio Acidente
Auxílio-acidente é um beneficio previdenciário concedido, como indenização, ao segurado após a consolidação das
lesões decorrentes de acidentes de qualquer natureza que Emilequem redução da capacidade funcional, observado o seguinte:
a) O auxílio-acidente, mensal e vitalício, corresponderá a 50% (cinqüenta por cento) do salário-de-beneficio do
segurado;
b) O auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte ao da cessão do auxílio-doença, independentemente de
qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo acidentado;
c) O recebimento de salário ou concessão de outro beneficio não prejudicará a continuidade do recebimento do
auxílio-acidente;
d) Quando o segurado falecer em gozo do auxílio-acidente, a metade do valor deste será incorporada ao valor da
pensão se a morte não resultar do acidente do trabalho.
Reabilitação Profissional
Segundo o parágrafo único do artigo 89 da Lei instituidora dos Planos de Benefícios da Previdência Social, a
reabilitação profissional compreende:
a) O fornecimento de aparelho de prótese ou instrumentos de auxílio para locomoção quando a perda ou redução da
capacidade funcional puder ser atenuada por seu uso e dos equipamentos necessários à habilitação e reabilitação social e
profissional;
b) A reparação ou a substituição dos aparelhos mencionados no inciso anterior desgastados pelo uso normal ou por
ocorrência estranha à vontade do beneficiário;
c) O transporte do acidentado do trabalho, quando necessário.
Os benefícios previdenciários possíveis de serem concedidos aos trabalhadores vítimas e acidentes do trabalho, ou a
seus dependentes, não se sujeitam a quaisquer períodos de carência, sendo devidos, pois, independentemente do tempo de
contribuição de que dispunha o acidentado junto ao INSS, situação esta, por sinal, diferente da que se verifica em relação às
demais modalidades de benefícios previdenciários de caráter não acidentário.
Estabilidade Provisória
No tocante à garantia provisória de emprego conferida ao trabalhador vitima de acidente do trabalho, assim dispõe o
artigo da Lei n. 8.213/91, ad verbis:
Art.118 - “O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a
manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de
percepção de auxílio-acidente.
Parágrafo único. O segurado reabilitado poderá tom remuneração menor do que a da época do acidente, desde que
compensada pelo valor do auxílio-acidente, referido no §1º do artigo 86 desta Lei”.
É importante salientar que a legislação previdenciária ainda prevê elementos de punição ao empregador, caso
costado negligência quanto ao cumprimento às Normas de Segurança e Higiene do Trabalho. Nessa sentido, assim dispõe o
artigo 120 da Lei n.213/91, verbis:
Artigo 120 – “Nos casos de negligência quanto às Normas de Segurança e Higiene do Trabalho indicado para a
proteção individual e coletiva, a Previdência Social proporá ação contra os responsáveis”.
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Legislação Trabalhista
Constituição da República Federativa do Brasil
É a “Carta Magna” do país, ou seja, o principal conjunto de leis vigentes no país sob a qual todas as demais leis e
regulamentações estão subjugadas e nunca podendo contrariar seus princípios. A Constituição atual foi promulgada em 05 de
outubro de 1988
Em seu artigo 7º enumera direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, inclusive no que diz respeito à segurança do
trabalho.
Norma Regulamentadora N. º5
A NR 5 é a norma que regulamenta o funcionamento da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. Até 1999 sua
redação era a que foi dada pela portaria 3214 de 08 de junho de 1978. Contudo ela recebeu uma nova redação através da
Portaria N. º 8 de 23 de fevereiro de 1999 que está vigente até hoje.
Agentes ambientais ou riscos ambientais são os elementos ou substâncias presentes nos diversos ambientes humanos,
que quando encontrados acima dos limites de tolerância, podem causar danos à saúde das pessoas.
Esses agentes ambientais são estudados por uma ciência conhecida como Higiene Industrial que tem como objetivo
promover a saúde dos trabalhadores através do estudo de diversos meios. A Higiene Industrial é uma área relacionada à
Medicina do Trabalho e a Engenharia de Segurança. A Medicina do Trabalho estuda os produtos existentes na empresa com o
objetivo de avaliar o poder que esses possuem de contaminar ou provocar doenças nos trabalhadores. Compete à Engenharia
de Segurança a avaliação, ou quantificação desses agentes no ambiente de trabalho que servirá para subsidiar o estudo do risco
a que se expõem os trabalhadores.
Os agentes ambientais estudados pela Higiene Industrial são os físicos, químicos e biológicos.
De acordo com a definição dada pela Portaria nº- 25, que alterou a redação da NR-09, são as diversas formas de
energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas,
umidade, radiações ionizantes e não ionizantes, bem como o infra-som e o ultra-som.
Vibração
Os problemas físicos motivados pela vibração aparecem, na grande maioria dos casos, após longo tempo de
exposição. Nos casos de vibração de todo o corpo podem aparecer problemas renais e casos de dores fortes na coluna.
As vibrações localizadas nos braços e mãos provocam deficiências nas articulações e problemas circulatórios.
Calor
Os trabalhadores expostos a atividades de fundição, siderurgia, indústrias de vidro a céu aberto e outras, são os mais
propensos a problemas como insolação, intermação, câimbras e, em alguns casos, problemas com o cristalino do globo ocular,
mais conhecidos como catarata. Convêm esclarecer que os fatores comentados, geralmente, aparecem devido à exposição
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excessiva ao calor.
Paralelamente ao calor podem-se acrescentar as chamadas radiações ultravioletas, que estão presentes,
principalmente, nas operações de fusão de metais em alta temperatura, nos casos de solda elétrica, etc. Como os seus efeitos
são térmicos, podem provocar queimaduras, inflamações nos olhos (casos de conjuntivite) até câncer de pele, conforme o
tempo de exposição.
Ruído
Certas máquinas, equipamentos ou operações produzem um ruído agudo e constante, em níveis sonoros acima da
intensidade, conforme legislação específica. De acordo com a duração de exposição no ambiente de trabalho, esses níveis
sonoros provocam, em princípio, a irritabilidade ou uma sensação de ouvir o ruído mesmo estando em casa.
Com o passar do tempo, a pessoa começa a falar mais alto ou perguntar constantemente por não ter entendido. Este é
o inicio de uma surdez parcial que, com o tempo, passará a ser total e irreversível. O Ruído pode ser classificado em dois tipos:
Ruído Contínuo ou Intermitente – cuja propagação pode ser considerada não eventual, sendo considerado nocivo
caso seja ultrapassado os Limites de Tolerância estabelecidos pelo quadro abaixo:
85 8 Horas
86 7 Horas
87 6 Horas
88 5 Horas
89 4 Horas e30 minutos
90 4 Horas
91 3 Horas e 30 minutos
92 3 Horas
93 2 Horas e 40 minutos
94 2 Horas e 15 minutos
95 2 Horas
96 1 Hora e 45 minutos
98 1 Hora e 15 minutos
100 1 Hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
Fonte: NR-15, anexo 1, portaria 3214/78 do Ministério do Trabalho.
Ruído de Impacto – aquele que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a 1 (um) segundo, a
intervalos superiores a 1(um) segundo. No caso a propagação é eventual. O limite de tolerância para ruído de impacto será de
130 dB, no circuito Linear do aparelho de medição de pressão sonora de impacto. Na ausência deste, o limite de tolerância será
considerado de 120 dB (c), usando-se o circuito de resposta rápida – FAST.
Frio
Os casos mais comuns de doenças que se destacam pela ação do frio são as queimaduras pelo frio, gripes,
inflamações das amídalas e da laringe, resfriados, algumas alergias, congelamento nos pés e mãos e problemas circulatórios.
