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Relatório do Software Anti-plágio CopySpider


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Instruções
Este relatório apresenta na próxima página uma tabela na qual cada linha associa o conteúdo do arquivo
de entrada com um documento encontrado na internet (para "Busca em arquivos da internet") ou do
arquivo de entrada com outro arquivo em seu computador (para "Pesquisa em arquivos locais"). A
quantidade de termos comuns representa um fator utilizado no cálculo de Similaridade dos arquivos sendo
comparados. Quanto maior a quantidade de termos comuns, maior a similaridade entre os arquivos. É
importante destacar que o limite de 3% representa uma estatística de semelhança e não um "índice de
plágio". Por exemplo, documentos que citam de forma direta (transcrição) outros documentos, podem ter
uma similaridade maior do que 3% e ainda assim não podem ser caracterizados como plágio. Há sempre a
necessidade do avaliador fazer uma análise para decidir se as semelhanças encontradas caracterizam ou
não o problema de plágio ou mesmo de erro de formatação ou adequação às normas de referências
bibliográficas. Para cada par de arquivos, apresenta-se uma comparação dos termos semelhantes, os
quais aparecem em vermelho.
Veja também:
Analisando o resultado do CopySpider
Qual o percentual aceitável para ser considerado plágio?

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Arquivos Termos comuns Similaridade


A_RECEPCAO_PELA_CONSTITUICAO_FEDERAL_DE_1988 193 2,09
_DOS_TRATADOS_INTERNACIONAIS.docx X
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/brasil/o-brasil-os-
tratados-internacionais.htm
A_RECEPCAO_PELA_CONSTITUICAO_FEDERAL_DE_1988 94 1,04
_DOS_TRATADOS_INTERNACIONAIS.docx X
http://www.conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/22009/a-
propriedade-e-sua-funcao-social-analise-do-principio-sobre-o-
iptu-e-o-itr
A_RECEPCAO_PELA_CONSTITUICAO_FEDERAL_DE_1988 89 0,72
_DOS_TRATADOS_INTERNACIONAIS.docx X
https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/download/32585/276
58/367042
A_RECEPCAO_PELA_CONSTITUICAO_FEDERAL_DE_1988 73 0,70
_DOS_TRATADOS_INTERNACIONAIS.docx X
https://fia.com.br/blog/tratados-internacionais
A_RECEPCAO_PELA_CONSTITUICAO_FEDERAL_DE_1988 94 0,69
_DOS_TRATADOS_INTERNACIONAIS.docx X
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S15
19-549X2008000200010
A_RECEPCAO_PELA_CONSTITUICAO_FEDERAL_DE_1988 60 0,66
_DOS_TRATADOS_INTERNACIONAIS.docx X
https://www.direitonet.com.br/resumos/exibir/138/Tratados-
internacionais-I
A_RECEPCAO_PELA_CONSTITUICAO_FEDERAL_DE_1988 118 0,50
_DOS_TRATADOS_INTERNACIONAIS.docx X
https://jus.com.br/artigos/87599/atos-juridicos
A_RECEPCAO_PELA_CONSTITUICAO_FEDERAL_DE_1988 22 0,29
_DOS_TRATADOS_INTERNACIONAIS.docx X
https://www.gov.br/mre/pt-br/acesso-a-informacao/perguntas-
frequentes/tratados-internacionais
A_RECEPCAO_PELA_CONSTITUICAO_FEDERAL_DE_1988 8 0,12
_DOS_TRATADOS_INTERNACIONAIS.docx X
https://busca.saraiva.com.br/q/esquematizado
A_RECEPCAO_PELA_CONSTITUICAO_FEDERAL_DE_1988 2 0,02
_DOS_TRATADOS_INTERNACIONAIS.docx X
https://www.sarahtitus.com/realign-the-desires-of-your-heart-to-
gods-desires
Arquivos com problema de download
https://www.successfulera.com/the-true-5-ways-to-realign- Não foi possível baixar o arquivo. É
yourself-in-life recomendável baixar o arquivo
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Arquivo 1:
A_RECEPCAO_PELA_CONSTITUICAO_FEDERAL_DE_1988_DOS_TRATADOS_INTERNACIONAIS.do
cx (5909 termos)
Arquivo 2: https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/brasil/o-brasil-os-tratados-internacionais.htm (3486
termos)
Termos comuns: 193
Similaridade: 2,09%
O texto abaixo é o conteúdo do documento
A_RECEPCAO_PELA_CONSTITUICAO_FEDERAL_DE_1988_DOS_TRATADOS_INTERNACIONAIS.do
cx (5909 termos)
Os termos em vermelho foram encontrados no documento
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/brasil/o-brasil-os-tratados-internacionais.htm (3486 termos)

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A RECEPÇÃO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 DOS TRATADOS INTERNACIONAIS PARA
A MITIGAÇÃO DA INSEGURANÇA JURÍDICA DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE IMIGRAÇÃO
LASTREADO PELA LEI nº 13.445/2017

Sergio Benedito de Oliveira


[1: Acadêmico de Direito, Faculdade Maringá ? R.A 16.3101 ]
ORIENTADOR: Rodolfo Grellet Teixeira da Costa
[2: Mestre em direito. Professor. Advogado.]

