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CURSO DE

FORMAÇÃO DE
MEMBROS DA CIPA

APOSTILA BÁSICA

1
INTRODUÇÃO

Leia atentamente esta palavra: CIPA - esta palavra é uma sigla que significa Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes. O significado desta sigla nos remete a um órgão de ação
prevencionista dentro de uma empresa. De fato, a prática da prevenção é a estratégia de
trabalho da qual os componentes da CIPA devem utilizar na busca de melhores condições de
trabalho e segurança. É importante que os membros da CIPA sejam instruídos a atuarem como
agentes prevencionistas e que também desenvolvam a capacidade de negociar junto à
administração da empresa na qual atuam, para promover melhorias e modificações de situações
de risco.

A formulação da atividade prevencionista e do caráter de negociação é o objetivo


básico deste curso de formação de Cipeiros. Para tanto, este curso dará a instrução necessária a
você, cipeiro, lhe dando conhecimentos básicos de Segurança e Higiene do Trabalho, para que
possa se desenvolver por seus próprios conhecimentos enquanto agente prevencionista e
membro da CIPA.

Na atual realidade empresarial em nosso país, a Segurança e Saúde do Trabalho,


continuam sendo um fator por muitas vezes esquecido ou deixado a segundo plano. A atuação
dos profissionais de Segurança (Técnicos de Segurança, Engenheiros de Segurança, Médicos
do Trabalho), por vezes podada pelas próprias empresas, não tem sido suficiente para se
promover as melhorias realmente necessárias neste quadro, visto que até mesmo a consciência
dos trabalhadores em relação à Segurança e Saúde no Trabalho encontra-se limitada. Nesta
conjectura, a CIPA surge como um órgão que pode estimular a consciência dos trabalhadores e
a boa vontade dos empresários, unificando estes dois lados na obtenção de um objetivo
comum: melhorias nas condições de Segurança e Saúde e nas relações de Trabalho.

Bom Curso!!!

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ÍNDICE
Nos termos do item 5.33 da Norma Regulamentadora N. º 5, esta apostila
abordará os seguintes temas:

1. Noções sobre legislação trabalhista e previdenciária relativa à


segurança e à saúde no trabalho
 Legislação Previdenciária
Conceito Legal de Acidente do Trabalho
Outros Casos Considerados Acidentes do Trabalho
Auxílio-doença
Auxílio Acidente do Trabalho
Aposentadoria por Invalidez
Pensão por morte
Reabilitação profissional
Estabilidade provisória
 Legislação Trabalhista
Constituição da República Federativa do Brasil
Consolidação da Leis Trabalhistas
Lei 6514 de 22de dezembro de 1977
Portaria 3214 de 08 de junho de 1978
2. Noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de
exposição aos ricos existentes na empresa
 Riscos Ocupacionais
Agentes Físicos
Vibração
Calor
Ruído
Frio
Umidade
Pressões Anormais
Baixas Pressões
Altas Pressões
Radiações Ionizantes e Radiações Não Ionizantes
Agentes Químicos
Aerodispersóides
Gases e Vapores
Ação dos Agentes Químicos no Organismo
Intoxicação Através das Vias Respiratórias
Intoxicação Através das Vias Cutâneas
Intoxicação Através das Vias Digestivas
Agentes Biológicos
Agentes Ergonômicos
Agentes Mecânicos
 Acidente do Trabalho
Definição Técnico – Prevencionista
Causas dos Acidentes do Trabalho
Atos Inseguros
Condições Inseguras
Maneira de se Trajar no Local de Trabalho
Ordem e Limpeza
3. Metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças
do trabalho
 Inspeção de Segurança
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Importância
Tipos de Inspeção
Procedimentos Numa Inspeção
Relatório de Inspeção

 Investigação de Acidentes
Procura das Causas do Acidente
Agente da Lesão
Fator Pessoal de Insegurança
Natureza da Lesão
Localização da Lesão
Códigos Usados Numa Análise de Acidentes
Simulação de Investigação de Acidentes
 Análise de Acidentes
Classificação dos Acidentes Quanto a Conseqüência
Acidente Sem Afastamento
Acidente Com Afastamento
Incapacidade Temporária
Incapacidade Parcial e Permanente
Incapacidade Total e Permanente
Dias Perdidos
Dias Debitados
Cadastro de Acidentes
Comunicação de Acidentes
Medidas de Segurança a Serem Adotadas
 Campanhas de Segurança
4. Princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de
controle de riscos
 Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC’s
 Equipamento de Proteção Individual – EPI’s
Exigências Legal para Empresas e Empregados
A Escolha do EPI
Tipos de EPI’s
5. Organização da CIPA e outros assuntos necessários ao
exercício das atribuições da CIPA
Introdução
Objetivos das Reuniões
Papéis e Atribuições dos Membros da CIPA
Representantes do Empregador
Representante dos Empregados
Forma Geral das Reuniões da CIPA
Estrutura Geral de Uma Reunião Típica
6. Noções sobre AIDS e medidas de prevenção

7. Estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos


riscos originados do processo produtivo.
Elaboração do Mapa de Riscos

8. Princípios Básicos de Prevenção de Incêndios


Química do Fogo
Triângulo do Fogo
Rompimento do Triângulo do Fogo
Ponto de Fulgor
Ponto de Combustão
Ponto de Ignição
Transmissão de Calor
Classes de Incêndios
Agentes Extintores
Extintores e as Classes de Incêndio
Fogo Classe A
4
Fogo Classe B
Fogo Classe C
Fogo Classe D
Procedimentos em Caso de Incêndio
Exercício de Alerta

1. Noções sobre legislação trabalhista e previdenciária relativa à


segurança e à saúde no trabalho.
 Legislação Previdenciária

Conceituação Legal de Acidente do Trabalho

A legislação previdenciária conceitua o acidente do trabalho meramente do ponto de vista social. Exemplifica quais
os acidentes que podem ser considerados do trabalho, sem definir o que entende por acidente do trabalho. Assim se expressa o
texto legal, subordinado à legislação previdenciária:

Lei nº 8.213, de 25 de julho de 1991.

Acidente do Trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho
dos segurados referidos no inciso VII (produtor, parceiro, meeiro e arrendatário rural, garimpeiro, pescador artesanal e
assemelhados) do artigo 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou
redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

Outros Casos Considerados Acidentes do Trabalho

Art. 20. Consideram-se acidentes do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas:

I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a
determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social:

II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o
trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso 1.

§ 1º - Não são consideradas como doença do trabalho:

a) a doença degenerativa;
b) a inerente a grupo etário;
c) a que não produza incapacidade laborativa;
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de
que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.

§ 2º - Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos incisos 1 e II deste
artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social
deve considera-la acidente do trabalho.

Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta lei:

I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte
do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua
recuperação;

II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em conseqüência de:

a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho;


b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada com o trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior;

III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercido de sua atividade;

IV - o acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de trabalho:

a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;


b) na prestação espontânea de qualquer serviço á empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;

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c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para
melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do
segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção,
inclusive veículo de propriedade do segurado;

§ 1º - Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades
fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho.

§ 2º - Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, resultante de acidente de
outra origem, se associe ou se superponha às conseqüências do anterior.

Auxílio Acidente-doença
Auxílio-doença é um benefício previdenciário devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o
período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15
(quinze) dias consecutivos.

Auxílio Acidente
Auxílio-acidente é um beneficio previdenciário concedido, como indenização, ao segurado após a consolidação das
lesões decorrentes de acidentes de qualquer natureza que Emilequem redução da capacidade funcional, observado o seguinte:
a) O auxílio-acidente, mensal e vitalício, corresponderá a 50% (cinqüenta por cento) do salário-de-beneficio do
segurado;
b) O auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte ao da cessão do auxílio-doença, independentemente de
qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo acidentado;
c) O recebimento de salário ou concessão de outro beneficio não prejudicará a continuidade do recebimento do
auxílio-acidente;
d) Quando o segurado falecer em gozo do auxílio-acidente, a metade do valor deste será incorporada ao valor da
pensão se a morte não resultar do acidente do trabalho.

Aposentadoria por Invalidez


Do acordo com o legalmente estipulado pelo artigo 42 da Lei o. 8.213/91, a aposentadoria por invalidez, uma vez
cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for
considerado incapaz e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga
enquanto permanecer nessa condição.

Pensão por Morte


A pensão por morte, segundo o artigo 74 da Lei Previdenciária, será devida ao conjunto dos dependentes do segura-
do que falecer, aposentado ou não, a contar da data de óbito ou da decisão judicial, no caso de morte presumida.

Reabilitação Profissional
Segundo o parágrafo único do artigo 89 da Lei instituidora dos Planos de Benefícios da Previdência Social, a
reabilitação profissional compreende:
a) O fornecimento de aparelho de prótese ou instrumentos de auxílio para locomoção quando a perda ou redução da
capacidade funcional puder ser atenuada por seu uso e dos equipamentos necessários à habilitação e reabilitação social e
profissional;
b) A reparação ou a substituição dos aparelhos mencionados no inciso anterior desgastados pelo uso normal ou por
ocorrência estranha à vontade do beneficiário;
c) O transporte do acidentado do trabalho, quando necessário.
Os benefícios previdenciários possíveis de serem concedidos aos trabalhadores vítimas e acidentes do trabalho, ou a
seus dependentes, não se sujeitam a quaisquer períodos de carência, sendo devidos, pois, independentemente do tempo de
contribuição de que dispunha o acidentado junto ao INSS, situação esta, por sinal, diferente da que se verifica em relação às
demais modalidades de benefícios previdenciários de caráter não acidentário.

Estabilidade Provisória
No tocante à garantia provisória de emprego conferida ao trabalhador vitima de acidente do trabalho, assim dispõe o
artigo da Lei n. 8.213/91, ad verbis:
Art.118 - “O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a
manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de
percepção de auxílio-acidente.
Parágrafo único. O segurado reabilitado poderá tom remuneração menor do que a da época do acidente, desde que
compensada pelo valor do auxílio-acidente, referido no §1º do artigo 86 desta Lei”.
É importante salientar que a legislação previdenciária ainda prevê elementos de punição ao empregador, caso
costado negligência quanto ao cumprimento às Normas de Segurança e Higiene do Trabalho. Nessa sentido, assim dispõe o
artigo 120 da Lei n.213/91, verbis:
Artigo 120 – “Nos casos de negligência quanto às Normas de Segurança e Higiene do Trabalho indicado para a
proteção individual e coletiva, a Previdência Social proporá ação contra os responsáveis”.

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 Legislação Trabalhista
Constituição da República Federativa do Brasil
É a “Carta Magna” do país, ou seja, o principal conjunto de leis vigentes no país sob a qual todas as demais leis e
regulamentações estão subjugadas e nunca podendo contrariar seus princípios. A Constituição atual foi promulgada em 05 de
outubro de 1988
Em seu artigo 7º enumera direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, inclusive no que diz respeito à segurança do
trabalho.

Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT


Reúne toda a legislação ordinária trabalhista. Todas as regras inerentes às relações de trabalho estão definidas por
este conjunto de leis, tais como a regulamentação da Carteira de Trabalho, do Salário Mínimo, do 13º Salário entre outras. As
leis referentes à Segurança do Trabalho encontram-se no Título II - Das Normas da Tutela do Trabalho, em seu Capítulo V –
Da Segurança e Medicina do Trabalho. Abrange os Artigos 154 a 201 da CLT.

Lei 6514 de 22 de dezembro de 1977


Alterou os Capítulo V do Título II da CLT e deu a redação que atualmente se encontra nos Artigos 154 a 201.

Portaria 3214 de 08 de junho de 1978


Regulamentou o previsto nos Artigos 154 a 201 da CLT e institui as Norma Regulamentadoras, relativas ao trabalho
urbano. São ao todo 29 (vinte e nove) Normas Regulamentadoras para o trabalho urbano.

Portaria 3067 de 12 de abril de 1988


Institui as Norma Regulamentadoras Rurais, relativas ao trabalho rural e que complementam as Normas citadas no
item anterior. São ao todo 05 (cinco) Normas Regulamentadoras Rurais.

Norma Regulamentadora N. º5
A NR 5 é a norma que regulamenta o funcionamento da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. Até 1999 sua
redação era a que foi dada pela portaria 3214 de 08 de junho de 1978. Contudo ela recebeu uma nova redação através da
Portaria N. º 8 de 23 de fevereiro de 1999 que está vigente até hoje.

2. Noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de


exposição a riscos existentes na empresa.
 Riscos Ocupacionais
1 – Riscos Ambientais

Agentes ambientais ou riscos ambientais são os elementos ou substâncias presentes nos diversos ambientes humanos,
que quando encontrados acima dos limites de tolerância, podem causar danos à saúde das pessoas.

Esses agentes ambientais são estudados por uma ciência conhecida como Higiene Industrial que tem como objetivo
promover a saúde dos trabalhadores através do estudo de diversos meios. A Higiene Industrial é uma área relacionada à
Medicina do Trabalho e a Engenharia de Segurança. A Medicina do Trabalho estuda os produtos existentes na empresa com o
objetivo de avaliar o poder que esses possuem de contaminar ou provocar doenças nos trabalhadores. Compete à Engenharia
de Segurança a avaliação, ou quantificação desses agentes no ambiente de trabalho que servirá para subsidiar o estudo do risco
a que se expõem os trabalhadores.

Os agentes ambientais estudados pela Higiene Industrial são os físicos, químicos e biológicos.

1.1 Riscos Físicos

De acordo com a definição dada pela Portaria nº- 25, que alterou a redação da NR-09, são as diversas formas de
energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas,
umidade, radiações ionizantes e não ionizantes, bem como o infra-som e o ultra-som.

 Vibração
Os problemas físicos motivados pela vibração aparecem, na grande maioria dos casos, após longo tempo de
exposição. Nos casos de vibração de todo o corpo podem aparecer problemas renais e casos de dores fortes na coluna.
As vibrações localizadas nos braços e mãos provocam deficiências nas articulações e problemas circulatórios.

 Calor
Os trabalhadores expostos a atividades de fundição, siderurgia, indústrias de vidro a céu aberto e outras, são os mais
propensos a problemas como insolação, intermação, câimbras e, em alguns casos, problemas com o cristalino do globo ocular,
mais conhecidos como catarata. Convêm esclarecer que os fatores comentados, geralmente, aparecem devido à exposição

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excessiva ao calor.
Paralelamente ao calor podem-se acrescentar as chamadas radiações ultravioletas, que estão presentes,
principalmente, nas operações de fusão de metais em alta temperatura, nos casos de solda elétrica, etc. Como os seus efeitos
são térmicos, podem provocar queimaduras, inflamações nos olhos (casos de conjuntivite) até câncer de pele, conforme o
tempo de exposição.

