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Este relatório apresenta na próxima página uma tabela na qual cada linha associa o conteúdo do arquivo
de entrada com um documento encontrado na internet (para "Busca em arquivos da internet") ou do
arquivo de entrada com outro arquivo em seu computador (para "Pesquisa em arquivos locais"). A
quantidade de termos comuns representa um fator utilizado no cálculo de Similaridade dos arquivos sendo
comparados. Quanto maior a quantidade de termos comuns, maior a similaridade entre os arquivos. É
importante destacar que o limite de 3% representa uma estatística de semelhança e não um "índice de
plágio". Por exemplo, documentos que citam de forma direta (transcrição) outros documentos, podem ter
uma similaridade maior do que 3% e ainda assim não podem ser caracterizados como plágio. Há sempre a
necessidade do avaliador fazer uma análise para decidir se as semelhanças encontradas caracterizam ou
não o problema de plágio ou mesmo de erro de formatação ou adequação às normas de referências
bibliográficas. Para cada par de arquivos, apresenta-se uma comparação dos termos semelhantes, os
quais aparecem em vermelho.
Veja também:
Analisando o resultado do CopySpider
Qual o percentual aceitável para ser considerado plágio?
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Arquivo 1: TFC.docx (8410 termos)
Arquivo 2: https://www.gov.br/dnit/pt-br/assuntos/planejamento-e-pesquisa/ipr/coletanea-de-
manuais/vigentes/714_manual_de_pavimentos_rigidos.pdf (39083 termos)
Termos comuns: 1422
Similaridade: 3,08%
O texto abaixo é o conteúdo do documento TFC.docx (8410 termos)
Os termos em vermelho foram encontrados no documento https://www.gov.br/dnit/pt-
br/assuntos/planejamento-e-pesquisa/ipr/coletanea-de-
manuais/vigentes/714_manual_de_pavimentos_rigidos.pdf (39083 termos)
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LUANDA
2023
UNIVERSIDADE METODISTA DE ANGOLA
FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITECTURA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
LUANDA
2023
CLÁUDIO FRANCISCO BARTOLOMEU
LUANDA
2023
CLÁUDIO FRANCISCO BARTOLOMEU
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________________
Prof. Joanilson Tambu ? Eng. ? (UMA) ? Orientador
_____________________________________________________________
Prof. Herman Dumby ? Eng. ? (UMA) ? Director do Curso de Eng. Civil
_____________________________________________________________
Prof. Deodato Mariata ? Eng. ? (UMA) ? Director do Curso de Eng. Ambiental
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a mim por não saber desistir e em especial aos meus pais, pilares da minha
formação como ser humano, os dois maiores incentivadores das realizações dos meus objectivos.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a Deus pela força e o dom que me deu nesta existência, por sempre me
mostrar o caminho certo e por me proporcionar disciplina e resiliência durante toda a minha vida, através
da ajuda da Inteligência Infinita de Deus que este trabalho foi concluído de forma satisfatória. Agradeço
aos meus familiares que sempre me apoiaram especialmente aos meus pais António B. Sebastião e Isabel
F. Contreiras que com as dificuldades da vida conseguiram-me guiar até a maturidade mental e espiritual,
pelo apoio e incentivo em todas as áreas da minha vida que serviram de alicerce para as minhas
realizações, e por sempre acreditarem que eu serei capaz de superar os obstáculos que a vida me
apresentar.
Aos meus queridos irmãos Dionísio, Diamantino, Nelsa, Gildo, Sebastião e Isabel pelo apoio incondicional
e atenção dedicada quando sempre precisei, por me fazerem ter confiança nas minhas decisões. Aos
meus queridos sobrinhos pela amizade e momentos descontraídos, a todos os meus amigos e
companheiros que fiz ao longo deste árduo percurso e que juntos partilhamos vários momentos, na UMA
em especial ao Victorino, Florivaldo, Edson, Márcia e Joselito por quem expresso respeito e admiração, e
a todos que de forma directa ou indirecta fizeram parte desta caminhada: Mufucadas, Tatiana, Gil, Milagrú
, Bruna, entre outros.
Aos meus professores e orientador pelas valiosas contribuições dadas durante todo o processo cuja
dedicação e atenção foram essenciais para que este trabalho fosse concluído satisfatóriamente. Aos meus
colegas do curso de Engenharia Civil pela oportunidade do convívio e pela cooperação mútua durante
estes anos, pelas trocas de ideias e ajuda, juntos conseguimos avançar e ultrapassar todos os obstáculos
.
Também quero agradecer à Universidade Metodista de Angola e o seu corpo docente que demonstrou
estar comprometido com a qualidade e excelência do ensino. E aos funcionários que contribuiram directa e
indirectamente para a conclusão deste trabalho.
Agradeço a todos pelos seus feitos. Não há no mundo, exagero mais belo que a gratidão!
.
ABSTRACT
Keywords:
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Esquema transversal do pavimento (Manual de Pavimentação do DNIT, 2006).20
Figura 2 ? Pavimentos rígido em rodovia (ARAÚJO et. al. 2016.)23
Figura 3 ? Camadas de Pavimento Rígido (Neto, 2011)24
Figura 4 ? Placa de concreto sem barra de transferência (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)27
Figura 5 ? Placa de concreto com barra de transferência (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)27
Figura 6 ? Placa de concreto protendido (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)28
Figura 7 - Comparativo da coloração nos pavimentos. Fonte: ARAÚJO et. al. (2016).31
Figura 8 - Comparativo das pressões das solicitações nos pavimentos (ARAÚJO et. al. 2016).31
Figura 9 ? Curvas de fadiga (DNIT 2005).39
Figura 10 ? Urbanização Nova Vida (Fonte: Pubvision, 2022.)43
Figura 11 ? Patologias na estrada da Urbanização44
Figura 12 ? Localização do trecho em estudo via satélite (Fonte: Google Maps, 2023)45
Figura 13 ? Localização do trecho em estudo via drone (Fonte: Vlogs do primata, 2022)45
Figura 14 ? Patologias na estrada em estudo46
Figura 15 ? Patologias na estrada em estudo46
Figura 16 ? Patologias na estrada em estudo47
Figura 17 ? Troço 1 (Fonte: Google Maps, 2023.)48
Figura 18 ? Troço 2 (Fonte: Google Maps, 2023.)48
Figura 19 ? Detalhe das dimensões de largura no troço 149
Figura 20 ? Detalhe das dimensões de largura no troço 249
Figura 21 ? Patologias na estrada em estudo50
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Tipos de sub-bases para pavimentos rígidos (Adaptado de DNIT, 2005.)25
Tabela 2 - Análise comparativa entre os Pavimentos Rígido e Flexível (Silva et al. 2018)30
Tabela 3 ? Tipos de cimento para pavimentação rígida (Autoria)34
Tabela 4 - Diâmetro das barras de transferência (DNIT 2005)37
Tabela 5 ? Factores de segurança para as cargas FSC (DNIT 2005)42
Tabela 6 - Quantitativo de veículos (manhã)51
Tabela 7 - Quantitativo de veículos (tarde)52
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO16
1.1. SITUAÇÃO PROBLEMA18
1.2. OBJECTIVOS19
4. CASO DE ESTUDO43
4.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO43
4.1.1. Dimensões da via em estudo48
4.1.2. Caracteristicas do solo50
4.1.3. Caracteristica do tráfego51
4.1.4. Condições climáticas local52
1. INTRODUÇÃO
A infraestrutura de transporte desempenha um papel fundamental no desenvolvimento socio econômico
em Angola, proporcionando mobilidade, conectividade e acessibilidade às pessoas e mercadorias. Dentre
os diversos elementos que compõem uma via, o pavimento desempenha um papel crucial na garantia de
uma superficie segura e durável para o tráfego de veículos. Com a abertura ou melhoria de uma rodovia
gera um maior fluxo de veículos e pessoas que consequentemente irão movimentar comércios e indústrias
aumentando o giro de capital nessa região.
Em Angola, os investimentos em infraestrutura têm desempenhado um papel significativo no seu
desenvolvimento. Com a expansão da rede rodoviária do país, é essencial que os pavimentos sejam
projectados e dimensionados correctamente para suportar as demandas de tráfego, as condições
climáticas locais e as caracteristicas do solo.
No contexto dos pavimentos, existem duas principais categorias: pavimentos flexíveis e pavimentos rígidos
. Enquanto os pavimentos flexíveis, como asfaltos, têm sido amplamente utilizados nas vias urbanas e
rodovias no país, os pavimentos rígidos, como o concreto armado, têm ganhado crescente importância
devido às suas vantagens em termos de durabilidade, resistência e manutenção.
O pavimento rígido é caracterizado por sua alta resistência e capacidade de suportar cargas pesadas ao
longo do tempo. Em regiões urbanas densamente povoadas, como a Urbanização Nova Vida, onde o
tráfego de veículos é intenso e as condições climáticas podem variar consideravelmente, é essencial
avaliar e projectar adequadamente os pavimentos rígidos para garantir sua integridade e desempenho
duradouros.
A análise e dimensionamento de pavimento são etapas cruciais no projecto de uma via. Essas actividades
envolvem a determinação das espessuras adequadas das camadas do pavimento, levando em
consideração as caracteristicas do tráfego esperado, as propriedades do solo e os requisitos de
desempenho. Além disso, é necessário considerar factores como a distribuição de cargas, temperatura
ambiente e variações climáticas, que podem afectar significativamente o comportamento do pavimento
rígido ao longo de sua vida útil.
O objectivo deste trabalho é apresentar uma análise e dimensionamento de pavimento rígido em uma
zona urbana, buscando compreender os princípios e métodos envolvidos nesse processo. Serão
abordados os conceitos teóricos fundamentais, as normas técnicas relevantes, as técnicas de ensaio
utilizadas para caracterização dos materiais, bem como os modelos analíticos e computacionais
empregados para o dimensionamento estrutural. Além disso, serão discutidas as principais considerações
relacionadas à vida útil do pavimento rígido, incluindo aspectos de manutenção, reabilitação e durabilidade
. Serão apresentados estudos de caso e exemplos práticos que ilustram a aplicação dos métodos de
análise e dimensionamento em situações reais.
A importância desse estudo reside na necessidade de garantir a qualidade e a segurança das vias
urbanas do Nova Vida, bem como a economia de recursos financeiros, evitando desperdícios com
manutenções e reparos constantes. Por fim, espera-se que este trabalho contribua para o aprimoramento
dos conhecimentos e técnicas empregadas no projecto de pavimentos rígidos, fornecendo subsídios para
a tomada de decisões mais seguras e eficientes no que diz respeito à infraestrutura viária, e servir de base
para futuros projectos de pavimentação em áreas urbanas semelhantes em Luanda e em outras regiões
do país.
1.2. OBJECTIVOS
1.2.1. Objectivo Geral
Analisar e dimensionar um pavimento rígido de acordo com as normas e regulamentos, e proporcionar
uma solução viável econômica para a construção de vias garantindo a segurança, a funcionalidade e a
durabilidade da obra.
1.2.2. Objectivos Específicos
O presente trabalho limitou-se aos seguintes pontos:
Realizar a coleta de dados necessários para o projecto;
Estudar as normas e regulamentos técnicos relativo as condições semelhantes de país;
Efectuar os cálculos para o dimensionamento do pavimento e viabilizar a economia da obra;
Apresentar e discutir os resultados do trabalho de forma ilustrativa.
1.3. JUSTIFICATIVO
Por que o Pavimento de Rígido? Analisando o pavimento de betão em relação ao pavimento existente, ele
possui maior vida útil, baixo custo de operação e manutenção, custo inicial competitivo, economia de
energia e de combustível, resistente ao fogo, menor área de frenagem, maior segurança para os usuários.
O projeto de um pavimento de betão é realizado com métodos consagrados que buscam principalmente o
desempenho ótimo estrutural. O seu objetivo é que suas obras sejam duradouras, que sigam as
especificações técnicas e que cumpram a viabilidade econômica requerida (ABCP,2012).
1.4. METODOLOGIA DO TRABALHO
A metodologia deste trabalho envolverá a coleta de dados sobre o tráfego local, a realização de ensaios
geotécnicos para caracterização do solo, o estudo de normas e regulamentos técnicos, a aplicação de
métodos de análise e dimensionamento de pavimentos rígidos e a realização de análises econômicas
comparativas. Serão considerados estudos de caso e simulações para avaliar a viabilidade e eficácia das
soluções propostas. Espera-se que os resultados deste estudo contribuam para a melhoria da
infraestrutura viária na Urbanização Nova Vida, fornecendo orientações técnicas.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 CONCEITOS SOBRE PAVIMENTO
O Pavimento é uma estrutura de múltiplas camadas em espessuras finas, ela é construída sobre uma
superfície final de terraplenagem em que diferentes materiais com resistências e deformabilidades são
postos em contato, destinada técnica e economicamente a resistir aos esforços provenientes do tráfego de
veículos, a oferecer aos usuários melhoria nas condições de rolamento, economia, conforto e segurança.
(BERNUCCI, 2008).
O pavimento é uma estrutura não perene de diferentes materiais compactados a partir do subleito do
corpo estradal, apropriado para atender estruturalmente ao tráfego, com durabilidade e ao mínimo custo
possível, considerados diferentes horizontes para serviços de manutenção preventiva, corretiva e de
reabilitação, obrigatórios (FERREIRA, 2018). Na figura 1 é possível analisar as camadas existentes no
pavimento em geral, através da secção transversal do mesmo.
? Flexível: pavimento em que todas as camadas sofrem deformação elástica significativa sob o
carregamento aplicado, e a carga se distribui em parcelas aproximadamente equivalentes entre as
camadas. Exemplo típico: pavimento constituído por uma base de brita ou de solo pedregulhoso, revestida
por uma camada asfáltica.
? Semi-Rígido: caracteriza-se por uma base cimentada por algum aglutinante com propriedades
cimentícias como por exemplo, por uma camada de solo cimento revestida por uma camada asfáltica.
? Rígido: aquele em que o revestimento tem uma elevada rigidez em relação às camadas inferiores e,
portanto, absorve praticamente todas as tensões provenientes do carregamento aplicado. Exemplo típico:
pavimento constituído por lajes de betão de cimento Portland.
Subleito
Neto (2011) descreve que o subleito é o terreno ao qual será construída a estrutura do pavimento,
absorvendo as cargas aplicadas sobre a mesma e proporcionando suporte para manter a via estática,
tendo a mesma designação para o pavimento rígido e flexível. Esta camada deve oferecer características
necessárias ao suporte do pavimento, podendo sofrer tratamento especial para alcançar tais fins
(FERREIRA, 2018), porém para o pavimento rígido, segundo Neto (2011), o reforço de subleito pode ser
considerado inexistente, dado que a camada de sub-base pode suprir essas necessidades.
Regularização do Subleito
Esta camada de regularização oferece as mesmas características para ambos os métodos de
pavimentação, que consiste em uma camada de espessura irregular de aterro ou corte compactado com a
finalidade de garantir ao subleito as características geométricas transversais e longitudinais de projeto
para a via, evitando gastos desnecessários com subleitos irregulares que apresentem alta resistência
(Senço, 1997).
Sub-base
De acordo com o Manual de Pavimento Rígido - MPR - (DNIT, 2005), a prática atual no projeto de
pavimentos rígidos tem sido a intercalação de uma sub-base entre a placa de betão e o subleito. A
camada de sub-base, ainda segundo o manual, é definida uma camada de espessura delgada que tem
como função uniformizar o suporte disponível ao longo da faixa do pavimento, evitar os efeitos das
mudanças excessivas de volume dos solos do subleito e eliminar a ocorrência do fenômeno de
bombeamento de finos plásticos, porventura presentes no solo de fundação, quando da presença de água
em excesso e cargas pesadas.
DNIT (2005) indica ainda que além de não bombeáveis, as sub-bases sob as placas de betão, não devem
ser consolidáveis, recomendanda-se para tanto que ela seja pouco espessa. Os tipos de sub-bases para
pavimentos rígidos podem ser classificados conforme a Tabela 1.
Base e Revestimento
Devido as suas características de resistência e estabilidade, as placas de betão desempenham as funções
de duas camadas, a de revestimento e a de base, eliminando a necessidade de uma camada diferenciada
(NETO, 2011). Esta parte superior do pavimento pode ser realizada de diversas formas, dependendo do
dimensionamento adequado a cada situação encontrada em campo. Os tipos de pavimentos são descritos
no item a seguir.
Figura 4 ? Placa de concreto sem barra de transferência (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)
b) Pavimento de betão armado: Funciona em modo de compressão no banzo comprimido, porém sem
sofrer esmagamento. Contém armaduras de tracção para suportar esses esforços. Possui também juntas
para controle de retracção, entretanto, são mais espaçadas do que no Pavimento de betão simples. A
Figura 5 apresenta uma placa de betão armado. (Manual de Pavimentos Rígidos, 2004, p. 138);
Figura 5 ? Placa de concreto com barra de transferência (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)
c) Pavimento de betão protendido: Principalmente utilizado, quando há tráfego com muita intensidade.
Admite a execução de placas com grandes dimensões, espessuras menores e sem a necessidade das
juntas de contração. Porém, exige alta resistência do betão a compressão, por conta das forças iniciais de
protensão, empregado principalmente em pavimentos de aeroportos e pisos industriais pesados. (SILVA; e
VIEIRA, 2014,p. 18);
d) Pavimento com fibras: Pavimento composto de placas de betão com adição de fibras de aço ou
poliméricas. Apresenta maior resistência à fissuração, ao impacto e ao desgaste, além de possuir maior
ductilidade. (SILVA; e VIEIRA, 2014,p. 18);
e) Whitetopping: Constitui na construção de uma placa de betão de cimento Portland sobre um pavimento
asfáltico existente, em substituição a prática comum que inclui a demolição e construção de uma nova.
(SILVA e VIEIRA, 2014,p. 18);
f) Placas de betão pré-moldadas: São utilizadas em dois casos: na concepção de novos pavimentos ou na
manutenção dos já existentes, atuando na substituição das placas danificadas. Elas devem conter
armaduras e elevada resistência, pois serão alçadas, carregadas e transportadas. Apresentaram-se como
uma saída para as adversidades com o trânsito, geradas por conta dos serviços de reestruturação in loco
das placas de betão. (Manual de Pavimentos Rígidos, 2004, p. 155);
não oxida, não forma buracos nem trilha de rodas, garantindo assim uma elevada durabilidade da
estrutura (SILVA, 2018). Como possui grande durabilidade, outra vantagem da pavimentação é a baixa
manutenção, reduzindo também o risco de acidentes.
A coloração clara do betão facilita a reflexão da luz, aumentando a distância de visibilidade de quem
trafega pela via, principalmente à noite e em dias chuvosos. Isso se reflete também em economia na
iluminação pública, segundo SILVA (2018) Permite até 30% de economia nas despesas de iluminação da
via.
Com uma inclinação transversal menor que nos pavimentos asfálticos, na ordem de duas a três vezes, o
betão é mais resistente a derrapagem que os revestimentos flexíveis, reduzindo a possibilidade de
tombamento do veículo. O escoamento da água acontece com maior velocidade que nos pavimentos
asfálticos, diminuindo o risco de aquaplanagem dos veículos. Permite também a redução da distância de
frenagem devido à boa aderência entre os pneus e a superfície de rolamento.
O pavimento rígido oferece um menor custo social àqueles relacionados diretamente aos usuários da via
como, por exemplo, custo operacional do veículo, tempo gasto em viagens e conforto. Devido ao fato de a
pavimentação rígida sofrer baixas deformações, ela não sofre com aparecimento de buracos e trilhas de
rodas, causando desconforto e maior gasto com manutenção dos veículos aos usuários da via e oferece
economia de combustível.
Segundo SILVA (2018) a razão para essa economia, que pode chegar até 17%, está no fato da superfície
ser rígida e não deformar. Isso cria menor resistência ao rolamento, exigindo menor esforço da parte
mecânica dos veículos. Consequentemente a emissão de gases poluentes como o monóxido de carbono é
diminuída, tornando o pavimento rígido ambientalmente correto.
Resiste a ataques químicos (óleos, graxas, combustíveis). Ainda de acordo com SILVA (2018), a
inexistência do fenômeno de lixiviação no betão, não promove a ocorrência de águas percoladas capazes
de contaminar o lençol freático ou de águas superficiais capazes de contaminar cursos d?água.
O custo do pavimento rígido torna-se favorável comparado ao pavimento em asfalto, quando se leva em
conta o seu ciclo de vida útil mínima de 20 anos, devido ao seu baixo custo de manutenção em relação
aos flexíveis, que além de terem menor vida útil, cerca de 10 anos, exigem gastos elevados com
conservação.
O pavimento rígido distribui de forma mais uniforme as tensões provenientes do tráfego, sendo boa parte
absorvida pelo próprio revestimento de betão, transmitindo menos esforços para as camadas inferiores ao
revestimento.
Portanto, o pavimento rígido é a melhor alternativa para situações de tráfego pesado e intenso, como
corredores de ônibus e rodovias com alto fluxo de veículos pesados.
Figura 7 - Comparativo da coloração nos pavimentos. Fonte: ARAÚJO et. al. (2016).
A distribuição de tensões na pavimentação rígida dá-se de forma bem diferentes dos pavimentos flexíveis,
como ilustrado na Figura 8. Na pavimentação asfáltica a transmissão das cargas verticais provenientes do
tráfego se distribui em uma pequena área do pavimento, devido à flexibilidade do revestimento asfáltico,
transmitindo uma grande parcela dos esforços para camadas adjacentes. Já nos pavimentos rígidos,
devido à maior rigidez do betão, as cargas verticais se distribuem em uma área maior, ocasionando um
alívio de tensões nas camadas abaixo do revestimento, precisando de uma quantidade menor de camadas
na estrutura quando comparado a estrutura dos pavimentos flexíveis.
Figura 8 - Comparativo das pressões das solicitações nos pavimentos (ARAÚJO et. al. 2016).
Conforme retratado na Figura 8, as solicitações geradas pelas cargas de tráfego são melhor dispersadas
pelos pavimentos rígidos, exigindo assim, menos resistência de sua fundação. Por este motivo, no
dimensionamento do pavimento rígido é dispensada a implantação da camada de reforço de subleito. Já
nos pavimentos flexíveis, as cargas não são tão bem dispersas, o que exige mais de sua fundação. Dessa
forma, os pavimentos flexíveis seriam mais indicados para os solos com maiores resistências, e que não
necessitem de reforço nas camadas de subleito, tornando-o mais simples sua execução (NETO, 2011
apud SILVA et. al., 2018).
areia natural quartzosa ou artificial resultante do britamento de rochas estáveis. Já os agregados graúdos,
apresentam dimensão mínima de 4,8mm ? D ? 75mm, e tem como exemplo o pedregulho natural ou pedra
britada.
Os agregados utilizados para a finalidade da pavimentação rígida diferem dos demais devido à
rigorosidade em sua seleção, exigências e aplicação, isto se deve ao fato de ser necessário para o betão
de pavimentação, que ele tenha maior resistência à tração, menores variações volumétricas, menor
suscetibilidade à fissuração, resistência à fadiga e elevada durabilidade à ação do meio ambiente e à ação
abrasiva do tráfego (DNIT, 2005). A escolha para utilização dos agregados é criteriosa e demanda a
realização de diversos ensaios laboratoriais de caracterização visando averiguar essas características de
extrema importância para o emprego em pavimentos.
proposta por Pickett e Ray em 1951, sob forma de ábacos, enquanto o novo método utiliza também os
elementos finitos na determinação das tensões. Pitta (1998) explica que o método de 1984 considera
como critérios de ruptura a erosão e a fadiga das placas, diferenciando do método apresentado em 1966
que analisa apenas os efeitos de fadiga.
O método do PCA considera as propriedades do betão de cimento Portland, que é o tipo mais comum
utilizado em pavimentos rígidos. Ele também leva em consideração o tráfego esperado na via urbana,
incluindo o tipo de veículos, volume de trafego e carga por eixo. Ele fornece diretrizes para determinar a
espessura adequada das camadas de pavimento com base na capacidade de suporte do solo e na
resistência do betão, considerando o tráfego esperado durante a vida útil do pavimento.
O novo método passa também a ter em conta: a presença ou não de barras de transferência de carga,
analisando o grau de transferência de carga nas juntas transversais, efeitos da existência e contribuição
de acostamentos de betão para melhoria do desempenho da estrutura. Esta contribui para a redução de
tensões e deslocamentos verticais ao longo do bordo livre da placa e impede a penetração lateral de água
. Os critérios de ruptura (fadiga e erosão) são apresentados pelo DNIT (2005)
3.2.1. Fadiga
As tensões de tração por flexão consideradas no cálculo, são as produzidas pela carga tangente à borda
longitudinal; a curva de fadiga alcança valores abaixo da relação de tensões limite de 0,50, o que elimina a
descontinuidade nesse ponto e afasta a possibilidade de acontecer casos irreais de dimensionamento
quanto ao número admissível de solicitações (DNIT, 2005). O critério de fadiga está mostrado na Figura 9 .
3.2.2. Erosão
Entende-se por erosão a perda de material da camada de suporte direto da placa de betão, por acção
combinada da água e da passagem de cargas (principalmente dos eixos múltiplos), dando-se o fato
também nas laterais do pavimento. Os efeitos da erosão manifestam-se sob a forma de deformações
verticais críticas, nos cantos e nas bordas longitudinais das placas, causando escalões ou "degraus" nas
juntas transversais (principalmente se elas foram desprovidas de barras de transferência), podendo ser
ambas as ocorrências causadas por bombeamento, formação de vazios sob a placa e perda de suporte ou
contato entre a placa e a fundação (DNIT, 2005).
O fator de erosão mede o poder que uma certa carga tem de produzir a deformação vertical da placa e seu
valor é expresso pela letra P. Segundo Pitta (1998 ), o fator de erosão provém de dados experimentais
que apresentaram um índice de serventia final igual a 3,0, que é um valor relativamente alto, o que
provoca uma tendência ao superdimensionamento, obtendo a seguinte expressão:
Onde:
P = fator de erosão;
O escalonamento é conhecido como os danos pela formação de degraus nas juntas transversais, e sub-
bases estáveis associadas a erosão. Ela é representada pela expressão:
Onde:
N = número admissível de passagens da força;
P = fator de erosão;
C1 = constante de ajustamento relacionada ao tipo de sub-base, igual a 1,0 se granular e cerca de 0,9 se
tratada com cimento.
Onde:
?? = seção de barras de aço necessária, por metro de comprimento da junta considerada, em cm²/m;
? = distância entre a junta considerada e a junta ou borda livre mais próxima em m;
? = coeficiente de atrito entre a placa e o subleito ou sub-base, que pode variar de 1,5 a 2,0, sendo
geralmente tomado como 1,5;
?? = massa específica do betão, igual a 24000N/m²;
? = Espessura da placa em metros;
? = tensão admissível no aço, em geral 2/3 da tensão do escoamento, em MPa.
Ainda de acordo com o DNIT - Manual de Pavimentos Rígidos ? 2ª Edição ? 2004, o dimensionamento do
comprimento da barra de ligação, necessário para assegurar a sua aderência ao betão, considerando uma
tensão máxima de aderência aço-betão de 2,5MPa, é dado pela Equação 2:
Onde:
? = comprimento de uma barra de ligação, em cm;
? = diâmetro da barra de ligação, em cm;
?? = tensão de aderência entre o aço e o betão, em geral tomada igual a 2,45Mpa
7,5 = margem de segurança, prevendo-se uma possível descentralização da barra, em cm.
4. CASO DE ESTUDO
4.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
A Urbanização Nova Vida está localizada na região leste de Luanda, propriamente no município do
Kilamba Kiaxi. A falta de planeamento urbano e a ausência de políticas habitacionais resultaram na
formação de bairros informais, conhecidos como musseques, que se espalharam por toda a cidade. Em
resposta a essa situação, o governo angolano implementou um programa de urbanização para minimizar o
problema habitacional na cidade de Luanda. A Urbanização Nova Vida que surgiu como parte desse
programa, é um dos empreendimentos habitacionais mais ambiciosos das ultimas décadas. O projecto
teve início em 2003 após o fim da guerra em 2002, tendo sido inicialmente projectada a construção de
cerca de 2.500 Habitações.
pico há problemas de congestionamento de trânsito. Algumas ruas do nova vida são bem conservadas
enquanto outras necessitam de manutenção frequente, a grande maioria pavimentada com asfalto. A
Urbanização precisa urgentemente de uma intervenção para recuperar a boa imagem a que habituou os
seus moradores desde a sua criação.
Figura 12 ? Localização do trecho em estudo via satélite (Fonte: Google Maps, 2023)
Figura 13 ? Localização do trecho em estudo via drone (Fonte: Vlogs do primata, 2022)
É uma via urbana a qual o pavimento necessita de reparos regularmente, devido ao fluxo de veículos que
nela percorrem por ser acesso á empresas de grande porte e universidade. Nela é possível encontrar
diversas irregularidades e defeitos recorrentes, tais como: afundamentos, panelas, acúmulo de água e
deslocamentos das pedras.
Relatos feitos por moradores da zona afirmam que esta situação já se vive a mais de três anos e
infelizmente desconhecem o motivo que está na base da patologia das estradas. Lamentam ainda que
uma urbanização que foi erguida com fundos públicos esteja a degradar aos olhos de quem é de direito. A
falta de qualidade do asfalto e a forma em que foram construídas as estradas ou, também, pela falta de
manutenção das mesmas, algumas patologias surgem em pequenas proporções e, depois de três
semanas ou menos, dependendo da intensidade do trânsito ou das chuvas, elas começam a se tornar tão
grandes que acabam comprometendo a via.
Segundo alguns condutores, as estradas da Urbanização pra eles são um grande tormento e desconforto,
e isso obriga eles a violar as regras de trânsito. Devido as constantes degradações acentuadas que a
estrada apresenta, com buracos, rachaduras e outras falhas significativas, os condutores optam por utilizar
o passeio para contornar o tráfego e seguir adiante afím de não danificar os seus automóveis e também
para não causar muita demora no trajecto quando a via estiver congestionada.
Após a avaliação do pavimento existente e com as constantes reclamações do estado da via por parte dos
condutores e moradores, pelo facto do pavimento estar muito prejudicado e com pouca manutenção, foi
constatada a necessidade de realização para reconstrução de uma nova estrutura de pavimento no local,
sendo ele rígido devido a vários factores acima citados. A realização de obra para recuperar a qualidade
da via será necessária, e para esse caso será utilizado o processo de cálculo de projeto básico, para o
dimensionamento de novo pavimento, e orçamento explicitado no capitulo a seguir.
Tipos de cimentoEspecificações
Cimento Portland ComumTipo CPI (NBR 5732)
Cimento Portland CompostoTipo CPII (NBR11578)
Cimento Portland de Alto FornoTipo CPIII (NBR 5735)
Cimento Portland PozolânicoTipo CPIV (NBR 5736)
Tipo de PavimentoFSC
- Para ruas com tráfego com pequena porcentagem de caminhões e pisos em condições semelhantes de
tráfego (estacionamentos, por exemplo)- Para estradas e vias com moderada frequência de caminhões
1,01,1
- Para altos volumes de caminhões- Pavimentos que necessitem de um desempenho acima do normal1,2
Até 1,5
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LUANDA
2023
UNIVERSIDADE METODISTA DE ANGOLA
FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITECTURA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
LUANDA
2023
CLÁUDIO FRANCISCO BARTOLOMEU
LUANDA
2023
CLÁUDIO FRANCISCO BARTOLOMEU
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________________
Prof. Joanilson Tambu ? Eng. ? (UMA) ? Orientador
_____________________________________________________________
Prof. Herman Dumby ? Eng. ? (UMA) ? Director do Curso de Eng. Civil
_____________________________________________________________
Prof. Deodato Mariata ? Eng. ? (UMA) ? Director do Curso de Eng. Ambiental
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a mim por não saber desistir e em especial aos meus pais, pilares da minha
formação como ser humano, os dois maiores incentivadores das realizações dos meus objectivos.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a Deus pela força e o dom que me deu nesta existência, por sempre me
mostrar o caminho certo e por me proporcionar disciplina e resiliência durante toda a minha vida, através
da ajuda da Inteligência Infinita de Deus que este trabalho foi concluído de forma satisfatória. Agradeço
aos meus familiares que sempre me apoiaram especialmente aos meus pais António B. Sebastião e Isabel
F. Contreiras que com as dificuldades da vida conseguiram-me guiar até a maturidade mental e espiritual,
pelo apoio e incentivo em todas as áreas da minha vida que serviram de alicerce para as minhas
realizações, e por sempre acreditarem que eu serei capaz de superar os obstáculos que a vida me
apresentar.
Aos meus queridos irmãos Dionísio, Diamantino, Nelsa, Gildo, Sebastião e Isabel pelo apoio incondicional
e atenção dedicada quando sempre precisei, por me fazerem ter confiança nas minhas decisões. Aos
meus queridos sobrinhos pela amizade e momentos descontraídos, a todos os meus amigos e
companheiros que fiz ao longo deste árduo percurso e que juntos partilhamos vários momentos, na UMA
em especial ao Victorino, Florivaldo, Edson, Márcia e Joselito por quem expresso respeito e admiração, e
a todos que de forma directa ou indirecta fizeram parte desta caminhada: Mufucadas, Tatiana, Gil, Milagrú
, Bruna, entre outros.
