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Este relatório apresenta na próxima página uma tabela na qual cada linha associa o conteúdo do arquivo
de entrada com um documento encontrado na internet (para "Busca em arquivos da internet") ou do
arquivo de entrada com outro arquivo em seu computador (para "Pesquisa em arquivos locais"). A
quantidade de termos comuns representa um fator utilizado no cálculo de Similaridade dos arquivos sendo
comparados. Quanto maior a quantidade de termos comuns, maior a similaridade entre os arquivos. É
importante destacar que o limite de 3% representa uma estatística de semelhança e não um "índice de
plágio". Por exemplo, documentos que citam de forma direta (transcrição) outros documentos, podem ter
uma similaridade maior do que 3% e ainda assim não podem ser caracterizados como plágio. Há sempre a
necessidade do avaliador fazer uma análise para decidir se as semelhanças encontradas caracterizam ou
não o problema de plágio ou mesmo de erro de formatação ou adequação às normas de referências
bibliográficas. Para cada par de arquivos, apresenta-se uma comparação dos termos semelhantes, os
quais aparecem em vermelho.
Veja também:
Analisando o resultado do CopySpider
Qual o percentual aceitável para ser considerado plágio?
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Arquivo 1: Template TCC -Higor Souza Muniz - 2023 ATUALIZADO 07.06.docx (4476 termos)
Arquivo 2: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/confecao_manutencao_orteses_proteses.pdf
(41580 termos)
Termos comuns: 240
Similaridade: 0,52%
O texto abaixo é o conteúdo do documento Template TCC -Higor Souza Muniz - 2023 ATUALIZADO
07.06.docx (4476 termos)
Os termos em vermelho foram encontrados no documento
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/confecao_manutencao_orteses_proteses.pdf (41580 termos)
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Lages
2023
HIGOR SOUZA MUNIZ
Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Universidade do Planalto Catarinense para obtenção dos
créditos de disciplina com nome equivalente no curso de Engenharia Mecânica.
Lages
2023
HIGOR SOUZA MUNIZ
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção dos créditos da disciplina de
Trabalho de Conclusão de Curso, do 9º. Semestre, obrigatória para obtenção do título de:
ENGENHEIRO MECÂNICO
Banca Examinadora:
_________________________________
Prof. Esp. Alexsandre Paim Ribeiro
Suplente
Esta pesquisa apresenta como tema central a comparação entre o método ?tradicional? de fabricação do
encaixe das próteses ortopédicas em membros inferiores com a utilização da manufatura aditiva e
prototipagem rápida, utilizando scanners para a modelagem do encaixe e impressão 3D para fabricação.
Trata-se de uma pesquisa do tipo qualitativa. Os dados foram coletados através de visitação técnica em
ortopedia e entrevista com o protesista do local para entendimento do método padrão utilizado na saúde
pública. Foi também realizado, impressão de miniatura tridimensional de membro humano e analise de
pesquisas, artigos e trabalhos anteriores para entendimento da utilização da tecnologia dos Scanners e
Impressão 3D na fabricação do encaixe de próteses. No referencial teórico foram abordados os temas
próteses ortopédicas para membros inferiores, método tradicional de fabricação do encaixe das próteses,
como funciona a impressão 3D e os scanners. Os dados apontam que embora seja uma tecnologia em
ascensão, o uso da manufatura aditiva através da impressão tridimensional ainda não é recomendado
para membros inferiores, visto a baixa resistência que esse método oferece, ou seja, deve continuar com o
método tradicional. Solucionando o problema da resistência, a impressão 3D é um processo de fabricação
promissor para substituir o tradicional e facilitar a fabricação dos encaixes das próteses.
Palavras-chave: Próteses ortopédicas. Membros inferiores. Impressão 3D. Digitalização por scanner.
Abstract
This research has as its central theme the comparison between the ?traditional? method of manufacturing
the fitting of orthopedic prostheses in lower limbs with the use of additive manufacturing and rapid
prototyping, using scanners for fitting modeling and 3D printing for manufacturing. This is a qualitative
research. Data were collected through a technical visit in orthopedics and an interview with the local
prosthetist to understand the standard method used in public health. Was performed out a three-
dimensional miniature impression of a human limb and analysis of research, articles and previous works to
understand the use of Scanners and 3D Printing technology in the manufacture of prosthetic sockets. In the
theoretical framework, the themes of orthopedic prostheses for lower limbs, the traditional method of
manufacturing prosthetic fittings, how 3D printing and scanners work were addressed. The data indicate
that although it is a technology on the rise, the use of additive manufacturing through three-dimensional
printing is still not recommended for lower limbs, given the low resistance that this method offers, that is, it
should continue with the traditional method. Solving the problem of resistance, 3D printing is a promising
manufacturing process to replace the traditional and facilitate the manufacture of prosthetic fittings.
Lista de Figuras
10
.
Sumário
1 Introdução...................................................................................................................... 9
1.1 Apresentação............................................................................................................... 9
1.2 Descrição do problema......................................................................................... 10
1.3 Justificativa................................................................................................................ 10
1.4 Objetivo Geral............................................................................................................ 10
1.5 Objetivo Específivo.................................................................................................. 10
2 Revisão de literatura/referencial teórioco....................................... 11
2.1 Próteses Ortopédicas................................................................................................................ 11
2.2 Confecção do Encaixe das Próteses no Método Tradicional.......... 14
2.3 Processo de Fabricação Impressão 3D........................................................... 16
2.4 Scanners........................................................................................................................ 18
3 Metodologia................................................................................................................ 20
3.1 Metodologia de Pesquisa..................................................................................... 20
3.2 Materiais e métodos................................................................................................ 20
3.2.1 Entrevista e Visita Técnica em Ortopedia.................................................................... 20
3.2.2 Impressão 3d de miniatura de perna humana.............................................................. 20
3.2.3 Encaixe Prótese de Membro Inferior por Impressão 3D............................................. 22
4 Resultados e discussões........................................................................................ 23
4.1 custo................................................................................................................................ 23
4.2 tempo............................................................................................................................... 23
4.3 qualidade..................................................................................................................... 24
5 conclusões.................................................................................................................... 25
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 26
1 Introdução
Apresentação
A inclusão é um tema de muita importância, e que, ganha mais ênfase a cada dia. Para vivermos em
sociedade, todas as pessoas devem ter acesso de maneira igualitária, porém a amputação de membros
inferiores, dificulta, a vida de diversos indivíduos, por isso as próteses ortopédicas, são muito mais que
equipamentos, são partes de seres humanos.
No período de 2012 a 2022 teve uma média de 66 pessoas por dia que sofreram amputação, sendo nos
últimos anos por conta da pandemia do covid-19 o maior número de casos de perca de membros
principalmente inferiores. (GANDRA, 2022).
Na prótese ortopédica, existem diversos componentes que formam a prótese, algumas são mais
complexas que as outras, visto que quanto maior for a amputação do paciente, mais complexa será a
prótese, por exemplo, um paciente que tem sua perna amputada no quadril terá muito mais dificuldade do
que algum paciente que é amputado no joelho.
As engenharias, principalmente a mecânica, tem muito a se relacionar com a saúde, desta forma
buscando ampliar a aplicação dos estudos vistos no curso, buscou-se nesta pesquisa analisar o método
de fabricação nas próteses ortopédicas para membros inferiores.
Há vários tipos de próteses, porém o que todas elas têm em comum, é a parte do encaixe no paciente. O
encaixe é de extrema importância, visto que se não for feito de forma correta a prótese pode ficar
desconfortável ou até mesmo desencaixar do paciente tendo risco de acidente. Além de sua importância, é
a parte que mais consome tempo na fabricação da prótese, visto que todos os seres humanos têm suas
particularidades, com o encaixe da prótese não seria diferente, deste modo não é possível a produção em
linha desse componente, sendo cada prótese única.
Utilizando a prototipagem rápida através de scanner e a impressão 3D, o presente trabalho irá estudar se
esse método será mais eficiente do que o tradicional na fabricação do encaixe de próteses, buscando uma
maneira mais rápida sem perder a qualidade do produto final, para dessa forma conseguir aumentar a
viabilidade de entrega para uma alta demanda de pacientes. O método de prototipagem utilizando scanner
já é uma realidade, porém utilizados por empresas particulares, tendo então custo aos pacientes. Quando
falamos em saúde pública, o Sistema único de saúde (SUS), ainda utiliza do método tradicional.
Comparando os dois métodos, pode-se ter uma ideia de viabilidade para essa tecnologia e sua
implementação na saúde pública do país.
Descrição do problema
A fabricação de uma prótese ortopédica tem como maior diferencial o encaixe no paciente, visto que cada
um é amputado de uma forma, a modelagem do encaixe nunca vai ser igual.
A utilização de scanners para prototipagem e manufatura aditiva, nesse caso a impressão 3D, é uma
solução tecnológica que está sendo mais comum nos dias de hoje. O seu uso na fabricação de próteses, é
uma maneira tecnológica e prática para produzir principalmente o encaixe da prótese, visto que é esse
processo que leva maior tempo no método tradicional.
Justificativa
Muitas pesquisas foram feitas analisando a prototipagem rápida de scanners e impressão 3D nas próteses
, porém poucos compararam com o método tradicional, que será descrito no próximo capitulo. Comparar
os dois métodos se faz necessário para analisar se vale a pena o investimento no novo método de
fabricação, visto que o Sistema Único de Saúde (SUS), maior responsável na entrega de próteses,
principalmente para pacientes de baixa renda, ainda não faz uso do método de manufatura aditiva.
Objetivo geral
Comparar o tempo de fabricação, valores e qualidade na fabricação do encaixe das próteses ortopédicas
entre o método de prototipagem rápida através de scanners e impressão 3D com o método utilizado pelo
Sistema Único de Saúde (SUS).
Objetivos específicos
Analisar processo de fabricação tradicional do encaixe das próteses utilizado pelo SUS, através de
entrevista com profissional da área;
Revisão e estudos bibliográficos sobre utilização de scanners e impressão 3D;
Revisão de estudos bibliográficos da impressão 3D na produção do encaixe de próteses;
Comparação dos dados e analise dos dois métodos.
REVISÃO DA LITERATURA / REFERENCIAL TEÓRICO
Foram consultados artigos e pesquisas para elaboração deste capitulo, assim como duas entrevistas, uma
com o fisioterapeuta Caio César Melo Correa do Centro Especializado em Reabilitação (CER II) da
Uniplac, para maior entendimento da necessidade dos pacientes que utilizam próteses ortopédicas. A
segunda entrevista, foi com o protesista ortopédico Matheus Zanguelini da empresa Santa Tereza
Ortopedia Técnica Ltda, CNPJ 41.620.210/0001-60, onde teve o acompanhamento de como é fabricado
uma prótese tradicionalmente, visto que o mesmo produz próteses ortopédicas para o sistema público de
saúde, inclusos nesse número os pacientes do CER II.
PRÓTESES ORTOPÉDICAS
De acordo com o ?Guia para prescrição, concessão, adaptação e manutenção de órteses, próteses e
meios auxiliares de locomoção. ? Do Ministério da Saúde (2019), as próteses são equipamentos que tem
como função substituir parte do corpo que por algum motivo foi amputado, pode ser qualquer material ou
peça que substitua parcial ou totalmente, seja por um curto período ou permanente este órgão ou tecido
do paciente.
A amputação, procedimento realizado em casos graves como acidentes, trombose, diabetes entre outros,
causa a perca da mobilidade do indivíduo, no controle muscular direto e na propriocepção do local.
Quando realizado este procedimento cirúrgico, deve ser analisado cautelosamente o nível em que será
amputado o membro do paciente, o mesmo deve ser feito com base no nível de cicatrização, assegurando
uma boa recuperação do paciente. Embora seja evitado amputar toda a perna, em alguns casos não
existe outra opção. Os níveis de amputação ainda de acordo com o Ministério da Saúde são:
1 ? Hemipelvectomia;
2 ? Desarticulação do quadril;
3 ? Transfemural;
4 ? Desarticulação do joelho;
5 ? Transtibial;
6 ? Desarticulação do tornozelo;
7 ? Syme; e,
8 ? Parcial do pé.
Propriedades dos materiais apresentados pela 3Dlab
De acordo com a entrevista realizada com Matheus Zanguelini, protesista ortopédico, as mais comuns são
a amputação transfemural, desarticulação do joelho e transtibial. Casos como desarticulação do quadril e
Hemipelvectomia são mais raros, em 7 anos de carreira como fisioterapeuta, só atendeu um caso desses
mais graves, relatou Caio César Melo Correa.
Como pode-se notar nas figuras a cima, o encaixe da prótese no coto (nome dado parte restante do
membro que foi amputado) é diferente em todas as próteses, porém, é a parte que se tem em comum em
todas elas, de acordo com Matheus, como cada paciente é diferente, esse componente também, se
tornando a parte mais demorada e que necessita mais atenção na confecção. Conforto do encaixe é
fundamental para que a prótese seja usada por longos períodos, o desconforto no mesmo deve ser levado
em consideração primordial sempre já que pode ocasionar o surgimento de possíveis lesões no coto.
CONFECÇÃO DO ENCAIXE DAS PRÓTESES NO MÉTODO TRADICIONAL
Através da visita e entrevista com o protesista ortopédico Matheus Zanguelini da empresa Santa Tereza
Ortopedia, e os procedimentos descritos na ?confecção e manutenção de próteses órteses, próteses e
meios de locomoção? do ministério da saúde, foi possível ter maior entendimento de como o Sistema
único de Saúde (SUS) produz as próteses ortopédicas, com maior foco no encaixe da prótese. Visto que a
empresa em questão que fabrica a prótese para o sistema público.
De maneira resumida, em primeiro lugar deve ser retirado um molde do coto do paciente, esse molde
chamado de molde negativo, primeiramente é revestido o coto do paciente com filme plástico para evitar
contado da pelo com o gesso, e revestindo o coto com o gesso, deste modo irá se ter o molde necessário.
Modelo de molde negativo de prótese superior mesma técnica usada para as inferiores
Após o molde negativo pronto, o mesmo é enchido com gesso novamente, para então fazer o molde
positivo, após o gesso seco deve-se retificar o mesmo para obter uma superfície lisa, pode ser desbastado
até 4% da medida do coto para fins de obtenção do molde positivo, que irá ser usado para confecção do
encaixe da prótese em si.
Após o molde pronto, irá se produzir o encaixe, o material utilizado é o polipropileno, o mesmo é posto em
um forno a 160°C para ficar maleável e ser posto no molde, o mesmo ao ser posto no molde positivo deve
ser utilizado um aparelho de sucção para tirar o ar e ser moldado a vácuo, desde modo não irá ter folgas
no encaixe. A espessura da prótese varia de 3mm a 6 mm, dependendo do paciente. Cada encaixe
também varia de acordo com o paciente em seu tempo de produção, podendo ser de um dia a uma
semana.
O material utilizado o polipropileno é escolhido devido suas características:
Absorve pouca umidade;
Resistente ao impacto;
Alta dureza superficial;
Baixa condução a eletricidade;
Resistente ao atrito;
Fácil de moldar;
Baixo custo.
Um novo método de fabricação surgiu no fim da década de 1980, através da adição do material, conhecido
nos dias de hoje por AM ou impressão 3D (VOLPATO. 2017).
A impressão 3D ocorre através da adição constante de material através de camadas, até chegar na forma
desejada, as informações necessárias são obtidas através de um modelo geométrico gerado em software
3D. Esse processo de fabricação possibiliza a obtenção de diversos tipos de formas, em vários materiais
diferentes. A primeira etapa é a modelagem da peça desejada através de um sistema CAD (Projeto
/Desenho Assistido por Computador-Computer Aided Design), como por exemplo, SolidWorks, Inventor,
Solid Edge, entre outros. Após a modelagem, o modelo 3D do objeto deve ser ?fatiado? eletronicamente
em programas ?fatiadores? (Slic3er, CURA, Simplify), desse modo se obterá curvas de nível 2D, e são
elas que irão dizer para a máquina onde será ou não adicionado material em cada camada.
Depois da definição dada pelo fatiador, é então fabricada a peça de maneira automatizada, relativamente
rápida se comparada a meios tradicionais de fabricação, por meio da adição do material em camadas da
sua base até chegar o topo, pelo equipamento de impressão 3D. (VOLPATO. 2017)
A impressão 3D traz várias vantagens, pouco desperdício de material, não requer troca de ferramentas,
todo processo é feito em uma única máquina, e a vasta liberdade geométrica para fabricação, no caso das
próteses, é necessário visto que as curvas na modelagem das próteses se encaixam em superfícies não
lineares.
Os sistemas CAD para suprir a necessidade utilizam da matemática complexa tipo spline que são
equações para definir a trajetória do motor em casos de linhas não convencionais, como sai da
matemática linear, divide as linhas em micro retas através de equações polinomiais paramétricas. (SOUZA
. 2004)
SCANNERS
Para se obter uma modelagem tridimensional, a tecnologia de digitalização 3D é de grande ajuda, visto
Cada sistema vai se especializar mais em uma área do que outra, portanto a escolha de qual sistema usar
depende de qual trabalho será feito. Entre as diversas tecnologias, podemos dividir entre elas as com
contato e as sem contato. (SOUSA, 2015).
Com contato
Com contato, como o próprio nome já diz, a máquina deve encostar no objeto a ser digitalizado, temos
duas principais tecnologias para este método Coordinate Measuring Machine (CMM) e Braços Articulados
. (SOUSA, 2015).
A CMM se trata de uma sonda na ponta de um braço de transporte, que se movimenta pelo objeto
mapeando pontos, esses pontos que formarão a imagem 3D futuramente em um sistema CAD.
Normalmente utilizada em indústrias, sua maior desvantagem é o desgaste e risco de quebra por estar em
contato com os equipamentos. (SOUSA, 2015).
O outro método de scanner por contato, o Braço articulado, como o próprio nome já diz, é constituído por
um braço robótico articulado, com diversos sensores, é muito similar ao CMM, digitalizando através de
pontos ao encostar na máquina, porém neste método é feito por operação manual, além de ter as mesmas
desvantagens da CMM o mesmo possui menor precisão comparado ao outro método por contato (SOUSA
, 2015).
Sem contato
Os scanners sem contato, apenas ?observam? o material, objeto ou ambiente a ser digitalizado, eles por
sua vez se dividem em ativos e passivos.
Os ativos emitem algum tipo de sinal, como por exemplo (ultrassom, raio-x, luz), este sinal ao atingir o
material a ser scaneado, sofre alterações, desta forma, essas alterações são capturadas por outro
aparelho formando então a digitalização 3D. (JÚNIOR; WANGENHEIM; SOBIERANSKI, 2017)
Temos como principais exemplos dos ativos:
Triangulação a laser ? é emitido uma luz a lazer variando entre um ponto ou linha que atinge o material e
reflete em um sensor, o sensor faz uma leitura da luz refletida gravando sua exata posição. (SOUSA 2015)
Luz estruturada ? segundo Sousa (2015) ?Este método consiste na projeção de um padrão específico (ou
um conjunto de padrões) na superfície do objeto e na extração da informação dessa geometria através da
deformação desse padrão?. Pode ser confundido com a triangulação a laser, porém o mesmo não utiliza
METODOLOGIA
Metodologia de Pesquisa
O presente trabalho inclui-se em uma pesquisa básica, visto que seus resultados podem ser de grande
avanço para a área e serem utilizados na prática futuramente. Se enquadra em uma pesquisa qualitativa,
comparando as informações adquiridas em visita técnica com a de trabalhos e pesquisas realizadas
anteriormente. Seu objetivo é descritivo, visto que expõe os dados coletados para comparação dos
mesmos. Os procedimentos técnicos utilizados foram pesquisa bibliográfica e levantamento, visto que
foram feitos em duas partes, entrevistando funcionário direto da área e analisando estudo e resultados
anteriormente publicados. (PRODANOV; FREITAS, 2013).
Materiais e métodos
Como citado no capitulo 2, item 2.2, foi realizado uma visita técnica na ortopedia Santa Tereza Ortopedia
Técnica Ltda, CNPJ 41.620.210/0001-06, e entrevistado o protesista ortopédico Matheus Zanguelini, desta
forma foram obtidos os dados necessários para se entender a técnica ?tradicional? de fabricação do
encaixe de próteses para membros inferiores. Esta técnica é a mais utilizada e a padrão do Sistema Único
de Saúde (SUS).
Utilizando a impressora 3d do SENAI, impressora 3d do modelo Ender 3, foi impresso uma miniatura de
uma perna, em PLA, para analisar a capacidade da impressora de imprimir curvas complexas, como uma
perna humana, visto que um objeto com forma similar à do corpo humano, se enquadra em curvas
complexas, formato que fogem da geometria convencional (cilindros, cubos e afins). (SOUZA, 2004)
Foi optado por se imprimir apenas este modelo em miniatura, visto que a fabricação de uma prótese de
membro inferior é inviável devido a impressora disponível não possuir o material necessário para uma
prótese de membro inferior, conforme citado pelo protesista Matheus Zanguelini, o polipropileno seria o
mais comum e recomendado para fabricação de uma prótese inferior devido sua resistência.
Miniatura concluída
Devido ao alto risco de se fazer testes em pacientes e ao não poder imprimir uma prótese real para testes
em laboratórios, foram analisados os dados de artigos a respeito do tema para comparação.
Em relação a modelagem 3D, os scanners facilitaram em muito nesse quesito. Como por exemplo o
Scanner Sense 3D de 1ª geração da 3D Systems utilizados por Bortoleto e Sampaio (2022), como
mencionado por eles ?Trata-se de um equipamento bem simples, portátil e de baixo custo (cerca de 500
dólares) e que pode ser acoplado diretamente a um notebook ou tablet com sistema Windows por meio de
porta USB. Possui 3 lentes para o processo de captura: a primeira projeta uma luz infravermelha no objeto
, a segunda captura essa luz, e a terceira é uma câmera normal que finaliza o processo aplicando cores e
texturas. As imagens digitalizadas são processadas em um software próprio instalado no equipamento. ?
O mesmo foi capaz de digitalizar a mão do paciente em pouco tempo sem nenhum problema, gerando o
arquivo 3D e sendo retrabalhado em sistema CAD. Ou seja, em poucas horas foi feito a modelagem do
membro do paciente. Outro ponto positivo mencionado por eles, é o fato de o software permitir fazer testes
de força previamente a impressão. (BORTOLETO E SAMPAIO. 2022)
A modelagem em software também de maneira mais simples, e já não precisando da presença do
paciente, conforme mencionado por Araujo (2022), ele utilizou o mesmo scanner mencionado
anteriormente, e após ter o arquivo 3d do coto, bastou fazer os tratamentos no modelo tridimensional
adquirido utilizando o software Autodesk Meshmixer®, ainda com a ajuda deste software fez a modelagem
em cima do arquivo utilizando 4mm de espessura para a prótese, a espessura como foi mencionado por
Zanguellini na entrevista, varia de paciente para paciente, mas geralmente tendo de 3mm a 6mm.
O encaixe da prótese de Araujo (2022) foi impresso na impressora Sethi S3®, o encaixe levou 25 horas de
impressão e 323 gramas de PLA (ácido polilático) material não muito recomendado na fabricação de
prótese conforme mencionado por Zanguellini na entrevista.
Durante a procura de próteses de membros inferiores feitas por impressão 3D, não foram muitas as
pesquisas feitas a respeito desse tema em especifico, visto que a prótese de membro inferior requer muito
mais resistência do material, e ainda a maior parte de impressoras convencionais utilizam o ABS e o PLA
(RODRIGUES; STOCCO. 2020)
De acordo com a empresa especializada em filamentos para impressão 3D, a filamante2print (2021), o
polipropileno, material mais adequado para encaixe de próteses para membros inferiores, é um material
difícil para impressão e para obter bons resultados, devido a sua falta de aderência com outros materiais,
elevado coeficiente de expansão térmica e necessidade de ambiente controlado.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Finalmente comparando os dois métodos de fabricação, o método tradicional explanado no capitulo 2.2 e a
fabricação 3D após pesquisas realizadas no assunto. Dividiu-se a comparação em 3 tópicos principais,
custo, tempo e qualidade.
Custo
Em relação ao custo as principais diferenças seriam nas tecnologias utilizadas e materiais. No processo de
fabricação através da impressão 3D, obviamente será necessário o investimento na máquina, scanner,
licença para algum software CAD. Abaixo segue tabela com valores após recente pesquisa de mercado.
Custo Impressão 3D
Em relação ao método tradicional, a impressão 3D se torna mais cara devido ao investimento necessário,
comparado ao método tradicional, porém, tem outras questões que irão ser economizado, por exemplo, o
gesso, embora seja um material barato, sendo encontrado no mercado em torno de R$26,00 um saco de
40kg de gesso, ainda sim é muito gasto no método tradicional, visto que através dele são feitos os moldes
negativos e positivos, onde na impressão 3D não se faz necessário.
O gasto com material para o encaixe da prótese, como seria o mesmo utilizado nos dois métodos, o
polipropileno, não haveria diferença discrepante em relação a este custo, porém na impressão 3D, como
falado anteriormente tem o ponto positivo de não ocorrer desperdício de material, algo que poderia ocorrer
no método tradicional por falha de mão de obra.
Tempo
horas de impressão, se for um encaixe maior ou algum outro tipo de prótese, estimasse de 25 a 35 horas
de impressão. A maior vantagem, é que no período que está sendo impresso o encaixe da prótese, o
operador pode estar fazendo outros processos como modelando outro arquivo ou finalizando outras
próteses em si.
Qualidade
O conforto, design e resistência, são quesitos que mensuram a qualidade no encaixe da prótese. Em
relação ao conforto e design a impressão 3D atinge todos os pontos necessários, se comparando a
fabricada no método tradicional, ainda com a vantagem de caso precise fabricar novamente a mesma
prótese ou fazer pequenas alterações, já possui o arquivo tridimensional salvo, sendo facilitada a
modificação.
Contudo, no quesito resistência ainda não se compara com a fabricada no método tradicional, quando
falamos em próteses de membros inferiores, estas próteses devem ser capazes de sustentar o corpo do
paciente, por isso a resistência é algo que deve ser muito considerado.
Conclusões
O encaixe das próteses fabricadas na manufatura aditiva, tem grande potencial para ser utilizado
futuramente melhorando os aspectos funcionais e emocionais dos indivíduos que sofrem da amputação,
porém, com a pesquisa realizada, pode-se notar que nem sempre o avanço tecnológico substitui os
processos que já são utilizados, embora a manufatura aditiva, impressão 3D, seja um processo de
fabricação em ascensão, ainda não é o ideal par fabricação do encaixe de próteses para membros
inferiores, especificamente, devido à baixa resistência que este processo oferece.
Quando se pensa em membros inferiores em específico, talvez possa ser utilizado a impressão 3D para
próteses de banho por exemplo, próteses de menores custo apenas para garantir a durabilidade da outra
prótese convencional, visto que para o banho como o indivíduo não precisa, fazer muitos esforços como a
caminhada, a mesma será de grande auxilio.
Atualmente, embora ainda não seja viável a substituição de um método por outro, futuras pesquisas na
impressão 3D na produção do encaixe das próteses ortopédicas para membros inferiores se fazem
necessário, pesquisas em como:
Solucionando essa questão da resistência do encaixe, futuramente a manufatura aditiva pode atingir a
resistência e acabamentos necessários para utilização no dia a dia dessa forma de fabricação para auxiliar
a vida de diversos pacientes que sofrem de amputação no dia a dia, visto a facilidade e ganho de tempo
que se tem com a impressão 3D.
23
Referências
SOUZA, Adriano Fagali de. Contribuições ao fresamento de geometrias complexas aplicando a tecnologia
de usinagem com altas velocidades. 2004. 186 f. Tese (Doutorado) - Curso de Engenharia Mecânica,
Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2004. Disponível em: https
://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18135/tde-14012005-101635/publico/Tese_Adriano_F_S_.pdf.
Acesso em: 02 maio 2023.
PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar de. Apresentação de trabalhos acadêmicos. In:
Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo
Hamburgo/RS: Universidade FEEVALE, 2013. p. 182 ? 217.
VOLPATO, Neri (org.). MANUFATURA ADITIVA: tecnologias e aplicações da impressão 3d. São Paulo:
ItemPreço(R$)
Impressora 3D (Sethi S3®)Scanner (Scanner Sense 3D) Licença Software(solidworks)R$9.359,68R
$2.500,00R$100,00
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Arquivo 2: https://www.passeidireto.com/arquivo/109685719/atividade-3-desenho-tecnico-e-
computacional (550 termos)
Termos comuns: 11
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termos)
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2023
Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Universidade do Planalto Catarinense para obtenção dos
créditos de disciplina com nome equivalente no curso de Engenharia Mecânica.
Lages
2023
HIGOR SOUZA MUNIZ
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção dos créditos da disciplina de
Trabalho de Conclusão de Curso, do 9º. Semestre, obrigatória para obtenção do título de:
ENGENHEIRO MECÂNICO
Banca Examinadora:
_________________________________
Prof. Esp. Alexsandre Paim Ribeiro
Suplente
Esta pesquisa apresenta como tema central a comparação entre o método ?tradicional? de fabricação do
encaixe das próteses ortopédicas em membros inferiores com a utilização da manufatura aditiva e
prototipagem rápida, utilizando scanners para a modelagem do encaixe e impressão 3D para fabricação.
Trata-se de uma pesquisa do tipo qualitativa. Os dados foram coletados através de visitação técnica em
ortopedia e entrevista com o protesista do local para entendimento do método padrão utilizado na saúde
pública. Foi também realizado, impressão de miniatura tridimensional de membro humano e analise de
pesquisas, artigos e trabalhos anteriores para entendimento da utilização da tecnologia dos Scanners e
Impressão 3D na fabricação do encaixe de próteses. No referencial teórico foram abordados os temas
próteses ortopédicas para membros inferiores, método tradicional de fabricação do encaixe das próteses,
como funciona a impressão 3D e os scanners. Os dados apontam que embora seja uma tecnologia em
ascensão, o uso da manufatura aditiva através da impressão tridimensional ainda não é recomendado
para membros inferiores, visto a baixa resistência que esse método oferece, ou seja, deve continuar com o
método tradicional. Solucionando o problema da resistência, a impressão 3D é um processo de fabricação
promissor para substituir o tradicional e facilitar a fabricação dos encaixes das próteses.
Palavras-chave: Próteses ortopédicas. Membros inferiores. Impressão 3D. Digitalização por scanner.
Abstract
This research has as its central theme the comparison between the ?traditional? method of manufacturing
the fitting of orthopedic prostheses in lower limbs with the use of additive manufacturing and rapid
prototyping, using scanners for fitting modeling and 3D printing for manufacturing. This is a qualitative
research. Data were collected through a technical visit in orthopedics and an interview with the local
prosthetist to understand the standard method used in public health. Was performed out a three-
dimensional miniature impression of a human limb and analysis of research, articles and previous works to
understand the use of Scanners and 3D Printing technology in the manufacture of prosthetic sockets. In the
theoretical framework, the themes of orthopedic prostheses for lower limbs, the traditional method of
manufacturing prosthetic fittings, how 3D printing and scanners work were addressed. The data indicate
that although it is a technology on the rise, the use of additive manufacturing through three-dimensional
printing is still not recommended for lower limbs, given the low resistance that this method offers, that is, it
should continue with the traditional method. Solving the problem of resistance, 3D printing is a promising
manufacturing process to replace the traditional and facilitate the manufacture of prosthetic fittings.