 Ruído
Certas máquinas, equipamentos ou operações produzem um ruído agudo e constante, em níveis sonoros acima da
intensidade, conforme legislação específica. De acordo com a duração de exposição no ambiente de trabalho, esses níveis
sonoros provocam, em princípio, a irritabilidade ou uma sensação de ouvir o ruído mesmo estando em casa.
Com o passar do tempo, a pessoa começa a falar mais alto ou perguntar constantemente por não ter entendido. Este é
o inicio de uma surdez parcial que, com o tempo, passará a ser total e irreversível. O Ruído pode ser classificado em dois tipos:

 Ruído Contínuo ou Intermitente – cuja propagação pode ser considerada não eventual, sendo considerado nocivo
caso seja ultrapassado os Limites de Tolerância estabelecidos pelo quadro abaixo:

Nível de Ruído (dB) Máxima exposição diária permissível

85 8 Horas
86 7 Horas
87 6 Horas
88 5 Horas
89 4 Horas e30 minutos
90 4 Horas
91 3 Horas e 30 minutos
92 3 Horas
93 2 Horas e 40 minutos
94 2 Horas e 15 minutos
95 2 Horas
96 1 Hora e 45 minutos
98 1 Hora e 15 minutos
100 1 Hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
Fonte: NR-15, anexo 1, portaria 3214/78 do Ministério do Trabalho.

 Ruído de Impacto – aquele que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a 1 (um) segundo, a
intervalos superiores a 1(um) segundo. No caso a propagação é eventual. O limite de tolerância para ruído de impacto será de
130 dB, no circuito Linear do aparelho de medição de pressão sonora de impacto. Na ausência deste, o limite de tolerância será
considerado de 120 dB (c), usando-se o circuito de resposta rápida – FAST.

 Frio
Os casos mais comuns de doenças que se destacam pela ação do frio são as queimaduras pelo frio, gripes,
inflamações das amídalas e da laringe, resfriados, algumas alergias, congelamento nos pés e mãos e problemas circulatórios.
Geralmente essas ocorrências predominam em empresas do ramo da industrialização de pescados, frigoríficos,
indústria de alimentos congelados, etc.

 Umidade
O Risco Físico Umidade se manifesta em atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcados,
quando a umidade em condição excessiva e em exposição constante, for capaz de produzir danos à saúde dos trabalhadores.
O melhor exemplo de ocorrência deste agente, são as atividades de lavagem feitas com jato d’água ou a água
pressurizada, muito comum em lava-jatos, postos de gasolina, empresas de transporte etc.

 Pressões Anormais
Há uma série de atividades em que os trabalhadores ficam sujeitos a pressões anormais, isto é, pressões ambientes
acima e abaixo da normal. Entende-se por pressão normal a pressão atmosférica a que normalmente estamos expostos.
Quando as pressões situam-se acima da pressão atmosférica normal, são chamadas de altas pressões. Quando abaixo,
são chamadas de baixas pressões.

Baixas pressões
Estão sujeitos a baixas pressões os trabalhadores que realizam tarefas em grandes altitudes. No Brasil, porém, com
exceção de uns poucos pilotos de aviões não pressurizados esporadicamente expostos, o problema não ocorre, pois não há
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regiões consideravelmente altas.

Altas pressões
Ocorrem em trabalhos realizados em tubulações de ar comprimido, máquinas de perfuração, campânulas e trabalhos
realizados por mergulhadores.

 Radiações Ionizantes e Radiações Não Ionizantes


As radiações são uma forma de energia que se transmite pelo espaço como ondas eletromagnéticas, podendo em
alguns casos, também apresentar comportamento corpuscular. A absorção das radiações pelo organismo é responsável pelo
aparecimento de diversas lesões e males. As radiações, ao serem absorvidas pelo organismo, poderão produzir dois efeitos
principais: Ionização e Excitação.
Tomando-se como base os dois efeitos citados, as radiações podem ser classificadas em dois grupos principais:
radiações ionizantes e radiações não ionizantes. São radiações ionizantes aquelas cujo efeito predominante sobre o organismo é
a ionização, sendo classificadas como radiações não ionizantes aquelas cujo efeito predominante é a excitação.
Como exemplo de radiações ionizantes, temos os raios gama, raios x, raios beta, raios alfa e nêutrons, sendo que
estes dois últimos não têm aplicações ocupacionais. Como exemplo de radiações não ionizantes, temos as microondas, os raios
ultravioleta e o raio laser.

1.2 Riscos Químicos

Basicamente, os Agentes Químicos se dividem em dois grupos principais, que agrupam as formas em que as
substâncias elementos químicos podem se manifestar para que se caracterize o risco. São eles:

 Aerodispersóides;
São todas partículas que se encontram em suspensão no ar e que podem ser nocivas à saúde.
Subdividem-se em:

Líquidos Sólidos

Névoas Poeiras
Neblinas Fibras
Fumos metálicos

Névoas e neblinas
São partículas líquidas produzidas por ruptura mecânica de líquido ou por condensação de vapores de substâncias
que são líquidas à temperatura normal.

Ex.: pinturas a pistola.

Poeiras
Partículas sólidas produzidas por ruptura mecânica de sólidos.

Ex: Moagem, perfuração de rochas, peneiramento de areia, etc.

Fumos
Partículas sólidas produzidas por condensação de vapores de substâncias que são sólidas à temperatura ambiente.

Ex: Fumos de Pb (chumbo) - ponteamento de arames; Fumos de Zn (zinco) – galvanoplastia

Fibras
São partículas sólidas produzidas por ruptura mecânica de sólidos, que se diferenciam das poeiras porque têm forma
alongada com um comprimento 3 a 5 vezes superior ao seu diâmetro.

Exs.: animal - lã, seda, pêlo de cabra e camelo


Vegetal - algodão, linho, cânhamo
Mineral - asbestos (amianto), vidros e cerâmica

 Gases e Vapores
Gases - É a denominação dada às substâncias que, em condições normais de temperatura e pressão (250C e 760
mmHg), estão no estado gasoso. Ex.: hidrogênio, oxigênio e nitrogênio.
Vapores - É a fase gasosa de uma substância que, a 250C e 760 mmHg, é liquida ou sólida. Ex.: vapores de água,
vapores de gasolina.

Ação dos Agentes Químicos no organismo.


Os agentes químicos que podem causar doenças profissionais são encontrados nas formas gasosa, líquida e sólida e,
quando absorvidos pelo nosso organismo, produzem, na grande maioria dos casos, reações chamadas de venenosas ou tóxicas.

Há três vias básicas de penetração dos tóxicos no corpo humano;


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 respiratória
 cutânea
 digestiva.

Um agente químico ao ser absorvido, tanto pelas vias respiratórias, cutâneas ou digestivas, pode depositar-se em
qualquer órgão do corpo humano. Alguns metais como o cobre e o mercúrio podem fixar-se nos rins, criando uma
insuficiência renal. Outro caso é o monóxido de carbono, que afeta as células do coração. Nas intoxicações por chumbo,
monóxido de carbono, arsênico e tálio ocorrem problemas neurológicos.

 Intoxicação através das vias respiratórias.


Nas operações de transformação de um produto original pelo processamento industrial, dispersam-se na atmosfera
algumas substâncias nocivas como gases, vapores, névoas, gotículas, fumos, poeiras, fumaças, etc.
Esses elementos penetram no organismo pelas vias respiratórias, atingindo desde as vias aéreas superiores até os
alvéolos e o tecido conectivo pulmonar, provocando casos de asma, bronquites e pneumoconiose (alteração da capacidade
respiratória devido à inalação de poeiras).

 Intoxicação através das vias cutâneas


A pele tem várias funções, sendo a principal delas a proteção contra as agressões externas. Entretanto, há vários
grupos de substâncias químicas que penetram, principalmente, pelos poros. Desta maneira, algumas substâncias e vapores têm
o poder de fixarem-se no tecido adiposo subcutâneo.
Uma vez absorvida, a substância tóxica entra na circulação sanguínea, provocando alterações, que poderão criar
quadros de anemia, alterações nos glóbulos vermelhos e problemas na medula óssea.
O fígado, por exemplo, tem propensão a assimilar o chumbo, mercúrio, arsênico, etc. O benzeno fixa-se na medula
óssea e pode provocar leucemia.
A substância tóxica, uma vez fixada no órgão de afinidade, inicia distúrbios no organismo, levando muitas vezes, a
sérios prejuízos à saúde.

 Intoxicação através das vias digestivas


Normalmente, a ingestão de substâncias tóxicas pode ser considerada um caso acidental. Portanto, poucos são os
casos de doenças profissionais citados dentro dessas condições.
Os poucos casos encontrados são de manifestação dentária, da mucosa ao longo do tubo digestivo e do fígado.
Certos hábitos tais como roer as unhas ou limpá-las com os dentes são as principais causas de ingestão de
substâncias tóxicas.

1.3 Riscos Biológicos


De acordo com a definição dada pela Portaria n2 25, que alterou a redação da NR-09, Riscos Biológicos são as
bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros. Podem se manifestar em atividades hospitalares, áreas
sem saneamento básico e/ou mal higienizadas, com presença de lixo, água estagnada e esgotos mal protegidos.

2 - Riscos Ergonômicos
O nome deste grupo de risco deriva da palavra Ergonomia. Por definição dos radicais temos Ergon, que significa
trabalho e Nomos, que significa leis. A palavra origina-se do latim e significa leis que regem o trabalho. Do ponto de vista
técnico, com base no que determina a Portaria nº 3.751, de 23 de novembro de 1990, que alterou a NR-17, entende-se por
ergonomia o conjunto de parâmetros que devam ser estudados e implantados de forma a permitir a adaptação das condições de
trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e
desempenho eficiente. Pode-se observar atualmente, a ocorrência em grande escala dos seguintes Agentes Ergonômicos:
DORT’s - Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (anteriormente conhecidas como LER), iluminação
deficiente, esforço físico intenso, mobiliário inadequado, postura incorreta, trabalho monótono ou repetitivo e fatores dentro do
trabalho que possam ocasionar no trabalhador fadiga mental e física e doenças como Stress, Hipertensão, depressão e estafa.

3 - Riscos Mecânicos ou Riscos de Acidentes


São agentes que se originam das atividades mecânicas, que envolvem máquinas e equipamentos, responsáveis pelo
surgimento das lesões nos trabalhadores quando da ocorrência dos acidentes do trabalho. Temos como exemplos mais comuns
de agentes mecânicos: máquinas e equipamentos sem proteção, ferramentas defeituosas, ferramentas inadequadas, riscos de
incêndio, armazenamento incorreto, risco de queda de materiais, risco de queda de pessoas, risco de choque elétricos, excesso
ou falta de iluminação, falta ou deficiência na iluminação etc.
O Risco de Acidente, criado na Portaria número 05/92, não existe em Higiene Industrial e deverá ser considerado,
apenas, para elaboração do Mapa de Riscos.

 Acidentes do trabalho e suas causas


Definição Técnico – Prevencionista

O conceito de acidentes do trabalho tem sido expresso com diferentes enunciados, em geral dizendo a mesma coisa

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com palavras diversificadas, com mais tendência para um ou outro aspecto especifico e conhecido do acidente. Entre eles o
que tem sido adotado com mais freqüência pela comunidade prevencionista: “Acidente do trabalho são todas as ocorrências
estranhas ao andamento normal do trabalho e não programada, das quais podem resultar danos físicos, funcionais ou a morte
do trabalhador e danos materiais e econômicos à empresa”.

Entende-se, porém, que está definição não traduz o caráter amplo em que este tema complexo e polêmico deve ser
entendido. Sendo assim, eis um enunciado que expressa em palavras simples um conceito de acidente do trabalho, que se
enquadra na visão mais ampla proposta: “são todas as ocorrências indesejáveis, que interrompem o trabalho e causam
ferimento, perda de capacidade parcial ou total, permanente ou temporária, ou morte de alguém ou algum tipo de perda a
empresa, ou ambos ao mesmo tempo”. Está vinculado à existência de algum dano a alguém ou a alguma coisa.

Causas de acidentes do trabalho

 Atos inseguros

Os atos inseguros são, geralmente, definidos como causas de acidentes do trabalho que residem exclusivamente no
fator humano, isto é, aqueles que decorrem da execução das tarefas de forma contrária às normas de segurança.

É falsa a idéia de que não se pode predizer nem controlar o comportamento humano. Na verdade, é possível analisar
os fatores relacionados com a ocorrência de atos inseguros e controlá-los. Seguem-se, para orientação, alguns fatores que
podem levar os trabalhadores a praticarem atos inseguros;

a) Inadaptação entre homem e função por fatores constitucionais como;

 sexo
 idade
 tempo de reação aos estímulos
 coordenação motora
 estabilidade X instabilidade emocional
 extroversão/introversão
 agressividade
 impulsividade
 problemas neurológicos
 nível de inteligência
 grau de atenção
 percepção
 coordenação visual/motora, etc.

b) Fatores circunstanciais - fatores que estão influenciando desempenho do indivíduo no momento;

 problemas familiares
 abalos emocionais
 discussão com colegas
 alcoolismo
 grandes preocupações
 doença
 estado de fadiga, etc;
11
c) Desconhecimento dos riscos da função e ou da forma de evitá-los, causado por:

 seleção ineficaz
 falhas de treinamento
 falta de treinamento;

d) Desajustamento - relacionado com certas condições específicas do trabalho como;

 problemas com a chefia


 problemas com os colegas
 política salarial imprópria
 política promocional imprópria
 clima de insegurança, etc;

e) Fatores que fazem parte das características de personalidade do trabalhador e que se manifestam por
comportamentos impróprios. Eis alguns exemplos:

 desleixado
 “machão”
 exibicionista calado
 exibicionista falador
 desatento
 brincalhão.

 Condições inseguras

São aquelas que, presentes no ambiente de trabalho, colocam em risco a integridade física e ou mental do
trabalhador, devido à possibilidade do mesmo acidentar-se. Tais condições manifestam-se como deficiências técnicas, podendo
apresentar-se:

a) na construção e instalações em que se localiza a empresa: áreas insuficientes, pisos fracos e irregulares, excesso
de ruído e trepidações, falta de ordem e de limpeza, instalações elétricas impróprias ou com defeitos, falta de
sinalização;
b) na maquinaria; localização imprópria das máquinas, falta de proteção para partes móveis e pontos de
agarramento, máquinas apresentando defeitos;
c) na proteção do trabalhador: proteção insuficiente ou totalmente ausente, roupas e calçados impróprios,
equipamento de proteção com defeito.

Essas causas são apontadas como responsáveis pela maioria dos acidentes. No entanto, deve-se levar em conta que,
às vezes, os acidentes são provocados pela presença de condições inseguras e atos inseguros ao mesmo tempo.

A) Maneira de se trajar no local de trabalho

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É sabido que as partes móveis das máquinas formam pontos de agarramento que representam constante fonte de
perigo para o operador.

São exemplos de pontos de agarramento;

 cilindros  correntes
 polias  partes sobressalentes
 correias  engrenagens.

Partes que poderão ser agarradas:

 cabelos compridos e soltos  colares


 roupas soltas  cordões
 camisa desabotoada  brincos
 camisa de mangas compridas  relógios
 calças de boca larga  pulseiras
 enfeites  anéis.

3. Metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do


trabalho
 Investigação de acidentes
Procura das causas do acidente

Quando um acidente ocorre, seja grave ou não, os componentes da CIPA devem analisá-lo profundamente, com o
objetivo de agir eficazmente no sentido de evitar a sua repetição.

Faz-se necessário lembrar que a finalidade da investigação não é procurar um culpado ou um responsável, mas
encontrar as causas contribuíram direta ou indiretamente para a ocorrência do acidente.