Aos meus professores e orientador pelas valiosas contribuições dadas durante todo o processo cuja
dedicação e atenção foram essenciais para que este trabalho fosse concluído satisfatóriamente. Aos meus
colegas do curso de Engenharia Civil pela oportunidade do convívio e pela cooperação mútua durante
estes anos, pelas trocas de ideias e ajuda, juntos conseguimos avançar e ultrapassar todos os obstáculos
.
Também quero agradecer à Universidade Metodista de Angola e o seu corpo docente que demonstrou
estar comprometido com a qualidade e excelência do ensino. E aos funcionários que contribuiram directa e
indirectamente para a conclusão deste trabalho.
Agradeço a todos pelos seus feitos. Não há no mundo, exagero mais belo que a gratidão!
.
ABSTRACT
Keywords:
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Esquema transversal do pavimento (Manual de Pavimentação do DNIT, 2006).20
Figura 2 ? Pavimentos rígido em rodovia (ARAÚJO et. al. 2016.)23
Figura 3 ? Camadas de Pavimento Rígido (Neto, 2011)24
Figura 4 ? Placa de concreto sem barra de transferência (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)27
Figura 5 ? Placa de concreto com barra de transferência (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)27
Figura 6 ? Placa de concreto protendido (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)28
Figura 7 - Comparativo da coloração nos pavimentos. Fonte: ARAÚJO et. al. (2016).31
Figura 8 - Comparativo das pressões das solicitações nos pavimentos (ARAÚJO et. al. 2016).31
Figura 9 ? Curvas de fadiga (DNIT 2005).39
Figura 10 ? Urbanização Nova Vida (Fonte: Pubvision, 2022.)43
Figura 11 ? Patologias na estrada da Urbanização44
Figura 12 ? Localização do trecho em estudo via satélite (Fonte: Google Maps, 2023)45
Figura 13 ? Localização do trecho em estudo via drone (Fonte: Vlogs do primata, 2022)45
Figura 14 ? Patologias na estrada em estudo46
Figura 15 ? Patologias na estrada em estudo46
Figura 16 ? Patologias na estrada em estudo47
Figura 17 ? Troço 1 (Fonte: Google Maps, 2023.)48
Figura 18 ? Troço 2 (Fonte: Google Maps, 2023.)48
Figura 19 ? Detalhe das dimensões de largura no troço 149
Figura 20 ? Detalhe das dimensões de largura no troço 249
Figura 21 ? Patologias na estrada em estudo50
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Tipos de sub-bases para pavimentos rígidos (Adaptado de DNIT, 2005.)25
Tabela 2 - Análise comparativa entre os Pavimentos Rígido e Flexível (Silva et al. 2018)30
Tabela 3 ? Tipos de cimento para pavimentação rígida (Autoria)34
Tabela 4 - Diâmetro das barras de transferência (DNIT 2005)37
Tabela 5 ? Factores de segurança para as cargas FSC (DNIT 2005)42
Tabela 6 - Quantitativo de veículos (manhã)51
Tabela 7 - Quantitativo de veículos (tarde)52
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO16
1.1. SITUAÇÃO PROBLEMA18
1.2. OBJECTIVOS19
1.2.1. Objectivo Geral19
1.2.2. Objectivos Específicos19
1.3. JUSTIFICATIVO19
1.4. METODOLOGIA DO TRABALHO19
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA20
2.1 CONCEITOS SOBRE PAVIMENTO20
2.1.1. Histórico de pavimentos rodoviários em angola21
2.1.2. Classificação dos pavimentos22
2.2. PAVIMENTO RÍGIDO22
2.2.1. Estrutura do pavimento rígido24
2.2.2. Tipos de pavimento rígido26
2.2.3. Vantagens do pavimento rígido28
2.2.4. Análise comparativa entre pavimentos rígidos e flexíveis30
3. BASES PARA ELABORAÇÃO DO PROJECTO33
3.1. MATERIAIS UTILIZADOS NO PAVIMENTO RÍGIDO33
3.1.1. Estudo do Cimento Portland33
3.1.2. Estudo dos Agregados34
3.1.3. Estudo da Água de Amassamento35
3.1.4. Estudo dos Aditivos36
3.1.5. Estudo dos Selantes de Juntas36
3.1.6. Barras de transferência37
3.2. MÉTODO PARA O DIMENSIONAMENTO DO PROJECTO38
3.2.1. Fadiga38
3.2.2. Erosão39
3.2.3. Acostamento de betão40
3.2.4. Barras de ligação41
3.2.5. Fator de Segurança42
4. CASO DE ESTUDO43
4.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO43
4.1.1. Dimensões da via em estudo48
4.1.2. Caracteristicas do solo50
4.1.3. Caracteristica do tráfego51
4.1.4. Condições climáticas local52
1. INTRODUÇÃO
A infraestrutura de transporte desempenha um papel fundamental no desenvolvimento socio econômico
em Angola, proporcionando mobilidade, conectividade e acessibilidade às pessoas e mercadorias. Dentre
os diversos elementos que compõem uma via, o pavimento desempenha um papel crucial na garantia de
uma superficie segura e durável para o tráfego de veículos. Com a abertura ou melhoria de uma rodovia
gera um maior fluxo de veículos e pessoas que consequentemente irão movimentar comércios e indústrias
aumentando o giro de capital nessa região.
Em Angola, os investimentos em infraestrutura têm desempenhado um papel significativo no seu
desenvolvimento. Com a expansão da rede rodoviária do país, é essencial que os pavimentos sejam
projectados e dimensionados correctamente para suportar as demandas de tráfego, as condições
climáticas locais e as caracteristicas do solo.
No contexto dos pavimentos, existem duas principais categorias: pavimentos flexíveis e pavimentos rígidos
. Enquanto os pavimentos flexíveis, como asfaltos, têm sido amplamente utilizados nas vias urbanas e
rodovias no país, os pavimentos rígidos, como o concreto armado, têm ganhado crescente importância
devido às suas vantagens em termos de durabilidade, resistência e manutenção.
O pavimento rígido é caracterizado por sua alta resistência e capacidade de suportar cargas pesadas ao
longo do tempo. Em regiões urbanas densamente povoadas, como a Urbanização Nova Vida, onde o
tráfego de veículos é intenso e as condições climáticas podem variar consideravelmente, é essencial
avaliar e projectar adequadamente os pavimentos rígidos para garantir sua integridade e desempenho
duradouros.
A análise e dimensionamento de pavimento são etapas cruciais no projecto de uma via. Essas actividades
envolvem a determinação das espessuras adequadas das camadas do pavimento, levando em
consideração as caracteristicas do tráfego esperado, as propriedades do solo e os requisitos de
desempenho. Além disso, é necessário considerar factores como a distribuição de cargas, temperatura
ambiente e variações climáticas, que podem afectar significativamente o comportamento do pavimento
rígido ao longo de sua vida útil.
O objectivo deste trabalho é apresentar uma análise e dimensionamento de pavimento rígido em uma
zona urbana, buscando compreender os princípios e métodos envolvidos nesse processo. Serão
abordados os conceitos teóricos fundamentais, as normas técnicas relevantes, as técnicas de ensaio
utilizadas para caracterização dos materiais, bem como os modelos analíticos e computacionais
empregados para o dimensionamento estrutural. Além disso, serão discutidas as principais considerações
relacionadas à vida útil do pavimento rígido, incluindo aspectos de manutenção, reabilitação e durabilidade
. Serão apresentados estudos de caso e exemplos práticos que ilustram a aplicação dos métodos de
1.2. OBJECTIVOS
1.2.1. Objectivo Geral
Analisar e dimensionar um pavimento rígido de acordo com as normas e regulamentos, e proporcionar
uma solução viável econômica para a construção de vias garantindo a segurança, a funcionalidade e a
durabilidade da obra.
1.2.2. Objectivos Específicos
O presente trabalho limitou-se aos seguintes pontos:
Realizar a coleta de dados necessários para o projecto;
Estudar as normas e regulamentos técnicos relativo as condições semelhantes de país;
Efectuar os cálculos para o dimensionamento do pavimento e viabilizar a economia da obra;
Apresentar e discutir os resultados do trabalho de forma ilustrativa.
1.3. JUSTIFICATIVO
Por que o Pavimento de Rígido? Analisando o pavimento de betão em relação ao pavimento existente, ele
possui maior vida útil, baixo custo de operação e manutenção, custo inicial competitivo, economia de
energia e de combustível, resistente ao fogo, menor área de frenagem, maior segurança para os usuários.
O projeto de um pavimento de betão é realizado com métodos consagrados que buscam principalmente o
desempenho ótimo estrutural. O seu objetivo é que suas obras sejam duradouras, que sigam as
especificações técnicas e que cumpram a viabilidade econômica requerida (ABCP,2012).
1.4. METODOLOGIA DO TRABALHO
A metodologia deste trabalho envolverá a coleta de dados sobre o tráfego local, a realização de ensaios
geotécnicos para caracterização do solo, o estudo de normas e regulamentos técnicos, a aplicação de
métodos de análise e dimensionamento de pavimentos rígidos e a realização de análises econômicas
comparativas. Serão considerados estudos de caso e simulações para avaliar a viabilidade e eficácia das
soluções propostas. Espera-se que os resultados deste estudo contribuam para a melhoria da
infraestrutura viária na Urbanização Nova Vida, fornecendo orientações técnicas.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 CONCEITOS SOBRE PAVIMENTO
O Pavimento é uma estrutura de múltiplas camadas em espessuras finas, ela é construída sobre uma
superfície final de terraplenagem em que diferentes materiais com resistências e deformabilidades são
postos em contato, destinada técnica e economicamente a resistir aos esforços provenientes do tráfego de
veículos, a oferecer aos usuários melhoria nas condições de rolamento, economia, conforto e segurança.
(BERNUCCI, 2008).
O pavimento é uma estrutura não perene de diferentes materiais compactados a partir do subleito do
corpo estradal, apropriado para atender estruturalmente ao tráfego, com durabilidade e ao mínimo custo
possível, considerados diferentes horizontes para serviços de manutenção preventiva, corretiva e de
reabilitação, obrigatórios (FERREIRA, 2018). Na figura 1 é possível analisar as camadas existentes no
pavimento em geral, através da secção transversal do mesmo.
Sobre tudo, existem diversos tipos de pavimentos diferenciados pelo material empregado na sua
constituição. Quando expostos ao tráfego, as condições climáticas e outros desgastes, cada tipo reagirá
com um comportamento peculiar, alguns resistirão por mais tempo enquanto os outros apresentarão
patologias em pouco tempo de uso. As estruturas de pavimento são projetadas para resistirem a
quantidade de solicitações de carga dentro do período de projeto, sem que ocorram danos estruturais
inaceitáveis e previstos. Os principais danos considerados são a deformação permanente e a fadiga. Para
se dimensionar devidamente uma estrutura de pavimento, deve-se conhecer bem as propriedades dos
materiais que a compõem, sua resistência à ruptura, deformabilidade e permeabilidade sobre a repetição
de carga e ao efeito do clima. (BERNUCCI et al., 2006, p.339).
O pavimento rodoviário tradicionalmente é classificado entre três tipos: Flexíveis (pavimento asfálticos),
Semirrígidos (mistura de betão e asfalto) e Rígidos (pavimento de betão). No entanto, recentemente há
uma tendência em usar a nomenclatura de betão de cimento Portland (ou ainda betão-cimento) e
pavimentos asfálticos, para indicar qual tipo de revestimento é o utilizado (BERNUCCI et al., 2008).
camadas. Exemplo típico: pavimento constituído por uma base de brita ou de solo pedregulhoso, revestida
por uma camada asfáltica.
? Semi-Rígido: caracteriza-se por uma base cimentada por algum aglutinante com propriedades
cimentícias como por exemplo, por uma camada de solo cimento revestida por uma camada asfáltica.
? Rígido: aquele em que o revestimento tem uma elevada rigidez em relação às camadas inferiores e,
portanto, absorve praticamente todas as tensões provenientes do carregamento aplicado. Exemplo típico:
pavimento constituído por lajes de betão de cimento Portland.
Subleito
Neto (2011) descreve que o subleito é o terreno ao qual será construída a estrutura do pavimento,
absorvendo as cargas aplicadas sobre a mesma e proporcionando suporte para manter a via estática,
tendo a mesma designação para o pavimento rígido e flexível. Esta camada deve oferecer características
necessárias ao suporte do pavimento, podendo sofrer tratamento especial para alcançar tais fins
(FERREIRA, 2018), porém para o pavimento rígido, segundo Neto (2011), o reforço de subleito pode ser
considerado inexistente, dado que a camada de sub-base pode suprir essas necessidades.
Regularização do Subleito
Esta camada de regularização oferece as mesmas características para ambos os métodos de
pavimentação, que consiste em uma camada de espessura irregular de aterro ou corte compactado com a
finalidade de garantir ao subleito as características geométricas transversais e longitudinais de projeto
para a via, evitando gastos desnecessários com subleitos irregulares que apresentem alta resistência
(Senço, 1997).
Sub-base
De acordo com o Manual de Pavimento Rígido - MPR - (DNIT, 2005), a prática atual no projeto de
pavimentos rígidos tem sido a intercalação de uma sub-base entre a placa de betão e o subleito. A
camada de sub-base, ainda segundo o manual, é definida uma camada de espessura delgada que tem
como função uniformizar o suporte disponível ao longo da faixa do pavimento, evitar os efeitos das
mudanças excessivas de volume dos solos do subleito e eliminar a ocorrência do fenômeno de
bombeamento de finos plásticos, porventura presentes no solo de fundação, quando da presença de água
em excesso e cargas pesadas.
DNIT (2005) indica ainda que além de não bombeáveis, as sub-bases sob as placas de betão, não devem
ser consolidáveis, recomendanda-se para tanto que ela seja pouco espessa. Os tipos de sub-bases para
pavimentos rígidos podem ser classificados conforme a Tabela 1.
Base e Revestimento
Devido as suas características de resistência e estabilidade, as placas de betão desempenham as funções
de duas camadas, a de revestimento e a de base, eliminando a necessidade de uma camada diferenciada
(NETO, 2011). Esta parte superior do pavimento pode ser realizada de diversas formas, dependendo do
dimensionamento adequado a cada situação encontrada em campo. Os tipos de pavimentos são descritos
no item a seguir.
constituintes e da sua função estrutural, como pré-moldados ou as produções in loco, onde cada proposta
apresenta as suas particularidades de projeto, execução, operação e manutenção, alguns dos mais
utilizados são:
a) Pavimento de betão simples: Pavimento de cimento Portland no qual as tensões solicitantes são
combatidas somente pelo próprio betão, e que não contém nenhum tipo de armadura distribuída, pois,
mesmo sem armaduras suporta os esforços de tracção na flexão. Possui, também, juntas espaçadas, que
controlam a fissuração devida à retracção, ao empenamento e à dilatação térmica. (NBR 7583, ABNT,
1986, p.2). A Figura 4 apresenta uma placa de betão ou concreto simples.
Figura 4 ? Placa de concreto sem barra de transferência (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)
b) Pavimento de betão armado: Funciona em modo de compressão no banzo comprimido, porém sem
sofrer esmagamento. Contém armaduras de tracção para suportar esses esforços. Possui também juntas
para controle de retracção, entretanto, são mais espaçadas do que no Pavimento de betão simples. A
Figura 5 apresenta uma placa de betão armado. (Manual de Pavimentos Rígidos, 2004, p. 138);
Figura 5 ? Placa de concreto com barra de transferência (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)
c) Pavimento de betão protendido: Principalmente utilizado, quando há tráfego com muita intensidade.
Admite a execução de placas com grandes dimensões, espessuras menores e sem a necessidade das
juntas de contração. Porém, exige alta resistência do betão a compressão, por conta das forças iniciais de
protensão, empregado principalmente em pavimentos de aeroportos e pisos industriais pesados. (SILVA; e
VIEIRA, 2014,p. 18);
d) Pavimento com fibras: Pavimento composto de placas de betão com adição de fibras de aço ou
poliméricas. Apresenta maior resistência à fissuração, ao impacto e ao desgaste, além de possuir maior
ductilidade. (SILVA; e VIEIRA, 2014,p. 18);
e) Whitetopping: Constitui na construção de uma placa de betão de cimento Portland sobre um pavimento
asfáltico existente, em substituição a prática comum que inclui a demolição e construção de uma nova.
(SILVA e VIEIRA, 2014,p. 18);
f) Placas de betão pré-moldadas: São utilizadas em dois casos: na concepção de novos pavimentos ou na
manutenção dos já existentes, atuando na substituição das placas danificadas. Elas devem conter
armaduras e elevada resistência, pois serão alçadas, carregadas e transportadas. Apresentaram-se como
uma saída para as adversidades com o trânsito, geradas por conta dos serviços de reestruturação in loco
das placas de betão. (Manual de Pavimentos Rígidos, 2004, p. 155);
Figura 7 - Comparativo da coloração nos pavimentos. Fonte: ARAÚJO et. al. (2016).
A distribuição de tensões na pavimentação rígida dá-se de forma bem diferentes dos pavimentos flexíveis,
como ilustrado na Figura 8. Na pavimentação asfáltica a transmissão das cargas verticais provenientes do
tráfego se distribui em uma pequena área do pavimento, devido à flexibilidade do revestimento asfáltico,
transmitindo uma grande parcela dos esforços para camadas adjacentes. Já nos pavimentos rígidos,
devido à maior rigidez do betão, as cargas verticais se distribuem em uma área maior, ocasionando um
alívio de tensões nas camadas abaixo do revestimento, precisando de uma quantidade menor de camadas
na estrutura quando comparado a estrutura dos pavimentos flexíveis.
Figura 8 - Comparativo das pressões das solicitações nos pavimentos (ARAÚJO et. al. 2016).
Conforme retratado na Figura 8, as solicitações geradas pelas cargas de tráfego são melhor dispersadas
pelos pavimentos rígidos, exigindo assim, menos resistência de sua fundação. Por este motivo, no
dimensionamento do pavimento rígido é dispensada a implantação da camada de reforço de subleito. Já
nos pavimentos flexíveis, as cargas não são tão bem dispersas, o que exige mais de sua fundação. Dessa
forma, os pavimentos flexíveis seriam mais indicados para os solos com maiores resistências, e que não
necessitem de reforço nas camadas de subleito, tornando-o mais simples sua execução (NETO, 2011
apud SILVA et. al., 2018).
pavimento rígido adotado para a zona de estudo em questão, assim como a análise do método pertinente
e adequado para o dimensionamento do projeto.
britada.
Os agregados utilizados para a finalidade da pavimentação rígida diferem dos demais devido à
rigorosidade em sua seleção, exigências e aplicação, isto se deve ao fato de ser necessário para o betão
de pavimentação, que ele tenha maior resistência à tração, menores variações volumétricas, menor
suscetibilidade à fissuração, resistência à fadiga e elevada durabilidade à ação do meio ambiente e à ação
abrasiva do tráfego (DNIT, 2005). A escolha para utilização dos agregados é criteriosa e demanda a
realização de diversos ensaios laboratoriais de caracterização visando averiguar essas características de
extrema importância para o emprego em pavimentos.
como critérios de ruptura a erosão e a fadiga das placas, diferenciando do método apresentado em 1966
que analisa apenas os efeitos de fadiga.
O método do PCA considera as propriedades do betão de cimento Portland, que é o tipo mais comum
utilizado em pavimentos rígidos. Ele também leva em consideração o tráfego esperado na via urbana,
incluindo o tipo de veículos, volume de trafego e carga por eixo. Ele fornece diretrizes para determinar a
espessura adequada das camadas de pavimento com base na capacidade de suporte do solo e na
resistência do betão, considerando o tráfego esperado durante a vida útil do pavimento.
O novo método passa também a ter em conta: a presença ou não de barras de transferência de carga,
analisando o grau de transferência de carga nas juntas transversais, efeitos da existência e contribuição
de acostamentos de betão para melhoria do desempenho da estrutura. Esta contribui para a redução de
tensões e deslocamentos verticais ao longo do bordo livre da placa e impede a penetração lateral de água
. Os critérios de ruptura (fadiga e erosão) são apresentados pelo DNIT (2005)
3.2.1. Fadiga
As tensões de tração por flexão consideradas no cálculo, são as produzidas pela carga tangente à borda
longitudinal; a curva de fadiga alcança valores abaixo da relação de tensões limite de 0,50, o que elimina a
descontinuidade nesse ponto e afasta a possibilidade de acontecer casos irreais de dimensionamento
quanto ao número admissível de solicitações (DNIT, 2005). O critério de fadiga está mostrado na Figura 9 .
3.2.2. Erosão
Entende-se por erosão a perda de material da camada de suporte direto da placa de betão, por acção
combinada da água e da passagem de cargas (principalmente dos eixos múltiplos), dando-se o fato
também nas laterais do pavimento. Os efeitos da erosão manifestam-se sob a forma de deformações
verticais críticas, nos cantos e nas bordas longitudinais das placas, causando escalões ou "degraus" nas
juntas transversais (principalmente se elas foram desprovidas de barras de transferência), podendo ser
ambas as ocorrências causadas por bombeamento, formação de vazios sob a placa e perda de suporte ou
contato entre a placa e a fundação (DNIT, 2005).
O fator de erosão mede o poder que uma certa carga tem de produzir a deformação vertical da placa e seu
valor é expresso pela letra P. Segundo Pitta (1998 ), o fator de erosão provém de dados experimentais
que apresentaram um índice de serventia final igual a 3,0, que é um valor relativamente alto, o que
provoca uma tendência ao superdimensionamento, obtendo a seguinte expressão:
Onde:
P = fator de erosão;
p = pressão vertical exercida na fundação sob o canto da placa, em psi;
h = espessura da placa em polegadas;
O escalonamento é conhecido como os danos pela formação de degraus nas juntas transversais, e sub-
bases estáveis associadas a erosão. Ela é representada pela expressão:
Onde:
N = número admissível de passagens da força;
P = fator de erosão;
C1 = constante de ajustamento relacionada ao tipo de sub-base, igual a 1,0 se granular e cerca de 0,9 se
tratada com cimento.
Onde:
?? = seção de barras de aço necessária, por metro de comprimento da junta considerada, em cm²/m;
? = distância entre a junta considerada e a junta ou borda livre mais próxima em m;
? = coeficiente de atrito entre a placa e o subleito ou sub-base, que pode variar de 1,5 a 2,0, sendo
geralmente tomado como 1,5;
?? = massa específica do betão, igual a 24000N/m²;
? = Espessura da placa em metros;
? = tensão admissível no aço, em geral 2/3 da tensão do escoamento, em MPa.
Ainda de acordo com o DNIT - Manual de Pavimentos Rígidos ? 2ª Edição ? 2004, o dimensionamento do
comprimento da barra de ligação, necessário para assegurar a sua aderência ao betão, considerando uma
tensão máxima de aderência aço-betão de 2,5MPa, é dado pela Equação 2:
Onde:
? = comprimento de uma barra de ligação, em cm;
? = diâmetro da barra de ligação, em cm;
?? = tensão de aderência entre o aço e o betão, em geral tomada igual a 2,45Mpa
7,5 = margem de segurança, prevendo-se uma possível descentralização da barra, em cm.
, (FSC), com a finalidade de compensar as possíveis deficiências de avaliação da grandeza das cargas
solicitantes e da projeção do tráfego. Os fatores podem ser adotados de acordo com figura abaixo:
Tabela 5 ? Factores de segurança para as cargas FSC (DNIT 2005)
4. CASO DE ESTUDO
4.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
A Urbanização Nova Vida está localizada na região leste de Luanda, propriamente no município do
Kilamba Kiaxi. A falta de planeamento urbano e a ausência de políticas habitacionais resultaram na
formação de bairros informais, conhecidos como musseques, que se espalharam por toda a cidade. Em
resposta a essa situação, o governo angolano implementou um programa de urbanização para minimizar o
problema habitacional na cidade de Luanda. A Urbanização Nova Vida que surgiu como parte desse
programa, é um dos empreendimentos habitacionais mais ambiciosos das ultimas décadas. O projecto
teve início em 2003 após o fim da guerra em 2002, tendo sido inicialmente projectada a construção de
cerca de 2.500 Habitações.
Urbanização precisa urgentemente de uma intervenção para recuperar a boa imagem a que habituou os
seus moradores desde a sua criação.
Figura 12 ? Localização do trecho em estudo via satélite (Fonte: Google Maps, 2023)
Figura 13 ? Localização do trecho em estudo via drone (Fonte: Vlogs do primata, 2022)
É uma via urbana a qual o pavimento necessita de reparos regularmente, devido ao fluxo de veículos que
nela percorrem por ser acesso á empresas de grande porte e universidade. Nela é possível encontrar
diversas irregularidades e defeitos recorrentes, tais como: afundamentos, panelas, acúmulo de água e
deslocamentos das pedras.
Relatos feitos por moradores da zona afirmam que esta situação já se vive a mais de três anos e
infelizmente desconhecem o motivo que está na base da patologia das estradas. Lamentam ainda que
uma urbanização que foi erguida com fundos públicos esteja a degradar aos olhos de quem é de direito. A
falta de qualidade do asfalto e a forma em que foram construídas as estradas ou, também, pela falta de
manutenção das mesmas, algumas patologias surgem em pequenas proporções e, depois de três
semanas ou menos, dependendo da intensidade do trânsito ou das chuvas, elas começam a se tornar tão
grandes que acabam comprometendo a via.
Segundo alguns condutores, as estradas da Urbanização pra eles são um grande tormento e desconforto,
e isso obriga eles a violar as regras de trânsito. Devido as constantes degradações acentuadas que a
estrada apresenta, com buracos, rachaduras e outras falhas significativas, os condutores optam por utilizar
o passeio para contornar o tráfego e seguir adiante afím de não danificar os seus automóveis e também
para não causar muita demora no trajecto quando a via estiver congestionada.
Após a avaliação do pavimento existente e com as constantes reclamações do estado da via por parte dos
condutores e moradores, pelo facto do pavimento estar muito prejudicado e com pouca manutenção, foi
constatada a necessidade de realização para reconstrução de uma nova estrutura de pavimento no local,
sendo ele rígido devido a vários factores acima citados. A realização de obra para recuperar a qualidade
da via será necessária, e para esse caso será utilizado o processo de cálculo de projeto básico, para o
dimensionamento de novo pavimento, e orçamento explicitado no capitulo a seguir.
Tipos de cimentoEspecificações
Cimento Portland ComumTipo CPI (NBR 5732)
Cimento Portland CompostoTipo CPII (NBR11578)
Cimento Portland de Alto FornoTipo CPIII (NBR 5735)
Cimento Portland PozolânicoTipo CPIV (NBR 5736)
Tipo de PavimentoFSC
- Para ruas com tráfego com pequena porcentagem de caminhões e pisos em condições semelhantes de
tráfego (estacionamentos, por exemplo)- Para estradas e vias com moderada frequência de caminhões
1,01,1
- Para altos volumes de caminhões- Pavimentos que necessitem de um desempenho acima do normal
1,2Até 1,5
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Fernando Raoni - 2021_ENTREGA FINAL_12-07-2021.pdf (5191 termos)
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- 2021_ENTREGA FINAL_12-07-2021.pdf (5191 termos)
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LUANDA
2023
UNIVERSIDADE METODISTA DE ANGOLA
FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITECTURA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
LUANDA
2023
CLÁUDIO FRANCISCO BARTOLOMEU
LUANDA
2023
CLÁUDIO FRANCISCO BARTOLOMEU
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________________
Prof. Joanilson Tambu ? Eng. ? (UMA) ? Orientador
_____________________________________________________________
Prof. Herman Dumby ? Eng. ? (UMA) ? Director do Curso de Eng. Civil
_____________________________________________________________
Prof. Deodato Mariata ? Eng. ? (UMA) ? Director do Curso de Eng. Ambiental
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a mim por não saber desistir e em especial aos meus pais, pilares da minha
formação como ser humano, os dois maiores incentivadores das realizações dos meus objectivos.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a Deus pela força e o dom que me deu nesta existência, por sempre me
mostrar o caminho certo e por me proporcionar disciplina e resiliência durante toda a minha vida, através
da ajuda da Inteligência Infinita de Deus que este trabalho foi concluído de forma satisfatória. Agradeço
aos meus familiares que sempre me apoiaram especialmente aos meus pais António B. Sebastião e Isabel
F. Contreiras que com as dificuldades da vida conseguiram-me guiar até a maturidade mental e espiritual,
pelo apoio e incentivo em todas as áreas da minha vida que serviram de alicerce para as minhas
realizações, e por sempre acreditarem que eu serei capaz de superar os obstáculos que a vida me
apresentar.
Aos meus queridos irmãos Dionísio, Diamantino, Nelsa, Gildo, Sebastião e Isabel pelo apoio incondicional
e atenção dedicada quando sempre precisei, por me fazerem ter confiança nas minhas decisões. Aos
meus queridos sobrinhos pela amizade e momentos descontraídos, a todos os meus amigos e
companheiros que fiz ao longo deste árduo percurso e que juntos partilhamos vários momentos, na UMA
em especial ao Victorino, Florivaldo, Edson, Márcia e Joselito por quem expresso respeito e admiração, e
a todos que de forma directa ou indirecta fizeram parte desta caminhada: Mufucadas, Tatiana, Gil, Milagrú
, Bruna, entre outros.
Aos meus professores e orientador pelas valiosas contribuições dadas durante todo o processo cuja
dedicação e atenção foram essenciais para que este trabalho fosse concluído satisfatóriamente. Aos meus
colegas do curso de Engenharia Civil pela oportunidade do convívio e pela cooperação mútua durante
estes anos, pelas trocas de ideias e ajuda, juntos conseguimos avançar e ultrapassar todos os obstáculos
.
Também quero agradecer à Universidade Metodista de Angola e o seu corpo docente que demonstrou
estar comprometido com a qualidade e excelência do ensino. E aos funcionários que contribuiram directa e
indirectamente para a conclusão deste trabalho.
Agradeço a todos pelos seus feitos. Não há no mundo, exagero mais belo que a gratidão!
.
ABSTRACT
Keywords:
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Esquema transversal do pavimento (Manual de Pavimentação do DNIT, 2006).20
Figura 2 ? Pavimentos rígido em rodovia (ARAÚJO et. al. 2016.)23
Figura 3 ? Camadas de Pavimento Rígido (Neto, 2011)24
Figura 4 ? Placa de concreto sem barra de transferência (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)27
Figura 5 ? Placa de concreto com barra de transferência (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)27
Figura 6 ? Placa de concreto protendido (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)28
Figura 7 - Comparativo da coloração nos pavimentos. Fonte: ARAÚJO et. al. (2016).31
Figura 8 - Comparativo das pressões das solicitações nos pavimentos (ARAÚJO et. al. 2016).31
Figura 9 ? Curvas de fadiga (DNIT 2005).39
Figura 10 ? Urbanização Nova Vida (Fonte: Pubvision, 2022.)43
Figura 11 ? Patologias na estrada da Urbanização44
Figura 12 ? Localização do trecho em estudo via satélite (Fonte: Google Maps, 2023)45
Figura 13 ? Localização do trecho em estudo via drone (Fonte: Vlogs do primata, 2022)45
Figura 14 ? Patologias na estrada em estudo46
Figura 15 ? Patologias na estrada em estudo46
Figura 16 ? Patologias na estrada em estudo47
Figura 17 ? Troço 1 (Fonte: Google Maps, 2023.)48
Figura 18 ? Troço 2 (Fonte: Google Maps, 2023.)48
Figura 19 ? Detalhe das dimensões de largura no troço 149
Figura 20 ? Detalhe das dimensões de largura no troço 249
Figura 21 ? Patologias na estrada em estudo50
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Tipos de sub-bases para pavimentos rígidos (Adaptado de DNIT, 2005.)25
Tabela 2 - Análise comparativa entre os Pavimentos Rígido e Flexível (Silva et al. 2018)30
Tabela 3 ? Tipos de cimento para pavimentação rígida (Autoria)34
Tabela 4 - Diâmetro das barras de transferência (DNIT 2005)37
Tabela 5 ? Factores de segurança para as cargas FSC (DNIT 2005)42
Tabela 6 - Quantitativo de veículos (manhã)51
Tabela 7 - Quantitativo de veículos (tarde)52
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO16
1.1. SITUAÇÃO PROBLEMA18
1.2. OBJECTIVOS19
4. CASO DE ESTUDO43
4.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO43
4.1.1. Dimensões da via em estudo48
4.1.2. Caracteristicas do solo50
4.1.3. Caracteristica do tráfego51
4.1.4. Condições climáticas local52
1. INTRODUÇÃO
A infraestrutura de transporte desempenha um papel fundamental no desenvolvimento socio econômico
em Angola, proporcionando mobilidade, conectividade e acessibilidade às pessoas e mercadorias. Dentre
os diversos elementos que compõem uma via, o pavimento desempenha um papel crucial na garantia de
uma superficie segura e durável para o tráfego de veículos. Com a abertura ou melhoria de uma rodovia
gera um maior fluxo de veículos e pessoas que consequentemente irão movimentar comércios e indústrias
aumentando o giro de capital nessa região.