Lista de Figuras
10
.
Sumário
1 Introdução...................................................................................................................... 9
1.1 Apresentação............................................................................................................... 9
1.2 Descrição do problema......................................................................................... 10
1.3 Justificativa................................................................................................................ 10
1.4 Objetivo Geral............................................................................................................ 10
1.5 Objetivo Específivo.................................................................................................. 10
2 Revisão de literatura/referencial teórioco....................................... 11
2.1 Próteses Ortopédicas................................................................................................................ 11
2.2 Confecção do Encaixe das Próteses no Método Tradicional.......... 14
2.3 Processo de Fabricação Impressão 3D........................................................... 16
2.4 Scanners........................................................................................................................ 18
3 Metodologia................................................................................................................ 20
3.1 Metodologia de Pesquisa..................................................................................... 20
3.2 Materiais e métodos................................................................................................ 20
3.2.1 Entrevista e Visita Técnica em Ortopedia.................................................................... 20
3.2.2 Impressão 3d de miniatura de perna humana.............................................................. 20
3.2.3 Encaixe Prótese de Membro Inferior por Impressão 3D............................................. 22
4 Resultados e discussões........................................................................................ 23
4.1 custo................................................................................................................................ 23
4.2 tempo............................................................................................................................... 23
4.3 qualidade..................................................................................................................... 24
5 conclusões.................................................................................................................... 25
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 26
1 Introdução
Apresentação
A inclusão é um tema de muita importância, e que, ganha mais ênfase a cada dia. Para vivermos em
sociedade, todas as pessoas devem ter acesso de maneira igualitária, porém a amputação de membros
inferiores, dificulta, a vida de diversos indivíduos, por isso as próteses ortopédicas, são muito mais que
equipamentos, são partes de seres humanos.
No período de 2012 a 2022 teve uma média de 66 pessoas por dia que sofreram amputação, sendo nos
últimos anos por conta da pandemia do covid-19 o maior número de casos de perca de membros
principalmente inferiores. (GANDRA, 2022).
Na prótese ortopédica, existem diversos componentes que formam a prótese, algumas são mais
complexas que as outras, visto que quanto maior for a amputação do paciente, mais complexa será a
prótese, por exemplo, um paciente que tem sua perna amputada no quadril terá muito mais dificuldade do
que algum paciente que é amputado no joelho.
As engenharias, principalmente a mecânica, tem muito a se relacionar com a saúde, desta forma
buscando ampliar a aplicação dos estudos vistos no curso, buscou-se nesta pesquisa analisar o método
de fabricação nas próteses ortopédicas para membros inferiores.
Há vários tipos de próteses, porém o que todas elas têm em comum, é a parte do encaixe no paciente. O
encaixe é de extrema importância, visto que se não for feito de forma correta a prótese pode ficar
desconfortável ou até mesmo desencaixar do paciente tendo risco de acidente. Além de sua importância, é
a parte que mais consome tempo na fabricação da prótese, visto que todos os seres humanos têm suas
particularidades, com o encaixe da prótese não seria diferente, deste modo não é possível a produção em
linha desse componente, sendo cada prótese única.
Utilizando a prototipagem rápida através de scanner e a impressão 3D, o presente trabalho irá estudar se
esse método será mais eficiente do que o tradicional na fabricação do encaixe de próteses, buscando uma
maneira mais rápida sem perder a qualidade do produto final, para dessa forma conseguir aumentar a
viabilidade de entrega para uma alta demanda de pacientes. O método de prototipagem utilizando scanner
já é uma realidade, porém utilizados por empresas particulares, tendo então custo aos pacientes. Quando
falamos em saúde pública, o Sistema único de saúde (SUS), ainda utiliza do método tradicional.
Comparando os dois métodos, pode-se ter uma ideia de viabilidade para essa tecnologia e sua
implementação na saúde pública do país.
Descrição do problema
A fabricação de uma prótese ortopédica tem como maior diferencial o encaixe no paciente, visto que cada
um é amputado de uma forma, a modelagem do encaixe nunca vai ser igual.
A utilização de scanners para prototipagem e manufatura aditiva, nesse caso a impressão 3D, é uma
solução tecnológica que está sendo mais comum nos dias de hoje. O seu uso na fabricação de próteses, é
uma maneira tecnológica e prática para produzir principalmente o encaixe da prótese, visto que é esse
processo que leva maior tempo no método tradicional.
Justificativa
Muitas pesquisas foram feitas analisando a prototipagem rápida de scanners e impressão 3D nas próteses
, porém poucos compararam com o método tradicional, que será descrito no próximo capitulo. Comparar
os dois métodos se faz necessário para analisar se vale a pena o investimento no novo método de
fabricação, visto que o Sistema Único de Saúde (SUS), maior responsável na entrega de próteses,
principalmente para pacientes de baixa renda, ainda não faz uso do método de manufatura aditiva.
Objetivo geral
Comparar o tempo de fabricação, valores e qualidade na fabricação do encaixe das próteses ortopédicas
entre o método de prototipagem rápida através de scanners e impressão 3D com o método utilizado pelo
Sistema Único de Saúde (SUS).
Objetivos específicos
Analisar processo de fabricação tradicional do encaixe das próteses utilizado pelo SUS, através de
entrevista com profissional da área;
Revisão e estudos bibliográficos sobre utilização de scanners e impressão 3D;
Revisão de estudos bibliográficos da impressão 3D na produção do encaixe de próteses;
Comparação dos dados e analise dos dois métodos.
REVISÃO DA LITERATURA / REFERENCIAL TEÓRICO
Foram consultados artigos e pesquisas para elaboração deste capitulo, assim como duas entrevistas, uma
com o fisioterapeuta Caio César Melo Correa do Centro Especializado em Reabilitação (CER II) da
Uniplac, para maior entendimento da necessidade dos pacientes que utilizam próteses ortopédicas. A
segunda entrevista, foi com o protesista ortopédico Matheus Zanguelini da empresa Santa Tereza
Ortopedia Técnica Ltda, CNPJ 41.620.210/0001-60, onde teve o acompanhamento de como é fabricado
uma prótese tradicionalmente, visto que o mesmo produz próteses ortopédicas para o sistema público de
saúde, inclusos nesse número os pacientes do CER II.
PRÓTESES ORTOPÉDICAS
De acordo com o ?Guia para prescrição, concessão, adaptação e manutenção de órteses, próteses e
meios auxiliares de locomoção. ? Do Ministério da Saúde (2019), as próteses são equipamentos que tem
como função substituir parte do corpo que por algum motivo foi amputado, pode ser qualquer material ou
peça que substitua parcial ou totalmente, seja por um curto período ou permanente este órgão ou tecido
do paciente.
A amputação, procedimento realizado em casos graves como acidentes, trombose, diabetes entre outros,
causa a perca da mobilidade do indivíduo, no controle muscular direto e na propriocepção do local.
Quando realizado este procedimento cirúrgico, deve ser analisado cautelosamente o nível em que será
amputado o membro do paciente, o mesmo deve ser feito com base no nível de cicatrização, assegurando
uma boa recuperação do paciente. Embora seja evitado amputar toda a perna, em alguns casos não
existe outra opção. Os níveis de amputação ainda de acordo com o Ministério da Saúde são:
1 ? Hemipelvectomia;
2 ? Desarticulação do quadril;
3 ? Transfemural;
4 ? Desarticulação do joelho;
5 ? Transtibial;
6 ? Desarticulação do tornozelo;
7 ? Syme; e,
8 ? Parcial do pé.
Propriedades dos materiais apresentados pela 3Dlab
De acordo com a entrevista realizada com Matheus Zanguelini, protesista ortopédico, as mais comuns são
a amputação transfemural, desarticulação do joelho e transtibial. Casos como desarticulação do quadril e
Hemipelvectomia são mais raros, em 7 anos de carreira como fisioterapeuta, só atendeu um caso desses
mais graves, relatou Caio César Melo Correa.
Como pode-se notar nas figuras a cima, o encaixe da prótese no coto (nome dado parte restante do
membro que foi amputado) é diferente em todas as próteses, porém, é a parte que se tem em comum em
todas elas, de acordo com Matheus, como cada paciente é diferente, esse componente também, se
tornando a parte mais demorada e que necessita mais atenção na confecção. Conforto do encaixe é
fundamental para que a prótese seja usada por longos períodos, o desconforto no mesmo deve ser levado
em consideração primordial sempre já que pode ocasionar o surgimento de possíveis lesões no coto.
CONFECÇÃO DO ENCAIXE DAS PRÓTESES NO MÉTODO TRADICIONAL
Através da visita e entrevista com o protesista ortopédico Matheus Zanguelini da empresa Santa Tereza
Ortopedia, e os procedimentos descritos na ?confecção e manutenção de próteses órteses, próteses e
meios de locomoção? do ministério da saúde, foi possível ter maior entendimento de como o Sistema
único de Saúde (SUS) produz as próteses ortopédicas, com maior foco no encaixe da prótese. Visto que a
empresa em questão que fabrica a prótese para o sistema público.
De maneira resumida, em primeiro lugar deve ser retirado um molde do coto do paciente, esse molde
chamado de molde negativo, primeiramente é revestido o coto do paciente com filme plástico para evitar
contado da pelo com o gesso, e revestindo o coto com o gesso, deste modo irá se ter o molde necessário.
Modelo de molde negativo de prótese superior mesma técnica usada para as inferiores
Após o molde negativo pronto, o mesmo é enchido com gesso novamente, para então fazer o molde
positivo, após o gesso seco deve-se retificar o mesmo para obter uma superfície lisa, pode ser desbastado
até 4% da medida do coto para fins de obtenção do molde positivo, que irá ser usado para confecção do
encaixe da prótese em si.
Após o molde pronto, irá se produzir o encaixe, o material utilizado é o polipropileno, o mesmo é posto em
um forno a 160°C para ficar maleável e ser posto no molde, o mesmo ao ser posto no molde positivo deve
ser utilizado um aparelho de sucção para tirar o ar e ser moldado a vácuo, desde modo não irá ter folgas
no encaixe. A espessura da prótese varia de 3mm a 6 mm, dependendo do paciente. Cada encaixe
também varia de acordo com o paciente em seu tempo de produção, podendo ser de um dia a uma
semana.
O material utilizado o polipropileno é escolhido devido suas características:
Absorve pouca umidade;
Resistente ao impacto;
Alta dureza superficial;
Baixa condução a eletricidade;
Resistente ao atrito;
Fácil de moldar;
Baixo custo.
Um novo método de fabricação surgiu no fim da década de 1980, através da adição do material, conhecido
A impressão 3D traz várias vantagens, pouco desperdício de material, não requer troca de ferramentas,
todo processo é feito em uma única máquina, e a vasta liberdade geométrica para fabricação, no caso das
próteses, é necessário visto que as curvas na modelagem das próteses se encaixam em superfícies não
lineares.
Os sistemas CAD para suprir a necessidade utilizam da matemática complexa tipo spline que são
equações para definir a trajetória do motor em casos de linhas não convencionais, como sai da
matemática linear, divide as linhas em micro retas através de equações polinomiais paramétricas. (SOUZA
. 2004)
SCANNERS
Para se obter uma modelagem tridimensional, a tecnologia de digitalização 3D é de grande ajuda, visto
que a mesma consegue obter modelos 3D a partir de cenas do mundo real.
São inúmeras sua aplicação (arquitetura, design, indústria cinematográfica, medicina, entre outros). O
método de digitalização 3D está em enorme expansão, por seu vasto uso em diversas áreas, com isso tem
-se várias técnicas de digitalização 3d, os diversos sistemas variam entre:
Custo;
Material do objeto a ser digitalizado;
Tamanho do objeto digitalizado;
Portabilidade do equipamento;
Precisão do sistema;
Aquisição da textura;
Produtividade da técnica;
Habilidade exigida para a utilização do equipamento;
Conformidade dos dados produzidos com padrões ou normas.
Cada sistema vai se especializar mais em uma área do que outra, portanto a escolha de qual sistema usar
depende de qual trabalho será feito. Entre as diversas tecnologias, podemos dividir entre elas as com
contato e as sem contato. (SOUSA, 2015).
Com contato
Com contato, como o próprio nome já diz, a máquina deve encostar no objeto a ser digitalizado, temos
duas principais tecnologias para este método Coordinate Measuring Machine (CMM) e Braços Articulados
. (SOUSA, 2015).
A CMM se trata de uma sonda na ponta de um braço de transporte, que se movimenta pelo objeto
mapeando pontos, esses pontos que formarão a imagem 3D futuramente em um sistema CAD.
Normalmente utilizada em indústrias, sua maior desvantagem é o desgaste e risco de quebra por estar em
contato com os equipamentos. (SOUSA, 2015).
O outro método de scanner por contato, o Braço articulado, como o próprio nome já diz, é constituído por
um braço robótico articulado, com diversos sensores, é muito similar ao CMM, digitalizando através de
pontos ao encostar na máquina, porém neste método é feito por operação manual, além de ter as mesmas
desvantagens da CMM o mesmo possui menor precisão comparado ao outro método por contato (SOUSA
, 2015).
Sem contato
Os scanners sem contato, apenas ?observam? o material, objeto ou ambiente a ser digitalizado, eles por
sua vez se dividem em ativos e passivos.
Os ativos emitem algum tipo de sinal, como por exemplo (ultrassom, raio-x, luz), este sinal ao atingir o
material a ser scaneado, sofre alterações, desta forma, essas alterações são capturadas por outro
aparelho formando então a digitalização 3D. (JÚNIOR; WANGENHEIM; SOBIERANSKI, 2017)
Temos como principais exemplos dos ativos:
Triangulação a laser ? é emitido uma luz a lazer variando entre um ponto ou linha que atinge o material e
reflete em um sensor, o sensor faz uma leitura da luz refletida gravando sua exata posição. (SOUSA 2015)
Luz estruturada ? segundo Sousa (2015) ?Este método consiste na projeção de um padrão específico (ou
um conjunto de padrões) na superfície do objeto e na extração da informação dessa geometria através da
deformação desse padrão?. Pode ser confundido com a triangulação a laser, porém o mesmo não utiliza
emissão de luz laser. (SOUSA. 2015)
Os métodos de digitalização sem contato passivos por sua vez, consistem em utilizar as informações já
disponíveis no ambiente, através de câmeras, sem necessidade de emitir nada no material. (JÚNIOR;
WANGENHEIM; SOBIERANSKI, 2017)
Um exemplo de passivo é o Sistema Estetoscópico, que utiliza uma ou mais câmeras e coleta imagens de
pelo menos dois ou mais pontos de vista da peça para se obter a forma tridimensional do objeto. (SOUSA.
2015)
METODOLOGIA
Metodologia de Pesquisa
O presente trabalho inclui-se em uma pesquisa básica, visto que seus resultados podem ser de grande
avanço para a área e serem utilizados na prática futuramente. Se enquadra em uma pesquisa qualitativa,
comparando as informações adquiridas em visita técnica com a de trabalhos e pesquisas realizadas
anteriormente. Seu objetivo é descritivo, visto que expõe os dados coletados para comparação dos
mesmos. Os procedimentos técnicos utilizados foram pesquisa bibliográfica e levantamento, visto que
foram feitos em duas partes, entrevistando funcionário direto da área e analisando estudo e resultados
anteriormente publicados. (PRODANOV; FREITAS, 2013).
Materiais e métodos
Como citado no capitulo 2, item 2.2, foi realizado uma visita técnica na ortopedia Santa Tereza Ortopedia
Técnica Ltda, CNPJ 41.620.210/0001-06, e entrevistado o protesista ortopédico Matheus Zanguelini, desta
forma foram obtidos os dados necessários para se entender a técnica ?tradicional? de fabricação do
encaixe de próteses para membros inferiores. Esta técnica é a mais utilizada e a padrão do Sistema Único
de Saúde (SUS).
Utilizando a impressora 3d do SENAI, impressora 3d do modelo Ender 3, foi impresso uma miniatura de
uma perna, em PLA, para analisar a capacidade da impressora de imprimir curvas complexas, como uma
perna humana, visto que um objeto com forma similar à do corpo humano, se enquadra em curvas
complexas, formato que fogem da geometria convencional (cilindros, cubos e afins). (SOUZA, 2004)
Foi optado por se imprimir apenas este modelo em miniatura, visto que a fabricação de uma prótese de
membro inferior é inviável devido a impressora disponível não possuir o material necessário para uma
prótese de membro inferior, conforme citado pelo protesista Matheus Zanguelini, o polipropileno seria o
mais comum e recomendado para fabricação de uma prótese inferior devido sua resistência.
Miniatura concluída
Devido ao alto risco de se fazer testes em pacientes e ao não poder imprimir uma prótese real para testes
em laboratórios, foram analisados os dados de artigos a respeito do tema para comparação.
Em relação a modelagem 3D, os scanners facilitaram em muito nesse quesito. Como por exemplo o
Scanner Sense 3D de 1ª geração da 3D Systems utilizados por Bortoleto e Sampaio (2022), como
mencionado por eles ?Trata-se de um equipamento bem simples, portátil e de baixo custo (cerca de 500
dólares) e que pode ser acoplado diretamente a um notebook ou tablet com sistema Windows por meio de
porta USB. Possui 3 lentes para o processo de captura: a primeira projeta uma luz infravermelha no objeto
, a segunda captura essa luz, e a terceira é uma câmera normal que finaliza o processo aplicando cores e
texturas. As imagens digitalizadas são processadas em um software próprio instalado no equipamento. ?
O mesmo foi capaz de digitalizar a mão do paciente em pouco tempo sem nenhum problema, gerando o
arquivo 3D e sendo retrabalhado em sistema CAD. Ou seja, em poucas horas foi feito a modelagem do
membro do paciente. Outro ponto positivo mencionado por eles, é o fato de o software permitir fazer testes
de força previamente a impressão. (BORTOLETO E SAMPAIO. 2022)
A modelagem em software também de maneira mais simples, e já não precisando da presença do
paciente, conforme mencionado por Araujo (2022), ele utilizou o mesmo scanner mencionado
anteriormente, e após ter o arquivo 3d do coto, bastou fazer os tratamentos no modelo tridimensional
adquirido utilizando o software Autodesk Meshmixer®, ainda com a ajuda deste software fez a modelagem
em cima do arquivo utilizando 4mm de espessura para a prótese, a espessura como foi mencionado por
Zanguellini na entrevista, varia de paciente para paciente, mas geralmente tendo de 3mm a 6mm.
O encaixe da prótese de Araujo (2022) foi impresso na impressora Sethi S3®, o encaixe levou 25 horas de
impressão e 323 gramas de PLA (ácido polilático) material não muito recomendado na fabricação de
prótese conforme mencionado por Zanguellini na entrevista.
Durante a procura de próteses de membros inferiores feitas por impressão 3D, não foram muitas as
pesquisas feitas a respeito desse tema em especifico, visto que a prótese de membro inferior requer muito
mais resistência do material, e ainda a maior parte de impressoras convencionais utilizam o ABS e o PLA
(RODRIGUES; STOCCO. 2020)
De acordo com a empresa especializada em filamentos para impressão 3D, a filamante2print (2021), o
polipropileno, material mais adequado para encaixe de próteses para membros inferiores, é um material
difícil para impressão e para obter bons resultados, devido a sua falta de aderência com outros materiais,
elevado coeficiente de expansão térmica e necessidade de ambiente controlado.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Finalmente comparando os dois métodos de fabricação, o método tradicional explanado no capitulo 2.2 e a
fabricação 3D após pesquisas realizadas no assunto. Dividiu-se a comparação em 3 tópicos principais,
custo, tempo e qualidade.
Custo
Em relação ao custo as principais diferenças seriam nas tecnologias utilizadas e materiais. No processo de
fabricação através da impressão 3D, obviamente será necessário o investimento na máquina, scanner,
licença para algum software CAD. Abaixo segue tabela com valores após recente pesquisa de mercado.
Custo Impressão 3D
Em relação ao método tradicional, a impressão 3D se torna mais cara devido ao investimento necessário,
comparado ao método tradicional, porém, tem outras questões que irão ser economizado, por exemplo, o
gesso, embora seja um material barato, sendo encontrado no mercado em torno de R$26,00 um saco de
40kg de gesso, ainda sim é muito gasto no método tradicional, visto que através dele são feitos os moldes
negativos e positivos, onde na impressão 3D não se faz necessário.
O gasto com material para o encaixe da prótese, como seria o mesmo utilizado nos dois métodos, o
polipropileno, não haveria diferença discrepante em relação a este custo, porém na impressão 3D, como
falado anteriormente tem o ponto positivo de não ocorrer desperdício de material, algo que poderia ocorrer
no método tradicional por falha de mão de obra.
Tempo
da habilidade e experiência da mão de obra, a impresso 3D, conforme relatado por Araújo foi gasto 25
horas de impressão, se for um encaixe maior ou algum outro tipo de prótese, estimasse de 25 a 35 horas
de impressão. A maior vantagem, é que no período que está sendo impresso o encaixe da prótese, o
operador pode estar fazendo outros processos como modelando outro arquivo ou finalizando outras
próteses em si.
Qualidade
O conforto, design e resistência, são quesitos que mensuram a qualidade no encaixe da prótese. Em
relação ao conforto e design a impressão 3D atinge todos os pontos necessários, se comparando a
fabricada no método tradicional, ainda com a vantagem de caso precise fabricar novamente a mesma
prótese ou fazer pequenas alterações, já possui o arquivo tridimensional salvo, sendo facilitada a
modificação.
Contudo, no quesito resistência ainda não se compara com a fabricada no método tradicional, quando
falamos em próteses de membros inferiores, estas próteses devem ser capazes de sustentar o corpo do
paciente, por isso a resistência é algo que deve ser muito considerado.
Conclusões
O encaixe das próteses fabricadas na manufatura aditiva, tem grande potencial para ser utilizado
futuramente melhorando os aspectos funcionais e emocionais dos indivíduos que sofrem da amputação,
porém, com a pesquisa realizada, pode-se notar que nem sempre o avanço tecnológico substitui os
processos que já são utilizados, embora a manufatura aditiva, impressão 3D, seja um processo de
fabricação em ascensão, ainda não é o ideal par fabricação do encaixe de próteses para membros
inferiores, especificamente, devido à baixa resistência que este processo oferece.
Quando se pensa em membros inferiores em específico, talvez possa ser utilizado a impressão 3D para
próteses de banho por exemplo, próteses de menores custo apenas para garantir a durabilidade da outra
prótese convencional, visto que para o banho como o indivíduo não precisa, fazer muitos esforços como a
caminhada, a mesma será de grande auxilio.
Atualmente, embora ainda não seja viável a substituição de um método por outro, futuras pesquisas na
impressão 3D na produção do encaixe das próteses ortopédicas para membros inferiores se fazem
Solucionando essa questão da resistência do encaixe, futuramente a manufatura aditiva pode atingir a
resistência e acabamentos necessários para utilização no dia a dia dessa forma de fabricação para auxiliar
a vida de diversos pacientes que sofrem de amputação no dia a dia, visto a facilidade e ganho de tempo
que se tem com a impressão 3D.
23
Referências
SOUZA, Adriano Fagali de. Contribuições ao fresamento de geometrias complexas aplicando a tecnologia
de usinagem com altas velocidades. 2004. 186 f. Tese (Doutorado) - Curso de Engenharia Mecânica,
Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2004. Disponível em: https
://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18135/tde-14012005-101635/publico/Tese_Adriano_F_S_.pdf.
Acesso em: 02 maio 2023.
PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar de. Apresentação de trabalhos acadêmicos. In:
Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo
Hamburgo/RS: Universidade FEEVALE, 2013. p. 182 ? 217.
VOLPATO, Neri (org.). MANUFATURA ADITIVA: tecnologias e aplicações da impressão 3d. São Paulo:
Edgard Blucher Ltda, 2018. 400 p. Disponível em: https://books.google.com.br/books?id=ni9dDwAAQBAJ
&printsec=copyright&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false. Acesso em: 01 maio 2023.
ItemPreço(R$)
Impressora 3D (Sethi S3®)Scanner (Scanner Sense 3D) Licença Software(solidworks)R$9.359,68R
$2.500,00R$100,00
=================================================================================
Arquivo 1: Template TCC -Higor Souza Muniz - 2023 ATUALIZADO 07.06.docx (4476 termos)
Arquivo 2: https://link.springer.com/article/10.1007/s12008-022-00857-6 (3277 termos)
Termos comuns: 10
Similaridade: 0,12%
O texto abaixo é o conteúdo do documento Template TCC -Higor Souza Muniz - 2023 ATUALIZADO
07.06.docx (4476 termos)
Os termos em vermelho foram encontrados no documento
https://link.springer.com/article/10.1007/s12008-022-00857-6 (3277 termos)
=================================================================================
Lages
2023
HIGOR SOUZA MUNIZ
Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Universidade do Planalto Catarinense para obtenção dos
créditos de disciplina com nome equivalente no curso de Engenharia Mecânica.
Lages
2023
HIGOR SOUZA MUNIZ
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção dos créditos da disciplina de
Trabalho de Conclusão de Curso, do 9º. Semestre, obrigatória para obtenção do título de:
ENGENHEIRO MECÂNICO
Banca Examinadora:
_________________________________
Prof. Esp. Alexsandre Paim Ribeiro
Suplente
Esta pesquisa apresenta como tema central a comparação entre o método ?tradicional? de fabricação do
encaixe das próteses ortopédicas em membros inferiores com a utilização da manufatura aditiva e
prototipagem rápida, utilizando scanners para a modelagem do encaixe e impressão 3D para fabricação.
Trata-se de uma pesquisa do tipo qualitativa. Os dados foram coletados através de visitação técnica em
ortopedia e entrevista com o protesista do local para entendimento do método padrão utilizado na saúde
pública. Foi também realizado, impressão de miniatura tridimensional de membro humano e analise de
pesquisas, artigos e trabalhos anteriores para entendimento da utilização da tecnologia dos Scanners e
Impressão 3D na fabricação do encaixe de próteses. No referencial teórico foram abordados os temas
próteses ortopédicas para membros inferiores, método tradicional de fabricação do encaixe das próteses,
como funciona a impressão 3D e os scanners. Os dados apontam que embora seja uma tecnologia em
ascensão, o uso da manufatura aditiva através da impressão tridimensional ainda não é recomendado
para membros inferiores, visto a baixa resistência que esse método oferece, ou seja, deve continuar com o
método tradicional. Solucionando o problema da resistência, a impressão 3D é um processo de fabricação
promissor para substituir o tradicional e facilitar a fabricação dos encaixes das próteses.
Palavras-chave: Próteses ortopédicas. Membros inferiores. Impressão 3D. Digitalização por scanner.
Abstract
This research has as its central theme the comparison between the ?traditional? method of manufacturing
the fitting of orthopedic prostheses in lower limbs with the use of additive manufacturing and rapid
prototyping, using scanners for fitting modeling and 3D printing for manufacturing. This is a qualitative
research. Data were collected through a technical visit in orthopedics and an interview with the local
prosthetist to understand the standard method used in public health. Was performed out a three-
dimensional miniature impression of a human limb and analysis of research, articles and previous works to
understand the use of Scanners and 3D Printing technology in the manufacture of prosthetic sockets. In the
theoretical framework, the themes of orthopedic prostheses for lower limbs, the traditional method of
manufacturing prosthetic fittings, how 3D printing and scanners work were addressed. The data indicate
that although it is a technology on the rise, the use of additive manufacturing through three-dimensional
printing is still not recommended for lower limbs, given the low resistance that this method offers, that is, it
should continue with the traditional method. Solving the problem of resistance, 3D printing is a promising
manufacturing process to replace the traditional and facilitate the manufacture of prosthetic fittings.
Lista de Figuras
10
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Sumário
1 Introdução...................................................................................................................... 9
1.1 Apresentação............................................................................................................... 9
1.2 Descrição do problema......................................................................................... 10
1.3 Justificativa................................................................................................................ 10
1.4 Objetivo Geral............................................................................................................ 10
1.5 Objetivo Específivo.................................................................................................. 10
2 Revisão de literatura/referencial teórioco....................................... 11
2.1 Próteses Ortopédicas................................................................................................................ 11
2.2 Confecção do Encaixe das Próteses no Método Tradicional.......... 14
2.3 Processo de Fabricação Impressão 3D........................................................... 16
2.4 Scanners........................................................................................................................ 18
3 Metodologia................................................................................................................ 20
3.1 Metodologia de Pesquisa..................................................................................... 20
3.2 Materiais e métodos................................................................................................ 20
3.2.1 Entrevista e Visita Técnica em Ortopedia.................................................................... 20
3.2.2 Impressão 3d de miniatura de perna humana.............................................................. 20
3.2.3 Encaixe Prótese de Membro Inferior por Impressão 3D............................................. 22
4 Resultados e discussões........................................................................................ 23
4.1 custo................................................................................................................................ 23
4.2 tempo............................................................................................................................... 23
4.3 qualidade..................................................................................................................... 24
5 conclusões.................................................................................................................... 25
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 26
1 Introdução
Apresentação
A inclusão é um tema de muita importância, e que, ganha mais ênfase a cada dia. Para vivermos em
sociedade, todas as pessoas devem ter acesso de maneira igualitária, porém a amputação de membros
inferiores, dificulta, a vida de diversos indivíduos, por isso as próteses ortopédicas, são muito mais que
equipamentos, são partes de seres humanos.
No período de 2012 a 2022 teve uma média de 66 pessoas por dia que sofreram amputação, sendo nos
últimos anos por conta da pandemia do covid-19 o maior número de casos de perca de membros
principalmente inferiores. (GANDRA, 2022).
Na prótese ortopédica, existem diversos componentes que formam a prótese, algumas são mais
complexas que as outras, visto que quanto maior for a amputação do paciente, mais complexa será a
prótese, por exemplo, um paciente que tem sua perna amputada no quadril terá muito mais dificuldade do
que algum paciente que é amputado no joelho.
As engenharias, principalmente a mecânica, tem muito a se relacionar com a saúde, desta forma
buscando ampliar a aplicação dos estudos vistos no curso, buscou-se nesta pesquisa analisar o método
de fabricação nas próteses ortopédicas para membros inferiores.
Há vários tipos de próteses, porém o que todas elas têm em comum, é a parte do encaixe no paciente. O
encaixe é de extrema importância, visto que se não for feito de forma correta a prótese pode ficar
desconfortável ou até mesmo desencaixar do paciente tendo risco de acidente. Além de sua importância, é
a parte que mais consome tempo na fabricação da prótese, visto que todos os seres humanos têm suas
particularidades, com o encaixe da prótese não seria diferente, deste modo não é possível a produção em
linha desse componente, sendo cada prótese única.