Geralmente essas ocorrências predominam em empresas do ramo da industrialização de pescados, frigoríficos,
indústria de alimentos congelados, etc.
Umidade
O Risco Físico Umidade se manifesta em atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcados,
quando a umidade em condição excessiva e em exposição constante, for capaz de produzir danos à saúde dos trabalhadores.
O melhor exemplo de ocorrência deste agente, são as atividades de lavagem feitas com jato d’água ou a água
pressurizada, muito comum em lava-jatos, postos de gasolina, empresas de transporte etc.
Pressões Anormais
Há uma série de atividades em que os trabalhadores ficam sujeitos a pressões anormais, isto é, pressões ambientes
acima e abaixo da normal. Entende-se por pressão normal a pressão atmosférica a que normalmente estamos expostos.
Quando as pressões situam-se acima da pressão atmosférica normal, são chamadas de altas pressões. Quando abaixo,
são chamadas de baixas pressões.
Baixas pressões
Estão sujeitos a baixas pressões os trabalhadores que realizam tarefas em grandes altitudes. No Brasil, porém, com
exceção de uns poucos pilotos de aviões não pressurizados esporadicamente expostos, o problema não ocorre, pois não há
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regiões consideravelmente altas.
Altas pressões
Ocorrem em trabalhos realizados em tubulações de ar comprimido, máquinas de perfuração, campânulas e trabalhos
realizados por mergulhadores.
Basicamente, os Agentes Químicos se dividem em dois grupos principais, que agrupam as formas em que as
substâncias elementos químicos podem se manifestar para que se caracterize o risco. São eles:
Aerodispersóides;
São todas partículas que se encontram em suspensão no ar e que podem ser nocivas à saúde.
Subdividem-se em:
Líquidos Sólidos
Névoas Poeiras
Neblinas Fibras
Fumos metálicos
Névoas e neblinas
São partículas líquidas produzidas por ruptura mecânica de líquido ou por condensação de vapores de substâncias
que são líquidas à temperatura normal.
Poeiras
Partículas sólidas produzidas por ruptura mecânica de sólidos.
Fumos
Partículas sólidas produzidas por condensação de vapores de substâncias que são sólidas à temperatura ambiente.
Fibras
São partículas sólidas produzidas por ruptura mecânica de sólidos, que se diferenciam das poeiras porque têm forma
alongada com um comprimento 3 a 5 vezes superior ao seu diâmetro.
Gases e Vapores
Gases - É a denominação dada às substâncias que, em condições normais de temperatura e pressão (250C e 760
mmHg), estão no estado gasoso. Ex.: hidrogênio, oxigênio e nitrogênio.
Vapores - É a fase gasosa de uma substância que, a 250C e 760 mmHg, é liquida ou sólida. Ex.: vapores de água,
vapores de gasolina.
Um agente químico ao ser absorvido, tanto pelas vias respiratórias, cutâneas ou digestivas, pode depositar-se em
qualquer órgão do corpo humano. Alguns metais como o cobre e o mercúrio podem fixar-se nos rins, criando uma
insuficiência renal. Outro caso é o monóxido de carbono, que afeta as células do coração. Nas intoxicações por chumbo,
monóxido de carbono, arsênico e tálio ocorrem problemas neurológicos.
2 - Riscos Ergonômicos
O nome deste grupo de risco deriva da palavra Ergonomia. Por definição dos radicais temos Ergon, que significa
trabalho e Nomos, que significa leis. A palavra origina-se do latim e significa leis que regem o trabalho. Do ponto de vista
técnico, com base no que determina a Portaria nº 3.751, de 23 de novembro de 1990, que alterou a NR-17, entende-se por
ergonomia o conjunto de parâmetros que devam ser estudados e implantados de forma a permitir a adaptação das condições de
trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e
desempenho eficiente. Pode-se observar atualmente, a ocorrência em grande escala dos seguintes Agentes Ergonômicos:
DORT’s - Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (anteriormente conhecidas como LER), iluminação
deficiente, esforço físico intenso, mobiliário inadequado, postura incorreta, trabalho monótono ou repetitivo e fatores dentro do
trabalho que possam ocasionar no trabalhador fadiga mental e física e doenças como Stress, Hipertensão, depressão e estafa.
O conceito de acidentes do trabalho tem sido expresso com diferentes enunciados, em geral dizendo a mesma coisa
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com palavras diversificadas, com mais tendência para um ou outro aspecto especifico e conhecido do acidente. Entre eles o
que tem sido adotado com mais freqüência pela comunidade prevencionista: “Acidente do trabalho são todas as ocorrências
estranhas ao andamento normal do trabalho e não programada, das quais podem resultar danos físicos, funcionais ou a morte
do trabalhador e danos materiais e econômicos à empresa”.
Entende-se, porém, que está definição não traduz o caráter amplo em que este tema complexo e polêmico deve ser
entendido. Sendo assim, eis um enunciado que expressa em palavras simples um conceito de acidente do trabalho, que se
enquadra na visão mais ampla proposta: “são todas as ocorrências indesejáveis, que interrompem o trabalho e causam
ferimento, perda de capacidade parcial ou total, permanente ou temporária, ou morte de alguém ou algum tipo de perda a
empresa, ou ambos ao mesmo tempo”. Está vinculado à existência de algum dano a alguém ou a alguma coisa.
Atos inseguros
Os atos inseguros são, geralmente, definidos como causas de acidentes do trabalho que residem exclusivamente no
fator humano, isto é, aqueles que decorrem da execução das tarefas de forma contrária às normas de segurança.
É falsa a idéia de que não se pode predizer nem controlar o comportamento humano. Na verdade, é possível analisar
os fatores relacionados com a ocorrência de atos inseguros e controlá-los. Seguem-se, para orientação, alguns fatores que
podem levar os trabalhadores a praticarem atos inseguros;
sexo
idade
tempo de reação aos estímulos
coordenação motora
estabilidade X instabilidade emocional
extroversão/introversão
agressividade
impulsividade
problemas neurológicos
nível de inteligência
grau de atenção
percepção
coordenação visual/motora, etc.
problemas familiares
abalos emocionais
discussão com colegas
alcoolismo
grandes preocupações
doença
estado de fadiga, etc;
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c) Desconhecimento dos riscos da função e ou da forma de evitá-los, causado por:
seleção ineficaz
falhas de treinamento
falta de treinamento;
e) Fatores que fazem parte das características de personalidade do trabalhador e que se manifestam por
comportamentos impróprios. Eis alguns exemplos:
desleixado
“machão”
exibicionista calado
exibicionista falador
desatento
brincalhão.
Condições inseguras
São aquelas que, presentes no ambiente de trabalho, colocam em risco a integridade física e ou mental do
trabalhador, devido à possibilidade do mesmo acidentar-se. Tais condições manifestam-se como deficiências técnicas, podendo
apresentar-se:
a) na construção e instalações em que se localiza a empresa: áreas insuficientes, pisos fracos e irregulares, excesso
de ruído e trepidações, falta de ordem e de limpeza, instalações elétricas impróprias ou com defeitos, falta de
sinalização;
b) na maquinaria; localização imprópria das máquinas, falta de proteção para partes móveis e pontos de
agarramento, máquinas apresentando defeitos;
c) na proteção do trabalhador: proteção insuficiente ou totalmente ausente, roupas e calçados impróprios,
equipamento de proteção com defeito.
Essas causas são apontadas como responsáveis pela maioria dos acidentes. No entanto, deve-se levar em conta que,
às vezes, os acidentes são provocados pela presença de condições inseguras e atos inseguros ao mesmo tempo.
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É sabido que as partes móveis das máquinas formam pontos de agarramento que representam constante fonte de
perigo para o operador.
cilindros correntes
polias partes sobressalentes
correias engrenagens.