SUMÁRIO: 1 INTRODUÇÃO. 2 TRATADOS INTERNACIONAIS. 2.1 A recepção dos Tratados


Internacionais pela Constituição. 2.1.1 A função social dos Tratados Internacionais. 3 A IMIGRAÇÃO. 3.3
Dos refugiados. 4 DA IMIGRAÇÃO E SUA APLICABILIDADE NOS TERMOS DA LEI nº 13.445/2017 . 5
CONCLUSÃO. REFERÊNCIAS. AGRADECIMENTOS.

RESUMO: Este artigo visa compreender como um Tratado Internacional pode ser introduzido no Brasil e
as suas formas de aplicabilidade. Para tanto, apresenta-se as nuances legais e suas características
normativas dentro da nossa legislação, dando aos povos imigrantes segurança jurídica e restabelecimento
de condição de vida digna. À luz da lei nº 13.445/2017, demonstra-se sua criação e a ação no território
nacional, colocando em situação de pareamento aqueles que aqui estão e os demais que chegarão ou
passarão. Evidencia, ainda, como a situações internacionais afetam diretamente o Brasil, trazendo à
claridade do Direito as formas necessárias para realinhar estes entendimentos, suas formas de ação e
proteção daqueles mais vulneráveis que possam sucumbir caso não tenham seus direitos resguardados.
Por fim, explicita as necessidades, linhas divergentes e convergentes de proteger e manter de forma
íntegra o Estado democrático e de direito.
PALAVRA-CHAVE: Migração. Tratados Internacionais. Vulneráveis. Aplicabilidade.

THE RECEPTION BY 1988 FEDERAL CONSTITUTION OF INTERNATIONAL TREATIES FOR THE


LEGAL INSECURITY MITIGATION OF THE POPULATION IN IMMIGRATION SITUATIONS BACKED BY

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LAW Nº. 13.445/2017

ABSTRACT: This article aims to understand how an International Treaty can be introduced in Brazil and its
applicability forms. Therefore, the legal nuances and their normative characteristics are presented within
our legislation, giving immigrant peoples legal security and reestablishing a dignified life condition.
According to law nº 13.445/2017, its creation and the action in the national territory are demonstrated,
placing, in a paring situation, those who are here and the others who will arrive or pass. It also evidence
how international situations directly affect Brazil, bringing the law clarity to the necessary ways to realign
these understandings, action forms and the protection of those most vulnerable who may succumb if their
rights are not protected. Finally, it explains the needs, divergent and convergent lines of protecting and fully
maintaining the democratic and lawful State.
KEY-WORDS: Migration. International Treaties. Vulnerable. Applicability.

1 INTRODUÇÃO
As migrações tracejam desde a pré-história com o Homo Herectus, em busca de locais maiores
possibilidades de sobrevivência, para que pudessem se instalar devido as mudanças climáticas severas.
Passamos por uma das migrações mais conhecidas no mundo que se iniciou com o movimento
revolucionário de Moisés, que pediu e posteriormente fez a transição daquele povo Hebreu para a Terra
Prometida. Como relatam as Sagradas Escrituras: "Porque foi pelo poder de sua mão que o Senhor nos
tirou do Egito. Tendo o faraó deixado partir o povo" (A BÍBLIA, 2008).
Na atual situação mundial, em que guerras internas entre países, opressões ditatoriais e catástrofes
naturais levam as populações a deixarem suas terras-mãe em busca de um novo norte, queremos analisar
qual a função do Brasil, enquanto Estado acolhedor e ponto de pacífico para a recepção desta população
.
De acordo com o art. 5 da Constituição Federal, ?todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza.? ( BRASIL, 1988). Sendo assim, precisamos compreender se o mandamento constitucional
disposto neste artigo tem se efetivado quando se trata de imigrantes ou refugiados, se de fato tem sido
empregado e, com isso, afastada toda a insegurança jurídica, muitas vezes natural, que este movimento
causa. Precisamos entender se há condição empregatícia, de educação, saúde, moradia e demais
condições naturais para que esta população possa ser assistida. (BRASIL, 1988).
O alto foco neste movimento de países, muitas vezes devastados, que buscam em nosso Estado
acolhimento, demonstram que este País tem, em sua essência, o acolhimento. Deste modo, os Tratados
Internacionais recepcionados pela nossa Constituição demonstram esta condição. Acolher não somente
no ratio da palavra, mas também prover a estes seres humanos a dignidade necessária para que possam
por aqui lastrear sua cultura e trazer ao Brasil diversidade e a pluralidade e a cooperação entre os povos
para o progresso da humanidade que este país aponta em sua Constituição no seu art. 4º, IX. ( BRASIL,
1988).
A imigração ocorre no mundo há muitos séculos, seja por motivações de guerra ou catástrofes ou
simplesmente pela necessidade de alimentos. Nos últimos anos, começamos a receber uma quantia
considerável de pessoas solicitando a entrada e permanência em solo brasileiro. Conforme aponta em
seu artigo Imigrações atuas no Brasil, Rodolfo Alves Pena afirma que: ?Segundo dados do Conare
(Comitê Nacional para Refugiados) e do Ministério da Justiça, só entre os anos de 2010 e 2012, o número

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de pessoas pedindo refúgio para o Brasil triplicou.?(PENA, 2020). As situações globais fazem com que as
pessoas busquem pelos mais diversos motivos locais para criarem raízes, desde que sejam seguros e
prósperos.

