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O processo criativo
O processo criativo de um mangá inicialmente é igual ao de um HQ ocidental, é preciso fazer um roteiro da história
para posteriormente seguir para o desenho dos personagens, ambientação e os detalhes gerais. É a partir desta
segunda parte que o conceito do HQs japoneses se diferenciam dos ocidentais.
Você precisa se organizar para que todo o processo flua naturalmente e não tenha medo de arriscar, uma história se
torna interessante a partir do momento que seu enredo traz personagens legais e a temática traga algo diferente que
atraia a leitura.
Com essas dicas iniciais você conseguirá criar seus primeiros mangás. Ainda que você não tenha experiência no
segmento de desenhos para história em quadrinhos, esse passo a passo te orientará quanto ao que fazer de forma
organizada.
Decerto estudar mais a respeito do universo dos desenhos e dos mangás irá te ajudar muito e nisso, a ZION te oferece
as melhores formações do mercado para arrasar no seu futuro profissional!
Após ter criado o roteiro da história, anote as características de cada personagem. Antes de mais nada, defina seus
traços físicos.
Pegue como inspiração os personagens do seu mangá favorito para compor na hora da criação. Logo depois crie a
personalidade que deseja para ele.
Decerto, não há nada melhor do que definir os traços dos seus personagens a partir das características já criadas para
eles, não é?
Na hora das criações para o mangá, será o desenho base do seu personagem que irá te ajudar a não esquecer um
detalhe por menor que seja.
Este desenho é a representação neutra (sem ação) do seu personagem e antes que você inicie o seu projeto, é
importante dedicar um tempinho para essa elaboração artística.
Todavia, vale a pena lembrar que os personagens de um mangá, normalmente, são bem expressivos tanto em seu
olhar, quanto nas suas ações. Portanto, tente experimentar tamanhos variados de olhos e gestos, cairá muito bem nos
desenhos.
Todos os personagens precisam de uma ambientação para contar sua história. Quer seja um parque, quer um cenário
pós-apocalíptico, é esse ambiente que, juntamente com os seres que ali vivem, irão dar maior compreensão a todo o
enredo.
Mas se você não conseguir logo de cara criar um universo, não tem problema! Inicie seus desenhos aleatórios do
mapa do mundo que está criando, assim como nomes que possam servir como cidades.
É sempre legal criar vários locais, como cidades, florestas… Assim os personagens podem transitar em todos eles.
Caso na sua história tenha momentos de luta, aproveite também para criar um espaço direcionado para essas ações.
Certamente pensar no gênero do mangá irá ajudar a criar toda ambientação. Além disso, estudar alguns HQs que
possuem a mesma temática irá nortear a sua criação.
Vale lembrar que é preciso pensar também nas características dos seus personagens para que não haja nenhuma
incoerência futuramente.
Assim que o roteiro foi criado para a história é hora de encaixar seus personagens e suas características e a
ambientação em todo seu enredo.
Adaptar os objetivos, assim como as personalidades e as metas dos personagens faz parte do processo de criação,
então não se preocupe!
Como resultado, cada vez que avançar neste ponto, ficará mais claro quem será o personagem mais importante, qual é
o real foco dele dentro da história e quais são seus conflitos, mistérios e desafios a serem concluídos.
Definir uma temática para seu mangá facilita esse trabalho de junção dos personagens na história.
Mangá de ação com cenas de luta – conhecidos também como shõnen ou shõunen, onde seus
protagonistas estão em idade escolar. Os diálogos são curtos e existe muitas batalhas. Por exemplo, temos o
desenho Naruto;
Mangá sobre magia, história que fala da luta do bem contra o mal – pertencem ao gênero shõjo, onde
as meninas são o maior público. Narra a história de protagonistas femininas. Além da lutas constantes,
esses tipos de HQs trazem também foco a temas como amor, amadurecimento, amizade e lições de vida.
Sakura Cardcaptor é um exemplo clássico desse tipo de mangá;
Mangá com histórias maduras e sombrias – embora parecidos, os seinen, como são conhecidos esses
mangás, são o oposto dos shõnen. Contam histórias com temáticas voltadas à política, ação, ficção
científica, relacionamentos e comédia. Possuem ares mais violentos e com conteúdos mais adultos. Um
exemplo de mangá seinené o 20th Century Boys;
Mangá de monstros para histórias de ação e animais – a temática circula no universo dos monstros de
batalha. Os mais famosos são Pokémon e Digimon;
Mangá para quem gosta de robôs – popularmente chamados de mecha, ou meca, a palavra é derivada de
“mecânico”. Para esse tipo de mangá, a história gira em torno de robôs – humanizados ou pilotados por
humanos. Esse tipo de mangá pode se encaixar em diversos gêneros, como comédia, terror entre outros.