O local da ocorrência deve permanecer sem alteração, para que as condições do momento do acidente sejam
perfeitamente identificadas pela comissão encarregada da investigação do mesmo. Essa comissão deverá ser nomeada pelo
presidente da CIPA, dela fazendo parte o encarregado do setor onde ocorreu o acidente, membros da CIPA e membros do
SESMT.

Até a chegada da comissão, o encarregado deve iniciar a coleta de dados que servirão como ponto de partida para um
exame pormenorizado.

Como roteiro básico na investigação, pode-se utilizar as perguntas seguintes:

 que fazia o trabalhador no momento imediatamente anterior à ocorrência?


 Como aconteceu?
 Quais foram as conseqüências?
 Quais as causas que contribuíram direta ou indiretamente para a ocorrência do acidente?
 Quando ocorreu? (data e hora)
 Onde ocorreu? (especificando o setor ou seção)
 Quanto tempo de experiência na função tinha o acidentado?

Importante: Na medida do possível, o acidentado deve ser envolvido na investigação do acidente.

Agente da lesão
Em uma investigação, depois de identificada a parte do corpo lesada, procura-se conhecer aquilo que em contato
com a pessoa provocou a lesão, isto é, busca-se determinar o agente ou fonte da lesão.
Os agentes podem ser os ácidos e outros produtos químicos, uma ferramenta, parte de uma máquina, materiais
incandescentes e ou excessivamente quentes, arestas cortantes, corrente elétrica, superfícies abrasivas, etc.
A determinação do agente da lesão é um dado fundamental na investigação de acidentes.

Fator pessoal de insegurança


As pessoas, pelo seu modo de agir, como indivíduos ou profissionais, cometem atos inseguros e ou criam condições
inseguras, ou colaboram para que elas continuem existindo. Devem ser apurados e anotados no relatório de acidente os fatores
pessoais que estiveram presentes no momento em que ele ocorreu. Esses fatores de insegurança ficam evidentes quando o
13
indivíduo apresenta desconhecimento dos riscos de acidentes, treinamento inadequado, falta de aptidão ou interesse pelo
trabalho, excesso de confiança, incapacidade física para o trabalho, etc.

Natureza da lesão
No relatório de deve constar o tipo de lesão ocorrida. As lesões que mais comumente acontecem são:

 contusão – decorrente de um traumatismo sobre qualquer região do organismo, sem que ocorra
rompimento da pele;
 entorse - ocorrida na articulação dos ossos e provocada por um movimento anormal ou exagerado;
 luxação - ocorre quando os ligamentos de uma articulação óssea são forçados além do normal e os ossos
articulados ficam fora de posição;
 fratura - quando ocorre a quebra de um osso do esqueleto humano. Ela pode ser simples, sem ferimento da
pele, ou exposta, com ferimento através do qual o osso fica exposto;
 ferimento - ocorre rompimento da superfície da pele dando origem a uma hemorragia. Podem se
caracterizar com cortes, perfurações, escoriações, irritações diversas etc;
 queimadura - lesão produzida nos tecidos pela ação do calor.

Localização da lesão
A localização da lesão merece análise cuidadosa.
Às vezes, a identificação do agente da lesão só se dá através do estudo da localização desta. O estudo estatístico de
ocorrências nos mesmos pontos pode indicar a existência de determinado fator de insegurança, seja ato in seguro ou condição
insegura. A localização da lesão tem, ainda, importância para os efeitos legais decorrentes das normas previdenciárias.

Códigos usados numa análise de acidentes

A- Agente causador da lesão

1. Ar comprimido 10. Peça ou material em processo


2. Eletricidade, aparelhos, instalações e outros 11. Piso, escada, plataforma, rampa e
3. Ferramentas elétricas e pneumáticas outros
4. Ferramentas manuais 12. Poeira, explosão – alergênica e abrasiva
5. Gases e vapores sob pressão 13. Produtos químicos – ácido cáustico,
6. Inflamáveis gás e outros
7. Máquinas, ponto de operação, transmissão e 14. Transportes de materiais em geral
outros 15. Veículos – passageiros, carga e
8. Motores elétricos, turbina e outros particular
9. Móveis: mesas, armários, prateleiras, portas e 16. Outras (descrever)
outros

14
B- Condições inseguras – condições físicas ou mecânicas que comprometem a segurança do trabalhador
1. Defeito na máquina, no equipamento, na 7. Método inseguro de trabalho
edificação etc. 8. Piso inseguro – escorregadio,
2. Falta ou inadequação de EPI/EPC esburacado, desnivelado, e
3. Iluminação e ventilação inadequadas outros
4. Instalações elétricas defeituosas ou em mau estado 9. Ruído, frio, calor excessivo e
5. Má arrumação, falta de espaço, mau poeiras
empilhamento 10. Sinalização insuficiente ou
6. Máquina ou equipamento com proteção inexistente
inadequada ou sem proteção 11. Outras (descrever)
C- Atos Inseguros – atos através dos quais as pessoas se expõem a riscos de acidentes
1. Atos inseguros de terceiros 8. Tentativa de ganhar tempo
2. Carregar, manusear ou dispor materiais de modo 9. Trabalhar com dispositivo de
inseguro segurança neutralizado ou alterado
3. Deixar de usar EPI ou usá-lo incorretamente 10. Trabalhar com excesso de
4. Distrair-se, brincar, abusar do perigo velocidade ou sobrecarga
5. Limpar, lubrificar, ou ajustar máquinas em 11. Usar as mãos como ferramenta
movimento 12. Usar ferramentas inadequadas ou
6. Manipular, misturar produtos químicos de maneira em más condições
imprópria 13. Usar roupas inadequadas, pulseiras
7. Operar máquinas ou outro equipamento sem e anéis
habilitação ou autorização 14. Outros (descrever)
D- Acidente tipo forma violenta - o objeto atinge a pessoa e vice-versa
1. Batida contra objetos, peças e materiais 9. Manuseio de ferramentas
2. Batida por objetos, peças e materiais 10. Prensagem entre objetos, peças
3. Contato com produtos químicos e materiais
4. Contato com temperaturas extremas 11. Queda de objetos
5. Contatos com eletricidade 12. Queda de pessoa
6. Esforço excessivo ou de mau jeito 13. Outros (descrever)
7. Escorregões ou tropeções
8. Manuseio de objetos e materiais
E- Fatores pessoais - falhas inerentes à pessoa (como pessoa ou como trabalhador)
1. Atitude imprópria (incluem-se motivos 4. Má interpretação do perigo
psicológicos) 5. Negligência
2. Conhecimento ou treinamento insuficiente 6. Outros (descrever)
3. Desconhecimento do risco
F- Natureza da lesão - tipo de lesão sofrida pelo acidentado
1. Cortante 6. Fratura
2. Contusão 7. Irritação ocular
3. Distensão 8. Perfurante
4. Entorse ou luxação 9. Queimadura
5. Escoriação 10. Outros (descrever)
G- Localização da lesão sofrida pelo acidentado
1. Abdômen
2. Braço, cotovelo, antebraço
3. Cabeça, ouvido, face, pescoço
4. Coluna
5. Coxa
6. Dedos dos pés
7. Dedos das mãos
8. Flancos (região lateral do corpo)
9. Joelhos
10. Mãos
11. Olhos
12. Ombro
13. Pés
14. Perna
15. Punho
16. Quadris
17. Região inguinal
18. Tórax
19. Tornozelo
20. Geral
Simulação de Investigação de Acidente

Na empresa X, ocorreu que, em seu setor de manutenção geral, um dos seus cargos ficou vago. O encarregado do setor
convidou o funcionário Francisco, do setor de limpeza e conservação para ocupar a vaga. Francisco estava empregado há um ano
e meio como faxineiro.
Diante do convite, Francisco alegou não possuir os conhecimentos necessários para ocupar a vaga, tendo em vista que
os serviços consistiam em manutenções nas instalações elétricas, nas instalações hidráulicas e pequenos serviços de alvenaria e
pintura. O encarregado lhe disse que esses conhecimentos lhe seriam repassados com o desenvolvimento das atividades e lhe
seria oferecido um salário melhor.
Francisco, satisfeito com a promoção, aceitou o cargo.
Passados então oito meses, a diretoria da empresa solicitou a troca do sistema de luminárias em algumas salas do prédio
administrativo. Francisco ficou encarregado de instalar as novas luminárias. Nesta tarefa operava furadeira manual. Para isso,
subia numa escada de armar que se apresentava com algumas articulações frouxas, levando-a a balançar muito. Súbito, foi
surpreendido por um curto circuito proveniente de uma parte desencapada do fio da furadeira. Recebendo o choque, Francisco se
desequilibrou, vindo a cair da escada. Na queda, tentou proteger-se com o braço, pressionando-o contra o chão ao cair, fraturando
o membro.
A Mesma escada já havia dado problemas antes, porém Francisco não se incomodou em usá-la, mesmo apresentando
condições inadequadas. Por outro lado, o encarregado já teria sido informado das condições inadequadas da escada e também da
furadeira. Não tendo ocorrido nenhum fato grave, nada fez a respeito para modificar a situação.

Questionário
01 – Qual a última ação do trabalhador antes do acidente?
02 – Quais as falhas da supervisão?
03 – Quais foram os atos inseguros do Francisco?
04 – Quais foram as condições inseguras presentes no ambiente de trabalho?
05 – Qual a principal causa do acidente?
06 – Quanto tempo de experiência na função tinha o acidentado?
07 – Quais as propostas possíveis para se evitar esse tipo de acidente?

O quadro a seguir é utilizado para facilitar o trabalho de análise dos acidentes ocorridos em uma empresa. Com base na
codificação apresentada anteriormente, preencha-o, tomando como referência a simulação de análise de acidente estudada.

Descrição do
Acidente:

Resp. 1:

Resp. 2:

Resp. 3:

Resp. 4:

Resp. 5:

Resp. 6:

Resp. 8:

Obs.: As respostas para este questionário encontram-se no final da apostila.


 Análise de acidentes
É fundamental, diante de um acidente ocorrido, a busca das suas causas e a proposição de medidas para que acidentes
semelhantes possam ser evitados. Quando se tem este propósito, qualquer acidente, grave ou leve, é rico em informações.Ao
estudo dos acidentes está ligada a necessidade da emissão de documentos que descrevam o acidente e suas causas, a elaboração
de gráficos que evidenciem a “segurança” no ambiente de trabalho.As medidas prevencionistas decorrentes da análise devem ser
comunicadas pela CIPA sob a forma de relatórios e sugestões. A seguir, são apresentadas considerações sobre documentos e con -
ceitos que fundamentam a análise dos acidentes.

Classificação dos acidentes quanto a sua conseqüência


Acidente sem afastamento
É o acidente em que o acidentado pode exercer sua função normalmente, no mesmo dia do acidente ou no dia seguinte,
no horário regulamentar. Portanto, não entra nos cálculos das taxas de freqüência e gravidade.

Acidente com afastamento


É o acidente que provoca a incapacidade temporária, incapacidade permanente ou morte do acidentado.

Incapacidade temporária
É a perda total da capacidade de trabalho por um período limitado de tempo, nunca superior a um ano. Ocorre nos
casos em que o acidentado, depois de algum tempo afastado do serviço, volta ao mesmo, executando suas funções normalmente
como o fazia antes do acidente.

Incapacidade parcial e permanente


É a diminuição, pelo resto da vida, da capacidade de trabalho, que sofre redução parcial e permanente.
Exemplo: perda de um dos olhos, perda de um dos dedos.

Incapacidade total e permanente


É a invalidez incurável, quando o acidentado perde a capacidade total para o trabalho.

Dias perdidos
Trata-se dos dias em que o acidentado não tem condições de trabalho por ter sofrido um acidente que lhe causou uma
incapacidade temporária. Conta-se de forma corrida, inclusive domingos e feriados, a partir do dia seguinte ao do acidente até o
dia da alta médica.

Dias debitados
Considerados nos casos em que ocorre incapacidade parcial permanente, ou incapacidade total permanente, ou morte.

Cadastro de acidentes
Numa empresa, podem existir os controles de qualidade, de produção, de estoques, etc., devendo haver, também, o de
acidentes. Um cadastro de acidentes deve colocar em destaque as áreas da empresa em que ocorrem acidentes, os tipos de lesão,
acidentes por dias da semana, por idade dos acidentados e outros aspectos de interesse para a análise dos acidentes.
Deve-se, com essa análise, ao mesmo tempo em que se atendem aos aspectos legais, buscar direcionar os esforços dos
órgãos da empresa encarregados de resolver problemas de segurança.

Comunicação de Acidentes do Trabalho – CAT


É um documento básico, que está à disposição dos membros da CIPA, pois o seu preenchimento é obrigatório por lei.
A empresa deve comunicar os acidentes ao INSS, no prazo de 24 horas, utilizando-se do impresso específico, o CAT -
Comunicação de Acidente do Trabalho. Se ocorrer a morte do funcionário, a comunicação deve ser feita também para a
autoridade policial. Importantes ainda são as medidas que devem ser postas em execução para se evitar que outros acidentes
semelhantes venham a ocorrer. Para tanto, é fundamental o envolvimento e a sensibilização do maior número possível de pessoas
dentro da empresa.
Encontra-se, a seguir, o modelo de Comunicação de Acidente do Trabalho, do INSS, cuja primeira parte deve ser
preenchida corretamente pela empresa e a segunda pelo médico responsável pelo atendimento ao acidentado.
Obs.: Confira um modelo de CAT no final desta apostila.

Medidas de segurança a serem adotadas


Com os dados obtidos na análise dos acidentes, com o registro dos fatos que envolvem os acidentes e das
conseqüências dos mesmos, é possível aos setores encarregados da segurança do trabalho na empresa procurar as soluções
imediatas ou de médio prazo, com o fim de evitar que os infortúnios se repitam.
Assim, podem ser realizadas inspeções extras de segurança para identificar causas de acidentes que não eram
conhecidas.
Além das verificações técnicas e das soluções materiais, há providências relacionadas com o esclarecimento dos
trabalhadores a respeito de problemas novos ou de fatos desconhecidos que podem concorrer para a efetivação de infortúnios.
A análise do acidente ocorrido deve proporcionar ensinamentos que, bem aplicados, possam eliminar atos inseguros e
condições inseguras, e mesmo aqueles problemas, nem sempre fáceis de identificar, como, por exemplo, a existência de um fator
pessoal de insegurança.
A CIPA tem participações importantes na adoção de medidas que se tornam convenientes depois de realizada a análise
de um acidente.

 Inspeção de Segurança

Importância
Como já se sabe, o acidente é conseqüência de diversos fatores que, combinados, possibilitam a ocorrência do mesmo.
Portanto, não se deve esperar que aconteçam.
É muito importante localizar situações que possam provocá-lo e providenciar para que as medidas prevencionistas
sejam tomadas. Por isso, recomenda-se ao membro da CIPA que procure percorrer sua área de ação para identificar fatores que
poderão ser causas de acidentes, empenhando-se no sentido de serem tomadas as providências devidas.