Em Angola, os investimentos em infraestrutura têm desempenhado um papel significativo no seu
desenvolvimento. Com a expansão da rede rodoviária do país, é essencial que os pavimentos sejam
projectados e dimensionados correctamente para suportar as demandas de tráfego, as condições
climáticas locais e as caracteristicas do solo.
No contexto dos pavimentos, existem duas principais categorias: pavimentos flexíveis e pavimentos rígidos
. Enquanto os pavimentos flexíveis, como asfaltos, têm sido amplamente utilizados nas vias urbanas e
rodovias no país, os pavimentos rígidos, como o concreto armado, têm ganhado crescente importância
devido às suas vantagens em termos de durabilidade, resistência e manutenção.
O pavimento rígido é caracterizado por sua alta resistência e capacidade de suportar cargas pesadas ao
longo do tempo. Em regiões urbanas densamente povoadas, como a Urbanização Nova Vida, onde o
tráfego de veículos é intenso e as condições climáticas podem variar consideravelmente, é essencial
avaliar e projectar adequadamente os pavimentos rígidos para garantir sua integridade e desempenho
duradouros.
A análise e dimensionamento de pavimento são etapas cruciais no projecto de uma via. Essas actividades
envolvem a determinação das espessuras adequadas das camadas do pavimento, levando em
consideração as caracteristicas do tráfego esperado, as propriedades do solo e os requisitos de
desempenho. Além disso, é necessário considerar factores como a distribuição de cargas, temperatura
ambiente e variações climáticas, que podem afectar significativamente o comportamento do pavimento
rígido ao longo de sua vida útil.
O objectivo deste trabalho é apresentar uma análise e dimensionamento de pavimento rígido em uma
zona urbana, buscando compreender os princípios e métodos envolvidos nesse processo. Serão
abordados os conceitos teóricos fundamentais, as normas técnicas relevantes, as técnicas de ensaio
utilizadas para caracterização dos materiais, bem como os modelos analíticos e computacionais
empregados para o dimensionamento estrutural. Além disso, serão discutidas as principais considerações
relacionadas à vida útil do pavimento rígido, incluindo aspectos de manutenção, reabilitação e durabilidade
. Serão apresentados estudos de caso e exemplos práticos que ilustram a aplicação dos métodos de
análise e dimensionamento em situações reais.
A importância desse estudo reside na necessidade de garantir a qualidade e a segurança das vias
urbanas do Nova Vida, bem como a economia de recursos financeiros, evitando desperdícios com
manutenções e reparos constantes. Por fim, espera-se que este trabalho contribua para o aprimoramento
dos conhecimentos e técnicas empregadas no projecto de pavimentos rígidos, fornecendo subsídios para
a tomada de decisões mais seguras e eficientes no que diz respeito à infraestrutura viária, e servir de base
para futuros projectos de pavimentação em áreas urbanas semelhantes em Luanda e em outras regiões
do país.
1.2. OBJECTIVOS
1.2.1. Objectivo Geral
Analisar e dimensionar um pavimento rígido de acordo com as normas e regulamentos, e proporcionar
uma solução viável econômica para a construção de vias garantindo a segurança, a funcionalidade e a
durabilidade da obra.
1.2.2. Objectivos Específicos
O presente trabalho limitou-se aos seguintes pontos:
Realizar a coleta de dados necessários para o projecto;
Estudar as normas e regulamentos técnicos relativo as condições semelhantes de país;
Efectuar os cálculos para o dimensionamento do pavimento e viabilizar a economia da obra;
Apresentar e discutir os resultados do trabalho de forma ilustrativa.
1.3. JUSTIFICATIVO
Por que o Pavimento de Rígido? Analisando o pavimento de betão em relação ao pavimento existente, ele
possui maior vida útil, baixo custo de operação e manutenção, custo inicial competitivo, economia de
energia e de combustível, resistente ao fogo, menor área de frenagem, maior segurança para os usuários.
O projeto de um pavimento de betão é realizado com métodos consagrados que buscam principalmente o
desempenho ótimo estrutural. O seu objetivo é que suas obras sejam duradouras, que sigam as
especificações técnicas e que cumpram a viabilidade econômica requerida (ABCP,2012).
1.4. METODOLOGIA DO TRABALHO
A metodologia deste trabalho envolverá a coleta de dados sobre o tráfego local, a realização de ensaios
geotécnicos para caracterização do solo, o estudo de normas e regulamentos técnicos, a aplicação de
métodos de análise e dimensionamento de pavimentos rígidos e a realização de análises econômicas
comparativas. Serão considerados estudos de caso e simulações para avaliar a viabilidade e eficácia das
soluções propostas. Espera-se que os resultados deste estudo contribuam para a melhoria da
infraestrutura viária na Urbanização Nova Vida, fornecendo orientações técnicas.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 CONCEITOS SOBRE PAVIMENTO
O Pavimento é uma estrutura de múltiplas camadas em espessuras finas, ela é construída sobre uma
superfície final de terraplenagem em que diferentes materiais com resistências e deformabilidades são
postos em contato, destinada técnica e economicamente a resistir aos esforços provenientes do tráfego de
veículos, a oferecer aos usuários melhoria nas condições de rolamento, economia, conforto e segurança.
(BERNUCCI, 2008).
O pavimento é uma estrutura não perene de diferentes materiais compactados a partir do subleito do
corpo estradal, apropriado para atender estruturalmente ao tráfego, com durabilidade e ao mínimo custo
possível, considerados diferentes horizontes para serviços de manutenção preventiva, corretiva e de
reabilitação, obrigatórios (FERREIRA, 2018). Na figura 1 é possível analisar as camadas existentes no
pavimento em geral, através da secção transversal do mesmo.
? Flexível: pavimento em que todas as camadas sofrem deformação elástica significativa sob o
carregamento aplicado, e a carga se distribui em parcelas aproximadamente equivalentes entre as
camadas. Exemplo típico: pavimento constituído por uma base de brita ou de solo pedregulhoso, revestida
por uma camada asfáltica.
? Semi-Rígido: caracteriza-se por uma base cimentada por algum aglutinante com propriedades
cimentícias como por exemplo, por uma camada de solo cimento revestida por uma camada asfáltica.
? Rígido: aquele em que o revestimento tem uma elevada rigidez em relação às camadas inferiores e,
portanto, absorve praticamente todas as tensões provenientes do carregamento aplicado. Exemplo típico:
pavimento constituído por lajes de betão de cimento Portland.
Subleito
Neto (2011) descreve que o subleito é o terreno ao qual será construída a estrutura do pavimento,
absorvendo as cargas aplicadas sobre a mesma e proporcionando suporte para manter a via estática,
tendo a mesma designação para o pavimento rígido e flexível. Esta camada deve oferecer características
necessárias ao suporte do pavimento, podendo sofrer tratamento especial para alcançar tais fins
(FERREIRA, 2018), porém para o pavimento rígido, segundo Neto (2011), o reforço de subleito pode ser
considerado inexistente, dado que a camada de sub-base pode suprir essas necessidades.
Regularização do Subleito
Esta camada de regularização oferece as mesmas características para ambos os métodos de
pavimentação, que consiste em uma camada de espessura irregular de aterro ou corte compactado com a
finalidade de garantir ao subleito as características geométricas transversais e longitudinais de projeto
para a via, evitando gastos desnecessários com subleitos irregulares que apresentem alta resistência
(Senço, 1997).
Sub-base
De acordo com o Manual de Pavimento Rígido - MPR - (DNIT, 2005), a prática atual no projeto de
pavimentos rígidos tem sido a intercalação de uma sub-base entre a placa de betão e o subleito. A
camada de sub-base, ainda segundo o manual, é definida uma camada de espessura delgada que tem
como função uniformizar o suporte disponível ao longo da faixa do pavimento, evitar os efeitos das
mudanças excessivas de volume dos solos do subleito e eliminar a ocorrência do fenômeno de
bombeamento de finos plásticos, porventura presentes no solo de fundação, quando da presença de água
em excesso e cargas pesadas.
DNIT (2005) indica ainda que além de não bombeáveis, as sub-bases sob as placas de betão, não devem
ser consolidáveis, recomendanda-se para tanto que ela seja pouco espessa. Os tipos de sub-bases para
pavimentos rígidos podem ser classificados conforme a Tabela 1.
Base e Revestimento
Devido as suas características de resistência e estabilidade, as placas de betão desempenham as funções
de duas camadas, a de revestimento e a de base, eliminando a necessidade de uma camada diferenciada
(NETO, 2011). Esta parte superior do pavimento pode ser realizada de diversas formas, dependendo do
dimensionamento adequado a cada situação encontrada em campo. Os tipos de pavimentos são descritos
no item a seguir.
Figura 4 ? Placa de concreto sem barra de transferência (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)
b) Pavimento de betão armado: Funciona em modo de compressão no banzo comprimido, porém sem
sofrer esmagamento. Contém armaduras de tracção para suportar esses esforços. Possui também juntas
para controle de retracção, entretanto, são mais espaçadas do que no Pavimento de betão simples. A
Figura 5 apresenta uma placa de betão armado. (Manual de Pavimentos Rígidos, 2004, p. 138);
Figura 5 ? Placa de concreto com barra de transferência (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)
c) Pavimento de betão protendido: Principalmente utilizado, quando há tráfego com muita intensidade.
Admite a execução de placas com grandes dimensões, espessuras menores e sem a necessidade das
juntas de contração. Porém, exige alta resistência do betão a compressão, por conta das forças iniciais de
protensão, empregado principalmente em pavimentos de aeroportos e pisos industriais pesados. (SILVA; e
VIEIRA, 2014,p. 18);
d) Pavimento com fibras: Pavimento composto de placas de betão com adição de fibras de aço ou
poliméricas. Apresenta maior resistência à fissuração, ao impacto e ao desgaste, além de possuir maior
ductilidade. (SILVA; e VIEIRA, 2014,p. 18);
e) Whitetopping: Constitui na construção de uma placa de betão de cimento Portland sobre um pavimento
asfáltico existente, em substituição a prática comum que inclui a demolição e construção de uma nova.
(SILVA e VIEIRA, 2014,p. 18);
f) Placas de betão pré-moldadas: São utilizadas em dois casos: na concepção de novos pavimentos ou na
manutenção dos já existentes, atuando na substituição das placas danificadas. Elas devem conter
armaduras e elevada resistência, pois serão alçadas, carregadas e transportadas. Apresentaram-se como
uma saída para as adversidades com o trânsito, geradas por conta dos serviços de reestruturação in loco
das placas de betão. (Manual de Pavimentos Rígidos, 2004, p. 155);
não oxida, não forma buracos nem trilha de rodas, garantindo assim uma elevada durabilidade da
estrutura (SILVA, 2018). Como possui grande durabilidade, outra vantagem da pavimentação é a baixa
manutenção, reduzindo também o risco de acidentes.
A coloração clara do betão facilita a reflexão da luz, aumentando a distância de visibilidade de quem
trafega pela via, principalmente à noite e em dias chuvosos. Isso se reflete também em economia na
iluminação pública, segundo SILVA (2018) Permite até 30% de economia nas despesas de iluminação da
via.
Com uma inclinação transversal menor que nos pavimentos asfálticos, na ordem de duas a três vezes, o
betão é mais resistente a derrapagem que os revestimentos flexíveis, reduzindo a possibilidade de
tombamento do veículo. O escoamento da água acontece com maior velocidade que nos pavimentos
asfálticos, diminuindo o risco de aquaplanagem dos veículos. Permite também a redução da distância de
frenagem devido à boa aderência entre os pneus e a superfície de rolamento.
O pavimento rígido oferece um menor custo social àqueles relacionados diretamente aos usuários da via
como, por exemplo, custo operacional do veículo, tempo gasto em viagens e conforto. Devido ao fato de a
pavimentação rígida sofrer baixas deformações, ela não sofre com aparecimento de buracos e trilhas de
rodas, causando desconforto e maior gasto com manutenção dos veículos aos usuários da via e oferece
economia de combustível.
Segundo SILVA (2018) a razão para essa economia, que pode chegar até 17%, está no fato da superfície
ser rígida e não deformar. Isso cria menor resistência ao rolamento, exigindo menor esforço da parte
mecânica dos veículos. Consequentemente a emissão de gases poluentes como o monóxido de carbono é
diminuída, tornando o pavimento rígido ambientalmente correto.
Resiste a ataques químicos (óleos, graxas, combustíveis). Ainda de acordo com SILVA (2018), a
inexistência do fenômeno de lixiviação no betão, não promove a ocorrência de águas percoladas capazes
de contaminar o lençol freático ou de águas superficiais capazes de contaminar cursos d?água.
O custo do pavimento rígido torna-se favorável comparado ao pavimento em asfalto, quando se leva em
conta o seu ciclo de vida útil mínima de 20 anos, devido ao seu baixo custo de manutenção em relação
aos flexíveis, que além de terem menor vida útil, cerca de 10 anos, exigem gastos elevados com
conservação.
O pavimento rígido distribui de forma mais uniforme as tensões provenientes do tráfego, sendo boa parte
absorvida pelo próprio revestimento de betão, transmitindo menos esforços para as camadas inferiores ao
revestimento.
Portanto, o pavimento rígido é a melhor alternativa para situações de tráfego pesado e intenso, como
corredores de ônibus e rodovias com alto fluxo de veículos pesados.
Figura 7 - Comparativo da coloração nos pavimentos. Fonte: ARAÚJO et. al. (2016).
A distribuição de tensões na pavimentação rígida dá-se de forma bem diferentes dos pavimentos flexíveis,
como ilustrado na Figura 8. Na pavimentação asfáltica a transmissão das cargas verticais provenientes do
tráfego se distribui em uma pequena área do pavimento, devido à flexibilidade do revestimento asfáltico,
transmitindo uma grande parcela dos esforços para camadas adjacentes. Já nos pavimentos rígidos,
devido à maior rigidez do betão, as cargas verticais se distribuem em uma área maior, ocasionando um
alívio de tensões nas camadas abaixo do revestimento, precisando de uma quantidade menor de camadas
na estrutura quando comparado a estrutura dos pavimentos flexíveis.
Figura 8 - Comparativo das pressões das solicitações nos pavimentos (ARAÚJO et. al. 2016).
Conforme retratado na Figura 8, as solicitações geradas pelas cargas de tráfego são melhor dispersadas
pelos pavimentos rígidos, exigindo assim, menos resistência de sua fundação. Por este motivo, no
dimensionamento do pavimento rígido é dispensada a implantação da camada de reforço de subleito. Já
nos pavimentos flexíveis, as cargas não são tão bem dispersas, o que exige mais de sua fundação. Dessa
forma, os pavimentos flexíveis seriam mais indicados para os solos com maiores resistências, e que não
necessitem de reforço nas camadas de subleito, tornando-o mais simples sua execução (NETO, 2011
apud SILVA et. al., 2018).
areia natural quartzosa ou artificial resultante do britamento de rochas estáveis. Já os agregados graúdos,
apresentam dimensão mínima de 4,8mm ? D ? 75mm, e tem como exemplo o pedregulho natural ou pedra
britada.
Os agregados utilizados para a finalidade da pavimentação rígida diferem dos demais devido à
rigorosidade em sua seleção, exigências e aplicação, isto se deve ao fato de ser necessário para o betão
de pavimentação, que ele tenha maior resistência à tração, menores variações volumétricas, menor
suscetibilidade à fissuração, resistência à fadiga e elevada durabilidade à ação do meio ambiente e à ação
abrasiva do tráfego (DNIT, 2005). A escolha para utilização dos agregados é criteriosa e demanda a
realização de diversos ensaios laboratoriais de caracterização visando averiguar essas características de
extrema importância para o emprego em pavimentos.
proposta por Pickett e Ray em 1951, sob forma de ábacos, enquanto o novo método utiliza também os
elementos finitos na determinação das tensões. Pitta (1998) explica que o método de 1984 considera
como critérios de ruptura a erosão e a fadiga das placas, diferenciando do método apresentado em 1966
que analisa apenas os efeitos de fadiga.
O método do PCA considera as propriedades do betão de cimento Portland, que é o tipo mais comum
utilizado em pavimentos rígidos. Ele também leva em consideração o tráfego esperado na via urbana,
incluindo o tipo de veículos, volume de trafego e carga por eixo. Ele fornece diretrizes para determinar a
espessura adequada das camadas de pavimento com base na capacidade de suporte do solo e na
resistência do betão, considerando o tráfego esperado durante a vida útil do pavimento.
O novo método passa também a ter em conta: a presença ou não de barras de transferência de carga,
analisando o grau de transferência de carga nas juntas transversais, efeitos da existência e contribuição
de acostamentos de betão para melhoria do desempenho da estrutura. Esta contribui para a redução de
tensões e deslocamentos verticais ao longo do bordo livre da placa e impede a penetração lateral de água
. Os critérios de ruptura (fadiga e erosão) são apresentados pelo DNIT (2005)
3.2.1. Fadiga
As tensões de tração por flexão consideradas no cálculo, são as produzidas pela carga tangente à borda
longitudinal; a curva de fadiga alcança valores abaixo da relação de tensões limite de 0,50, o que elimina a
descontinuidade nesse ponto e afasta a possibilidade de acontecer casos irreais de dimensionamento
quanto ao número admissível de solicitações (DNIT, 2005). O critério de fadiga está mostrado na Figura 9 .
3.2.2. Erosão
Entende-se por erosão a perda de material da camada de suporte direto da placa de betão, por acção
combinada da água e da passagem de cargas (principalmente dos eixos múltiplos), dando-se o fato
também nas laterais do pavimento. Os efeitos da erosão manifestam-se sob a forma de deformações
verticais críticas, nos cantos e nas bordas longitudinais das placas, causando escalões ou "degraus" nas
juntas transversais (principalmente se elas foram desprovidas de barras de transferência), podendo ser
ambas as ocorrências causadas por bombeamento, formação de vazios sob a placa e perda de suporte ou
contato entre a placa e a fundação (DNIT, 2005).
O fator de erosão mede o poder que uma certa carga tem de produzir a deformação vertical da placa e seu
valor é expresso pela letra P. Segundo Pitta (1998 ), o fator de erosão provém de dados experimentais
que apresentaram um índice de serventia final igual a 3,0, que é um valor relativamente alto, o que
provoca uma tendência ao superdimensionamento, obtendo a seguinte expressão:
Onde:
P = fator de erosão;
O escalonamento é conhecido como os danos pela formação de degraus nas juntas transversais, e sub-
bases estáveis associadas a erosão. Ela é representada pela expressão:
Onde:
N = número admissível de passagens da força;
P = fator de erosão;
C1 = constante de ajustamento relacionada ao tipo de sub-base, igual a 1,0 se granular e cerca de 0,9 se
tratada com cimento.
Onde:
?? = seção de barras de aço necessária, por metro de comprimento da junta considerada, em cm²/m;
? = distância entre a junta considerada e a junta ou borda livre mais próxima em m;
? = coeficiente de atrito entre a placa e o subleito ou sub-base, que pode variar de 1,5 a 2,0, sendo
geralmente tomado como 1,5;
?? = massa específica do betão, igual a 24000N/m²;
? = Espessura da placa em metros;
? = tensão admissível no aço, em geral 2/3 da tensão do escoamento, em MPa.
Ainda de acordo com o DNIT - Manual de Pavimentos Rígidos ? 2ª Edição ? 2004, o dimensionamento do
comprimento da barra de ligação, necessário para assegurar a sua aderência ao betão, considerando uma
tensão máxima de aderência aço-betão de 2,5MPa, é dado pela Equação 2:
Onde:
? = comprimento de uma barra de ligação, em cm;
? = diâmetro da barra de ligação, em cm;
?? = tensão de aderência entre o aço e o betão, em geral tomada igual a 2,45Mpa
7,5 = margem de segurança, prevendo-se uma possível descentralização da barra, em cm.
4. CASO DE ESTUDO
4.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
A Urbanização Nova Vida está localizada na região leste de Luanda, propriamente no município do
Kilamba Kiaxi. A falta de planeamento urbano e a ausência de políticas habitacionais resultaram na
formação de bairros informais, conhecidos como musseques, que se espalharam por toda a cidade. Em
resposta a essa situação, o governo angolano implementou um programa de urbanização para minimizar o
problema habitacional na cidade de Luanda. A Urbanização Nova Vida que surgiu como parte desse
programa, é um dos empreendimentos habitacionais mais ambiciosos das ultimas décadas. O projecto
teve início em 2003 após o fim da guerra em 2002, tendo sido inicialmente projectada a construção de
cerca de 2.500 Habitações.
pico há problemas de congestionamento de trânsito. Algumas ruas do nova vida são bem conservadas
enquanto outras necessitam de manutenção frequente, a grande maioria pavimentada com asfalto. A
Urbanização precisa urgentemente de uma intervenção para recuperar a boa imagem a que habituou os
seus moradores desde a sua criação.
Figura 12 ? Localização do trecho em estudo via satélite (Fonte: Google Maps, 2023)
Figura 13 ? Localização do trecho em estudo via drone (Fonte: Vlogs do primata, 2022)
É uma via urbana a qual o pavimento necessita de reparos regularmente, devido ao fluxo de veículos que
nela percorrem por ser acesso á empresas de grande porte e universidade. Nela é possível encontrar
diversas irregularidades e defeitos recorrentes, tais como: afundamentos, panelas, acúmulo de água e
deslocamentos das pedras.
Relatos feitos por moradores da zona afirmam que esta situação já se vive a mais de três anos e
infelizmente desconhecem o motivo que está na base da patologia das estradas. Lamentam ainda que
uma urbanização que foi erguida com fundos públicos esteja a degradar aos olhos de quem é de direito. A
falta de qualidade do asfalto e a forma em que foram construídas as estradas ou, também, pela falta de
manutenção das mesmas, algumas patologias surgem em pequenas proporções e, depois de três
semanas ou menos, dependendo da intensidade do trânsito ou das chuvas, elas começam a se tornar tão
grandes que acabam comprometendo a via.
Segundo alguns condutores, as estradas da Urbanização pra eles são um grande tormento e desconforto,
e isso obriga eles a violar as regras de trânsito. Devido as constantes degradações acentuadas que a
estrada apresenta, com buracos, rachaduras e outras falhas significativas, os condutores optam por utilizar
o passeio para contornar o tráfego e seguir adiante afím de não danificar os seus automóveis e também
para não causar muita demora no trajecto quando a via estiver congestionada.
Após a avaliação do pavimento existente e com as constantes reclamações do estado da via por parte dos
condutores e moradores, pelo facto do pavimento estar muito prejudicado e com pouca manutenção, foi
constatada a necessidade de realização para reconstrução de uma nova estrutura de pavimento no local,
sendo ele rígido devido a vários factores acima citados. A realização de obra para recuperar a qualidade
da via será necessária, e para esse caso será utilizado o processo de cálculo de projeto básico, para o
dimensionamento de novo pavimento, e orçamento explicitado no capitulo a seguir.
Tipos de cimentoEspecificações
Cimento Portland ComumTipo CPI (NBR 5732)
Cimento Portland CompostoTipo CPII (NBR11578)
Cimento Portland de Alto FornoTipo CPIII (NBR 5735)
Cimento Portland PozolânicoTipo CPIV (NBR 5736)
Tipo de PavimentoFSC
- Para ruas com tráfego com pequena porcentagem de caminhões e pisos em condições semelhantes de
tráfego (estacionamentos, por exemplo)- Para estradas e vias com moderada frequência de caminhões
1,01,1
- Para altos volumes de caminhões- Pavimentos que necessitem de um desempenho acima do normal
1,2Até 1,5
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LUANDA
2023
UNIVERSIDADE METODISTA DE ANGOLA
FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITECTURA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
LUANDA
2023
CLÁUDIO FRANCISCO BARTOLOMEU
LUANDA
2023
CLÁUDIO FRANCISCO BARTOLOMEU
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________________
Prof. Joanilson Tambu ? Eng. ? (UMA) ? Orientador
_____________________________________________________________
Prof. Herman Dumby ? Eng. ? (UMA) ? Director do Curso de Eng. Civil
_____________________________________________________________
Prof. Deodato Mariata ? Eng. ? (UMA) ? Director do Curso de Eng. Ambiental
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a mim por não saber desistir e em especial aos meus pais, pilares da minha
formação como ser humano, os dois maiores incentivadores das realizações dos meus objectivos.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a Deus pela força e o dom que me deu nesta existência, por sempre me
mostrar o caminho certo e por me proporcionar disciplina e resiliência durante toda a minha vida, através
da ajuda da Inteligência Infinita de Deus que este trabalho foi concluído de forma satisfatória. Agradeço
aos meus familiares que sempre me apoiaram especialmente aos meus pais António B. Sebastião e Isabel
F. Contreiras que com as dificuldades da vida conseguiram-me guiar até a maturidade mental e espiritual,
pelo apoio e incentivo em todas as áreas da minha vida que serviram de alicerce para as minhas
realizações, e por sempre acreditarem que eu serei capaz de superar os obstáculos que a vida me
apresentar.
Aos meus queridos irmãos Dionísio, Diamantino, Nelsa, Gildo, Sebastião e Isabel pelo apoio incondicional
e atenção dedicada quando sempre precisei, por me fazerem ter confiança nas minhas decisões. Aos
meus queridos sobrinhos pela amizade e momentos descontraídos, a todos os meus amigos e
companheiros que fiz ao longo deste árduo percurso e que juntos partilhamos vários momentos, na UMA
em especial ao Victorino, Florivaldo, Edson, Márcia e Joselito por quem expresso respeito e admiração, e
a todos que de forma directa ou indirecta fizeram parte desta caminhada: Mufucadas, Tatiana, Gil, Milagrú
, Bruna, entre outros.
Aos meus professores e orientador pelas valiosas contribuições dadas durante todo o processo cuja
dedicação e atenção foram essenciais para que este trabalho fosse concluído satisfatóriamente. Aos meus
colegas do curso de Engenharia Civil pela oportunidade do convívio e pela cooperação mútua durante
estes anos, pelas trocas de ideias e ajuda, juntos conseguimos avançar e ultrapassar todos os obstáculos
.
Também quero agradecer à Universidade Metodista de Angola e o seu corpo docente que demonstrou
estar comprometido com a qualidade e excelência do ensino. E aos funcionários que contribuiram directa e
indirectamente para a conclusão deste trabalho.
Agradeço a todos pelos seus feitos. Não há no mundo, exagero mais belo que a gratidão!
.
ABSTRACT
Keywords:
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Esquema transversal do pavimento (Manual de Pavimentação do DNIT, 2006).20
Figura 2 ? Pavimentos rígido em rodovia (ARAÚJO et. al. 2016.)23
Figura 3 ? Camadas de Pavimento Rígido (Neto, 2011)24
Figura 4 ? Placa de concreto sem barra de transferência (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)27
Figura 5 ? Placa de concreto com barra de transferência (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)27
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Tipos de sub-bases para pavimentos rígidos (Adaptado de DNIT, 2005.)25
Tabela 2 - Análise comparativa entre os Pavimentos Rígido e Flexível (Silva et al. 2018)30
Tabela 3 ? Tipos de cimento para pavimentação rígida (Autoria)34
Tabela 4 - Diâmetro das barras de transferência (DNIT 2005)37
Tabela 5 ? Factores de segurança para as cargas FSC (DNIT 2005)42
Tabela 6 - Quantitativo de veículos (manhã)51
Tabela 7 - Quantitativo de veículos (tarde)52
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO16
1.1. SITUAÇÃO PROBLEMA18
1.2. OBJECTIVOS19
1.2.1. Objectivo Geral19
4. CASO DE ESTUDO43
4.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO43
4.1.1. Dimensões da via em estudo48
4.1.2. Caracteristicas do solo50
4.1.3. Caracteristica do tráfego51
4.1.4. Condições climáticas local52
1. INTRODUÇÃO
A infraestrutura de transporte desempenha um papel fundamental no desenvolvimento socio econômico
em Angola, proporcionando mobilidade, conectividade e acessibilidade às pessoas e mercadorias. Dentre
os diversos elementos que compõem uma via, o pavimento desempenha um papel crucial na garantia de
uma superficie segura e durável para o tráfego de veículos. Com a abertura ou melhoria de uma rodovia
gera um maior fluxo de veículos e pessoas que consequentemente irão movimentar comércios e indústrias
aumentando o giro de capital nessa região.
Em Angola, os investimentos em infraestrutura têm desempenhado um papel significativo no seu
desenvolvimento. Com a expansão da rede rodoviária do país, é essencial que os pavimentos sejam
projectados e dimensionados correctamente para suportar as demandas de tráfego, as condições
climáticas locais e as caracteristicas do solo.
No contexto dos pavimentos, existem duas principais categorias: pavimentos flexíveis e pavimentos rígidos
. Enquanto os pavimentos flexíveis, como asfaltos, têm sido amplamente utilizados nas vias urbanas e
rodovias no país, os pavimentos rígidos, como o concreto armado, têm ganhado crescente importância
devido às suas vantagens em termos de durabilidade, resistência e manutenção.
O pavimento rígido é caracterizado por sua alta resistência e capacidade de suportar cargas pesadas ao
longo do tempo. Em regiões urbanas densamente povoadas, como a Urbanização Nova Vida, onde o
tráfego de veículos é intenso e as condições climáticas podem variar consideravelmente, é essencial
avaliar e projectar adequadamente os pavimentos rígidos para garantir sua integridade e desempenho
duradouros.
A análise e dimensionamento de pavimento são etapas cruciais no projecto de uma via. Essas actividades
envolvem a determinação das espessuras adequadas das camadas do pavimento, levando em
consideração as caracteristicas do tráfego esperado, as propriedades do solo e os requisitos de
desempenho. Além disso, é necessário considerar factores como a distribuição de cargas, temperatura
ambiente e variações climáticas, que podem afectar significativamente o comportamento do pavimento
rígido ao longo de sua vida útil.
O objectivo deste trabalho é apresentar uma análise e dimensionamento de pavimento rígido em uma
zona urbana, buscando compreender os princípios e métodos envolvidos nesse processo. Serão
abordados os conceitos teóricos fundamentais, as normas técnicas relevantes, as técnicas de ensaio
utilizadas para caracterização dos materiais, bem como os modelos analíticos e computacionais
empregados para o dimensionamento estrutural. Além disso, serão discutidas as principais considerações
relacionadas à vida útil do pavimento rígido, incluindo aspectos de manutenção, reabilitação e durabilidade
. Serão apresentados estudos de caso e exemplos práticos que ilustram a aplicação dos métodos de
análise e dimensionamento em situações reais.
A importância desse estudo reside na necessidade de garantir a qualidade e a segurança das vias
urbanas do Nova Vida, bem como a economia de recursos financeiros, evitando desperdícios com
manutenções e reparos constantes. Por fim, espera-se que este trabalho contribua para o aprimoramento
dos conhecimentos e técnicas empregadas no projecto de pavimentos rígidos, fornecendo subsídios para
a tomada de decisões mais seguras e eficientes no que diz respeito à infraestrutura viária, e servir de base
para futuros projectos de pavimentação em áreas urbanas semelhantes em Luanda e em outras regiões
do país.
1.2. OBJECTIVOS
1.2.1. Objectivo Geral
Analisar e dimensionar um pavimento rígido de acordo com as normas e regulamentos, e proporcionar
uma solução viável econômica para a construção de vias garantindo a segurança, a funcionalidade e a
durabilidade da obra.
1.2.2. Objectivos Específicos
O presente trabalho limitou-se aos seguintes pontos:
Realizar a coleta de dados necessários para o projecto;
Estudar as normas e regulamentos técnicos relativo as condições semelhantes de país;
Efectuar os cálculos para o dimensionamento do pavimento e viabilizar a economia da obra;
Apresentar e discutir os resultados do trabalho de forma ilustrativa.
1.3. JUSTIFICATIVO
Por que o Pavimento de Rígido? Analisando o pavimento de betão em relação ao pavimento existente, ele
possui maior vida útil, baixo custo de operação e manutenção, custo inicial competitivo, economia de
energia e de combustível, resistente ao fogo, menor área de frenagem, maior segurança para os usuários.
O projeto de um pavimento de betão é realizado com métodos consagrados que buscam principalmente o
desempenho ótimo estrutural. O seu objetivo é que suas obras sejam duradouras, que sigam as
especificações técnicas e que cumpram a viabilidade econômica requerida (ABCP,2012).