Utilizando a prototipagem rápida através de scanner e a impressão 3D, o presente trabalho irá estudar se
esse método será mais eficiente do que o tradicional na fabricação do encaixe de próteses, buscando uma
maneira mais rápida sem perder a qualidade do produto final, para dessa forma conseguir aumentar a
viabilidade de entrega para uma alta demanda de pacientes. O método de prototipagem utilizando scanner
já é uma realidade, porém utilizados por empresas particulares, tendo então custo aos pacientes. Quando
falamos em saúde pública, o Sistema único de saúde (SUS), ainda utiliza do método tradicional.
Comparando os dois métodos, pode-se ter uma ideia de viabilidade para essa tecnologia e sua
implementação na saúde pública do país.
Descrição do problema
A fabricação de uma prótese ortopédica tem como maior diferencial o encaixe no paciente, visto que cada
um é amputado de uma forma, a modelagem do encaixe nunca vai ser igual.
A utilização de scanners para prototipagem e manufatura aditiva, nesse caso a impressão 3D, é uma
solução tecnológica que está sendo mais comum nos dias de hoje. O seu uso na fabricação de próteses, é
uma maneira tecnológica e prática para produzir principalmente o encaixe da prótese, visto que é esse
processo que leva maior tempo no método tradicional.
Justificativa
Muitas pesquisas foram feitas analisando a prototipagem rápida de scanners e impressão 3D nas próteses
, porém poucos compararam com o método tradicional, que será descrito no próximo capitulo. Comparar
os dois métodos se faz necessário para analisar se vale a pena o investimento no novo método de
fabricação, visto que o Sistema Único de Saúde (SUS), maior responsável na entrega de próteses,
principalmente para pacientes de baixa renda, ainda não faz uso do método de manufatura aditiva.
Objetivo geral
Comparar o tempo de fabricação, valores e qualidade na fabricação do encaixe das próteses ortopédicas
entre o método de prototipagem rápida através de scanners e impressão 3D com o método utilizado pelo
Sistema Único de Saúde (SUS).
Objetivos específicos
Analisar processo de fabricação tradicional do encaixe das próteses utilizado pelo SUS, através de
entrevista com profissional da área;
Revisão e estudos bibliográficos sobre utilização de scanners e impressão 3D;
Revisão de estudos bibliográficos da impressão 3D na produção do encaixe de próteses;
Comparação dos dados e analise dos dois métodos.
REVISÃO DA LITERATURA / REFERENCIAL TEÓRICO
Foram consultados artigos e pesquisas para elaboração deste capitulo, assim como duas entrevistas, uma
com o fisioterapeuta Caio César Melo Correa do Centro Especializado em Reabilitação (CER II) da
Uniplac, para maior entendimento da necessidade dos pacientes que utilizam próteses ortopédicas. A
segunda entrevista, foi com o protesista ortopédico Matheus Zanguelini da empresa Santa Tereza
Ortopedia Técnica Ltda, CNPJ 41.620.210/0001-60, onde teve o acompanhamento de como é fabricado
uma prótese tradicionalmente, visto que o mesmo produz próteses ortopédicas para o sistema público de
saúde, inclusos nesse número os pacientes do CER II.
PRÓTESES ORTOPÉDICAS
De acordo com o ?Guia para prescrição, concessão, adaptação e manutenção de órteses, próteses e
meios auxiliares de locomoção. ? Do Ministério da Saúde (2019), as próteses são equipamentos que tem
como função substituir parte do corpo que por algum motivo foi amputado, pode ser qualquer material ou
peça que substitua parcial ou totalmente, seja por um curto período ou permanente este órgão ou tecido
do paciente.
A amputação, procedimento realizado em casos graves como acidentes, trombose, diabetes entre outros,
causa a perca da mobilidade do indivíduo, no controle muscular direto e na propriocepção do local.
Quando realizado este procedimento cirúrgico, deve ser analisado cautelosamente o nível em que será
amputado o membro do paciente, o mesmo deve ser feito com base no nível de cicatrização, assegurando
uma boa recuperação do paciente. Embora seja evitado amputar toda a perna, em alguns casos não
existe outra opção. Os níveis de amputação ainda de acordo com o Ministério da Saúde são:
1 ? Hemipelvectomia;
2 ? Desarticulação do quadril;
3 ? Transfemural;
4 ? Desarticulação do joelho;
5 ? Transtibial;
6 ? Desarticulação do tornozelo;
7 ? Syme; e,
8 ? Parcial do pé.
Propriedades dos materiais apresentados pela 3Dlab
De acordo com a entrevista realizada com Matheus Zanguelini, protesista ortopédico, as mais comuns são
a amputação transfemural, desarticulação do joelho e transtibial. Casos como desarticulação do quadril e
Hemipelvectomia são mais raros, em 7 anos de carreira como fisioterapeuta, só atendeu um caso desses
mais graves, relatou Caio César Melo Correa.
Como pode-se notar nas figuras a cima, o encaixe da prótese no coto (nome dado parte restante do
membro que foi amputado) é diferente em todas as próteses, porém, é a parte que se tem em comum em
todas elas, de acordo com Matheus, como cada paciente é diferente, esse componente também, se
tornando a parte mais demorada e que necessita mais atenção na confecção. Conforto do encaixe é
fundamental para que a prótese seja usada por longos períodos, o desconforto no mesmo deve ser levado
em consideração primordial sempre já que pode ocasionar o surgimento de possíveis lesões no coto.
CONFECÇÃO DO ENCAIXE DAS PRÓTESES NO MÉTODO TRADICIONAL
Através da visita e entrevista com o protesista ortopédico Matheus Zanguelini da empresa Santa Tereza
Ortopedia, e os procedimentos descritos na ?confecção e manutenção de próteses órteses, próteses e
meios de locomoção? do ministério da saúde, foi possível ter maior entendimento de como o Sistema
único de Saúde (SUS) produz as próteses ortopédicas, com maior foco no encaixe da prótese. Visto que a
empresa em questão que fabrica a prótese para o sistema público.
De maneira resumida, em primeiro lugar deve ser retirado um molde do coto do paciente, esse molde
chamado de molde negativo, primeiramente é revestido o coto do paciente com filme plástico para evitar
contado da pelo com o gesso, e revestindo o coto com o gesso, deste modo irá se ter o molde necessário.
Modelo de molde negativo de prótese superior mesma técnica usada para as inferiores
Após o molde negativo pronto, o mesmo é enchido com gesso novamente, para então fazer o molde
positivo, após o gesso seco deve-se retificar o mesmo para obter uma superfície lisa, pode ser desbastado
até 4% da medida do coto para fins de obtenção do molde positivo, que irá ser usado para confecção do
encaixe da prótese em si.
Após o molde pronto, irá se produzir o encaixe, o material utilizado é o polipropileno, o mesmo é posto em
um forno a 160°C para ficar maleável e ser posto no molde, o mesmo ao ser posto no molde positivo deve
ser utilizado um aparelho de sucção para tirar o ar e ser moldado a vácuo, desde modo não irá ter folgas
no encaixe. A espessura da prótese varia de 3mm a 6 mm, dependendo do paciente. Cada encaixe
também varia de acordo com o paciente em seu tempo de produção, podendo ser de um dia a uma
semana.
O material utilizado o polipropileno é escolhido devido suas características:
Absorve pouca umidade;
Resistente ao impacto;
Alta dureza superficial;
Baixa condução a eletricidade;
Resistente ao atrito;
Fácil de moldar;
Baixo custo.
Um novo método de fabricação surgiu no fim da década de 1980, através da adição do material, conhecido
nos dias de hoje por AM ou impressão 3D (VOLPATO. 2017).
A impressão 3D ocorre através da adição constante de material através de camadas, até chegar na forma
desejada, as informações necessárias são obtidas através de um modelo geométrico gerado em software
3D. Esse processo de fabricação possibiliza a obtenção de diversos tipos de formas, em vários materiais
diferentes. A primeira etapa é a modelagem da peça desejada através de um sistema CAD (Projeto
/Desenho Assistido por Computador-Computer Aided Design), como por exemplo, SolidWorks, Inventor,
Solid Edge, entre outros. Após a modelagem, o modelo 3D do objeto deve ser ?fatiado? eletronicamente
em programas ?fatiadores? (Slic3er, CURA, Simplify), desse modo se obterá curvas de nível 2D, e são
elas que irão dizer para a máquina onde será ou não adicionado material em cada camada.
Depois da definição dada pelo fatiador, é então fabricada a peça de maneira automatizada, relativamente
rápida se comparada a meios tradicionais de fabricação, por meio da adição do material em camadas da
sua base até chegar o topo, pelo equipamento de impressão 3D. (VOLPATO. 2017)
A impressão 3D traz várias vantagens, pouco desperdício de material, não requer troca de ferramentas,
todo processo é feito em uma única máquina, e a vasta liberdade geométrica para fabricação, no caso das
próteses, é necessário visto que as curvas na modelagem das próteses se encaixam em superfícies não
lineares.
Os sistemas CAD para suprir a necessidade utilizam da matemática complexa tipo spline que são
equações para definir a trajetória do motor em casos de linhas não convencionais, como sai da
matemática linear, divide as linhas em micro retas através de equações polinomiais paramétricas. (SOUZA
. 2004)
SCANNERS
Para se obter uma modelagem tridimensional, a tecnologia de digitalização 3D é de grande ajuda, visto
que a mesma consegue obter modelos 3D a partir de cenas do mundo real.
São inúmeras sua aplicação (arquitetura, design, indústria cinematográfica, medicina, entre outros). O
método de digitalização 3D está em enorme expansão, por seu vasto uso em diversas áreas, com isso tem
-se várias técnicas de digitalização 3d, os diversos sistemas variam entre:
Custo;
Material do objeto a ser digitalizado;
Tamanho do objeto digitalizado;
Portabilidade do equipamento;
Precisão do sistema;
Aquisição da textura;
Produtividade da técnica;
Habilidade exigida para a utilização do equipamento;
Conformidade dos dados produzidos com padrões ou normas.
Cada sistema vai se especializar mais em uma área do que outra, portanto a escolha de qual sistema usar
depende de qual trabalho será feito. Entre as diversas tecnologias, podemos dividir entre elas as com
contato e as sem contato. (SOUSA, 2015).
Com contato
Com contato, como o próprio nome já diz, a máquina deve encostar no objeto a ser digitalizado, temos
duas principais tecnologias para este método Coordinate Measuring Machine (CMM) e Braços Articulados
. (SOUSA, 2015).
A CMM se trata de uma sonda na ponta de um braço de transporte, que se movimenta pelo objeto
mapeando pontos, esses pontos que formarão a imagem 3D futuramente em um sistema CAD.
Normalmente utilizada em indústrias, sua maior desvantagem é o desgaste e risco de quebra por estar em
contato com os equipamentos. (SOUSA, 2015).
O outro método de scanner por contato, o Braço articulado, como o próprio nome já diz, é constituído por
um braço robótico articulado, com diversos sensores, é muito similar ao CMM, digitalizando através de
pontos ao encostar na máquina, porém neste método é feito por operação manual, além de ter as mesmas
desvantagens da CMM o mesmo possui menor precisão comparado ao outro método por contato (SOUSA
, 2015).
Sem contato
Os scanners sem contato, apenas ?observam? o material, objeto ou ambiente a ser digitalizado, eles por
sua vez se dividem em ativos e passivos.
Os ativos emitem algum tipo de sinal, como por exemplo (ultrassom, raio-x, luz), este sinal ao atingir o
material a ser scaneado, sofre alterações, desta forma, essas alterações são capturadas por outro
aparelho formando então a digitalização 3D. (JÚNIOR; WANGENHEIM; SOBIERANSKI, 2017)
Temos como principais exemplos dos ativos:
Triangulação a laser ? é emitido uma luz a lazer variando entre um ponto ou linha que atinge o material e
reflete em um sensor, o sensor faz uma leitura da luz refletida gravando sua exata posição. (SOUSA 2015)
Luz estruturada ? segundo Sousa (2015) ?Este método consiste na projeção de um padrão específico (ou
um conjunto de padrões) na superfície do objeto e na extração da informação dessa geometria através da
deformação desse padrão?. Pode ser confundido com a triangulação a laser, porém o mesmo não utiliza
emissão de luz laser. (SOUSA. 2015)
Os métodos de digitalização sem contato passivos por sua vez, consistem em utilizar as informações já
disponíveis no ambiente, através de câmeras, sem necessidade de emitir nada no material. (JÚNIOR;
WANGENHEIM; SOBIERANSKI, 2017)
Um exemplo de passivo é o Sistema Estetoscópico, que utiliza uma ou mais câmeras e coleta imagens de
pelo menos dois ou mais pontos de vista da peça para se obter a forma tridimensional do objeto. (SOUSA.
2015)
METODOLOGIA
Metodologia de Pesquisa
O presente trabalho inclui-se em uma pesquisa básica, visto que seus resultados podem ser de grande
avanço para a área e serem utilizados na prática futuramente. Se enquadra em uma pesquisa qualitativa,
comparando as informações adquiridas em visita técnica com a de trabalhos e pesquisas realizadas
anteriormente. Seu objetivo é descritivo, visto que expõe os dados coletados para comparação dos
mesmos. Os procedimentos técnicos utilizados foram pesquisa bibliográfica e levantamento, visto que
foram feitos em duas partes, entrevistando funcionário direto da área e analisando estudo e resultados
anteriormente publicados. (PRODANOV; FREITAS, 2013).
Materiais e métodos
Como citado no capitulo 2, item 2.2, foi realizado uma visita técnica na ortopedia Santa Tereza Ortopedia
Técnica Ltda, CNPJ 41.620.210/0001-06, e entrevistado o protesista ortopédico Matheus Zanguelini, desta
forma foram obtidos os dados necessários para se entender a técnica ?tradicional? de fabricação do
encaixe de próteses para membros inferiores. Esta técnica é a mais utilizada e a padrão do Sistema Único
de Saúde (SUS).
Utilizando a impressora 3d do SENAI, impressora 3d do modelo Ender 3, foi impresso uma miniatura de
uma perna, em PLA, para analisar a capacidade da impressora de imprimir curvas complexas, como uma
perna humana, visto que um objeto com forma similar à do corpo humano, se enquadra em curvas
complexas, formato que fogem da geometria convencional (cilindros, cubos e afins). (SOUZA, 2004)
Foi optado por se imprimir apenas este modelo em miniatura, visto que a fabricação de uma prótese de
membro inferior é inviável devido a impressora disponível não possuir o material necessário para uma
prótese de membro inferior, conforme citado pelo protesista Matheus Zanguelini, o polipropileno seria o
mais comum e recomendado para fabricação de uma prótese inferior devido sua resistência.
Miniatura concluída
Devido ao alto risco de se fazer testes em pacientes e ao não poder imprimir uma prótese real para testes
em laboratórios, foram analisados os dados de artigos a respeito do tema para comparação.
Em relação a modelagem 3D, os scanners facilitaram em muito nesse quesito. Como por exemplo o
Scanner Sense 3D de 1ª geração da 3D Systems utilizados por Bortoleto e Sampaio (2022), como
mencionado por eles ?Trata-se de um equipamento bem simples, portátil e de baixo custo (cerca de 500
dólares) e que pode ser acoplado diretamente a um notebook ou tablet com sistema Windows por meio de
porta USB. Possui 3 lentes para o processo de captura: a primeira projeta uma luz infravermelha no objeto
, a segunda captura essa luz, e a terceira é uma câmera normal que finaliza o processo aplicando cores e
texturas. As imagens digitalizadas são processadas em um software próprio instalado no equipamento. ?
O mesmo foi capaz de digitalizar a mão do paciente em pouco tempo sem nenhum problema, gerando o
arquivo 3D e sendo retrabalhado em sistema CAD. Ou seja, em poucas horas foi feito a modelagem do
membro do paciente. Outro ponto positivo mencionado por eles, é o fato de o software permitir fazer testes
de força previamente a impressão. (BORTOLETO E SAMPAIO. 2022)
A modelagem em software também de maneira mais simples, e já não precisando da presença do
paciente, conforme mencionado por Araujo (2022), ele utilizou o mesmo scanner mencionado
anteriormente, e após ter o arquivo 3d do coto, bastou fazer os tratamentos no modelo tridimensional
adquirido utilizando o software Autodesk Meshmixer®, ainda com a ajuda deste software fez a modelagem
em cima do arquivo utilizando 4mm de espessura para a prótese, a espessura como foi mencionado por
Zanguellini na entrevista, varia de paciente para paciente, mas geralmente tendo de 3mm a 6mm.
O encaixe da prótese de Araujo (2022) foi impresso na impressora Sethi S3®, o encaixe levou 25 horas de
impressão e 323 gramas de PLA (ácido polilático) material não muito recomendado na fabricação de
Finalmente comparando os dois métodos de fabricação, o método tradicional explanado no capitulo 2.2 e a
fabricação 3D após pesquisas realizadas no assunto. Dividiu-se a comparação em 3 tópicos principais,
custo, tempo e qualidade.
Custo
Em relação ao custo as principais diferenças seriam nas tecnologias utilizadas e materiais. No processo de
fabricação através da impressão 3D, obviamente será necessário o investimento na máquina, scanner,
licença para algum software CAD. Abaixo segue tabela com valores após recente pesquisa de mercado.
Custo Impressão 3D
Em relação ao método tradicional, a impressão 3D se torna mais cara devido ao investimento necessário,
comparado ao método tradicional, porém, tem outras questões que irão ser economizado, por exemplo, o
gesso, embora seja um material barato, sendo encontrado no mercado em torno de R$26,00 um saco de
40kg de gesso, ainda sim é muito gasto no método tradicional, visto que através dele são feitos os moldes
negativos e positivos, onde na impressão 3D não se faz necessário.
O gasto com material para o encaixe da prótese, como seria o mesmo utilizado nos dois métodos, o
polipropileno, não haveria diferença discrepante em relação a este custo, porém na impressão 3D, como
falado anteriormente tem o ponto positivo de não ocorrer desperdício de material, algo que poderia ocorrer
no método tradicional por falha de mão de obra.
Tempo
de impressão. A maior vantagem, é que no período que está sendo impresso o encaixe da prótese, o
operador pode estar fazendo outros processos como modelando outro arquivo ou finalizando outras
próteses em si.
Qualidade
O conforto, design e resistência, são quesitos que mensuram a qualidade no encaixe da prótese. Em
relação ao conforto e design a impressão 3D atinge todos os pontos necessários, se comparando a
fabricada no método tradicional, ainda com a vantagem de caso precise fabricar novamente a mesma
prótese ou fazer pequenas alterações, já possui o arquivo tridimensional salvo, sendo facilitada a
modificação.
Contudo, no quesito resistência ainda não se compara com a fabricada no método tradicional, quando
falamos em próteses de membros inferiores, estas próteses devem ser capazes de sustentar o corpo do
paciente, por isso a resistência é algo que deve ser muito considerado.
Conclusões
O encaixe das próteses fabricadas na manufatura aditiva, tem grande potencial para ser utilizado
futuramente melhorando os aspectos funcionais e emocionais dos indivíduos que sofrem da amputação,
porém, com a pesquisa realizada, pode-se notar que nem sempre o avanço tecnológico substitui os
processos que já são utilizados, embora a manufatura aditiva, impressão 3D, seja um processo de
fabricação em ascensão, ainda não é o ideal par fabricação do encaixe de próteses para membros
inferiores, especificamente, devido à baixa resistência que este processo oferece.
Quando se pensa em membros inferiores em específico, talvez possa ser utilizado a impressão 3D para
próteses de banho por exemplo, próteses de menores custo apenas para garantir a durabilidade da outra
prótese convencional, visto que para o banho como o indivíduo não precisa, fazer muitos esforços como a
caminhada, a mesma será de grande auxilio.
Atualmente, embora ainda não seja viável a substituição de um método por outro, futuras pesquisas na
impressão 3D na produção do encaixe das próteses ortopédicas para membros inferiores se fazem
necessário, pesquisas em como:
Solucionando essa questão da resistência do encaixe, futuramente a manufatura aditiva pode atingir a
resistência e acabamentos necessários para utilização no dia a dia dessa forma de fabricação para auxiliar
a vida de diversos pacientes que sofrem de amputação no dia a dia, visto a facilidade e ganho de tempo
que se tem com a impressão 3D.
23
Referências
SOUZA, Adriano Fagali de. Contribuições ao fresamento de geometrias complexas aplicando a tecnologia
de usinagem com altas velocidades. 2004. 186 f. Tese (Doutorado) - Curso de Engenharia Mecânica,
Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2004. Disponível em: https
://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18135/tde-14012005-101635/publico/Tese_Adriano_F_S_.pdf.
Acesso em: 02 maio 2023.
PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar de. Apresentação de trabalhos acadêmicos. In:
Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo
Hamburgo/RS: Universidade FEEVALE, 2013. p. 182 ? 217.
VOLPATO, Neri (org.). MANUFATURA ADITIVA: tecnologias e aplicações da impressão 3d. São Paulo:
Edgard Blucher Ltda, 2018. 400 p. Disponível em: https://books.google.com.br/books?id=ni9dDwAAQBAJ
ItemPreço(R$)
Impressora 3D (Sethi S3®)Scanner (Scanner Sense 3D) Licença Software(solidworks)R$9.359,68R
$2.500,00R$100,00
=================================================================================
Arquivo 1: Template TCC -Higor Souza Muniz - 2023 ATUALIZADO 07.06.docx (4476 termos)
Arquivo 2: http://eletrica.ufpr.br/sebastiao/wa_files/te309 aula 04 - desenhos tecnicos com ferramentas
computacionais-1.pdf (1256 termos)
Termos comuns: 7
Similaridade: 0,12%
O texto abaixo é o conteúdo do documento Template TCC -Higor Souza Muniz - 2023 ATUALIZADO
07.06.docx (4476 termos)
Os termos em vermelho foram encontrados no documento
http://eletrica.ufpr.br/sebastiao/wa_files/te309 aula 04 - desenhos tecnicos com ferramentas
computacionais-1.pdf (1256 termos)
=================================================================================
Lages
2023
Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Universidade do Planalto Catarinense para obtenção dos
créditos de disciplina com nome equivalente no curso de Engenharia Mecânica.
Lages
2023
HIGOR SOUZA MUNIZ
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção dos créditos da disciplina de
Trabalho de Conclusão de Curso, do 9º. Semestre, obrigatória para obtenção do título de:
ENGENHEIRO MECÂNICO
Banca Examinadora:
_________________________________
Prof. Esp. Alexsandre Paim Ribeiro
Suplente
Esta pesquisa apresenta como tema central a comparação entre o método ?tradicional? de fabricação do
encaixe das próteses ortopédicas em membros inferiores com a utilização da manufatura aditiva e
prototipagem rápida, utilizando scanners para a modelagem do encaixe e impressão 3D para fabricação.
Trata-se de uma pesquisa do tipo qualitativa. Os dados foram coletados através de visitação técnica em
ortopedia e entrevista com o protesista do local para entendimento do método padrão utilizado na saúde
pública. Foi também realizado, impressão de miniatura tridimensional de membro humano e analise de
pesquisas, artigos e trabalhos anteriores para entendimento da utilização da tecnologia dos Scanners e
Impressão 3D na fabricação do encaixe de próteses. No referencial teórico foram abordados os temas
próteses ortopédicas para membros inferiores, método tradicional de fabricação do encaixe das próteses,
como funciona a impressão 3D e os scanners. Os dados apontam que embora seja uma tecnologia em
ascensão, o uso da manufatura aditiva através da impressão tridimensional ainda não é recomendado
para membros inferiores, visto a baixa resistência que esse método oferece, ou seja, deve continuar com o
método tradicional. Solucionando o problema da resistência, a impressão 3D é um processo de fabricação
promissor para substituir o tradicional e facilitar a fabricação dos encaixes das próteses.
Palavras-chave: Próteses ortopédicas. Membros inferiores. Impressão 3D. Digitalização por scanner.
Abstract
This research has as its central theme the comparison between the ?traditional? method of manufacturing
the fitting of orthopedic prostheses in lower limbs with the use of additive manufacturing and rapid
prototyping, using scanners for fitting modeling and 3D printing for manufacturing. This is a qualitative
research. Data were collected through a technical visit in orthopedics and an interview with the local
prosthetist to understand the standard method used in public health. Was performed out a three-
dimensional miniature impression of a human limb and analysis of research, articles and previous works to
understand the use of Scanners and 3D Printing technology in the manufacture of prosthetic sockets. In the
theoretical framework, the themes of orthopedic prostheses for lower limbs, the traditional method of
manufacturing prosthetic fittings, how 3D printing and scanners work were addressed. The data indicate
that although it is a technology on the rise, the use of additive manufacturing through three-dimensional
printing is still not recommended for lower limbs, given the low resistance that this method offers, that is, it
should continue with the traditional method. Solving the problem of resistance, 3D printing is a promising
manufacturing process to replace the traditional and facilitate the manufacture of prosthetic fittings.
Lista de Figuras
10
.
Sumário
1 Introdução...................................................................................................................... 9
1.1 Apresentação............................................................................................................... 9
1.2 Descrição do problema......................................................................................... 10
1.3 Justificativa................................................................................................................ 10
1.4 Objetivo Geral............................................................................................................ 10
1.5 Objetivo Específivo.................................................................................................. 10
2 Revisão de literatura/referencial teórioco....................................... 11
2.1 Próteses Ortopédicas................................................................................................................ 11
2.2 Confecção do Encaixe das Próteses no Método Tradicional.......... 14
2.3 Processo de Fabricação Impressão 3D........................................................... 16
2.4 Scanners........................................................................................................................ 18
3 Metodologia................................................................................................................ 20
3.1 Metodologia de Pesquisa..................................................................................... 20
3.2 Materiais e métodos................................................................................................ 20
3.2.1 Entrevista e Visita Técnica em Ortopedia.................................................................... 20
3.2.2 Impressão 3d de miniatura de perna humana.............................................................. 20
3.2.3 Encaixe Prótese de Membro Inferior por Impressão 3D............................................. 22
4 Resultados e discussões........................................................................................ 23
4.1 custo................................................................................................................................ 23
4.2 tempo............................................................................................................................... 23
4.3 qualidade..................................................................................................................... 24
5 conclusões.................................................................................................................... 25
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 26
1 Introdução
Apresentação
A inclusão é um tema de muita importância, e que, ganha mais ênfase a cada dia. Para vivermos em
sociedade, todas as pessoas devem ter acesso de maneira igualitária, porém a amputação de membros
inferiores, dificulta, a vida de diversos indivíduos, por isso as próteses ortopédicas, são muito mais que
equipamentos, são partes de seres humanos.
No período de 2012 a 2022 teve uma média de 66 pessoas por dia que sofreram amputação, sendo nos
últimos anos por conta da pandemia do covid-19 o maior número de casos de perca de membros
principalmente inferiores. (GANDRA, 2022).
Na prótese ortopédica, existem diversos componentes que formam a prótese, algumas são mais
complexas que as outras, visto que quanto maior for a amputação do paciente, mais complexa será a
prótese, por exemplo, um paciente que tem sua perna amputada no quadril terá muito mais dificuldade do
que algum paciente que é amputado no joelho.
As engenharias, principalmente a mecânica, tem muito a se relacionar com a saúde, desta forma
buscando ampliar a aplicação dos estudos vistos no curso, buscou-se nesta pesquisa analisar o método
de fabricação nas próteses ortopédicas para membros inferiores.
Há vários tipos de próteses, porém o que todas elas têm em comum, é a parte do encaixe no paciente. O
encaixe é de extrema importância, visto que se não for feito de forma correta a prótese pode ficar
desconfortável ou até mesmo desencaixar do paciente tendo risco de acidente. Além de sua importância, é
a parte que mais consome tempo na fabricação da prótese, visto que todos os seres humanos têm suas
particularidades, com o encaixe da prótese não seria diferente, deste modo não é possível a produção em
linha desse componente, sendo cada prótese única.
Utilizando a prototipagem rápida através de scanner e a impressão 3D, o presente trabalho irá estudar se
esse método será mais eficiente do que o tradicional na fabricação do encaixe de próteses, buscando uma
maneira mais rápida sem perder a qualidade do produto final, para dessa forma conseguir aumentar a
viabilidade de entrega para uma alta demanda de pacientes. O método de prototipagem utilizando scanner
já é uma realidade, porém utilizados por empresas particulares, tendo então custo aos pacientes. Quando
falamos em saúde pública, o Sistema único de saúde (SUS), ainda utiliza do método tradicional.
Comparando os dois métodos, pode-se ter uma ideia de viabilidade para essa tecnologia e sua
implementação na saúde pública do país.
Descrição do problema
A fabricação de uma prótese ortopédica tem como maior diferencial o encaixe no paciente, visto que cada
um é amputado de uma forma, a modelagem do encaixe nunca vai ser igual.
A utilização de scanners para prototipagem e manufatura aditiva, nesse caso a impressão 3D, é uma
solução tecnológica que está sendo mais comum nos dias de hoje. O seu uso na fabricação de próteses, é
uma maneira tecnológica e prática para produzir principalmente o encaixe da prótese, visto que é esse
processo que leva maior tempo no método tradicional.
Justificativa
Muitas pesquisas foram feitas analisando a prototipagem rápida de scanners e impressão 3D nas próteses
, porém poucos compararam com o método tradicional, que será descrito no próximo capitulo. Comparar
os dois métodos se faz necessário para analisar se vale a pena o investimento no novo método de
fabricação, visto que o Sistema Único de Saúde (SUS), maior responsável na entrega de próteses,
principalmente para pacientes de baixa renda, ainda não faz uso do método de manufatura aditiva.
Objetivo geral
Comparar o tempo de fabricação, valores e qualidade na fabricação do encaixe das próteses ortopédicas
entre o método de prototipagem rápida através de scanners e impressão 3D com o método utilizado pelo
Sistema Único de Saúde (SUS).
Objetivos específicos
Analisar processo de fabricação tradicional do encaixe das próteses utilizado pelo SUS, através de
entrevista com profissional da área;
Revisão e estudos bibliográficos sobre utilização de scanners e impressão 3D;
Revisão de estudos bibliográficos da impressão 3D na produção do encaixe de próteses;
Comparação dos dados e analise dos dois métodos.
REVISÃO DA LITERATURA / REFERENCIAL TEÓRICO
Foram consultados artigos e pesquisas para elaboração deste capitulo, assim como duas entrevistas, uma
com o fisioterapeuta Caio César Melo Correa do Centro Especializado em Reabilitação (CER II) da
Uniplac, para maior entendimento da necessidade dos pacientes que utilizam próteses ortopédicas. A
segunda entrevista, foi com o protesista ortopédico Matheus Zanguelini da empresa Santa Tereza
Ortopedia Técnica Ltda, CNPJ 41.620.210/0001-60, onde teve o acompanhamento de como é fabricado
uma prótese tradicionalmente, visto que o mesmo produz próteses ortopédicas para o sistema público de
saúde, inclusos nesse número os pacientes do CER II.