Podemos citar o mangá Knights of Sidonia como exemplo deste tipo de estilo;
Agora que seus personagens foram criados, os ambientes foram pensados estrategicamente e toda a ideia se conectou
com o roteiro da história, assim como o estilo foi encontrado, está na hora de passar para a próxima etapa!
Não conte toda sua história de uma vez, mas também não se estenda para não ficar cansativo! Em média, cada mangá
possui entre 150 a 190 páginas, dependendo do enredo, sendo elas divididas em 05 capítulos.
Dê início ao seu projeto textual e separe os eventos por cenas específicas. Logo que finalizado esse processo, junte as
cenas em capítulos e esses capítulos em volumes.
Enquanto nos quadrinhos ocidentais encontramos uma leitura demorada, os mangás possuem uma leitura mais rápida
e dinâmica. Com isso, elabore páginas com, no máximo, 03 balões de diálogo em cada painel. Já para a diagramação
dos painéis, não ultrapase 05 por folha.
Cada cena de um capítulo pode ser criada em 04 páginas, onde os painéis possuem de 6 mm a 1,3 cm de distância um
entre o outro.
Se a piada for de conteúdo simples, essa diagramação funciona super bem! Use o primeiro painel para iniciar sua
história, o segundo para encaminhar o leitor ao clímax, o terceiro para o clímax propriamente dito e por fim, o quarto
painel que mostra não só a reação, como também a conclusão.
Assim como as cenas de ação em filmes são dinâmicas e exigem uma mudança de direção, no mangá esse tipo de
estilo pede uma quantidade de painéis com formatos variados.
Mude os painéis quadrados por formatos em zigue-zague, ou então triangulares para evidenciar uma ação como luta,
ou algo como uma corrida, ou movimentos bruscos dos personagens.
Foque na ação nesse momento e não no cenário, principalmente se o que ocorre na história nesse momento for
importante.
As conversas entre personagens nos mangás, devido a todo o layout diferenciado, precisam se destacar a fim de se
sobressair aos desenhos que estão ao redor.
Para que o foco fique apenas no que está sendo dito, não faça grandes mudanças no layout. Em contrapartida,
dinamize a conversa com mudança de ângulos dos personagens e para reações, faça painéis grandes para mostrar os
rostos.
Para textos de pensamentos, basta colocar a frase próxima ao locutor da cena com arcos representando o pensar e
caso o personagem esteja gritando, balões pontudos para que o leitor interprete melhor o sentido da palavra.
Os mangás pedem dinamismo em seus painéis. Esse é um traço marcante nesse tipo de HQ. Por isso, fuja dos
tradicionais retangulares usados pelo ocidente. Como resultado, sua leitura será mais animada.
Aproveite todo o espaço do papel a fim de brincar com as formas geométricas diferentes que um painel possa ter.
Faça com que seus personagens ultrapassem a barreira deles. Além disso, brinque com a altura e largura e se inspire
nos mangás que têm o mesmo estilo para aproveitar na sua criação.
Da mesma forma que uma câmera visualiza a cena, aproveite o painel para usá-lo com ângulos diferenciados,
mostrando assim, pontos de vista diferentes.
Os HQs japoneses trazem para seus desenhos a impressão de movimento, não apenas nos personagens, como também
no plano de fundo.
Isso possibilita um maior dinamismo na cena, mesmo que toda a ilustração seja apenas em 2D.
Os personagens dos mangás são desenhados com características muito expressivas e apresentam suas emoções de
uma forma até exagerada às vezes.
Para que isso seja evidenciado mais ainda, planos de fundos abstratos ou desfocados, as onomatopéias,
principalmente, auxiliam na hora de mostrar esse mix de sentimentos dos personagens.
Evite usar todas essas ferramentas de uma vez só para não ficar confuso.
Já iniciado o trabalho, mudar o enredo irá desestruturar todo o projeto de criação que executou até agora. Por mais
que inicialmente seja difícil, permaneça focado, finalize seu mangá e inicie uma nova história, com novos
personagens, nova ambientação.
Semelhantemente, evite usar também o mesmo enredo em seu próximo processo criativo. Assim, você irá não só
aperfeiçoar suas técnicas, como também terá mais um conteúdo para apresentar em seu portfólio de criação.
Lembre-se: o sucesso de um mangá não está apenas nos desenhos. Assim sendo, história é prioridade fundamental
para dar vida a tudo aquilo que sonhou para seu HQ.
Mesmo que seu desenho, a princípio, não tenha ficado legal ou sua história ficou superficial demais, não desanime! O
tempo irá ajudar você a ter prática e dominar a arte dos mangás.
Continue criando diversos enredos, aperfeiçoando suas técnicas no desenho dos animes e se houver erro, faça
novamente até ficar conforme achar legal.
Ser um mangaká profissional requer muita dedicação e estudo. Não só sobre a cultura japonesa que criou esse tipo de
HQ tão incrível, como também as técnicas fundamentais de ilustração e criação de personagens.