Tipos de Inspeção
A inspeção de segurança permite detectar riscos de acidentes, possibilitando a determinação de medidas preventivas,
podendo ser:

 geral - envolve todos os setores da empresa em todos os problemas relativos à segurança;


 parcial - quando é feita em alguns setores da empresa, certos tipos de trabalho, certos equipamentos ou certas
máquinas;
 de rotina - traduz-se pela preocupação constante de todos os trabalhadores, do pessoal de manutenção, dos
membros da CIPA e dos setores de segurança;
 periódica - efetuada em intervalos regulares, programada previamente e que visa apontar riscos previstos,
como os desgastes, fadigas, superesforço e exposição a certas agressividades do ambiente a que são
submetidas máquinas, ferramentas, instalações, etc;
 eventual - realizada sem dia ou período estabelecido e com o envolvimento do pessoal técnico da área;
 oficial - efetuada pelos órgãos governamentais do trabalho ou securitários. Para este caso, é muito importante
que os serviços de segurança mantenham controle de tudo o que ocorre e do andamento de tudo o que estiver
pendente relativo à segurança e que estejam em condições de atender e informar devidamente à fiscalização;
 especial - é a que requer conhecimentos e ou aparelhos especializados. Inclui-se aqui a inspeção de caldeiras,
elevadores, medição de níveis de ruídos, de iluminação, etc.

Procedimentos numa inspeção


Uma inspeção de segurança, para que seja corretamente realizada, deve ser desenvolvida em cinco fases:

 observação - tanto dos atos como das condições inseguras;


 informação - a irregularidade deve ser discutida no momento em que é detectada para que a solução do
problema venha antes que qualquer ocorrência desagradável;
 registro - os itens levantados na inspeção devem ser registrados em formulário próprio, para que fique claro o
que foi observado, em que local, as recomendações e as sugestões;
 encaminhamento - os pedidos e recomendações provenientes da inspeção de segurança devem ser enviados
aos setores e ou pessoas envolvidas, seguindo os procedimentos próprios da empresa;
 acompanhamento - não se pode perder de vista qualquer proposta ou sugestão para resolver problemas de
segurança, desde o seu encaminhamento ao setor competente até a sua solução.

Relatório de inspeção
Toda inspeção de segurança implica a emissão de um relatório que, muito embora não tenha um modelo próprio, deve
ser minuciosamente elaborado.

 Campanhas de Segurança
Uma das atividades da CIPA é divulgar informações e gerar conhecimentos, o que pode ser conseguido através das
campanhas de segurança, que têm por finalidade auxiliar na educação dos trabalhadores, no que se refere à segurança,
aumentando o seu nível de conhecimentos.
O propósito dessas campanhas é despertar a consciência da necessidade de se eliminar acidentes e criar uma atitude
vigilante que permita reconhecer e corrigir condições e práticas que possam provocar acidentes.
A principal campanha de segurança é a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho - (CANPAT),
instituída em caráter permanente através do Decreto N. º 68255, de 16/02/71, com o fim de propagar conhecimentos técnicos e
ministrar ensinamentos práticos de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho.
Há vários métodos de se promover uma campanha de segurança, dentre os quais destacar-se-ão os principais, como
reforço para campanhas periódicas;

a) Cartazes - Quanto à elaboração, não devem ser aterradores nem monótonos, de modo que passem despercebidos.
O cartaz deve, de preferência, mostrar mais os aspectos positivos que os negativos (é mais correto mostrar um operário usando
óculos ao trabalhar em esmeril do que um operário tendo a vista atingida, por não usar o equipamento de proteção individual.) Os
cartazes devem ser dispostos em locais visíveis, de preferência locais de concentração obrigatória como refeitório, relógio de
ponto, etc;

b) Cinema educativo - Na prevenção de acidentes, o cinema tem papel importante. Filmes adequados,
esclarecedores, podem auxiliar muito na campanha de segurança;

c) Concursos – Exercem Influências educacionais e psicológicas, dependendo do tipo e da maneira como são
realizados. Uns despertam instintos de competição, outros forçam o indivíduo a aprender ou relembrar algo sobre prevenção, de
acidentes para poder competir. Todos, porém, oferecem uma vantagem comum: fazer com que o indivíduo pense na prevenção de
acidentes. Isto é altamente benéfico, pois o empregado vai se integrando no espírito de segurança enquanto pensa a respeito.

No entanto, há alguns cuidados a serem tomados com os concursos:

 não devem apresentar fraudes;


 não devem ser encarados como um negócio;
 devem ser bem definidos;
 deve ser evitada a gravidade do acidente como classificação;
 devem contar com a colaboração do supervisor;
 devem variar o mais possível.

d) Palestras - Incisivas e curtas são as mais aconselháveis. Inúteis serão longas exposições, em que o conferencista
se perca em minuciosas explicações que não interessam aos ouvintes. Para que as palestras alcancem seu objetivo, devem, antes
de mais nada, despertar o interesse e a atenção dos ouvintes. Sempre que possível, será mesmo proveitoso contar com a
participação ativa dos mesmos, fazendo perguntas, relatando experiências pessoais, enfim, participando;

e) Divulgação dos acidentes - Essa divulgação deverá servir de alerta aos operários menos precavidos ou que
ignoram os reais perigos a que estão sujeitos. Não será feita, é claro, com caráter de intimidação, pois trabalhar coagido, com
medo e receio é tão prejudicial quanto trabalhar desprevenido dos riscos de acidentes;

f) Caixas de sugestões - É de toda conveniência que se incentivem todos os trabalhadores a colaborarem com a
campanha de prevenção de acidentes. Têm sido adotadas, com êxito, "caixas de sugestões", cujas criações poderão variar
segundo a fábrica ou seção. Nelas, os trabalhadores deixarão seus comentários, críticas ou sugestões concernentes às medidas
preventivas que estão sendo ou deverão ser tomadas. E necessário que seja dada uma satisfação a todas as sugestões, mesmo
quando não-acatadas, pois, caso contrário, provavelmente seus autores não mais colaborarão;

g) Reuniões de segurança - As reuniões de segurança são um dos melhores meios educacionais da prevenção de
acidentes. Contato pessoal em grupo é a maneira mais eficiente de orientar a prevenção de acidentes, contribuindo também para
melhorar as relações humanas, necessárias tanto para a prevenção de acidentes como para o bom andamento do trabalho;

h) SIPAT - Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho - Cabe à CIPA a promoção desse evento,
que será anual e que deverá ser do conhecimento da DRT, com data prévia. Para o desenvolvimento de uma SIPAT podem ser
adotadas as sugestões anteriores ou, ainda, qualquer inovação apresentada pelos empregados à CIPA e ao SESMT;

i) Campanhas educativas - Cabe ainda à CIPA o desenvolvimento de campanhas de esclarecimento e informação


quanto aos riscos e meios de prevenção da AIDS/SIDA (Síndrome da lmunodeficiência Adquirida), além de demonstrar os
efeitos nocivos do fumo e do álcool.

j) Meios promocionais - Num porte de menos relevância, são utilizados pela CIPA para propiciarem o entrosamento
entre os operários e entre a empresa e operários. Assim, as campanhas tomam real particularidade, pois, embora simples,
desempenham papel importante, além de prepararem os membros da CIPA para um programa de grande porte.

Além desses meios, tidos como principais, há uma infinidade de outros que darão ótimos resultados, tais como:
 quadro de avisos;
 boletins - colocados nos envelopes de pagamento;
 carimbos - colocados nos envelopes de pagamento;
 copinhos em papelão com mensagem;
 chapeuzinhos para crianças;
 distintivos e chaveiros;
 recursos promocionais - através de prêmios para as famílias;
 álbuns de segurança para colorir;
 exposições;
 museus;
 competições esportivas;
 revistas;
 livretos.

k) CANCAT – Campanha Nacional de Combate a Acidentes do Trabalho – Implantada durante o período de 16 de


outubro de 1996 a 30 de abril de 1997, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Tratou-se de um esforço junto ao
Ministério do Trabalho de modo a dinamizar a atuação da fiscalização federal com o objetivo de fazer cumprir a legislação
federal sobre segurança e saúde do trabalho e alcançar melhores dados sobre ocorrência de acidentes e doenças do trabalho.

4. Princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle de


riscos
A partir do conhecimento do Acidente do Trabalho e de suas causas, do conhecimento dos Riscos Ocupacionais e de
definido método de investigação e análise de acidentes e de inspeção de segurança, faz-se necessário conhecer os meios dos quais
os trabalhadores poderão dispor para se protegerem dos inúmeros riscos que cercam o seu trabalho. Estes meios são:
Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC’s: protegem um grupo de trabalhadores envolvidos em atividades que
exponham todos a uma mesma categoria de riscos.
Equipamentos de Proteção Individual – EPI’s: protegem o trabalhador individualmente da absorção ou incidência de
um risco sobre o seu corpo.
A implantação dos EPC’s deve ser priorizada. Caso não se encontre nenhuma forma ou equipamento de proteção
coletiva a um determinado risco, ou se pela própria natureza da atividade de riscos constata-se que a adoção dos EPC’s é
inviável, deve-se recorrer aos EPI’s. Os EPI’s devem ser sempre a última alternativa.

 Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC’s


São aqueles que, quando adotados, neutralizam o risco na própria fonte (por exemplo: substituição de uma matéria
prima tóxica por outra não tóxica.) ou no meio ambiente, evitando a propagação do risco em áreas onde possam entrar em
contado com trabalhadores (por exemplo: emprego de barreiras, isolamento acústico contra ruído, ventilação exaustora etc).
As proteções em furadeiras, serras, prensas; os sistemas de isolamento de operações ruídos; os exaustores de gases e
vapores; as guaradas ou barreiras de proteção; os dispositivos de proteção em escadas, corredores, guindastes e esteiras
transportadoras; os aterramentos elétricos; as proteções para partes móveis e engrenagem de máquinas são exemplos de
Equipamentos de Proteção Coletiva.

 Equipamentos de Proteção Individual – EPI’s


Os Equipamentos e Proteção Individual, usualmente identificados pela sigla EPI, São empregados, rotineira ou
excepcionalmente, em quatro principais circunstâncias:
a) quando o trabalhador se expõe diretamente a fatores agressivos que não são controláveis por outros meios técnicos
de segurança;
b) quando o trabalhador se expõe a riscos apenas em parte controlados por outros recursos técnicos;
c) em casos de emergência, ou seja, quando a rotina do trabalho é quebrada por qualquer anormalidade e se torna
necessário o uso de proteção complementar e temporária pelos trabalhadores envolvidos;
d) provisoriamente, em período de instalação, reparos ou substituição dos meios que impedem o contato do
trabalhador com o produto ou objeto agressivo.
Em qualquer circunstância, o uso do EPI será tanto mais útil e trará tantos melhores resultados, quanto mais correta for
a sua indicação. Esta indicação não é difícil, mas requer certo cuidado, nos seguintes aspectos:
a) identificação do risco: verificar a existência ou não de elementos da operação, de produtos, de condições do
ambiente, que sejam ou que possam vir a ser agressivos ao trabalhador;
b) avaliação do risco existente: determinar a intensidade e extensão do risco, quanto ás possíveis conseqüências para
o trabalhador; verificar com que freqüência ele se expõe ao risco e quantos trabalhadores estão sujeitos aos mesmos perigos;
a) indicação do EPI apropriado: selecionar; entre vários EPIs, o mais adequado para solucionar o problema que se
tem pela frente, contando, para isto, com a assistência dos fabricantes e dos técnicos de segurança, com instruções
apropriadas e claras.

Exigência legal para empresas e empregados


O uso de equipamento de proteção individual, além da indicação técnica para operações locais e trabalhadores
determinados, é exigência constante de textos legais. A Secção IV, do Capítulo V da CLT, cuida do Equipamento de Proteção
individual em dois artigos, a saber:
"Art. 166 - A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual
adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam
completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados.
"Art. 167 - O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de
Aprovação do Ministério do Trabalho.
Por outro lado, a regulamentação de segurança e medicina do trabalho, em sua Norma Regulamentadora 6, cuida
minuciosamente do Equipamento de Proteção individual, mencionando, entre outras coisas, as obrigações do empregado, que
incluem o dever de utilizar a proteção fornecida pela empresa.
Luvas, calçados de segurança, protetores respiratórios, protetores auriculares, aventais, capacetes, perneiras e magas e
cremes protetores são exemplos de Equipamentos de Proteção Individual.

5. Organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das


atribuições da CIPA
Todos os membros da CIPA devem reunir-se uma vez por mês, obedecendo a um calendário anual, em local apropria do
e durante o expediente normal, para que os problemas referentes aos acidentes do trabalho sejam estudados em conjunto, tanto
pelos representantes dos empregados como pelos do empregador. A CIPA deverá reunir-se, também em cará ter extraordinário,
sempre que ocorrer acidente de maior gravidade, ou prejuízo de grande monta, com a presença do responsável do setor onde
ocorreu o acidente, no máximo 48 horas após sua ocorrência (quando não houver Serviço Especializado em Segurança e em
Medicina do Trabalho na empresa).
Como a CIPA é composta por pessoas que desempenham suas atividades dentro de diferentes setores da empresa, as
reuniões permitem a discussão e análise dos problemas encontrados em cada departamento e, conseqüentemente, um
levantamento das soluções para cada um dos problemas. A partir das reuniões os dados sobre riscos de acidentes são
encaminhados, pelo Presidente, a quem deve tomar providências para a diminuição e/ou eliminação dos acidentes do trabalho
dentro da empresa.
Fica claro, portanto, o quanto são importantes as reuniões da CIPA. Porém, para que sejam produtivas e para que
realmente tragam satisfação a todos os cipeiros, é necessário que se desenvolvam dentro de um clima real de bom relacionamento
humano, com uma boa interação entre todos os participantes, sendo a Prevenção de Acidentes o objetivo de todos os seus
elementos, e podendo cada um expor suas questões e opiniões sem constrangimento. Para que isso aconteça, é necessária a
colaboração de todos os cipeiros.
Ser membro efetivo ou suplente da CIPA constitui grande responsabilidade, devendo cada um revelar seu interesse pelo
estudo teórico, pela observação prática e pela participação ativa na pesquisa de atos inseguros e de condições inseguras e, nas
reuniões, dar demonstração objetiva do seu desejo de encontrar soluções para os problemas levantados.

Objetivos das Reuniões Ordinárias


E importante que a CIPA seja um grupo, e não só uma reunião de pessoas, pois, assim, cada membro poderá cooperar
com os demais, lutar por seus objetivos, e, desta forma, todos poderão alcançar bons resultados na prevenção de acidentes.
Porém, várias pessoas reunidas só formam um grupo quando têm objetivos comuns. Por isso, falaremos agora sobre alguns dos
objetivos comuns dos cipeiros, que devem estar presentes nas reuniões da CIPA:
 Receber e analisar informações e sugestões referentes à prevenção de acidentes, vindas de membros não
integrantes da CIPA, assim como dos empregados, do empregador, de convidados e de colaboradores.
 Fazer a análise dos acidentes ocorridos.
 Elaborar conclusões e sugestões de modificação que visem diminuir o número de acidentes.
 Fazer estudos referentes à prevenção de acidentes, incluindo o aperfeiçoamento e a atualização dos conhecimentos
sobre legislação de Acidentes, Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho.
 Participar à direção da empresa e a outros interessados as medidas de segurança que devem ser adotadas.
 Promover a divulgação de assuntos referentes à prevenção de acidentes.
Estes são os objetivos gerais que devem ser discutidos pela CIPA para que ela proponha aqueles mais específicos à sua
empresa. Mesmo que a discussão sobre os objetivos seja demorada, isto não consiste em perda de tempo; ao contrário, discuti-los
permite maior desenvolvimento de todos e comprometimento futuro com todo o trabalho do grupo. Opiniões discordantes devem
ser consideradas; o respeito pelo grupo traz novas idéias, novos acordos, satisfação e coesão entre os membros do grupo.