PRÓTESES ORTOPÉDICAS
De acordo com o ?Guia para prescrição, concessão, adaptação e manutenção de órteses, próteses e
meios auxiliares de locomoção. ? Do Ministério da Saúde (2019), as próteses são equipamentos que tem
como função substituir parte do corpo que por algum motivo foi amputado, pode ser qualquer material ou
peça que substitua parcial ou totalmente, seja por um curto período ou permanente este órgão ou tecido
do paciente.
A amputação, procedimento realizado em casos graves como acidentes, trombose, diabetes entre outros,
causa a perca da mobilidade do indivíduo, no controle muscular direto e na propriocepção do local.
Quando realizado este procedimento cirúrgico, deve ser analisado cautelosamente o nível em que será
amputado o membro do paciente, o mesmo deve ser feito com base no nível de cicatrização, assegurando
uma boa recuperação do paciente. Embora seja evitado amputar toda a perna, em alguns casos não
existe outra opção. Os níveis de amputação ainda de acordo com o Ministério da Saúde são:
1 ? Hemipelvectomia;
2 ? Desarticulação do quadril;
3 ? Transfemural;
4 ? Desarticulação do joelho;
5 ? Transtibial;
6 ? Desarticulação do tornozelo;
7 ? Syme; e,
8 ? Parcial do pé.
Propriedades dos materiais apresentados pela 3Dlab
De acordo com a entrevista realizada com Matheus Zanguelini, protesista ortopédico, as mais comuns são
a amputação transfemural, desarticulação do joelho e transtibial. Casos como desarticulação do quadril e
Hemipelvectomia são mais raros, em 7 anos de carreira como fisioterapeuta, só atendeu um caso desses
mais graves, relatou Caio César Melo Correa.
Como pode-se notar nas figuras a cima, o encaixe da prótese no coto (nome dado parte restante do
membro que foi amputado) é diferente em todas as próteses, porém, é a parte que se tem em comum em
todas elas, de acordo com Matheus, como cada paciente é diferente, esse componente também, se
tornando a parte mais demorada e que necessita mais atenção na confecção. Conforto do encaixe é
fundamental para que a prótese seja usada por longos períodos, o desconforto no mesmo deve ser levado
em consideração primordial sempre já que pode ocasionar o surgimento de possíveis lesões no coto.
CONFECÇÃO DO ENCAIXE DAS PRÓTESES NO MÉTODO TRADICIONAL
Através da visita e entrevista com o protesista ortopédico Matheus Zanguelini da empresa Santa Tereza
Ortopedia, e os procedimentos descritos na ?confecção e manutenção de próteses órteses, próteses e
meios de locomoção? do ministério da saúde, foi possível ter maior entendimento de como o Sistema
único de Saúde (SUS) produz as próteses ortopédicas, com maior foco no encaixe da prótese. Visto que a
empresa em questão que fabrica a prótese para o sistema público.
De maneira resumida, em primeiro lugar deve ser retirado um molde do coto do paciente, esse molde
chamado de molde negativo, primeiramente é revestido o coto do paciente com filme plástico para evitar
contado da pelo com o gesso, e revestindo o coto com o gesso, deste modo irá se ter o molde necessário.
Modelo de molde negativo de prótese superior mesma técnica usada para as inferiores
Após o molde negativo pronto, o mesmo é enchido com gesso novamente, para então fazer o molde
positivo, após o gesso seco deve-se retificar o mesmo para obter uma superfície lisa, pode ser desbastado
até 4% da medida do coto para fins de obtenção do molde positivo, que irá ser usado para confecção do
encaixe da prótese em si.
Após o molde pronto, irá se produzir o encaixe, o material utilizado é o polipropileno, o mesmo é posto em
um forno a 160°C para ficar maleável e ser posto no molde, o mesmo ao ser posto no molde positivo deve
ser utilizado um aparelho de sucção para tirar o ar e ser moldado a vácuo, desde modo não irá ter folgas
no encaixe. A espessura da prótese varia de 3mm a 6 mm, dependendo do paciente. Cada encaixe
também varia de acordo com o paciente em seu tempo de produção, podendo ser de um dia a uma
semana.
O material utilizado o polipropileno é escolhido devido suas características:
Absorve pouca umidade;
Resistente ao impacto;
Alta dureza superficial;
Baixa condução a eletricidade;
Resistente ao atrito;
Fácil de moldar;
Baixo custo.
Um novo método de fabricação surgiu no fim da década de 1980, através da adição do material, conhecido
A impressão 3D traz várias vantagens, pouco desperdício de material, não requer troca de ferramentas,
todo processo é feito em uma única máquina, e a vasta liberdade geométrica para fabricação, no caso das
próteses, é necessário visto que as curvas na modelagem das próteses se encaixam em superfícies não
lineares.
Os sistemas CAD para suprir a necessidade utilizam da matemática complexa tipo spline que são
equações para definir a trajetória do motor em casos de linhas não convencionais, como sai da
matemática linear, divide as linhas em micro retas através de equações polinomiais paramétricas. (SOUZA
. 2004)
SCANNERS
Para se obter uma modelagem tridimensional, a tecnologia de digitalização 3D é de grande ajuda, visto
que a mesma consegue obter modelos 3D a partir de cenas do mundo real.
São inúmeras sua aplicação (arquitetura, design, indústria cinematográfica, medicina, entre outros). O
método de digitalização 3D está em enorme expansão, por seu vasto uso em diversas áreas, com isso tem
-se várias técnicas de digitalização 3d, os diversos sistemas variam entre:
Custo;
Material do objeto a ser digitalizado;
Tamanho do objeto digitalizado;
Portabilidade do equipamento;
Precisão do sistema;
Aquisição da textura;
Produtividade da técnica;
Habilidade exigida para a utilização do equipamento;
Conformidade dos dados produzidos com padrões ou normas.
Cada sistema vai se especializar mais em uma área do que outra, portanto a escolha de qual sistema usar
depende de qual trabalho será feito. Entre as diversas tecnologias, podemos dividir entre elas as com
contato e as sem contato. (SOUSA, 2015).
Com contato
Com contato, como o próprio nome já diz, a máquina deve encostar no objeto a ser digitalizado, temos
duas principais tecnologias para este método Coordinate Measuring Machine (CMM) e Braços Articulados
. (SOUSA, 2015).
A CMM se trata de uma sonda na ponta de um braço de transporte, que se movimenta pelo objeto
mapeando pontos, esses pontos que formarão a imagem 3D futuramente em um sistema CAD.
Normalmente utilizada em indústrias, sua maior desvantagem é o desgaste e risco de quebra por estar em
contato com os equipamentos. (SOUSA, 2015).
O outro método de scanner por contato, o Braço articulado, como o próprio nome já diz, é constituído por
um braço robótico articulado, com diversos sensores, é muito similar ao CMM, digitalizando através de
pontos ao encostar na máquina, porém neste método é feito por operação manual, além de ter as mesmas
desvantagens da CMM o mesmo possui menor precisão comparado ao outro método por contato (SOUSA
, 2015).
Sem contato
Os scanners sem contato, apenas ?observam? o material, objeto ou ambiente a ser digitalizado, eles por
sua vez se dividem em ativos e passivos.
Os ativos emitem algum tipo de sinal, como por exemplo (ultrassom, raio-x, luz), este sinal ao atingir o
material a ser scaneado, sofre alterações, desta forma, essas alterações são capturadas por outro
aparelho formando então a digitalização 3D. (JÚNIOR; WANGENHEIM; SOBIERANSKI, 2017)
Temos como principais exemplos dos ativos:
Triangulação a laser ? é emitido uma luz a lazer variando entre um ponto ou linha que atinge o material e
reflete em um sensor, o sensor faz uma leitura da luz refletida gravando sua exata posição. (SOUSA 2015)
Luz estruturada ? segundo Sousa (2015) ?Este método consiste na projeção de um padrão específico (ou
um conjunto de padrões) na superfície do objeto e na extração da informação dessa geometria através da
deformação desse padrão?. Pode ser confundido com a triangulação a laser, porém o mesmo não utiliza
emissão de luz laser. (SOUSA. 2015)
Os métodos de digitalização sem contato passivos por sua vez, consistem em utilizar as informações já
disponíveis no ambiente, através de câmeras, sem necessidade de emitir nada no material. (JÚNIOR;
WANGENHEIM; SOBIERANSKI, 2017)
Um exemplo de passivo é o Sistema Estetoscópico, que utiliza uma ou mais câmeras e coleta imagens de
pelo menos dois ou mais pontos de vista da peça para se obter a forma tridimensional do objeto. (SOUSA.
2015)
METODOLOGIA
Metodologia de Pesquisa
O presente trabalho inclui-se em uma pesquisa básica, visto que seus resultados podem ser de grande
avanço para a área e serem utilizados na prática futuramente. Se enquadra em uma pesquisa qualitativa,
comparando as informações adquiridas em visita técnica com a de trabalhos e pesquisas realizadas
anteriormente. Seu objetivo é descritivo, visto que expõe os dados coletados para comparação dos
mesmos. Os procedimentos técnicos utilizados foram pesquisa bibliográfica e levantamento, visto que
foram feitos em duas partes, entrevistando funcionário direto da área e analisando estudo e resultados
anteriormente publicados. (PRODANOV; FREITAS, 2013).
Materiais e métodos
Como citado no capitulo 2, item 2.2, foi realizado uma visita técnica na ortopedia Santa Tereza Ortopedia
Técnica Ltda, CNPJ 41.620.210/0001-06, e entrevistado o protesista ortopédico Matheus Zanguelini, desta
forma foram obtidos os dados necessários para se entender a técnica ?tradicional? de fabricação do
encaixe de próteses para membros inferiores. Esta técnica é a mais utilizada e a padrão do Sistema Único
de Saúde (SUS).
Utilizando a impressora 3d do SENAI, impressora 3d do modelo Ender 3, foi impresso uma miniatura de
uma perna, em PLA, para analisar a capacidade da impressora de imprimir curvas complexas, como uma
perna humana, visto que um objeto com forma similar à do corpo humano, se enquadra em curvas
complexas, formato que fogem da geometria convencional (cilindros, cubos e afins). (SOUZA, 2004)
Foi optado por se imprimir apenas este modelo em miniatura, visto que a fabricação de uma prótese de
membro inferior é inviável devido a impressora disponível não possuir o material necessário para uma
prótese de membro inferior, conforme citado pelo protesista Matheus Zanguelini, o polipropileno seria o
mais comum e recomendado para fabricação de uma prótese inferior devido sua resistência.
Miniatura concluída
Devido ao alto risco de se fazer testes em pacientes e ao não poder imprimir uma prótese real para testes
em laboratórios, foram analisados os dados de artigos a respeito do tema para comparação.
Em relação a modelagem 3D, os scanners facilitaram em muito nesse quesito. Como por exemplo o
Scanner Sense 3D de 1ª geração da 3D Systems utilizados por Bortoleto e Sampaio (2022), como
mencionado por eles ?Trata-se de um equipamento bem simples, portátil e de baixo custo (cerca de 500
dólares) e que pode ser acoplado diretamente a um notebook ou tablet com sistema Windows por meio de
porta USB. Possui 3 lentes para o processo de captura: a primeira projeta uma luz infravermelha no objeto
, a segunda captura essa luz, e a terceira é uma câmera normal que finaliza o processo aplicando cores e
texturas. As imagens digitalizadas são processadas em um software próprio instalado no equipamento. ?
O mesmo foi capaz de digitalizar a mão do paciente em pouco tempo sem nenhum problema, gerando o
arquivo 3D e sendo retrabalhado em sistema CAD. Ou seja, em poucas horas foi feito a modelagem do
membro do paciente. Outro ponto positivo mencionado por eles, é o fato de o software permitir fazer testes
de força previamente a impressão. (BORTOLETO E SAMPAIO. 2022)
A modelagem em software também de maneira mais simples, e já não precisando da presença do
paciente, conforme mencionado por Araujo (2022), ele utilizou o mesmo scanner mencionado
anteriormente, e após ter o arquivo 3d do coto, bastou fazer os tratamentos no modelo tridimensional
adquirido utilizando o software Autodesk Meshmixer®, ainda com a ajuda deste software fez a modelagem
em cima do arquivo utilizando 4mm de espessura para a prótese, a espessura como foi mencionado por
Zanguellini na entrevista, varia de paciente para paciente, mas geralmente tendo de 3mm a 6mm.
O encaixe da prótese de Araujo (2022) foi impresso na impressora Sethi S3®, o encaixe levou 25 horas de
impressão e 323 gramas de PLA (ácido polilático) material não muito recomendado na fabricação de
prótese conforme mencionado por Zanguellini na entrevista.
Durante a procura de próteses de membros inferiores feitas por impressão 3D, não foram muitas as
pesquisas feitas a respeito desse tema em especifico, visto que a prótese de membro inferior requer muito
mais resistência do material, e ainda a maior parte de impressoras convencionais utilizam o ABS e o PLA
(RODRIGUES; STOCCO. 2020)
De acordo com a empresa especializada em filamentos para impressão 3D, a filamante2print (2021), o
polipropileno, material mais adequado para encaixe de próteses para membros inferiores, é um material
difícil para impressão e para obter bons resultados, devido a sua falta de aderência com outros materiais,
elevado coeficiente de expansão térmica e necessidade de ambiente controlado.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Finalmente comparando os dois métodos de fabricação, o método tradicional explanado no capitulo 2.2 e a
fabricação 3D após pesquisas realizadas no assunto. Dividiu-se a comparação em 3 tópicos principais,
custo, tempo e qualidade.
Custo
Em relação ao custo as principais diferenças seriam nas tecnologias utilizadas e materiais. No processo de
fabricação através da impressão 3D, obviamente será necessário o investimento na máquina, scanner,
licença para algum software CAD. Abaixo segue tabela com valores após recente pesquisa de mercado.
Custo Impressão 3D
Em relação ao método tradicional, a impressão 3D se torna mais cara devido ao investimento necessário,
comparado ao método tradicional, porém, tem outras questões que irão ser economizado, por exemplo, o
gesso, embora seja um material barato, sendo encontrado no mercado em torno de R$26,00 um saco de
40kg de gesso, ainda sim é muito gasto no método tradicional, visto que através dele são feitos os moldes
negativos e positivos, onde na impressão 3D não se faz necessário.
O gasto com material para o encaixe da prótese, como seria o mesmo utilizado nos dois métodos, o
polipropileno, não haveria diferença discrepante em relação a este custo, porém na impressão 3D, como
falado anteriormente tem o ponto positivo de não ocorrer desperdício de material, algo que poderia ocorrer
no método tradicional por falha de mão de obra.
Tempo
da habilidade e experiência da mão de obra, a impresso 3D, conforme relatado por Araújo foi gasto 25
horas de impressão, se for um encaixe maior ou algum outro tipo de prótese, estimasse de 25 a 35 horas
de impressão. A maior vantagem, é que no período que está sendo impresso o encaixe da prótese, o
operador pode estar fazendo outros processos como modelando outro arquivo ou finalizando outras
próteses em si.
Qualidade
O conforto, design e resistência, são quesitos que mensuram a qualidade no encaixe da prótese. Em
relação ao conforto e design a impressão 3D atinge todos os pontos necessários, se comparando a
fabricada no método tradicional, ainda com a vantagem de caso precise fabricar novamente a mesma
prótese ou fazer pequenas alterações, já possui o arquivo tridimensional salvo, sendo facilitada a
modificação.
Contudo, no quesito resistência ainda não se compara com a fabricada no método tradicional, quando
falamos em próteses de membros inferiores, estas próteses devem ser capazes de sustentar o corpo do
paciente, por isso a resistência é algo que deve ser muito considerado.
Conclusões
O encaixe das próteses fabricadas na manufatura aditiva, tem grande potencial para ser utilizado
futuramente melhorando os aspectos funcionais e emocionais dos indivíduos que sofrem da amputação,
porém, com a pesquisa realizada, pode-se notar que nem sempre o avanço tecnológico substitui os
processos que já são utilizados, embora a manufatura aditiva, impressão 3D, seja um processo de
fabricação em ascensão, ainda não é o ideal par fabricação do encaixe de próteses para membros
inferiores, especificamente, devido à baixa resistência que este processo oferece.
Quando se pensa em membros inferiores em específico, talvez possa ser utilizado a impressão 3D para
próteses de banho por exemplo, próteses de menores custo apenas para garantir a durabilidade da outra
prótese convencional, visto que para o banho como o indivíduo não precisa, fazer muitos esforços como a
caminhada, a mesma será de grande auxilio.
Atualmente, embora ainda não seja viável a substituição de um método por outro, futuras pesquisas na
impressão 3D na produção do encaixe das próteses ortopédicas para membros inferiores se fazem
Solucionando essa questão da resistência do encaixe, futuramente a manufatura aditiva pode atingir a
resistência e acabamentos necessários para utilização no dia a dia dessa forma de fabricação para auxiliar
a vida de diversos pacientes que sofrem de amputação no dia a dia, visto a facilidade e ganho de tempo
que se tem com a impressão 3D.
23
Referências
SOUZA, Adriano Fagali de. Contribuições ao fresamento de geometrias complexas aplicando a tecnologia
de usinagem com altas velocidades. 2004. 186 f. Tese (Doutorado) - Curso de Engenharia Mecânica,
Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2004. Disponível em: https
://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18135/tde-14012005-101635/publico/Tese_Adriano_F_S_.pdf.
Acesso em: 02 maio 2023.
PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar de. Apresentação de trabalhos acadêmicos. In:
Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo
Hamburgo/RS: Universidade FEEVALE, 2013. p. 182 ? 217.
VOLPATO, Neri (org.). MANUFATURA ADITIVA: tecnologias e aplicações da impressão 3d. São Paulo:
Edgard Blucher Ltda, 2018. 400 p. Disponível em: https://books.google.com.br/books?id=ni9dDwAAQBAJ
&printsec=copyright&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false. Acesso em: 01 maio 2023.
ItemPreço(R$)
Impressora 3D (Sethi S3®)Scanner (Scanner Sense 3D) Licença Software(solidworks)R$9.359,68R
$2.500,00R$100,00
=================================================================================
Arquivo 1: Template TCC -Higor Souza Muniz - 2023 ATUALIZADO 07.06.docx (4476 termos)
Arquivo 2: https://www.pdfsupply.com/blog/index.php/2022/03/28/traditional-vs-additive-manufacturing
(3015 termos)
Termos comuns: 5
Similaridade: 0,06%
O texto abaixo é o conteúdo do documento Template TCC -Higor Souza Muniz - 2023 ATUALIZADO
07.06.docx (4476 termos)
Os termos em vermelho foram encontrados no documento
https://www.pdfsupply.com/blog/index.php/2022/03/28/traditional-vs-additive-manufacturing (3015 termos)
=================================================================================
Lages
2023
HIGOR SOUZA MUNIZ
Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Universidade do Planalto Catarinense para obtenção dos
créditos de disciplina com nome equivalente no curso de Engenharia Mecânica.
Lages
2023
HIGOR SOUZA MUNIZ
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção dos créditos da disciplina de
Trabalho de Conclusão de Curso, do 9º. Semestre, obrigatória para obtenção do título de:
ENGENHEIRO MECÂNICO
Banca Examinadora:
_________________________________
Prof. Esp. Alexsandre Paim Ribeiro
Suplente
Esta pesquisa apresenta como tema central a comparação entre o método ?tradicional? de fabricação do
encaixe das próteses ortopédicas em membros inferiores com a utilização da manufatura aditiva e
prototipagem rápida, utilizando scanners para a modelagem do encaixe e impressão 3D para fabricação.
Trata-se de uma pesquisa do tipo qualitativa. Os dados foram coletados através de visitação técnica em
ortopedia e entrevista com o protesista do local para entendimento do método padrão utilizado na saúde
pública. Foi também realizado, impressão de miniatura tridimensional de membro humano e analise de
pesquisas, artigos e trabalhos anteriores para entendimento da utilização da tecnologia dos Scanners e
Impressão 3D na fabricação do encaixe de próteses. No referencial teórico foram abordados os temas
próteses ortopédicas para membros inferiores, método tradicional de fabricação do encaixe das próteses,
como funciona a impressão 3D e os scanners. Os dados apontam que embora seja uma tecnologia em
ascensão, o uso da manufatura aditiva através da impressão tridimensional ainda não é recomendado
para membros inferiores, visto a baixa resistência que esse método oferece, ou seja, deve continuar com o
método tradicional. Solucionando o problema da resistência, a impressão 3D é um processo de fabricação
promissor para substituir o tradicional e facilitar a fabricação dos encaixes das próteses.
Palavras-chave: Próteses ortopédicas. Membros inferiores. Impressão 3D. Digitalização por scanner.
Abstract
This research has as its central theme the comparison between the ?traditional? method of manufacturing
the fitting of orthopedic prostheses in lower limbs with the use of additive manufacturing and rapid
prototyping, using scanners for fitting modeling and 3D printing for manufacturing. This is a qualitative
research. Data were collected through a technical visit in orthopedics and an interview with the local
prosthetist to understand the standard method used in public health. Was performed out a three-
dimensional miniature impression of a human limb and analysis of research, articles and previous works to
understand the use of Scanners and 3D Printing technology in the manufacture of prosthetic sockets. In the
theoretical framework, the themes of orthopedic prostheses for lower limbs, the traditional method of
manufacturing prosthetic fittings, how 3D printing and scanners work were addressed. The data indicate
that although it is a technology on the rise, the use of additive manufacturing through three-dimensional
printing is still not recommended for lower limbs, given the low resistance that this method offers, that is, it
should continue with the traditional method. Solving the problem of resistance, 3D printing is a promising
manufacturing process to replace the traditional and facilitate the manufacture of prosthetic fittings.
Lista de Figuras
10
.
Sumário
1 Introdução...................................................................................................................... 9
1.1 Apresentação............................................................................................................... 9
1.2 Descrição do problema......................................................................................... 10
1.3 Justificativa................................................................................................................ 10
1.4 Objetivo Geral............................................................................................................ 10
1.5 Objetivo Específivo.................................................................................................. 10
2 Revisão de literatura/referencial teórioco....................................... 11
2.1 Próteses Ortopédicas................................................................................................................ 11
2.2 Confecção do Encaixe das Próteses no Método Tradicional.......... 14
2.3 Processo de Fabricação Impressão 3D........................................................... 16
2.4 Scanners........................................................................................................................ 18
3 Metodologia................................................................................................................ 20
3.1 Metodologia de Pesquisa..................................................................................... 20
3.2 Materiais e métodos................................................................................................ 20
3.2.1 Entrevista e Visita Técnica em Ortopedia.................................................................... 20
3.2.2 Impressão 3d de miniatura de perna humana.............................................................. 20
3.2.3 Encaixe Prótese de Membro Inferior por Impressão 3D............................................. 22
4 Resultados e discussões........................................................................................ 23
4.1 custo................................................................................................................................ 23
4.2 tempo............................................................................................................................... 23
4.3 qualidade..................................................................................................................... 24
5 conclusões.................................................................................................................... 25
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 26
1 Introdução
Apresentação
A inclusão é um tema de muita importância, e que, ganha mais ênfase a cada dia. Para vivermos em
sociedade, todas as pessoas devem ter acesso de maneira igualitária, porém a amputação de membros
inferiores, dificulta, a vida de diversos indivíduos, por isso as próteses ortopédicas, são muito mais que
equipamentos, são partes de seres humanos.
No período de 2012 a 2022 teve uma média de 66 pessoas por dia que sofreram amputação, sendo nos
últimos anos por conta da pandemia do covid-19 o maior número de casos de perca de membros
principalmente inferiores. (GANDRA, 2022).
Na prótese ortopédica, existem diversos componentes que formam a prótese, algumas são mais
complexas que as outras, visto que quanto maior for a amputação do paciente, mais complexa será a
prótese, por exemplo, um paciente que tem sua perna amputada no quadril terá muito mais dificuldade do
que algum paciente que é amputado no joelho.
As engenharias, principalmente a mecânica, tem muito a se relacionar com a saúde, desta forma
buscando ampliar a aplicação dos estudos vistos no curso, buscou-se nesta pesquisa analisar o método
de fabricação nas próteses ortopédicas para membros inferiores.
Há vários tipos de próteses, porém o que todas elas têm em comum, é a parte do encaixe no paciente. O
encaixe é de extrema importância, visto que se não for feito de forma correta a prótese pode ficar
desconfortável ou até mesmo desencaixar do paciente tendo risco de acidente. Além de sua importância, é
a parte que mais consome tempo na fabricação da prótese, visto que todos os seres humanos têm suas
particularidades, com o encaixe da prótese não seria diferente, deste modo não é possível a produção em
linha desse componente, sendo cada prótese única.
Utilizando a prototipagem rápida através de scanner e a impressão 3D, o presente trabalho irá estudar se
esse método será mais eficiente do que o tradicional na fabricação do encaixe de próteses, buscando uma
maneira mais rápida sem perder a qualidade do produto final, para dessa forma conseguir aumentar a
viabilidade de entrega para uma alta demanda de pacientes. O método de prototipagem utilizando scanner
já é uma realidade, porém utilizados por empresas particulares, tendo então custo aos pacientes. Quando
falamos em saúde pública, o Sistema único de saúde (SUS), ainda utiliza do método tradicional.
Comparando os dois métodos, pode-se ter uma ideia de viabilidade para essa tecnologia e sua
implementação na saúde pública do país.
Descrição do problema
A fabricação de uma prótese ortopédica tem como maior diferencial o encaixe no paciente, visto que cada
um é amputado de uma forma, a modelagem do encaixe nunca vai ser igual.
A utilização de scanners para prototipagem e manufatura aditiva, nesse caso a impressão 3D, é uma
solução tecnológica que está sendo mais comum nos dias de hoje. O seu uso na fabricação de próteses, é
uma maneira tecnológica e prática para produzir principalmente o encaixe da prótese, visto que é esse
processo que leva maior tempo no método tradicional.
Justificativa
Muitas pesquisas foram feitas analisando a prototipagem rápida de scanners e impressão 3D nas próteses
, porém poucos compararam com o método tradicional, que será descrito no próximo capitulo. Comparar
os dois métodos se faz necessário para analisar se vale a pena o investimento no novo método de
fabricação, visto que o Sistema Único de Saúde (SUS), maior responsável na entrega de próteses,
principalmente para pacientes de baixa renda, ainda não faz uso do método de manufatura aditiva.
Objetivo geral
Comparar o tempo de fabricação, valores e qualidade na fabricação do encaixe das próteses ortopédicas
entre o método de prototipagem rápida através de scanners e impressão 3D com o método utilizado pelo
Sistema Único de Saúde (SUS).
Objetivos específicos
Analisar processo de fabricação tradicional do encaixe das próteses utilizado pelo SUS, através de
entrevista com profissional da área;
Revisão e estudos bibliográficos sobre utilização de scanners e impressão 3D;
Revisão de estudos bibliográficos da impressão 3D na produção do encaixe de próteses;
Comparação dos dados e analise dos dois métodos.
REVISÃO DA LITERATURA / REFERENCIAL TEÓRICO
Foram consultados artigos e pesquisas para elaboração deste capitulo, assim como duas entrevistas, uma
com o fisioterapeuta Caio César Melo Correa do Centro Especializado em Reabilitação (CER II) da
Uniplac, para maior entendimento da necessidade dos pacientes que utilizam próteses ortopédicas. A
segunda entrevista, foi com o protesista ortopédico Matheus Zanguelini da empresa Santa Tereza
Ortopedia Técnica Ltda, CNPJ 41.620.210/0001-60, onde teve o acompanhamento de como é fabricado
uma prótese tradicionalmente, visto que o mesmo produz próteses ortopédicas para o sistema público de
saúde, inclusos nesse número os pacientes do CER II.
PRÓTESES ORTOPÉDICAS
De acordo com o ?Guia para prescrição, concessão, adaptação e manutenção de órteses, próteses e
meios auxiliares de locomoção. ? Do Ministério da Saúde (2019), as próteses são equipamentos que tem
como função substituir parte do corpo que por algum motivo foi amputado, pode ser qualquer material ou
peça que substitua parcial ou totalmente, seja por um curto período ou permanente este órgão ou tecido
do paciente.
A amputação, procedimento realizado em casos graves como acidentes, trombose, diabetes entre outros,
causa a perca da mobilidade do indivíduo, no controle muscular direto e na propriocepção do local.
Quando realizado este procedimento cirúrgico, deve ser analisado cautelosamente o nível em que será
amputado o membro do paciente, o mesmo deve ser feito com base no nível de cicatrização, assegurando
uma boa recuperação do paciente. Embora seja evitado amputar toda a perna, em alguns casos não
existe outra opção. Os níveis de amputação ainda de acordo com o Ministério da Saúde são:
1 ? Hemipelvectomia;
2 ? Desarticulação do quadril;
3 ? Transfemural;
4 ? Desarticulação do joelho;
5 ? Transtibial;
6 ? Desarticulação do tornozelo;
7 ? Syme; e,
8 ? Parcial do pé.
Propriedades dos materiais apresentados pela 3Dlab
De acordo com a entrevista realizada com Matheus Zanguelini, protesista ortopédico, as mais comuns são
a amputação transfemural, desarticulação do joelho e transtibial. Casos como desarticulação do quadril e
Hemipelvectomia são mais raros, em 7 anos de carreira como fisioterapeuta, só atendeu um caso desses
mais graves, relatou Caio César Melo Correa.
Como pode-se notar nas figuras a cima, o encaixe da prótese no coto (nome dado parte restante do
membro que foi amputado) é diferente em todas as próteses, porém, é a parte que se tem em comum em
todas elas, de acordo com Matheus, como cada paciente é diferente, esse componente também, se
tornando a parte mais demorada e que necessita mais atenção na confecção. Conforto do encaixe é
fundamental para que a prótese seja usada por longos períodos, o desconforto no mesmo deve ser levado
em consideração primordial sempre já que pode ocasionar o surgimento de possíveis lesões no coto.
CONFECÇÃO DO ENCAIXE DAS PRÓTESES NO MÉTODO TRADICIONAL
Através da visita e entrevista com o protesista ortopédico Matheus Zanguelini da empresa Santa Tereza
Ortopedia, e os procedimentos descritos na ?confecção e manutenção de próteses órteses, próteses e
meios de locomoção? do ministério da saúde, foi possível ter maior entendimento de como o Sistema
único de Saúde (SUS) produz as próteses ortopédicas, com maior foco no encaixe da prótese. Visto que a
empresa em questão que fabrica a prótese para o sistema público.
De maneira resumida, em primeiro lugar deve ser retirado um molde do coto do paciente, esse molde
chamado de molde negativo, primeiramente é revestido o coto do paciente com filme plástico para evitar
contado da pelo com o gesso, e revestindo o coto com o gesso, deste modo irá se ter o molde necessário.
Modelo de molde negativo de prótese superior mesma técnica usada para as inferiores
Após o molde negativo pronto, o mesmo é enchido com gesso novamente, para então fazer o molde
positivo, após o gesso seco deve-se retificar o mesmo para obter uma superfície lisa, pode ser desbastado
até 4% da medida do coto para fins de obtenção do molde positivo, que irá ser usado para confecção do
encaixe da prótese em si.