1.4. METODOLOGIA DO TRABALHO
A metodologia deste trabalho envolverá a coleta de dados sobre o tráfego local, a realização de ensaios
geotécnicos para caracterização do solo, o estudo de normas e regulamentos técnicos, a aplicação de
métodos de análise e dimensionamento de pavimentos rígidos e a realização de análises econômicas
comparativas. Serão considerados estudos de caso e simulações para avaliar a viabilidade e eficácia das
soluções propostas. Espera-se que os resultados deste estudo contribuam para a melhoria da
infraestrutura viária na Urbanização Nova Vida, fornecendo orientações técnicas.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 CONCEITOS SOBRE PAVIMENTO
O Pavimento é uma estrutura de múltiplas camadas em espessuras finas, ela é construída sobre uma
superfície final de terraplenagem em que diferentes materiais com resistências e deformabilidades são
postos em contato, destinada técnica e economicamente a resistir aos esforços provenientes do tráfego de
veículos, a oferecer aos usuários melhoria nas condições de rolamento, economia, conforto e segurança.
(BERNUCCI, 2008).
O pavimento é uma estrutura não perene de diferentes materiais compactados a partir do subleito do
corpo estradal, apropriado para atender estruturalmente ao tráfego, com durabilidade e ao mínimo custo
possível, considerados diferentes horizontes para serviços de manutenção preventiva, corretiva e de
reabilitação, obrigatórios (FERREIRA, 2018). Na figura 1 é possível analisar as camadas existentes no
pavimento em geral, através da secção transversal do mesmo.
atendem às solicitações de tráfego de forma divergente do flexível devido sua formação e materiais
utilizados nas mesmas, como ilustradas na figura 03 (NETO, 2011).
Subleito
Neto (2011) descreve que o subleito é o terreno ao qual será construída a estrutura do pavimento,
absorvendo as cargas aplicadas sobre a mesma e proporcionando suporte para manter a via estática,
tendo a mesma designação para o pavimento rígido e flexível. Esta camada deve oferecer características
necessárias ao suporte do pavimento, podendo sofrer tratamento especial para alcançar tais fins
(FERREIRA, 2018), porém para o pavimento rígido, segundo Neto (2011), o reforço de subleito pode ser
considerado inexistente, dado que a camada de sub-base pode suprir essas necessidades.
Regularização do Subleito
Esta camada de regularização oferece as mesmas características para ambos os métodos de
pavimentação, que consiste em uma camada de espessura irregular de aterro ou corte compactado com a
finalidade de garantir ao subleito as características geométricas transversais e longitudinais de projeto
para a via, evitando gastos desnecessários com subleitos irregulares que apresentem alta resistência
(Senço, 1997).
Sub-base
De acordo com o Manual de Pavimento Rígido - MPR - (DNIT, 2005), a prática atual no projeto de
pavimentos rígidos tem sido a intercalação de uma sub-base entre a placa de betão e o subleito. A
camada de sub-base, ainda segundo o manual, é definida uma camada de espessura delgada que tem
como função uniformizar o suporte disponível ao longo da faixa do pavimento, evitar os efeitos das
mudanças excessivas de volume dos solos do subleito e eliminar a ocorrência do fenômeno de
bombeamento de finos plásticos, porventura presentes no solo de fundação, quando da presença de água
em excesso e cargas pesadas.
DNIT (2005) indica ainda que além de não bombeáveis, as sub-bases sob as placas de betão, não devem
ser consolidáveis, recomendanda-se para tanto que ela seja pouco espessa. Os tipos de sub-bases para
pavimentos rígidos podem ser classificados conforme a Tabela 1.
Base e Revestimento
Devido as suas características de resistência e estabilidade, as placas de betão desempenham as funções
de duas camadas, a de revestimento e a de base, eliminando a necessidade de uma camada diferenciada
(NETO, 2011). Esta parte superior do pavimento pode ser realizada de diversas formas, dependendo do
dimensionamento adequado a cada situação encontrada em campo. Os tipos de pavimentos são descritos
no item a seguir.
Existem diversas técnicas usadas para a implantação de pavimentos rígidos, em função dos materiais
constituintes e da sua função estrutural, como pré-moldados ou as produções in loco, onde cada proposta
apresenta as suas particularidades de projeto, execução, operação e manutenção, alguns dos mais
utilizados são:
a) Pavimento de betão simples: Pavimento de cimento Portland no qual as tensões solicitantes são
combatidas somente pelo próprio betão, e que não contém nenhum tipo de armadura distribuída, pois,
mesmo sem armaduras suporta os esforços de tracção na flexão. Possui, também, juntas espaçadas, que
controlam a fissuração devida à retracção, ao empenamento e à dilatação térmica. (NBR 7583, ABNT,
1986, p.2). A Figura 4 apresenta uma placa de betão ou concreto simples.
Figura 4 ? Placa de concreto sem barra de transferência (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)
b) Pavimento de betão armado: Funciona em modo de compressão no banzo comprimido, porém sem
sofrer esmagamento. Contém armaduras de tracção para suportar esses esforços. Possui também juntas
para controle de retracção, entretanto, são mais espaçadas do que no Pavimento de betão simples. A
Figura 5 apresenta uma placa de betão armado. (Manual de Pavimentos Rígidos, 2004, p. 138);
Figura 5 ? Placa de concreto com barra de transferência (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)
c) Pavimento de betão protendido: Principalmente utilizado, quando há tráfego com muita intensidade.
Admite a execução de placas com grandes dimensões, espessuras menores e sem a necessidade das
juntas de contração. Porém, exige alta resistência do betão a compressão, por conta das forças iniciais de
protensão, empregado principalmente em pavimentos de aeroportos e pisos industriais pesados. (SILVA; e
VIEIRA, 2014,p. 18);
d) Pavimento com fibras: Pavimento composto de placas de betão com adição de fibras de aço ou
poliméricas. Apresenta maior resistência à fissuração, ao impacto e ao desgaste, além de possuir maior
ductilidade. (SILVA; e VIEIRA, 2014,p. 18);
e) Whitetopping: Constitui na construção de uma placa de betão de cimento Portland sobre um pavimento
asfáltico existente, em substituição a prática comum que inclui a demolição e construção de uma nova.
(SILVA e VIEIRA, 2014,p. 18);
f) Placas de betão pré-moldadas: São utilizadas em dois casos: na concepção de novos pavimentos ou na
manutenção dos já existentes, atuando na substituição das placas danificadas. Elas devem conter
armaduras e elevada resistência, pois serão alçadas, carregadas e transportadas. Apresentaram-se como
uma saída para as adversidades com o trânsito, geradas por conta dos serviços de reestruturação in loco
das placas de betão. (Manual de Pavimentos Rígidos, 2004, p. 155);
estrutura (SILVA, 2018). Como possui grande durabilidade, outra vantagem da pavimentação é a baixa
manutenção, reduzindo também o risco de acidentes.
A coloração clara do betão facilita a reflexão da luz, aumentando a distância de visibilidade de quem
trafega pela via, principalmente à noite e em dias chuvosos. Isso se reflete também em economia na
iluminação pública, segundo SILVA (2018) Permite até 30% de economia nas despesas de iluminação da
via.
Com uma inclinação transversal menor que nos pavimentos asfálticos, na ordem de duas a três vezes, o
betão é mais resistente a derrapagem que os revestimentos flexíveis, reduzindo a possibilidade de
tombamento do veículo. O escoamento da água acontece com maior velocidade que nos pavimentos
asfálticos, diminuindo o risco de aquaplanagem dos veículos. Permite também a redução da distância de
frenagem devido à boa aderência entre os pneus e a superfície de rolamento.
O pavimento rígido oferece um menor custo social àqueles relacionados diretamente aos usuários da via
como, por exemplo, custo operacional do veículo, tempo gasto em viagens e conforto. Devido ao fato de a
pavimentação rígida sofrer baixas deformações, ela não sofre com aparecimento de buracos e trilhas de
rodas, causando desconforto e maior gasto com manutenção dos veículos aos usuários da via e oferece
economia de combustível.
Segundo SILVA (2018) a razão para essa economia, que pode chegar até 17%, está no fato da superfície
ser rígida e não deformar. Isso cria menor resistência ao rolamento, exigindo menor esforço da parte
mecânica dos veículos. Consequentemente a emissão de gases poluentes como o monóxido de carbono é
diminuída, tornando o pavimento rígido ambientalmente correto.
Resiste a ataques químicos (óleos, graxas, combustíveis). Ainda de acordo com SILVA (2018), a
inexistência do fenômeno de lixiviação no betão, não promove a ocorrência de águas percoladas capazes
de contaminar o lençol freático ou de águas superficiais capazes de contaminar cursos d?água.
O custo do pavimento rígido torna-se favorável comparado ao pavimento em asfalto, quando se leva em
conta o seu ciclo de vida útil mínima de 20 anos, devido ao seu baixo custo de manutenção em relação
aos flexíveis, que além de terem menor vida útil, cerca de 10 anos, exigem gastos elevados com
conservação.
O pavimento rígido distribui de forma mais uniforme as tensões provenientes do tráfego, sendo boa parte
absorvida pelo próprio revestimento de betão, transmitindo menos esforços para as camadas inferiores ao
revestimento.
Portanto, o pavimento rígido é a melhor alternativa para situações de tráfego pesado e intenso, como
corredores de ônibus e rodovias com alto fluxo de veículos pesados.
Figura 7 - Comparativo da coloração nos pavimentos. Fonte: ARAÚJO et. al. (2016).
A distribuição de tensões na pavimentação rígida dá-se de forma bem diferentes dos pavimentos flexíveis,
como ilustrado na Figura 8. Na pavimentação asfáltica a transmissão das cargas verticais provenientes do
tráfego se distribui em uma pequena área do pavimento, devido à flexibilidade do revestimento asfáltico,
transmitindo uma grande parcela dos esforços para camadas adjacentes. Já nos pavimentos rígidos,
devido à maior rigidez do betão, as cargas verticais se distribuem em uma área maior, ocasionando um
alívio de tensões nas camadas abaixo do revestimento, precisando de uma quantidade menor de camadas
na estrutura quando comparado a estrutura dos pavimentos flexíveis.
Figura 8 - Comparativo das pressões das solicitações nos pavimentos (ARAÚJO et. al. 2016).
Conforme retratado na Figura 8, as solicitações geradas pelas cargas de tráfego são melhor dispersadas
pelos pavimentos rígidos, exigindo assim, menos resistência de sua fundação. Por este motivo, no
dimensionamento do pavimento rígido é dispensada a implantação da camada de reforço de subleito. Já
nos pavimentos flexíveis, as cargas não são tão bem dispersas, o que exige mais de sua fundação. Dessa
forma, os pavimentos flexíveis seriam mais indicados para os solos com maiores resistências, e que não
necessitem de reforço nas camadas de subleito, tornando-o mais simples sua execução (NETO, 2011
apud SILVA et. al., 2018).
Neste capítulo serão abordadas algumas características dos materiais que compõem a solução do
pavimento rígido adotado para a zona de estudo em questão, assim como a análise do método pertinente
e adequado para o dimensionamento do projeto.
apresentam dimensão mínima de 4,8mm ? D ? 75mm, e tem como exemplo o pedregulho natural ou pedra
britada.
Os agregados utilizados para a finalidade da pavimentação rígida diferem dos demais devido à
rigorosidade em sua seleção, exigências e aplicação, isto se deve ao fato de ser necessário para o betão
de pavimentação, que ele tenha maior resistência à tração, menores variações volumétricas, menor
suscetibilidade à fissuração, resistência à fadiga e elevada durabilidade à ação do meio ambiente e à ação
abrasiva do tráfego (DNIT, 2005). A escolha para utilização dos agregados é criteriosa e demanda a
realização de diversos ensaios laboratoriais de caracterização visando averiguar essas características de
extrema importância para o emprego em pavimentos.
elementos finitos na determinação das tensões. Pitta (1998) explica que o método de 1984 considera
como critérios de ruptura a erosão e a fadiga das placas, diferenciando do método apresentado em 1966
que analisa apenas os efeitos de fadiga.
O método do PCA considera as propriedades do betão de cimento Portland, que é o tipo mais comum
utilizado em pavimentos rígidos. Ele também leva em consideração o tráfego esperado na via urbana,
incluindo o tipo de veículos, volume de trafego e carga por eixo. Ele fornece diretrizes para determinar a
espessura adequada das camadas de pavimento com base na capacidade de suporte do solo e na
resistência do betão, considerando o tráfego esperado durante a vida útil do pavimento.
O novo método passa também a ter em conta: a presença ou não de barras de transferência de carga,
analisando o grau de transferência de carga nas juntas transversais, efeitos da existência e contribuição
de acostamentos de betão para melhoria do desempenho da estrutura. Esta contribui para a redução de
tensões e deslocamentos verticais ao longo do bordo livre da placa e impede a penetração lateral de água
. Os critérios de ruptura (fadiga e erosão) são apresentados pelo DNIT (2005)
3.2.1. Fadiga
As tensões de tração por flexão consideradas no cálculo, são as produzidas pela carga tangente à borda
longitudinal; a curva de fadiga alcança valores abaixo da relação de tensões limite de 0,50, o que elimina a
descontinuidade nesse ponto e afasta a possibilidade de acontecer casos irreais de dimensionamento
quanto ao número admissível de solicitações (DNIT, 2005). O critério de fadiga está mostrado na Figura 9 .
3.2.2. Erosão
Entende-se por erosão a perda de material da camada de suporte direto da placa de betão, por acção
combinada da água e da passagem de cargas (principalmente dos eixos múltiplos), dando-se o fato
também nas laterais do pavimento. Os efeitos da erosão manifestam-se sob a forma de deformações
verticais críticas, nos cantos e nas bordas longitudinais das placas, causando escalões ou "degraus" nas
juntas transversais (principalmente se elas foram desprovidas de barras de transferência), podendo ser
ambas as ocorrências causadas por bombeamento, formação de vazios sob a placa e perda de suporte ou
contato entre a placa e a fundação (DNIT, 2005).
O fator de erosão mede o poder que uma certa carga tem de produzir a deformação vertical da placa e seu
valor é expresso pela letra P. Segundo Pitta (1998 ), o fator de erosão provém de dados experimentais
que apresentaram um índice de serventia final igual a 3,0, que é um valor relativamente alto, o que
provoca uma tendência ao superdimensionamento, obtendo a seguinte expressão:
Onde:
P = fator de erosão;
p = pressão vertical exercida na fundação sob o canto da placa, em psi;
O escalonamento é conhecido como os danos pela formação de degraus nas juntas transversais, e sub-
bases estáveis associadas a erosão. Ela é representada pela expressão:
Onde:
N = número admissível de passagens da força;
P = fator de erosão;
C1 = constante de ajustamento relacionada ao tipo de sub-base, igual a 1,0 se granular e cerca de 0,9 se
tratada com cimento.
Onde:
?? = seção de barras de aço necessária, por metro de comprimento da junta considerada, em cm²/m;
? = distância entre a junta considerada e a junta ou borda livre mais próxima em m;
? = coeficiente de atrito entre a placa e o subleito ou sub-base, que pode variar de 1,5 a 2,0, sendo
geralmente tomado como 1,5;
?? = massa específica do betão, igual a 24000N/m²;
? = Espessura da placa em metros;
? = tensão admissível no aço, em geral 2/3 da tensão do escoamento, em MPa.
Ainda de acordo com o DNIT - Manual de Pavimentos Rígidos ? 2ª Edição ? 2004, o dimensionamento do
comprimento da barra de ligação, necessário para assegurar a sua aderência ao betão, considerando uma
tensão máxima de aderência aço-betão de 2,5MPa, é dado pela Equação 2:
Onde:
? = comprimento de uma barra de ligação, em cm;
? = diâmetro da barra de ligação, em cm;
?? = tensão de aderência entre o aço e o betão, em geral tomada igual a 2,45Mpa
7,5 = margem de segurança, prevendo-se uma possível descentralização da barra, em cm.
No dimensionamento da espessura das placas, são considerados os fatores de segurança para as cargas
, (FSC), com a finalidade de compensar as possíveis deficiências de avaliação da grandeza das cargas
solicitantes e da projeção do tráfego. Os fatores podem ser adotados de acordo com figura abaixo:
Tabela 5 ? Factores de segurança para as cargas FSC (DNIT 2005)
4. CASO DE ESTUDO
4.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
A Urbanização Nova Vida está localizada na região leste de Luanda, propriamente no município do
Kilamba Kiaxi. A falta de planeamento urbano e a ausência de políticas habitacionais resultaram na
formação de bairros informais, conhecidos como musseques, que se espalharam por toda a cidade. Em
resposta a essa situação, o governo angolano implementou um programa de urbanização para minimizar o
problema habitacional na cidade de Luanda. A Urbanização Nova Vida que surgiu como parte desse
programa, é um dos empreendimentos habitacionais mais ambiciosos das ultimas décadas. O projecto
teve início em 2003 após o fim da guerra em 2002, tendo sido inicialmente projectada a construção de
cerca de 2.500 Habitações.
enquanto outras necessitam de manutenção frequente, a grande maioria pavimentada com asfalto. A
Urbanização precisa urgentemente de uma intervenção para recuperar a boa imagem a que habituou os
seus moradores desde a sua criação.
Figura 12 ? Localização do trecho em estudo via satélite (Fonte: Google Maps, 2023)
Figura 13 ? Localização do trecho em estudo via drone (Fonte: Vlogs do primata, 2022)
É uma via urbana a qual o pavimento necessita de reparos regularmente, devido ao fluxo de veículos que
nela percorrem por ser acesso á empresas de grande porte e universidade. Nela é possível encontrar
diversas irregularidades e defeitos recorrentes, tais como: afundamentos, panelas, acúmulo de água e
deslocamentos das pedras.
Relatos feitos por moradores da zona afirmam que esta situação já se vive a mais de três anos e
infelizmente desconhecem o motivo que está na base da patologia das estradas. Lamentam ainda que
uma urbanização que foi erguida com fundos públicos esteja a degradar aos olhos de quem é de direito. A
falta de qualidade do asfalto e a forma em que foram construídas as estradas ou, também, pela falta de
manutenção das mesmas, algumas patologias surgem em pequenas proporções e, depois de três
semanas ou menos, dependendo da intensidade do trânsito ou das chuvas, elas começam a se tornar tão
grandes que acabam comprometendo a via.
Segundo alguns condutores, as estradas da Urbanização pra eles são um grande tormento e desconforto,
e isso obriga eles a violar as regras de trânsito. Devido as constantes degradações acentuadas que a
estrada apresenta, com buracos, rachaduras e outras falhas significativas, os condutores optam por utilizar
o passeio para contornar o tráfego e seguir adiante afím de não danificar os seus automóveis e também
para não causar muita demora no trajecto quando a via estiver congestionada.
Após a avaliação do pavimento existente e com as constantes reclamações do estado da via por parte dos
condutores e moradores, pelo facto do pavimento estar muito prejudicado e com pouca manutenção, foi
constatada a necessidade de realização para reconstrução de uma nova estrutura de pavimento no local,
sendo ele rígido devido a vários factores acima citados. A realização de obra para recuperar a qualidade
da via será necessária, e para esse caso será utilizado o processo de cálculo de projeto básico, para o
dimensionamento de novo pavimento, e orçamento explicitado no capitulo a seguir.
Tipos de cimentoEspecificações
Cimento Portland ComumTipo CPI (NBR 5732)
Cimento Portland CompostoTipo CPII (NBR11578)
Cimento Portland de Alto FornoTipo CPIII (NBR 5735)
Cimento Portland PozolânicoTipo CPIV (NBR 5736)
Tipo de PavimentoFSC
- Para ruas com tráfego com pequena porcentagem de caminhões e pisos em condições semelhantes de
tráfego (estacionamentos, por exemplo)- Para estradas e vias com moderada frequência de caminhões
1,01,1
- Para altos volumes de caminhões- Pavimentos que necessitem de um desempenho acima do normal
1,2Até 1,5
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LUANDA
2023
UNIVERSIDADE METODISTA DE ANGOLA
FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITECTURA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
LUANDA
2023
CLÁUDIO FRANCISCO BARTOLOMEU
LUANDA
2023
CLÁUDIO FRANCISCO BARTOLOMEU
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________________
Prof. Joanilson Tambu ? Eng. ? (UMA) ? Orientador
_____________________________________________________________
Prof. Herman Dumby ? Eng. ? (UMA) ? Director do Curso de Eng. Civil
_____________________________________________________________
Prof. Deodato Mariata ? Eng. ? (UMA) ? Director do Curso de Eng. Ambiental
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a mim por não saber desistir e em especial aos meus pais, pilares da minha
formação como ser humano, os dois maiores incentivadores das realizações dos meus objectivos.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a Deus pela força e o dom que me deu nesta existência, por sempre me
mostrar o caminho certo e por me proporcionar disciplina e resiliência durante toda a minha vida, através
da ajuda da Inteligência Infinita de Deus que este trabalho foi concluído de forma satisfatória. Agradeço
aos meus familiares que sempre me apoiaram especialmente aos meus pais António B. Sebastião e Isabel
F. Contreiras que com as dificuldades da vida conseguiram-me guiar até a maturidade mental e espiritual,
pelo apoio e incentivo em todas as áreas da minha vida que serviram de alicerce para as minhas
realizações, e por sempre acreditarem que eu serei capaz de superar os obstáculos que a vida me
apresentar.
Aos meus queridos irmãos Dionísio, Diamantino, Nelsa, Gildo, Sebastião e Isabel pelo apoio incondicional
e atenção dedicada quando sempre precisei, por me fazerem ter confiança nas minhas decisões. Aos
meus queridos sobrinhos pela amizade e momentos descontraídos, a todos os meus amigos e
companheiros que fiz ao longo deste árduo percurso e que juntos partilhamos vários momentos, na UMA
em especial ao Victorino, Florivaldo, Edson, Márcia e Joselito por quem expresso respeito e admiração, e
a todos que de forma directa ou indirecta fizeram parte desta caminhada: Mufucadas, Tatiana, Gil, Milagrú
, Bruna, entre outros.
Aos meus professores e orientador pelas valiosas contribuições dadas durante todo o processo cuja
dedicação e atenção foram essenciais para que este trabalho fosse concluído satisfatóriamente. Aos meus
colegas do curso de Engenharia Civil pela oportunidade do convívio e pela cooperação mútua durante
estes anos, pelas trocas de ideias e ajuda, juntos conseguimos avançar e ultrapassar todos os obstáculos
.
Também quero agradecer à Universidade Metodista de Angola e o seu corpo docente que demonstrou
estar comprometido com a qualidade e excelência do ensino. E aos funcionários que contribuiram directa e
indirectamente para a conclusão deste trabalho.
Agradeço a todos pelos seus feitos. Não há no mundo, exagero mais belo que a gratidão!
.
ABSTRACT
Keywords:
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Esquema transversal do pavimento (Manual de Pavimentação do DNIT, 2006).20
Figura 2 ? Pavimentos rígido em rodovia (ARAÚJO et. al. 2016.)23
Figura 3 ? Camadas de Pavimento Rígido (Neto, 2011)24
Figura 4 ? Placa de concreto sem barra de transferência (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)27
Figura 5 ? Placa de concreto com barra de transferência (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)27
Figura 6 ? Placa de concreto protendido (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)28
Figura 7 - Comparativo da coloração nos pavimentos. Fonte: ARAÚJO et. al. (2016).31
Figura 8 - Comparativo das pressões das solicitações nos pavimentos (ARAÚJO et. al. 2016).31
Figura 9 ? Curvas de fadiga (DNIT 2005).39
Figura 10 ? Urbanização Nova Vida (Fonte: Pubvision, 2022.)43
Figura 11 ? Patologias na estrada da Urbanização44
Figura 12 ? Localização do trecho em estudo via satélite (Fonte: Google Maps, 2023)45
Figura 13 ? Localização do trecho em estudo via drone (Fonte: Vlogs do primata, 2022)45
Figura 14 ? Patologias na estrada em estudo46
Figura 15 ? Patologias na estrada em estudo46
Figura 16 ? Patologias na estrada em estudo47
Figura 17 ? Troço 1 (Fonte: Google Maps, 2023.)48
Figura 18 ? Troço 2 (Fonte: Google Maps, 2023.)48
Figura 19 ? Detalhe das dimensões de largura no troço 149
Figura 20 ? Detalhe das dimensões de largura no troço 249
Figura 21 ? Patologias na estrada em estudo50
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Tipos de sub-bases para pavimentos rígidos (Adaptado de DNIT, 2005.)25
Tabela 2 - Análise comparativa entre os Pavimentos Rígido e Flexível (Silva et al. 2018)30
Tabela 3 ? Tipos de cimento para pavimentação rígida (Autoria)34
Tabela 4 - Diâmetro das barras de transferência (DNIT 2005)37
Tabela 5 ? Factores de segurança para as cargas FSC (DNIT 2005)42
Tabela 6 - Quantitativo de veículos (manhã)51
Tabela 7 - Quantitativo de veículos (tarde)52
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO16
1.1. SITUAÇÃO PROBLEMA18
1.2. OBJECTIVOS19
1.2.1. Objectivo Geral19
1.2.2. Objectivos Específicos19
1.3. JUSTIFICATIVO19
1.4. METODOLOGIA DO TRABALHO19
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA20
2.1 CONCEITOS SOBRE PAVIMENTO20
2.1.1. Histórico de pavimentos rodoviários em angola21
2.1.2. Classificação dos pavimentos22
2.2. PAVIMENTO RÍGIDO22
2.2.1. Estrutura do pavimento rígido24
2.2.2. Tipos de pavimento rígido26
2.2.3. Vantagens do pavimento rígido28
2.2.4. Análise comparativa entre pavimentos rígidos e flexíveis30
3. BASES PARA ELABORAÇÃO DO PROJECTO33
3.1. MATERIAIS UTILIZADOS NO PAVIMENTO RÍGIDO33
3.1.1. Estudo do Cimento Portland33
3.1.2. Estudo dos Agregados34
3.1.3. Estudo da Água de Amassamento35
3.1.4. Estudo dos Aditivos36
3.1.5. Estudo dos Selantes de Juntas36
3.1.6. Barras de transferência37
3.2. MÉTODO PARA O DIMENSIONAMENTO DO PROJECTO38
3.2.1. Fadiga38
3.2.2. Erosão39
3.2.3. Acostamento de betão40
3.2.4. Barras de ligação41
3.2.5. Fator de Segurança42
4. CASO DE ESTUDO43
4.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO43
4.1.1. Dimensões da via em estudo48
4.1.2. Caracteristicas do solo50
4.1.3. Caracteristica do tráfego51
4.1.4. Condições climáticas local52
1. INTRODUÇÃO
A infraestrutura de transporte desempenha um papel fundamental no desenvolvimento socio econômico
em Angola, proporcionando mobilidade, conectividade e acessibilidade às pessoas e mercadorias. Dentre
os diversos elementos que compõem uma via, o pavimento desempenha um papel crucial na garantia de
uma superficie segura e durável para o tráfego de veículos. Com a abertura ou melhoria de uma rodovia
gera um maior fluxo de veículos e pessoas que consequentemente irão movimentar comércios e indústrias
aumentando o giro de capital nessa região.
Em Angola, os investimentos em infraestrutura têm desempenhado um papel significativo no seu
desenvolvimento. Com a expansão da rede rodoviária do país, é essencial que os pavimentos sejam
projectados e dimensionados correctamente para suportar as demandas de tráfego, as condições
climáticas locais e as caracteristicas do solo.
No contexto dos pavimentos, existem duas principais categorias: pavimentos flexíveis e pavimentos rígidos
. Enquanto os pavimentos flexíveis, como asfaltos, têm sido amplamente utilizados nas vias urbanas e
rodovias no país, os pavimentos rígidos, como o concreto armado, têm ganhado crescente importância
devido às suas vantagens em termos de durabilidade, resistência e manutenção.
O pavimento rígido é caracterizado por sua alta resistência e capacidade de suportar cargas pesadas ao
longo do tempo. Em regiões urbanas densamente povoadas, como a Urbanização Nova Vida, onde o
tráfego de veículos é intenso e as condições climáticas podem variar consideravelmente, é essencial
avaliar e projectar adequadamente os pavimentos rígidos para garantir sua integridade e desempenho
duradouros.
A análise e dimensionamento de pavimento são etapas cruciais no projecto de uma via. Essas actividades
envolvem a determinação das espessuras adequadas das camadas do pavimento, levando em
consideração as caracteristicas do tráfego esperado, as propriedades do solo e os requisitos de
desempenho. Além disso, é necessário considerar factores como a distribuição de cargas, temperatura
ambiente e variações climáticas, que podem afectar significativamente o comportamento do pavimento
rígido ao longo de sua vida útil.
O objectivo deste trabalho é apresentar uma análise e dimensionamento de pavimento rígido em uma
zona urbana, buscando compreender os princípios e métodos envolvidos nesse processo. Serão
abordados os conceitos teóricos fundamentais, as normas técnicas relevantes, as técnicas de ensaio
utilizadas para caracterização dos materiais, bem como os modelos analíticos e computacionais
empregados para o dimensionamento estrutural. Além disso, serão discutidas as principais considerações
relacionadas à vida útil do pavimento rígido, incluindo aspectos de manutenção, reabilitação e durabilidade
. Serão apresentados estudos de caso e exemplos práticos que ilustram a aplicação dos métodos de
1.2. OBJECTIVOS
1.2.1. Objectivo Geral
Analisar e dimensionar um pavimento rígido de acordo com as normas e regulamentos, e proporcionar
uma solução viável econômica para a construção de vias garantindo a segurança, a funcionalidade e a
durabilidade da obra.
1.2.2. Objectivos Específicos
O presente trabalho limitou-se aos seguintes pontos:
Realizar a coleta de dados necessários para o projecto;
Estudar as normas e regulamentos técnicos relativo as condições semelhantes de país;
Efectuar os cálculos para o dimensionamento do pavimento e viabilizar a economia da obra;
Apresentar e discutir os resultados do trabalho de forma ilustrativa.
1.3. JUSTIFICATIVO
Por que o Pavimento de Rígido? Analisando o pavimento de betão em relação ao pavimento existente, ele
possui maior vida útil, baixo custo de operação e manutenção, custo inicial competitivo, economia de
energia e de combustível, resistente ao fogo, menor área de frenagem, maior segurança para os usuários.
O projeto de um pavimento de betão é realizado com métodos consagrados que buscam principalmente o
desempenho ótimo estrutural. O seu objetivo é que suas obras sejam duradouras, que sigam as
especificações técnicas e que cumpram a viabilidade econômica requerida (ABCP,2012).
1.4. METODOLOGIA DO TRABALHO
A metodologia deste trabalho envolverá a coleta de dados sobre o tráfego local, a realização de ensaios
geotécnicos para caracterização do solo, o estudo de normas e regulamentos técnicos, a aplicação de
métodos de análise e dimensionamento de pavimentos rígidos e a realização de análises econômicas
comparativas. Serão considerados estudos de caso e simulações para avaliar a viabilidade e eficácia das
soluções propostas. Espera-se que os resultados deste estudo contribuam para a melhoria da
infraestrutura viária na Urbanização Nova Vida, fornecendo orientações técnicas.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 CONCEITOS SOBRE PAVIMENTO
O Pavimento é uma estrutura de múltiplas camadas em espessuras finas, ela é construída sobre uma
superfície final de terraplenagem em que diferentes materiais com resistências e deformabilidades são
postos em contato, destinada técnica e economicamente a resistir aos esforços provenientes do tráfego de
veículos, a oferecer aos usuários melhoria nas condições de rolamento, economia, conforto e segurança.
(BERNUCCI, 2008).
O pavimento é uma estrutura não perene de diferentes materiais compactados a partir do subleito do
corpo estradal, apropriado para atender estruturalmente ao tráfego, com durabilidade e ao mínimo custo
possível, considerados diferentes horizontes para serviços de manutenção preventiva, corretiva e de
reabilitação, obrigatórios (FERREIRA, 2018). Na figura 1 é possível analisar as camadas existentes no
pavimento em geral, através da secção transversal do mesmo.
Sobre tudo, existem diversos tipos de pavimentos diferenciados pelo material empregado na sua
constituição. Quando expostos ao tráfego, as condições climáticas e outros desgastes, cada tipo reagirá
com um comportamento peculiar, alguns resistirão por mais tempo enquanto os outros apresentarão
patologias em pouco tempo de uso. As estruturas de pavimento são projetadas para resistirem a
quantidade de solicitações de carga dentro do período de projeto, sem que ocorram danos estruturais
inaceitáveis e previstos. Os principais danos considerados são a deformação permanente e a fadiga. Para
se dimensionar devidamente uma estrutura de pavimento, deve-se conhecer bem as propriedades dos
materiais que a compõem, sua resistência à ruptura, deformabilidade e permeabilidade sobre a repetição
de carga e ao efeito do clima. (BERNUCCI et al., 2006, p.339).
O pavimento rodoviário tradicionalmente é classificado entre três tipos: Flexíveis (pavimento asfálticos),
Semirrígidos (mistura de betão e asfalto) e Rígidos (pavimento de betão). No entanto, recentemente há
uma tendência em usar a nomenclatura de betão de cimento Portland (ou ainda betão-cimento) e
pavimentos asfálticos, para indicar qual tipo de revestimento é o utilizado (BERNUCCI et al., 2008).
camadas. Exemplo típico: pavimento constituído por uma base de brita ou de solo pedregulhoso, revestida
por uma camada asfáltica.