Quando um acidente ocorre, seja grave ou não, os componentes da CIPA devem analisá-lo profundamente, com o
objetivo de agir eficazmente no sentido de evitar a sua repetição.
Faz-se necessário lembrar que a finalidade da investigação não é procurar um culpado ou um responsável, mas
encontrar as causas contribuíram direta ou indiretamente para a ocorrência do acidente.
O local da ocorrência deve permanecer sem alteração, para que as condições do momento do acidente sejam
perfeitamente identificadas pela comissão encarregada da investigação do mesmo. Essa comissão deverá ser nomeada pelo
presidente da CIPA, dela fazendo parte o encarregado do setor onde ocorreu o acidente, membros da CIPA e membros do
SESMT.
Até a chegada da comissão, o encarregado deve iniciar a coleta de dados que servirão como ponto de partida para um
exame pormenorizado.
Agente da lesão
Em uma investigação, depois de identificada a parte do corpo lesada, procura-se conhecer aquilo que em contato
com a pessoa provocou a lesão, isto é, busca-se determinar o agente ou fonte da lesão.
Os agentes podem ser os ácidos e outros produtos químicos, uma ferramenta, parte de uma máquina, materiais
incandescentes e ou excessivamente quentes, arestas cortantes, corrente elétrica, superfícies abrasivas, etc.
A determinação do agente da lesão é um dado fundamental na investigação de acidentes.
Natureza da lesão
No relatório de deve constar o tipo de lesão ocorrida. As lesões que mais comumente acontecem são:
contusão – decorrente de um traumatismo sobre qualquer região do organismo, sem que ocorra
rompimento da pele;
entorse - ocorrida na articulação dos ossos e provocada por um movimento anormal ou exagerado;
luxação - ocorre quando os ligamentos de uma articulação óssea são forçados além do normal e os ossos
articulados ficam fora de posição;
fratura - quando ocorre a quebra de um osso do esqueleto humano. Ela pode ser simples, sem ferimento da
pele, ou exposta, com ferimento através do qual o osso fica exposto;
ferimento - ocorre rompimento da superfície da pele dando origem a uma hemorragia. Podem se
caracterizar com cortes, perfurações, escoriações, irritações diversas etc;
queimadura - lesão produzida nos tecidos pela ação do calor.
Localização da lesão
A localização da lesão merece análise cuidadosa.
Às vezes, a identificação do agente da lesão só se dá através do estudo da localização desta. O estudo estatístico de
ocorrências nos mesmos pontos pode indicar a existência de determinado fator de insegurança, seja ato in seguro ou condição
insegura. A localização da lesão tem, ainda, importância para os efeitos legais decorrentes das normas previdenciárias.
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B- Condições inseguras – condições físicas ou mecânicas que comprometem a segurança do trabalhador
1. Defeito na máquina, no equipamento, na 7. Método inseguro de trabalho
edificação etc. 8. Piso inseguro – escorregadio,
2. Falta ou inadequação de EPI/EPC esburacado, desnivelado, e
3. Iluminação e ventilação inadequadas outros
4. Instalações elétricas defeituosas ou em mau estado 9. Ruído, frio, calor excessivo e
5. Má arrumação, falta de espaço, mau poeiras
empilhamento 10. Sinalização insuficiente ou
6. Máquina ou equipamento com proteção inexistente
inadequada ou sem proteção 11. Outras (descrever)
C- Atos Inseguros – atos através dos quais as pessoas se expõem a riscos de acidentes
1. Atos inseguros de terceiros 8. Tentativa de ganhar tempo
2. Carregar, manusear ou dispor materiais de modo 9. Trabalhar com dispositivo de
inseguro segurança neutralizado ou alterado
3. Deixar de usar EPI ou usá-lo incorretamente 10. Trabalhar com excesso de
4. Distrair-se, brincar, abusar do perigo velocidade ou sobrecarga
5. Limpar, lubrificar, ou ajustar máquinas em 11. Usar as mãos como ferramenta
movimento 12. Usar ferramentas inadequadas ou
6. Manipular, misturar produtos químicos de maneira em más condições
imprópria 13. Usar roupas inadequadas, pulseiras
7. Operar máquinas ou outro equipamento sem e anéis
habilitação ou autorização 14. Outros (descrever)
D- Acidente tipo forma violenta - o objeto atinge a pessoa e vice-versa
1. Batida contra objetos, peças e materiais 9. Manuseio de ferramentas
2. Batida por objetos, peças e materiais 10. Prensagem entre objetos, peças
3. Contato com produtos químicos e materiais
4. Contato com temperaturas extremas 11. Queda de objetos
5. Contatos com eletricidade 12. Queda de pessoa
6. Esforço excessivo ou de mau jeito 13. Outros (descrever)
7. Escorregões ou tropeções
8. Manuseio de objetos e materiais
E- Fatores pessoais - falhas inerentes à pessoa (como pessoa ou como trabalhador)
1. Atitude imprópria (incluem-se motivos 4. Má interpretação do perigo
psicológicos) 5. Negligência
2. Conhecimento ou treinamento insuficiente 6. Outros (descrever)
3. Desconhecimento do risco
F- Natureza da lesão - tipo de lesão sofrida pelo acidentado
1. Cortante 6. Fratura
2. Contusão 7. Irritação ocular
3. Distensão 8. Perfurante
4. Entorse ou luxação 9. Queimadura
5. Escoriação 10. Outros (descrever)
G- Localização da lesão sofrida pelo acidentado
1. Abdômen
2. Braço, cotovelo, antebraço
3. Cabeça, ouvido, face, pescoço
4. Coluna
5. Coxa
6. Dedos dos pés
7. Dedos das mãos
8. Flancos (região lateral do corpo)
9. Joelhos
10. Mãos
11. Olhos
12. Ombro
13. Pés
14. Perna
15. Punho
16. Quadris
17. Região inguinal
18. Tórax
19. Tornozelo
20. Geral
Simulação de Investigação de Acidente
Na empresa X, ocorreu que, em seu setor de manutenção geral, um dos seus cargos ficou vago. O encarregado do setor
convidou o funcionário Francisco, do setor de limpeza e conservação para ocupar a vaga. Francisco estava empregado há um ano
e meio como faxineiro.
Diante do convite, Francisco alegou não possuir os conhecimentos necessários para ocupar a vaga, tendo em vista que
os serviços consistiam em manutenções nas instalações elétricas, nas instalações hidráulicas e pequenos serviços de alvenaria e
pintura. O encarregado lhe disse que esses conhecimentos lhe seriam repassados com o desenvolvimento das atividades e lhe
seria oferecido um salário melhor.
Francisco, satisfeito com a promoção, aceitou o cargo.
Passados então oito meses, a diretoria da empresa solicitou a troca do sistema de luminárias em algumas salas do prédio
administrativo. Francisco ficou encarregado de instalar as novas luminárias. Nesta tarefa operava furadeira manual. Para isso,
subia numa escada de armar que se apresentava com algumas articulações frouxas, levando-a a balançar muito. Súbito, foi
surpreendido por um curto circuito proveniente de uma parte desencapada do fio da furadeira. Recebendo o choque, Francisco se
desequilibrou, vindo a cair da escada. Na queda, tentou proteger-se com o braço, pressionando-o contra o chão ao cair, fraturando
o membro.
A Mesma escada já havia dado problemas antes, porém Francisco não se incomodou em usá-la, mesmo apresentando
condições inadequadas. Por outro lado, o encarregado já teria sido informado das condições inadequadas da escada e também da
furadeira. Não tendo ocorrido nenhum fato grave, nada fez a respeito para modificar a situação.
Questionário
01 – Qual a última ação do trabalhador antes do acidente?
02 – Quais as falhas da supervisão?
