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Aula aberta sobre formulação

de caso baseado em evidências.


Humberto Macedo Borges Albuquerque de Mendonça
CRP 11/15903
Componentes Principais
1. Identificação colaborativa: Sintomas, Sinais, problemas da vida comum, histórico patológico pregresso, análise de
vulnerabilidade social, traumas infantis, influências biológicas e genéticas . Incluindo o próprio paciente e relacionados com a
sua vida em sociedade. É importante estabelecer possíveis Red Flags do paciente que requerem atenção imediata. Incluindo
Suicido, intenção homicida, Negligência, abuso de substâncias.
2. Diagnóstico: A maioria dos protocolos são designados para diagnósticos específicos. Nesse contexto, saber o diagnóstico
auxilia na tomada de decisões quanto à intervenção.Além disso, o diagnóstico facilita a comunicação com os demais
profissionais da saúde.
3. Hipóteses explicativas e Formulação de caso: A partir do comportamento problema se faz necessário traçar várias
hipóteses aplicativas que não necessariamente apontam em direção à verdade. Mas que influenciam o pensamento clínico
para adquirir informações relevantes sobre o caso. A formulação de caso possui 5 componentes: Precipitantes,Histórico,
Recursos Pessoais do Paciente, Obstáculos, Hipótese Central.
4. Plano de tratamento: Hipóteses de Intervenção, Aspectos particulares do pacientes, revisitar cada termo da formulação de
caso, Hierarquizar as etapas e intervenções.
1. Precipitantes
Definição:Eventos estressores e experiência
que desencadeiam os sintomas ou as
hipóteses de mecanismos que levam aos
sintomas
Histórico
Definição: Averiguar histórico de
aprendizagem, familiar e cultural e biológica que
sustenta as hipoteses formuladas.
Recursos Pessoais do Paciente
Definição: Esperança, motivação, rede
apoio. Fatores que favorecem a alavancagem
para a recuperação do paciente.
Obstáculos
Definição: Fatores que podem dificultar o
tratamento do paciente. Ambiente invalidante,
Déficit em Habilidades sociais, fatores
Psicossociais
Hipótese Central
Definição: Estabelecimento de uma hipótese
central a partir da colaboração com o paciente
sobre os mecanismos que estão gerando o
problema.
Plano de tratamento
Como fazer:
Passo 1: Volte e reveja a sua formulação de caso. De preferência
coloque ela num quadro branco ou imprima para que você consiga
visualizar ela inteira.
Passo 2: Escolha o tipo de terapia recomendada com base nas
melhores evidências disponíveis.
Passo 3: Estabeleça os objetivos do tratamento e pense os
obstáculos que podem impedir esses objetivos.
Passo 4: Estabeleça o prognóstico e pense se precisará de
tratamento multidisciplinar para o caso.
Vamos treinar?
O paciente José, 48 anos, heterossexual, lhe foi encaminhado para começar o tratamento psicoterápico.
Ainda por mensagem ele relatou estar bastante ansioso para o início do tratamento e disse que precisava
muito da terapia. Na primeira sessão, relatou que sua vida social estava bastante restringida e que era
incapaz de pensar em aproveitar a vida fora do trabalho. José tem duas filhas. Uma adolescente e a outra é
uma jovem adulta. Ambas possuem diagnóstico de TAG.

De fato, José disse que é a terceira tentativa de terapia e que nenhum dos terapeutas tinha dado certo porque
se sentia julgado e não conseguia se sentir acolhido. Ele falou também que a vida financeira passa por altos
e baixos e que poderia ter que faltar a terapia em algum momento. Ademais, disse que tinha recebido quando
mais novo o Diagnóstico de TAG. Trouxe como queixa a dificuldade de se relacionar com as pessoas, tristeza
excessiva, falta de interesse de fazer qualquer outra coisa fora trabalhar.
Apresentações iniciais
José, é nordestino, reside em Natal - Rio Grande do Norte, é advogado e trabalha principalmente com a área
trabalhista. O seu pai era militar e sua mãe dona de casa. Teve uma educação rígida e com pouca validação
afetiva. Ao longo da vida, teve vários relacionamentos que considerou fracassados e se culpa bastante pelo
fracasso de cada um. Atualmente, sustenta a mãe por se sentir obrigado pela dedicação que ela teve com os
filhos durante toda a vida.

Perguntem !!!
Referência
Eells, T. D. (Ed.). (2022). Handbook of psychotherapy case formulation. Guilford Publications.

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