? Semi-Rígido: caracteriza-se por uma base cimentada por algum aglutinante com propriedades
cimentícias como por exemplo, por uma camada de solo cimento revestida por uma camada asfáltica.
? Rígido: aquele em que o revestimento tem uma elevada rigidez em relação às camadas inferiores e,
portanto, absorve praticamente todas as tensões provenientes do carregamento aplicado. Exemplo típico:
pavimento constituído por lajes de betão de cimento Portland.
Subleito
Neto (2011) descreve que o subleito é o terreno ao qual será construída a estrutura do pavimento,
absorvendo as cargas aplicadas sobre a mesma e proporcionando suporte para manter a via estática,
tendo a mesma designação para o pavimento rígido e flexível. Esta camada deve oferecer características
necessárias ao suporte do pavimento, podendo sofrer tratamento especial para alcançar tais fins
(FERREIRA, 2018), porém para o pavimento rígido, segundo Neto (2011), o reforço de subleito pode ser
considerado inexistente, dado que a camada de sub-base pode suprir essas necessidades.
Regularização do Subleito
Esta camada de regularização oferece as mesmas características para ambos os métodos de
pavimentação, que consiste em uma camada de espessura irregular de aterro ou corte compactado com a
finalidade de garantir ao subleito as características geométricas transversais e longitudinais de projeto
para a via, evitando gastos desnecessários com subleitos irregulares que apresentem alta resistência
(Senço, 1997).
Sub-base
De acordo com o Manual de Pavimento Rígido - MPR - (DNIT, 2005), a prática atual no projeto de
pavimentos rígidos tem sido a intercalação de uma sub-base entre a placa de betão e o subleito. A
camada de sub-base, ainda segundo o manual, é definida uma camada de espessura delgada que tem
como função uniformizar o suporte disponível ao longo da faixa do pavimento, evitar os efeitos das
mudanças excessivas de volume dos solos do subleito e eliminar a ocorrência do fenômeno de
bombeamento de finos plásticos, porventura presentes no solo de fundação, quando da presença de água
em excesso e cargas pesadas.
DNIT (2005) indica ainda que além de não bombeáveis, as sub-bases sob as placas de betão, não devem
ser consolidáveis, recomendanda-se para tanto que ela seja pouco espessa. Os tipos de sub-bases para
pavimentos rígidos podem ser classificados conforme a Tabela 1.
Base e Revestimento
Devido as suas características de resistência e estabilidade, as placas de betão desempenham as funções
de duas camadas, a de revestimento e a de base, eliminando a necessidade de uma camada diferenciada
(NETO, 2011). Esta parte superior do pavimento pode ser realizada de diversas formas, dependendo do
dimensionamento adequado a cada situação encontrada em campo. Os tipos de pavimentos são descritos
no item a seguir.
constituintes e da sua função estrutural, como pré-moldados ou as produções in loco, onde cada proposta
apresenta as suas particularidades de projeto, execução, operação e manutenção, alguns dos mais
utilizados são:
a) Pavimento de betão simples: Pavimento de cimento Portland no qual as tensões solicitantes são
combatidas somente pelo próprio betão, e que não contém nenhum tipo de armadura distribuída, pois,
mesmo sem armaduras suporta os esforços de tracção na flexão. Possui, também, juntas espaçadas, que
controlam a fissuração devida à retracção, ao empenamento e à dilatação térmica. (NBR 7583, ABNT,
1986, p.2). A Figura 4 apresenta uma placa de betão ou concreto simples.
Figura 4 ? Placa de concreto sem barra de transferência (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)
b) Pavimento de betão armado: Funciona em modo de compressão no banzo comprimido, porém sem
sofrer esmagamento. Contém armaduras de tracção para suportar esses esforços. Possui também juntas
para controle de retracção, entretanto, são mais espaçadas do que no Pavimento de betão simples. A
Figura 5 apresenta uma placa de betão armado. (Manual de Pavimentos Rígidos, 2004, p. 138);
Figura 5 ? Placa de concreto com barra de transferência (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)
c) Pavimento de betão protendido: Principalmente utilizado, quando há tráfego com muita intensidade.
Admite a execução de placas com grandes dimensões, espessuras menores e sem a necessidade das
juntas de contração. Porém, exige alta resistência do betão a compressão, por conta das forças iniciais de
protensão, empregado principalmente em pavimentos de aeroportos e pisos industriais pesados. (SILVA; e
VIEIRA, 2014,p. 18);
d) Pavimento com fibras: Pavimento composto de placas de betão com adição de fibras de aço ou
poliméricas. Apresenta maior resistência à fissuração, ao impacto e ao desgaste, além de possuir maior
ductilidade. (SILVA; e VIEIRA, 2014,p. 18);
e) Whitetopping: Constitui na construção de uma placa de betão de cimento Portland sobre um pavimento
asfáltico existente, em substituição a prática comum que inclui a demolição e construção de uma nova.
(SILVA e VIEIRA, 2014,p. 18);
f) Placas de betão pré-moldadas: São utilizadas em dois casos: na concepção de novos pavimentos ou na
manutenção dos já existentes, atuando na substituição das placas danificadas. Elas devem conter
armaduras e elevada resistência, pois serão alçadas, carregadas e transportadas. Apresentaram-se como
uma saída para as adversidades com o trânsito, geradas por conta dos serviços de reestruturação in loco
das placas de betão. (Manual de Pavimentos Rígidos, 2004, p. 155);
Figura 7 - Comparativo da coloração nos pavimentos. Fonte: ARAÚJO et. al. (2016).
A distribuição de tensões na pavimentação rígida dá-se de forma bem diferentes dos pavimentos flexíveis,
como ilustrado na Figura 8. Na pavimentação asfáltica a transmissão das cargas verticais provenientes do
tráfego se distribui em uma pequena área do pavimento, devido à flexibilidade do revestimento asfáltico,
transmitindo uma grande parcela dos esforços para camadas adjacentes. Já nos pavimentos rígidos,
devido à maior rigidez do betão, as cargas verticais se distribuem em uma área maior, ocasionando um
alívio de tensões nas camadas abaixo do revestimento, precisando de uma quantidade menor de camadas
na estrutura quando comparado a estrutura dos pavimentos flexíveis.
Figura 8 - Comparativo das pressões das solicitações nos pavimentos (ARAÚJO et. al. 2016).
Conforme retratado na Figura 8, as solicitações geradas pelas cargas de tráfego são melhor dispersadas
pelos pavimentos rígidos, exigindo assim, menos resistência de sua fundação. Por este motivo, no
dimensionamento do pavimento rígido é dispensada a implantação da camada de reforço de subleito. Já
nos pavimentos flexíveis, as cargas não são tão bem dispersas, o que exige mais de sua fundação. Dessa
forma, os pavimentos flexíveis seriam mais indicados para os solos com maiores resistências, e que não
necessitem de reforço nas camadas de subleito, tornando-o mais simples sua execução (NETO, 2011
apud SILVA et. al., 2018).
pavimento rígido adotado para a zona de estudo em questão, assim como a análise do método pertinente
e adequado para o dimensionamento do projeto.
britada.
Os agregados utilizados para a finalidade da pavimentação rígida diferem dos demais devido à
rigorosidade em sua seleção, exigências e aplicação, isto se deve ao fato de ser necessário para o betão
de pavimentação, que ele tenha maior resistência à tração, menores variações volumétricas, menor
suscetibilidade à fissuração, resistência à fadiga e elevada durabilidade à ação do meio ambiente e à ação
abrasiva do tráfego (DNIT, 2005). A escolha para utilização dos agregados é criteriosa e demanda a
realização de diversos ensaios laboratoriais de caracterização visando averiguar essas características de
extrema importância para o emprego em pavimentos.
como critérios de ruptura a erosão e a fadiga das placas, diferenciando do método apresentado em 1966
que analisa apenas os efeitos de fadiga.
O método do PCA considera as propriedades do betão de cimento Portland, que é o tipo mais comum
utilizado em pavimentos rígidos. Ele também leva em consideração o tráfego esperado na via urbana,
incluindo o tipo de veículos, volume de trafego e carga por eixo. Ele fornece diretrizes para determinar a
espessura adequada das camadas de pavimento com base na capacidade de suporte do solo e na
resistência do betão, considerando o tráfego esperado durante a vida útil do pavimento.
O novo método passa também a ter em conta: a presença ou não de barras de transferência de carga,
analisando o grau de transferência de carga nas juntas transversais, efeitos da existência e contribuição
de acostamentos de betão para melhoria do desempenho da estrutura. Esta contribui para a redução de
tensões e deslocamentos verticais ao longo do bordo livre da placa e impede a penetração lateral de água
. Os critérios de ruptura (fadiga e erosão) são apresentados pelo DNIT (2005)
3.2.1. Fadiga
As tensões de tração por flexão consideradas no cálculo, são as produzidas pela carga tangente à borda
longitudinal; a curva de fadiga alcança valores abaixo da relação de tensões limite de 0,50, o que elimina a
descontinuidade nesse ponto e afasta a possibilidade de acontecer casos irreais de dimensionamento
quanto ao número admissível de solicitações (DNIT, 2005). O critério de fadiga está mostrado na Figura 9 .
3.2.2. Erosão
Entende-se por erosão a perda de material da camada de suporte direto da placa de betão, por acção
combinada da água e da passagem de cargas (principalmente dos eixos múltiplos), dando-se o fato
também nas laterais do pavimento. Os efeitos da erosão manifestam-se sob a forma de deformações
verticais críticas, nos cantos e nas bordas longitudinais das placas, causando escalões ou "degraus" nas
juntas transversais (principalmente se elas foram desprovidas de barras de transferência), podendo ser
ambas as ocorrências causadas por bombeamento, formação de vazios sob a placa e perda de suporte ou
contato entre a placa e a fundação (DNIT, 2005).
O fator de erosão mede o poder que uma certa carga tem de produzir a deformação vertical da placa e seu
valor é expresso pela letra P. Segundo Pitta (1998 ), o fator de erosão provém de dados experimentais
que apresentaram um índice de serventia final igual a 3,0, que é um valor relativamente alto, o que
provoca uma tendência ao superdimensionamento, obtendo a seguinte expressão:
Onde:
P = fator de erosão;
p = pressão vertical exercida na fundação sob o canto da placa, em psi;
h = espessura da placa em polegadas;
O escalonamento é conhecido como os danos pela formação de degraus nas juntas transversais, e sub-
bases estáveis associadas a erosão. Ela é representada pela expressão:
Onde:
N = número admissível de passagens da força;
P = fator de erosão;
C1 = constante de ajustamento relacionada ao tipo de sub-base, igual a 1,0 se granular e cerca de 0,9 se
tratada com cimento.
Onde:
?? = seção de barras de aço necessária, por metro de comprimento da junta considerada, em cm²/m;
? = distância entre a junta considerada e a junta ou borda livre mais próxima em m;
? = coeficiente de atrito entre a placa e o subleito ou sub-base, que pode variar de 1,5 a 2,0, sendo
geralmente tomado como 1,5;
?? = massa específica do betão, igual a 24000N/m²;
? = Espessura da placa em metros;
? = tensão admissível no aço, em geral 2/3 da tensão do escoamento, em MPa.
Ainda de acordo com o DNIT - Manual de Pavimentos Rígidos ? 2ª Edição ? 2004, o dimensionamento do
comprimento da barra de ligação, necessário para assegurar a sua aderência ao betão, considerando uma
tensão máxima de aderência aço-betão de 2,5MPa, é dado pela Equação 2:
Onde:
? = comprimento de uma barra de ligação, em cm;
? = diâmetro da barra de ligação, em cm;
?? = tensão de aderência entre o aço e o betão, em geral tomada igual a 2,45Mpa
7,5 = margem de segurança, prevendo-se uma possível descentralização da barra, em cm.
, (FSC), com a finalidade de compensar as possíveis deficiências de avaliação da grandeza das cargas
solicitantes e da projeção do tráfego. Os fatores podem ser adotados de acordo com figura abaixo:
Tabela 5 ? Factores de segurança para as cargas FSC (DNIT 2005)
4. CASO DE ESTUDO
4.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
A Urbanização Nova Vida está localizada na região leste de Luanda, propriamente no município do
Kilamba Kiaxi. A falta de planeamento urbano e a ausência de políticas habitacionais resultaram na
formação de bairros informais, conhecidos como musseques, que se espalharam por toda a cidade. Em
resposta a essa situação, o governo angolano implementou um programa de urbanização para minimizar o
problema habitacional na cidade de Luanda. A Urbanização Nova Vida que surgiu como parte desse
programa, é um dos empreendimentos habitacionais mais ambiciosos das ultimas décadas. O projecto
teve início em 2003 após o fim da guerra em 2002, tendo sido inicialmente projectada a construção de
cerca de 2.500 Habitações.
Urbanização precisa urgentemente de uma intervenção para recuperar a boa imagem a que habituou os
seus moradores desde a sua criação.
Figura 12 ? Localização do trecho em estudo via satélite (Fonte: Google Maps, 2023)
Figura 13 ? Localização do trecho em estudo via drone (Fonte: Vlogs do primata, 2022)
É uma via urbana a qual o pavimento necessita de reparos regularmente, devido ao fluxo de veículos que
nela percorrem por ser acesso á empresas de grande porte e universidade. Nela é possível encontrar
diversas irregularidades e defeitos recorrentes, tais como: afundamentos, panelas, acúmulo de água e
deslocamentos das pedras.
Relatos feitos por moradores da zona afirmam que esta situação já se vive a mais de três anos e
infelizmente desconhecem o motivo que está na base da patologia das estradas. Lamentam ainda que
uma urbanização que foi erguida com fundos públicos esteja a degradar aos olhos de quem é de direito. A
falta de qualidade do asfalto e a forma em que foram construídas as estradas ou, também, pela falta de
manutenção das mesmas, algumas patologias surgem em pequenas proporções e, depois de três
semanas ou menos, dependendo da intensidade do trânsito ou das chuvas, elas começam a se tornar tão
grandes que acabam comprometendo a via.
Segundo alguns condutores, as estradas da Urbanização pra eles são um grande tormento e desconforto,
e isso obriga eles a violar as regras de trânsito. Devido as constantes degradações acentuadas que a
estrada apresenta, com buracos, rachaduras e outras falhas significativas, os condutores optam por utilizar
o passeio para contornar o tráfego e seguir adiante afím de não danificar os seus automóveis e também
para não causar muita demora no trajecto quando a via estiver congestionada.
Após a avaliação do pavimento existente e com as constantes reclamações do estado da via por parte dos
condutores e moradores, pelo facto do pavimento estar muito prejudicado e com pouca manutenção, foi
constatada a necessidade de realização para reconstrução de uma nova estrutura de pavimento no local,
sendo ele rígido devido a vários factores acima citados. A realização de obra para recuperar a qualidade
da via será necessária, e para esse caso será utilizado o processo de cálculo de projeto básico, para o
dimensionamento de novo pavimento, e orçamento explicitado no capitulo a seguir.
Tipos de cimentoEspecificações
Cimento Portland ComumTipo CPI (NBR 5732)
Cimento Portland CompostoTipo CPII (NBR11578)
Cimento Portland de Alto FornoTipo CPIII (NBR 5735)
Cimento Portland PozolânicoTipo CPIV (NBR 5736)
Tipo de PavimentoFSC
- Para ruas com tráfego com pequena porcentagem de caminhões e pisos em condições semelhantes de
tráfego (estacionamentos, por exemplo)- Para estradas e vias com moderada frequência de caminhões
1,01,1
- Para altos volumes de caminhões- Pavimentos que necessitem de um desempenho acima do normal
1,2Até 1,5
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Arquivo 1: TFC.docx (8410 termos)
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LUANDA
2023
UNIVERSIDADE METODISTA DE ANGOLA
FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITECTURA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
LUANDA
2023
CLÁUDIO FRANCISCO BARTOLOMEU
LUANDA
2023
CLÁUDIO FRANCISCO BARTOLOMEU
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________________
Prof. Joanilson Tambu ? Eng. ? (UMA) ? Orientador
_____________________________________________________________
Prof. Herman Dumby ? Eng. ? (UMA) ? Director do Curso de Eng. Civil
_____________________________________________________________
Prof. Deodato Mariata ? Eng. ? (UMA) ? Director do Curso de Eng. Ambiental
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a mim por não saber desistir e em especial aos meus pais, pilares da minha
formação como ser humano, os dois maiores incentivadores das realizações dos meus objectivos.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a Deus pela força e o dom que me deu nesta existência, por sempre me
mostrar o caminho certo e por me proporcionar disciplina e resiliência durante toda a minha vida, através
da ajuda da Inteligência Infinita de Deus que este trabalho foi concluído de forma satisfatória. Agradeço
aos meus familiares que sempre me apoiaram especialmente aos meus pais António B. Sebastião e Isabel
F. Contreiras que com as dificuldades da vida conseguiram-me guiar até a maturidade mental e espiritual,
pelo apoio e incentivo em todas as áreas da minha vida que serviram de alicerce para as minhas
realizações, e por sempre acreditarem que eu serei capaz de superar os obstáculos que a vida me
apresentar.
Aos meus queridos irmãos Dionísio, Diamantino, Nelsa, Gildo, Sebastião e Isabel pelo apoio incondicional
e atenção dedicada quando sempre precisei, por me fazerem ter confiança nas minhas decisões. Aos
meus queridos sobrinhos pela amizade e momentos descontraídos, a todos os meus amigos e
companheiros que fiz ao longo deste árduo percurso e que juntos partilhamos vários momentos, na UMA
em especial ao Victorino, Florivaldo, Edson, Márcia e Joselito por quem expresso respeito e admiração, e
a todos que de forma directa ou indirecta fizeram parte desta caminhada: Mufucadas, Tatiana, Gil, Milagrú
, Bruna, entre outros.
Aos meus professores e orientador pelas valiosas contribuições dadas durante todo o processo cuja
dedicação e atenção foram essenciais para que este trabalho fosse concluído satisfatóriamente. Aos meus
colegas do curso de Engenharia Civil pela oportunidade do convívio e pela cooperação mútua durante
estes anos, pelas trocas de ideias e ajuda, juntos conseguimos avançar e ultrapassar todos os obstáculos
.
Também quero agradecer à Universidade Metodista de Angola e o seu corpo docente que demonstrou
estar comprometido com a qualidade e excelência do ensino. E aos funcionários que contribuiram directa e
indirectamente para a conclusão deste trabalho.
Agradeço a todos pelos seus feitos. Não há no mundo, exagero mais belo que a gratidão!
.
ABSTRACT
Keywords:
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Esquema transversal do pavimento (Manual de Pavimentação do DNIT, 2006).20
Figura 2 ? Pavimentos rígido em rodovia (ARAÚJO et. al. 2016.)23
Figura 3 ? Camadas de Pavimento Rígido (Neto, 2011)24
Figura 4 ? Placa de concreto sem barra de transferência (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)27
Figura 5 ? Placa de concreto com barra de transferência (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)27
Figura 6 ? Placa de concreto protendido (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)28
Figura 7 - Comparativo da coloração nos pavimentos. Fonte: ARAÚJO et. al. (2016).31
Figura 8 - Comparativo das pressões das solicitações nos pavimentos (ARAÚJO et. al. 2016).31
Figura 9 ? Curvas de fadiga (DNIT 2005).39
Figura 10 ? Urbanização Nova Vida (Fonte: Pubvision, 2022.)43
Figura 11 ? Patologias na estrada da Urbanização44
Figura 12 ? Localização do trecho em estudo via satélite (Fonte: Google Maps, 2023)45
Figura 13 ? Localização do trecho em estudo via drone (Fonte: Vlogs do primata, 2022)45
Figura 14 ? Patologias na estrada em estudo46
Figura 15 ? Patologias na estrada em estudo46
Figura 16 ? Patologias na estrada em estudo47
Figura 17 ? Troço 1 (Fonte: Google Maps, 2023.)48
Figura 18 ? Troço 2 (Fonte: Google Maps, 2023.)48
Figura 19 ? Detalhe das dimensões de largura no troço 149
Figura 20 ? Detalhe das dimensões de largura no troço 249
Figura 21 ? Patologias na estrada em estudo50
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Tipos de sub-bases para pavimentos rígidos (Adaptado de DNIT, 2005.)25
Tabela 2 - Análise comparativa entre os Pavimentos Rígido e Flexível (Silva et al. 2018)30
Tabela 3 ? Tipos de cimento para pavimentação rígida (Autoria)34
Tabela 4 - Diâmetro das barras de transferência (DNIT 2005)37
Tabela 5 ? Factores de segurança para as cargas FSC (DNIT 2005)42
Tabela 6 - Quantitativo de veículos (manhã)51
Tabela 7 - Quantitativo de veículos (tarde)52
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO16
1.1. SITUAÇÃO PROBLEMA18
1.2. OBJECTIVOS19
4. CASO DE ESTUDO43
4.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO43
4.1.1. Dimensões da via em estudo48
4.1.2. Caracteristicas do solo50
4.1.3. Caracteristica do tráfego51
4.1.4. Condições climáticas local52
1. INTRODUÇÃO
A infraestrutura de transporte desempenha um papel fundamental no desenvolvimento socio econômico
em Angola, proporcionando mobilidade, conectividade e acessibilidade às pessoas e mercadorias. Dentre
os diversos elementos que compõem uma via, o pavimento desempenha um papel crucial na garantia de
uma superficie segura e durável para o tráfego de veículos. Com a abertura ou melhoria de uma rodovia
gera um maior fluxo de veículos e pessoas que consequentemente irão movimentar comércios e indústrias
aumentando o giro de capital nessa região.
Em Angola, os investimentos em infraestrutura têm desempenhado um papel significativo no seu
desenvolvimento. Com a expansão da rede rodoviária do país, é essencial que os pavimentos sejam
projectados e dimensionados correctamente para suportar as demandas de tráfego, as condições
climáticas locais e as caracteristicas do solo.
No contexto dos pavimentos, existem duas principais categorias: pavimentos flexíveis e pavimentos rígidos
. Enquanto os pavimentos flexíveis, como asfaltos, têm sido amplamente utilizados nas vias urbanas e
rodovias no país, os pavimentos rígidos, como o concreto armado, têm ganhado crescente importância
devido às suas vantagens em termos de durabilidade, resistência e manutenção.
O pavimento rígido é caracterizado por sua alta resistência e capacidade de suportar cargas pesadas ao
longo do tempo. Em regiões urbanas densamente povoadas, como a Urbanização Nova Vida, onde o
tráfego de veículos é intenso e as condições climáticas podem variar consideravelmente, é essencial
avaliar e projectar adequadamente os pavimentos rígidos para garantir sua integridade e desempenho
duradouros.
A análise e dimensionamento de pavimento são etapas cruciais no projecto de uma via. Essas actividades
envolvem a determinação das espessuras adequadas das camadas do pavimento, levando em
consideração as caracteristicas do tráfego esperado, as propriedades do solo e os requisitos de
desempenho. Além disso, é necessário considerar factores como a distribuição de cargas, temperatura
ambiente e variações climáticas, que podem afectar significativamente o comportamento do pavimento
rígido ao longo de sua vida útil.
O objectivo deste trabalho é apresentar uma análise e dimensionamento de pavimento rígido em uma
zona urbana, buscando compreender os princípios e métodos envolvidos nesse processo. Serão
abordados os conceitos teóricos fundamentais, as normas técnicas relevantes, as técnicas de ensaio
utilizadas para caracterização dos materiais, bem como os modelos analíticos e computacionais
empregados para o dimensionamento estrutural. Além disso, serão discutidas as principais considerações
relacionadas à vida útil do pavimento rígido, incluindo aspectos de manutenção, reabilitação e durabilidade
. Serão apresentados estudos de caso e exemplos práticos que ilustram a aplicação dos métodos de
análise e dimensionamento em situações reais.
A importância desse estudo reside na necessidade de garantir a qualidade e a segurança das vias
urbanas do Nova Vida, bem como a economia de recursos financeiros, evitando desperdícios com
manutenções e reparos constantes. Por fim, espera-se que este trabalho contribua para o aprimoramento
dos conhecimentos e técnicas empregadas no projecto de pavimentos rígidos, fornecendo subsídios para
a tomada de decisões mais seguras e eficientes no que diz respeito à infraestrutura viária, e servir de base
para futuros projectos de pavimentação em áreas urbanas semelhantes em Luanda e em outras regiões
do país.
1.2. OBJECTIVOS
1.2.1. Objectivo Geral
Analisar e dimensionar um pavimento rígido de acordo com as normas e regulamentos, e proporcionar
uma solução viável econômica para a construção de vias garantindo a segurança, a funcionalidade e a
durabilidade da obra.
1.2.2. Objectivos Específicos
O presente trabalho limitou-se aos seguintes pontos:
Realizar a coleta de dados necessários para o projecto;
Estudar as normas e regulamentos técnicos relativo as condições semelhantes de país;
Efectuar os cálculos para o dimensionamento do pavimento e viabilizar a economia da obra;
Apresentar e discutir os resultados do trabalho de forma ilustrativa.
1.3. JUSTIFICATIVO
Por que o Pavimento de Rígido? Analisando o pavimento de betão em relação ao pavimento existente, ele
possui maior vida útil, baixo custo de operação e manutenção, custo inicial competitivo, economia de
energia e de combustível, resistente ao fogo, menor área de frenagem, maior segurança para os usuários.
O projeto de um pavimento de betão é realizado com métodos consagrados que buscam principalmente o
desempenho ótimo estrutural. O seu objetivo é que suas obras sejam duradouras, que sigam as
especificações técnicas e que cumpram a viabilidade econômica requerida (ABCP,2012).
1.4. METODOLOGIA DO TRABALHO
A metodologia deste trabalho envolverá a coleta de dados sobre o tráfego local, a realização de ensaios
geotécnicos para caracterização do solo, o estudo de normas e regulamentos técnicos, a aplicação de
métodos de análise e dimensionamento de pavimentos rígidos e a realização de análises econômicas
comparativas. Serão considerados estudos de caso e simulações para avaliar a viabilidade e eficácia das
soluções propostas. Espera-se que os resultados deste estudo contribuam para a melhoria da
infraestrutura viária na Urbanização Nova Vida, fornecendo orientações técnicas.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 CONCEITOS SOBRE PAVIMENTO
O Pavimento é uma estrutura de múltiplas camadas em espessuras finas, ela é construída sobre uma
superfície final de terraplenagem em que diferentes materiais com resistências e deformabilidades são
postos em contato, destinada técnica e economicamente a resistir aos esforços provenientes do tráfego de
veículos, a oferecer aos usuários melhoria nas condições de rolamento, economia, conforto e segurança.
(BERNUCCI, 2008).
O pavimento é uma estrutura não perene de diferentes materiais compactados a partir do subleito do
corpo estradal, apropriado para atender estruturalmente ao tráfego, com durabilidade e ao mínimo custo
possível, considerados diferentes horizontes para serviços de manutenção preventiva, corretiva e de
reabilitação, obrigatórios (FERREIRA, 2018). Na figura 1 é possível analisar as camadas existentes no
pavimento em geral, através da secção transversal do mesmo.
? Flexível: pavimento em que todas as camadas sofrem deformação elástica significativa sob o
carregamento aplicado, e a carga se distribui em parcelas aproximadamente equivalentes entre as
camadas. Exemplo típico: pavimento constituído por uma base de brita ou de solo pedregulhoso, revestida
por uma camada asfáltica.
? Semi-Rígido: caracteriza-se por uma base cimentada por algum aglutinante com propriedades
cimentícias como por exemplo, por uma camada de solo cimento revestida por uma camada asfáltica.
? Rígido: aquele em que o revestimento tem uma elevada rigidez em relação às camadas inferiores e,
portanto, absorve praticamente todas as tensões provenientes do carregamento aplicado. Exemplo típico:
pavimento constituído por lajes de betão de cimento Portland.
Subleito
Neto (2011) descreve que o subleito é o terreno ao qual será construída a estrutura do pavimento,
absorvendo as cargas aplicadas sobre a mesma e proporcionando suporte para manter a via estática,
tendo a mesma designação para o pavimento rígido e flexível. Esta camada deve oferecer características
necessárias ao suporte do pavimento, podendo sofrer tratamento especial para alcançar tais fins
(FERREIRA, 2018), porém para o pavimento rígido, segundo Neto (2011), o reforço de subleito pode ser
considerado inexistente, dado que a camada de sub-base pode suprir essas necessidades.
Regularização do Subleito
Esta camada de regularização oferece as mesmas características para ambos os métodos de
pavimentação, que consiste em uma camada de espessura irregular de aterro ou corte compactado com a
finalidade de garantir ao subleito as características geométricas transversais e longitudinais de projeto
para a via, evitando gastos desnecessários com subleitos irregulares que apresentem alta resistência
(Senço, 1997).
Sub-base
De acordo com o Manual de Pavimento Rígido - MPR - (DNIT, 2005), a prática atual no projeto de
pavimentos rígidos tem sido a intercalação de uma sub-base entre a placa de betão e o subleito. A
camada de sub-base, ainda segundo o manual, é definida uma camada de espessura delgada que tem
como função uniformizar o suporte disponível ao longo da faixa do pavimento, evitar os efeitos das
mudanças excessivas de volume dos solos do subleito e eliminar a ocorrência do fenômeno de
bombeamento de finos plásticos, porventura presentes no solo de fundação, quando da presença de água
em excesso e cargas pesadas.
DNIT (2005) indica ainda que além de não bombeáveis, as sub-bases sob as placas de betão, não devem
ser consolidáveis, recomendanda-se para tanto que ela seja pouco espessa. Os tipos de sub-bases para
pavimentos rígidos podem ser classificados conforme a Tabela 1.
Base e Revestimento
Devido as suas características de resistência e estabilidade, as placas de betão desempenham as funções
de duas camadas, a de revestimento e a de base, eliminando a necessidade de uma camada diferenciada
(NETO, 2011). Esta parte superior do pavimento pode ser realizada de diversas formas, dependendo do
dimensionamento adequado a cada situação encontrada em campo. Os tipos de pavimentos são descritos
no item a seguir.
Figura 4 ? Placa de concreto sem barra de transferência (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)
b) Pavimento de betão armado: Funciona em modo de compressão no banzo comprimido, porém sem
sofrer esmagamento. Contém armaduras de tracção para suportar esses esforços. Possui também juntas
para controle de retracção, entretanto, são mais espaçadas do que no Pavimento de betão simples. A
Figura 5 apresenta uma placa de betão armado. (Manual de Pavimentos Rígidos, 2004, p. 138);
Figura 5 ? Placa de concreto com barra de transferência (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)
c) Pavimento de betão protendido: Principalmente utilizado, quando há tráfego com muita intensidade.
Admite a execução de placas com grandes dimensões, espessuras menores e sem a necessidade das
juntas de contração. Porém, exige alta resistência do betão a compressão, por conta das forças iniciais de
protensão, empregado principalmente em pavimentos de aeroportos e pisos industriais pesados. (SILVA; e
VIEIRA, 2014,p. 18);
d) Pavimento com fibras: Pavimento composto de placas de betão com adição de fibras de aço ou
poliméricas. Apresenta maior resistência à fissuração, ao impacto e ao desgaste, além de possuir maior
ductilidade. (SILVA; e VIEIRA, 2014,p. 18);
e) Whitetopping: Constitui na construção de uma placa de betão de cimento Portland sobre um pavimento
asfáltico existente, em substituição a prática comum que inclui a demolição e construção de uma nova.
(SILVA e VIEIRA, 2014,p. 18);
f) Placas de betão pré-moldadas: São utilizadas em dois casos: na concepção de novos pavimentos ou na
manutenção dos já existentes, atuando na substituição das placas danificadas. Elas devem conter
armaduras e elevada resistência, pois serão alçadas, carregadas e transportadas. Apresentaram-se como
uma saída para as adversidades com o trânsito, geradas por conta dos serviços de reestruturação in loco
das placas de betão. (Manual de Pavimentos Rígidos, 2004, p. 155);
não oxida, não forma buracos nem trilha de rodas, garantindo assim uma elevada durabilidade da
estrutura (SILVA, 2018). Como possui grande durabilidade, outra vantagem da pavimentação é a baixa
manutenção, reduzindo também o risco de acidentes.
A coloração clara do betão facilita a reflexão da luz, aumentando a distância de visibilidade de quem
trafega pela via, principalmente à noite e em dias chuvosos. Isso se reflete também em economia na
iluminação pública, segundo SILVA (2018) Permite até 30% de economia nas despesas de iluminação da
via.
Com uma inclinação transversal menor que nos pavimentos asfálticos, na ordem de duas a três vezes, o
betão é mais resistente a derrapagem que os revestimentos flexíveis, reduzindo a possibilidade de
tombamento do veículo. O escoamento da água acontece com maior velocidade que nos pavimentos
asfálticos, diminuindo o risco de aquaplanagem dos veículos. Permite também a redução da distância de
frenagem devido à boa aderência entre os pneus e a superfície de rolamento.
O pavimento rígido oferece um menor custo social àqueles relacionados diretamente aos usuários da via
como, por exemplo, custo operacional do veículo, tempo gasto em viagens e conforto. Devido ao fato de a
pavimentação rígida sofrer baixas deformações, ela não sofre com aparecimento de buracos e trilhas de
rodas, causando desconforto e maior gasto com manutenção dos veículos aos usuários da via e oferece
economia de combustível.