Após o molde pronto, irá se produzir o encaixe, o material utilizado é o polipropileno, o mesmo é posto em
um forno a 160°C para ficar maleável e ser posto no molde, o mesmo ao ser posto no molde positivo deve
ser utilizado um aparelho de sucção para tirar o ar e ser moldado a vácuo, desde modo não irá ter folgas
no encaixe. A espessura da prótese varia de 3mm a 6 mm, dependendo do paciente. Cada encaixe
também varia de acordo com o paciente em seu tempo de produção, podendo ser de um dia a uma
semana.
O material utilizado o polipropileno é escolhido devido suas características:
Absorve pouca umidade;
Resistente ao impacto;
Alta dureza superficial;
Baixa condução a eletricidade;
Resistente ao atrito;
Fácil de moldar;
Baixo custo.
Um novo método de fabricação surgiu no fim da década de 1980, através da adição do material, conhecido
nos dias de hoje por AM ou impressão 3D (VOLPATO. 2017).
A impressão 3D ocorre através da adição constante de material através de camadas, até chegar na forma
desejada, as informações necessárias são obtidas através de um modelo geométrico gerado em software
3D. Esse processo de fabricação possibiliza a obtenção de diversos tipos de formas, em vários materiais
diferentes. A primeira etapa é a modelagem da peça desejada através de um sistema CAD (Projeto
/Desenho Assistido por Computador-Computer Aided Design), como por exemplo, SolidWorks, Inventor,
Solid Edge, entre outros. Após a modelagem, o modelo 3D do objeto deve ser ?fatiado? eletronicamente
em programas ?fatiadores? (Slic3er, CURA, Simplify), desse modo se obterá curvas de nível 2D, e são
elas que irão dizer para a máquina onde será ou não adicionado material em cada camada.
Depois da definição dada pelo fatiador, é então fabricada a peça de maneira automatizada, relativamente
rápida se comparada a meios tradicionais de fabricação, por meio da adição do material em camadas da
sua base até chegar o topo, pelo equipamento de impressão 3D. (VOLPATO. 2017)
A impressão 3D traz várias vantagens, pouco desperdício de material, não requer troca de ferramentas,
todo processo é feito em uma única máquina, e a vasta liberdade geométrica para fabricação, no caso das
próteses, é necessário visto que as curvas na modelagem das próteses se encaixam em superfícies não
lineares.
Os sistemas CAD para suprir a necessidade utilizam da matemática complexa tipo spline que são
equações para definir a trajetória do motor em casos de linhas não convencionais, como sai da
matemática linear, divide as linhas em micro retas através de equações polinomiais paramétricas. (SOUZA
. 2004)
SCANNERS
Para se obter uma modelagem tridimensional, a tecnologia de digitalização 3D é de grande ajuda, visto
Cada sistema vai se especializar mais em uma área do que outra, portanto a escolha de qual sistema usar
depende de qual trabalho será feito. Entre as diversas tecnologias, podemos dividir entre elas as com
contato e as sem contato. (SOUSA, 2015).
Com contato
Com contato, como o próprio nome já diz, a máquina deve encostar no objeto a ser digitalizado, temos
duas principais tecnologias para este método Coordinate Measuring Machine (CMM) e Braços Articulados
. (SOUSA, 2015).
A CMM se trata de uma sonda na ponta de um braço de transporte, que se movimenta pelo objeto
mapeando pontos, esses pontos que formarão a imagem 3D futuramente em um sistema CAD.
Normalmente utilizada em indústrias, sua maior desvantagem é o desgaste e risco de quebra por estar em
contato com os equipamentos. (SOUSA, 2015).
O outro método de scanner por contato, o Braço articulado, como o próprio nome já diz, é constituído por
um braço robótico articulado, com diversos sensores, é muito similar ao CMM, digitalizando através de
pontos ao encostar na máquina, porém neste método é feito por operação manual, além de ter as mesmas
desvantagens da CMM o mesmo possui menor precisão comparado ao outro método por contato (SOUSA
, 2015).
Sem contato
Os scanners sem contato, apenas ?observam? o material, objeto ou ambiente a ser digitalizado, eles por
sua vez se dividem em ativos e passivos.
Os ativos emitem algum tipo de sinal, como por exemplo (ultrassom, raio-x, luz), este sinal ao atingir o
material a ser scaneado, sofre alterações, desta forma, essas alterações são capturadas por outro
aparelho formando então a digitalização 3D. (JÚNIOR; WANGENHEIM; SOBIERANSKI, 2017)
Temos como principais exemplos dos ativos:
Triangulação a laser ? é emitido uma luz a lazer variando entre um ponto ou linha que atinge o material e
reflete em um sensor, o sensor faz uma leitura da luz refletida gravando sua exata posição. (SOUSA 2015)
Luz estruturada ? segundo Sousa (2015) ?Este método consiste na projeção de um padrão específico (ou
um conjunto de padrões) na superfície do objeto e na extração da informação dessa geometria através da
deformação desse padrão?. Pode ser confundido com a triangulação a laser, porém o mesmo não utiliza
METODOLOGIA
Metodologia de Pesquisa
O presente trabalho inclui-se em uma pesquisa básica, visto que seus resultados podem ser de grande
avanço para a área e serem utilizados na prática futuramente. Se enquadra em uma pesquisa qualitativa,
comparando as informações adquiridas em visita técnica com a de trabalhos e pesquisas realizadas
anteriormente. Seu objetivo é descritivo, visto que expõe os dados coletados para comparação dos
mesmos. Os procedimentos técnicos utilizados foram pesquisa bibliográfica e levantamento, visto que
foram feitos em duas partes, entrevistando funcionário direto da área e analisando estudo e resultados
anteriormente publicados. (PRODANOV; FREITAS, 2013).
Materiais e métodos
Como citado no capitulo 2, item 2.2, foi realizado uma visita técnica na ortopedia Santa Tereza Ortopedia
Técnica Ltda, CNPJ 41.620.210/0001-06, e entrevistado o protesista ortopédico Matheus Zanguelini, desta
forma foram obtidos os dados necessários para se entender a técnica ?tradicional? de fabricação do
encaixe de próteses para membros inferiores. Esta técnica é a mais utilizada e a padrão do Sistema Único
de Saúde (SUS).
Utilizando a impressora 3d do SENAI, impressora 3d do modelo Ender 3, foi impresso uma miniatura de
uma perna, em PLA, para analisar a capacidade da impressora de imprimir curvas complexas, como uma
perna humana, visto que um objeto com forma similar à do corpo humano, se enquadra em curvas
complexas, formato que fogem da geometria convencional (cilindros, cubos e afins). (SOUZA, 2004)
Foi optado por se imprimir apenas este modelo em miniatura, visto que a fabricação de uma prótese de
membro inferior é inviável devido a impressora disponível não possuir o material necessário para uma
prótese de membro inferior, conforme citado pelo protesista Matheus Zanguelini, o polipropileno seria o
mais comum e recomendado para fabricação de uma prótese inferior devido sua resistência.
Miniatura concluída
Devido ao alto risco de se fazer testes em pacientes e ao não poder imprimir uma prótese real para testes
em laboratórios, foram analisados os dados de artigos a respeito do tema para comparação.
Em relação a modelagem 3D, os scanners facilitaram em muito nesse quesito. Como por exemplo o
Scanner Sense 3D de 1ª geração da 3D Systems utilizados por Bortoleto e Sampaio (2022), como
mencionado por eles ?Trata-se de um equipamento bem simples, portátil e de baixo custo (cerca de 500
dólares) e que pode ser acoplado diretamente a um notebook ou tablet com sistema Windows por meio de
porta USB. Possui 3 lentes para o processo de captura: a primeira projeta uma luz infravermelha no objeto
, a segunda captura essa luz, e a terceira é uma câmera normal que finaliza o processo aplicando cores e
texturas. As imagens digitalizadas são processadas em um software próprio instalado no equipamento. ?
O mesmo foi capaz de digitalizar a mão do paciente em pouco tempo sem nenhum problema, gerando o
arquivo 3D e sendo retrabalhado em sistema CAD. Ou seja, em poucas horas foi feito a modelagem do
membro do paciente. Outro ponto positivo mencionado por eles, é o fato de o software permitir fazer testes
de força previamente a impressão. (BORTOLETO E SAMPAIO. 2022)
A modelagem em software também de maneira mais simples, e já não precisando da presença do
paciente, conforme mencionado por Araujo (2022), ele utilizou o mesmo scanner mencionado
anteriormente, e após ter o arquivo 3d do coto, bastou fazer os tratamentos no modelo tridimensional
adquirido utilizando o software Autodesk Meshmixer®, ainda com a ajuda deste software fez a modelagem
em cima do arquivo utilizando 4mm de espessura para a prótese, a espessura como foi mencionado por
Zanguellini na entrevista, varia de paciente para paciente, mas geralmente tendo de 3mm a 6mm.
O encaixe da prótese de Araujo (2022) foi impresso na impressora Sethi S3®, o encaixe levou 25 horas de
impressão e 323 gramas de PLA (ácido polilático) material não muito recomendado na fabricação de
prótese conforme mencionado por Zanguellini na entrevista.
Durante a procura de próteses de membros inferiores feitas por impressão 3D, não foram muitas as
pesquisas feitas a respeito desse tema em especifico, visto que a prótese de membro inferior requer muito
mais resistência do material, e ainda a maior parte de impressoras convencionais utilizam o ABS e o PLA
(RODRIGUES; STOCCO. 2020)
De acordo com a empresa especializada em filamentos para impressão 3D, a filamante2print (2021), o
polipropileno, material mais adequado para encaixe de próteses para membros inferiores, é um material
difícil para impressão e para obter bons resultados, devido a sua falta de aderência com outros materiais,
elevado coeficiente de expansão térmica e necessidade de ambiente controlado.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Finalmente comparando os dois métodos de fabricação, o método tradicional explanado no capitulo 2.2 e a
fabricação 3D após pesquisas realizadas no assunto. Dividiu-se a comparação em 3 tópicos principais,
custo, tempo e qualidade.
Custo
Em relação ao custo as principais diferenças seriam nas tecnologias utilizadas e materiais. No processo de
fabricação através da impressão 3D, obviamente será necessário o investimento na máquina, scanner,
licença para algum software CAD. Abaixo segue tabela com valores após recente pesquisa de mercado.
Custo Impressão 3D
Em relação ao método tradicional, a impressão 3D se torna mais cara devido ao investimento necessário,
comparado ao método tradicional, porém, tem outras questões que irão ser economizado, por exemplo, o
gesso, embora seja um material barato, sendo encontrado no mercado em torno de R$26,00 um saco de
40kg de gesso, ainda sim é muito gasto no método tradicional, visto que através dele são feitos os moldes
negativos e positivos, onde na impressão 3D não se faz necessário.
O gasto com material para o encaixe da prótese, como seria o mesmo utilizado nos dois métodos, o
polipropileno, não haveria diferença discrepante em relação a este custo, porém na impressão 3D, como
falado anteriormente tem o ponto positivo de não ocorrer desperdício de material, algo que poderia ocorrer
no método tradicional por falha de mão de obra.
Tempo
horas de impressão, se for um encaixe maior ou algum outro tipo de prótese, estimasse de 25 a 35 horas
de impressão. A maior vantagem, é que no período que está sendo impresso o encaixe da prótese, o
operador pode estar fazendo outros processos como modelando outro arquivo ou finalizando outras
próteses em si.
Qualidade
O conforto, design e resistência, são quesitos que mensuram a qualidade no encaixe da prótese. Em
relação ao conforto e design a impressão 3D atinge todos os pontos necessários, se comparando a
fabricada no método tradicional, ainda com a vantagem de caso precise fabricar novamente a mesma
prótese ou fazer pequenas alterações, já possui o arquivo tridimensional salvo, sendo facilitada a
modificação.
Contudo, no quesito resistência ainda não se compara com a fabricada no método tradicional, quando
falamos em próteses de membros inferiores, estas próteses devem ser capazes de sustentar o corpo do
paciente, por isso a resistência é algo que deve ser muito considerado.
Conclusões
O encaixe das próteses fabricadas na manufatura aditiva, tem grande potencial para ser utilizado
futuramente melhorando os aspectos funcionais e emocionais dos indivíduos que sofrem da amputação,
porém, com a pesquisa realizada, pode-se notar que nem sempre o avanço tecnológico substitui os
processos que já são utilizados, embora a manufatura aditiva, impressão 3D, seja um processo de
fabricação em ascensão, ainda não é o ideal par fabricação do encaixe de próteses para membros
inferiores, especificamente, devido à baixa resistência que este processo oferece.
Quando se pensa em membros inferiores em específico, talvez possa ser utilizado a impressão 3D para
próteses de banho por exemplo, próteses de menores custo apenas para garantir a durabilidade da outra
prótese convencional, visto que para o banho como o indivíduo não precisa, fazer muitos esforços como a
caminhada, a mesma será de grande auxilio.
Atualmente, embora ainda não seja viável a substituição de um método por outro, futuras pesquisas na
impressão 3D na produção do encaixe das próteses ortopédicas para membros inferiores se fazem
necessário, pesquisas em como:
Solucionando essa questão da resistência do encaixe, futuramente a manufatura aditiva pode atingir a
resistência e acabamentos necessários para utilização no dia a dia dessa forma de fabricação para auxiliar
a vida de diversos pacientes que sofrem de amputação no dia a dia, visto a facilidade e ganho de tempo
que se tem com a impressão 3D.
23
Referências
SOUZA, Adriano Fagali de. Contribuições ao fresamento de geometrias complexas aplicando a tecnologia
de usinagem com altas velocidades. 2004. 186 f. Tese (Doutorado) - Curso de Engenharia Mecânica,
Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2004. Disponível em: https
://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18135/tde-14012005-101635/publico/Tese_Adriano_F_S_.pdf.
Acesso em: 02 maio 2023.
PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar de. Apresentação de trabalhos acadêmicos. In:
Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo
Hamburgo/RS: Universidade FEEVALE, 2013. p. 182 ? 217.
VOLPATO, Neri (org.). MANUFATURA ADITIVA: tecnologias e aplicações da impressão 3d. São Paulo:
ItemPreço(R$)
Impressora 3D (Sethi S3®)Scanner (Scanner Sense 3D) Licença Software(solidworks)R$9.359,68R
$2.500,00R$100,00
=================================================================================
Arquivo 1: Template TCC -Higor Souza Muniz - 2023 ATUALIZADO 07.06.docx (4476 termos)
Arquivo 2: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S254250482100049X (411 termos)
Termos comuns: 3
Similaridade: 0,06%
O texto abaixo é o conteúdo do documento Template TCC -Higor Souza Muniz - 2023 ATUALIZADO
07.06.docx (4476 termos)
Os termos em vermelho foram encontrados no documento
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S254250482100049X (411 termos)
=================================================================================
Lages
2023
HIGOR SOUZA MUNIZ
Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Universidade do Planalto Catarinense para obtenção dos
créditos de disciplina com nome equivalente no curso de Engenharia Mecânica.
Lages
2023
HIGOR SOUZA MUNIZ
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção dos créditos da disciplina de
Trabalho de Conclusão de Curso, do 9º. Semestre, obrigatória para obtenção do título de:
ENGENHEIRO MECÂNICO
Banca Examinadora:
_________________________________
Prof. Esp. Alexsandre Paim Ribeiro
Suplente
Esta pesquisa apresenta como tema central a comparação entre o método ?tradicional? de fabricação do
encaixe das próteses ortopédicas em membros inferiores com a utilização da manufatura aditiva e
prototipagem rápida, utilizando scanners para a modelagem do encaixe e impressão 3D para fabricação.
Trata-se de uma pesquisa do tipo qualitativa. Os dados foram coletados através de visitação técnica em
ortopedia e entrevista com o protesista do local para entendimento do método padrão utilizado na saúde
pública. Foi também realizado, impressão de miniatura tridimensional de membro humano e analise de
pesquisas, artigos e trabalhos anteriores para entendimento da utilização da tecnologia dos Scanners e
Impressão 3D na fabricação do encaixe de próteses. No referencial teórico foram abordados os temas
próteses ortopédicas para membros inferiores, método tradicional de fabricação do encaixe das próteses,
como funciona a impressão 3D e os scanners. Os dados apontam que embora seja uma tecnologia em
ascensão, o uso da manufatura aditiva através da impressão tridimensional ainda não é recomendado
para membros inferiores, visto a baixa resistência que esse método oferece, ou seja, deve continuar com o
método tradicional. Solucionando o problema da resistência, a impressão 3D é um processo de fabricação
promissor para substituir o tradicional e facilitar a fabricação dos encaixes das próteses.
Palavras-chave: Próteses ortopédicas. Membros inferiores. Impressão 3D. Digitalização por scanner.
Abstract
This research has as its central theme the comparison between the ?traditional? method of manufacturing
the fitting of orthopedic prostheses in lower limbs with the use of additive manufacturing and rapid
prototyping, using scanners for fitting modeling and 3D printing for manufacturing. This is a qualitative
research. Data were collected through a technical visit in orthopedics and an interview with the local
prosthetist to understand the standard method used in public health. Was performed out a three-
dimensional miniature impression of a human limb and analysis of research, articles and previous works to
understand the use of Scanners and 3D Printing technology in the manufacture of prosthetic sockets. In the
theoretical framework, the themes of orthopedic prostheses for lower limbs, the traditional method of
manufacturing prosthetic fittings, how 3D printing and scanners work were addressed. The data indicate
that although it is a technology on the rise, the use of additive manufacturing through three-dimensional
printing is still not recommended for lower limbs, given the low resistance that this method offers, that is, it
should continue with the traditional method. Solving the problem of resistance, 3D printing is a promising
manufacturing process to replace the traditional and facilitate the manufacture of prosthetic fittings.
Lista de Figuras
10
.
Sumário
1 Introdução...................................................................................................................... 9
1.1 Apresentação............................................................................................................... 9
1.2 Descrição do problema......................................................................................... 10
1.3 Justificativa................................................................................................................ 10
1.4 Objetivo Geral............................................................................................................ 10
1.5 Objetivo Específivo.................................................................................................. 10
2 Revisão de literatura/referencial teórioco....................................... 11
2.1 Próteses Ortopédicas................................................................................................................ 11
2.2 Confecção do Encaixe das Próteses no Método Tradicional.......... 14
2.3 Processo de Fabricação Impressão 3D........................................................... 16
2.4 Scanners........................................................................................................................ 18
3 Metodologia................................................................................................................ 20
3.1 Metodologia de Pesquisa..................................................................................... 20
3.2 Materiais e métodos................................................................................................ 20
3.2.1 Entrevista e Visita Técnica em Ortopedia.................................................................... 20
3.2.2 Impressão 3d de miniatura de perna humana.............................................................. 20
3.2.3 Encaixe Prótese de Membro Inferior por Impressão 3D............................................. 22
4 Resultados e discussões........................................................................................ 23
4.1 custo................................................................................................................................ 23
4.2 tempo............................................................................................................................... 23
4.3 qualidade..................................................................................................................... 24
5 conclusões.................................................................................................................... 25
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 26
1 Introdução
Apresentação
A inclusão é um tema de muita importância, e que, ganha mais ênfase a cada dia. Para vivermos em
sociedade, todas as pessoas devem ter acesso de maneira igualitária, porém a amputação de membros
inferiores, dificulta, a vida de diversos indivíduos, por isso as próteses ortopédicas, são muito mais que
equipamentos, são partes de seres humanos.
No período de 2012 a 2022 teve uma média de 66 pessoas por dia que sofreram amputação, sendo nos
últimos anos por conta da pandemia do covid-19 o maior número de casos de perca de membros
principalmente inferiores. (GANDRA, 2022).
Na prótese ortopédica, existem diversos componentes que formam a prótese, algumas são mais
complexas que as outras, visto que quanto maior for a amputação do paciente, mais complexa será a
prótese, por exemplo, um paciente que tem sua perna amputada no quadril terá muito mais dificuldade do
que algum paciente que é amputado no joelho.
As engenharias, principalmente a mecânica, tem muito a se relacionar com a saúde, desta forma
buscando ampliar a aplicação dos estudos vistos no curso, buscou-se nesta pesquisa analisar o método
de fabricação nas próteses ortopédicas para membros inferiores.
Há vários tipos de próteses, porém o que todas elas têm em comum, é a parte do encaixe no paciente. O
encaixe é de extrema importância, visto que se não for feito de forma correta a prótese pode ficar
desconfortável ou até mesmo desencaixar do paciente tendo risco de acidente. Além de sua importância, é
a parte que mais consome tempo na fabricação da prótese, visto que todos os seres humanos têm suas
particularidades, com o encaixe da prótese não seria diferente, deste modo não é possível a produção em
linha desse componente, sendo cada prótese única.
Utilizando a prototipagem rápida através de scanner e a impressão 3D, o presente trabalho irá estudar se
esse método será mais eficiente do que o tradicional na fabricação do encaixe de próteses, buscando uma
maneira mais rápida sem perder a qualidade do produto final, para dessa forma conseguir aumentar a
viabilidade de entrega para uma alta demanda de pacientes. O método de prototipagem utilizando scanner
já é uma realidade, porém utilizados por empresas particulares, tendo então custo aos pacientes. Quando
falamos em saúde pública, o Sistema único de saúde (SUS), ainda utiliza do método tradicional.
Comparando os dois métodos, pode-se ter uma ideia de viabilidade para essa tecnologia e sua
implementação na saúde pública do país.
Descrição do problema
A fabricação de uma prótese ortopédica tem como maior diferencial o encaixe no paciente, visto que cada
um é amputado de uma forma, a modelagem do encaixe nunca vai ser igual.
A utilização de scanners para prototipagem e manufatura aditiva, nesse caso a impressão 3D, é uma
solução tecnológica que está sendo mais comum nos dias de hoje. O seu uso na fabricação de próteses, é
uma maneira tecnológica e prática para produzir principalmente o encaixe da prótese, visto que é esse
processo que leva maior tempo no método tradicional.
Justificativa
Muitas pesquisas foram feitas analisando a prototipagem rápida de scanners e impressão 3D nas próteses
, porém poucos compararam com o método tradicional, que será descrito no próximo capitulo. Comparar
os dois métodos se faz necessário para analisar se vale a pena o investimento no novo método de
fabricação, visto que o Sistema Único de Saúde (SUS), maior responsável na entrega de próteses,
principalmente para pacientes de baixa renda, ainda não faz uso do método de manufatura aditiva.
Objetivo geral
Comparar o tempo de fabricação, valores e qualidade na fabricação do encaixe das próteses ortopédicas
entre o método de prototipagem rápida através de scanners e impressão 3D com o método utilizado pelo
Sistema Único de Saúde (SUS).
Objetivos específicos
Analisar processo de fabricação tradicional do encaixe das próteses utilizado pelo SUS, através de
entrevista com profissional da área;
Revisão e estudos bibliográficos sobre utilização de scanners e impressão 3D;
Revisão de estudos bibliográficos da impressão 3D na produção do encaixe de próteses;
Comparação dos dados e analise dos dois métodos.
REVISÃO DA LITERATURA / REFERENCIAL TEÓRICO
Foram consultados artigos e pesquisas para elaboração deste capitulo, assim como duas entrevistas, uma
com o fisioterapeuta Caio César Melo Correa do Centro Especializado em Reabilitação (CER II) da
Uniplac, para maior entendimento da necessidade dos pacientes que utilizam próteses ortopédicas. A
segunda entrevista, foi com o protesista ortopédico Matheus Zanguelini da empresa Santa Tereza
Ortopedia Técnica Ltda, CNPJ 41.620.210/0001-60, onde teve o acompanhamento de como é fabricado
uma prótese tradicionalmente, visto que o mesmo produz próteses ortopédicas para o sistema público de
saúde, inclusos nesse número os pacientes do CER II.
PRÓTESES ORTOPÉDICAS
De acordo com o ?Guia para prescrição, concessão, adaptação e manutenção de órteses, próteses e
meios auxiliares de locomoção. ? Do Ministério da Saúde (2019), as próteses são equipamentos que tem
como função substituir parte do corpo que por algum motivo foi amputado, pode ser qualquer material ou
peça que substitua parcial ou totalmente, seja por um curto período ou permanente este órgão ou tecido
do paciente.
A amputação, procedimento realizado em casos graves como acidentes, trombose, diabetes entre outros,
causa a perca da mobilidade do indivíduo, no controle muscular direto e na propriocepção do local.
Quando realizado este procedimento cirúrgico, deve ser analisado cautelosamente o nível em que será
amputado o membro do paciente, o mesmo deve ser feito com base no nível de cicatrização, assegurando
uma boa recuperação do paciente. Embora seja evitado amputar toda a perna, em alguns casos não
existe outra opção. Os níveis de amputação ainda de acordo com o Ministério da Saúde são:
1 ? Hemipelvectomia;
2 ? Desarticulação do quadril;
3 ? Transfemural;
4 ? Desarticulação do joelho;
5 ? Transtibial;
6 ? Desarticulação do tornozelo;
7 ? Syme; e,
8 ? Parcial do pé.
Propriedades dos materiais apresentados pela 3Dlab
De acordo com a entrevista realizada com Matheus Zanguelini, protesista ortopédico, as mais comuns são
a amputação transfemural, desarticulação do joelho e transtibial. Casos como desarticulação do quadril e
Hemipelvectomia são mais raros, em 7 anos de carreira como fisioterapeuta, só atendeu um caso desses
mais graves, relatou Caio César Melo Correa.
Como pode-se notar nas figuras a cima, o encaixe da prótese no coto (nome dado parte restante do
membro que foi amputado) é diferente em todas as próteses, porém, é a parte que se tem em comum em
todas elas, de acordo com Matheus, como cada paciente é diferente, esse componente também, se
tornando a parte mais demorada e que necessita mais atenção na confecção. Conforto do encaixe é
fundamental para que a prótese seja usada por longos períodos, o desconforto no mesmo deve ser levado
em consideração primordial sempre já que pode ocasionar o surgimento de possíveis lesões no coto.
CONFECÇÃO DO ENCAIXE DAS PRÓTESES NO MÉTODO TRADICIONAL
Através da visita e entrevista com o protesista ortopédico Matheus Zanguelini da empresa Santa Tereza
Ortopedia, e os procedimentos descritos na ?confecção e manutenção de próteses órteses, próteses e
meios de locomoção? do ministério da saúde, foi possível ter maior entendimento de como o Sistema
único de Saúde (SUS) produz as próteses ortopédicas, com maior foco no encaixe da prótese. Visto que a
empresa em questão que fabrica a prótese para o sistema público.
De maneira resumida, em primeiro lugar deve ser retirado um molde do coto do paciente, esse molde
chamado de molde negativo, primeiramente é revestido o coto do paciente com filme plástico para evitar
contado da pelo com o gesso, e revestindo o coto com o gesso, deste modo irá se ter o molde necessário.
Modelo de molde negativo de prótese superior mesma técnica usada para as inferiores
Após o molde negativo pronto, o mesmo é enchido com gesso novamente, para então fazer o molde
positivo, após o gesso seco deve-se retificar o mesmo para obter uma superfície lisa, pode ser desbastado
até 4% da medida do coto para fins de obtenção do molde positivo, que irá ser usado para confecção do
encaixe da prótese em si.
Após o molde pronto, irá se produzir o encaixe, o material utilizado é o polipropileno, o mesmo é posto em
um forno a 160°C para ficar maleável e ser posto no molde, o mesmo ao ser posto no molde positivo deve
ser utilizado um aparelho de sucção para tirar o ar e ser moldado a vácuo, desde modo não irá ter folgas
no encaixe. A espessura da prótese varia de 3mm a 6 mm, dependendo do paciente. Cada encaixe
também varia de acordo com o paciente em seu tempo de produção, podendo ser de um dia a uma
semana.
O material utilizado o polipropileno é escolhido devido suas características:
Absorve pouca umidade;
Resistente ao impacto;
Alta dureza superficial;
Baixa condução a eletricidade;
Resistente ao atrito;
Fácil de moldar;
Baixo custo.
Um novo método de fabricação surgiu no fim da década de 1980, através da adição do material, conhecido
nos dias de hoje por AM ou impressão 3D (VOLPATO. 2017).
A impressão 3D ocorre através da adição constante de material através de camadas, até chegar na forma
desejada, as informações necessárias são obtidas através de um modelo geométrico gerado em software
3D. Esse processo de fabricação possibiliza a obtenção de diversos tipos de formas, em vários materiais
diferentes. A primeira etapa é a modelagem da peça desejada através de um sistema CAD (Projeto
/Desenho Assistido por Computador-Computer Aided Design), como por exemplo, SolidWorks, Inventor,
Solid Edge, entre outros. Após a modelagem, o modelo 3D do objeto deve ser ?fatiado? eletronicamente
em programas ?fatiadores? (Slic3er, CURA, Simplify), desse modo se obterá curvas de nível 2D, e são
elas que irão dizer para a máquina onde será ou não adicionado material em cada camada.
Depois da definição dada pelo fatiador, é então fabricada a peça de maneira automatizada, relativamente
rápida se comparada a meios tradicionais de fabricação, por meio da adição do material em camadas da
sua base até chegar o topo, pelo equipamento de impressão 3D. (VOLPATO. 2017)
A impressão 3D traz várias vantagens, pouco desperdício de material, não requer troca de ferramentas,
todo processo é feito em uma única máquina, e a vasta liberdade geométrica para fabricação, no caso das
próteses, é necessário visto que as curvas na modelagem das próteses se encaixam em superfícies não
lineares.
Os sistemas CAD para suprir a necessidade utilizam da matemática complexa tipo spline que são
equações para definir a trajetória do motor em casos de linhas não convencionais, como sai da
matemática linear, divide as linhas em micro retas através de equações polinomiais paramétricas. (SOUZA
. 2004)
SCANNERS
Para se obter uma modelagem tridimensional, a tecnologia de digitalização 3D é de grande ajuda, visto
que a mesma consegue obter modelos 3D a partir de cenas do mundo real.
São inúmeras sua aplicação (arquitetura, design, indústria cinematográfica, medicina, entre outros). O
método de digitalização 3D está em enorme expansão, por seu vasto uso em diversas áreas, com isso tem
-se várias técnicas de digitalização 3d, os diversos sistemas variam entre:
Custo;
Material do objeto a ser digitalizado;
Tamanho do objeto digitalizado;
Portabilidade do equipamento;
Precisão do sistema;
Aquisição da textura;
Produtividade da técnica;
Habilidade exigida para a utilização do equipamento;
Conformidade dos dados produzidos com padrões ou normas.
Cada sistema vai se especializar mais em uma área do que outra, portanto a escolha de qual sistema usar
depende de qual trabalho será feito. Entre as diversas tecnologias, podemos dividir entre elas as com
contato e as sem contato. (SOUSA, 2015).
Com contato
Com contato, como o próprio nome já diz, a máquina deve encostar no objeto a ser digitalizado, temos
duas principais tecnologias para este método Coordinate Measuring Machine (CMM) e Braços Articulados
. (SOUSA, 2015).
A CMM se trata de uma sonda na ponta de um braço de transporte, que se movimenta pelo objeto
mapeando pontos, esses pontos que formarão a imagem 3D futuramente em um sistema CAD.