O Brasil como pais acolhedor e pacificador precisa estipular regras internas e aceitar também várias outras
de cunho mundial, as quais fazem uma coalisão legal e dão estrutura para a recepção destas pessoas
imigrantes. A Constituição é a nossa fonte prima e garantidora dos princípios e fundamentos que norteiam
os direitos humanos e o princípio legal de proteção para os nacionais e estrangeiros. Deste modo, em seu
art. 4º, IX, expressa que: ?A cooperação entre os povos para assim garantir o progresso da humanidade.
Dessa forma, caminhamos em sentido jurídico, balizando os internos e acertando os externos para a
integra cooperação entre as nações. (BRASIL, 1988).
Neste sentido, em busca desta boa interação, caminhamos para a recepção dos Tratados Internacionais,
e procuramos, mediante eles, ratificar o nosso entendimento interno sobre a dignidade humana e, ao
mesmo tempo, sendo signatário das moções mundiais por paz, acolhimento e condição de vida digna. Às
pessoas que habitam este país e aos estrangeiros, a Constituição garante, em seu art. 5º, sem distinção
de qualquer natureza, a brasileiros e estrangeiros que vivem no país igualdade perante a lei.
Em busca desta pluralidade e concentração de ações positivas para a manutenção da paz e harmonia o
Declaração Internacional de Direitos Humanos garante no Artigo XIV ? 1: ?Toda pessoa vítima de
perseguição tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países.? Desta forma, cumprindo esta
declaração, o Brasil não se mantem silente, mas sim dispõe de sua estrutura para assim acolher. BRASIL
( 2009).
Assim, neste artigo o intuito é apresentar uma linha de pesquisa que apresenta uma visão que tutela os
imigrantes que pretendem ingressar no nosso território e aqui estabelecer residência e domicilio, com
ânimo definitivo. Como assevera PIOVESAN ( 2022):
O exame do aparato internacional de proteção dos direitos humanos introduzirá elementos fundamentais
para que se desenvolva a análise acerca da posição do Estado brasileiro perante os tratados
internacionais de direitos humanos. Ao estudo se conjugará a análise do impacto político do Direito
Internacional dos Direitos Humanos no Brasil, mediante o enfoque da advocacia efetiva dos instrumentos
internacionais pelos atores nacionais. (PIOVESAN, P. 173, 2022).

Para tanto, trataremos de alguns aspectos legislativos que permearam e antagonizaram a lei que
regulamenta tal imigração. A segurança jurídica vai além de normas ou suas formas, para aplicabilidade
nos casos concretos.

2 TRATADOS INTERNACIONAIS
Para que se observe as normas e fontes do Direito Internacional, faz-se necessário um olhar para a
Constituição que o recepciona. Deste modo aponta PIOVESAN (2022):
A Carta de 1988 institucionaliza a instauração de um regime político democrático no Brasil. Introduz
também indiscutível avanço na consolidação legislativa das garantias e direitos fundamentais e na
proteção de setores vulneráveis da sociedade brasileira. A partir dela, os direitos humanos ganham relevo
extraordinário, situando-se a Carta de 1988 como o documento mais abrangente e pormenorizado sobre
os direitos humanos jamais adotado no Brasil. (PIOVESAN, 2022, p. 176)

Os tratados internacionais também são conhecidos como atos jurídicos pelos quais os seus signatários

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manifestam acordos entre as pessoas internacionais. Estes tratados têm sua forma regulamentada pela
Convenção de Viena de 1969. Neste diapasão, aduz Paulo Borba Casella:
A convenção de 1969 foi complementada por outra, a Convenção sobre o direito dos tratados entre
estados e organizações ou entre organizações internacionais de 1986, cujo objetivo foi precisamente o de
reconhecer o direito das organizações internacionais de firmar tratados e convenções. (CASELLA, 2012).

A Convenção de Viena trouxe uma especificação do que seria um tratado internacional e assim o definiu
como:
Um acordo internacional concluído entre Estados em forma escrita e regulado pelo direito Internacional
consubstanciado em um único instrumento ou em dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja a
sua designação específica. (BRASIL, 2009).