Segundo SILVA (2018) a razão para essa economia, que pode chegar até 17%, está no fato da superfície
ser rígida e não deformar. Isso cria menor resistência ao rolamento, exigindo menor esforço da parte
mecânica dos veículos. Consequentemente a emissão de gases poluentes como o monóxido de carbono é
diminuída, tornando o pavimento rígido ambientalmente correto.
Resiste a ataques químicos (óleos, graxas, combustíveis). Ainda de acordo com SILVA (2018), a
inexistência do fenômeno de lixiviação no betão, não promove a ocorrência de águas percoladas capazes
de contaminar o lençol freático ou de águas superficiais capazes de contaminar cursos d?água.
O custo do pavimento rígido torna-se favorável comparado ao pavimento em asfalto, quando se leva em
conta o seu ciclo de vida útil mínima de 20 anos, devido ao seu baixo custo de manutenção em relação
aos flexíveis, que além de terem menor vida útil, cerca de 10 anos, exigem gastos elevados com
conservação.
O pavimento rígido distribui de forma mais uniforme as tensões provenientes do tráfego, sendo boa parte
absorvida pelo próprio revestimento de betão, transmitindo menos esforços para as camadas inferiores ao
revestimento.
Portanto, o pavimento rígido é a melhor alternativa para situações de tráfego pesado e intenso, como
corredores de ônibus e rodovias com alto fluxo de veículos pesados.
Figura 7 - Comparativo da coloração nos pavimentos. Fonte: ARAÚJO et. al. (2016).
A distribuição de tensões na pavimentação rígida dá-se de forma bem diferentes dos pavimentos flexíveis,
como ilustrado na Figura 8. Na pavimentação asfáltica a transmissão das cargas verticais provenientes do
tráfego se distribui em uma pequena área do pavimento, devido à flexibilidade do revestimento asfáltico,
transmitindo uma grande parcela dos esforços para camadas adjacentes. Já nos pavimentos rígidos,
devido à maior rigidez do betão, as cargas verticais se distribuem em uma área maior, ocasionando um
alívio de tensões nas camadas abaixo do revestimento, precisando de uma quantidade menor de camadas
na estrutura quando comparado a estrutura dos pavimentos flexíveis.
Figura 8 - Comparativo das pressões das solicitações nos pavimentos (ARAÚJO et. al. 2016).
Conforme retratado na Figura 8, as solicitações geradas pelas cargas de tráfego são melhor dispersadas
pelos pavimentos rígidos, exigindo assim, menos resistência de sua fundação. Por este motivo, no
dimensionamento do pavimento rígido é dispensada a implantação da camada de reforço de subleito. Já
nos pavimentos flexíveis, as cargas não são tão bem dispersas, o que exige mais de sua fundação. Dessa
forma, os pavimentos flexíveis seriam mais indicados para os solos com maiores resistências, e que não
necessitem de reforço nas camadas de subleito, tornando-o mais simples sua execução (NETO, 2011
apud SILVA et. al., 2018).
areia natural quartzosa ou artificial resultante do britamento de rochas estáveis. Já os agregados graúdos,
apresentam dimensão mínima de 4,8mm ? D ? 75mm, e tem como exemplo o pedregulho natural ou pedra
britada.
Os agregados utilizados para a finalidade da pavimentação rígida diferem dos demais devido à
rigorosidade em sua seleção, exigências e aplicação, isto se deve ao fato de ser necessário para o betão
de pavimentação, que ele tenha maior resistência à tração, menores variações volumétricas, menor
suscetibilidade à fissuração, resistência à fadiga e elevada durabilidade à ação do meio ambiente e à ação
abrasiva do tráfego (DNIT, 2005). A escolha para utilização dos agregados é criteriosa e demanda a
realização de diversos ensaios laboratoriais de caracterização visando averiguar essas características de
extrema importância para o emprego em pavimentos.
proposta por Pickett e Ray em 1951, sob forma de ábacos, enquanto o novo método utiliza também os
elementos finitos na determinação das tensões. Pitta (1998) explica que o método de 1984 considera
como critérios de ruptura a erosão e a fadiga das placas, diferenciando do método apresentado em 1966
que analisa apenas os efeitos de fadiga.
O método do PCA considera as propriedades do betão de cimento Portland, que é o tipo mais comum
utilizado em pavimentos rígidos. Ele também leva em consideração o tráfego esperado na via urbana,
incluindo o tipo de veículos, volume de trafego e carga por eixo. Ele fornece diretrizes para determinar a
espessura adequada das camadas de pavimento com base na capacidade de suporte do solo e na
resistência do betão, considerando o tráfego esperado durante a vida útil do pavimento.
O novo método passa também a ter em conta: a presença ou não de barras de transferência de carga,
analisando o grau de transferência de carga nas juntas transversais, efeitos da existência e contribuição
de acostamentos de betão para melhoria do desempenho da estrutura. Esta contribui para a redução de
tensões e deslocamentos verticais ao longo do bordo livre da placa e impede a penetração lateral de água
. Os critérios de ruptura (fadiga e erosão) são apresentados pelo DNIT (2005)
3.2.1. Fadiga
As tensões de tração por flexão consideradas no cálculo, são as produzidas pela carga tangente à borda
longitudinal; a curva de fadiga alcança valores abaixo da relação de tensões limite de 0,50, o que elimina a
descontinuidade nesse ponto e afasta a possibilidade de acontecer casos irreais de dimensionamento
quanto ao número admissível de solicitações (DNIT, 2005). O critério de fadiga está mostrado na Figura 9 .
3.2.2. Erosão
Entende-se por erosão a perda de material da camada de suporte direto da placa de betão, por acção
combinada da água e da passagem de cargas (principalmente dos eixos múltiplos), dando-se o fato
também nas laterais do pavimento. Os efeitos da erosão manifestam-se sob a forma de deformações
verticais críticas, nos cantos e nas bordas longitudinais das placas, causando escalões ou "degraus" nas
juntas transversais (principalmente se elas foram desprovidas de barras de transferência), podendo ser
ambas as ocorrências causadas por bombeamento, formação de vazios sob a placa e perda de suporte ou
contato entre a placa e a fundação (DNIT, 2005).
O fator de erosão mede o poder que uma certa carga tem de produzir a deformação vertical da placa e seu
valor é expresso pela letra P. Segundo Pitta (1998 ), o fator de erosão provém de dados experimentais
que apresentaram um índice de serventia final igual a 3,0, que é um valor relativamente alto, o que
provoca uma tendência ao superdimensionamento, obtendo a seguinte expressão:
Onde:
P = fator de erosão;
O escalonamento é conhecido como os danos pela formação de degraus nas juntas transversais, e sub-
bases estáveis associadas a erosão. Ela é representada pela expressão:
Onde:
N = número admissível de passagens da força;
P = fator de erosão;
C1 = constante de ajustamento relacionada ao tipo de sub-base, igual a 1,0 se granular e cerca de 0,9 se
tratada com cimento.
Onde:
?? = seção de barras de aço necessária, por metro de comprimento da junta considerada, em cm²/m;
? = distância entre a junta considerada e a junta ou borda livre mais próxima em m;
? = coeficiente de atrito entre a placa e o subleito ou sub-base, que pode variar de 1,5 a 2,0, sendo
geralmente tomado como 1,5;
?? = massa específica do betão, igual a 24000N/m²;
? = Espessura da placa em metros;
? = tensão admissível no aço, em geral 2/3 da tensão do escoamento, em MPa.
Ainda de acordo com o DNIT - Manual de Pavimentos Rígidos ? 2ª Edição ? 2004, o dimensionamento do
comprimento da barra de ligação, necessário para assegurar a sua aderência ao betão, considerando uma
tensão máxima de aderência aço-betão de 2,5MPa, é dado pela Equação 2:
Onde:
? = comprimento de uma barra de ligação, em cm;
? = diâmetro da barra de ligação, em cm;
?? = tensão de aderência entre o aço e o betão, em geral tomada igual a 2,45Mpa
7,5 = margem de segurança, prevendo-se uma possível descentralização da barra, em cm.
4. CASO DE ESTUDO
4.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
A Urbanização Nova Vida está localizada na região leste de Luanda, propriamente no município do
Kilamba Kiaxi. A falta de planeamento urbano e a ausência de políticas habitacionais resultaram na
formação de bairros informais, conhecidos como musseques, que se espalharam por toda a cidade. Em
resposta a essa situação, o governo angolano implementou um programa de urbanização para minimizar o
problema habitacional na cidade de Luanda. A Urbanização Nova Vida que surgiu como parte desse
programa, é um dos empreendimentos habitacionais mais ambiciosos das ultimas décadas. O projecto
teve início em 2003 após o fim da guerra em 2002, tendo sido inicialmente projectada a construção de
cerca de 2.500 Habitações.
pico há problemas de congestionamento de trânsito. Algumas ruas do nova vida são bem conservadas
enquanto outras necessitam de manutenção frequente, a grande maioria pavimentada com asfalto. A
Urbanização precisa urgentemente de uma intervenção para recuperar a boa imagem a que habituou os
seus moradores desde a sua criação.
Figura 12 ? Localização do trecho em estudo via satélite (Fonte: Google Maps, 2023)
Figura 13 ? Localização do trecho em estudo via drone (Fonte: Vlogs do primata, 2022)
É uma via urbana a qual o pavimento necessita de reparos regularmente, devido ao fluxo de veículos que
nela percorrem por ser acesso á empresas de grande porte e universidade. Nela é possível encontrar
diversas irregularidades e defeitos recorrentes, tais como: afundamentos, panelas, acúmulo de água e
deslocamentos das pedras.
Relatos feitos por moradores da zona afirmam que esta situação já se vive a mais de três anos e
infelizmente desconhecem o motivo que está na base da patologia das estradas. Lamentam ainda que
uma urbanização que foi erguida com fundos públicos esteja a degradar aos olhos de quem é de direito. A
falta de qualidade do asfalto e a forma em que foram construídas as estradas ou, também, pela falta de
manutenção das mesmas, algumas patologias surgem em pequenas proporções e, depois de três
semanas ou menos, dependendo da intensidade do trânsito ou das chuvas, elas começam a se tornar tão
grandes que acabam comprometendo a via.
Segundo alguns condutores, as estradas da Urbanização pra eles são um grande tormento e desconforto,
e isso obriga eles a violar as regras de trânsito. Devido as constantes degradações acentuadas que a
estrada apresenta, com buracos, rachaduras e outras falhas significativas, os condutores optam por utilizar
o passeio para contornar o tráfego e seguir adiante afím de não danificar os seus automóveis e também
para não causar muita demora no trajecto quando a via estiver congestionada.
Após a avaliação do pavimento existente e com as constantes reclamações do estado da via por parte dos
condutores e moradores, pelo facto do pavimento estar muito prejudicado e com pouca manutenção, foi
constatada a necessidade de realização para reconstrução de uma nova estrutura de pavimento no local,
sendo ele rígido devido a vários factores acima citados. A realização de obra para recuperar a qualidade
da via será necessária, e para esse caso será utilizado o processo de cálculo de projeto básico, para o
dimensionamento de novo pavimento, e orçamento explicitado no capitulo a seguir.
Tipos de cimentoEspecificações
Cimento Portland ComumTipo CPI (NBR 5732)
Cimento Portland CompostoTipo CPII (NBR11578)
Cimento Portland de Alto FornoTipo CPIII (NBR 5735)
Cimento Portland PozolânicoTipo CPIV (NBR 5736)
Tipo de PavimentoFSC
- Para ruas com tráfego com pequena porcentagem de caminhões e pisos em condições semelhantes de
tráfego (estacionamentos, por exemplo)- Para estradas e vias com moderada frequência de caminhões
1,01,1
- Para altos volumes de caminhões- Pavimentos que necessitem de um desempenho acima do normal
1,2Até 1,5
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LUANDA
2023
UNIVERSIDADE METODISTA DE ANGOLA
FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITECTURA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
LUANDA
2023
CLÁUDIO FRANCISCO BARTOLOMEU
LUANDA
2023
CLÁUDIO FRANCISCO BARTOLOMEU
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________________
Prof. Joanilson Tambu ? Eng. ? (UMA) ? Orientador
_____________________________________________________________
Prof. Herman Dumby ? Eng. ? (UMA) ? Director do Curso de Eng. Civil
_____________________________________________________________
Prof. Deodato Mariata ? Eng. ? (UMA) ? Director do Curso de Eng. Ambiental
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a mim por não saber desistir e em especial aos meus pais, pilares da minha
formação como ser humano, os dois maiores incentivadores das realizações dos meus objectivos.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a Deus pela força e o dom que me deu nesta existência, por sempre me
mostrar o caminho certo e por me proporcionar disciplina e resiliência durante toda a minha vida, através
da ajuda da Inteligência Infinita de Deus que este trabalho foi concluído de forma satisfatória. Agradeço
aos meus familiares que sempre me apoiaram especialmente aos meus pais António B. Sebastião e Isabel
F. Contreiras que com as dificuldades da vida conseguiram-me guiar até a maturidade mental e espiritual,
pelo apoio e incentivo em todas as áreas da minha vida que serviram de alicerce para as minhas
realizações, e por sempre acreditarem que eu serei capaz de superar os obstáculos que a vida me
apresentar.
Aos meus queridos irmãos Dionísio, Diamantino, Nelsa, Gildo, Sebastião e Isabel pelo apoio incondicional
e atenção dedicada quando sempre precisei, por me fazerem ter confiança nas minhas decisões. Aos
meus queridos sobrinhos pela amizade e momentos descontraídos, a todos os meus amigos e
companheiros que fiz ao longo deste árduo percurso e que juntos partilhamos vários momentos, na UMA
em especial ao Victorino, Florivaldo, Edson, Márcia e Joselito por quem expresso respeito e admiração, e
a todos que de forma directa ou indirecta fizeram parte desta caminhada: Mufucadas, Tatiana, Gil, Milagrú
, Bruna, entre outros.
Aos meus professores e orientador pelas valiosas contribuições dadas durante todo o processo cuja
dedicação e atenção foram essenciais para que este trabalho fosse concluído satisfatóriamente. Aos meus
colegas do curso de Engenharia Civil pela oportunidade do convívio e pela cooperação mútua durante
estes anos, pelas trocas de ideias e ajuda, juntos conseguimos avançar e ultrapassar todos os obstáculos
.
Também quero agradecer à Universidade Metodista de Angola e o seu corpo docente que demonstrou
estar comprometido com a qualidade e excelência do ensino. E aos funcionários que contribuiram directa e
indirectamente para a conclusão deste trabalho.
Agradeço a todos pelos seus feitos. Não há no mundo, exagero mais belo que a gratidão!
.
ABSTRACT
Keywords:
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Esquema transversal do pavimento (Manual de Pavimentação do DNIT, 2006).20
Figura 2 ? Pavimentos rígido em rodovia (ARAÚJO et. al. 2016.)23
Figura 3 ? Camadas de Pavimento Rígido (Neto, 2011)24
Figura 4 ? Placa de concreto sem barra de transferência (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)27
Figura 5 ? Placa de concreto com barra de transferência (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)27
Figura 6 ? Placa de concreto protendido (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)28
Figura 7 - Comparativo da coloração nos pavimentos. Fonte: ARAÚJO et. al. (2016).31
Figura 8 - Comparativo das pressões das solicitações nos pavimentos (ARAÚJO et. al. 2016).31
Figura 9 ? Curvas de fadiga (DNIT 2005).39
Figura 10 ? Urbanização Nova Vida (Fonte: Pubvision, 2022.)43
Figura 11 ? Patologias na estrada da Urbanização44
Figura 12 ? Localização do trecho em estudo via satélite (Fonte: Google Maps, 2023)45
Figura 13 ? Localização do trecho em estudo via drone (Fonte: Vlogs do primata, 2022)45
Figura 14 ? Patologias na estrada em estudo46
Figura 15 ? Patologias na estrada em estudo46
Figura 16 ? Patologias na estrada em estudo47
Figura 17 ? Troço 1 (Fonte: Google Maps, 2023.)48
Figura 18 ? Troço 2 (Fonte: Google Maps, 2023.)48
Figura 19 ? Detalhe das dimensões de largura no troço 149
Figura 20 ? Detalhe das dimensões de largura no troço 249
Figura 21 ? Patologias na estrada em estudo50
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Tipos de sub-bases para pavimentos rígidos (Adaptado de DNIT, 2005.)25
Tabela 2 - Análise comparativa entre os Pavimentos Rígido e Flexível (Silva et al. 2018)30
Tabela 3 ? Tipos de cimento para pavimentação rígida (Autoria)34
Tabela 4 - Diâmetro das barras de transferência (DNIT 2005)37
Tabela 5 ? Factores de segurança para as cargas FSC (DNIT 2005)42
Tabela 6 - Quantitativo de veículos (manhã)51
Tabela 7 - Quantitativo de veículos (tarde)52
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO16
1.1. SITUAÇÃO PROBLEMA18
1.2. OBJECTIVOS19
1.2.1. Objectivo Geral19
1.2.2. Objectivos Específicos19
1.3. JUSTIFICATIVO19
1.4. METODOLOGIA DO TRABALHO19
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA20
2.1 CONCEITOS SOBRE PAVIMENTO20
2.1.1. Histórico de pavimentos rodoviários em angola21
2.1.2. Classificação dos pavimentos22
2.2. PAVIMENTO RÍGIDO22
2.2.1. Estrutura do pavimento rígido24
2.2.2. Tipos de pavimento rígido26
2.2.3. Vantagens do pavimento rígido28
2.2.4. Análise comparativa entre pavimentos rígidos e flexíveis30
3. BASES PARA ELABORAÇÃO DO PROJECTO33
3.1. MATERIAIS UTILIZADOS NO PAVIMENTO RÍGIDO33
3.1.1. Estudo do Cimento Portland33
3.1.2. Estudo dos Agregados34
3.1.3. Estudo da Água de Amassamento35
3.1.4. Estudo dos Aditivos36
3.1.5. Estudo dos Selantes de Juntas36
3.1.6. Barras de transferência37
3.2. MÉTODO PARA O DIMENSIONAMENTO DO PROJECTO38
3.2.1. Fadiga38
3.2.2. Erosão39
3.2.3. Acostamento de betão40
3.2.4. Barras de ligação41
3.2.5. Fator de Segurança42
4. CASO DE ESTUDO43
4.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO43
4.1.1. Dimensões da via em estudo48
4.1.2. Caracteristicas do solo50
4.1.3. Caracteristica do tráfego51
4.1.4. Condições climáticas local52
1. INTRODUÇÃO
A infraestrutura de transporte desempenha um papel fundamental no desenvolvimento socio econômico
em Angola, proporcionando mobilidade, conectividade e acessibilidade às pessoas e mercadorias. Dentre
os diversos elementos que compõem uma via, o pavimento desempenha um papel crucial na garantia de
uma superficie segura e durável para o tráfego de veículos. Com a abertura ou melhoria de uma rodovia
gera um maior fluxo de veículos e pessoas que consequentemente irão movimentar comércios e indústrias
aumentando o giro de capital nessa região.
Em Angola, os investimentos em infraestrutura têm desempenhado um papel significativo no seu
desenvolvimento. Com a expansão da rede rodoviária do país, é essencial que os pavimentos sejam
projectados e dimensionados correctamente para suportar as demandas de tráfego, as condições
climáticas locais e as caracteristicas do solo.
No contexto dos pavimentos, existem duas principais categorias: pavimentos flexíveis e pavimentos rígidos
. Enquanto os pavimentos flexíveis, como asfaltos, têm sido amplamente utilizados nas vias urbanas e
rodovias no país, os pavimentos rígidos, como o concreto armado, têm ganhado crescente importância
devido às suas vantagens em termos de durabilidade, resistência e manutenção.
O pavimento rígido é caracterizado por sua alta resistência e capacidade de suportar cargas pesadas ao
longo do tempo. Em regiões urbanas densamente povoadas, como a Urbanização Nova Vida, onde o
tráfego de veículos é intenso e as condições climáticas podem variar consideravelmente, é essencial
avaliar e projectar adequadamente os pavimentos rígidos para garantir sua integridade e desempenho
duradouros.
A análise e dimensionamento de pavimento são etapas cruciais no projecto de uma via. Essas actividades
envolvem a determinação das espessuras adequadas das camadas do pavimento, levando em
consideração as caracteristicas do tráfego esperado, as propriedades do solo e os requisitos de
desempenho. Além disso, é necessário considerar factores como a distribuição de cargas, temperatura
ambiente e variações climáticas, que podem afectar significativamente o comportamento do pavimento
rígido ao longo de sua vida útil.
O objectivo deste trabalho é apresentar uma análise e dimensionamento de pavimento rígido em uma
zona urbana, buscando compreender os princípios e métodos envolvidos nesse processo. Serão
abordados os conceitos teóricos fundamentais, as normas técnicas relevantes, as técnicas de ensaio
utilizadas para caracterização dos materiais, bem como os modelos analíticos e computacionais
empregados para o dimensionamento estrutural. Além disso, serão discutidas as principais considerações
relacionadas à vida útil do pavimento rígido, incluindo aspectos de manutenção, reabilitação e durabilidade
. Serão apresentados estudos de caso e exemplos práticos que ilustram a aplicação dos métodos de
1.2. OBJECTIVOS
1.2.1. Objectivo Geral
Analisar e dimensionar um pavimento rígido de acordo com as normas e regulamentos, e proporcionar
uma solução viável econômica para a construção de vias garantindo a segurança, a funcionalidade e a
durabilidade da obra.
1.2.2. Objectivos Específicos
O presente trabalho limitou-se aos seguintes pontos:
Realizar a coleta de dados necessários para o projecto;
Estudar as normas e regulamentos técnicos relativo as condições semelhantes de país;
Efectuar os cálculos para o dimensionamento do pavimento e viabilizar a economia da obra;
Apresentar e discutir os resultados do trabalho de forma ilustrativa.
1.3. JUSTIFICATIVO
Por que o Pavimento de Rígido? Analisando o pavimento de betão em relação ao pavimento existente, ele
possui maior vida útil, baixo custo de operação e manutenção, custo inicial competitivo, economia de
energia e de combustível, resistente ao fogo, menor área de frenagem, maior segurança para os usuários.
O projeto de um pavimento de betão é realizado com métodos consagrados que buscam principalmente o
desempenho ótimo estrutural. O seu objetivo é que suas obras sejam duradouras, que sigam as
especificações técnicas e que cumpram a viabilidade econômica requerida (ABCP,2012).
1.4. METODOLOGIA DO TRABALHO
A metodologia deste trabalho envolverá a coleta de dados sobre o tráfego local, a realização de ensaios
geotécnicos para caracterização do solo, o estudo de normas e regulamentos técnicos, a aplicação de
métodos de análise e dimensionamento de pavimentos rígidos e a realização de análises econômicas
comparativas. Serão considerados estudos de caso e simulações para avaliar a viabilidade e eficácia das
soluções propostas. Espera-se que os resultados deste estudo contribuam para a melhoria da
infraestrutura viária na Urbanização Nova Vida, fornecendo orientações técnicas.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 CONCEITOS SOBRE PAVIMENTO
O Pavimento é uma estrutura de múltiplas camadas em espessuras finas, ela é construída sobre uma
superfície final de terraplenagem em que diferentes materiais com resistências e deformabilidades são
postos em contato, destinada técnica e economicamente a resistir aos esforços provenientes do tráfego de
veículos, a oferecer aos usuários melhoria nas condições de rolamento, economia, conforto e segurança.
(BERNUCCI, 2008).
O pavimento é uma estrutura não perene de diferentes materiais compactados a partir do subleito do
corpo estradal, apropriado para atender estruturalmente ao tráfego, com durabilidade e ao mínimo custo
possível, considerados diferentes horizontes para serviços de manutenção preventiva, corretiva e de
reabilitação, obrigatórios (FERREIRA, 2018). Na figura 1 é possível analisar as camadas existentes no
pavimento em geral, através da secção transversal do mesmo.
Sobre tudo, existem diversos tipos de pavimentos diferenciados pelo material empregado na sua
constituição. Quando expostos ao tráfego, as condições climáticas e outros desgastes, cada tipo reagirá
com um comportamento peculiar, alguns resistirão por mais tempo enquanto os outros apresentarão
patologias em pouco tempo de uso. As estruturas de pavimento são projetadas para resistirem a
quantidade de solicitações de carga dentro do período de projeto, sem que ocorram danos estruturais
inaceitáveis e previstos. Os principais danos considerados são a deformação permanente e a fadiga. Para
se dimensionar devidamente uma estrutura de pavimento, deve-se conhecer bem as propriedades dos
materiais que a compõem, sua resistência à ruptura, deformabilidade e permeabilidade sobre a repetição
de carga e ao efeito do clima. (BERNUCCI et al., 2006, p.339).
O pavimento rodoviário tradicionalmente é classificado entre três tipos: Flexíveis (pavimento asfálticos),
Semirrígidos (mistura de betão e asfalto) e Rígidos (pavimento de betão). No entanto, recentemente há
uma tendência em usar a nomenclatura de betão de cimento Portland (ou ainda betão-cimento) e
pavimentos asfálticos, para indicar qual tipo de revestimento é o utilizado (BERNUCCI et al., 2008).
camadas. Exemplo típico: pavimento constituído por uma base de brita ou de solo pedregulhoso, revestida
por uma camada asfáltica.
? Semi-Rígido: caracteriza-se por uma base cimentada por algum aglutinante com propriedades
cimentícias como por exemplo, por uma camada de solo cimento revestida por uma camada asfáltica.
? Rígido: aquele em que o revestimento tem uma elevada rigidez em relação às camadas inferiores e,
portanto, absorve praticamente todas as tensões provenientes do carregamento aplicado. Exemplo típico:
pavimento constituído por lajes de betão de cimento Portland.
Subleito
Neto (2011) descreve que o subleito é o terreno ao qual será construída a estrutura do pavimento,
absorvendo as cargas aplicadas sobre a mesma e proporcionando suporte para manter a via estática,
tendo a mesma designação para o pavimento rígido e flexível. Esta camada deve oferecer características
necessárias ao suporte do pavimento, podendo sofrer tratamento especial para alcançar tais fins
(FERREIRA, 2018), porém para o pavimento rígido, segundo Neto (2011), o reforço de subleito pode ser
considerado inexistente, dado que a camada de sub-base pode suprir essas necessidades.
Regularização do Subleito
Esta camada de regularização oferece as mesmas características para ambos os métodos de
pavimentação, que consiste em uma camada de espessura irregular de aterro ou corte compactado com a
finalidade de garantir ao subleito as características geométricas transversais e longitudinais de projeto
para a via, evitando gastos desnecessários com subleitos irregulares que apresentem alta resistência
(Senço, 1997).
Sub-base
De acordo com o Manual de Pavimento Rígido - MPR - (DNIT, 2005), a prática atual no projeto de
pavimentos rígidos tem sido a intercalação de uma sub-base entre a placa de betão e o subleito. A
camada de sub-base, ainda segundo o manual, é definida uma camada de espessura delgada que tem
como função uniformizar o suporte disponível ao longo da faixa do pavimento, evitar os efeitos das
mudanças excessivas de volume dos solos do subleito e eliminar a ocorrência do fenômeno de
bombeamento de finos plásticos, porventura presentes no solo de fundação, quando da presença de água
em excesso e cargas pesadas.
DNIT (2005) indica ainda que além de não bombeáveis, as sub-bases sob as placas de betão, não devem
ser consolidáveis, recomendanda-se para tanto que ela seja pouco espessa. Os tipos de sub-bases para
pavimentos rígidos podem ser classificados conforme a Tabela 1.
Base e Revestimento
Devido as suas características de resistência e estabilidade, as placas de betão desempenham as funções
de duas camadas, a de revestimento e a de base, eliminando a necessidade de uma camada diferenciada
(NETO, 2011). Esta parte superior do pavimento pode ser realizada de diversas formas, dependendo do
dimensionamento adequado a cada situação encontrada em campo. Os tipos de pavimentos são descritos
no item a seguir.
constituintes e da sua função estrutural, como pré-moldados ou as produções in loco, onde cada proposta
apresenta as suas particularidades de projeto, execução, operação e manutenção, alguns dos mais
utilizados são:
a) Pavimento de betão simples: Pavimento de cimento Portland no qual as tensões solicitantes são
combatidas somente pelo próprio betão, e que não contém nenhum tipo de armadura distribuída, pois,
mesmo sem armaduras suporta os esforços de tracção na flexão. Possui, também, juntas espaçadas, que
controlam a fissuração devida à retracção, ao empenamento e à dilatação térmica. (NBR 7583, ABNT,
1986, p.2). A Figura 4 apresenta uma placa de betão ou concreto simples.
Figura 4 ? Placa de concreto sem barra de transferência (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)
b) Pavimento de betão armado: Funciona em modo de compressão no banzo comprimido, porém sem
sofrer esmagamento. Contém armaduras de tracção para suportar esses esforços. Possui também juntas
para controle de retracção, entretanto, são mais espaçadas do que no Pavimento de betão simples. A
Figura 5 apresenta uma placa de betão armado. (Manual de Pavimentos Rígidos, 2004, p. 138);
Figura 5 ? Placa de concreto com barra de transferência (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)
c) Pavimento de betão protendido: Principalmente utilizado, quando há tráfego com muita intensidade.
Admite a execução de placas com grandes dimensões, espessuras menores e sem a necessidade das
juntas de contração. Porém, exige alta resistência do betão a compressão, por conta das forças iniciais de
protensão, empregado principalmente em pavimentos de aeroportos e pisos industriais pesados. (SILVA; e
VIEIRA, 2014,p. 18);
d) Pavimento com fibras: Pavimento composto de placas de betão com adição de fibras de aço ou
poliméricas. Apresenta maior resistência à fissuração, ao impacto e ao desgaste, além de possuir maior
ductilidade. (SILVA; e VIEIRA, 2014,p. 18);
e) Whitetopping: Constitui na construção de uma placa de betão de cimento Portland sobre um pavimento
asfáltico existente, em substituição a prática comum que inclui a demolição e construção de uma nova.
(SILVA e VIEIRA, 2014,p. 18);
f) Placas de betão pré-moldadas: São utilizadas em dois casos: na concepção de novos pavimentos ou na
manutenção dos já existentes, atuando na substituição das placas danificadas. Elas devem conter
armaduras e elevada resistência, pois serão alçadas, carregadas e transportadas. Apresentaram-se como
uma saída para as adversidades com o trânsito, geradas por conta dos serviços de reestruturação in loco
das placas de betão. (Manual de Pavimentos Rígidos, 2004, p. 155);
Figura 7 - Comparativo da coloração nos pavimentos. Fonte: ARAÚJO et. al. (2016).
A distribuição de tensões na pavimentação rígida dá-se de forma bem diferentes dos pavimentos flexíveis,
como ilustrado na Figura 8. Na pavimentação asfáltica a transmissão das cargas verticais provenientes do
tráfego se distribui em uma pequena área do pavimento, devido à flexibilidade do revestimento asfáltico,
transmitindo uma grande parcela dos esforços para camadas adjacentes. Já nos pavimentos rígidos,
devido à maior rigidez do betão, as cargas verticais se distribuem em uma área maior, ocasionando um
alívio de tensões nas camadas abaixo do revestimento, precisando de uma quantidade menor de camadas
na estrutura quando comparado a estrutura dos pavimentos flexíveis.
Figura 8 - Comparativo das pressões das solicitações nos pavimentos (ARAÚJO et. al. 2016).
Conforme retratado na Figura 8, as solicitações geradas pelas cargas de tráfego são melhor dispersadas
pelos pavimentos rígidos, exigindo assim, menos resistência de sua fundação. Por este motivo, no
dimensionamento do pavimento rígido é dispensada a implantação da camada de reforço de subleito. Já
nos pavimentos flexíveis, as cargas não são tão bem dispersas, o que exige mais de sua fundação. Dessa
forma, os pavimentos flexíveis seriam mais indicados para os solos com maiores resistências, e que não
necessitem de reforço nas camadas de subleito, tornando-o mais simples sua execução (NETO, 2011
apud SILVA et. al., 2018).
pavimento rígido adotado para a zona de estudo em questão, assim como a análise do método pertinente
e adequado para o dimensionamento do projeto.
britada.
Os agregados utilizados para a finalidade da pavimentação rígida diferem dos demais devido à
rigorosidade em sua seleção, exigências e aplicação, isto se deve ao fato de ser necessário para o betão
de pavimentação, que ele tenha maior resistência à tração, menores variações volumétricas, menor
suscetibilidade à fissuração, resistência à fadiga e elevada durabilidade à ação do meio ambiente e à ação
abrasiva do tráfego (DNIT, 2005). A escolha para utilização dos agregados é criteriosa e demanda a
realização de diversos ensaios laboratoriais de caracterização visando averiguar essas características de
extrema importância para o emprego em pavimentos.
como critérios de ruptura a erosão e a fadiga das placas, diferenciando do método apresentado em 1966
que analisa apenas os efeitos de fadiga.