03 – Quais foram os atos inseguros do Francisco?
04 – Quais foram as condições inseguras presentes no ambiente de trabalho?
05 – Qual a principal causa do acidente?
06 – Quanto tempo de experiência na função tinha o acidentado?
07 – Quais as propostas possíveis para se evitar esse tipo de acidente?
O quadro a seguir é utilizado para facilitar o trabalho de análise dos acidentes ocorridos em uma empresa. Com base na
codificação apresentada anteriormente, preencha-o, tomando como referência a simulação de análise de acidente estudada.
Descrição do
Acidente:
Resp. 1:
Resp. 2:
Resp. 3:
Resp. 4:
Resp. 5:
Resp. 6:
Resp. 8:
Incapacidade temporária
É a perda total da capacidade de trabalho por um período limitado de tempo, nunca superior a um ano. Ocorre nos
casos em que o acidentado, depois de algum tempo afastado do serviço, volta ao mesmo, executando suas funções normalmente
como o fazia antes do acidente.
Dias perdidos
Trata-se dos dias em que o acidentado não tem condições de trabalho por ter sofrido um acidente que lhe causou uma
incapacidade temporária. Conta-se de forma corrida, inclusive domingos e feriados, a partir do dia seguinte ao do acidente até o
dia da alta médica.
Dias debitados
Considerados nos casos em que ocorre incapacidade parcial permanente, ou incapacidade total permanente, ou morte.
Cadastro de acidentes
Numa empresa, podem existir os controles de qualidade, de produção, de estoques, etc., devendo haver, também, o de
acidentes. Um cadastro de acidentes deve colocar em destaque as áreas da empresa em que ocorrem acidentes, os tipos de lesão,
acidentes por dias da semana, por idade dos acidentados e outros aspectos de interesse para a análise dos acidentes.
Deve-se, com essa análise, ao mesmo tempo em que se atendem aos aspectos legais, buscar direcionar os esforços dos
órgãos da empresa encarregados de resolver problemas de segurança.
Inspeção de Segurança
Importância
Como já se sabe, o acidente é conseqüência de diversos fatores que, combinados, possibilitam a ocorrência do mesmo.
Portanto, não se deve esperar que aconteçam.
É muito importante localizar situações que possam provocá-lo e providenciar para que as medidas prevencionistas
sejam tomadas. Por isso, recomenda-se ao membro da CIPA que procure percorrer sua área de ação para identificar fatores que
poderão ser causas de acidentes, empenhando-se no sentido de serem tomadas as providências devidas.
Tipos de Inspeção
A inspeção de segurança permite detectar riscos de acidentes, possibilitando a determinação de medidas preventivas,
podendo ser:
Relatório de inspeção
Toda inspeção de segurança implica a emissão de um relatório que, muito embora não tenha um modelo próprio, deve
ser minuciosamente elaborado.
Campanhas de Segurança
Uma das atividades da CIPA é divulgar informações e gerar conhecimentos, o que pode ser conseguido através das
campanhas de segurança, que têm por finalidade auxiliar na educação dos trabalhadores, no que se refere à segurança,
aumentando o seu nível de conhecimentos.
O propósito dessas campanhas é despertar a consciência da necessidade de se eliminar acidentes e criar uma atitude
vigilante que permita reconhecer e corrigir condições e práticas que possam provocar acidentes.
A principal campanha de segurança é a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho - (CANPAT),
instituída em caráter permanente através do Decreto N. º 68255, de 16/02/71, com o fim de propagar conhecimentos técnicos e
ministrar ensinamentos práticos de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho.
Há vários métodos de se promover uma campanha de segurança, dentre os quais destacar-se-ão os principais, como
reforço para campanhas periódicas;
a) Cartazes - Quanto à elaboração, não devem ser aterradores nem monótonos, de modo que passem despercebidos.
O cartaz deve, de preferência, mostrar mais os aspectos positivos que os negativos (é mais correto mostrar um operário usando
óculos ao trabalhar em esmeril do que um operário tendo a vista atingida, por não usar o equipamento de proteção individual.) Os
cartazes devem ser dispostos em locais visíveis, de preferência locais de concentração obrigatória como refeitório, relógio de
ponto, etc;
b) Cinema educativo - Na prevenção de acidentes, o cinema tem papel importante. Filmes adequados,
esclarecedores, podem auxiliar muito na campanha de segurança;
c) Concursos – Exercem Influências educacionais e psicológicas, dependendo do tipo e da maneira como são
realizados. Uns despertam instintos de competição, outros forçam o indivíduo a aprender ou relembrar algo sobre prevenção, de
acidentes para poder competir. Todos, porém, oferecem uma vantagem comum: fazer com que o indivíduo pense na prevenção de
acidentes. Isto é altamente benéfico, pois o empregado vai se integrando no espírito de segurança enquanto pensa a respeito.
d) Palestras - Incisivas e curtas são as mais aconselháveis. Inúteis serão longas exposições, em que o conferencista
se perca em minuciosas explicações que não interessam aos ouvintes. Para que as palestras alcancem seu objetivo, devem, antes
de mais nada, despertar o interesse e a atenção dos ouvintes. Sempre que possível, será mesmo proveitoso contar com a
participação ativa dos mesmos, fazendo perguntas, relatando experiências pessoais, enfim, participando;
e) Divulgação dos acidentes - Essa divulgação deverá servir de alerta aos operários menos precavidos ou que
ignoram os reais perigos a que estão sujeitos. Não será feita, é claro, com caráter de intimidação, pois trabalhar coagido, com
medo e receio é tão prejudicial quanto trabalhar desprevenido dos riscos de acidentes;
f) Caixas de sugestões - É de toda conveniência que se incentivem todos os trabalhadores a colaborarem com a
campanha de prevenção de acidentes. Têm sido adotadas, com êxito, "caixas de sugestões", cujas criações poderão variar
segundo a fábrica ou seção. Nelas, os trabalhadores deixarão seus comentários, críticas ou sugestões concernentes às medidas
preventivas que estão sendo ou deverão ser tomadas. E necessário que seja dada uma satisfação a todas as sugestões, mesmo
quando não-acatadas, pois, caso contrário, provavelmente seus autores não mais colaborarão;
g) Reuniões de segurança - As reuniões de segurança são um dos melhores meios educacionais da prevenção de
acidentes. Contato pessoal em grupo é a maneira mais eficiente de orientar a prevenção de acidentes, contribuindo também para
melhorar as relações humanas, necessárias tanto para a prevenção de acidentes como para o bom andamento do trabalho;
h) SIPAT - Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho - Cabe à CIPA a promoção desse evento,
que será anual e que deverá ser do conhecimento da DRT, com data prévia. Para o desenvolvimento de uma SIPAT podem ser
adotadas as sugestões anteriores ou, ainda, qualquer inovação apresentada pelos empregados à CIPA e ao SESMT;
j) Meios promocionais - Num porte de menos relevância, são utilizados pela CIPA para propiciarem o entrosamento
entre os operários e entre a empresa e operários. Assim, as campanhas tomam real particularidade, pois, embora simples,
desempenham papel importante, além de prepararem os membros da CIPA para um programa de grande porte.
Além desses meios, tidos como principais, há uma infinidade de outros que darão ótimos resultados, tais como:
quadro de avisos;
boletins - colocados nos envelopes de pagamento;
carimbos - colocados nos envelopes de pagamento;
copinhos em papelão com mensagem;
chapeuzinhos para crianças;
distintivos e chaveiros;
recursos promocionais - através de prêmios para as famílias;
álbuns de segurança para colorir;
exposições;
museus;
competições esportivas;
revistas;
livretos.