Estes tratados têm a sua formação de modo regulado e detalhado para que não se perca o devido
processo legal, para que eles possam ser inseridos em cada país que os aceita de forma pacífica. Deste
modo, preceitua PIOVEZAN (2013):
Em geral, o processo de formação dos tratados tem início com os atos de negociação, conclusão e
assinatura do tratado, que são da competência do órgão do Poder Executivo. A assinatura do tratado, por
si só, traduz um aceite precário e provisório, não irradiando efeitos jurídicos vinculantes. Trata-se da mera
aquiescência do Estado em relação à forma e ao conteúdo final do tratado. A assinatura do tratado, via de
regra, indica tão somente que o tratado é autêntico e definitivo. (PIOVEZAN, 2013, p.108).

No Brasil a Constituição Federal/88 é quem baliza as formas de recepção e atuação destes tratados,
dando ao Presidente da República a competência de celebrá-los. Assim, aduz o Art. 84, VIII, da
Constituição Federal de 1988 e neste sentido aponta ARAÚJO (2001):
[3: Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: VIII - celebrar tratados, convenções e
atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional.]
O tratado é assinado pelo Presidente da República, por força da competência que lhe foi outorgada pelo
art. 84, VIII, da Constituição. E submetido ao Congresso Nacional, por força do art. 49, 1, que determina
que o instrumento seja ratificado, O instrumento jurídico para sua aprovação é o decreto legislativo, e o
Presidente promulga-o por decreto. (ARAÚJO, 2001, p. 143).

Desse modo, há de se observar as regras internas de cada país para que os tratados possam adentrar e
assim encontrarem suporte legal para coexistirem com as normas internas, sem que não haja conflito em
nenhuma esfera. Neste diapasão, aponta ACCIOLLY (2011):
A estrita observância de tratados, não sujeitos a alteração pela lei interna posterior, impõe-se como
corolário lógico e imperativo jurídico, sob pena de esvaziar o processo de institucionalização do direito
internacional e de construção de seu conteúdo, devendo tanto a legislação quanto a jurisprudência
internas observarem tais preceitos. A visão internacionalista insere o Estado em sociedade de Estados,
que abrange todo o globo, e de que todos os Estados fazem parte. A própria noção de sociedade
internacional, enquanto entidade, superior a cada um de seus integrantes, situa cada Estado,
particularmente considerado, em relação ao todo. (ACCIOLY, Hildebrando, Manual de Direito Internacional
Público, 2011).

Fazer com que a conivência e assertividade entre os iguais será sempre uma batalha travada pelo Direito

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Internacional, para aplainar ou fechar arestas que possam vir a existir entre os Estados. Neste sentido,
aponta PIOVESAN (2022):

Considerando que toda Constituição há de ser compreendida como unidade e como sistema que privilegia
determinados valores sociais, pode-se afirmar que a Carta de 1988 elege o valor da dignidade humana
como valor essencial, que lhe dá unidade de sentido. Isto é, o valor da dignidade humana informa a ordem
constitucional de 1988, imprimindo-lhe uma feição particular. (PIOVESAN, 2022, p. 183).

Dessa forma, a Constituição de 1988 aponta sempre para a dignidade da pessoa humana como fonte
motora e propulsora de direitos e normas que possam regulamentar tais ações.

2.1 A recepção dos Tratados Internacionais pela Constituição


A Constituição Federal brasileira dispõe as formas para que os tratados internacionais sejam
recepcionados no ordenamento brasileiro, para que assim possam ser validados e operacionalizados em
território nacional de forma erga omnes para aqueles que necessitam desta cobertura. Assim atesta a
Constituição Federal/88 em seu artigo 60:
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
(...)
§ 2o - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
(BRASIL, 1988).
Sendo assim, com o advento da Emenda Constitucional nº 45, foi acrescido ao artigo 5º uma alteração
garantidora para os Tratados de Direitos Humanos e dessa maneira pode ser observado na Constituição
Federal/88 no seu artigo 5º § 3º: §: ?Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais? (BRASIL, 1988). Isso eleva os
tratados como emendas constitucionais transferindo-os para um patamar superior à legislação
infraconstitucional e desta forma não podem mais serem revogados por elas. No entanto, conforme aduz
PIOVEZAN (2013):
Os tratados não podem criar obrigações para os Estados que neles não consentiram, ao menos que
preceitos constantes do tratado tenham sido incorporados pelo costume internacional. (PIOVEZAN, 2013,
p.108).
Em sendo assim, deve haver pacificação na aceitação do tratado, para que isso não gere um desconforto
às regras de vigência nacional e nem conflito entre as normas do Tratado, em detrimento das normas já
pacificadas no país. Nesta lógica, aponta ARAÚJO (1997):
As normas de Direito Internacional na?o te?m forc?a cogente no interior de um Estado sena?o por meio da
recep- c?a?o, isto e?, em decorre?ncia de um ato do seu Poder Legislativo que as converte em regras de
Direito Interno, na?o sendo possi?vel, por via de consequ?e?ncia, coliso?es entre as duas ordens juri
?dicas. (ARAUJO, 1997, p.44).
Desse modo, houve um aclaramento em sentido conciso sobre a forma de entrada e aceitação dos
tratados internacionais sobre Direitos humanos, conforme aduz Ferrari Neto (2005):
Com a entrada em vigor desta Emenda acabou a polêmica sobre a hierarquia dos tratados internacionais
sobre direitos humanos em face da Constituição, posto que a partir desta, todos os tratados aprovados
pelo Congresso Nacional por três quintos dos membros de cada uma das casas legislativas, em dois