Normalmente utilizada em indústrias, sua maior desvantagem é o desgaste e risco de quebra por estar em
contato com os equipamentos. (SOUSA, 2015).
O outro método de scanner por contato, o Braço articulado, como o próprio nome já diz, é constituído por
um braço robótico articulado, com diversos sensores, é muito similar ao CMM, digitalizando através de
pontos ao encostar na máquina, porém neste método é feito por operação manual, além de ter as mesmas
desvantagens da CMM o mesmo possui menor precisão comparado ao outro método por contato (SOUSA
, 2015).
Sem contato
Os scanners sem contato, apenas ?observam? o material, objeto ou ambiente a ser digitalizado, eles por
sua vez se dividem em ativos e passivos.
Os ativos emitem algum tipo de sinal, como por exemplo (ultrassom, raio-x, luz), este sinal ao atingir o
material a ser scaneado, sofre alterações, desta forma, essas alterações são capturadas por outro
aparelho formando então a digitalização 3D. (JÚNIOR; WANGENHEIM; SOBIERANSKI, 2017)
Temos como principais exemplos dos ativos:
Triangulação a laser ? é emitido uma luz a lazer variando entre um ponto ou linha que atinge o material e
reflete em um sensor, o sensor faz uma leitura da luz refletida gravando sua exata posição. (SOUSA 2015)
Luz estruturada ? segundo Sousa (2015) ?Este método consiste na projeção de um padrão específico (ou
um conjunto de padrões) na superfície do objeto e na extração da informação dessa geometria através da
deformação desse padrão?. Pode ser confundido com a triangulação a laser, porém o mesmo não utiliza
emissão de luz laser. (SOUSA. 2015)
Os métodos de digitalização sem contato passivos por sua vez, consistem em utilizar as informações já
disponíveis no ambiente, através de câmeras, sem necessidade de emitir nada no material. (JÚNIOR;
WANGENHEIM; SOBIERANSKI, 2017)
Um exemplo de passivo é o Sistema Estetoscópico, que utiliza uma ou mais câmeras e coleta imagens de
pelo menos dois ou mais pontos de vista da peça para se obter a forma tridimensional do objeto. (SOUSA.
2015)
METODOLOGIA
Metodologia de Pesquisa
O presente trabalho inclui-se em uma pesquisa básica, visto que seus resultados podem ser de grande
avanço para a área e serem utilizados na prática futuramente. Se enquadra em uma pesquisa qualitativa,
comparando as informações adquiridas em visita técnica com a de trabalhos e pesquisas realizadas
anteriormente. Seu objetivo é descritivo, visto que expõe os dados coletados para comparação dos
mesmos. Os procedimentos técnicos utilizados foram pesquisa bibliográfica e levantamento, visto que
foram feitos em duas partes, entrevistando funcionário direto da área e analisando estudo e resultados
anteriormente publicados. (PRODANOV; FREITAS, 2013).
Materiais e métodos
Como citado no capitulo 2, item 2.2, foi realizado uma visita técnica na ortopedia Santa Tereza Ortopedia
Técnica Ltda, CNPJ 41.620.210/0001-06, e entrevistado o protesista ortopédico Matheus Zanguelini, desta
forma foram obtidos os dados necessários para se entender a técnica ?tradicional? de fabricação do
encaixe de próteses para membros inferiores. Esta técnica é a mais utilizada e a padrão do Sistema Único
de Saúde (SUS).
Utilizando a impressora 3d do SENAI, impressora 3d do modelo Ender 3, foi impresso uma miniatura de
uma perna, em PLA, para analisar a capacidade da impressora de imprimir curvas complexas, como uma
perna humana, visto que um objeto com forma similar à do corpo humano, se enquadra em curvas
complexas, formato que fogem da geometria convencional (cilindros, cubos e afins). (SOUZA, 2004)
Foi optado por se imprimir apenas este modelo em miniatura, visto que a fabricação de uma prótese de
membro inferior é inviável devido a impressora disponível não possuir o material necessário para uma
prótese de membro inferior, conforme citado pelo protesista Matheus Zanguelini, o polipropileno seria o
mais comum e recomendado para fabricação de uma prótese inferior devido sua resistência.
Miniatura concluída
Devido ao alto risco de se fazer testes em pacientes e ao não poder imprimir uma prótese real para testes
em laboratórios, foram analisados os dados de artigos a respeito do tema para comparação.
Em relação a modelagem 3D, os scanners facilitaram em muito nesse quesito. Como por exemplo o
Scanner Sense 3D de 1ª geração da 3D Systems utilizados por Bortoleto e Sampaio (2022), como
mencionado por eles ?Trata-se de um equipamento bem simples, portátil e de baixo custo (cerca de 500
dólares) e que pode ser acoplado diretamente a um notebook ou tablet com sistema Windows por meio de
porta USB. Possui 3 lentes para o processo de captura: a primeira projeta uma luz infravermelha no objeto
, a segunda captura essa luz, e a terceira é uma câmera normal que finaliza o processo aplicando cores e
texturas. As imagens digitalizadas são processadas em um software próprio instalado no equipamento. ?
O mesmo foi capaz de digitalizar a mão do paciente em pouco tempo sem nenhum problema, gerando o
arquivo 3D e sendo retrabalhado em sistema CAD. Ou seja, em poucas horas foi feito a modelagem do
membro do paciente. Outro ponto positivo mencionado por eles, é o fato de o software permitir fazer testes
de força previamente a impressão. (BORTOLETO E SAMPAIO. 2022)
A modelagem em software também de maneira mais simples, e já não precisando da presença do
paciente, conforme mencionado por Araujo (2022), ele utilizou o mesmo scanner mencionado
anteriormente, e após ter o arquivo 3d do coto, bastou fazer os tratamentos no modelo tridimensional
adquirido utilizando o software Autodesk Meshmixer®, ainda com a ajuda deste software fez a modelagem
em cima do arquivo utilizando 4mm de espessura para a prótese, a espessura como foi mencionado por
Zanguellini na entrevista, varia de paciente para paciente, mas geralmente tendo de 3mm a 6mm.
O encaixe da prótese de Araujo (2022) foi impresso na impressora Sethi S3®, o encaixe levou 25 horas de
impressão e 323 gramas de PLA (ácido polilático) material não muito recomendado na fabricação de
Finalmente comparando os dois métodos de fabricação, o método tradicional explanado no capitulo 2.2 e a
fabricação 3D após pesquisas realizadas no assunto. Dividiu-se a comparação em 3 tópicos principais,
custo, tempo e qualidade.
Custo
Em relação ao custo as principais diferenças seriam nas tecnologias utilizadas e materiais. No processo de
fabricação através da impressão 3D, obviamente será necessário o investimento na máquina, scanner,
licença para algum software CAD. Abaixo segue tabela com valores após recente pesquisa de mercado.
Custo Impressão 3D
Em relação ao método tradicional, a impressão 3D se torna mais cara devido ao investimento necessário,
comparado ao método tradicional, porém, tem outras questões que irão ser economizado, por exemplo, o
gesso, embora seja um material barato, sendo encontrado no mercado em torno de R$26,00 um saco de
40kg de gesso, ainda sim é muito gasto no método tradicional, visto que através dele são feitos os moldes
negativos e positivos, onde na impressão 3D não se faz necessário.
O gasto com material para o encaixe da prótese, como seria o mesmo utilizado nos dois métodos, o
polipropileno, não haveria diferença discrepante em relação a este custo, porém na impressão 3D, como
falado anteriormente tem o ponto positivo de não ocorrer desperdício de material, algo que poderia ocorrer
no método tradicional por falha de mão de obra.
Tempo
de impressão. A maior vantagem, é que no período que está sendo impresso o encaixe da prótese, o
operador pode estar fazendo outros processos como modelando outro arquivo ou finalizando outras
próteses em si.
Qualidade
O conforto, design e resistência, são quesitos que mensuram a qualidade no encaixe da prótese. Em
relação ao conforto e design a impressão 3D atinge todos os pontos necessários, se comparando a
fabricada no método tradicional, ainda com a vantagem de caso precise fabricar novamente a mesma
prótese ou fazer pequenas alterações, já possui o arquivo tridimensional salvo, sendo facilitada a
modificação.
Contudo, no quesito resistência ainda não se compara com a fabricada no método tradicional, quando
falamos em próteses de membros inferiores, estas próteses devem ser capazes de sustentar o corpo do
paciente, por isso a resistência é algo que deve ser muito considerado.
Conclusões
O encaixe das próteses fabricadas na manufatura aditiva, tem grande potencial para ser utilizado
futuramente melhorando os aspectos funcionais e emocionais dos indivíduos que sofrem da amputação,
porém, com a pesquisa realizada, pode-se notar que nem sempre o avanço tecnológico substitui os
processos que já são utilizados, embora a manufatura aditiva, impressão 3D, seja um processo de
fabricação em ascensão, ainda não é o ideal par fabricação do encaixe de próteses para membros
inferiores, especificamente, devido à baixa resistência que este processo oferece.
Quando se pensa em membros inferiores em específico, talvez possa ser utilizado a impressão 3D para
próteses de banho por exemplo, próteses de menores custo apenas para garantir a durabilidade da outra
prótese convencional, visto que para o banho como o indivíduo não precisa, fazer muitos esforços como a
caminhada, a mesma será de grande auxilio.
Atualmente, embora ainda não seja viável a substituição de um método por outro, futuras pesquisas na
impressão 3D na produção do encaixe das próteses ortopédicas para membros inferiores se fazem
necessário, pesquisas em como:
Solucionando essa questão da resistência do encaixe, futuramente a manufatura aditiva pode atingir a
resistência e acabamentos necessários para utilização no dia a dia dessa forma de fabricação para auxiliar
a vida de diversos pacientes que sofrem de amputação no dia a dia, visto a facilidade e ganho de tempo
que se tem com a impressão 3D.
23
Referências
SOUZA, Adriano Fagali de. Contribuições ao fresamento de geometrias complexas aplicando a tecnologia
de usinagem com altas velocidades. 2004. 186 f. Tese (Doutorado) - Curso de Engenharia Mecânica,
Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2004. Disponível em: https
://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18135/tde-14012005-101635/publico/Tese_Adriano_F_S_.pdf.
Acesso em: 02 maio 2023.
PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar de. Apresentação de trabalhos acadêmicos. In:
Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo
Hamburgo/RS: Universidade FEEVALE, 2013. p. 182 ? 217.
VOLPATO, Neri (org.). MANUFATURA ADITIVA: tecnologias e aplicações da impressão 3d. São Paulo:
Edgard Blucher Ltda, 2018. 400 p. Disponível em: https://books.google.com.br/books?id=ni9dDwAAQBAJ
ItemPreço(R$)
Impressora 3D (Sethi S3®)Scanner (Scanner Sense 3D) Licença Software(solidworks)R$9.359,68R
$2.500,00R$100,00
=================================================================================
Arquivo 1: Template TCC -Higor Souza Muniz - 2023 ATUALIZADO 07.06.docx (4476 termos)
Arquivo 2: https://pesquisa.bvsalud.org/bvsms/resource/pt/mis-38592 (231 termos)
Termos comuns: 3
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=================================================================================
Lages
2023
HIGOR SOUZA MUNIZ
Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Universidade do Planalto Catarinense para obtenção dos
créditos de disciplina com nome equivalente no curso de Engenharia Mecânica.
Lages
2023
HIGOR SOUZA MUNIZ
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção dos créditos da disciplina de
Trabalho de Conclusão de Curso, do 9º. Semestre, obrigatória para obtenção do título de:
ENGENHEIRO MECÂNICO
Banca Examinadora:
_________________________________
Prof. Esp. Alexsandre Paim Ribeiro
Suplente
Esta pesquisa apresenta como tema central a comparação entre o método ?tradicional? de fabricação do
encaixe das próteses ortopédicas em membros inferiores com a utilização da manufatura aditiva e
prototipagem rápida, utilizando scanners para a modelagem do encaixe e impressão 3D para fabricação.
Trata-se de uma pesquisa do tipo qualitativa. Os dados foram coletados através de visitação técnica em
ortopedia e entrevista com o protesista do local para entendimento do método padrão utilizado na saúde
pública. Foi também realizado, impressão de miniatura tridimensional de membro humano e analise de
pesquisas, artigos e trabalhos anteriores para entendimento da utilização da tecnologia dos Scanners e
Impressão 3D na fabricação do encaixe de próteses. No referencial teórico foram abordados os temas
próteses ortopédicas para membros inferiores, método tradicional de fabricação do encaixe das próteses,
como funciona a impressão 3D e os scanners. Os dados apontam que embora seja uma tecnologia em
ascensão, o uso da manufatura aditiva através da impressão tridimensional ainda não é recomendado
para membros inferiores, visto a baixa resistência que esse método oferece, ou seja, deve continuar com o
método tradicional. Solucionando o problema da resistência, a impressão 3D é um processo de fabricação
promissor para substituir o tradicional e facilitar a fabricação dos encaixes das próteses.
Palavras-chave: Próteses ortopédicas. Membros inferiores. Impressão 3D. Digitalização por scanner.
Abstract
This research has as its central theme the comparison between the ?traditional? method of manufacturing
the fitting of orthopedic prostheses in lower limbs with the use of additive manufacturing and rapid
prototyping, using scanners for fitting modeling and 3D printing for manufacturing. This is a qualitative
research. Data were collected through a technical visit in orthopedics and an interview with the local
prosthetist to understand the standard method used in public health. Was performed out a three-
dimensional miniature impression of a human limb and analysis of research, articles and previous works to
understand the use of Scanners and 3D Printing technology in the manufacture of prosthetic sockets. In the
theoretical framework, the themes of orthopedic prostheses for lower limbs, the traditional method of
manufacturing prosthetic fittings, how 3D printing and scanners work were addressed. The data indicate
that although it is a technology on the rise, the use of additive manufacturing through three-dimensional
printing is still not recommended for lower limbs, given the low resistance that this method offers, that is, it
should continue with the traditional method. Solving the problem of resistance, 3D printing is a promising
manufacturing process to replace the traditional and facilitate the manufacture of prosthetic fittings.
Lista de Figuras
10
.
Sumário
1 Introdução...................................................................................................................... 9
1.1 Apresentação............................................................................................................... 9
1.2 Descrição do problema......................................................................................... 10
1.3 Justificativa................................................................................................................ 10
1.4 Objetivo Geral............................................................................................................ 10
1.5 Objetivo Específivo.................................................................................................. 10
2 Revisão de literatura/referencial teórioco....................................... 11
2.1 Próteses Ortopédicas................................................................................................................ 11
2.2 Confecção do Encaixe das Próteses no Método Tradicional.......... 14
2.3 Processo de Fabricação Impressão 3D........................................................... 16
2.4 Scanners........................................................................................................................ 18
3 Metodologia................................................................................................................ 20
3.1 Metodologia de Pesquisa..................................................................................... 20
3.2 Materiais e métodos................................................................................................ 20
3.2.1 Entrevista e Visita Técnica em Ortopedia.................................................................... 20
3.2.2 Impressão 3d de miniatura de perna humana.............................................................. 20
3.2.3 Encaixe Prótese de Membro Inferior por Impressão 3D............................................. 22
4 Resultados e discussões........................................................................................ 23
4.1 custo................................................................................................................................ 23
4.2 tempo............................................................................................................................... 23
4.3 qualidade..................................................................................................................... 24
5 conclusões.................................................................................................................... 25
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 26
1 Introdução
Apresentação
A inclusão é um tema de muita importância, e que, ganha mais ênfase a cada dia. Para vivermos em
sociedade, todas as pessoas devem ter acesso de maneira igualitária, porém a amputação de membros
inferiores, dificulta, a vida de diversos indivíduos, por isso as próteses ortopédicas, são muito mais que
equipamentos, são partes de seres humanos.
No período de 2012 a 2022 teve uma média de 66 pessoas por dia que sofreram amputação, sendo nos
últimos anos por conta da pandemia do covid-19 o maior número de casos de perca de membros
principalmente inferiores. (GANDRA, 2022).
Na prótese ortopédica, existem diversos componentes que formam a prótese, algumas são mais
complexas que as outras, visto que quanto maior for a amputação do paciente, mais complexa será a
prótese, por exemplo, um paciente que tem sua perna amputada no quadril terá muito mais dificuldade do
que algum paciente que é amputado no joelho.
As engenharias, principalmente a mecânica, tem muito a se relacionar com a saúde, desta forma
buscando ampliar a aplicação dos estudos vistos no curso, buscou-se nesta pesquisa analisar o método
de fabricação nas próteses ortopédicas para membros inferiores.
Há vários tipos de próteses, porém o que todas elas têm em comum, é a parte do encaixe no paciente. O
encaixe é de extrema importância, visto que se não for feito de forma correta a prótese pode ficar
desconfortável ou até mesmo desencaixar do paciente tendo risco de acidente. Além de sua importância, é
a parte que mais consome tempo na fabricação da prótese, visto que todos os seres humanos têm suas
particularidades, com o encaixe da prótese não seria diferente, deste modo não é possível a produção em
linha desse componente, sendo cada prótese única.
Utilizando a prototipagem rápida através de scanner e a impressão 3D, o presente trabalho irá estudar se
esse método será mais eficiente do que o tradicional na fabricação do encaixe de próteses, buscando uma
maneira mais rápida sem perder a qualidade do produto final, para dessa forma conseguir aumentar a
viabilidade de entrega para uma alta demanda de pacientes. O método de prototipagem utilizando scanner
já é uma realidade, porém utilizados por empresas particulares, tendo então custo aos pacientes. Quando
falamos em saúde pública, o Sistema único de saúde (SUS), ainda utiliza do método tradicional.
Comparando os dois métodos, pode-se ter uma ideia de viabilidade para essa tecnologia e sua
implementação na saúde pública do país.
Descrição do problema
A fabricação de uma prótese ortopédica tem como maior diferencial o encaixe no paciente, visto que cada
um é amputado de uma forma, a modelagem do encaixe nunca vai ser igual.
A utilização de scanners para prototipagem e manufatura aditiva, nesse caso a impressão 3D, é uma
solução tecnológica que está sendo mais comum nos dias de hoje. O seu uso na fabricação de próteses, é
uma maneira tecnológica e prática para produzir principalmente o encaixe da prótese, visto que é esse
processo que leva maior tempo no método tradicional.
Justificativa
Muitas pesquisas foram feitas analisando a prototipagem rápida de scanners e impressão 3D nas próteses
, porém poucos compararam com o método tradicional, que será descrito no próximo capitulo. Comparar
os dois métodos se faz necessário para analisar se vale a pena o investimento no novo método de
fabricação, visto que o Sistema Único de Saúde (SUS), maior responsável na entrega de próteses,
principalmente para pacientes de baixa renda, ainda não faz uso do método de manufatura aditiva.
Objetivo geral
Comparar o tempo de fabricação, valores e qualidade na fabricação do encaixe das próteses ortopédicas
entre o método de prototipagem rápida através de scanners e impressão 3D com o método utilizado pelo
Sistema Único de Saúde (SUS).
Objetivos específicos
Analisar processo de fabricação tradicional do encaixe das próteses utilizado pelo SUS, através de
entrevista com profissional da área;
Revisão e estudos bibliográficos sobre utilização de scanners e impressão 3D;
Revisão de estudos bibliográficos da impressão 3D na produção do encaixe de próteses;
Comparação dos dados e analise dos dois métodos.
REVISÃO DA LITERATURA / REFERENCIAL TEÓRICO
Foram consultados artigos e pesquisas para elaboração deste capitulo, assim como duas entrevistas, uma
com o fisioterapeuta Caio César Melo Correa do Centro Especializado em Reabilitação (CER II) da
Uniplac, para maior entendimento da necessidade dos pacientes que utilizam próteses ortopédicas. A
segunda entrevista, foi com o protesista ortopédico Matheus Zanguelini da empresa Santa Tereza
Ortopedia Técnica Ltda, CNPJ 41.620.210/0001-60, onde teve o acompanhamento de como é fabricado
uma prótese tradicionalmente, visto que o mesmo produz próteses ortopédicas para o sistema público de
saúde, inclusos nesse número os pacientes do CER II.
PRÓTESES ORTOPÉDICAS
De acordo com o ?Guia para prescrição, concessão, adaptação e manutenção de órteses, próteses e
meios auxiliares de locomoção. ? Do Ministério da Saúde (2019), as próteses são equipamentos que tem
como função substituir parte do corpo que por algum motivo foi amputado, pode ser qualquer material ou
peça que substitua parcial ou totalmente, seja por um curto período ou permanente este órgão ou tecido
do paciente.
A amputação, procedimento realizado em casos graves como acidentes, trombose, diabetes entre outros,
causa a perca da mobilidade do indivíduo, no controle muscular direto e na propriocepção do local.
Quando realizado este procedimento cirúrgico, deve ser analisado cautelosamente o nível em que será
amputado o membro do paciente, o mesmo deve ser feito com base no nível de cicatrização, assegurando
uma boa recuperação do paciente. Embora seja evitado amputar toda a perna, em alguns casos não
existe outra opção. Os níveis de amputação ainda de acordo com o Ministério da Saúde são:
1 ? Hemipelvectomia;
2 ? Desarticulação do quadril;
3 ? Transfemural;
4 ? Desarticulação do joelho;
5 ? Transtibial;
6 ? Desarticulação do tornozelo;
7 ? Syme; e,
8 ? Parcial do pé.
Propriedades dos materiais apresentados pela 3Dlab
De acordo com a entrevista realizada com Matheus Zanguelini, protesista ortopédico, as mais comuns são
a amputação transfemural, desarticulação do joelho e transtibial. Casos como desarticulação do quadril e
Hemipelvectomia são mais raros, em 7 anos de carreira como fisioterapeuta, só atendeu um caso desses
mais graves, relatou Caio César Melo Correa.
Como pode-se notar nas figuras a cima, o encaixe da prótese no coto (nome dado parte restante do
membro que foi amputado) é diferente em todas as próteses, porém, é a parte que se tem em comum em
todas elas, de acordo com Matheus, como cada paciente é diferente, esse componente também, se
tornando a parte mais demorada e que necessita mais atenção na confecção. Conforto do encaixe é
fundamental para que a prótese seja usada por longos períodos, o desconforto no mesmo deve ser levado
em consideração primordial sempre já que pode ocasionar o surgimento de possíveis lesões no coto.
CONFECÇÃO DO ENCAIXE DAS PRÓTESES NO MÉTODO TRADICIONAL
Através da visita e entrevista com o protesista ortopédico Matheus Zanguelini da empresa Santa Tereza
Ortopedia, e os procedimentos descritos na ?confecção e manutenção de próteses órteses, próteses e
meios de locomoção? do ministério da saúde, foi possível ter maior entendimento de como o Sistema
único de Saúde (SUS) produz as próteses ortopédicas, com maior foco no encaixe da prótese. Visto que a
empresa em questão que fabrica a prótese para o sistema público.
De maneira resumida, em primeiro lugar deve ser retirado um molde do coto do paciente, esse molde
chamado de molde negativo, primeiramente é revestido o coto do paciente com filme plástico para evitar
contado da pelo com o gesso, e revestindo o coto com o gesso, deste modo irá se ter o molde necessário.
Modelo de molde negativo de prótese superior mesma técnica usada para as inferiores
Após o molde negativo pronto, o mesmo é enchido com gesso novamente, para então fazer o molde
positivo, após o gesso seco deve-se retificar o mesmo para obter uma superfície lisa, pode ser desbastado
até 4% da medida do coto para fins de obtenção do molde positivo, que irá ser usado para confecção do
encaixe da prótese em si.
Após o molde pronto, irá se produzir o encaixe, o material utilizado é o polipropileno, o mesmo é posto em
um forno a 160°C para ficar maleável e ser posto no molde, o mesmo ao ser posto no molde positivo deve
ser utilizado um aparelho de sucção para tirar o ar e ser moldado a vácuo, desde modo não irá ter folgas
no encaixe. A espessura da prótese varia de 3mm a 6 mm, dependendo do paciente. Cada encaixe
também varia de acordo com o paciente em seu tempo de produção, podendo ser de um dia a uma
semana.
O material utilizado o polipropileno é escolhido devido suas características:
Absorve pouca umidade;
Resistente ao impacto;
Alta dureza superficial;
Baixa condução a eletricidade;
Resistente ao atrito;
Fácil de moldar;
Baixo custo.
Um novo método de fabricação surgiu no fim da década de 1980, através da adição do material, conhecido
nos dias de hoje por AM ou impressão 3D (VOLPATO. 2017).
A impressão 3D ocorre através da adição constante de material através de camadas, até chegar na forma
desejada, as informações necessárias são obtidas através de um modelo geométrico gerado em software
3D. Esse processo de fabricação possibiliza a obtenção de diversos tipos de formas, em vários materiais
diferentes. A primeira etapa é a modelagem da peça desejada através de um sistema CAD (Projeto
/Desenho Assistido por Computador-Computer Aided Design), como por exemplo, SolidWorks, Inventor,
Solid Edge, entre outros. Após a modelagem, o modelo 3D do objeto deve ser ?fatiado? eletronicamente
em programas ?fatiadores? (Slic3er, CURA, Simplify), desse modo se obterá curvas de nível 2D, e são
elas que irão dizer para a máquina onde será ou não adicionado material em cada camada.
Depois da definição dada pelo fatiador, é então fabricada a peça de maneira automatizada, relativamente
rápida se comparada a meios tradicionais de fabricação, por meio da adição do material em camadas da
sua base até chegar o topo, pelo equipamento de impressão 3D. (VOLPATO. 2017)
A impressão 3D traz várias vantagens, pouco desperdício de material, não requer troca de ferramentas,
todo processo é feito em uma única máquina, e a vasta liberdade geométrica para fabricação, no caso das
próteses, é necessário visto que as curvas na modelagem das próteses se encaixam em superfícies não
lineares.
Os sistemas CAD para suprir a necessidade utilizam da matemática complexa tipo spline que são
equações para definir a trajetória do motor em casos de linhas não convencionais, como sai da
matemática linear, divide as linhas em micro retas através de equações polinomiais paramétricas. (SOUZA
. 2004)
SCANNERS
Para se obter uma modelagem tridimensional, a tecnologia de digitalização 3D é de grande ajuda, visto
que a mesma consegue obter modelos 3D a partir de cenas do mundo real.
São inúmeras sua aplicação (arquitetura, design, indústria cinematográfica, medicina, entre outros). O
método de digitalização 3D está em enorme expansão, por seu vasto uso em diversas áreas, com isso tem
-se várias técnicas de digitalização 3d, os diversos sistemas variam entre:
Custo;
Material do objeto a ser digitalizado;
Tamanho do objeto digitalizado;
Portabilidade do equipamento;
Precisão do sistema;
Aquisição da textura;
Produtividade da técnica;
Habilidade exigida para a utilização do equipamento;
Conformidade dos dados produzidos com padrões ou normas.
Cada sistema vai se especializar mais em uma área do que outra, portanto a escolha de qual sistema usar
depende de qual trabalho será feito. Entre as diversas tecnologias, podemos dividir entre elas as com
contato e as sem contato. (SOUSA, 2015).
Com contato
Com contato, como o próprio nome já diz, a máquina deve encostar no objeto a ser digitalizado, temos
duas principais tecnologias para este método Coordinate Measuring Machine (CMM) e Braços Articulados
. (SOUSA, 2015).
A CMM se trata de uma sonda na ponta de um braço de transporte, que se movimenta pelo objeto
mapeando pontos, esses pontos que formarão a imagem 3D futuramente em um sistema CAD.
Normalmente utilizada em indústrias, sua maior desvantagem é o desgaste e risco de quebra por estar em
contato com os equipamentos. (SOUSA, 2015).
O outro método de scanner por contato, o Braço articulado, como o próprio nome já diz, é constituído por
um braço robótico articulado, com diversos sensores, é muito similar ao CMM, digitalizando através de
pontos ao encostar na máquina, porém neste método é feito por operação manual, além de ter as mesmas
desvantagens da CMM o mesmo possui menor precisão comparado ao outro método por contato (SOUSA
, 2015).
Sem contato
Os scanners sem contato, apenas ?observam? o material, objeto ou ambiente a ser digitalizado, eles por
sua vez se dividem em ativos e passivos.
Os ativos emitem algum tipo de sinal, como por exemplo (ultrassom, raio-x, luz), este sinal ao atingir o
material a ser scaneado, sofre alterações, desta forma, essas alterações são capturadas por outro
aparelho formando então a digitalização 3D. (JÚNIOR; WANGENHEIM; SOBIERANSKI, 2017)
Temos como principais exemplos dos ativos:
Triangulação a laser ? é emitido uma luz a lazer variando entre um ponto ou linha que atinge o material e
reflete em um sensor, o sensor faz uma leitura da luz refletida gravando sua exata posição. (SOUSA 2015)
Luz estruturada ? segundo Sousa (2015) ?Este método consiste na projeção de um padrão específico (ou
um conjunto de padrões) na superfície do objeto e na extração da informação dessa geometria através da
deformação desse padrão?. Pode ser confundido com a triangulação a laser, porém o mesmo não utiliza
emissão de luz laser. (SOUSA. 2015)
Os métodos de digitalização sem contato passivos por sua vez, consistem em utilizar as informações já
disponíveis no ambiente, através de câmeras, sem necessidade de emitir nada no material. (JÚNIOR;
WANGENHEIM; SOBIERANSKI, 2017)
Um exemplo de passivo é o Sistema Estetoscópico, que utiliza uma ou mais câmeras e coleta imagens de
pelo menos dois ou mais pontos de vista da peça para se obter a forma tridimensional do objeto. (SOUSA.
2015)
METODOLOGIA
Metodologia de Pesquisa
O presente trabalho inclui-se em uma pesquisa básica, visto que seus resultados podem ser de grande
avanço para a área e serem utilizados na prática futuramente. Se enquadra em uma pesquisa qualitativa,
comparando as informações adquiridas em visita técnica com a de trabalhos e pesquisas realizadas
anteriormente. Seu objetivo é descritivo, visto que expõe os dados coletados para comparação dos
mesmos. Os procedimentos técnicos utilizados foram pesquisa bibliográfica e levantamento, visto que
foram feitos em duas partes, entrevistando funcionário direto da área e analisando estudo e resultados
anteriormente publicados. (PRODANOV; FREITAS, 2013).
Materiais e métodos
Como citado no capitulo 2, item 2.2, foi realizado uma visita técnica na ortopedia Santa Tereza Ortopedia
Técnica Ltda, CNPJ 41.620.210/0001-06, e entrevistado o protesista ortopédico Matheus Zanguelini, desta
forma foram obtidos os dados necessários para se entender a técnica ?tradicional? de fabricação do
encaixe de próteses para membros inferiores. Esta técnica é a mais utilizada e a padrão do Sistema Único
de Saúde (SUS).