Representantes do empregador:
O Presidente
O presidente deverá:
Dirigir e orientar as reuniões. (Sugerimos que organize um pequeno roteiro, para que possa melhor conduzi-las.);
Encaminhar à administração as medidas recomendadas pela CIPA e acompanhar sua execução;
Designar grupos de trabalho para o estudo das causas dos acidentes do trabalho, atribuindo funções a cada um de
seus membros;
Coordenar todas as funções da CIPA;
Empenhar-se em cumprir o que foi definido nas reuniões;
Levar ao grupo informações de interesse geral, provenientes da administração ou de outras fontes;
Justificar, se for o caso, a não-adoção de medidas sugeridas em reunião anterior;
Outros representantes do empregador podem ser elementos da administração, engenheiros, psicólogos, médicos,
assistentes sociais, que terão as seguintes atribuições:
O Secretário
O secretário pode ser eleito entre os participantes da CIPA, quer seja representante do empregador quer dos
empregados.
Se acaso não pertencer a nenhuma das duas partes, isto é, se for uma pessoa de fora da CIPA, como pode muitas vezes
acontecer, não terá direito a voto no momento das decisões.
As atribuições do secretário serão:
Elaborar as atas de eleições, da posse e das reuniões, registrando-as em livro próprio;
Preparar a correspondência;
Manter o arquivo atualizado;
Providenciar para que as atas sejam assinadas por todos os membros da CIPA;
Os representantes dos empregados têm papel relevante, pois são eles que levam ao conhecimento da CIPA os riscos de
seus setores e apresentam sugestões para melhorar as condições de trabalho. Têm como principais atribuições:
Colher as opiniões dos colegas;
Trazer informações, queixas e sugestões que visem à segurança do trabalhador;
Apresentar relatórios de acidentes, de atos inseguros e condições inseguras;
Transmitir aos colegas. informações sobre o trabalho realizado durante as reuniões, as conclusões tiradas e as
providências que serão tomadas;
Orientar os colegas sobre as medidas de segurança que devem ser tomadas;
Um dos representantes dos empregados será obrigatoriamente eleito vice-presidente da CIPA e deverá:
Executar atribuições que lhe forem delegadas;
Substituir o presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus afastamentos temporários;
O empregado, quando participar da CIPA, estará protegido pela Consolidação das Leis do Trabalho, de maneira que
não será prejudicado pela sua atuação, nem pelo fato de votar nas decisões e de solicitar meios de segurança ou equipa mento de
proteção, nem por perder algumas horas de serviço para comparecer às reuniões.
No final da reunião, os representantes dos empregados estarão comprometidos com tudo
que ficou acertado e votado. Essa é, também, uma boa ocasião para colher opiniões e sugestões
dos colegas. Elas deverão ser apresentadas na reunião seguinte da CIPA. Os membros da CIPA
devem multiplicar seus contactos com os companheiros, porque, assim, estarão ampliando as
possibilidades de identificarem-se riscos de acidentes e, ao mesmo tempo, devem anotar as idéias
práticas que podem ajudar a resolver os problemas.
Forma Geral das Reuniões da CIPA
Para que as reuniões sejam proveitosas, devem ter começo, meio e fim, isto é, devem ser organizadas para não se
tornarem um aglomerado de assuntos aparentemente desligados uns dos outros ou então, incluírem um acúmulo desordenado de
problemas e confusas tentativas de solução, geralmente frustrantes. Sugerimos uma estrutura geral de reunião, com o objetivo de
fornecer elementos para que cada CIPA possa organizar suas reuniões.
Devemos lembrar que a estrutura geral de reunião colocada acima é apenas um exemplo e que cada grupo poderá
encontrar a rotina de trabalho mais adequada para si.
TÓPICO ESPECIAL
Elaboração do Mapa de Riscos Ambientais
Utilizaremos como sugestão de metodologia para a elaboração do Mapa de riscos Ambientais, a proposta apresentada
pela redação anterior da NR-5. Lembramos ao leitor que o item 5.16 da alínea “a” da nova redação não estabelece uma
metodologia obrigatória porém exige a confecção do mesmo. Entendemos que a metodologia anterior satisfaz aos requisitos
mínimos previstos nesta nova redação NR 5.
Alguns dos aspectos abordados nestes comentários foram retirados e adaptados do Manual da FIESP (Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo) “Guia Prático para Elaboração do Mapa de Riscos de Acidentes do Trabalho”.
A seguir apresentaremos a transcrição na íntegra com comentários, metodologia apresentada na redação da NR-5 para
elaboração do Mapa de riscos Ambientais.
2. Etapas da elaboração:
a) Conhecer o processo de trabalho no local analisado:
os trabalhadores: número, sexo, idade, treinamentos profissionais e de segurança e saúde, jornada;
os instrumentos e materiais de trabalho;
as atividades exercidas;
o ambiente.
3. Após discutido e aprovado pela CIPA, o Mapa de Riscos, completo ou setorial, deverá ser afixado em cada local analisado,
de forma claramente visível e de fácil acesso para os trabalhadores.
4. No caso das empresas da indústria da construção, o Mapa de Riscos do estabelecimento deverá ser realizado por etapa de
execução de serviços, devendo ser revisto sempre que um fato novo e superveniente, modificar a situação de riscos
estabelecida.
COMENTÁRIOS
A obrigatoriedade da elaboração e afixação do Mapa de riscos ambientais diz respeito somente aquelas empresas obrigadas a
manter a CIPA, mesmo que esta seja inoperante ou não tenha condições técnicas de elaborar o mapa de riscos. A elaboração
do mapa de riscos ambientais deve ser registrada na ata da CIPA.
Existe muita dúvida no caso de uma empresa, obrigada a constituir CIPA, contratar uma outra que não esteja enquadrada.
Neste caso a empresa contratante deverá incluir na elaboração do seu mapa de riscos ambientais, o local de trabalho da
empresa contratada, seja ele canteiro de obras ou qualquer outro, em que ocorram as atividades exercidas pelos funcionários
da contratada.
Quanto às empresas de construção civil, os mapas de cada obra devem ser realizados em cada uma das etapas da construção
como por exemplo da fundação, concretagem, acabamento e outras. Isto faz sentido em função do conceito de risco inserido
no mapa de risco, que diz respeito à uma situação dinâmica e que deve ser verificado, obrigatoriamente, a partir de um
levantamento de campo, logo não se pode fazer um mapa de riscos ambientais de um canteiro de obras ou de uma fase da
construção que ainda não existe, nem tão pouco se pode “aproveitar” um mapa de outro canteiro de obra, mesmo sendo da
mesma empresa e o mesmo tipo de construção.
Nas empresas de transporte é fundamental caracterizar o tipo de veículo, além das áreas de administração e manutenção. Nas
usinas de açúcar ou similares, este mapas também podem ser feitos de maneira esquemática, sem necessidade de
proporcionalidade. Uma área de plantio, por exemplo, pode ter um mapa de risco do mesmo tamanho que o de uma usina
abrangendo as sessões mais importantes.
Deve-se ter cuidado para não se obter conclusões precipitadas com a elaboração do mapa de riscos ambientais. Deve-se
lembrar que o princípio de sua elaboração diz respeito a uma percepção qualitativa de risco no ambiente pelos trabalhadores
que deve ser complementada com a elaboração do PPRA(NR-9) e com avaliações quantitativas dos agentes físicos e
químicos quando assim determinar a NR-15.
O fato de ser identificado o risco físico “ruído” ou de qualquer agente químico não quer dizer necessariamente que a
atividade está sendo exercida de forma insalubre, se faz necessário também verificar quais as medidas de controle individual
e coletiva que estão sendo adotadas e se elas efetivamente estão protegendo a integridade física do trabalhador. É
fundamental, quando da existência do profissional do SESMT, o mesmo oriente a CIPA, quanto aos aspectos técnicos e
legais envolvidos. Não é da competência realizar levantamentos ambientais quantitativos, isto deverá ficar à cargo do
SESMT ou profissional contratado habilitado para tal.