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turnos de votação, serão equivalentes às emendas constitucionais, conforme anteriormente defendido pela
profa. Flávia Piovesan, ou seja, terão eficácia de norma constitucional, e de acordo com o § 1o da
Constituição Federal, terão aplicação imediata, não dependendo de nenhuma outra lei ou decreto para
entrar em vigor ou ter validade. (FERRARI NETO, 2005).

Dessa forma, o ordenamento jurídico brasileiro acata os tratados internacionais de direitos humanos e os
formaliza como se espera do legislador. Neste diapasão aponta PIOVEZAN (2013):
Consagra-se, assim, o princípio da boa-fé, pelo qual cabe ao Estado conferir plena observância ao tratado
de que é parte, na medida em que, no livre exercício de sua soberania, o Estado contraiu obrigações
jurídicas no plano internacional. (PIOVEZAN 2013, p.108).

Cabe aos operadores do Direito observarem as boas práticas advindas da aceitação e introducão do
Tratado em âmbito nacional, conferindo assim legitimidade a tripartição dos poderes.

2.1.1 A função social dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos


Os tratados internacionais de Direitos Humanos buscam, de forma relevante, dar garantia para aqueles
que necessitam estar em outros países ou transitar por eles. O Brasil é um Estado acolhedor, no qual os
migrantes e imigrantes têm a garantia de segurança jurídica de estar no país. Desta forma, se acolhe e
oferece condições de sobrevida para estas pessoas. Os Tratados Internacionais de Direitos Humanos,
conforme aduz MAZZUOLI (2019), são:
Os direitos humanos são, portanto, direitos protegidos pela ordem internacional (especialmente por meio
de tratados multilaterais, globais ou regionais) contra as violações e arbitrariedades que um Estado possa
cometer às pessoas sujeitas à sua jurisdição. São direitos indispensaveis a uma vida digna e que, por isso
, estabelecem um nível protetivo (Standard) mínimo que todos os Estados devem respeitar, sob pena de
responsabilidade internacional. Assim os direitos humanos são direitos que garantem às pessoas sujeitas
à jurisdição de um dado Estado meios de vindicação de seus direitoss, para além de plano interno, nas
instâncias internacionais de proteção. (MAZZUOLI 2019, p. 26).
Entende-se assim que os tratados são uma forma de proteção garantidora para que a eficácia das suas
ações possam atingir de forma plural o grupo ao qual se destina, pois esta atuação multifacetada
demonstra o quão devem ser observadas as diretrizes trazidas pelos tratados de que o Brasil se tornou
signatário. Portanto, os tratados são uma força valiosa na de maneira de formalizar regras para toda uma
comunidade internacional.
A força dos direitos humanos faz com que se tenha uma segurança jurídica em todos os signatários deles,
de modo que, diante de uma adversidade, podem ser invocados de modo amplo e eficaz. Ainda nesta
linha, a fim de nos brindar com o exaurimento do conhecimento sobre eles, Mazzuoli (2019), de forma
cristalina, aponta:

Os direitos humanos, diferentemente dos direitos fundamentais, podem ser vindicados indistintamente por
todos os cidadãos do planeta e em quaisquer condições, bastando ocorrer a violação de um direito seu
reconhecido em norma internacional aceita pelo Estado em cuja jurisdição se encontre. (MAZZUOLI,
2019, p. 30).

Entende-se, portanto, que os direitos humanos podem ser invocados na seara internacional para que se
sejam as normas garantidoras, a fim de tutelar o bem jurídico protegido, neste caso, o ser humano.

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3 A IMIGRAÇÃO

Há muitos anos, se houve falar em imigração dos povos; porém, nos últimos anos devido a condições de
severidade, sejam naturais ou provocadas pelas mãos humanas, esta realidade tem se tornado mais
latente. As guerras são uma das grandes molas propulsoras para que os povos busquem novos ambientes
para se estabelecerem. De acordo com PENA (2022):
A tendência é que as imigrações atuais no Brasil continuem aumentando, sobretudo de populações
advindas de países subdesenvolvidos ou com uma precária situação econômica, além de povos de
regiões marcadas por grandes conflitos, com destaque para povos da Palestina. (PENA, 2022).