Papéis e Atribuições dos Membros da CIPA


Para que os objetivos da CIPA sejam alcançados, é necessário que seja feita uma divisão de trabalho entre seus
membros, a qual possibilite que cada um desempenhe bem seu papel. Por isso, passaremos, agora, a tratar das atribuições de cada
elemento da CIPA. Elas devem, porém, ser adaptadas à finalidade de cada CIPA.

Representantes do empregador:

O Presidente
O presidente deverá:
 Dirigir e orientar as reuniões. (Sugerimos que organize um pequeno roteiro, para que possa melhor conduzi-las.);
 Encaminhar à administração as medidas recomendadas pela CIPA e acompanhar sua execução;
 Designar grupos de trabalho para o estudo das causas dos acidentes do trabalho, atribuindo funções a cada um de
seus membros;
 Coordenar todas as funções da CIPA;
 Empenhar-se em cumprir o que foi definido nas reuniões;
 Levar ao grupo informações de interesse geral, provenientes da administração ou de outras fontes;
 Justificar, se for o caso, a não-adoção de medidas sugeridas em reunião anterior;

A seguir, enumeramos algumas sugestões ao presidente, visando ao bom funcionamento do grupo:

 Dar oportunidade para que todos emitam suas opiniões;


 Pedir a quem fala que se dirija a todos os elementos do grupo;
 Respeitar e considerar as opiniões diferentes;
 Encaminhar os trabalhos visando o interesse de todos;
 Evitar grandes desvios do assunto e dos objetivos gerais;
 Resumir e organizar o que está sendo feito, quando isto facilitar a continuidade do trabalho;
 Respeitar o horário;
 Empenhar-se na obtenção de recursos materiais que possam facilitar os trabalhos;
 Incentivar a cooperação e não a competição;
 Proteger o grupo como um todo, procurando acordos e não desentendimentos;
 Dividir tarefas, responsabilizando individualmente as pessoas;
 Estar atento a cada pessoa, fortalecendo as qualidades de cada um, e ajudar na superação de dificuldades pessoais
e de relacionamento;
 Não tomar qualquer medida referente aos trabalhos do grupo, sem a participação e consentimento deste;
 Empenhar-se para que se cumpra o que foi definido pelo grupo;

Outros representantes do empregador podem ser elementos da administração, engenheiros, psicólogos, médicos,
assistentes sociais, que terão as seguintes atribuições:

 Colaborar no levantamento dos riscos que cada situação oferece;


 Analisar os acidentes ocorridos e identificar suas causas;
 Colaborar no estudo, planejamento e execução de providências que visem a redução de riscos;

O Secretário
O secretário pode ser eleito entre os participantes da CIPA, quer seja representante do empregador quer dos
empregados.
Se acaso não pertencer a nenhuma das duas partes, isto é, se for uma pessoa de fora da CIPA, como pode muitas vezes
acontecer, não terá direito a voto no momento das decisões.
As atribuições do secretário serão:
 Elaborar as atas de eleições, da posse e das reuniões, registrando-as em livro próprio;
 Preparar a correspondência;
 Manter o arquivo atualizado;
 Providenciar para que as atas sejam assinadas por todos os membros da CIPA;

Representantes dos empregados

Os representantes dos empregados têm papel relevante, pois são eles que levam ao conhecimento da CIPA os riscos de
seus setores e apresentam sugestões para melhorar as condições de trabalho. Têm como principais atribuições:
 Colher as opiniões dos colegas;
 Trazer informações, queixas e sugestões que visem à segurança do trabalhador;
 Apresentar relatórios de acidentes, de atos inseguros e condições inseguras;
 Transmitir aos colegas. informações sobre o trabalho realizado durante as reuniões, as conclusões tiradas e as
providências que serão tomadas;
 Orientar os colegas sobre as medidas de segurança que devem ser tomadas;
 Um dos representantes dos empregados será obrigatoriamente eleito vice-presidente da CIPA e deverá:
 Executar atribuições que lhe forem delegadas;
 Substituir o presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus afastamentos temporários;

O empregado, quando participar da CIPA, estará protegido pela Consolidação das Leis do Trabalho, de maneira que
não será prejudicado pela sua atuação, nem pelo fato de votar nas decisões e de solicitar meios de segurança ou equipa mento de
proteção, nem por perder algumas horas de serviço para comparecer às reuniões.
No final da reunião, os representantes dos empregados estarão comprometidos com tudo
que ficou acertado e votado. Essa é, também, uma boa ocasião para colher opiniões e sugestões
dos colegas. Elas deverão ser apresentadas na reunião seguinte da CIPA. Os membros da CIPA
devem multiplicar seus contactos com os companheiros, porque, assim, estarão ampliando as
possibilidades de identificarem-se riscos de acidentes e, ao mesmo tempo, devem anotar as idéias
práticas que podem ajudar a resolver os problemas.
Forma Geral das Reuniões da CIPA
Para que as reuniões sejam proveitosas, devem ter começo, meio e fim, isto é, devem ser organizadas para não se
tornarem um aglomerado de assuntos aparentemente desligados uns dos outros ou então, incluírem um acúmulo desordenado de
problemas e confusas tentativas de solução, geralmente frustrantes. Sugerimos uma estrutura geral de reunião, com o objetivo de
fornecer elementos para que cada CIPA possa organizar suas reuniões.

Estrutura geral de uma reunião típica:


a) Ler a ata da última reunião. Retomar, se necessário, algum conteúdo da ata. Assiná-la.
b) Fazer a leitura das fichas de análise de acidentes, investigar causas e propor mudanças.
c) Enumerar tarefas a serem realizadas nesta reunião. Se forem muitas, selecionar as mais urgentes.
d) Realizar as tarefas, uma por vez, pela ordem de urgência.
e) Estudar algum tema relativo à prevenção de acidentes, apresentado por um dos elementos do grupo.
f) Avaliar a reunião, abordando aspectos tais como:
 Os objetivos da reunião foram alcançados?
 Que medidas de prevenção de acidentes apresentam dificuldades de solução e porquê?
 Todos os participantes tiveram oportunidade de se manifestar
 durante a reunião?
 Com base na experiência de hoje, o que poderíamos modificar ou acrescentar para as próximas
reuniões?
 Quais as novas sugestões que foram apresentadas?

g) No final de cada reunião, definir o dia, local e horário do próximo encontro.

Devemos lembrar que a estrutura geral de reunião colocada acima é apenas um exemplo e que cada grupo poderá
encontrar a rotina de trabalho mais adequada para si.

6. Noções sobre AIDS e medidas para sua prevenção


 O que é a doença e qual a sua causa?
AIDS é a sigla em inglês da doença que em português se chama Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Esta
doença se caracteriza diretamente por uma infecção que age diretamente contra o sistema imunológico diminuindo as defesas do
corpo contra qualquer tipo de doença. O doente de AIDS, chamado de “soro positivo”, é portador do vírus HIV, que significa
Vírus da Imunodeficiência Humana. Este é o vírus que provoca a AIDS.

 Quais são as formas de contágio?


Para haver a contaminação é necessário que o HIV seja transmitido, de pessoa a pessoa, em uma quantidade X. Esta
transmissão pode acontecer através do contato com os líquidos sexuais, sangue ou leite materno. A transmissão não pode ocorrer
pelo ar, nem pelo contato da pele. Portanto, compartilhar talheres, roupas, conviver num mesmo ambiente que um Soro positivo,
dar beijo, abraço, apoio... Ser solidário não transmite AIDS.

 Como se manifesta a doença?


Nem todo soro positivo manifesta a AIDS rapidamente. Alguns portadores vivem longo tempo sem apresentar
qualquer sintoma da AIDS. Este é um fato que varia de pessoa para pessoa, de sistema imunológico para sistema imunológico.
Mas em geral, a AIDS vai manifestar alguns tipos de ocorrências que caracterizarão o desenvolvimento. Essas ocorrências são:
 Perda excessiva de peso;
 Cansaço físico;
 Sapinhos na boca, língua, e bochecha;
 Ínguas pelo corpo;
 Febre e diarréia constates;
 Sarcoma de Karpse (câncer de pele);
Em algumas situações se observará também a ocorrência de envelhecimento precoce, pneumonia e até ocorrências de
quadro de tuberculose.

 A AIDS tem cura?


A AIDS ainda não tem cura. Ainda não foi desenvolvido um medicamento ou vacina que tenha ação destrutiva sobre
o vírus. Existe tratamento e uso de alguns remédios, sendo o principal o AZT, que atuam de modo a estender a vida do doente.
Contra a AIDS o melhor método de combate ainda é a prevenção.

 Como é possível prevenir a AIDS?


É importante que se evite uma vida sexual promíscua, evitando múltiplos parceiros sexuais. Contudo, no ato sexual,
seja ele anal, vaginal ou oral, pode haver a contaminação sendo importantíssimo o uso de camisinha para se evitar o contágio.
É importante também evitar compartilhamento de agulhas no caso de usuários de drogas injetáveis. A agulha da
seringa pode transmitir o vírus de uma pessoa para outra. Exija sempre o uso de agulhas novas e descartáveis no caos das
transfusões de sangue. Sempre se certifique se materiais de manicure e pedicure, para tatuagem e acumputura passaram por
processo de esterilização.
A mulher grávida pode transmitir AIDS para o feto ainda no útero, sendo no entanto pouco provável que isso
aconteça. Contudo a mãe soro positiva pode transmitir o vírus durante o parto. Caso esse tipo de contágio também não ocorra a
mãe não deve amamentar, pois o leite materno poderá transmitir a doença.
Todo soro positivo pode transmitir o HIV. O indivíduo que é soro positivo deve usar preservativos nas relações
sexuais por dois motivos sérios:
1. Não transmitir o vírus para o parceiro;
2. Não correr o risco de se reinfectar; caso o parceiro também seja portador do HIV; evitando assim aumentar
sua carga viral, que é a quantidade de vírus dentro de um organismo.
A informação e a reflexão são os melhor es remédios. A AIDS é uma questão para ser pensada por todos nós. Temos
que ir além de transmitir informações sobre AIDS. É preciso falar de sexualidade naturalmente e ajudar as pessoas a criarem
intimidade como preservativo. Previna-se e ajude seus amigos, parentes e colegas de trabalho. Informe a todos sobre o risco e das
maneiras de se prevenir.
Seja solidário com o doente. O soro positivo, assim como todo doente, precisa de apoio e compreensão para suportar
o fardo de sua dor.
Ajude-o a levantar esse fardo. Não seja você também um peso nos sentimentos de uma pessoa.

7. Estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos


originados do processo produtivo
Cabe aqui a orientação a respeito do levantamento dos Riscos Ocupacionais, constado a metodologia de observação dos
mesmos, a formas de registro e a elaboração do Mapa de Riscos, como se segue:

TÓPICO ESPECIAL
Elaboração do Mapa de Riscos Ambientais
Utilizaremos como sugestão de metodologia para a elaboração do Mapa de riscos Ambientais, a proposta apresentada
pela redação anterior da NR-5. Lembramos ao leitor que o item 5.16 da alínea “a” da nova redação não estabelece uma
metodologia obrigatória porém exige a confecção do mesmo. Entendemos que a metodologia anterior satisfaz aos requisitos
mínimos previstos nesta nova redação NR 5.
Alguns dos aspectos abordados nestes comentários foram retirados e adaptados do Manual da FIESP (Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo) “Guia Prático para Elaboração do Mapa de Riscos de Acidentes do Trabalho”.
A seguir apresentaremos a transcrição na íntegra com comentários, metodologia apresentada na redação da NR-5 para
elaboração do Mapa de riscos Ambientais.

1. O Mapa de Riscos tem como objetivos:


a) Reunir as informações necessárias para estabelecer o diagnóstico da situação de segurança e saúde no trabalho e na
empresa;
b) Possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e divulgação de informações entre os trabalhadores, bem como estimular
sua participação nas atividades de prevenção.

2. Etapas da elaboração:
a) Conhecer o processo de trabalho no local analisado:
 os trabalhadores: número, sexo, idade, treinamentos profissionais e de segurança e saúde, jornada;
 os instrumentos e materiais de trabalho;
 as atividades exercidas;
 o ambiente.

b) Identificar os riscos existentes no local analisado, conforme a classificação da tabela;

c) Identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia;


 medidas de proteção coletiva;
 medidas de organização do trabalho;
 medidas de proteção individual;
 medidas de higiene e conforto: banheiro, lavatórios, vestiários, armários, bebedouro, refeitório, área de lazer.

d) Identificar os indicadores de saúde:


 Queixas mais freqüentes e comuns entre os trabalhadores expostos aos mesmos riscos;
 acidentes de trabalho ocorridos;
 doenças profissionais diagnosticadas;
 causas mais freqüentes de ausência ao trabalho.
e) Conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local.

f) Elaborar o Mapa de Riscos, sobre o Layout da empresa, indicando através de círculo:


 o grupo a que pertence o risco, de acordo com a cor padronizada na tabela I;
 o número de trabalhadores expostos ao risco, o qual deve ser anotado dentro do círculo;
 a especificação do agente (por exemplo: químico – sílica, hexano, ácido clorídrico; ou ergonômico – repetitividade
– receptividade, ritmo excessivo) que deve ser anotada também dentro do círculo;
 a intensidade do risco, de acordo com a percepção dos trabalhadores, que deve ser representada por tamanhos
proporcionalmente diferentes de círculos.

3. Após discutido e aprovado pela CIPA, o Mapa de Riscos, completo ou setorial, deverá ser afixado em cada local analisado,
de forma claramente visível e de fácil acesso para os trabalhadores.
4. No caso das empresas da indústria da construção, o Mapa de Riscos do estabelecimento deverá ser realizado por etapa de
execução de serviços, devendo ser revisto sempre que um fato novo e superveniente, modificar a situação de riscos
estabelecida.