A não elaboração e afixação nos locais de trabalho do mapa de riscos podem implicar multas previstas na NR-28. As
infrações são classificadas por sua intensidade, representada por números de 1 a 4, e graduadas de acordo com o número de
empregados da empresa.
TABELA 1
Classificação dos principais riscos ocupacionais em grupos, de acordo com sua natureza e a padronização das cores
correspondentes:
GRUPO 1 GRUPO 2 GRUPO 3 GRUPO 4 GRUPO 5
VERDE VERMELHO MARRON AMARELO AZUL
Riscos Físicos Riscos Químicos Riscos Biológicos Riscos Ergonômicos Riscos de Acidentes
Ruídos Poeiras Vírus Esforço físico intenso Arranjo físico inadequado
Vibrações Fumos Bactérias Levantamento e transporte Máquinas e equipamento sem
manual de peso proteção
Radiações não ionizantes Neblinas Fungos Controle rígido de Iluminação adequada
produtividade
Frio Gases Parasitas Imposição de ritmos Eletricidade
excessivos
Calor Vapores Bacilos Trabalho em turno e noturno Probabilidade de incêndio ou
explosão
Pressões anormais Substâncias compostas ou Jornadas de trabalho Armazenamento inadequado
produtos químicos em geral prolongadas
Umidade Monotonia e repetitividade Animais peçonhentos
Outras situações causadoras Outras situações de risco que
de stress físico e/ou psíquico poderão contribuir para a
ocorrência de acidentes
COMENTÁRIOS
É importante que a CIPA tenha conhecimento que a simples presença de produtos químicos ou qualquer outro agente no
local de trabalho, não implica, obrigatoriamente, na presença de risco à saúde . Isto vai depender de alguns fatores tais
como: a natureza do produto, concentração do agente químico ou intensidade do agente físico, o tempo de exposição e até
mesmo o tipo de proteção individual ou coletiva que é fornecida pelo empregador de modo a garantir sua integridade física.
Nos quadros abaixo estão apresentados os riscos e os efeitos nocivos ao trabalhador, caso as medidas de controle individual
ou coletiva, não sejam adotadas de forma adequada. Os riscos a serem identificados no mapa de riscos ambientais estão
divididos em cinco grupos:
COMENTÁRIOS
O grupo 1 do Mapa de Riscos Ambientais trata dos Riscos Físicos. A definição destes agentes segue os critérios
estabelecidos pela NR- 15, vale lembrar que a iluminação que fazia parte deste grupo foi transferida para o grupo 5
(Riscos de Acidentes) e não para o grupo 4 (Riscos Ergonômicos) caso os princípios da NR –17 (Ergonomia) fossem
seguidos.
A seguir faremos uma breve apresentação dos cuidados com cada um dos riscos apresentados neste grupo:
a) Ruído: Dependendo do nível de pressão sonora, freqüência, tempo de exposição e susceptibilidade individual,
podem ser nocivos e irrecuperáveis ao trabalhador, que vão desde a perda auditiva até a surdez permanente. A
colocação de isolamento acústico e o uso de protetores auriculares são aspectos preventivos essenciais para
minimizar a exposição;
b) Calor: o uso de lentes de contato por operadores de fornos, soldadores (arco voltaico) e outros expostos a calor
extremo não é indicado, pois pode ocasionar até perda de visão;
c) Radiações ionizantes: os operadores de raio X, inspetores de solda podem ficar perigosamente expostos
ocasionando sérios problemas nos órgãos internos. Deve ser utilizado barreiras de proteção (chumbo ou material
compatível) além de minimizar o tempo de exposição.
d) Pressões anormais: Trata-se, principalmente, de atividade de mergulho, deve ser respeitado tempo de mergulho e
despressurização compatível com as condições de trabalho.
e) Vibrações: Deve existir o contato direto do trabalhador para que os efeitos nocivos se manifestem, as vibrações
podem ser localizadas ou generalizadas e podem ser causadas por ferramentas manuais, elétricas e pneumáticas.
As vibrações de corpo inteiro podem afetar os operadores de grandes máquinas, como motoristas de caminhão,
ônibus e tratores provocando dores lombares e lesões na coluna vertebral. Deve ser minimizado o tempo de
exposição, pois não existe proteção coletiva efetiva ou EPI para minimizar a exposição.
f) Frio: Deve ser minimizado o tempo de exposição sempre que possível, além de ser obrigatório a utilização de
roupas protetoras (EPI).
g) Radiações não ionizantes: Radiações do tipo infravermelho, presentes em operações de fornos, e na soldagem
oxiacetilênica e ultravioleta produzidas pela solda elétrica e raios laser, podem causar graves queimaduras, lesões
na pele e problemas visuais. Deve ser utilizado barreiras de proteção além de minimizar o tempo de exposição.
h) Umidade: Atividades exercidas em locais alagados ou com grande umidade podem ocasionar problemas da pele.
Deve ser utilizado roupas protetoras e em alguns casos proteção respiratórias.
GRUPO 2 – RISCOS QUÍMICOS
RISCOS QUÍMICOS CONSEQÜÊNCIAS
Poeiras Minerais Silicose (quartzo), asbestose (amianto), pneumoconiose dos minérios de
(sílica, asbesto, carvão mineral) carvão (mineral).
Poeiras Vegetais Bissinose (algodão), bagaçose (cana-de-açúcar).
(algodão, bagaço de cana-de-açúcar)
Poeiras Alcalinas Doença pulmonar obstrutiva crônica, enfisema pulmonar.
(calcário)
Poeiras incômodas Podem interagir com outros agentes prejudiciais presentes no ambiente de
trabalho, aumentando a sua nocividade.
Fumos Metálicos Doença pulmonar obstrutiva, febre de fumos metálicos, intoxicação e
específica de acordo com o metal.
Névoas, Gases e Vapores Ácido Clorídrico, ácido sulfúrico, soda cáustica, cloro (irritação das vias
aéreas superiores).
Hidrogênio, nitrogênio, hélio, metano, acetileno, dióxido de carbono,
monóxido de carbono (dor de cabeça, náuseas, sonolência, convulsões, coma,
morte).
Butano, propano, aldeídos, cetonas, cloreto de carbono, ticloroetilenoo,
benzeno, tolueno, álcoois, percloroetileno, xileno (ação depressiva sobre o
sistema nervoso, danos aos diversos órgãos, ao sistema formador do sangue).
COMENTÁRIOS
O Grupo 2 do Mapa de Riscos Ambientais trata dos Riscos Químicos. É possível classificar em seis tipos, os contaminantes
presentes no ambiente de trabalho: gases, vapores, fumos metálicos, fumaças e neblinas.
As vias de penetração e contaminação dos agentes químicos são:
a) Via cutânea (pele): o contato com solventes, ácidos e álcalis podem provocar lesões cutâneas graves tais como
queimadura química, aparecimento de caroços (acne química) atacando as mucosas dos olhos, boca e nariz ou
serem absorvidos pela pele, neste último caso a NR-15, anexo 11 apresenta quais os produtos que possuem esta
propriedade. Estes problemas podem acontecer quando os trabalhadores manuseiam estes produtos sem a
utilização do EPI adequado (proteção respiratória, óculos de segurança, luvas, aventais e botas impermeáveis).
b) Via digestiva (boca): A ingestão direta de substâncias químicas ou indireta, através da contaminação dos
alimentos, causa sérios problemas à saúde. A realização das refeições em locais inadequados e sem higiene
podem ocasionar este tipo de contaminação aos trabalhadores. Até mesmo a ingestão de remédios na dosagem
inadequada acarreta mais problemas do que solução ao paciente.
c) Via respiratória (nariz): Esta via é rápida de acesso dos contaminantes para dentro do organismo através do
sistema circulatório pode alcançar vários órgãos vitais, vale lembrar que gases em vapores, dependendo de sua
densidade específica podem permanecer por muito tempo em suspensão na zona de respiração do trabalhador.