Utilizando a impressora 3d do SENAI, impressora 3d do modelo Ender 3, foi impresso uma miniatura de
uma perna, em PLA, para analisar a capacidade da impressora de imprimir curvas complexas, como uma
perna humana, visto que um objeto com forma similar à do corpo humano, se enquadra em curvas
complexas, formato que fogem da geometria convencional (cilindros, cubos e afins). (SOUZA, 2004)
Foi optado por se imprimir apenas este modelo em miniatura, visto que a fabricação de uma prótese de
membro inferior é inviável devido a impressora disponível não possuir o material necessário para uma
prótese de membro inferior, conforme citado pelo protesista Matheus Zanguelini, o polipropileno seria o
mais comum e recomendado para fabricação de uma prótese inferior devido sua resistência.
Miniatura concluída
Devido ao alto risco de se fazer testes em pacientes e ao não poder imprimir uma prótese real para testes
em laboratórios, foram analisados os dados de artigos a respeito do tema para comparação.
Em relação a modelagem 3D, os scanners facilitaram em muito nesse quesito. Como por exemplo o
Scanner Sense 3D de 1ª geração da 3D Systems utilizados por Bortoleto e Sampaio (2022), como
mencionado por eles ?Trata-se de um equipamento bem simples, portátil e de baixo custo (cerca de 500
dólares) e que pode ser acoplado diretamente a um notebook ou tablet com sistema Windows por meio de
porta USB. Possui 3 lentes para o processo de captura: a primeira projeta uma luz infravermelha no objeto
, a segunda captura essa luz, e a terceira é uma câmera normal que finaliza o processo aplicando cores e
texturas. As imagens digitalizadas são processadas em um software próprio instalado no equipamento. ?
O mesmo foi capaz de digitalizar a mão do paciente em pouco tempo sem nenhum problema, gerando o
arquivo 3D e sendo retrabalhado em sistema CAD. Ou seja, em poucas horas foi feito a modelagem do
membro do paciente. Outro ponto positivo mencionado por eles, é o fato de o software permitir fazer testes
de força previamente a impressão. (BORTOLETO E SAMPAIO. 2022)
A modelagem em software também de maneira mais simples, e já não precisando da presença do
paciente, conforme mencionado por Araujo (2022), ele utilizou o mesmo scanner mencionado
anteriormente, e após ter o arquivo 3d do coto, bastou fazer os tratamentos no modelo tridimensional
adquirido utilizando o software Autodesk Meshmixer®, ainda com a ajuda deste software fez a modelagem
em cima do arquivo utilizando 4mm de espessura para a prótese, a espessura como foi mencionado por
Zanguellini na entrevista, varia de paciente para paciente, mas geralmente tendo de 3mm a 6mm.
O encaixe da prótese de Araujo (2022) foi impresso na impressora Sethi S3®, o encaixe levou 25 horas de
impressão e 323 gramas de PLA (ácido polilático) material não muito recomendado na fabricação de
Finalmente comparando os dois métodos de fabricação, o método tradicional explanado no capitulo 2.2 e a
fabricação 3D após pesquisas realizadas no assunto. Dividiu-se a comparação em 3 tópicos principais,
custo, tempo e qualidade.
Custo
Em relação ao custo as principais diferenças seriam nas tecnologias utilizadas e materiais. No processo de
fabricação através da impressão 3D, obviamente será necessário o investimento na máquina, scanner,
licença para algum software CAD. Abaixo segue tabela com valores após recente pesquisa de mercado.
Custo Impressão 3D
Em relação ao método tradicional, a impressão 3D se torna mais cara devido ao investimento necessário,
comparado ao método tradicional, porém, tem outras questões que irão ser economizado, por exemplo, o
gesso, embora seja um material barato, sendo encontrado no mercado em torno de R$26,00 um saco de
40kg de gesso, ainda sim é muito gasto no método tradicional, visto que através dele são feitos os moldes
negativos e positivos, onde na impressão 3D não se faz necessário.
O gasto com material para o encaixe da prótese, como seria o mesmo utilizado nos dois métodos, o
polipropileno, não haveria diferença discrepante em relação a este custo, porém na impressão 3D, como
falado anteriormente tem o ponto positivo de não ocorrer desperdício de material, algo que poderia ocorrer
no método tradicional por falha de mão de obra.
Tempo
de impressão. A maior vantagem, é que no período que está sendo impresso o encaixe da prótese, o
operador pode estar fazendo outros processos como modelando outro arquivo ou finalizando outras
próteses em si.
Qualidade
O conforto, design e resistência, são quesitos que mensuram a qualidade no encaixe da prótese. Em
relação ao conforto e design a impressão 3D atinge todos os pontos necessários, se comparando a
fabricada no método tradicional, ainda com a vantagem de caso precise fabricar novamente a mesma
prótese ou fazer pequenas alterações, já possui o arquivo tridimensional salvo, sendo facilitada a
modificação.
Contudo, no quesito resistência ainda não se compara com a fabricada no método tradicional, quando
falamos em próteses de membros inferiores, estas próteses devem ser capazes de sustentar o corpo do
paciente, por isso a resistência é algo que deve ser muito considerado.
Conclusões
O encaixe das próteses fabricadas na manufatura aditiva, tem grande potencial para ser utilizado
futuramente melhorando os aspectos funcionais e emocionais dos indivíduos que sofrem da amputação,
porém, com a pesquisa realizada, pode-se notar que nem sempre o avanço tecnológico substitui os
processos que já são utilizados, embora a manufatura aditiva, impressão 3D, seja um processo de
fabricação em ascensão, ainda não é o ideal par fabricação do encaixe de próteses para membros
inferiores, especificamente, devido à baixa resistência que este processo oferece.
Quando se pensa em membros inferiores em específico, talvez possa ser utilizado a impressão 3D para
próteses de banho por exemplo, próteses de menores custo apenas para garantir a durabilidade da outra
prótese convencional, visto que para o banho como o indivíduo não precisa, fazer muitos esforços como a
caminhada, a mesma será de grande auxilio.
Atualmente, embora ainda não seja viável a substituição de um método por outro, futuras pesquisas na
impressão 3D na produção do encaixe das próteses ortopédicas para membros inferiores se fazem
necessário, pesquisas em como:
Solucionando essa questão da resistência do encaixe, futuramente a manufatura aditiva pode atingir a
resistência e acabamentos necessários para utilização no dia a dia dessa forma de fabricação para auxiliar
a vida de diversos pacientes que sofrem de amputação no dia a dia, visto a facilidade e ganho de tempo
que se tem com a impressão 3D.
23
Referências
SOUZA, Adriano Fagali de. Contribuições ao fresamento de geometrias complexas aplicando a tecnologia
de usinagem com altas velocidades. 2004. 186 f. Tese (Doutorado) - Curso de Engenharia Mecânica,
Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2004. Disponível em: https
://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18135/tde-14012005-101635/publico/Tese_Adriano_F_S_.pdf.
Acesso em: 02 maio 2023.
PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar de. Apresentação de trabalhos acadêmicos. In:
Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo
Hamburgo/RS: Universidade FEEVALE, 2013. p. 182 ? 217.
VOLPATO, Neri (org.). MANUFATURA ADITIVA: tecnologias e aplicações da impressão 3d. São Paulo:
Edgard Blucher Ltda, 2018. 400 p. Disponível em: https://books.google.com.br/books?id=ni9dDwAAQBAJ
ItemPreço(R$)
Impressora 3D (Sethi S3®)Scanner (Scanner Sense 3D) Licença Software(solidworks)R$9.359,68R
$2.500,00R$100,00
=================================================================================
Arquivo 1: Template TCC -Higor Souza Muniz - 2023 ATUALIZADO 07.06.docx (4476 termos)
Arquivo 2: https://mitsloan.mit.edu/ideas-made-to-matter/additive-manufacturing-explained (2297 termos)
Termos comuns: 4
Similaridade: 0,05%
O texto abaixo é o conteúdo do documento Template TCC -Higor Souza Muniz - 2023 ATUALIZADO
07.06.docx (4476 termos)
Os termos em vermelho foram encontrados no documento https://mitsloan.mit.edu/ideas-made-to-
matter/additive-manufacturing-explained (2297 termos)
=================================================================================
Lages
2023
HIGOR SOUZA MUNIZ
Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Universidade do Planalto Catarinense para obtenção dos
créditos de disciplina com nome equivalente no curso de Engenharia Mecânica.
Lages
2023
HIGOR SOUZA MUNIZ
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção dos créditos da disciplina de
Trabalho de Conclusão de Curso, do 9º. Semestre, obrigatória para obtenção do título de:
ENGENHEIRO MECÂNICO
Banca Examinadora:
_________________________________
Prof. Esp. Alexsandre Paim Ribeiro
Suplente
Esta pesquisa apresenta como tema central a comparação entre o método ?tradicional? de fabricação do
encaixe das próteses ortopédicas em membros inferiores com a utilização da manufatura aditiva e
prototipagem rápida, utilizando scanners para a modelagem do encaixe e impressão 3D para fabricação.
Trata-se de uma pesquisa do tipo qualitativa. Os dados foram coletados através de visitação técnica em
ortopedia e entrevista com o protesista do local para entendimento do método padrão utilizado na saúde
pública. Foi também realizado, impressão de miniatura tridimensional de membro humano e analise de
pesquisas, artigos e trabalhos anteriores para entendimento da utilização da tecnologia dos Scanners e
Impressão 3D na fabricação do encaixe de próteses. No referencial teórico foram abordados os temas
próteses ortopédicas para membros inferiores, método tradicional de fabricação do encaixe das próteses,
como funciona a impressão 3D e os scanners. Os dados apontam que embora seja uma tecnologia em
ascensão, o uso da manufatura aditiva através da impressão tridimensional ainda não é recomendado
para membros inferiores, visto a baixa resistência que esse método oferece, ou seja, deve continuar com o
método tradicional. Solucionando o problema da resistência, a impressão 3D é um processo de fabricação
promissor para substituir o tradicional e facilitar a fabricação dos encaixes das próteses.
Palavras-chave: Próteses ortopédicas. Membros inferiores. Impressão 3D. Digitalização por scanner.
Abstract
This research has as its central theme the comparison between the ?traditional? method of manufacturing
the fitting of orthopedic prostheses in lower limbs with the use of additive manufacturing and rapid
prototyping, using scanners for fitting modeling and 3D printing for manufacturing. This is a qualitative
research. Data were collected through a technical visit in orthopedics and an interview with the local
prosthetist to understand the standard method used in public health. Was performed out a three-
dimensional miniature impression of a human limb and analysis of research, articles and previous works to
understand the use of Scanners and 3D Printing technology in the manufacture of prosthetic sockets. In the
theoretical framework, the themes of orthopedic prostheses for lower limbs, the traditional method of
manufacturing prosthetic fittings, how 3D printing and scanners work were addressed. The data indicate
that although it is a technology on the rise, the use of additive manufacturing through three-dimensional
printing is still not recommended for lower limbs, given the low resistance that this method offers, that is, it
should continue with the traditional method. Solving the problem of resistance, 3D printing is a promising
manufacturing process to replace the traditional and facilitate the manufacture of prosthetic fittings.
Lista de Figuras
10
.
Sumário
1 Introdução...................................................................................................................... 9
1.1 Apresentação............................................................................................................... 9
1.2 Descrição do problema......................................................................................... 10
1.3 Justificativa................................................................................................................ 10
1.4 Objetivo Geral............................................................................................................ 10
1.5 Objetivo Específivo.................................................................................................. 10
2 Revisão de literatura/referencial teórioco....................................... 11
2.1 Próteses Ortopédicas................................................................................................................ 11
2.2 Confecção do Encaixe das Próteses no Método Tradicional.......... 14
2.3 Processo de Fabricação Impressão 3D........................................................... 16
2.4 Scanners........................................................................................................................ 18
3 Metodologia................................................................................................................ 20
3.1 Metodologia de Pesquisa..................................................................................... 20
3.2 Materiais e métodos................................................................................................ 20
3.2.1 Entrevista e Visita Técnica em Ortopedia.................................................................... 20
3.2.2 Impressão 3d de miniatura de perna humana.............................................................. 20
3.2.3 Encaixe Prótese de Membro Inferior por Impressão 3D............................................. 22
4 Resultados e discussões........................................................................................ 23
4.1 custo................................................................................................................................ 23
4.2 tempo............................................................................................................................... 23
4.3 qualidade..................................................................................................................... 24
5 conclusões.................................................................................................................... 25
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 26
1 Introdução
Apresentação
A inclusão é um tema de muita importância, e que, ganha mais ênfase a cada dia. Para vivermos em
sociedade, todas as pessoas devem ter acesso de maneira igualitária, porém a amputação de membros
inferiores, dificulta, a vida de diversos indivíduos, por isso as próteses ortopédicas, são muito mais que
equipamentos, são partes de seres humanos.
No período de 2012 a 2022 teve uma média de 66 pessoas por dia que sofreram amputação, sendo nos
últimos anos por conta da pandemia do covid-19 o maior número de casos de perca de membros
principalmente inferiores. (GANDRA, 2022).
Na prótese ortopédica, existem diversos componentes que formam a prótese, algumas são mais
complexas que as outras, visto que quanto maior for a amputação do paciente, mais complexa será a
prótese, por exemplo, um paciente que tem sua perna amputada no quadril terá muito mais dificuldade do
que algum paciente que é amputado no joelho.
As engenharias, principalmente a mecânica, tem muito a se relacionar com a saúde, desta forma
buscando ampliar a aplicação dos estudos vistos no curso, buscou-se nesta pesquisa analisar o método
de fabricação nas próteses ortopédicas para membros inferiores.
Há vários tipos de próteses, porém o que todas elas têm em comum, é a parte do encaixe no paciente. O
encaixe é de extrema importância, visto que se não for feito de forma correta a prótese pode ficar
desconfortável ou até mesmo desencaixar do paciente tendo risco de acidente. Além de sua importância, é
a parte que mais consome tempo na fabricação da prótese, visto que todos os seres humanos têm suas
particularidades, com o encaixe da prótese não seria diferente, deste modo não é possível a produção em
linha desse componente, sendo cada prótese única.
Utilizando a prototipagem rápida através de scanner e a impressão 3D, o presente trabalho irá estudar se
esse método será mais eficiente do que o tradicional na fabricação do encaixe de próteses, buscando uma
maneira mais rápida sem perder a qualidade do produto final, para dessa forma conseguir aumentar a
viabilidade de entrega para uma alta demanda de pacientes. O método de prototipagem utilizando scanner
já é uma realidade, porém utilizados por empresas particulares, tendo então custo aos pacientes. Quando
falamos em saúde pública, o Sistema único de saúde (SUS), ainda utiliza do método tradicional.
Comparando os dois métodos, pode-se ter uma ideia de viabilidade para essa tecnologia e sua
implementação na saúde pública do país.
Descrição do problema
A fabricação de uma prótese ortopédica tem como maior diferencial o encaixe no paciente, visto que cada
um é amputado de uma forma, a modelagem do encaixe nunca vai ser igual.
A utilização de scanners para prototipagem e manufatura aditiva, nesse caso a impressão 3D, é uma
solução tecnológica que está sendo mais comum nos dias de hoje. O seu uso na fabricação de próteses, é
uma maneira tecnológica e prática para produzir principalmente o encaixe da prótese, visto que é esse
processo que leva maior tempo no método tradicional.
Justificativa
Muitas pesquisas foram feitas analisando a prototipagem rápida de scanners e impressão 3D nas próteses
, porém poucos compararam com o método tradicional, que será descrito no próximo capitulo. Comparar
os dois métodos se faz necessário para analisar se vale a pena o investimento no novo método de
fabricação, visto que o Sistema Único de Saúde (SUS), maior responsável na entrega de próteses,
principalmente para pacientes de baixa renda, ainda não faz uso do método de manufatura aditiva.
Objetivo geral
Comparar o tempo de fabricação, valores e qualidade na fabricação do encaixe das próteses ortopédicas
entre o método de prototipagem rápida através de scanners e impressão 3D com o método utilizado pelo
Sistema Único de Saúde (SUS).
Objetivos específicos
Analisar processo de fabricação tradicional do encaixe das próteses utilizado pelo SUS, através de
entrevista com profissional da área;
Revisão e estudos bibliográficos sobre utilização de scanners e impressão 3D;
Revisão de estudos bibliográficos da impressão 3D na produção do encaixe de próteses;
Comparação dos dados e analise dos dois métodos.
REVISÃO DA LITERATURA / REFERENCIAL TEÓRICO
Foram consultados artigos e pesquisas para elaboração deste capitulo, assim como duas entrevistas, uma
com o fisioterapeuta Caio César Melo Correa do Centro Especializado em Reabilitação (CER II) da
Uniplac, para maior entendimento da necessidade dos pacientes que utilizam próteses ortopédicas. A
segunda entrevista, foi com o protesista ortopédico Matheus Zanguelini da empresa Santa Tereza
Ortopedia Técnica Ltda, CNPJ 41.620.210/0001-60, onde teve o acompanhamento de como é fabricado
uma prótese tradicionalmente, visto que o mesmo produz próteses ortopédicas para o sistema público de
saúde, inclusos nesse número os pacientes do CER II.
PRÓTESES ORTOPÉDICAS
De acordo com o ?Guia para prescrição, concessão, adaptação e manutenção de órteses, próteses e
meios auxiliares de locomoção. ? Do Ministério da Saúde (2019), as próteses são equipamentos que tem
como função substituir parte do corpo que por algum motivo foi amputado, pode ser qualquer material ou
peça que substitua parcial ou totalmente, seja por um curto período ou permanente este órgão ou tecido
do paciente.
A amputação, procedimento realizado em casos graves como acidentes, trombose, diabetes entre outros,
causa a perca da mobilidade do indivíduo, no controle muscular direto e na propriocepção do local.
Quando realizado este procedimento cirúrgico, deve ser analisado cautelosamente o nível em que será
amputado o membro do paciente, o mesmo deve ser feito com base no nível de cicatrização, assegurando
uma boa recuperação do paciente. Embora seja evitado amputar toda a perna, em alguns casos não
existe outra opção. Os níveis de amputação ainda de acordo com o Ministério da Saúde são:
1 ? Hemipelvectomia;
2 ? Desarticulação do quadril;
3 ? Transfemural;
4 ? Desarticulação do joelho;
5 ? Transtibial;
6 ? Desarticulação do tornozelo;
7 ? Syme; e,
8 ? Parcial do pé.
Propriedades dos materiais apresentados pela 3Dlab
De acordo com a entrevista realizada com Matheus Zanguelini, protesista ortopédico, as mais comuns são
a amputação transfemural, desarticulação do joelho e transtibial. Casos como desarticulação do quadril e
Hemipelvectomia são mais raros, em 7 anos de carreira como fisioterapeuta, só atendeu um caso desses
mais graves, relatou Caio César Melo Correa.
Como pode-se notar nas figuras a cima, o encaixe da prótese no coto (nome dado parte restante do
membro que foi amputado) é diferente em todas as próteses, porém, é a parte que se tem em comum em
todas elas, de acordo com Matheus, como cada paciente é diferente, esse componente também, se
tornando a parte mais demorada e que necessita mais atenção na confecção. Conforto do encaixe é
fundamental para que a prótese seja usada por longos períodos, o desconforto no mesmo deve ser levado
em consideração primordial sempre já que pode ocasionar o surgimento de possíveis lesões no coto.
CONFECÇÃO DO ENCAIXE DAS PRÓTESES NO MÉTODO TRADICIONAL
Através da visita e entrevista com o protesista ortopédico Matheus Zanguelini da empresa Santa Tereza
Ortopedia, e os procedimentos descritos na ?confecção e manutenção de próteses órteses, próteses e
meios de locomoção? do ministério da saúde, foi possível ter maior entendimento de como o Sistema
único de Saúde (SUS) produz as próteses ortopédicas, com maior foco no encaixe da prótese. Visto que a
empresa em questão que fabrica a prótese para o sistema público.
De maneira resumida, em primeiro lugar deve ser retirado um molde do coto do paciente, esse molde
chamado de molde negativo, primeiramente é revestido o coto do paciente com filme plástico para evitar
contado da pelo com o gesso, e revestindo o coto com o gesso, deste modo irá se ter o molde necessário.
Modelo de molde negativo de prótese superior mesma técnica usada para as inferiores
Após o molde negativo pronto, o mesmo é enchido com gesso novamente, para então fazer o molde
positivo, após o gesso seco deve-se retificar o mesmo para obter uma superfície lisa, pode ser desbastado
até 4% da medida do coto para fins de obtenção do molde positivo, que irá ser usado para confecção do
encaixe da prótese em si.
Após o molde pronto, irá se produzir o encaixe, o material utilizado é o polipropileno, o mesmo é posto em
um forno a 160°C para ficar maleável e ser posto no molde, o mesmo ao ser posto no molde positivo deve
ser utilizado um aparelho de sucção para tirar o ar e ser moldado a vácuo, desde modo não irá ter folgas
no encaixe. A espessura da prótese varia de 3mm a 6 mm, dependendo do paciente. Cada encaixe
também varia de acordo com o paciente em seu tempo de produção, podendo ser de um dia a uma
semana.
O material utilizado o polipropileno é escolhido devido suas características:
Absorve pouca umidade;
Resistente ao impacto;
Alta dureza superficial;
Baixa condução a eletricidade;
Resistente ao atrito;
Fácil de moldar;
Baixo custo.
Um novo método de fabricação surgiu no fim da década de 1980, através da adição do material, conhecido
nos dias de hoje por AM ou impressão 3D (VOLPATO. 2017).
A impressão 3D ocorre através da adição constante de material através de camadas, até chegar na forma
desejada, as informações necessárias são obtidas através de um modelo geométrico gerado em software
3D. Esse processo de fabricação possibiliza a obtenção de diversos tipos de formas, em vários materiais
diferentes. A primeira etapa é a modelagem da peça desejada através de um sistema CAD (Projeto
/Desenho Assistido por Computador-Computer Aided Design), como por exemplo, SolidWorks, Inventor,
Solid Edge, entre outros. Após a modelagem, o modelo 3D do objeto deve ser ?fatiado? eletronicamente
em programas ?fatiadores? (Slic3er, CURA, Simplify), desse modo se obterá curvas de nível 2D, e são
elas que irão dizer para a máquina onde será ou não adicionado material em cada camada.
Depois da definição dada pelo fatiador, é então fabricada a peça de maneira automatizada, relativamente
rápida se comparada a meios tradicionais de fabricação, por meio da adição do material em camadas da
sua base até chegar o topo, pelo equipamento de impressão 3D. (VOLPATO. 2017)
A impressão 3D traz várias vantagens, pouco desperdício de material, não requer troca de ferramentas,
todo processo é feito em uma única máquina, e a vasta liberdade geométrica para fabricação, no caso das
próteses, é necessário visto que as curvas na modelagem das próteses se encaixam em superfícies não
lineares.
Os sistemas CAD para suprir a necessidade utilizam da matemática complexa tipo spline que são
equações para definir a trajetória do motor em casos de linhas não convencionais, como sai da
matemática linear, divide as linhas em micro retas através de equações polinomiais paramétricas. (SOUZA
. 2004)
SCANNERS
Para se obter uma modelagem tridimensional, a tecnologia de digitalização 3D é de grande ajuda, visto
que a mesma consegue obter modelos 3D a partir de cenas do mundo real.
São inúmeras sua aplicação (arquitetura, design, indústria cinematográfica, medicina, entre outros). O
método de digitalização 3D está em enorme expansão, por seu vasto uso em diversas áreas, com isso tem
-se várias técnicas de digitalização 3d, os diversos sistemas variam entre:
Custo;
Material do objeto a ser digitalizado;
Tamanho do objeto digitalizado;
Portabilidade do equipamento;
Precisão do sistema;
Aquisição da textura;
Produtividade da técnica;
Habilidade exigida para a utilização do equipamento;
Conformidade dos dados produzidos com padrões ou normas.
Cada sistema vai se especializar mais em uma área do que outra, portanto a escolha de qual sistema usar
depende de qual trabalho será feito. Entre as diversas tecnologias, podemos dividir entre elas as com
contato e as sem contato. (SOUSA, 2015).
Com contato
Com contato, como o próprio nome já diz, a máquina deve encostar no objeto a ser digitalizado, temos
duas principais tecnologias para este método Coordinate Measuring Machine (CMM) e Braços Articulados
. (SOUSA, 2015).
A CMM se trata de uma sonda na ponta de um braço de transporte, que se movimenta pelo objeto
mapeando pontos, esses pontos que formarão a imagem 3D futuramente em um sistema CAD.
Normalmente utilizada em indústrias, sua maior desvantagem é o desgaste e risco de quebra por estar em
contato com os equipamentos. (SOUSA, 2015).
O outro método de scanner por contato, o Braço articulado, como o próprio nome já diz, é constituído por
um braço robótico articulado, com diversos sensores, é muito similar ao CMM, digitalizando através de
pontos ao encostar na máquina, porém neste método é feito por operação manual, além de ter as mesmas
desvantagens da CMM o mesmo possui menor precisão comparado ao outro método por contato (SOUSA
, 2015).
Sem contato
Os scanners sem contato, apenas ?observam? o material, objeto ou ambiente a ser digitalizado, eles por
sua vez se dividem em ativos e passivos.
Os ativos emitem algum tipo de sinal, como por exemplo (ultrassom, raio-x, luz), este sinal ao atingir o
material a ser scaneado, sofre alterações, desta forma, essas alterações são capturadas por outro
aparelho formando então a digitalização 3D. (JÚNIOR; WANGENHEIM; SOBIERANSKI, 2017)
Temos como principais exemplos dos ativos:
Triangulação a laser ? é emitido uma luz a lazer variando entre um ponto ou linha que atinge o material e
reflete em um sensor, o sensor faz uma leitura da luz refletida gravando sua exata posição. (SOUSA 2015)
Luz estruturada ? segundo Sousa (2015) ?Este método consiste na projeção de um padrão específico (ou
um conjunto de padrões) na superfície do objeto e na extração da informação dessa geometria através da
deformação desse padrão?. Pode ser confundido com a triangulação a laser, porém o mesmo não utiliza
emissão de luz laser. (SOUSA. 2015)
Os métodos de digitalização sem contato passivos por sua vez, consistem em utilizar as informações já
disponíveis no ambiente, através de câmeras, sem necessidade de emitir nada no material. (JÚNIOR;
WANGENHEIM; SOBIERANSKI, 2017)
Um exemplo de passivo é o Sistema Estetoscópico, que utiliza uma ou mais câmeras e coleta imagens de
pelo menos dois ou mais pontos de vista da peça para se obter a forma tridimensional do objeto. (SOUSA.
2015)
METODOLOGIA
Metodologia de Pesquisa
O presente trabalho inclui-se em uma pesquisa básica, visto que seus resultados podem ser de grande
avanço para a área e serem utilizados na prática futuramente. Se enquadra em uma pesquisa qualitativa,
comparando as informações adquiridas em visita técnica com a de trabalhos e pesquisas realizadas
anteriormente. Seu objetivo é descritivo, visto que expõe os dados coletados para comparação dos
mesmos. Os procedimentos técnicos utilizados foram pesquisa bibliográfica e levantamento, visto que
foram feitos em duas partes, entrevistando funcionário direto da área e analisando estudo e resultados
anteriormente publicados. (PRODANOV; FREITAS, 2013).
Materiais e métodos
Como citado no capitulo 2, item 2.2, foi realizado uma visita técnica na ortopedia Santa Tereza Ortopedia
Técnica Ltda, CNPJ 41.620.210/0001-06, e entrevistado o protesista ortopédico Matheus Zanguelini, desta
forma foram obtidos os dados necessários para se entender a técnica ?tradicional? de fabricação do
encaixe de próteses para membros inferiores. Esta técnica é a mais utilizada e a padrão do Sistema Único
de Saúde (SUS).
Utilizando a impressora 3d do SENAI, impressora 3d do modelo Ender 3, foi impresso uma miniatura de
uma perna, em PLA, para analisar a capacidade da impressora de imprimir curvas complexas, como uma
perna humana, visto que um objeto com forma similar à do corpo humano, se enquadra em curvas
complexas, formato que fogem da geometria convencional (cilindros, cubos e afins). (SOUZA, 2004)
Foi optado por se imprimir apenas este modelo em miniatura, visto que a fabricação de uma prótese de
membro inferior é inviável devido a impressora disponível não possuir o material necessário para uma
prótese de membro inferior, conforme citado pelo protesista Matheus Zanguelini, o polipropileno seria o
mais comum e recomendado para fabricação de uma prótese inferior devido sua resistência.
Miniatura concluída
Devido ao alto risco de se fazer testes em pacientes e ao não poder imprimir uma prótese real para testes
em laboratórios, foram analisados os dados de artigos a respeito do tema para comparação.
Em relação a modelagem 3D, os scanners facilitaram em muito nesse quesito. Como por exemplo o
Scanner Sense 3D de 1ª geração da 3D Systems utilizados por Bortoleto e Sampaio (2022), como
mencionado por eles ?Trata-se de um equipamento bem simples, portátil e de baixo custo (cerca de 500
dólares) e que pode ser acoplado diretamente a um notebook ou tablet com sistema Windows por meio de
porta USB. Possui 3 lentes para o processo de captura: a primeira projeta uma luz infravermelha no objeto
, a segunda captura essa luz, e a terceira é uma câmera normal que finaliza o processo aplicando cores e
texturas. As imagens digitalizadas são processadas em um software próprio instalado no equipamento. ?
O mesmo foi capaz de digitalizar a mão do paciente em pouco tempo sem nenhum problema, gerando o
arquivo 3D e sendo retrabalhado em sistema CAD. Ou seja, em poucas horas foi feito a modelagem do
membro do paciente. Outro ponto positivo mencionado por eles, é o fato de o software permitir fazer testes
de força previamente a impressão. (BORTOLETO E SAMPAIO. 2022)
A modelagem em software também de maneira mais simples, e já não precisando da presença do
paciente, conforme mencionado por Araujo (2022), ele utilizou o mesmo scanner mencionado
anteriormente, e após ter o arquivo 3d do coto, bastou fazer os tratamentos no modelo tridimensional
adquirido utilizando o software Autodesk Meshmixer®, ainda com a ajuda deste software fez a modelagem
em cima do arquivo utilizando 4mm de espessura para a prótese, a espessura como foi mencionado por
Zanguellini na entrevista, varia de paciente para paciente, mas geralmente tendo de 3mm a 6mm.
O encaixe da prótese de Araujo (2022) foi impresso na impressora Sethi S3®, o encaixe levou 25 horas de
impressão e 323 gramas de PLA (ácido polilático) material não muito recomendado na fabricação de
Finalmente comparando os dois métodos de fabricação, o método tradicional explanado no capitulo 2.2 e a
fabricação 3D após pesquisas realizadas no assunto. Dividiu-se a comparação em 3 tópicos principais,
custo, tempo e qualidade.
Custo
Em relação ao custo as principais diferenças seriam nas tecnologias utilizadas e materiais. No processo de
fabricação através da impressão 3D, obviamente será necessário o investimento na máquina, scanner,
licença para algum software CAD. Abaixo segue tabela com valores após recente pesquisa de mercado.