Isto vem se tornando algo recorrente, devido às guerras civis que estão em andamento em vários países e
, atualmente, pela guerra que está acontecendo na Europa entre Rússia e Ucrânia, desalojando famílias
inteiras rumo a outros países. O Brasil, como um signatário de tratados internacionais, torna-se um país
acolhedor para a recepção de imigrantes.
O Brasil editou a Lei nº 9.474/97 para a implementação Estatuto do Refugiado, como alude Barreto (2010):

A lei brasileira, redigida em parceria com o Acnur e com a sociedade civil, é considerada hoje pela própria
ONU como uma das leis mais modernas, mais abrangentes e mais generosas do mundo. Contempla todos
os dispositivos de proteção internacional de refugiados e cria um órgão nacional ? o Comitê Nacional para
os Refugiados (Conare) ? para ditar a política pública do refúgio e decidir quanto às solicitações de
refúgio apresentadas no Brasil. (BARRETO 2010).

Estas normas fazem com que o Brasil se torne evidentemente um país acolhedor que os imigrantes
podem buscar para ter auxílio e segurança para prosseguirem suas jornadas.
No entanto, com o advento da globalização e a melhora nas formas de transportes que podem levar, em
menos de 24 horas, pessoas de um lado a outro do globo, a imigração se tornou algo mais frequente e
célere. Os desastres naturais têm levado nações além-mar a buscar no Brasil a sua solidificação. Sendo
assim, torna o nosso país um grande território mesclado de populações mundiais. Atualmente, abriu as
portas para os imigrantes advindos da Ucrânia se refugiarem devido à guerra com a Rússia.

3.3 Dos refugiados


O mundo está em constante mudança e movimento, fazendo com que seus povos também sigam esta
métrica, seja por questões climáticas ou por desordens causadas pelos próprios habitantes globais. Com
isso, começou um movimento migratório grandioso, em que pessoas ou até mesmo uma tribo precisam
sair de sua terra materna e ir para outro ponto do globo, em busca de melhores condições de
sobrevivência. Dessa forma, nascem os refugiados, ou seja, pessoas que não tiveram uma opção, mas,
sim, foram impelidas a buscar outro lugar para habitar. Nesse sentido, afirma PORFÍRIO, (2021): ?O
refugiado, por sua vez, não tem escolha. Ele se encontra em uma situação-limite: ou foge de seu local ou
pode morrer. O refúgio não é opcional. Ou seja, não há para ele outra forma de sobreviver a não ser sair
da sua terra?.
Nesta constante, o que se vê é uma inflação de população de alguns países, de pessoas que buscam esta
segurança e bem-estar para reconstruir suas vidas. Não ter escolha e sair de suas terras, torna a

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população refugiada muito vulnerável e suscetível as intempéries dos países para os quais se direcionam.
Dentre os refugiados há pessoas de todas as idades e condições, conforme aponta PORFíRIO (2021):
A Agência da ONU para refugiados, a ACNUR, estima que em torno de 40% dos deslocados são crianças
e que cerca de 85% dos deslocados e refugiados buscam países em desenvolvimento, pois estes tendem
a ser mais receptivos. Outro dado alarmante, cerca de 4,2 milhões de pessoas no mundo se encontram na
situação de apátridas, ou seja, pessoas que não têm sua nacionalidade reconhecida por nenhum país.
(PORFíRIO, 2021).

Estes seres humanos vivem numa condição limítrofe, mas que, mesmo penalizados pelas condições de
seus países maternos, buscam, de forma leve e subordinada, encontrar paz e uma nova morada nos
países em que vão coabitar. Cabe a nossa nação, como país acolhedor, dar um respaldo necessário para
que esta população, em desacordo com a ordem natural de suas vidas. Com isso, o Brasil tem garantias
legais para corroborar com o que vem dos Tratados Internacionais. Desta maneira, afirma PORTELA
(2017):

[...] em decorrência da noção da universalidade dos direitos humanos, que estabelece que todos os
indivíduos são igualmente destinatários dos mesmos direitos, sem distinção de qualquer espécie, e como
consequência do incremento dos fluxos internacionais, inclusive de pessoas, e da formação de espaços
internacionais comuns, como os blocos regionais, a situação jurídica dos não nacionais assemelha-se
cada vez mais à dos nacionais, gozando aqueles de quase todos os direitos destes, sem o que o
desenvolvimento das relações internacionais poderia encontrar obstáculos adicionais. (PORTELA, 2017 ).

Dessa forma, aqueles que por aqui chegam têm seus direitos resguardados e a lei aqui introduzida e as
leis próprias criadas neste solo fazem este arcabouço garantidor.

4. DA MIGRAÇÃO LEI nº 13.445/2017 E SUA APLICABILIDADE.


Quando se busca implementar algo em território nacional, para que seja garantidor de direito erga omnes
ou de um grupo especifico, se faz necessário olhar para a Constituição vigente neste país. No que tange a
migração, cabe ressaltar que o Brasil é signatário de tratados internacionais e figura como um país
acolhedor e fraternalmente alinhado. Neste viés, a Constituição garante em seu preâmbulo BRASIL
(1988):
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte, para instituir um
Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a
segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma
sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem
interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus,
a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil. (BRASIL, 1988).