Isto pode acontecer facilmente se não forem utilizados sistema de ventilação ou exaustão localizada e em último
caso o EPI (máscara com filtro químico ou mecânico dependendo do caso).
Recomenda-se a leitura do art. 189 da CLT e NR 15 (Atividades e Operações Insalubres) para um maior aprofundamento
nas definições técnicas apresentadas acima.
O quadro abaixo apresentam os principais produtos químicos utilizados na indústria, os riscos e os efeitos nocivos à saúde.
O quadro abaixo apresenta os seguintes agentes químicos que estão presentes em algumas indústrias:
COMENTÁRIOS
O Grupo 3 do Mapa de Riscos Ambientais trata dos Riscos Biológicos. A interpretação dada neste grupo para riscos
biológicos difere um pouco dos aspectos técnicos e legais apresentados na NR15 Anexo 14. Enquanto no referido anexo,
estão definidas as atividades que potencialmente expõem os trabalhadores aos agentes biológicos, aqui, neste grupo, a
avaliação é genérica, que vai desde a exposição à microorganismos até animais peçonhentos como cobras e escorpiões.
Os riscos biológicos, apresentados neste grupo, surgem do contato de certos microorganismos e animais peçonhentos com o
homem em seu local de trabalho. Em função das características peculiares de algumas atividades, a probabilidade do
contato é muito maior, como por exemplo o trabalho em coleta de lixo, ambulatórios, laboratórios de análises.
Da mesma forma que os agentes químicos, os agentes biológicos podem entrar no organismo através das vias cutâneas,
digestiva e respiratória. Algumas doenças como a malária e a febre amarela podem ser causadas por estes agentes. Vale
ressaltar que o exercício do trabalho em locais onde estas doenças se apresentam com problemas regionais (regiões
endêmicas), não irão caracterizar o acidente de trabalho, porém merecem todos os cuidados preventivos para evitá-las.
As medidas preventivas incluem o controle médico, aspectos preventivos de proteção individual e coletiva, higiene no local
de trabalho, utilização de roupas adequadas e vacinação.
COMENTÁRIOS
O Grupo 4 do Mapa de Riscos Ambientais trata dos Riscos Ergonômicos. Este grupo trata dos riscos relacionados ao
processo produtivo e das tarefas executadas em situações inadequadas tais como postura, altura inadequada de cadeira,
isolamento, trabalhos repetitivos que se tornam agentes potenciais de acidentes ou doenças ocupacionais.
A ergonomia é a ciência que estuda a relação homem e o ambiente de trabalho. Os agentes ergonômicos aqui
evidenciados podem ocasionar distúrbios psicológicos e fisiológicos provocando sérios danos ao trabalhador em função das
alterações no organismo e no seu estado emocional, que podem comprometer a produtividade individual e coletiva, o seu
relacionamento familiar e profissional e sua saúde.
Para evitar os acidentes e os efeitos nocivos provenientes de um sistema industrial altamente seletivo e competitivo, é
fundamental adequar o homem às condições de trabalho levando em consideração a praticidade, o conforto físico e psíquico.
Esta adequação do ambiente de trabalho requer melhorias nas condições de higiene, no relacionamento interpessoal,
modernização de máquinas e equipamentos, uso de ferramentas adequadas, racionalização das tarefas, postura adequada,
simplificação e diversificação do trabalho.
Recomenda-se a leitura da NR 17 (Ergonomia) e seus comentários.
COMENTÁRIOS
O Grupo 5 do Mapa de Riscos Ambientais trata dos Riscos de Acidentes. É um grupo com uma abrangência muito
diversificada de situações adversas no local de trabalho que vão desde a utilização improvisada, inadequada ou defeituosa de
máquinas e equipamentos até questões de arranjo físico.
Os riscos de acidentes mais comuns no ambiente de trabalho envolvem principalmente os aspectos construtivos das
edificações e a utilização de máquinas e equipamentos. É fundamental que os aspectos corretivos de manutenção predial e
de equipamentos sejam atendidos pelo empregador, uma máquina funcionando precariamente pode ocasionar mais custos
operacionais do que se estivesse parada em manutenção.
Entende-se no item “ outras situações que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes” aquelas situações
provenientes de aspectos comportamentais negativos, individuais ou coletivos, provenientes da administração, supervisão ou
do operador que possam ocasionar um acidente. O exercício de uma atividade que exija um treinamento específico ou até
mesmo a ausência de treinamento introdutório que permita a adaptação de um funcionário novo ao trabalho podem ser
inseridos neste contexto.
Recomenda-se a leitura da NR 11 (Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais) e NR 12
(Proteção de Máquinas e Equipamentos ) e seus comentários.
A iluminação inadequada, que pertencia inicialmente ao Grupo 1 (Riscos Físicos), passou a integrar o grupo dos riscos
de acidentes e não o Grupo 4 (Riscos Ergonômicos) o que seria mais coerente respeitando as determinações da NR 17
(Ergonomia).
O uso dos trabalhos de elaboração do Mapa de Riscos Ambientais pela CIPA deve ser registrado em ata de reunião
ordinária ou extraordinária de modo a documentar o início e o fim dos trabalhos. Isto é importante, visto que, este trabalho
pode demorar alguns meses para ser finalizado sendo que neste período pode ocorrer a fiscalização da DRT que poderá
solicitar maiores informações sobre o andamento dos trabalhos.
A legislação exige uma representação gráfica do mapa de riscos ambientais e que o mesmo esteja presente nas seções
em que foram identificados os riscos. Não são exigidos desenhos com precisão técnica na sofisticação, porém os mapas a
serem elaborados devem representar fielmente o ambiente de trabalho.
Deve existir um pouco de bom senso na distribuição destes mapas pelas seções de trabalho, um mapa pode englobar
algumas seções que trabalham fisicamente próximas, isto facilita o trabalho e o cumprimento da legislação. É sempre bom
elaborar um mapa geral que apresente de um forma geral, os riscos existentes na unidade industrial em questão. Recomenda-
se, também que este mapa deva ser colocado em um local onde a maioria das pessoas, inclusive os prestadores de serviço e
visitantes tenham acesso.
É aconselhável elaborar algumas planilhas identificando os locais, as atividades e os riscos levantados pela CIPA, antes
da elaboração final do mapa de riscos. Na tabela abaixo estão exemplificados alguns riscos característicos de algumas
atividades industriais.
A elaboração do mapa de riscos ambientais, esbarra, algumas vezes, no planejamento e organização dos dados
levantados dificultando sua elaboração. Desta forma apresentaremos uma síntese e alguns pontos importantes, e que
certamente já vem sendo adotados por muitos profissionais do SESMT na orientação da CIPA.
a) Levantamento e identificação dos riscos: É fundamental ter disponível, pelo menos, um desenho simples da
fábrica em que possa se identificar todas as sessões do local em estudo. Os membros da CIPA deverão fazer um
levantamento de campo, visitando as sessões da empresa e ouvindo os trabalhadores envolvidos em seus postos
de trabalho. Durante este levantamento, recomenda-se organizar uma planilha de atividades, os riscos
encontrados e o número de funcionários envolvidos.