Custo Impressão 3D
Em relação ao método tradicional, a impressão 3D se torna mais cara devido ao investimento necessário,
comparado ao método tradicional, porém, tem outras questões que irão ser economizado, por exemplo, o
gesso, embora seja um material barato, sendo encontrado no mercado em torno de R$26,00 um saco de
40kg de gesso, ainda sim é muito gasto no método tradicional, visto que através dele são feitos os moldes
negativos e positivos, onde na impressão 3D não se faz necessário.
O gasto com material para o encaixe da prótese, como seria o mesmo utilizado nos dois métodos, o
polipropileno, não haveria diferença discrepante em relação a este custo, porém na impressão 3D, como
falado anteriormente tem o ponto positivo de não ocorrer desperdício de material, algo que poderia ocorrer
no método tradicional por falha de mão de obra.
Tempo
de impressão. A maior vantagem, é que no período que está sendo impresso o encaixe da prótese, o
operador pode estar fazendo outros processos como modelando outro arquivo ou finalizando outras
próteses em si.
Qualidade
O conforto, design e resistência, são quesitos que mensuram a qualidade no encaixe da prótese. Em
relação ao conforto e design a impressão 3D atinge todos os pontos necessários, se comparando a
fabricada no método tradicional, ainda com a vantagem de caso precise fabricar novamente a mesma
prótese ou fazer pequenas alterações, já possui o arquivo tridimensional salvo, sendo facilitada a
modificação.
Contudo, no quesito resistência ainda não se compara com a fabricada no método tradicional, quando
falamos em próteses de membros inferiores, estas próteses devem ser capazes de sustentar o corpo do
paciente, por isso a resistência é algo que deve ser muito considerado.
Conclusões
O encaixe das próteses fabricadas na manufatura aditiva, tem grande potencial para ser utilizado
futuramente melhorando os aspectos funcionais e emocionais dos indivíduos que sofrem da amputação,
porém, com a pesquisa realizada, pode-se notar que nem sempre o avanço tecnológico substitui os
processos que já são utilizados, embora a manufatura aditiva, impressão 3D, seja um processo de
fabricação em ascensão, ainda não é o ideal par fabricação do encaixe de próteses para membros
inferiores, especificamente, devido à baixa resistência que este processo oferece.
Quando se pensa em membros inferiores em específico, talvez possa ser utilizado a impressão 3D para
próteses de banho por exemplo, próteses de menores custo apenas para garantir a durabilidade da outra
prótese convencional, visto que para o banho como o indivíduo não precisa, fazer muitos esforços como a
caminhada, a mesma será de grande auxilio.
Atualmente, embora ainda não seja viável a substituição de um método por outro, futuras pesquisas na
impressão 3D na produção do encaixe das próteses ortopédicas para membros inferiores se fazem
necessário, pesquisas em como:
Solucionando essa questão da resistência do encaixe, futuramente a manufatura aditiva pode atingir a
resistência e acabamentos necessários para utilização no dia a dia dessa forma de fabricação para auxiliar
a vida de diversos pacientes que sofrem de amputação no dia a dia, visto a facilidade e ganho de tempo
que se tem com a impressão 3D.
23
Referências
SOUZA, Adriano Fagali de. Contribuições ao fresamento de geometrias complexas aplicando a tecnologia
de usinagem com altas velocidades. 2004. 186 f. Tese (Doutorado) - Curso de Engenharia Mecânica,
Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2004. Disponível em: https
://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18135/tde-14012005-101635/publico/Tese_Adriano_F_S_.pdf.
Acesso em: 02 maio 2023.
PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar de. Apresentação de trabalhos acadêmicos. In:
Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo
Hamburgo/RS: Universidade FEEVALE, 2013. p. 182 ? 217.
VOLPATO, Neri (org.). MANUFATURA ADITIVA: tecnologias e aplicações da impressão 3d. São Paulo:
Edgard Blucher Ltda, 2018. 400 p. Disponível em: https://books.google.com.br/books?id=ni9dDwAAQBAJ
ItemPreço(R$)
Impressora 3D (Sethi S3®)Scanner (Scanner Sense 3D) Licença Software(solidworks)R$9.359,68R
$2.500,00R$100,00
=================================================================================
Arquivo 1: Template TCC -Higor Souza Muniz - 2023 ATUALIZADO 07.06.docx (4476 termos)
Arquivo 2: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2351978919300332 (323 termos)
Termos comuns: 1
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=================================================================================
Lages
2023
HIGOR SOUZA MUNIZ
Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Universidade do Planalto Catarinense para obtenção dos
créditos de disciplina com nome equivalente no curso de Engenharia Mecânica.
Lages
2023
HIGOR SOUZA MUNIZ
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção dos créditos da disciplina de
Trabalho de Conclusão de Curso, do 9º. Semestre, obrigatória para obtenção do título de:
ENGENHEIRO MECÂNICO
Banca Examinadora:
_________________________________
Prof. Esp. Alexsandre Paim Ribeiro
Suplente
Esta pesquisa apresenta como tema central a comparação entre o método ?tradicional? de fabricação do
encaixe das próteses ortopédicas em membros inferiores com a utilização da manufatura aditiva e
prototipagem rápida, utilizando scanners para a modelagem do encaixe e impressão 3D para fabricação.
Trata-se de uma pesquisa do tipo qualitativa. Os dados foram coletados através de visitação técnica em
ortopedia e entrevista com o protesista do local para entendimento do método padrão utilizado na saúde
pública. Foi também realizado, impressão de miniatura tridimensional de membro humano e analise de
pesquisas, artigos e trabalhos anteriores para entendimento da utilização da tecnologia dos Scanners e
Impressão 3D na fabricação do encaixe de próteses. No referencial teórico foram abordados os temas
próteses ortopédicas para membros inferiores, método tradicional de fabricação do encaixe das próteses,
como funciona a impressão 3D e os scanners. Os dados apontam que embora seja uma tecnologia em
ascensão, o uso da manufatura aditiva através da impressão tridimensional ainda não é recomendado
para membros inferiores, visto a baixa resistência que esse método oferece, ou seja, deve continuar com o
método tradicional. Solucionando o problema da resistência, a impressão 3D é um processo de fabricação
promissor para substituir o tradicional e facilitar a fabricação dos encaixes das próteses.
Palavras-chave: Próteses ortopédicas. Membros inferiores. Impressão 3D. Digitalização por scanner.
Abstract
This research has as its central theme the comparison between the ?traditional? method of manufacturing
the fitting of orthopedic prostheses in lower limbs with the use of additive manufacturing and rapid
prototyping, using scanners for fitting modeling and 3D printing for manufacturing. This is a qualitative
research. Data were collected through a technical visit in orthopedics and an interview with the local
prosthetist to understand the standard method used in public health. Was performed out a three-
dimensional miniature impression of a human limb and analysis of research, articles and previous works to
understand the use of Scanners and 3D Printing technology in the manufacture of prosthetic sockets. In the
theoretical framework, the themes of orthopedic prostheses for lower limbs, the traditional method of
manufacturing prosthetic fittings, how 3D printing and scanners work were addressed. The data indicate
that although it is a technology on the rise, the use of additive manufacturing through three-dimensional
printing is still not recommended for lower limbs, given the low resistance that this method offers, that is, it
should continue with the traditional method. Solving the problem of resistance, 3D printing is a promising
manufacturing process to replace the traditional and facilitate the manufacture of prosthetic fittings.
Lista de Figuras
10
.
Sumário
1 Introdução...................................................................................................................... 9
1.1 Apresentação............................................................................................................... 9
1.2 Descrição do problema......................................................................................... 10
1.3 Justificativa................................................................................................................ 10
1.4 Objetivo Geral............................................................................................................ 10
1.5 Objetivo Específivo.................................................................................................. 10
2 Revisão de literatura/referencial teórioco....................................... 11
2.1 Próteses Ortopédicas................................................................................................................ 11
2.2 Confecção do Encaixe das Próteses no Método Tradicional.......... 14
2.3 Processo de Fabricação Impressão 3D........................................................... 16
2.4 Scanners........................................................................................................................ 18
3 Metodologia................................................................................................................ 20
3.1 Metodologia de Pesquisa..................................................................................... 20
3.2 Materiais e métodos................................................................................................ 20
3.2.1 Entrevista e Visita Técnica em Ortopedia.................................................................... 20
3.2.2 Impressão 3d de miniatura de perna humana.............................................................. 20
3.2.3 Encaixe Prótese de Membro Inferior por Impressão 3D............................................. 22
4 Resultados e discussões........................................................................................ 23
4.1 custo................................................................................................................................ 23
4.2 tempo............................................................................................................................... 23
4.3 qualidade..................................................................................................................... 24
5 conclusões.................................................................................................................... 25
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 26
1 Introdução
Apresentação
A inclusão é um tema de muita importância, e que, ganha mais ênfase a cada dia. Para vivermos em
sociedade, todas as pessoas devem ter acesso de maneira igualitária, porém a amputação de membros
inferiores, dificulta, a vida de diversos indivíduos, por isso as próteses ortopédicas, são muito mais que
equipamentos, são partes de seres humanos.
No período de 2012 a 2022 teve uma média de 66 pessoas por dia que sofreram amputação, sendo nos
últimos anos por conta da pandemia do covid-19 o maior número de casos de perca de membros
principalmente inferiores. (GANDRA, 2022).
Na prótese ortopédica, existem diversos componentes que formam a prótese, algumas são mais
complexas que as outras, visto que quanto maior for a amputação do paciente, mais complexa será a
prótese, por exemplo, um paciente que tem sua perna amputada no quadril terá muito mais dificuldade do
que algum paciente que é amputado no joelho.
As engenharias, principalmente a mecânica, tem muito a se relacionar com a saúde, desta forma
buscando ampliar a aplicação dos estudos vistos no curso, buscou-se nesta pesquisa analisar o método
de fabricação nas próteses ortopédicas para membros inferiores.
Há vários tipos de próteses, porém o que todas elas têm em comum, é a parte do encaixe no paciente. O
encaixe é de extrema importância, visto que se não for feito de forma correta a prótese pode ficar
desconfortável ou até mesmo desencaixar do paciente tendo risco de acidente. Além de sua importância, é
a parte que mais consome tempo na fabricação da prótese, visto que todos os seres humanos têm suas
particularidades, com o encaixe da prótese não seria diferente, deste modo não é possível a produção em
linha desse componente, sendo cada prótese única.
Utilizando a prototipagem rápida através de scanner e a impressão 3D, o presente trabalho irá estudar se
esse método será mais eficiente do que o tradicional na fabricação do encaixe de próteses, buscando uma
maneira mais rápida sem perder a qualidade do produto final, para dessa forma conseguir aumentar a
viabilidade de entrega para uma alta demanda de pacientes. O método de prototipagem utilizando scanner
já é uma realidade, porém utilizados por empresas particulares, tendo então custo aos pacientes. Quando
falamos em saúde pública, o Sistema único de saúde (SUS), ainda utiliza do método tradicional.
Comparando os dois métodos, pode-se ter uma ideia de viabilidade para essa tecnologia e sua
implementação na saúde pública do país.
Descrição do problema
A fabricação de uma prótese ortopédica tem como maior diferencial o encaixe no paciente, visto que cada
um é amputado de uma forma, a modelagem do encaixe nunca vai ser igual.
A utilização de scanners para prototipagem e manufatura aditiva, nesse caso a impressão 3D, é uma
solução tecnológica que está sendo mais comum nos dias de hoje. O seu uso na fabricação de próteses, é
uma maneira tecnológica e prática para produzir principalmente o encaixe da prótese, visto que é esse
processo que leva maior tempo no método tradicional.
Justificativa
Muitas pesquisas foram feitas analisando a prototipagem rápida de scanners e impressão 3D nas próteses
, porém poucos compararam com o método tradicional, que será descrito no próximo capitulo. Comparar
os dois métodos se faz necessário para analisar se vale a pena o investimento no novo método de
fabricação, visto que o Sistema Único de Saúde (SUS), maior responsável na entrega de próteses,
principalmente para pacientes de baixa renda, ainda não faz uso do método de manufatura aditiva.
Objetivo geral
Comparar o tempo de fabricação, valores e qualidade na fabricação do encaixe das próteses ortopédicas
entre o método de prototipagem rápida através de scanners e impressão 3D com o método utilizado pelo
Sistema Único de Saúde (SUS).
Objetivos específicos
Analisar processo de fabricação tradicional do encaixe das próteses utilizado pelo SUS, através de
entrevista com profissional da área;
Revisão e estudos bibliográficos sobre utilização de scanners e impressão 3D;
Revisão de estudos bibliográficos da impressão 3D na produção do encaixe de próteses;
Comparação dos dados e analise dos dois métodos.
REVISÃO DA LITERATURA / REFERENCIAL TEÓRICO
Foram consultados artigos e pesquisas para elaboração deste capitulo, assim como duas entrevistas, uma
com o fisioterapeuta Caio César Melo Correa do Centro Especializado em Reabilitação (CER II) da
Uniplac, para maior entendimento da necessidade dos pacientes que utilizam próteses ortopédicas. A
segunda entrevista, foi com o protesista ortopédico Matheus Zanguelini da empresa Santa Tereza
Ortopedia Técnica Ltda, CNPJ 41.620.210/0001-60, onde teve o acompanhamento de como é fabricado
uma prótese tradicionalmente, visto que o mesmo produz próteses ortopédicas para o sistema público de
saúde, inclusos nesse número os pacientes do CER II.
PRÓTESES ORTOPÉDICAS
De acordo com o ?Guia para prescrição, concessão, adaptação e manutenção de órteses, próteses e
meios auxiliares de locomoção. ? Do Ministério da Saúde (2019), as próteses são equipamentos que tem
como função substituir parte do corpo que por algum motivo foi amputado, pode ser qualquer material ou
peça que substitua parcial ou totalmente, seja por um curto período ou permanente este órgão ou tecido
do paciente.
A amputação, procedimento realizado em casos graves como acidentes, trombose, diabetes entre outros,
causa a perca da mobilidade do indivíduo, no controle muscular direto e na propriocepção do local.
Quando realizado este procedimento cirúrgico, deve ser analisado cautelosamente o nível em que será
amputado o membro do paciente, o mesmo deve ser feito com base no nível de cicatrização, assegurando
uma boa recuperação do paciente. Embora seja evitado amputar toda a perna, em alguns casos não
existe outra opção. Os níveis de amputação ainda de acordo com o Ministério da Saúde são:
1 ? Hemipelvectomia;
2 ? Desarticulação do quadril;
3 ? Transfemural;
4 ? Desarticulação do joelho;
5 ? Transtibial;
6 ? Desarticulação do tornozelo;
7 ? Syme; e,
8 ? Parcial do pé.
Propriedades dos materiais apresentados pela 3Dlab
De acordo com a entrevista realizada com Matheus Zanguelini, protesista ortopédico, as mais comuns são
a amputação transfemural, desarticulação do joelho e transtibial. Casos como desarticulação do quadril e
Hemipelvectomia são mais raros, em 7 anos de carreira como fisioterapeuta, só atendeu um caso desses
mais graves, relatou Caio César Melo Correa.
Como pode-se notar nas figuras a cima, o encaixe da prótese no coto (nome dado parte restante do
membro que foi amputado) é diferente em todas as próteses, porém, é a parte que se tem em comum em
todas elas, de acordo com Matheus, como cada paciente é diferente, esse componente também, se
tornando a parte mais demorada e que necessita mais atenção na confecção. Conforto do encaixe é
fundamental para que a prótese seja usada por longos períodos, o desconforto no mesmo deve ser levado
em consideração primordial sempre já que pode ocasionar o surgimento de possíveis lesões no coto.
CONFECÇÃO DO ENCAIXE DAS PRÓTESES NO MÉTODO TRADICIONAL
Através da visita e entrevista com o protesista ortopédico Matheus Zanguelini da empresa Santa Tereza
Ortopedia, e os procedimentos descritos na ?confecção e manutenção de próteses órteses, próteses e
meios de locomoção? do ministério da saúde, foi possível ter maior entendimento de como o Sistema
único de Saúde (SUS) produz as próteses ortopédicas, com maior foco no encaixe da prótese. Visto que a
empresa em questão que fabrica a prótese para o sistema público.
De maneira resumida, em primeiro lugar deve ser retirado um molde do coto do paciente, esse molde
chamado de molde negativo, primeiramente é revestido o coto do paciente com filme plástico para evitar
contado da pelo com o gesso, e revestindo o coto com o gesso, deste modo irá se ter o molde necessário.
Modelo de molde negativo de prótese superior mesma técnica usada para as inferiores
Após o molde negativo pronto, o mesmo é enchido com gesso novamente, para então fazer o molde
positivo, após o gesso seco deve-se retificar o mesmo para obter uma superfície lisa, pode ser desbastado
até 4% da medida do coto para fins de obtenção do molde positivo, que irá ser usado para confecção do
encaixe da prótese em si.
Após o molde pronto, irá se produzir o encaixe, o material utilizado é o polipropileno, o mesmo é posto em
um forno a 160°C para ficar maleável e ser posto no molde, o mesmo ao ser posto no molde positivo deve
ser utilizado um aparelho de sucção para tirar o ar e ser moldado a vácuo, desde modo não irá ter folgas
no encaixe. A espessura da prótese varia de 3mm a 6 mm, dependendo do paciente. Cada encaixe
também varia de acordo com o paciente em seu tempo de produção, podendo ser de um dia a uma
semana.
O material utilizado o polipropileno é escolhido devido suas características:
Absorve pouca umidade;
Resistente ao impacto;
Alta dureza superficial;
Baixa condução a eletricidade;
Resistente ao atrito;
Fácil de moldar;
Baixo custo.
Um novo método de fabricação surgiu no fim da década de 1980, através da adição do material, conhecido
nos dias de hoje por AM ou impressão 3D (VOLPATO. 2017).
A impressão 3D ocorre através da adição constante de material através de camadas, até chegar na forma
desejada, as informações necessárias são obtidas através de um modelo geométrico gerado em software
3D. Esse processo de fabricação possibiliza a obtenção de diversos tipos de formas, em vários materiais
diferentes. A primeira etapa é a modelagem da peça desejada através de um sistema CAD (Projeto
/Desenho Assistido por Computador-Computer Aided Design), como por exemplo, SolidWorks, Inventor,
Solid Edge, entre outros. Após a modelagem, o modelo 3D do objeto deve ser ?fatiado? eletronicamente
em programas ?fatiadores? (Slic3er, CURA, Simplify), desse modo se obterá curvas de nível 2D, e são
elas que irão dizer para a máquina onde será ou não adicionado material em cada camada.
Depois da definição dada pelo fatiador, é então fabricada a peça de maneira automatizada, relativamente
rápida se comparada a meios tradicionais de fabricação, por meio da adição do material em camadas da
sua base até chegar o topo, pelo equipamento de impressão 3D. (VOLPATO. 2017)
A impressão 3D traz várias vantagens, pouco desperdício de material, não requer troca de ferramentas,
todo processo é feito em uma única máquina, e a vasta liberdade geométrica para fabricação, no caso das
próteses, é necessário visto que as curvas na modelagem das próteses se encaixam em superfícies não
lineares.
Os sistemas CAD para suprir a necessidade utilizam da matemática complexa tipo spline que são
equações para definir a trajetória do motor em casos de linhas não convencionais, como sai da
matemática linear, divide as linhas em micro retas através de equações polinomiais paramétricas. (SOUZA
. 2004)
SCANNERS
Para se obter uma modelagem tridimensional, a tecnologia de digitalização 3D é de grande ajuda, visto
que a mesma consegue obter modelos 3D a partir de cenas do mundo real.
São inúmeras sua aplicação (arquitetura, design, indústria cinematográfica, medicina, entre outros). O
método de digitalização 3D está em enorme expansão, por seu vasto uso em diversas áreas, com isso tem
-se várias técnicas de digitalização 3d, os diversos sistemas variam entre:
Custo;
Material do objeto a ser digitalizado;
Tamanho do objeto digitalizado;
Portabilidade do equipamento;
Precisão do sistema;
Aquisição da textura;
Produtividade da técnica;
Habilidade exigida para a utilização do equipamento;
Conformidade dos dados produzidos com padrões ou normas.
Cada sistema vai se especializar mais em uma área do que outra, portanto a escolha de qual sistema usar
depende de qual trabalho será feito. Entre as diversas tecnologias, podemos dividir entre elas as com
contato e as sem contato. (SOUSA, 2015).
Com contato
Com contato, como o próprio nome já diz, a máquina deve encostar no objeto a ser digitalizado, temos
duas principais tecnologias para este método Coordinate Measuring Machine (CMM) e Braços Articulados
. (SOUSA, 2015).
A CMM se trata de uma sonda na ponta de um braço de transporte, que se movimenta pelo objeto
mapeando pontos, esses pontos que formarão a imagem 3D futuramente em um sistema CAD.
Normalmente utilizada em indústrias, sua maior desvantagem é o desgaste e risco de quebra por estar em
contato com os equipamentos. (SOUSA, 2015).
O outro método de scanner por contato, o Braço articulado, como o próprio nome já diz, é constituído por
um braço robótico articulado, com diversos sensores, é muito similar ao CMM, digitalizando através de
pontos ao encostar na máquina, porém neste método é feito por operação manual, além de ter as mesmas
desvantagens da CMM o mesmo possui menor precisão comparado ao outro método por contato (SOUSA
, 2015).
Sem contato
Os scanners sem contato, apenas ?observam? o material, objeto ou ambiente a ser digitalizado, eles por
sua vez se dividem em ativos e passivos.
Os ativos emitem algum tipo de sinal, como por exemplo (ultrassom, raio-x, luz), este sinal ao atingir o
material a ser scaneado, sofre alterações, desta forma, essas alterações são capturadas por outro
aparelho formando então a digitalização 3D. (JÚNIOR; WANGENHEIM; SOBIERANSKI, 2017)
Temos como principais exemplos dos ativos:
Triangulação a laser ? é emitido uma luz a lazer variando entre um ponto ou linha que atinge o material e
reflete em um sensor, o sensor faz uma leitura da luz refletida gravando sua exata posição. (SOUSA 2015)
Luz estruturada ? segundo Sousa (2015) ?Este método consiste na projeção de um padrão específico (ou
um conjunto de padrões) na superfície do objeto e na extração da informação dessa geometria através da
deformação desse padrão?. Pode ser confundido com a triangulação a laser, porém o mesmo não utiliza
emissão de luz laser. (SOUSA. 2015)
Os métodos de digitalização sem contato passivos por sua vez, consistem em utilizar as informações já
disponíveis no ambiente, através de câmeras, sem necessidade de emitir nada no material. (JÚNIOR;
WANGENHEIM; SOBIERANSKI, 2017)
Um exemplo de passivo é o Sistema Estetoscópico, que utiliza uma ou mais câmeras e coleta imagens de
pelo menos dois ou mais pontos de vista da peça para se obter a forma tridimensional do objeto. (SOUSA.
2015)
METODOLOGIA
Metodologia de Pesquisa
O presente trabalho inclui-se em uma pesquisa básica, visto que seus resultados podem ser de grande
avanço para a área e serem utilizados na prática futuramente. Se enquadra em uma pesquisa qualitativa,
comparando as informações adquiridas em visita técnica com a de trabalhos e pesquisas realizadas
anteriormente. Seu objetivo é descritivo, visto que expõe os dados coletados para comparação dos
mesmos. Os procedimentos técnicos utilizados foram pesquisa bibliográfica e levantamento, visto que
foram feitos em duas partes, entrevistando funcionário direto da área e analisando estudo e resultados
anteriormente publicados. (PRODANOV; FREITAS, 2013).
Materiais e métodos
Como citado no capitulo 2, item 2.2, foi realizado uma visita técnica na ortopedia Santa Tereza Ortopedia
Técnica Ltda, CNPJ 41.620.210/0001-06, e entrevistado o protesista ortopédico Matheus Zanguelini, desta
forma foram obtidos os dados necessários para se entender a técnica ?tradicional? de fabricação do
encaixe de próteses para membros inferiores. Esta técnica é a mais utilizada e a padrão do Sistema Único
de Saúde (SUS).
Utilizando a impressora 3d do SENAI, impressora 3d do modelo Ender 3, foi impresso uma miniatura de
uma perna, em PLA, para analisar a capacidade da impressora de imprimir curvas complexas, como uma
perna humana, visto que um objeto com forma similar à do corpo humano, se enquadra em curvas
complexas, formato que fogem da geometria convencional (cilindros, cubos e afins). (SOUZA, 2004)
Foi optado por se imprimir apenas este modelo em miniatura, visto que a fabricação de uma prótese de
membro inferior é inviável devido a impressora disponível não possuir o material necessário para uma
prótese de membro inferior, conforme citado pelo protesista Matheus Zanguelini, o polipropileno seria o
mais comum e recomendado para fabricação de uma prótese inferior devido sua resistência.
Miniatura concluída
Devido ao alto risco de se fazer testes em pacientes e ao não poder imprimir uma prótese real para testes
em laboratórios, foram analisados os dados de artigos a respeito do tema para comparação.
Em relação a modelagem 3D, os scanners facilitaram em muito nesse quesito. Como por exemplo o
Scanner Sense 3D de 1ª geração da 3D Systems utilizados por Bortoleto e Sampaio (2022), como
mencionado por eles ?Trata-se de um equipamento bem simples, portátil e de baixo custo (cerca de 500
dólares) e que pode ser acoplado diretamente a um notebook ou tablet com sistema Windows por meio de
porta USB. Possui 3 lentes para o processo de captura: a primeira projeta uma luz infravermelha no objeto
, a segunda captura essa luz, e a terceira é uma câmera normal que finaliza o processo aplicando cores e
texturas. As imagens digitalizadas são processadas em um software próprio instalado no equipamento. ?
O mesmo foi capaz de digitalizar a mão do paciente em pouco tempo sem nenhum problema, gerando o
arquivo 3D e sendo retrabalhado em sistema CAD. Ou seja, em poucas horas foi feito a modelagem do
membro do paciente. Outro ponto positivo mencionado por eles, é o fato de o software permitir fazer testes
de força previamente a impressão. (BORTOLETO E SAMPAIO. 2022)
A modelagem em software também de maneira mais simples, e já não precisando da presença do
paciente, conforme mencionado por Araujo (2022), ele utilizou o mesmo scanner mencionado
anteriormente, e após ter o arquivo 3d do coto, bastou fazer os tratamentos no modelo tridimensional
adquirido utilizando o software Autodesk Meshmixer®, ainda com a ajuda deste software fez a modelagem
em cima do arquivo utilizando 4mm de espessura para a prótese, a espessura como foi mencionado por
Zanguellini na entrevista, varia de paciente para paciente, mas geralmente tendo de 3mm a 6mm.
O encaixe da prótese de Araujo (2022) foi impresso na impressora Sethi S3®, o encaixe levou 25 horas de
impressão e 323 gramas de PLA (ácido polilático) material não muito recomendado na fabricação de
Finalmente comparando os dois métodos de fabricação, o método tradicional explanado no capitulo 2.2 e a
fabricação 3D após pesquisas realizadas no assunto. Dividiu-se a comparação em 3 tópicos principais,
custo, tempo e qualidade.
Custo
Em relação ao custo as principais diferenças seriam nas tecnologias utilizadas e materiais. No processo de
fabricação através da impressão 3D, obviamente será necessário o investimento na máquina, scanner,
licença para algum software CAD. Abaixo segue tabela com valores após recente pesquisa de mercado.
Custo Impressão 3D
Em relação ao método tradicional, a impressão 3D se torna mais cara devido ao investimento necessário,
comparado ao método tradicional, porém, tem outras questões que irão ser economizado, por exemplo, o
gesso, embora seja um material barato, sendo encontrado no mercado em torno de R$26,00 um saco de
40kg de gesso, ainda sim é muito gasto no método tradicional, visto que através dele são feitos os moldes
negativos e positivos, onde na impressão 3D não se faz necessário.
O gasto com material para o encaixe da prótese, como seria o mesmo utilizado nos dois métodos, o
polipropileno, não haveria diferença discrepante em relação a este custo, porém na impressão 3D, como
falado anteriormente tem o ponto positivo de não ocorrer desperdício de material, algo que poderia ocorrer
no método tradicional por falha de mão de obra.
Tempo
de impressão. A maior vantagem, é que no período que está sendo impresso o encaixe da prótese, o
operador pode estar fazendo outros processos como modelando outro arquivo ou finalizando outras
próteses em si.
Qualidade
O conforto, design e resistência, são quesitos que mensuram a qualidade no encaixe da prótese. Em
relação ao conforto e design a impressão 3D atinge todos os pontos necessários, se comparando a
fabricada no método tradicional, ainda com a vantagem de caso precise fabricar novamente a mesma
prótese ou fazer pequenas alterações, já possui o arquivo tridimensional salvo, sendo facilitada a
modificação.
Contudo, no quesito resistência ainda não se compara com a fabricada no método tradicional, quando
falamos em próteses de membros inferiores, estas próteses devem ser capazes de sustentar o corpo do
paciente, por isso a resistência é algo que deve ser muito considerado.
Conclusões
O encaixe das próteses fabricadas na manufatura aditiva, tem grande potencial para ser utilizado
futuramente melhorando os aspectos funcionais e emocionais dos indivíduos que sofrem da amputação,
porém, com a pesquisa realizada, pode-se notar que nem sempre o avanço tecnológico substitui os
processos que já são utilizados, embora a manufatura aditiva, impressão 3D, seja um processo de
fabricação em ascensão, ainda não é o ideal par fabricação do encaixe de próteses para membros
inferiores, especificamente, devido à baixa resistência que este processo oferece.
Quando se pensa em membros inferiores em específico, talvez possa ser utilizado a impressão 3D para
próteses de banho por exemplo, próteses de menores custo apenas para garantir a durabilidade da outra
prótese convencional, visto que para o banho como o indivíduo não precisa, fazer muitos esforços como a
caminhada, a mesma será de grande auxilio.
Atualmente, embora ainda não seja viável a substituição de um método por outro, futuras pesquisas na
impressão 3D na produção do encaixe das próteses ortopédicas para membros inferiores se fazem
necessário, pesquisas em como:
Solucionando essa questão da resistência do encaixe, futuramente a manufatura aditiva pode atingir a
resistência e acabamentos necessários para utilização no dia a dia dessa forma de fabricação para auxiliar
a vida de diversos pacientes que sofrem de amputação no dia a dia, visto a facilidade e ganho de tempo
que se tem com a impressão 3D.
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Referências
SOUZA, Adriano Fagali de. Contribuições ao fresamento de geometrias complexas aplicando a tecnologia
de usinagem com altas velocidades. 2004. 186 f. Tese (Doutorado) - Curso de Engenharia Mecânica,
Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2004. Disponível em: https
://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18135/tde-14012005-101635/publico/Tese_Adriano_F_S_.pdf.
Acesso em: 02 maio 2023.
PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar de. Apresentação de trabalhos acadêmicos. In:
Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo
Hamburgo/RS: Universidade FEEVALE, 2013. p. 182 ? 217.
VOLPATO, Neri (org.). MANUFATURA ADITIVA: tecnologias e aplicações da impressão 3d. São Paulo:
Edgard Blucher Ltda, 2018. 400 p. Disponível em: https://books.google.com.br/books?id=ni9dDwAAQBAJ
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