COMENTÁRIOS

 A obrigatoriedade da elaboração e afixação do Mapa de riscos ambientais diz respeito somente aquelas empresas obrigadas a
manter a CIPA, mesmo que esta seja inoperante ou não tenha condições técnicas de elaborar o mapa de riscos. A elaboração
do mapa de riscos ambientais deve ser registrada na ata da CIPA.
 Existe muita dúvida no caso de uma empresa, obrigada a constituir CIPA, contratar uma outra que não esteja enquadrada.
Neste caso a empresa contratante deverá incluir na elaboração do seu mapa de riscos ambientais, o local de trabalho da
empresa contratada, seja ele canteiro de obras ou qualquer outro, em que ocorram as atividades exercidas pelos funcionários
da contratada.
 Quanto às empresas de construção civil, os mapas de cada obra devem ser realizados em cada uma das etapas da construção
como por exemplo da fundação, concretagem, acabamento e outras. Isto faz sentido em função do conceito de risco inserido
no mapa de risco, que diz respeito à uma situação dinâmica e que deve ser verificado, obrigatoriamente, a partir de um
levantamento de campo, logo não se pode fazer um mapa de riscos ambientais de um canteiro de obras ou de uma fase da
construção que ainda não existe, nem tão pouco se pode “aproveitar” um mapa de outro canteiro de obra, mesmo sendo da
mesma empresa e o mesmo tipo de construção.
 Nas empresas de transporte é fundamental caracterizar o tipo de veículo, além das áreas de administração e manutenção. Nas
usinas de açúcar ou similares, este mapas também podem ser feitos de maneira esquemática, sem necessidade de
proporcionalidade. Uma área de plantio, por exemplo, pode ter um mapa de risco do mesmo tamanho que o de uma usina
abrangendo as sessões mais importantes.
 Deve-se ter cuidado para não se obter conclusões precipitadas com a elaboração do mapa de riscos ambientais. Deve-se
lembrar que o princípio de sua elaboração diz respeito a uma percepção qualitativa de risco no ambiente pelos trabalhadores
que deve ser complementada com a elaboração do PPRA(NR-9) e com avaliações quantitativas dos agentes físicos e
químicos quando assim determinar a NR-15.
 O fato de ser identificado o risco físico “ruído” ou de qualquer agente químico não quer dizer necessariamente que a
atividade está sendo exercida de forma insalubre, se faz necessário também verificar quais as medidas de controle individual
e coletiva que estão sendo adotadas e se elas efetivamente estão protegendo a integridade física do trabalhador. É
fundamental, quando da existência do profissional do SESMT, o mesmo oriente a CIPA, quanto aos aspectos técnicos e
legais envolvidos. Não é da competência realizar levantamentos ambientais quantitativos, isto deverá ficar à cargo do
SESMT ou profissional contratado habilitado para tal.
 A não elaboração e afixação nos locais de trabalho do mapa de riscos podem implicar multas previstas na NR-28. As
infrações são classificadas por sua intensidade, representada por números de 1 a 4, e graduadas de acordo com o número de
empregados da empresa.

TABELA 1
Classificação dos principais riscos ocupacionais em grupos, de acordo com sua natureza e a padronização das cores
correspondentes:
GRUPO 1 GRUPO 2 GRUPO 3 GRUPO 4 GRUPO 5
VERDE VERMELHO MARRON AMARELO AZUL
Riscos Físicos Riscos Químicos Riscos Biológicos Riscos Ergonômicos Riscos de Acidentes
Ruídos Poeiras Vírus Esforço físico intenso Arranjo físico inadequado
Vibrações Fumos Bactérias Levantamento e transporte Máquinas e equipamento sem
manual de peso proteção
Radiações não ionizantes Neblinas Fungos Controle rígido de Iluminação adequada
produtividade
Frio Gases Parasitas Imposição de ritmos Eletricidade
excessivos
Calor Vapores Bacilos Trabalho em turno e noturno Probabilidade de incêndio ou
explosão
Pressões anormais Substâncias compostas ou Jornadas de trabalho Armazenamento inadequado
produtos químicos em geral prolongadas
Umidade Monotonia e repetitividade Animais peçonhentos
Outras situações causadoras Outras situações de risco que
de stress físico e/ou psíquico poderão contribuir para a
ocorrência de acidentes
COMENTÁRIOS

 É importante que a CIPA tenha conhecimento que a simples presença de produtos químicos ou qualquer outro agente no
local de trabalho, não implica, obrigatoriamente, na presença de risco à saúde . Isto vai depender de alguns fatores tais
como: a natureza do produto, concentração do agente químico ou intensidade do agente físico, o tempo de exposição e até
mesmo o tipo de proteção individual ou coletiva que é fornecida pelo empregador de modo a garantir sua integridade física.
 Nos quadros abaixo estão apresentados os riscos e os efeitos nocivos ao trabalhador, caso as medidas de controle individual
ou coletiva, não sejam adotadas de forma adequada. Os riscos a serem identificados no mapa de riscos ambientais estão
divididos em cinco grupos:

a) Riscos Físicos – Grupo 1;


b) Riscos Químicos – Grupo 2;
c) Riscos Biológicos – Grupo 3;
d) Riscos Ergonômicos – Grupo 4;
e) Riscos Acidentes – Grupo 5.

GRUPO 1 – RISCOS FÍSICOS


RISCOS CONSEQÜÊNCIAS
Ruído Cansaço, irritação, dores de cabeça, diminuição da audição, aumento da pressão arterial, problemas do aparelho
digestivo, taquicardia, perda auditiva e perigo de infarto.
Calor Taquicardia, aumento de pulsação, cansaço, irritação, prostação térmica, choque térmico, fadiga térmica,
perturbações das funções digestivas, hipertensão entre outros.
Radiações ionizantes Alterações celulares, câncer, fadiga, problemas visuais, acidentes do trabalho.
Pressões anormais Dores de cabeça, náusea, embolia, perigo de morte.
Radiações não Queimaduras, lesões nos olhos, na pele e outros órgãos.
ionizantes
Vibrações Cansaço, irritação, dores nos membros, dores na coluna, doença do movimento, artrite, problemas digestivos,
lesões ósseas, lesões dos tecidos moles, lesões circulatórias, etc.
Frio Câimbras, choque térmico, falta de coordenação entre outros.
Umidade Doenças do aparelho respiratório, quedas, doenças da pele, doenças circulatórias.

COMENTÁRIOS

 O grupo 1 do Mapa de Riscos Ambientais trata dos Riscos Físicos. A definição destes agentes segue os critérios
estabelecidos pela NR- 15, vale lembrar que a iluminação que fazia parte deste grupo foi transferida para o grupo 5
(Riscos de Acidentes) e não para o grupo 4 (Riscos Ergonômicos) caso os princípios da NR –17 (Ergonomia) fossem
seguidos.
 A seguir faremos uma breve apresentação dos cuidados com cada um dos riscos apresentados neste grupo:
a) Ruído: Dependendo do nível de pressão sonora, freqüência, tempo de exposição e susceptibilidade individual,
podem ser nocivos e irrecuperáveis ao trabalhador, que vão desde a perda auditiva até a surdez permanente. A
colocação de isolamento acústico e o uso de protetores auriculares são aspectos preventivos essenciais para
minimizar a exposição;
b) Calor: o uso de lentes de contato por operadores de fornos, soldadores (arco voltaico) e outros expostos a calor
extremo não é indicado, pois pode ocasionar até perda de visão;
c) Radiações ionizantes: os operadores de raio X, inspetores de solda podem ficar perigosamente expostos
ocasionando sérios problemas nos órgãos internos. Deve ser utilizado barreiras de proteção (chumbo ou material
compatível) além de minimizar o tempo de exposição.
d) Pressões anormais: Trata-se, principalmente, de atividade de mergulho, deve ser respeitado tempo de mergulho e
despressurização compatível com as condições de trabalho.
e) Vibrações: Deve existir o contato direto do trabalhador para que os efeitos nocivos se manifestem, as vibrações
podem ser localizadas ou generalizadas e podem ser causadas por ferramentas manuais, elétricas e pneumáticas.
As vibrações de corpo inteiro podem afetar os operadores de grandes máquinas, como motoristas de caminhão,
ônibus e tratores provocando dores lombares e lesões na coluna vertebral. Deve ser minimizado o tempo de
exposição, pois não existe proteção coletiva efetiva ou EPI para minimizar a exposição.
f) Frio: Deve ser minimizado o tempo de exposição sempre que possível, além de ser obrigatório a utilização de
roupas protetoras (EPI).
g) Radiações não ionizantes: Radiações do tipo infravermelho, presentes em operações de fornos, e na soldagem
oxiacetilênica e ultravioleta produzidas pela solda elétrica e raios laser, podem causar graves queimaduras, lesões
na pele e problemas visuais. Deve ser utilizado barreiras de proteção além de minimizar o tempo de exposição.
h) Umidade: Atividades exercidas em locais alagados ou com grande umidade podem ocasionar problemas da pele.
Deve ser utilizado roupas protetoras e em alguns casos proteção respiratórias.
GRUPO 2 – RISCOS QUÍMICOS
RISCOS QUÍMICOS CONSEQÜÊNCIAS
Poeiras Minerais Silicose (quartzo), asbestose (amianto), pneumoconiose dos minérios de
(sílica, asbesto, carvão mineral) carvão (mineral).
Poeiras Vegetais Bissinose (algodão), bagaçose (cana-de-açúcar).
(algodão, bagaço de cana-de-açúcar)
Poeiras Alcalinas Doença pulmonar obstrutiva crônica, enfisema pulmonar.
(calcário)
Poeiras incômodas Podem interagir com outros agentes prejudiciais presentes no ambiente de
trabalho, aumentando a sua nocividade.
Fumos Metálicos Doença pulmonar obstrutiva, febre de fumos metálicos, intoxicação e
específica de acordo com o metal.
Névoas, Gases e Vapores Ácido Clorídrico, ácido sulfúrico, soda cáustica, cloro (irritação das vias
aéreas superiores).
Hidrogênio, nitrogênio, hélio, metano, acetileno, dióxido de carbono,
monóxido de carbono (dor de cabeça, náuseas, sonolência, convulsões, coma,
morte).
Butano, propano, aldeídos, cetonas, cloreto de carbono, ticloroetilenoo,
benzeno, tolueno, álcoois, percloroetileno, xileno (ação depressiva sobre o
sistema nervoso, danos aos diversos órgãos, ao sistema formador do sangue).

COMENTÁRIOS

 O Grupo 2 do Mapa de Riscos Ambientais trata dos Riscos Químicos. É possível classificar em seis tipos, os contaminantes
presentes no ambiente de trabalho: gases, vapores, fumos metálicos, fumaças e neblinas.
 As vias de penetração e contaminação dos agentes químicos são:

a) Via cutânea (pele): o contato com solventes, ácidos e álcalis podem provocar lesões cutâneas graves tais como
queimadura química, aparecimento de caroços (acne química) atacando as mucosas dos olhos, boca e nariz ou
serem absorvidos pela pele, neste último caso a NR-15, anexo 11 apresenta quais os produtos que possuem esta
propriedade. Estes problemas podem acontecer quando os trabalhadores manuseiam estes produtos sem a
utilização do EPI adequado (proteção respiratória, óculos de segurança, luvas, aventais e botas impermeáveis).
b) Via digestiva (boca): A ingestão direta de substâncias químicas ou indireta, através da contaminação dos
alimentos, causa sérios problemas à saúde. A realização das refeições em locais inadequados e sem higiene
podem ocasionar este tipo de contaminação aos trabalhadores. Até mesmo a ingestão de remédios na dosagem
inadequada acarreta mais problemas do que solução ao paciente.
c) Via respiratória (nariz): Esta via é rápida de acesso dos contaminantes para dentro do organismo através do
sistema circulatório pode alcançar vários órgãos vitais, vale lembrar que gases em vapores, dependendo de sua
densidade específica podem permanecer por muito tempo em suspensão na zona de respiração do trabalhador.
Isto pode acontecer facilmente se não forem utilizados sistema de ventilação ou exaustão localizada e em último
caso o EPI (máscara com filtro químico ou mecânico dependendo do caso).

 Os produtos químicos encontram-se na natureza em três estados:


a) Gás: monóxido de carbono, dióxido de enxofre e amônia.
b) Sólido: soda cáustica em escamas, pós, poeiras de sílica e de cereais.
c) Líquido: ácidos, álcalis e solventes.

 Recomenda-se a leitura do art. 189 da CLT e NR 15 (Atividades e Operações Insalubres) para um maior aprofundamento
nas definições técnicas apresentadas acima.
 O quadro abaixo apresentam os principais produtos químicos utilizados na indústria, os riscos e os efeitos nocivos à saúde.

RISCOS DOS PRODUTOS QUÍMICOS


PRODUTO USO RISCOS PARA A SAÚDE SINTOMAS E EFEITOS
Antimônio Ligas com chumbo, fabricação de baterias, Encontra-se associado com chumbo e Sabor metálico. Dores no estômago ou
graxeiras, metais para imprensa,soldagens, arsênio. Seus compostos podem irritar os complicações intestinais. Vômitos,
fabricação de tintas, etc. olhos, pele e mucosas das vias diarréia, irritabilidade, fadiga, vertigens e
respiratórias. Pós e fumos podem dores musculares. Redução dos glóbulos
provocar lesões nos pulmões brancos. Lesões dos músculos cardíacos.
Chumbo Cátodo de baterias, na construção, em tintas, Penetra no organismo por inalação e Demência, fadiga, cólicas intestinais,
vernizes, tubulações, metal de imprensa, ingestão. Pode provocar lesões nos rins e cefaléia, visão dupla, alteração de
munições, fabricação de automóveis, latas no fígado. Alguns compostos do chumbo conduta, anemia, degeneração dos rins,
pesticidas e inseticidas podem provocar câncer. fígado e depressão do Sistema Nervoso
Central. Derivados orgânicos provocam
lesões cerebrais, alterações mentais,
ansiedade, delírio e morte.

RISCOS DOS PRODUTOS QUÍMICOS


PRODUTO USO RISCOS PARA A SAÚDE SINTOMAS E EFEITOS
Mercúrio Fabricação de termômetros, barômetros, O mercúrio acumula-se nos rins, fígado, Náuseas, vômitos, diarréia, cefaléia,
bombas de vácuo, contatos elétricos e na baço e ossos. Provoca inchaço das dores abdominais, tremores,
extração do ouro e por dentistas. glândulas salivares podendo resultar em convulsões, espasmos musculares e
queda dos dentes e úlceras na boca e alteração de conduta, nervosismo,
gengivas. irritabilidade, ansiedade e depressão.
Níquel Usado em ligas com aço na produção de Pode provocar dermatite e alergias. É um Dor de cabeça, falta de ar, vertigens,
máquinas, componentes elétricos: agente cancerígeno, podendo atingir os vômitos, febre alta, tosse, delírio,
catalisador em banhos eletrolíticos, pulmões, ossos e outros órgãos internos. alucinações, diminuição sangüínea e
baterias e fabricação de moedas. morte.
Zinco Usado na fabricação de baterias, pilhas, Os fumos provocam a febre dos Dermatite, irritações digestivas
ligas de latão, bronze e galvanização. metalúrgicos (calafrio, febre alta e secura provocando náuseas, vômitos e dores
na boca). Seus compostos prejudicam os abdominais.
olhos, a pele e mucosas.
Ácido Nítrico Usado na dissolução e tratamento de É tóxico para a pele, os olhos e a mucosa Irritação das mucosas (nariz, garganta
minérios metálicos. das vias respiratórias. Pode produzir e olhos), pressão torácica, respiração
edema pulmonar. agitada, náuseas, vertigens, salivação,
sensação de fadiga muscular e
bronquite.
Ácido Usado como dissolvente na degradação Provoca irritação do sistema respiratório. Tosse, pneumonia química e erosão
Sulfúrico de certos minérios. Forma-se Quando diluído pode causar dermatite e dos dentes, náusea, vômitos e dores
espontâneamente no tratamento do lesões nos pulmões. Seus vapores são abdominais.
minério de enxofre. corrosivos para a pele e os olhos
Cloro Usado na extração de alguns minérios e Irrita os olhos, a pele e as mucosas das Causa sensação de picadas, ardo e
na eletrólise e alguns metais. É liberado vias respiratórias. congestão nos olhos e na pele e
nos gases de explosão e fusão. hipertensão. Em altas doses pode
causar colapso respiratório.
Alumínio Usado na construção, indústrias Oferece risco sob a forma de pó, no uso O pó pode provocar irritação nos
aeronáuticas e automobilísticas, de lixas e rebolos. olhos, enfisema pulmonar e fibrose
fabricação de cabos elétricos, utensílios pulmonar.
de cozinha e papel alumínio. Usado,
também como pigmento em algumas
pinturas e ligas como duralumínio.
Cádmio Usado na galvanização de outros metais Os fumos podem causar envenenamento. Febre alta, queimação na garganta,
para evitar corrosão. Facilita o processo tosse, náuseas, opressão no peito,
de solda. É usado em algumas peças de vômito, dor de cabeça, e cianose
motores, baterias de cadmio, níquel, (coloração azulada por deficiência de
foguetes, mísseis e aviões. oxigênio no sangue).
Metanol O metanol (álcool metílico) é um álcool Os efeitos no organismo ocorrem pela Distúrbios visuais, vertigens, dor de
retirado da madeira e do gás natural. contaminação através da respiração, cabeça, perturbações digestivas,
Também é chamado de álcool de ingestão e contato com a pele. Se irritação nas mucosas do nariz. O
madeira. Usado como combustível de ingerido, pode provocar cegueira e ser contato com olhos pode produzir
veículos. fatal. queimação e queimaduras. O contato
com a pele pode causar dermatose.