O método do PCA considera as propriedades do betão de cimento Portland, que é o tipo mais comum
utilizado em pavimentos rígidos. Ele também leva em consideração o tráfego esperado na via urbana,
incluindo o tipo de veículos, volume de trafego e carga por eixo. Ele fornece diretrizes para determinar a
espessura adequada das camadas de pavimento com base na capacidade de suporte do solo e na
resistência do betão, considerando o tráfego esperado durante a vida útil do pavimento.
O novo método passa também a ter em conta: a presença ou não de barras de transferência de carga,
analisando o grau de transferência de carga nas juntas transversais, efeitos da existência e contribuição
de acostamentos de betão para melhoria do desempenho da estrutura. Esta contribui para a redução de
tensões e deslocamentos verticais ao longo do bordo livre da placa e impede a penetração lateral de água
. Os critérios de ruptura (fadiga e erosão) são apresentados pelo DNIT (2005)
3.2.1. Fadiga
As tensões de tração por flexão consideradas no cálculo, são as produzidas pela carga tangente à borda
longitudinal; a curva de fadiga alcança valores abaixo da relação de tensões limite de 0,50, o que elimina a
descontinuidade nesse ponto e afasta a possibilidade de acontecer casos irreais de dimensionamento
quanto ao número admissível de solicitações (DNIT, 2005). O critério de fadiga está mostrado na Figura 9 .
3.2.2. Erosão
Entende-se por erosão a perda de material da camada de suporte direto da placa de betão, por acção
combinada da água e da passagem de cargas (principalmente dos eixos múltiplos), dando-se o fato
também nas laterais do pavimento. Os efeitos da erosão manifestam-se sob a forma de deformações
verticais críticas, nos cantos e nas bordas longitudinais das placas, causando escalões ou "degraus" nas
juntas transversais (principalmente se elas foram desprovidas de barras de transferência), podendo ser
ambas as ocorrências causadas por bombeamento, formação de vazios sob a placa e perda de suporte ou
contato entre a placa e a fundação (DNIT, 2005).
O fator de erosão mede o poder que uma certa carga tem de produzir a deformação vertical da placa e seu
valor é expresso pela letra P. Segundo Pitta (1998 ), o fator de erosão provém de dados experimentais
que apresentaram um índice de serventia final igual a 3,0, que é um valor relativamente alto, o que
provoca uma tendência ao superdimensionamento, obtendo a seguinte expressão:
Onde:
P = fator de erosão;
p = pressão vertical exercida na fundação sob o canto da placa, em psi;
h = espessura da placa em polegadas;
O escalonamento é conhecido como os danos pela formação de degraus nas juntas transversais, e sub-
bases estáveis associadas a erosão. Ela é representada pela expressão:
Onde:
N = número admissível de passagens da força;
P = fator de erosão;
C1 = constante de ajustamento relacionada ao tipo de sub-base, igual a 1,0 se granular e cerca de 0,9 se
tratada com cimento.
Onde:
?? = seção de barras de aço necessária, por metro de comprimento da junta considerada, em cm²/m;
? = distância entre a junta considerada e a junta ou borda livre mais próxima em m;
? = coeficiente de atrito entre a placa e o subleito ou sub-base, que pode variar de 1,5 a 2,0, sendo
geralmente tomado como 1,5;
?? = massa específica do betão, igual a 24000N/m²;
? = Espessura da placa em metros;
? = tensão admissível no aço, em geral 2/3 da tensão do escoamento, em MPa.
Ainda de acordo com o DNIT - Manual de Pavimentos Rígidos ? 2ª Edição ? 2004, o dimensionamento do
comprimento da barra de ligação, necessário para assegurar a sua aderência ao betão, considerando uma
tensão máxima de aderência aço-betão de 2,5MPa, é dado pela Equação 2:
Onde:
? = comprimento de uma barra de ligação, em cm;
? = diâmetro da barra de ligação, em cm;
?? = tensão de aderência entre o aço e o betão, em geral tomada igual a 2,45Mpa
7,5 = margem de segurança, prevendo-se uma possível descentralização da barra, em cm.
, (FSC), com a finalidade de compensar as possíveis deficiências de avaliação da grandeza das cargas
solicitantes e da projeção do tráfego. Os fatores podem ser adotados de acordo com figura abaixo:
Tabela 5 ? Factores de segurança para as cargas FSC (DNIT 2005)
4. CASO DE ESTUDO
4.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
A Urbanização Nova Vida está localizada na região leste de Luanda, propriamente no município do
Kilamba Kiaxi. A falta de planeamento urbano e a ausência de políticas habitacionais resultaram na
formação de bairros informais, conhecidos como musseques, que se espalharam por toda a cidade. Em
resposta a essa situação, o governo angolano implementou um programa de urbanização para minimizar o
problema habitacional na cidade de Luanda. A Urbanização Nova Vida que surgiu como parte desse
programa, é um dos empreendimentos habitacionais mais ambiciosos das ultimas décadas. O projecto
teve início em 2003 após o fim da guerra em 2002, tendo sido inicialmente projectada a construção de
cerca de 2.500 Habitações.
Urbanização precisa urgentemente de uma intervenção para recuperar a boa imagem a que habituou os
seus moradores desde a sua criação.
Figura 12 ? Localização do trecho em estudo via satélite (Fonte: Google Maps, 2023)
Figura 13 ? Localização do trecho em estudo via drone (Fonte: Vlogs do primata, 2022)
É uma via urbana a qual o pavimento necessita de reparos regularmente, devido ao fluxo de veículos que
nela percorrem por ser acesso á empresas de grande porte e universidade. Nela é possível encontrar
diversas irregularidades e defeitos recorrentes, tais como: afundamentos, panelas, acúmulo de água e
deslocamentos das pedras.
Relatos feitos por moradores da zona afirmam que esta situação já se vive a mais de três anos e
infelizmente desconhecem o motivo que está na base da patologia das estradas. Lamentam ainda que
uma urbanização que foi erguida com fundos públicos esteja a degradar aos olhos de quem é de direito. A
falta de qualidade do asfalto e a forma em que foram construídas as estradas ou, também, pela falta de
manutenção das mesmas, algumas patologias surgem em pequenas proporções e, depois de três
semanas ou menos, dependendo da intensidade do trânsito ou das chuvas, elas começam a se tornar tão
grandes que acabam comprometendo a via.
Segundo alguns condutores, as estradas da Urbanização pra eles são um grande tormento e desconforto,
e isso obriga eles a violar as regras de trânsito. Devido as constantes degradações acentuadas que a
estrada apresenta, com buracos, rachaduras e outras falhas significativas, os condutores optam por utilizar
o passeio para contornar o tráfego e seguir adiante afím de não danificar os seus automóveis e também
para não causar muita demora no trajecto quando a via estiver congestionada.
Após a avaliação do pavimento existente e com as constantes reclamações do estado da via por parte dos
condutores e moradores, pelo facto do pavimento estar muito prejudicado e com pouca manutenção, foi
constatada a necessidade de realização para reconstrução de uma nova estrutura de pavimento no local,
sendo ele rígido devido a vários factores acima citados. A realização de obra para recuperar a qualidade
da via será necessária, e para esse caso será utilizado o processo de cálculo de projeto básico, para o
dimensionamento de novo pavimento, e orçamento explicitado no capitulo a seguir.
Tipos de cimentoEspecificações
Cimento Portland ComumTipo CPI (NBR 5732)
Cimento Portland CompostoTipo CPII (NBR11578)
Cimento Portland de Alto FornoTipo CPIII (NBR 5735)
Cimento Portland PozolânicoTipo CPIV (NBR 5736)
Tipo de PavimentoFSC
- Para ruas com tráfego com pequena porcentagem de caminhões e pisos em condições semelhantes de
tráfego (estacionamentos, por exemplo)- Para estradas e vias com moderada frequência de caminhões
1,01,1
- Para altos volumes de caminhões- Pavimentos que necessitem de um desempenho acima do normal
1,2Até 1,5
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Arquivo 1: TFC.docx (8410 termos)
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LUANDA
2023
UNIVERSIDADE METODISTA DE ANGOLA
FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITECTURA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
LUANDA
2023
CLÁUDIO FRANCISCO BARTOLOMEU
LUANDA
2023
CLÁUDIO FRANCISCO BARTOLOMEU
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________________
Prof. Joanilson Tambu ? Eng. ? (UMA) ? Orientador
_____________________________________________________________
Prof. Herman Dumby ? Eng. ? (UMA) ? Director do Curso de Eng. Civil
_____________________________________________________________
Prof. Deodato Mariata ? Eng. ? (UMA) ? Director do Curso de Eng. Ambiental
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a mim por não saber desistir e em especial aos meus pais, pilares da minha
formação como ser humano, os dois maiores incentivadores das realizações dos meus objectivos.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a Deus pela força e o dom que me deu nesta existência, por sempre me
mostrar o caminho certo e por me proporcionar disciplina e resiliência durante toda a minha vida, através
da ajuda da Inteligência Infinita de Deus que este trabalho foi concluído de forma satisfatória. Agradeço
aos meus familiares que sempre me apoiaram especialmente aos meus pais António B. Sebastião e Isabel
F. Contreiras que com as dificuldades da vida conseguiram-me guiar até a maturidade mental e espiritual,
pelo apoio e incentivo em todas as áreas da minha vida que serviram de alicerce para as minhas
realizações, e por sempre acreditarem que eu serei capaz de superar os obstáculos que a vida me
apresentar.
Aos meus queridos irmãos Dionísio, Diamantino, Nelsa, Gildo, Sebastião e Isabel pelo apoio incondicional
e atenção dedicada quando sempre precisei, por me fazerem ter confiança nas minhas decisões. Aos
meus queridos sobrinhos pela amizade e momentos descontraídos, a todos os meus amigos e
companheiros que fiz ao longo deste árduo percurso e que juntos partilhamos vários momentos, na UMA
em especial ao Victorino, Florivaldo, Edson, Márcia e Joselito por quem expresso respeito e admiração, e
a todos que de forma directa ou indirecta fizeram parte desta caminhada: Mufucadas, Tatiana, Gil, Milagrú
, Bruna, entre outros.
Aos meus professores e orientador pelas valiosas contribuições dadas durante todo o processo cuja
dedicação e atenção foram essenciais para que este trabalho fosse concluído satisfatóriamente. Aos meus
colegas do curso de Engenharia Civil pela oportunidade do convívio e pela cooperação mútua durante
estes anos, pelas trocas de ideias e ajuda, juntos conseguimos avançar e ultrapassar todos os obstáculos
.
Também quero agradecer à Universidade Metodista de Angola e o seu corpo docente que demonstrou
estar comprometido com a qualidade e excelência do ensino. E aos funcionários que contribuiram directa e
indirectamente para a conclusão deste trabalho.
Agradeço a todos pelos seus feitos. Não há no mundo, exagero mais belo que a gratidão!
.
ABSTRACT
Keywords:
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Esquema transversal do pavimento (Manual de Pavimentação do DNIT, 2006).20
Figura 2 ? Pavimentos rígido em rodovia (ARAÚJO et. al. 2016.)23
Figura 3 ? Camadas de Pavimento Rígido (Neto, 2011)24
Figura 4 ? Placa de concreto sem barra de transferência (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)27
Figura 5 ? Placa de concreto com barra de transferência (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)27
Figura 6 ? Placa de concreto protendido (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)28
Figura 7 - Comparativo da coloração nos pavimentos. Fonte: ARAÚJO et. al. (2016).31
Figura 8 - Comparativo das pressões das solicitações nos pavimentos (ARAÚJO et. al. 2016).31
Figura 9 ? Curvas de fadiga (DNIT 2005).39
Figura 10 ? Urbanização Nova Vida (Fonte: Pubvision, 2022.)43
Figura 11 ? Patologias na estrada da Urbanização44
Figura 12 ? Localização do trecho em estudo via satélite (Fonte: Google Maps, 2023)45
Figura 13 ? Localização do trecho em estudo via drone (Fonte: Vlogs do primata, 2022)45
Figura 14 ? Patologias na estrada em estudo46
Figura 15 ? Patologias na estrada em estudo46
Figura 16 ? Patologias na estrada em estudo47
Figura 17 ? Troço 1 (Fonte: Google Maps, 2023.)48
Figura 18 ? Troço 2 (Fonte: Google Maps, 2023.)48
Figura 19 ? Detalhe das dimensões de largura no troço 149
Figura 20 ? Detalhe das dimensões de largura no troço 249
Figura 21 ? Patologias na estrada em estudo50
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Tipos de sub-bases para pavimentos rígidos (Adaptado de DNIT, 2005.)25
Tabela 2 - Análise comparativa entre os Pavimentos Rígido e Flexível (Silva et al. 2018)30
Tabela 3 ? Tipos de cimento para pavimentação rígida (Autoria)34
Tabela 4 - Diâmetro das barras de transferência (DNIT 2005)37
Tabela 5 ? Factores de segurança para as cargas FSC (DNIT 2005)42
Tabela 6 - Quantitativo de veículos (manhã)51
Tabela 7 - Quantitativo de veículos (tarde)52
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO16
1.1. SITUAÇÃO PROBLEMA18
1.2. OBJECTIVOS19
1.2.1. Objectivo Geral19
1.2.2. Objectivos Específicos19
1.3. JUSTIFICATIVO19
1.4. METODOLOGIA DO TRABALHO19
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA20
2.1 CONCEITOS SOBRE PAVIMENTO20
2.1.1. Histórico de pavimentos rodoviários em angola21
2.1.2. Classificação dos pavimentos22
2.2. PAVIMENTO RÍGIDO22
2.2.1. Estrutura do pavimento rígido24
2.2.2. Tipos de pavimento rígido26
2.2.3. Vantagens do pavimento rígido28
2.2.4. Análise comparativa entre pavimentos rígidos e flexíveis30
3. BASES PARA ELABORAÇÃO DO PROJECTO33
3.1. MATERIAIS UTILIZADOS NO PAVIMENTO RÍGIDO33
3.1.1. Estudo do Cimento Portland33
3.1.2. Estudo dos Agregados34
3.1.3. Estudo da Água de Amassamento35
3.1.4. Estudo dos Aditivos36
3.1.5. Estudo dos Selantes de Juntas36
3.1.6. Barras de transferência37
3.2. MÉTODO PARA O DIMENSIONAMENTO DO PROJECTO38
3.2.1. Fadiga38
3.2.2. Erosão39
3.2.3. Acostamento de betão40
3.2.4. Barras de ligação41
3.2.5. Fator de Segurança42
4. CASO DE ESTUDO43
4.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO43
4.1.1. Dimensões da via em estudo48
4.1.2. Caracteristicas do solo50
4.1.3. Caracteristica do tráfego51
4.1.4. Condições climáticas local52
1. INTRODUÇÃO
A infraestrutura de transporte desempenha um papel fundamental no desenvolvimento socio econômico
em Angola, proporcionando mobilidade, conectividade e acessibilidade às pessoas e mercadorias. Dentre
os diversos elementos que compõem uma via, o pavimento desempenha um papel crucial na garantia de
uma superficie segura e durável para o tráfego de veículos. Com a abertura ou melhoria de uma rodovia
gera um maior fluxo de veículos e pessoas que consequentemente irão movimentar comércios e indústrias
aumentando o giro de capital nessa região.
Em Angola, os investimentos em infraestrutura têm desempenhado um papel significativo no seu
desenvolvimento. Com a expansão da rede rodoviária do país, é essencial que os pavimentos sejam
projectados e dimensionados correctamente para suportar as demandas de tráfego, as condições
climáticas locais e as caracteristicas do solo.
No contexto dos pavimentos, existem duas principais categorias: pavimentos flexíveis e pavimentos rígidos
. Enquanto os pavimentos flexíveis, como asfaltos, têm sido amplamente utilizados nas vias urbanas e
rodovias no país, os pavimentos rígidos, como o concreto armado, têm ganhado crescente importância
devido às suas vantagens em termos de durabilidade, resistência e manutenção.
O pavimento rígido é caracterizado por sua alta resistência e capacidade de suportar cargas pesadas ao
longo do tempo. Em regiões urbanas densamente povoadas, como a Urbanização Nova Vida, onde o
tráfego de veículos é intenso e as condições climáticas podem variar consideravelmente, é essencial
avaliar e projectar adequadamente os pavimentos rígidos para garantir sua integridade e desempenho
duradouros.
A análise e dimensionamento de pavimento são etapas cruciais no projecto de uma via. Essas actividades
envolvem a determinação das espessuras adequadas das camadas do pavimento, levando em
consideração as caracteristicas do tráfego esperado, as propriedades do solo e os requisitos de
desempenho. Além disso, é necessário considerar factores como a distribuição de cargas, temperatura
ambiente e variações climáticas, que podem afectar significativamente o comportamento do pavimento
rígido ao longo de sua vida útil.
O objectivo deste trabalho é apresentar uma análise e dimensionamento de pavimento rígido em uma
zona urbana, buscando compreender os princípios e métodos envolvidos nesse processo. Serão
abordados os conceitos teóricos fundamentais, as normas técnicas relevantes, as técnicas de ensaio
utilizadas para caracterização dos materiais, bem como os modelos analíticos e computacionais
empregados para o dimensionamento estrutural. Além disso, serão discutidas as principais considerações
relacionadas à vida útil do pavimento rígido, incluindo aspectos de manutenção, reabilitação e durabilidade
. Serão apresentados estudos de caso e exemplos práticos que ilustram a aplicação dos métodos de
1.2. OBJECTIVOS
1.2.1. Objectivo Geral
Analisar e dimensionar um pavimento rígido de acordo com as normas e regulamentos, e proporcionar
uma solução viável econômica para a construção de vias garantindo a segurança, a funcionalidade e a
durabilidade da obra.
1.2.2. Objectivos Específicos
O presente trabalho limitou-se aos seguintes pontos:
Realizar a coleta de dados necessários para o projecto;
Estudar as normas e regulamentos técnicos relativo as condições semelhantes de país;
Efectuar os cálculos para o dimensionamento do pavimento e viabilizar a economia da obra;
Apresentar e discutir os resultados do trabalho de forma ilustrativa.
1.3. JUSTIFICATIVO
Por que o Pavimento de Rígido? Analisando o pavimento de betão em relação ao pavimento existente, ele
possui maior vida útil, baixo custo de operação e manutenção, custo inicial competitivo, economia de
energia e de combustível, resistente ao fogo, menor área de frenagem, maior segurança para os usuários.
O projeto de um pavimento de betão é realizado com métodos consagrados que buscam principalmente o
desempenho ótimo estrutural. O seu objetivo é que suas obras sejam duradouras, que sigam as
especificações técnicas e que cumpram a viabilidade econômica requerida (ABCP,2012).
1.4. METODOLOGIA DO TRABALHO
A metodologia deste trabalho envolverá a coleta de dados sobre o tráfego local, a realização de ensaios
geotécnicos para caracterização do solo, o estudo de normas e regulamentos técnicos, a aplicação de
métodos de análise e dimensionamento de pavimentos rígidos e a realização de análises econômicas
comparativas. Serão considerados estudos de caso e simulações para avaliar a viabilidade e eficácia das
soluções propostas. Espera-se que os resultados deste estudo contribuam para a melhoria da
infraestrutura viária na Urbanização Nova Vida, fornecendo orientações técnicas.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 CONCEITOS SOBRE PAVIMENTO
O Pavimento é uma estrutura de múltiplas camadas em espessuras finas, ela é construída sobre uma
superfície final de terraplenagem em que diferentes materiais com resistências e deformabilidades são
postos em contato, destinada técnica e economicamente a resistir aos esforços provenientes do tráfego de
veículos, a oferecer aos usuários melhoria nas condições de rolamento, economia, conforto e segurança.
(BERNUCCI, 2008).
O pavimento é uma estrutura não perene de diferentes materiais compactados a partir do subleito do
corpo estradal, apropriado para atender estruturalmente ao tráfego, com durabilidade e ao mínimo custo
possível, considerados diferentes horizontes para serviços de manutenção preventiva, corretiva e de
reabilitação, obrigatórios (FERREIRA, 2018). Na figura 1 é possível analisar as camadas existentes no
pavimento em geral, através da secção transversal do mesmo.
Sobre tudo, existem diversos tipos de pavimentos diferenciados pelo material empregado na sua
constituição. Quando expostos ao tráfego, as condições climáticas e outros desgastes, cada tipo reagirá
com um comportamento peculiar, alguns resistirão por mais tempo enquanto os outros apresentarão
patologias em pouco tempo de uso. As estruturas de pavimento são projetadas para resistirem a
quantidade de solicitações de carga dentro do período de projeto, sem que ocorram danos estruturais
inaceitáveis e previstos. Os principais danos considerados são a deformação permanente e a fadiga. Para
se dimensionar devidamente uma estrutura de pavimento, deve-se conhecer bem as propriedades dos
materiais que a compõem, sua resistência à ruptura, deformabilidade e permeabilidade sobre a repetição
de carga e ao efeito do clima. (BERNUCCI et al., 2006, p.339).
O pavimento rodoviário tradicionalmente é classificado entre três tipos: Flexíveis (pavimento asfálticos),
Semirrígidos (mistura de betão e asfalto) e Rígidos (pavimento de betão). No entanto, recentemente há
uma tendência em usar a nomenclatura de betão de cimento Portland (ou ainda betão-cimento) e
pavimentos asfálticos, para indicar qual tipo de revestimento é o utilizado (BERNUCCI et al., 2008).
camadas. Exemplo típico: pavimento constituído por uma base de brita ou de solo pedregulhoso, revestida
por uma camada asfáltica.
? Semi-Rígido: caracteriza-se por uma base cimentada por algum aglutinante com propriedades
cimentícias como por exemplo, por uma camada de solo cimento revestida por uma camada asfáltica.
? Rígido: aquele em que o revestimento tem uma elevada rigidez em relação às camadas inferiores e,
portanto, absorve praticamente todas as tensões provenientes do carregamento aplicado. Exemplo típico:
pavimento constituído por lajes de betão de cimento Portland.
Subleito
Neto (2011) descreve que o subleito é o terreno ao qual será construída a estrutura do pavimento,
absorvendo as cargas aplicadas sobre a mesma e proporcionando suporte para manter a via estática,
tendo a mesma designação para o pavimento rígido e flexível. Esta camada deve oferecer características
necessárias ao suporte do pavimento, podendo sofrer tratamento especial para alcançar tais fins
(FERREIRA, 2018), porém para o pavimento rígido, segundo Neto (2011), o reforço de subleito pode ser
considerado inexistente, dado que a camada de sub-base pode suprir essas necessidades.
Regularização do Subleito
Esta camada de regularização oferece as mesmas características para ambos os métodos de
pavimentação, que consiste em uma camada de espessura irregular de aterro ou corte compactado com a
finalidade de garantir ao subleito as características geométricas transversais e longitudinais de projeto
para a via, evitando gastos desnecessários com subleitos irregulares que apresentem alta resistência
(Senço, 1997).
Sub-base
De acordo com o Manual de Pavimento Rígido - MPR - (DNIT, 2005), a prática atual no projeto de
pavimentos rígidos tem sido a intercalação de uma sub-base entre a placa de betão e o subleito. A
camada de sub-base, ainda segundo o manual, é definida uma camada de espessura delgada que tem
como função uniformizar o suporte disponível ao longo da faixa do pavimento, evitar os efeitos das
mudanças excessivas de volume dos solos do subleito e eliminar a ocorrência do fenômeno de
bombeamento de finos plásticos, porventura presentes no solo de fundação, quando da presença de água
em excesso e cargas pesadas.
DNIT (2005) indica ainda que além de não bombeáveis, as sub-bases sob as placas de betão, não devem
ser consolidáveis, recomendanda-se para tanto que ela seja pouco espessa. Os tipos de sub-bases para
pavimentos rígidos podem ser classificados conforme a Tabela 1.
Base e Revestimento
Devido as suas características de resistência e estabilidade, as placas de betão desempenham as funções
de duas camadas, a de revestimento e a de base, eliminando a necessidade de uma camada diferenciada
(NETO, 2011). Esta parte superior do pavimento pode ser realizada de diversas formas, dependendo do
dimensionamento adequado a cada situação encontrada em campo. Os tipos de pavimentos são descritos
no item a seguir.
constituintes e da sua função estrutural, como pré-moldados ou as produções in loco, onde cada proposta
apresenta as suas particularidades de projeto, execução, operação e manutenção, alguns dos mais
utilizados são:
a) Pavimento de betão simples: Pavimento de cimento Portland no qual as tensões solicitantes são
combatidas somente pelo próprio betão, e que não contém nenhum tipo de armadura distribuída, pois,
mesmo sem armaduras suporta os esforços de tracção na flexão. Possui, também, juntas espaçadas, que
controlam a fissuração devida à retracção, ao empenamento e à dilatação térmica. (NBR 7583, ABNT,
1986, p.2). A Figura 4 apresenta uma placa de betão ou concreto simples.
Figura 4 ? Placa de concreto sem barra de transferência (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)
b) Pavimento de betão armado: Funciona em modo de compressão no banzo comprimido, porém sem
sofrer esmagamento. Contém armaduras de tracção para suportar esses esforços. Possui também juntas
para controle de retracção, entretanto, são mais espaçadas do que no Pavimento de betão simples. A
Figura 5 apresenta uma placa de betão armado. (Manual de Pavimentos Rígidos, 2004, p. 138);
Figura 5 ? Placa de concreto com barra de transferência (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)
c) Pavimento de betão protendido: Principalmente utilizado, quando há tráfego com muita intensidade.
Admite a execução de placas com grandes dimensões, espessuras menores e sem a necessidade das
juntas de contração. Porém, exige alta resistência do betão a compressão, por conta das forças iniciais de
protensão, empregado principalmente em pavimentos de aeroportos e pisos industriais pesados. (SILVA; e
VIEIRA, 2014,p. 18);
d) Pavimento com fibras: Pavimento composto de placas de betão com adição de fibras de aço ou
poliméricas. Apresenta maior resistência à fissuração, ao impacto e ao desgaste, além de possuir maior
ductilidade. (SILVA; e VIEIRA, 2014,p. 18);
e) Whitetopping: Constitui na construção de uma placa de betão de cimento Portland sobre um pavimento
asfáltico existente, em substituição a prática comum que inclui a demolição e construção de uma nova.
(SILVA e VIEIRA, 2014,p. 18);
f) Placas de betão pré-moldadas: São utilizadas em dois casos: na concepção de novos pavimentos ou na
manutenção dos já existentes, atuando na substituição das placas danificadas. Elas devem conter
armaduras e elevada resistência, pois serão alçadas, carregadas e transportadas. Apresentaram-se como
uma saída para as adversidades com o trânsito, geradas por conta dos serviços de reestruturação in loco
das placas de betão. (Manual de Pavimentos Rígidos, 2004, p. 155);
Figura 7 - Comparativo da coloração nos pavimentos. Fonte: ARAÚJO et. al. (2016).
A distribuição de tensões na pavimentação rígida dá-se de forma bem diferentes dos pavimentos flexíveis,
como ilustrado na Figura 8. Na pavimentação asfáltica a transmissão das cargas verticais provenientes do
tráfego se distribui em uma pequena área do pavimento, devido à flexibilidade do revestimento asfáltico,
transmitindo uma grande parcela dos esforços para camadas adjacentes. Já nos pavimentos rígidos,
devido à maior rigidez do betão, as cargas verticais se distribuem em uma área maior, ocasionando um
alívio de tensões nas camadas abaixo do revestimento, precisando de uma quantidade menor de camadas
na estrutura quando comparado a estrutura dos pavimentos flexíveis.
Figura 8 - Comparativo das pressões das solicitações nos pavimentos (ARAÚJO et. al. 2016).
Conforme retratado na Figura 8, as solicitações geradas pelas cargas de tráfego são melhor dispersadas
pelos pavimentos rígidos, exigindo assim, menos resistência de sua fundação. Por este motivo, no
dimensionamento do pavimento rígido é dispensada a implantação da camada de reforço de subleito. Já
nos pavimentos flexíveis, as cargas não são tão bem dispersas, o que exige mais de sua fundação. Dessa
forma, os pavimentos flexíveis seriam mais indicados para os solos com maiores resistências, e que não
necessitem de reforço nas camadas de subleito, tornando-o mais simples sua execução (NETO, 2011
apud SILVA et. al., 2018).
pavimento rígido adotado para a zona de estudo em questão, assim como a análise do método pertinente
e adequado para o dimensionamento do projeto.
britada.
Os agregados utilizados para a finalidade da pavimentação rígida diferem dos demais devido à
rigorosidade em sua seleção, exigências e aplicação, isto se deve ao fato de ser necessário para o betão
de pavimentação, que ele tenha maior resistência à tração, menores variações volumétricas, menor
suscetibilidade à fissuração, resistência à fadiga e elevada durabilidade à ação do meio ambiente e à ação
abrasiva do tráfego (DNIT, 2005). A escolha para utilização dos agregados é criteriosa e demanda a
realização de diversos ensaios laboratoriais de caracterização visando averiguar essas características de
extrema importância para o emprego em pavimentos.
como critérios de ruptura a erosão e a fadiga das placas, diferenciando do método apresentado em 1966
que analisa apenas os efeitos de fadiga.
O método do PCA considera as propriedades do betão de cimento Portland, que é o tipo mais comum
utilizado em pavimentos rígidos. Ele também leva em consideração o tráfego esperado na via urbana,
incluindo o tipo de veículos, volume de trafego e carga por eixo. Ele fornece diretrizes para determinar a
espessura adequada das camadas de pavimento com base na capacidade de suporte do solo e na
resistência do betão, considerando o tráfego esperado durante a vida útil do pavimento.
O novo método passa também a ter em conta: a presença ou não de barras de transferência de carga,
analisando o grau de transferência de carga nas juntas transversais, efeitos da existência e contribuição
de acostamentos de betão para melhoria do desempenho da estrutura. Esta contribui para a redução de
tensões e deslocamentos verticais ao longo do bordo livre da placa e impede a penetração lateral de água
. Os critérios de ruptura (fadiga e erosão) são apresentados pelo DNIT (2005)
3.2.1. Fadiga
As tensões de tração por flexão consideradas no cálculo, são as produzidas pela carga tangente à borda
longitudinal; a curva de fadiga alcança valores abaixo da relação de tensões limite de 0,50, o que elimina a
descontinuidade nesse ponto e afasta a possibilidade de acontecer casos irreais de dimensionamento
quanto ao número admissível de solicitações (DNIT, 2005). O critério de fadiga está mostrado na Figura 9 .
3.2.2. Erosão
Entende-se por erosão a perda de material da camada de suporte direto da placa de betão, por acção
combinada da água e da passagem de cargas (principalmente dos eixos múltiplos), dando-se o fato
também nas laterais do pavimento. Os efeitos da erosão manifestam-se sob a forma de deformações
verticais críticas, nos cantos e nas bordas longitudinais das placas, causando escalões ou "degraus" nas
juntas transversais (principalmente se elas foram desprovidas de barras de transferência), podendo ser
ambas as ocorrências causadas por bombeamento, formação de vazios sob a placa e perda de suporte ou
contato entre a placa e a fundação (DNIT, 2005).
O fator de erosão mede o poder que uma certa carga tem de produzir a deformação vertical da placa e seu
valor é expresso pela letra P. Segundo Pitta (1998 ), o fator de erosão provém de dados experimentais
que apresentaram um índice de serventia final igual a 3,0, que é um valor relativamente alto, o que
provoca uma tendência ao superdimensionamento, obtendo a seguinte expressão:
Onde:
P = fator de erosão;
p = pressão vertical exercida na fundação sob o canto da placa, em psi;
h = espessura da placa em polegadas;
O escalonamento é conhecido como os danos pela formação de degraus nas juntas transversais, e sub-
bases estáveis associadas a erosão. Ela é representada pela expressão:
Onde:
N = número admissível de passagens da força;
P = fator de erosão;
C1 = constante de ajustamento relacionada ao tipo de sub-base, igual a 1,0 se granular e cerca de 0,9 se
tratada com cimento.
Onde:
?? = seção de barras de aço necessária, por metro de comprimento da junta considerada, em cm²/m;
? = distância entre a junta considerada e a junta ou borda livre mais próxima em m;
? = coeficiente de atrito entre a placa e o subleito ou sub-base, que pode variar de 1,5 a 2,0, sendo
geralmente tomado como 1,5;
?? = massa específica do betão, igual a 24000N/m²;
? = Espessura da placa em metros;
? = tensão admissível no aço, em geral 2/3 da tensão do escoamento, em MPa.
Ainda de acordo com o DNIT - Manual de Pavimentos Rígidos ? 2ª Edição ? 2004, o dimensionamento do
comprimento da barra de ligação, necessário para assegurar a sua aderência ao betão, considerando uma
tensão máxima de aderência aço-betão de 2,5MPa, é dado pela Equação 2:
Onde:
? = comprimento de uma barra de ligação, em cm;
? = diâmetro da barra de ligação, em cm;
?? = tensão de aderência entre o aço e o betão, em geral tomada igual a 2,45Mpa
7,5 = margem de segurança, prevendo-se uma possível descentralização da barra, em cm.