Com este olhar fraternal, cabe ao legislador colocar em prática leis, normativas, decretos e demais
diplomas legais que possam ser substanciais na correlação com vontades e desejos expressados na
Constituição.
Deste modo, e lastreada no Decreto nº 9.199/2017, fora criada a Lei da Migração nº 13.455/2017, com a
finalidade de pontuar princípios e diretrizes para políticas públicas, a fim de cuidar do imigrante. A ponte
garantidora destes direitos vem da Constituição Federal que expõe de forma concreta esta proteção.

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Neste diapasão, aponta GUERRA (2017):


Após longos debates e estudos sobre a necessidade de conceber na ordem jurídica brasileira uma norma
que retratasse a situação atual dos não nacionais, que até então eram vistos como hóspedes (estrangeiro
), a matéria passou a ser regrada pela lei 13.445, de 24 de maio de 2017, que chegou em boa hora, tendo
sido concebida em conformidade com a proteção conferida aos direitos humanos na Carta Magna
brasileira. (GUERRA, 2017).
A Constituição tem a função de ser garantidora dos direitos e facilitar a operação dos meios legais para
que, aqueles que se enquadrem nos ditames, possam estar recobertos pelo direito líquido e certo. E com
isso garante que todos sejam reconhecidos, conforme aponta BRASIL (2017):
O dispositivo estabelece conceito demasiadamente amplo de migrante, abrangendo inclusive o estrangeiro
com residência em país fronteiriço, o que estende a todo e qualquer estrangeiro, qualquer que seja sua
condição migratória, a igualdade com os nacionais, violando a Constituição em seu artigo 5º, que
estabelece que aquela igualdade é limitada e tem como critério para sua efetividade a residência do
estrangeiro no território nacional. (BRASIL, 2017a, art. 1º).
O tracejar pela legalidade e lisura do processo vem trazer ao migrante potencial segurança jurídica em
estar no Brasil, seja por apenas um exíguo tempo ou para constituir família e lancer raízes nesta terra
acolhedora. Desta forma, a lei demonstra o seu equilíbrio, conforme aduz GUERRA (2017):
No caso da nova legislação, o legislador preferiu adotar a figura do migrante e do visitante (artigo1), em
conformidade com a política consagrada na atualidade em prol dos direitos humanos. De certo modo, o
termo empregado na Lei n. 13.445/2017 faz com que o indivíduo, que não seja nacional do Estado, não se
sinta estranho e preterido no local que se encontra, como se um forasteiro fosse. (GUERRA, 2017 p.7).
Ser acolhido, dar sentido a sua luta e caminhada, ter seu direito resguardado, ter o sentimento de
pertencimento e a noção de que, mesmo longe de suas raízes, poderá buscar de forma plural a
materialização de sonhos. Neste sentindo, a força da Lei de Migração faz-se cada vez mais necessária e
resoluta para estes seres humanos, singulares em sua essência e plurais em sua batalha, além das suas
fronteiras.

5 CONCLUSÃO.
Ser um país acolhedor, demonstrar a sua celeridade com a legalidade necessária para dar andamento e
clareza para aqueles que buscam refúgio entre a população nacional fazendo que estes sejam inseridos
no rol de cidadãos acobertados pelo Direito e suas vertentes, esta é a posição do Brasil no cenário de
signatário de Tratados Internacionais.
Diante destes fatores, devem ser observadas as formas pelas quais os tratados adentram e são aceitos
neste solo, suas aplicações e as nuances que devem ser analisadas para sua aceitação, para que não
haja conflitos entre as leis locais e as normas que os Tratados Internacionais trazem em sua essência.
O Brasil, como signatário de vários tratados internacionais, dentre eles, o Pacto de San José da Costa
Rica, Tratado Internacional de Direitos Humanos, entre outros, dá suporte para aquelas pessoas que
necessitam deste aporte. Cabe aqui lembrar que a nossa Constituição Federal, por si só, amplia os direitos
daqueles que por aqui chegam, valoriza sua condição de migrante e expressa, de forma clara e
exponencial, a necessidade do acolhimento deles.
Dessa forma, o Brasil, em todas as suas características, modos, ações, formatos e formas jurídicas trata
os desiguais de forma a igualá-los na medida de suas necessidades, para que assim possam ser
recepcionados e inseridos neste território de forma terna, sem percalços e amplamente assistidos pelos

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recursos que aqui se têm. Um país que figura em todos os âmbitos de receptor de todas as nacionalidades
que são signatárias dos Tratados Internacionais.
Resta expor que este artigo visou analisar os Tratados Internacionais sob a forma de acolhimento e
atuação em âmbito nacional, para dar um aporte maior para aqueles que deles dependem. Sendo assim,
olhando sob a luz da lei nº 13.445/2017 que demonstra a aplicabilidade e a força que Tratados
Internacionais podem exercer na esfera nacional.

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ANTÔNIO Augusto Cançado Trindade, GÉRARD Peytrignet & JAIME Ruiz de Santiago. As três vertentes
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Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão
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Travessia, n. 36, p. 15-32, jan./abr. 2000. PDF

AGRADECIMENTOS.