Durante esta fase é importante perguntar aos trabalhadores expostos, possíveis incômodos, esta informação,
embora seja apenas qualitativa e sem embasamento técnico, representa a percepção de ambiente dos trabalhadores
que de uma maneira simples e quase instintiva irá alertar para problemas que realmente possam estar existindo e
que possam ser avaliados posteriormente com um maior rigor técnico.
b) Avaliação dos riscos: a CIPA deve discutir todos os riscos identificados no levantamento de campo, nesta fase
será classificado o grau: “Risco Grande”, “Risco Médio” e “Risco Pequeno”. Caso exista profissionais do
SESMT no local, os mesmo poderão orientar tecnicamente os cipeiros na classificação final.
c) Disposição dos círculos no mapa: Os riscos e sua gradação são identificado por círculos coloridos em tamanhos
diferenciados sem dimensões pré determinadas. Estes círculos podem ser pintados, colados, impressos por
computador ou qualquer outra forma de apresentação, desde que visível.
Cada círculo deve ser colocado no local do mapa onde foi identificado o risco. Dentro dos círculos deve ser
colocado o número de funcionários expostos aos riscos no local avaliado e a especificação do agente. Sugestão
para apresentação dos riscos em função da gradação qualitativa (Pequeno, Médio ou Grande).
Caso existam num mesmo local ou seção, diversos riscos de um só tipo, como por exemplo riscos físicos (ruído,
8 10 30
ELETRICIDADE BENZENO RUÍDO
VERDE
VERMELHO
AZUL
vibração e calor), não é necessário um círculo para cada um deles, basta um círculo, neste caso na cor verde, desde que
os mesmos tenham o mesmo grau.
Uma outra situação é a existência de riscos de tipos diferentes com mesmo grau (pequeno, médio ou grande) num
mesmo local e com mesmo número de trabalhadores expostos. Neste caso divide-se o círculo conforme a quantidade de
riscos (2,3, 4 e até cinco parte iguais), sendo que cada parte com sua cor respectiva.
Na elaboração do mapa de riscos ambientais pode ser utilizado um formulário para auxiliar no levantamento dos dados
necessários. Veja o exemplo abaixo:
Química do fogo
Triângulo do fogo
Para que haja combustão ou queima, devem estar presentes e devem atuar junos três elementos. O primeiro é o
combustível, aquilo que vai queimar e transformar-se. O segundo é o calor, que dá início à combustão, que faz começar o fogo. O
terceiro é o oxigênio, gás existente no ar, respirável, que é chamado de comburente. Esses três elementos são denominados
elementos essenciais do fogo.
Isso significa que se faltar um deles não haverá fogo.
Como são três os elementos essenciais do fogo, se forem representados por três pontos e se forem ligados, ter-se-á o
triângulo do fogo.
Rompimento do triângulo do fogo
O rompimento do triângulo do fogo, isto é, a extinção do fogo é provocada por uma das três práticas:
retirada do material combustível;
resfriamento;
abafamento
Ponto de fulgor
É a temperatura mínima em que um corpo desprende gases que se queimam em contato com uma fonte externa de
calor, não havendo duração prolongada na queima, por não serem os gases em quantidade suficiente.
Ponto de combustão
É a temperatura na qual um corpo emite gases em quantidade suficiente para que haja chama permanente, quando
houver contato com uma fonte externa de calor.
Ponto de ignição
É a temperatura na qual os gases desprendidos por um corpo entram em combustão sem o auxilio de fonte externa de
calor. Somente a presença do oxigênio é suficiente.
Transmissão de calor
O conhecimento das formas pelas quais o calor se transmite é da mais alta importância, porque é através da propagação
do calor que os focos de incêndio iniciam ou alastram-se.
A transmissão do calor ocorre pelas seguintes formas:
condução - o calor se propaga de um corpo para outro por contato direto ou através de um meio condutor do calor
intermediário;
convecção - o calor se propaga através de um meio circulante, líquido ou gasoso, a partir da fonte;
radiação - o calor se propaga por meio de ondas caloríficas irradiadas por um corpo em combustão.
Classes de incêndio
Os incêndios são divididos em quatro classes:
Classe A - fogo em material combustível sólido (papel, madeira, tecidos, fibras, etc.);
Classe B - fogo em gases e líquidos inflamáveis ( óleo, gasolina, gás liquefeito de petróleo, thiner, gás natural, etc.).
Observação: Nota-se que os materiais da classe A, após a queima, deixam cinzas e brasas, e os produtos da classe B não
deixam brasas e queimam na superfície;
Agentes extintores
São certas substâncias (sólidas, líquidas e gasosas) utilizadas na extinção do incêndio, quer abafando-o, quer
resfriando-o ou, ainda, utilizando conjuntamente esses dois processos. Os agentes extintores devem ser empregados conforme a
classe de incêndio, pois, em alguns casos, sérias conseqüências poderão ocorrer se empregados 1inadequadamente.
Os principais agentes extintores são:
Os extintores ainda diferem em pressurizados e não-pressurizados. Os pressurizados têm, no seu interior, a pressão
necessária ao seu funcionamento. Os não-pressurizados são aqueles que têm necessidade de serem dotados de um recipiente
anexo, contendo um gás inerte, a fim de promover a expulsão de sua carga líquida, tendo pressão desenvolvida pela própria
reação química das substâncias que integram sua carga.
Os extintores mais usuais são os de:
Pó químico pressurizado
Pó químico com pressão injetada
Gás carbônico (CO2) com difusor acoplado ao corpo
Gás carbônico (CO2) com difusor acoplado à mangueira
Água pressurizada
Água com pressão injetada.
Fogo classe A
Para extinção de um incêndio, a regra é sempre romper o triângulo do fogo. Neste caso, o que será mais conveniente,
mais prático?
1. Retirar o comburente?
2. Retirar o combustível?
3. Retirar o calor?
Neste tipo de fogo, a melhor escolha está na retirada do calor. Retirar o calor quer dizer, diminuir, baixar a temperatura
para que esta fique abaixo do ponto de ignição. Esse resfriamento obtém-se com a água pura ou solução de água com algum
produto que ajude a combater as chamas.
Fogo classe B
Sempre seguindo a regra de romper o triângulo do fogo, conclui-se que, nesse tipo de incêndio, o melhor é retirar o
comburente (oxigênio). É que o fogo em líquidos só se desenvolve na superfície dos mesmos. Não há aquecimento abaixo da
superfície, não havendo formação de brasas. Deve-se, portanto, fazer o abafamento da superfície. Para isso utilizam-se extintores
de gás carbônico ou pó químico, que impedem o contato do oxigênio do ar (comburente) com a superfície em chamas. Afastado o
comburente, está rompido o triângulo do fogo e as chamas cessam.
Fogo classe C
São incêndios que atingem equipamentos elétricos energizados, isto é, com a corrente ligada, nos quais não se pode
usar um tipo qualquer de produto extintor porque o operador pode, até mesmo, ser eletrocutado. Estando a corrente ligada, usam-
se extintores de gás carbônico ou de pó químico seco; com a corrente desligada, esse tipo de incêndio passa a ser combatido
como se fosse das classes A ou B.
Fogo classe D
Para incêndios em metais pirofóricos, existem pós especiais para a extinção do fogo que formam camadas protetoras,
impedindo a continuação das chamas. A limalha de ferro fundido se presta ao combate desse tipo de incêndio.
Descrição do O funcionário estava operando furadeira elétrica sobre uma escada de armar, quando foi
Acidente: surpreendido por um choque elétrico vindo a cair da escada, fraturando o braço direito na queda.
Resp. 2: Permitir o uso de equipamentos defeituosos (escada e furadeira) nas atividades produtivas e não
orientar os funcionários a trabalharem com segurança.
Resp. 3: Utilizar uma escada bamba e não inspecionar a furadeira antes de liga-la à rede elétrica.