, (FSC), com a finalidade de compensar as possíveis deficiências de avaliação da grandeza das cargas
solicitantes e da projeção do tráfego. Os fatores podem ser adotados de acordo com figura abaixo:
Tabela 5 ? Factores de segurança para as cargas FSC (DNIT 2005)
4. CASO DE ESTUDO
4.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
A Urbanização Nova Vida está localizada na região leste de Luanda, propriamente no município do
Kilamba Kiaxi. A falta de planeamento urbano e a ausência de políticas habitacionais resultaram na
formação de bairros informais, conhecidos como musseques, que se espalharam por toda a cidade. Em
resposta a essa situação, o governo angolano implementou um programa de urbanização para minimizar o
problema habitacional na cidade de Luanda. A Urbanização Nova Vida que surgiu como parte desse
programa, é um dos empreendimentos habitacionais mais ambiciosos das ultimas décadas. O projecto
teve início em 2003 após o fim da guerra em 2002, tendo sido inicialmente projectada a construção de
cerca de 2.500 Habitações.
Urbanização precisa urgentemente de uma intervenção para recuperar a boa imagem a que habituou os
seus moradores desde a sua criação.
Figura 12 ? Localização do trecho em estudo via satélite (Fonte: Google Maps, 2023)
Figura 13 ? Localização do trecho em estudo via drone (Fonte: Vlogs do primata, 2022)
É uma via urbana a qual o pavimento necessita de reparos regularmente, devido ao fluxo de veículos que
nela percorrem por ser acesso á empresas de grande porte e universidade. Nela é possível encontrar
diversas irregularidades e defeitos recorrentes, tais como: afundamentos, panelas, acúmulo de água e
deslocamentos das pedras.
Relatos feitos por moradores da zona afirmam que esta situação já se vive a mais de três anos e
infelizmente desconhecem o motivo que está na base da patologia das estradas. Lamentam ainda que
uma urbanização que foi erguida com fundos públicos esteja a degradar aos olhos de quem é de direito. A
falta de qualidade do asfalto e a forma em que foram construídas as estradas ou, também, pela falta de
manutenção das mesmas, algumas patologias surgem em pequenas proporções e, depois de três
semanas ou menos, dependendo da intensidade do trânsito ou das chuvas, elas começam a se tornar tão
grandes que acabam comprometendo a via.
Segundo alguns condutores, as estradas da Urbanização pra eles são um grande tormento e desconforto,
e isso obriga eles a violar as regras de trânsito. Devido as constantes degradações acentuadas que a
estrada apresenta, com buracos, rachaduras e outras falhas significativas, os condutores optam por utilizar
o passeio para contornar o tráfego e seguir adiante afím de não danificar os seus automóveis e também
para não causar muita demora no trajecto quando a via estiver congestionada.
Após a avaliação do pavimento existente e com as constantes reclamações do estado da via por parte dos
condutores e moradores, pelo facto do pavimento estar muito prejudicado e com pouca manutenção, foi
constatada a necessidade de realização para reconstrução de uma nova estrutura de pavimento no local,
sendo ele rígido devido a vários factores acima citados. A realização de obra para recuperar a qualidade
da via será necessária, e para esse caso será utilizado o processo de cálculo de projeto básico, para o
dimensionamento de novo pavimento, e orçamento explicitado no capitulo a seguir.
Tipos de cimentoEspecificações
Cimento Portland ComumTipo CPI (NBR 5732)
Cimento Portland CompostoTipo CPII (NBR11578)
Cimento Portland de Alto FornoTipo CPIII (NBR 5735)
Cimento Portland PozolânicoTipo CPIV (NBR 5736)
Tipo de PavimentoFSC
- Para ruas com tráfego com pequena porcentagem de caminhões e pisos em condições semelhantes de
tráfego (estacionamentos, por exemplo)- Para estradas e vias com moderada frequência de caminhões
1,01,1
- Para altos volumes de caminhões- Pavimentos que necessitem de um desempenho acima do normal
1,2Até 1,5
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Arquivo 1: TFC.docx (8410 termos)
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LUANDA
2023
UNIVERSIDADE METODISTA DE ANGOLA
FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITECTURA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
LUANDA
2023
CLÁUDIO FRANCISCO BARTOLOMEU
LUANDA
2023
CLÁUDIO FRANCISCO BARTOLOMEU
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________________
Prof. Joanilson Tambu ? Eng. ? (UMA) ? Orientador
_____________________________________________________________
Prof. Herman Dumby ? Eng. ? (UMA) ? Director do Curso de Eng. Civil
_____________________________________________________________
Prof. Deodato Mariata ? Eng. ? (UMA) ? Director do Curso de Eng. Ambiental
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a mim por não saber desistir e em especial aos meus pais, pilares da minha
formação como ser humano, os dois maiores incentivadores das realizações dos meus objectivos.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a Deus pela força e o dom que me deu nesta existência, por sempre me
mostrar o caminho certo e por me proporcionar disciplina e resiliência durante toda a minha vida, através
da ajuda da Inteligência Infinita de Deus que este trabalho foi concluído de forma satisfatória. Agradeço
aos meus familiares que sempre me apoiaram especialmente aos meus pais António B. Sebastião e Isabel
F. Contreiras que com as dificuldades da vida conseguiram-me guiar até a maturidade mental e espiritual,
pelo apoio e incentivo em todas as áreas da minha vida que serviram de alicerce para as minhas
realizações, e por sempre acreditarem que eu serei capaz de superar os obstáculos que a vida me
apresentar.
Aos meus queridos irmãos Dionísio, Diamantino, Nelsa, Gildo, Sebastião e Isabel pelo apoio incondicional
e atenção dedicada quando sempre precisei, por me fazerem ter confiança nas minhas decisões. Aos
meus queridos sobrinhos pela amizade e momentos descontraídos, a todos os meus amigos e
companheiros que fiz ao longo deste árduo percurso e que juntos partilhamos vários momentos, na UMA
em especial ao Victorino, Florivaldo, Edson, Márcia e Joselito por quem expresso respeito e admiração, e
a todos que de forma directa ou indirecta fizeram parte desta caminhada: Mufucadas, Tatiana, Gil, Milagrú
, Bruna, entre outros.
Aos meus professores e orientador pelas valiosas contribuições dadas durante todo o processo cuja
dedicação e atenção foram essenciais para que este trabalho fosse concluído satisfatóriamente. Aos meus
colegas do curso de Engenharia Civil pela oportunidade do convívio e pela cooperação mútua durante
estes anos, pelas trocas de ideias e ajuda, juntos conseguimos avançar e ultrapassar todos os obstáculos
.
Também quero agradecer à Universidade Metodista de Angola e o seu corpo docente que demonstrou
estar comprometido com a qualidade e excelência do ensino. E aos funcionários que contribuiram directa e
indirectamente para a conclusão deste trabalho.
Agradeço a todos pelos seus feitos. Não há no mundo, exagero mais belo que a gratidão!
.
ABSTRACT
Keywords:
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Esquema transversal do pavimento (Manual de Pavimentação do DNIT, 2006).20
Figura 2 ? Pavimentos rígido em rodovia (ARAÚJO et. al. 2016.)23
Figura 3 ? Camadas de Pavimento Rígido (Neto, 2011)24
Figura 4 ? Placa de concreto sem barra de transferência (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)27
Figura 5 ? Placa de concreto com barra de transferência (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)27
Figura 6 ? Placa de concreto protendido (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)28
Figura 7 - Comparativo da coloração nos pavimentos. Fonte: ARAÚJO et. al. (2016).31
Figura 8 - Comparativo das pressões das solicitações nos pavimentos (ARAÚJO et. al. 2016).31
Figura 9 ? Curvas de fadiga (DNIT 2005).39
Figura 10 ? Urbanização Nova Vida (Fonte: Pubvision, 2022.)43
Figura 11 ? Patologias na estrada da Urbanização44
Figura 12 ? Localização do trecho em estudo via satélite (Fonte: Google Maps, 2023)45
Figura 13 ? Localização do trecho em estudo via drone (Fonte: Vlogs do primata, 2022)45
Figura 14 ? Patologias na estrada em estudo46
Figura 15 ? Patologias na estrada em estudo46
Figura 16 ? Patologias na estrada em estudo47
Figura 17 ? Troço 1 (Fonte: Google Maps, 2023.)48
Figura 18 ? Troço 2 (Fonte: Google Maps, 2023.)48
Figura 19 ? Detalhe das dimensões de largura no troço 149
Figura 20 ? Detalhe das dimensões de largura no troço 249
Figura 21 ? Patologias na estrada em estudo50
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Tipos de sub-bases para pavimentos rígidos (Adaptado de DNIT, 2005.)25
Tabela 2 - Análise comparativa entre os Pavimentos Rígido e Flexível (Silva et al. 2018)30
Tabela 3 ? Tipos de cimento para pavimentação rígida (Autoria)34
Tabela 4 - Diâmetro das barras de transferência (DNIT 2005)37
Tabela 5 ? Factores de segurança para as cargas FSC (DNIT 2005)42
Tabela 6 - Quantitativo de veículos (manhã)51
Tabela 7 - Quantitativo de veículos (tarde)52
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO16
1.1. SITUAÇÃO PROBLEMA18
1.2. OBJECTIVOS19
1.2.1. Objectivo Geral19
1.2.2. Objectivos Específicos19
1.3. JUSTIFICATIVO19
1.4. METODOLOGIA DO TRABALHO19
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA20
2.1 CONCEITOS SOBRE PAVIMENTO20
2.1.1. Histórico de pavimentos rodoviários em angola21
2.1.2. Classificação dos pavimentos22
2.2. PAVIMENTO RÍGIDO22
2.2.1. Estrutura do pavimento rígido24
2.2.2. Tipos de pavimento rígido26
2.2.3. Vantagens do pavimento rígido28
2.2.4. Análise comparativa entre pavimentos rígidos e flexíveis30
3. BASES PARA ELABORAÇÃO DO PROJECTO33
3.1. MATERIAIS UTILIZADOS NO PAVIMENTO RÍGIDO33
3.1.1. Estudo do Cimento Portland33
3.1.2. Estudo dos Agregados34
3.1.3. Estudo da Água de Amassamento35
3.1.4. Estudo dos Aditivos36
3.1.5. Estudo dos Selantes de Juntas36
3.1.6. Barras de transferência37
3.2. MÉTODO PARA O DIMENSIONAMENTO DO PROJECTO38
3.2.1. Fadiga38
3.2.2. Erosão39
3.2.3. Acostamento de betão40
3.2.4. Barras de ligação41
3.2.5. Fator de Segurança42
4. CASO DE ESTUDO43
4.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO43
4.1.1. Dimensões da via em estudo48
4.1.2. Caracteristicas do solo50
4.1.3. Caracteristica do tráfego51
4.1.4. Condições climáticas local52
1. INTRODUÇÃO
A infraestrutura de transporte desempenha um papel fundamental no desenvolvimento socio econômico
em Angola, proporcionando mobilidade, conectividade e acessibilidade às pessoas e mercadorias. Dentre
os diversos elementos que compõem uma via, o pavimento desempenha um papel crucial na garantia de
uma superficie segura e durável para o tráfego de veículos. Com a abertura ou melhoria de uma rodovia
gera um maior fluxo de veículos e pessoas que consequentemente irão movimentar comércios e indústrias
aumentando o giro de capital nessa região.
Em Angola, os investimentos em infraestrutura têm desempenhado um papel significativo no seu
desenvolvimento. Com a expansão da rede rodoviária do país, é essencial que os pavimentos sejam
projectados e dimensionados correctamente para suportar as demandas de tráfego, as condições
climáticas locais e as caracteristicas do solo.
No contexto dos pavimentos, existem duas principais categorias: pavimentos flexíveis e pavimentos rígidos
. Enquanto os pavimentos flexíveis, como asfaltos, têm sido amplamente utilizados nas vias urbanas e
rodovias no país, os pavimentos rígidos, como o concreto armado, têm ganhado crescente importância
devido às suas vantagens em termos de durabilidade, resistência e manutenção.
O pavimento rígido é caracterizado por sua alta resistência e capacidade de suportar cargas pesadas ao
longo do tempo. Em regiões urbanas densamente povoadas, como a Urbanização Nova Vida, onde o
tráfego de veículos é intenso e as condições climáticas podem variar consideravelmente, é essencial
avaliar e projectar adequadamente os pavimentos rígidos para garantir sua integridade e desempenho
duradouros.
A análise e dimensionamento de pavimento são etapas cruciais no projecto de uma via. Essas actividades
envolvem a determinação das espessuras adequadas das camadas do pavimento, levando em
consideração as caracteristicas do tráfego esperado, as propriedades do solo e os requisitos de
desempenho. Além disso, é necessário considerar factores como a distribuição de cargas, temperatura
ambiente e variações climáticas, que podem afectar significativamente o comportamento do pavimento
rígido ao longo de sua vida útil.
O objectivo deste trabalho é apresentar uma análise e dimensionamento de pavimento rígido em uma
zona urbana, buscando compreender os princípios e métodos envolvidos nesse processo. Serão
abordados os conceitos teóricos fundamentais, as normas técnicas relevantes, as técnicas de ensaio
utilizadas para caracterização dos materiais, bem como os modelos analíticos e computacionais
empregados para o dimensionamento estrutural. Além disso, serão discutidas as principais considerações
relacionadas à vida útil do pavimento rígido, incluindo aspectos de manutenção, reabilitação e durabilidade
. Serão apresentados estudos de caso e exemplos práticos que ilustram a aplicação dos métodos de
1.2. OBJECTIVOS
1.2.1. Objectivo Geral
Analisar e dimensionar um pavimento rígido de acordo com as normas e regulamentos, e proporcionar
uma solução viável econômica para a construção de vias garantindo a segurança, a funcionalidade e a
durabilidade da obra.
1.2.2. Objectivos Específicos
O presente trabalho limitou-se aos seguintes pontos:
Realizar a coleta de dados necessários para o projecto;
Estudar as normas e regulamentos técnicos relativo as condições semelhantes de país;
Efectuar os cálculos para o dimensionamento do pavimento e viabilizar a economia da obra;
Apresentar e discutir os resultados do trabalho de forma ilustrativa.
1.3. JUSTIFICATIVO
Por que o Pavimento de Rígido? Analisando o pavimento de betão em relação ao pavimento existente, ele
possui maior vida útil, baixo custo de operação e manutenção, custo inicial competitivo, economia de
energia e de combustível, resistente ao fogo, menor área de frenagem, maior segurança para os usuários.
O projeto de um pavimento de betão é realizado com métodos consagrados que buscam principalmente o
desempenho ótimo estrutural. O seu objetivo é que suas obras sejam duradouras, que sigam as
especificações técnicas e que cumpram a viabilidade econômica requerida (ABCP,2012).
1.4. METODOLOGIA DO TRABALHO
A metodologia deste trabalho envolverá a coleta de dados sobre o tráfego local, a realização de ensaios
geotécnicos para caracterização do solo, o estudo de normas e regulamentos técnicos, a aplicação de
métodos de análise e dimensionamento de pavimentos rígidos e a realização de análises econômicas
comparativas. Serão considerados estudos de caso e simulações para avaliar a viabilidade e eficácia das
soluções propostas. Espera-se que os resultados deste estudo contribuam para a melhoria da
infraestrutura viária na Urbanização Nova Vida, fornecendo orientações técnicas.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 CONCEITOS SOBRE PAVIMENTO
O Pavimento é uma estrutura de múltiplas camadas em espessuras finas, ela é construída sobre uma
superfície final de terraplenagem em que diferentes materiais com resistências e deformabilidades são
postos em contato, destinada técnica e economicamente a resistir aos esforços provenientes do tráfego de
veículos, a oferecer aos usuários melhoria nas condições de rolamento, economia, conforto e segurança.
(BERNUCCI, 2008).
O pavimento é uma estrutura não perene de diferentes materiais compactados a partir do subleito do
corpo estradal, apropriado para atender estruturalmente ao tráfego, com durabilidade e ao mínimo custo
possível, considerados diferentes horizontes para serviços de manutenção preventiva, corretiva e de
reabilitação, obrigatórios (FERREIRA, 2018). Na figura 1 é possível analisar as camadas existentes no
pavimento em geral, através da secção transversal do mesmo.
Sobre tudo, existem diversos tipos de pavimentos diferenciados pelo material empregado na sua
constituição. Quando expostos ao tráfego, as condições climáticas e outros desgastes, cada tipo reagirá
com um comportamento peculiar, alguns resistirão por mais tempo enquanto os outros apresentarão
patologias em pouco tempo de uso. As estruturas de pavimento são projetadas para resistirem a
quantidade de solicitações de carga dentro do período de projeto, sem que ocorram danos estruturais
inaceitáveis e previstos. Os principais danos considerados são a deformação permanente e a fadiga. Para
se dimensionar devidamente uma estrutura de pavimento, deve-se conhecer bem as propriedades dos
materiais que a compõem, sua resistência à ruptura, deformabilidade e permeabilidade sobre a repetição
de carga e ao efeito do clima. (BERNUCCI et al., 2006, p.339).
O pavimento rodoviário tradicionalmente é classificado entre três tipos: Flexíveis (pavimento asfálticos),
Semirrígidos (mistura de betão e asfalto) e Rígidos (pavimento de betão). No entanto, recentemente há
uma tendência em usar a nomenclatura de betão de cimento Portland (ou ainda betão-cimento) e
pavimentos asfálticos, para indicar qual tipo de revestimento é o utilizado (BERNUCCI et al., 2008).
camadas. Exemplo típico: pavimento constituído por uma base de brita ou de solo pedregulhoso, revestida
por uma camada asfáltica.
? Semi-Rígido: caracteriza-se por uma base cimentada por algum aglutinante com propriedades
cimentícias como por exemplo, por uma camada de solo cimento revestida por uma camada asfáltica.
? Rígido: aquele em que o revestimento tem uma elevada rigidez em relação às camadas inferiores e,
portanto, absorve praticamente todas as tensões provenientes do carregamento aplicado. Exemplo típico:
pavimento constituído por lajes de betão de cimento Portland.
Subleito
Neto (2011) descreve que o subleito é o terreno ao qual será construída a estrutura do pavimento,
absorvendo as cargas aplicadas sobre a mesma e proporcionando suporte para manter a via estática,
tendo a mesma designação para o pavimento rígido e flexível. Esta camada deve oferecer características
necessárias ao suporte do pavimento, podendo sofrer tratamento especial para alcançar tais fins
(FERREIRA, 2018), porém para o pavimento rígido, segundo Neto (2011), o reforço de subleito pode ser
considerado inexistente, dado que a camada de sub-base pode suprir essas necessidades.
Regularização do Subleito
Esta camada de regularização oferece as mesmas características para ambos os métodos de
pavimentação, que consiste em uma camada de espessura irregular de aterro ou corte compactado com a
finalidade de garantir ao subleito as características geométricas transversais e longitudinais de projeto
para a via, evitando gastos desnecessários com subleitos irregulares que apresentem alta resistência
(Senço, 1997).
Sub-base
De acordo com o Manual de Pavimento Rígido - MPR - (DNIT, 2005), a prática atual no projeto de
pavimentos rígidos tem sido a intercalação de uma sub-base entre a placa de betão e o subleito. A
camada de sub-base, ainda segundo o manual, é definida uma camada de espessura delgada que tem
como função uniformizar o suporte disponível ao longo da faixa do pavimento, evitar os efeitos das
mudanças excessivas de volume dos solos do subleito e eliminar a ocorrência do fenômeno de
bombeamento de finos plásticos, porventura presentes no solo de fundação, quando da presença de água
em excesso e cargas pesadas.
DNIT (2005) indica ainda que além de não bombeáveis, as sub-bases sob as placas de betão, não devem
ser consolidáveis, recomendanda-se para tanto que ela seja pouco espessa. Os tipos de sub-bases para
pavimentos rígidos podem ser classificados conforme a Tabela 1.
Base e Revestimento
Devido as suas características de resistência e estabilidade, as placas de betão desempenham as funções
de duas camadas, a de revestimento e a de base, eliminando a necessidade de uma camada diferenciada
(NETO, 2011). Esta parte superior do pavimento pode ser realizada de diversas formas, dependendo do
dimensionamento adequado a cada situação encontrada em campo. Os tipos de pavimentos são descritos
no item a seguir.
constituintes e da sua função estrutural, como pré-moldados ou as produções in loco, onde cada proposta
apresenta as suas particularidades de projeto, execução, operação e manutenção, alguns dos mais
utilizados são:
a) Pavimento de betão simples: Pavimento de cimento Portland no qual as tensões solicitantes são
combatidas somente pelo próprio betão, e que não contém nenhum tipo de armadura distribuída, pois,
mesmo sem armaduras suporta os esforços de tracção na flexão. Possui, também, juntas espaçadas, que
controlam a fissuração devida à retracção, ao empenamento e à dilatação térmica. (NBR 7583, ABNT,
1986, p.2). A Figura 4 apresenta uma placa de betão ou concreto simples.
Figura 4 ? Placa de concreto sem barra de transferência (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)
b) Pavimento de betão armado: Funciona em modo de compressão no banzo comprimido, porém sem
sofrer esmagamento. Contém armaduras de tracção para suportar esses esforços. Possui também juntas
para controle de retracção, entretanto, são mais espaçadas do que no Pavimento de betão simples. A
Figura 5 apresenta uma placa de betão armado. (Manual de Pavimentos Rígidos, 2004, p. 138);
Figura 5 ? Placa de concreto com barra de transferência (Tecnologia de Pavimentos. ABCP dez, 2019)
c) Pavimento de betão protendido: Principalmente utilizado, quando há tráfego com muita intensidade.
Admite a execução de placas com grandes dimensões, espessuras menores e sem a necessidade das
juntas de contração. Porém, exige alta resistência do betão a compressão, por conta das forças iniciais de
protensão, empregado principalmente em pavimentos de aeroportos e pisos industriais pesados. (SILVA; e
VIEIRA, 2014,p. 18);
d) Pavimento com fibras: Pavimento composto de placas de betão com adição de fibras de aço ou
poliméricas. Apresenta maior resistência à fissuração, ao impacto e ao desgaste, além de possuir maior
ductilidade. (SILVA; e VIEIRA, 2014,p. 18);
e) Whitetopping: Constitui na construção de uma placa de betão de cimento Portland sobre um pavimento
asfáltico existente, em substituição a prática comum que inclui a demolição e construção de uma nova.
(SILVA e VIEIRA, 2014,p. 18);
f) Placas de betão pré-moldadas: São utilizadas em dois casos: na concepção de novos pavimentos ou na
manutenção dos já existentes, atuando na substituição das placas danificadas. Elas devem conter
armaduras e elevada resistência, pois serão alçadas, carregadas e transportadas. Apresentaram-se como
uma saída para as adversidades com o trânsito, geradas por conta dos serviços de reestruturação in loco
das placas de betão. (Manual de Pavimentos Rígidos, 2004, p. 155);
Figura 7 - Comparativo da coloração nos pavimentos. Fonte: ARAÚJO et. al. (2016).
A distribuição de tensões na pavimentação rígida dá-se de forma bem diferentes dos pavimentos flexíveis,
como ilustrado na Figura 8. Na pavimentação asfáltica a transmissão das cargas verticais provenientes do
tráfego se distribui em uma pequena área do pavimento, devido à flexibilidade do revestimento asfáltico,
transmitindo uma grande parcela dos esforços para camadas adjacentes. Já nos pavimentos rígidos,
devido à maior rigidez do betão, as cargas verticais se distribuem em uma área maior, ocasionando um
alívio de tensões nas camadas abaixo do revestimento, precisando de uma quantidade menor de camadas
na estrutura quando comparado a estrutura dos pavimentos flexíveis.
Figura 8 - Comparativo das pressões das solicitações nos pavimentos (ARAÚJO et. al. 2016).
Conforme retratado na Figura 8, as solicitações geradas pelas cargas de tráfego são melhor dispersadas
pelos pavimentos rígidos, exigindo assim, menos resistência de sua fundação. Por este motivo, no
dimensionamento do pavimento rígido é dispensada a implantação da camada de reforço de subleito. Já
nos pavimentos flexíveis, as cargas não são tão bem dispersas, o que exige mais de sua fundação. Dessa
forma, os pavimentos flexíveis seriam mais indicados para os solos com maiores resistências, e que não
necessitem de reforço nas camadas de subleito, tornando-o mais simples sua execução (NETO, 2011
apud SILVA et. al., 2018).
pavimento rígido adotado para a zona de estudo em questão, assim como a análise do método pertinente
e adequado para o dimensionamento do projeto.
britada.
Os agregados utilizados para a finalidade da pavimentação rígida diferem dos demais devido à
rigorosidade em sua seleção, exigências e aplicação, isto se deve ao fato de ser necessário para o betão
de pavimentação, que ele tenha maior resistência à tração, menores variações volumétricas, menor
suscetibilidade à fissuração, resistência à fadiga e elevada durabilidade à ação do meio ambiente e à ação
abrasiva do tráfego (DNIT, 2005). A escolha para utilização dos agregados é criteriosa e demanda a
realização de diversos ensaios laboratoriais de caracterização visando averiguar essas características de
extrema importância para o emprego em pavimentos.
como critérios de ruptura a erosão e a fadiga das placas, diferenciando do método apresentado em 1966
que analisa apenas os efeitos de fadiga.
O método do PCA considera as propriedades do betão de cimento Portland, que é o tipo mais comum
utilizado em pavimentos rígidos. Ele também leva em consideração o tráfego esperado na via urbana,
incluindo o tipo de veículos, volume de trafego e carga por eixo. Ele fornece diretrizes para determinar a
espessura adequada das camadas de pavimento com base na capacidade de suporte do solo e na
resistência do betão, considerando o tráfego esperado durante a vida útil do pavimento.
O novo método passa também a ter em conta: a presença ou não de barras de transferência de carga,
analisando o grau de transferência de carga nas juntas transversais, efeitos da existência e contribuição
de acostamentos de betão para melhoria do desempenho da estrutura. Esta contribui para a redução de
tensões e deslocamentos verticais ao longo do bordo livre da placa e impede a penetração lateral de água
. Os critérios de ruptura (fadiga e erosão) são apresentados pelo DNIT (2005)
3.2.1. Fadiga
As tensões de tração por flexão consideradas no cálculo, são as produzidas pela carga tangente à borda
longitudinal; a curva de fadiga alcança valores abaixo da relação de tensões limite de 0,50, o que elimina a
descontinuidade nesse ponto e afasta a possibilidade de acontecer casos irreais de dimensionamento
quanto ao número admissível de solicitações (DNIT, 2005). O critério de fadiga está mostrado na Figura 9 .
3.2.2. Erosão
Entende-se por erosão a perda de material da camada de suporte direto da placa de betão, por acção
combinada da água e da passagem de cargas (principalmente dos eixos múltiplos), dando-se o fato
também nas laterais do pavimento. Os efeitos da erosão manifestam-se sob a forma de deformações
verticais críticas, nos cantos e nas bordas longitudinais das placas, causando escalões ou "degraus" nas
juntas transversais (principalmente se elas foram desprovidas de barras de transferência), podendo ser
ambas as ocorrências causadas por bombeamento, formação de vazios sob a placa e perda de suporte ou
contato entre a placa e a fundação (DNIT, 2005).
O fator de erosão mede o poder que uma certa carga tem de produzir a deformação vertical da placa e seu
valor é expresso pela letra P. Segundo Pitta (1998 ), o fator de erosão provém de dados experimentais
que apresentaram um índice de serventia final igual a 3,0, que é um valor relativamente alto, o que
provoca uma tendência ao superdimensionamento, obtendo a seguinte expressão:
Onde:
P = fator de erosão;
p = pressão vertical exercida na fundação sob o canto da placa, em psi;
h = espessura da placa em polegadas;
O escalonamento é conhecido como os danos pela formação de degraus nas juntas transversais, e sub-
bases estáveis associadas a erosão. Ela é representada pela expressão:
Onde:
N = número admissível de passagens da força;
P = fator de erosão;
C1 = constante de ajustamento relacionada ao tipo de sub-base, igual a 1,0 se granular e cerca de 0,9 se
tratada com cimento.
Onde:
?? = seção de barras de aço necessária, por metro de comprimento da junta considerada, em cm²/m;
? = distância entre a junta considerada e a junta ou borda livre mais próxima em m;
? = coeficiente de atrito entre a placa e o subleito ou sub-base, que pode variar de 1,5 a 2,0, sendo
geralmente tomado como 1,5;
?? = massa específica do betão, igual a 24000N/m²;
? = Espessura da placa em metros;
? = tensão admissível no aço, em geral 2/3 da tensão do escoamento, em MPa.
Ainda de acordo com o DNIT - Manual de Pavimentos Rígidos ? 2ª Edição ? 2004, o dimensionamento do
comprimento da barra de ligação, necessário para assegurar a sua aderência ao betão, considerando uma
tensão máxima de aderência aço-betão de 2,5MPa, é dado pela Equação 2:
Onde:
? = comprimento de uma barra de ligação, em cm;
? = diâmetro da barra de ligação, em cm;
?? = tensão de aderência entre o aço e o betão, em geral tomada igual a 2,45Mpa
7,5 = margem de segurança, prevendo-se uma possível descentralização da barra, em cm.
, (FSC), com a finalidade de compensar as possíveis deficiências de avaliação da grandeza das cargas
solicitantes e da projeção do tráfego. Os fatores podem ser adotados de acordo com figura abaixo:
Tabela 5 ? Factores de segurança para as cargas FSC (DNIT 2005)
4. CASO DE ESTUDO
4.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
A Urbanização Nova Vida está localizada na região leste de Luanda, propriamente no município do
Kilamba Kiaxi. A falta de planeamento urbano e a ausência de políticas habitacionais resultaram na
formação de bairros informais, conhecidos como musseques, que se espalharam por toda a cidade. Em
resposta a essa situação, o governo angolano implementou um programa de urbanização para minimizar o
problema habitacional na cidade de Luanda. A Urbanização Nova Vida que surgiu como parte desse
programa, é um dos empreendimentos habitacionais mais ambiciosos das ultimas décadas. O projecto
teve início em 2003 após o fim da guerra em 2002, tendo sido inicialmente projectada a construção de
cerca de 2.500 Habitações.
Urbanização precisa urgentemente de uma intervenção para recuperar a boa imagem a que habituou os
seus moradores desde a sua criação.
Figura 12 ? Localização do trecho em estudo via satélite (Fonte: Google Maps, 2023)
Figura 13 ? Localização do trecho em estudo via drone (Fonte: Vlogs do primata, 2022)
É uma via urbana a qual o pavimento necessita de reparos regularmente, devido ao fluxo de veículos que
nela percorrem por ser acesso á empresas de grande porte e universidade. Nela é possível encontrar
diversas irregularidades e defeitos recorrentes, tais como: afundamentos, panelas, acúmulo de água e
deslocamentos das pedras.
Relatos feitos por moradores da zona afirmam que esta situação já se vive a mais de três anos e
infelizmente desconhecem o motivo que está na base da patologia das estradas. Lamentam ainda que
uma urbanização que foi erguida com fundos públicos esteja a degradar aos olhos de quem é de direito. A
falta de qualidade do asfalto e a forma em que foram construídas as estradas ou, também, pela falta de
manutenção das mesmas, algumas patologias surgem em pequenas proporções e, depois de três
semanas ou menos, dependendo da intensidade do trânsito ou das chuvas, elas começam a se tornar tão
grandes que acabam comprometendo a via.
Segundo alguns condutores, as estradas da Urbanização pra eles são um grande tormento e desconforto,
e isso obriga eles a violar as regras de trânsito. Devido as constantes degradações acentuadas que a
estrada apresenta, com buracos, rachaduras e outras falhas significativas, os condutores optam por utilizar
o passeio para contornar o tráfego e seguir adiante afím de não danificar os seus automóveis e também
para não causar muita demora no trajecto quando a via estiver congestionada.
Após a avaliação do pavimento existente e com as constantes reclamações do estado da via por parte dos
condutores e moradores, pelo facto do pavimento estar muito prejudicado e com pouca manutenção, foi
constatada a necessidade de realização para reconstrução de uma nova estrutura de pavimento no local,
sendo ele rígido devido a vários factores acima citados. A realização de obra para recuperar a qualidade
da via será necessária, e para esse caso será utilizado o processo de cálculo de projeto básico, para o
dimensionamento de novo pavimento, e orçamento explicitado no capitulo a seguir.
Tipos de cimentoEspecificações
Cimento Portland ComumTipo CPI (NBR 5732)
Cimento Portland CompostoTipo CPII (NBR11578)
Cimento Portland de Alto FornoTipo CPIII (NBR 5735)
Cimento Portland PozolânicoTipo CPIV (NBR 5736)
Tipo de PavimentoFSC
- Para ruas com tráfego com pequena porcentagem de caminhões e pisos em condições semelhantes de
tráfego (estacionamentos, por exemplo)- Para estradas e vias com moderada frequência de caminhões
1,01,1
- Para altos volumes de caminhões- Pavimentos que necessitem de um desempenho acima do normal
1,2Até 1,5