 O quadro abaixo apresenta os seguintes agentes químicos que estão presentes em algumas indústrias:

AGENTES QUÍMICOS TÍPICOS DE ALGUMAS INDÚSTRIAS


INDÚSTRIA PROCESSO DE OPERAÇÃO AGENTES QUÍMICOS QUE PODEM ESTAR PRESENTES NO
AMBIENTE DE TRABALHO
Aciaria Fundição Poeiras contendo sílica livre cristalizada, óxido de ferro, silicatos,
carbonatos, monóxido de carbono (CO), dióxido de enxofre (SO),
fumos de fósforo, chumbo, ferro, manganês (função de composição
de metal fundido).
Algodão Abridores, batedores e retorcedeiras Poeira de algodão.
Merceirização Hidróxido de sódio, ácido sulfúrico.
Branqueamento Hipoclorito de sódio
Acabamento Para-nitrofeno, acrilonitrila.
Baterias de Bateria Chumbo, óxido de chumbo, poeira de talco (utilizada nos moldes),
acumuladores Bateria níquel – cádmio/ alcali ácido sulfúrico (na operação de empastamento).
Cádmio
Borracha natural Preparação da Mistura Aminas aromáticas (ex: 4 difenil amina, naftil amina), solventes
orgânicos.
Borracha sintética - Tolueno diisocianato ou outros isocianatos, ácido acético, ácido
sulfúrico, acrilonitrila, cloro butadieno, estireno, etilbenzeno,
isopreno, dicloroetano.
Botões de - Estirol, fenol, folmaldeído, ácido acrílico, dissulfeto de carbono,
plásticos tetracloreto de carbono.
Calçados Colagem Solventes orgânicos constituintes da cola (ex: benzeno, tolueno,
xileno).
Cera - Cloro, naftalina e difenil
Cerâmica Manueseio, matérias-primas, Rebarbação, Poeira contendo sílica livre cristalizada
polimento, esmaltação, Chumbo, poeira contendo sílica livre cristalizada.
Esmaltação Benzeno, nitrobenzeno, tricloro-etileno, água-rás, poeira contendo
limpeza, decoração sílica livere cristalizada.
Demolde de caixas Querosene, poeira contendo sílica livre cristalizada.
Cerveja Fermentação Dióxido de Carbono (CO2).
Revestimentos dos vasilhames Tricoetileno
Vazamento de gases Amônia
Refrigerantes Freon
Coque Reparação de material refratário e corte Poeira contendo sílica livre cristalizada
Reparação de sistemas de transmissão Monóxido de Carbono (CO2).
Coleta de alcatrão Naftil amina
Retorta Benzopireno.
Couro - Benzeno, Xileno, Toluol.

AGENTES QUÍMICOS TÍPICOS DE ALGUMAS INDÚSTRIAS


INDÚSTRIA PROCESSO DE OPERAÇÃO AGENTES QUÍMICOS QUE PODEM ESTAR PRESENTES NO
AMBIENTE DE TRABALHO
Espelhos - Ácido clorídrico (HCI), nitrato de prata, amônia, hidróxido de prata, amina.
Explosivos - Nitroglicerina, dinitrato de etileno glicol, tetrilo, trinitrotolueno.
Fibra de Vidro Em geral Poeira de sílica livre no manuseio de matéria-prima, poeira de fibra de vidro,
Colagem álcool metílico e acetato de etila.
Fibras Artificiais - Dissulfeto de carbono, benzeno, ácido acético, gás sulfídrico (H 2S), ácidos
orgânicos.
Refrigerante Vazamento de Gases Refrigerantes Amônia, hidrocarbonetos halogenados.
Siderúrgica - Monóxido de carbono (CO), poeira de óxido de ferro.
Tintas - Sais de chumbo, óxido de zinco, óxido de ferro, óxido de cromo (pigmentos),
álcoois, ésteres, cetonas e éteres de glicol (solventes), ácidos inorgânicos.
Vidro - Sílica, chumbo, poeira de soda e potassa, dióxido de enxofre (SO2).
 O quadro abaixo apresenta os principais produtos químicos utilizados nos processos industriais.

AGENTES QUÍMICOS PRESENTES EM VÁRIOS TIPOS DE INDÚSTRIAS


PROCESSO OU OPERAÇÃO AGENTES QUÍMICOS QUE PODEM ESTAR PRESENTES NO TRABALHO
Decapagem Ácido sulfúrico, ácido clorídrico, ácido fosfórico, ácido nítrico, ácido fluorídrico
Desengraxamento Gasolina, querosene, tetracloreto de carbono, hidrocarbonetos clorados (tricloroetileno),
tetracloroetileno.
Fosfatização Ácido crômico.
Galvanização Fumos de óxido de zinco
Ácido clorídrico, amônia, ácido sulfúrico.
Jateamento de areia Poeira contendo sílica livre cristalizada.
Polimento eletrolítico de metais Ácido fosfórico, ácido sulfúrico, vapores de solventes orgânicos.
Revelação fotográfica Amino derivados (fenolamina), ácidos fortes, álcalis fortes, aldeídos (formaldeídos), aminas
alifáticas.
Solda ou corte oxiacetilênico Óxidos de nitrogênio
Solda de corte a arco Ozona, monóxido de carbono, fosgênio.
Tratamento da água Cloro
Tratamento térmico de metais. Monóxido de carbono, propano, óxidos de nitrogênio, gás cianídrico.

GRUPO 3 – RISCOS BIOLÓGICOS


RISCOS CONSEQÜÊNCIAS
Bacilos, bactérias, fungos, Tuberculose, intoxicação alimentar, brucelose, malária, febre amarela.
protozoários, parasitas e vírus

COMENTÁRIOS

 O Grupo 3 do Mapa de Riscos Ambientais trata dos Riscos Biológicos. A interpretação dada neste grupo para riscos
biológicos difere um pouco dos aspectos técnicos e legais apresentados na NR15 Anexo 14. Enquanto no referido anexo,
estão definidas as atividades que potencialmente expõem os trabalhadores aos agentes biológicos, aqui, neste grupo, a
avaliação é genérica, que vai desde a exposição à microorganismos até animais peçonhentos como cobras e escorpiões.
 Os riscos biológicos, apresentados neste grupo, surgem do contato de certos microorganismos e animais peçonhentos com o
homem em seu local de trabalho. Em função das características peculiares de algumas atividades, a probabilidade do
contato é muito maior, como por exemplo o trabalho em coleta de lixo, ambulatórios, laboratórios de análises.
 Da mesma forma que os agentes químicos, os agentes biológicos podem entrar no organismo através das vias cutâneas,
digestiva e respiratória. Algumas doenças como a malária e a febre amarela podem ser causadas por estes agentes. Vale
ressaltar que o exercício do trabalho em locais onde estas doenças se apresentam com problemas regionais (regiões
endêmicas), não irão caracterizar o acidente de trabalho, porém merecem todos os cuidados preventivos para evitá-las.
 As medidas preventivas incluem o controle médico, aspectos preventivos de proteção individual e coletiva, higiene no local
de trabalho, utilização de roupas adequadas e vacinação.

GRUPO 4 – RISCOS ERGONÔMICOS


RISCOS CONSEQÜÊNCIAS
Trabalho físico pesado, posturas incorretas Cansaço, dores musculares, fraqueza, hipertensão arterial, úlcera duodenal, doenças do sistema
e posições incômodas nervoso, alterações no ritmo normal de sono, acidentes, problemas de coluna, etc.
Ritmos excessivos, monotonia, trabalho em Cansaço, dores musculares, fraqueza, alterações do sono, da libido da vida social com reflexos
turnos, jornada prolongada, conflitos, na saúde e no comportamento, hipertensão arterial, taquicardia, angina, infarto, diabetes, asma,
ansiedade, responsabilidade doenças nervosas, doenças do aparelho digestivo (gastrite, úlcera, etc), tensão, ansiedade,
medo, etc.

COMENTÁRIOS

 O Grupo 4 do Mapa de Riscos Ambientais trata dos Riscos Ergonômicos. Este grupo trata dos riscos relacionados ao
processo produtivo e das tarefas executadas em situações inadequadas tais como postura, altura inadequada de cadeira,
isolamento, trabalhos repetitivos que se tornam agentes potenciais de acidentes ou doenças ocupacionais.
 A ergonomia é a ciência que estuda a relação homem e o ambiente de trabalho. Os agentes ergonômicos aqui
evidenciados podem ocasionar distúrbios psicológicos e fisiológicos provocando sérios danos ao trabalhador em função das
alterações no organismo e no seu estado emocional, que podem comprometer a produtividade individual e coletiva, o seu
relacionamento familiar e profissional e sua saúde.
 Para evitar os acidentes e os efeitos nocivos provenientes de um sistema industrial altamente seletivo e competitivo, é
fundamental adequar o homem às condições de trabalho levando em consideração a praticidade, o conforto físico e psíquico.
Esta adequação do ambiente de trabalho requer melhorias nas condições de higiene, no relacionamento interpessoal,
modernização de máquinas e equipamentos, uso de ferramentas adequadas, racionalização das tarefas, postura adequada,
simplificação e diversificação do trabalho.
 Recomenda-se a leitura da NR 17 (Ergonomia) e seus comentários.

GRUPO 5 – RISCOS DE ACIDENTES


RISCOS CONSEQÜÊNCIAS
Arranjo físico deficiente Acidente, desgaste físico excessivo
Máquinas sem proteção Acidentes graves
Instalações elétricas inadequadas Curto-circuito, choque elétrico, incêndio, queimaduras, acidentes
fatais
Matéria-prima sem especificação Acidentes, doenças profissionais, queda da qualidade de produção
Ferramentas inadequadas Acidentes, principalmente nos membros superiores
Falta de EPI ou inadequado ao risco Acidentes, doenças profissionais
Transporte de materiais e equipamentos sem as devidas precauções Acidentes
Edificações com defeitos de construção a exemplo de piso com Quedas, acidentes.
desníveis, escadas de especificação, ausência de saídas de
emergência, mezanimos sem proteção, passagens sem a altura
necessária.
Falta de sinalização nas saídas de emergência, da localização de Ações desorganizadas nas emergências, acidentes
escadas e caminhos de fuga, alarmes, extintores de incêndios.
Armazenagem e manuseio inadequado de gases e líquidos Incêndios, explosões.
inflamáveis, curtos-circuitos, sobrecargas de redes elétricas.

COMENTÁRIOS

 O Grupo 5 do Mapa de Riscos Ambientais trata dos Riscos de Acidentes. É um grupo com uma abrangência muito
diversificada de situações adversas no local de trabalho que vão desde a utilização improvisada, inadequada ou defeituosa de
máquinas e equipamentos até questões de arranjo físico.
 Os riscos de acidentes mais comuns no ambiente de trabalho envolvem principalmente os aspectos construtivos das
edificações e a utilização de máquinas e equipamentos. É fundamental que os aspectos corretivos de manutenção predial e
de equipamentos sejam atendidos pelo empregador, uma máquina funcionando precariamente pode ocasionar mais custos
operacionais do que se estivesse parada em manutenção.
 Entende-se no item “ outras situações que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes” aquelas situações
provenientes de aspectos comportamentais negativos, individuais ou coletivos, provenientes da administração, supervisão ou
do operador que possam ocasionar um acidente. O exercício de uma atividade que exija um treinamento específico ou até
mesmo a ausência de treinamento introdutório que permita a adaptação de um funcionário novo ao trabalho podem ser
inseridos neste contexto.
 Recomenda-se a leitura da NR 11 (Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais) e NR 12
(Proteção de Máquinas e Equipamentos ) e seus comentários.
 A iluminação inadequada, que pertencia inicialmente ao Grupo 1 (Riscos Físicos), passou a integrar o grupo dos riscos
de acidentes e não o Grupo 4 (Riscos Ergonômicos) o que seria mais coerente respeitando as determinações da NR 17
(Ergonomia).

RISCOS NA UTILIZAÇÃO DAS FERRAMENTAS


FERRAMENTAS USO INCORRETO USO CORRETO
Faca Uso da faca como chave de fenda ou alavanca.
Chaves de Fenda Como alavanca ou talhadeira.
Martelos Uso de martelo de unha em aço alta têmpera, de
martelo de mecânica em carpintaria, de martelo de
unha como talhadeira.
Limas Como martelo ou alavanca.
Talhadeiras Como chave de fenda ou alavancas.
Serras de mão Uso em material impróprio. Uso em material indicado.
Uso de serra para corte perpendicular às fibras. Uso de traçador para corte no sentido das fibras.
Uso da serra para cortar no sentido das fibras.

 O uso dos trabalhos de elaboração do Mapa de Riscos Ambientais pela CIPA deve ser registrado em ata de reunião
ordinária ou extraordinária de modo a documentar o início e o fim dos trabalhos. Isto é importante, visto que, este trabalho
pode demorar alguns meses para ser finalizado sendo que neste período pode ocorrer a fiscalização da DRT que poderá
solicitar maiores informações sobre o andamento dos trabalhos.
 A legislação exige uma representação gráfica do mapa de riscos ambientais e que o mesmo esteja presente nas seções
em que foram identificados os riscos. Não são exigidos desenhos com precisão técnica na sofisticação, porém os mapas a
serem elaborados devem representar fielmente o ambiente de trabalho.
 Deve existir um pouco de bom senso na distribuição destes mapas pelas seções de trabalho, um mapa pode englobar
algumas seções que trabalham fisicamente próximas, isto facilita o trabalho e o cumprimento da legislação. É sempre bom
elaborar um mapa geral que apresente de um forma geral, os riscos existentes na unidade industrial em questão. Recomenda-
se, também que este mapa deva ser colocado em um local onde a maioria das pessoas, inclusive os prestadores de serviço e
visitantes tenham acesso.
 É aconselhável elaborar algumas planilhas identificando os locais, as atividades e os riscos levantados pela CIPA, antes
da elaboração final do mapa de riscos. Na tabela abaixo estão exemplificados alguns riscos característicos de algumas
atividades industriais.

RISCOS EM SEÇÕES OU ATIVIDADES


ATIVIDADES RISCOS FÍSICOS RISCOS RISCOS RISCOS ERGONÔMICOS RISCOS DE
QUÍMICOS BIOLÓGICOS ACIDENTES
Usinagem Ruído Óleo de corte - Postura incorreta, Fagulhas nos olhos
levantamento de peso

RISCOS EM SEÇÕES OU ATIVIDADES


ATIVIDADES RISCOS FÍSICOS RISCOS RISCOS RISCOS ERGONÔMICOS RISCOS DE
QUÍMICOS BIOLÓGICOS ACIDENTES
Prensagem Ruído - - Postura, repetitividade, Cortes, perfurações
monotonia.
Caldeiraria Ruído, calor Fumo, gases - Postura, levantamento de Choque elétrico,
tóxicos peso queimaduras
Jateamento de areia Ruído Poeira - Postura incorreta, ritmo Projeção de
excessivo, trabalho em pé partículas,
iluminação
deficiente
Galvanoplastia - Névoas, vapores, - Postura incorreta , Quedas
ácidos ritmo excessivo, trabalho em

Pintura Ruído Solventes, - Postura incorreta Iluminação
substâncias ritmo excessivo deficiente
químicas trabalho em pé
agressivas
Com ferramentas Ruído - - Postura incorreta, ritmo Cortes, perfurações,
portáteis Vibração excessivo batida contra
Tornearia Ruído Óleo solúvel - Postura incorreta, trabalho Fagulhas, cortes
em pé, levantamento de
peso, responsabilidade
Alto-forno Calor, radiação não Gases, poeiras, - Postura, responsabilidade Queimaduras
ionizante fumos metálicos

 A elaboração do mapa de riscos ambientais, esbarra, algumas vezes, no planejamento e organização dos dados
levantados dificultando sua elaboração. Desta forma apresentaremos uma síntese e alguns pontos importantes, e que
certamente já vem sendo adotados por muitos profissionais do SESMT na orientação da CIPA.

a) Levantamento e identificação dos riscos: É fundamental ter disponível, pelo menos, um desenho simples da
fábrica em que possa se identificar todas as sessões do local em estudo. Os membros da CIPA deverão fazer um
levantamento de campo, visitando as sessões da empresa e ouvindo os trabalhadores envolvidos em seus postos
de trabalho. Durante este levantamento, recomenda-se organizar uma planilha de atividades, os riscos
encontrados e o número de funcionários envolvidos.

Durante esta fase é importante perguntar aos trabalhadores expostos, possíveis incômodos, esta informação,
embora seja apenas qualitativa e sem embasamento técnico, representa a percepção de ambiente dos trabalhadores
que de uma maneira simples e quase instintiva irá alertar para problemas que realmente possam estar existindo e
que possam ser avaliados posteriormente com um maior rigor técnico.

b) Avaliação dos riscos: a CIPA deve discutir todos os riscos identificados no levantamento de campo, nesta fase
será classificado o grau: “Risco Grande”, “Risco Médio” e “Risco Pequeno”. Caso exista profissionais do
SESMT no local, os mesmo poderão orientar tecnicamente os cipeiros na classificação final.

c) Disposição dos círculos no mapa: Os riscos e sua gradação são identificado por círculos coloridos em tamanhos
diferenciados sem dimensões pré determinadas. Estes círculos podem ser pintados, colados, impressos por
computador ou qualquer outra forma de apresentação, desde que visível.

Cada círculo deve ser colocado no local do mapa onde foi identificado o risco. Dentro dos círculos deve ser
colocado o número de funcionários expostos aos riscos no local avaliado e a especificação do agente. Sugestão
para apresentação dos riscos em função da gradação qualitativa (Pequeno, Médio ou Grande).

 Caso existam num mesmo local ou seção, diversos riscos de um só tipo, como por exemplo riscos físicos (ruído,

8 10 30
ELETRICIDADE BENZENO RUÍDO

VERDE
VERMELHO
AZUL

vibração e calor), não é necessário um círculo para cada um deles, basta um círculo, neste caso na cor verde, desde que
os mesmos tenham o mesmo grau.
 Uma outra situação é a existência de riscos de tipos diferentes com mesmo grau (pequeno, médio ou grande) num
mesmo local e com mesmo número de trabalhadores expostos. Neste caso divide-se o círculo conforme a quantidade de
riscos (2,3, 4 e até cinco parte iguais), sendo que cada parte com sua cor respectiva.

 Na elaboração do mapa de riscos ambientais pode ser utilizado um formulário para auxiliar no levantamento dos dados
necessários. Veja o exemplo abaixo:

1. Local avaliado: Acabamento


2. Número de trabalhadores expostos: 7
3. Idade: 18-25: 0
26-31: 4
32-37: 3
38-43: 0
44-49: 1
50-55: 0
acima de 55: 0
4. Processo de trabalho: Pintura
5. Sexo: Masculino
6. Treinamento realizados: Programa de proteção respiratória
Operação de explosímetro e oxímetro
7. Instrumentação/Material utilizado: Pincel, pistola
8. Produtos Químicos utilizados: Tinta, solventes e cola
9. Atividade exercida: Pintura de peças e colagem de etiquetas
10. Riscos existentes: Físicos: ruído
Químicos: vapores e neblinas
Ergonômicos: postura inadequada
11. Medidas preventivas existentes: Sistema de exaustão
Utilização de máscara com filtro químico
12. Eficiência da proteção adotada: Boa
13. Organização do trabalho: Rodízio de 2 em 2 horas.
14. Medidas de higiene e conforto: Banheiro, vestiário e água potável próximo ao setor
15. Acidente de trabalho ocorridas no setor: Um acidente no primeiro semestre de 1998
16. Doenças profissionais ocorridas no setor: Dermatite por exposição continua a produto químico.

8. Pricípios básicos de prevenção de incêndios

Química do fogo
Triângulo do fogo
Para que haja combustão ou queima, devem estar presentes e devem atuar junos três elementos. O primeiro é o
combustível, aquilo que vai queimar e transformar-se. O segundo é o calor, que dá início à combustão, que faz começar o fogo. O
terceiro é o oxigênio, gás existente no ar, respirável, que é chamado de comburente. Esses três elementos são denominados
elementos essenciais do fogo.
Isso significa que se faltar um deles não haverá fogo.
Como são três os elementos essenciais do fogo, se forem representados por três pontos e se forem ligados, ter-se-á o
triângulo do fogo.
Rompimento do triângulo do fogo
O rompimento do triângulo do fogo, isto é, a extinção do fogo é provocada por uma das três práticas:
 retirada do material combustível;
 resfriamento;
 abafamento

Ponto de fulgor
É a temperatura mínima em que um corpo desprende gases que se queimam em contato com uma fonte externa de
calor, não havendo duração prolongada na queima, por não serem os gases em quantidade suficiente.

Ponto de combustão
É a temperatura na qual um corpo emite gases em quantidade suficiente para que haja chama permanente, quando
houver contato com uma fonte externa de calor.

Ponto de ignição
É a temperatura na qual os gases desprendidos por um corpo entram em combustão sem o auxilio de fonte externa de
calor. Somente a presença do oxigênio é suficiente.

Transmissão de calor
O conhecimento das formas pelas quais o calor se transmite é da mais alta importância, porque é através da propagação
do calor que os focos de incêndio iniciam ou alastram-se.
A transmissão do calor ocorre pelas seguintes formas:

 condução - o calor se propaga de um corpo para outro por contato direto ou através de um meio condutor do calor
intermediário;
 convecção - o calor se propaga através de um meio circulante, líquido ou gasoso, a partir da fonte;
 radiação - o calor se propaga por meio de ondas caloríficas irradiadas por um corpo em combustão.

Classes de incêndio
Os incêndios são divididos em quatro classes:

 Classe A - fogo em material combustível sólido (papel, madeira, tecidos, fibras, etc.);
 Classe B - fogo em gases e líquidos inflamáveis ( óleo, gasolina, gás liquefeito de petróleo, thiner, gás natural, etc.).

Observação: Nota-se que os materiais da classe A, após a queima, deixam cinzas e brasas, e os produtos da classe B não
deixam brasas e queimam na superfície;

 Classe C - fogo em equipamentos elétricos energizados, ou seja, ligados;

Classe D - fogo em materiais pirofóricos (magnésio, potássio, alumínio em pó, etc.).

Agentes extintores
São certas substâncias (sólidas, líquidas e gasosas) utilizadas na extinção do incêndio, quer abafando-o, quer
resfriando-o ou, ainda, utilizando conjuntamente esses dois processos. Os agentes extintores devem ser empregados conforme a
classe de incêndio, pois, em alguns casos, sérias conseqüências poderão ocorrer se empregados 1inadequadamente.
Os principais agentes extintores são:

 água - jato pleno ou compacto, chuveiro, neblina e vapor


 areia (seca)
 gases inertes - C02 ,nitrogênio, etc.
 líquidos voláteis - tetracloreto de carbono, clorobromometano, brometo de metila
 espuma - química e mecânica
 pós químicos - talco, sulfato de alumínio, grafite, bicarbonato de sódio
 líquidos umectantes
Existem aparelhos extintores dos mais variados tipos, tamanhos, modelos e processos de funcionamento.
Quanto ao tamanho, os extintores podem ser: portáteis (até 10 litros para espuma, carga líquida e água pressurizada; até
seis quilos para C02 e até 10 quilos para pó químico) e rebocáveis (carretas), para tamanhos maiores.
Quanto ao processo de funcionamento, são geralmente de duas espécies:

 de inversão - os de espuma e carga líquida;


 de válvula - os de gás carbônico, pó químico seco e água pressurizada. As válvulas são encontradas nos mais variados
tipos e modelos.

Os extintores ainda diferem em pressurizados e não-pressurizados. Os pressurizados têm, no seu interior, a pressão
necessária ao seu funcionamento. Os não-pressurizados são aqueles que têm necessidade de serem dotados de um recipiente
anexo, contendo um gás inerte, a fim de promover a expulsão de sua carga líquida, tendo pressão desenvolvida pela própria
reação química das substâncias que integram sua carga.
Os extintores mais usuais são os de:
 Pó químico pressurizado
 Pó químico com pressão injetada
 Gás carbônico (CO2) com difusor acoplado ao corpo
 Gás carbônico (CO2) com difusor acoplado à mangueira
 Água pressurizada
 Água com pressão injetada.

Extintores e as classes de incêndio


Os aparelhos usados para extinção têm seu uso relacionado às classes de incêndio, de acordo com os agentes extintores
de suas cargas.

Fogo classe A
Para extinção de um incêndio, a regra é sempre romper o triângulo do fogo. Neste caso, o que será mais conveniente,
mais prático?
1. Retirar o comburente?
2. Retirar o combustível?
3. Retirar o calor?
Neste tipo de fogo, a melhor escolha está na retirada do calor. Retirar o calor quer dizer, diminuir, baixar a temperatura
para que esta fique abaixo do ponto de ignição. Esse resfriamento obtém-se com a água pura ou solução de água com algum
produto que ajude a combater as chamas.

Fogo classe B
Sempre seguindo a regra de romper o triângulo do fogo, conclui-se que, nesse tipo de incêndio, o melhor é retirar o
comburente (oxigênio). É que o fogo em líquidos só se desenvolve na superfície dos mesmos. Não há aquecimento abaixo da
superfície, não havendo formação de brasas. Deve-se, portanto, fazer o abafamento da superfície. Para isso utilizam-se extintores
de gás carbônico ou pó químico, que impedem o contato do oxigênio do ar (comburente) com a superfície em chamas. Afastado o
comburente, está rompido o triângulo do fogo e as chamas cessam.

Fogo classe C
São incêndios que atingem equipamentos elétricos energizados, isto é, com a corrente ligada, nos quais não se pode
usar um tipo qualquer de produto extintor porque o operador pode, até mesmo, ser eletrocutado. Estando a corrente ligada, usam-
se extintores de gás carbônico ou de pó químico seco; com a corrente desligada, esse tipo de incêndio passa a ser combatido
como se fosse das classes A ou B.

Fogo classe D
Para incêndios em metais pirofóricos, existem pós especiais para a extinção do fogo que formam camadas protetoras,
impedindo a continuação das chamas. A limalha de ferro fundido se presta ao combate desse tipo de incêndio.

Procedimentos em caso de incêndios


Tão cedo o fogo se manifeste, cabe:

a) Acionar o sistema de alarme;


b) Chamar imediatamente o Corpo de Bombeiros;
c) Desligar máquinas e aparelhos elétricos, quando a operação do desligamento não envol~ ver riscos adicionais;
d) Atacá-lo o mais rapidamente possível pelos meios adequados.
As máquinas e aparelhos elétricos, que não devem ser desligados em caso de incêndio, deverão conter placa com aviso
referente a este fato, próximo à chave de interrupção.
Poderão ser exigidos, para certos tipos de indústria ou de atividade onde seja grande o risco de incêndio, requisitos
especiais de construção, tais como portas e paredes corta-fogo ou diques ao redor de reservatórios elevados de inflamáveis.
Exercício de Alerta.
Os exercícios de combate ao fogo deverão ser feitos periodicamente, objetivando:
a) Que o pessoal grave o significado do sinal de alarme;
b) Que a evacuação do local se faça em boa ordem;
c) Que seja evitado qualquer pânico;
d) Que sejam atribuídas tarefas e responsabilidades específicas aos empregados;
e) Que seja verificado se a sirene de alarme foi ouvida em todas as áreas.
Os exercícios deverão ser realizados sob a direção de um grupo de pessoas, capazes de prepará-los e dirigi-los,
comportando um chefe e ajudantes em número necessário, segundo as características do estabelecimento.
Os planos de exercício de alerta deverão ser preparados como se fosse um caso real de incêndio.
Os estabelecimentos que não mantenham equipes de bombeiros, deverão Ter alguns membros do pessoal operário, bem
como os guardas e vigias, especialmente exercitados no correto manejo do material de luta contra o fogo e o seu emprego.
Apêndice 1
Resposta para a simulação de acidentes.

Descrição do O funcionário estava operando furadeira elétrica sobre uma escada de armar, quando foi
Acidente: surpreendido por um choque elétrico vindo a cair da escada, fraturando o braço direito na queda.

Resp. 1: Subir na escada para realizar operação da furadeira elétrica.

Resp. 2: Permitir o uso de equipamentos defeituosos (escada e furadeira) nas atividades produtivas e não
orientar os funcionários a trabalharem com segurança.

Resp. 3: Utilizar uma escada bamba e não inspecionar a furadeira antes de liga-la à rede elétrica.

Resp. 4: Escada defeituosa e furadeira com fio desencapado.

Resp. 5: Usar equipamentos defeituosos.

Resp. 6: Oito meses.

- Promover uma política de manutenção periódica de equipamentos defeituosos e/ou substituição


Resp. 8: daqueles equipamentos que não possam ser consertados.
- Orientar os funcionários a inspecionar os equipamentos em uso e informar à chefia quando estes
equipamentos não apresentem condições favoráveis de uso.

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