Em primeiro momento quero agradecer aqueles que me colocaram a disposição do mundo e do Direito,
meu pais Adézio Benedito de Oliveira e Maria Monteiro de Oliveira ( ambos in memorian), pois sem a
orientação correta e assertiva eu jamais teria chego até aqui. Nesta mesma seara preciso agradecer
minha esposa Meire Colauto de Oliveira, que devotou a mim nestes últimos 5 anos todo o suporte
necessário para que eu pudesse me dedicar a esta graduação e neste diapasão a cada membro das
minhas famílias Colauto, Monteiro, Yamaguchi, Salido e Oliveira a todos que formam esta grande família e
que soube me compreender e auxiliar nesta caminhada solitária e silenciosa. A todos meus amigos que
sempre estiveram ao meu lado e compreenderam as minhas ausências nas reuniões e eventos, Doutor
Cleison Aires, Nilza Helena, e a cada um que estão citados e marcados no meu coração e espirito; em
especial a minha grande amiga e irmã na vida e no Direito, Doutora Jenifer Garvin, por ter me inspirado
neste caminho e que me compreenderam pois estava devotado ao Direito. Aos amigos que fiz ao longo
desta graduação e que já seguem para a vida, Mariana Arrias, Camila Lorencini e Bruno Henrique Costa
da Silva, que além de serem meus suportes, também comigo constituíram laços de profundo respeito e
muito empenho ao estudo da Justiça. A cada um dos que colaboraram com organização mental deste
artigo em especial a doutora Rozilda Vidigal, minha colega de classe, que com sua orientação fraterna me
fez enxergar muito além de palavras, mas as nuances do que significa cada detalhe aqui descrito.
Agradeço a cada membro desta instituição de ensino: as pessoas que a mantem limpa e organizada, aos
colaboradores da secretaria, financeiro e pessoas que muitas vezes nem aparecem, mas que nos dão
suporte para que possamos estar sentados numa cadeira desta academia. Aos professores na que desde

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o primeiro ano nos deram base e mostraram como esta profissão é digna e merece nosso empenho e
devoção em especial a minha querida professora Silvia Regina Emiliano Gonzaga que sempre me auxiliou
esteve ao meu lado em muitas produções acadêmicas. E assim quero agradecer ao meu orientador
Doutor Rodolfo Grellet, que desde o 2º ano de graduação me orientou em vários artigos que escrevemos e
colocamos a disposição da comunidade acadêmica através de publicações e Simpósios ou revista
eletrônica, pela pareceria e motivação ao longo destes anos, MUITISSIMO obrigado meu grande mestre.
Isto posto, quero agradecer aos meu pequenos Helena e Augustus, vocês são a grande mola propulsora
do papai, para estudar, trabalhar, estar cada dia melhor, pois tudo é por vocês e para vocês. E por fim eu
agradeço a Deus que tornou tudo isso possível, Toda Honra e Toda Glória

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=================================================================================
Arquivo 1:
A_RECEPCAO_PELA_CONSTITUICAO_FEDERAL_DE_1988_DOS_TRATADOS_INTERNACIONAIS.do
cx (5909 termos)
Arquivo 2: http://www.conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/22009/a-propriedade-e-sua-funcao-social-
analise-do-principio-sobre-o-iptu-e-o-itr (3201 termos)
Termos comuns: 94
Similaridade: 1,04%
O texto abaixo é o conteúdo do documento
A_RECEPCAO_PELA_CONSTITUICAO_FEDERAL_DE_1988_DOS_TRATADOS_INTERNACIONAIS.do
cx (5909 termos)
Os termos em vermelho foram encontrados no documento
http://www.conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/22009/a-propriedade-e-sua-funcao-social-analise-do-
principio-sobre-o-iptu-e-o-itr (3201 termos)

=================================================================================
A RECEPÇÃO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 DOS TRATADOS INTERNACIONAIS PARA
A MITIGAÇÃO DA INSEGURANÇA JURÍDICA DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE IMIGRAÇÃO
LASTREADO PELA LEI nº 13.445/2017

Sergio Benedito de Oliveira


[1: Acadêmico de Direito, Faculdade Maringá ? R.A 16.3101 ]
ORIENTADOR: Rodolfo Grellet Teixeira da Costa
[2: Mestre em direito. Professor. Advogado.]

SUMÁRIO: 1 INTRODUÇÃO. 2 TRATADOS INTERNACIONAIS. 2.1 A recepção dos Tratados


Internacionais pela Constituição. 2.1.1 A função social dos Tratados Internacionais. 3 A IMIGRAÇÃO. 3.3
Dos refugiados. 4 DA IMIGRAÇÃO E SUA APLICABILIDADE NOS TERMOS DA LEI nº 13.445/2017 . 5
CONCLUSÃO. REFERÊNCIAS. AGRADECIMENTOS.

RESUMO: Este artigo visa compreender como um Tratado Internacional pode ser introduzido no Brasil e
as suas formas de aplicabilidade. Para tanto, apresenta-se as nuances legais e suas características
normativas dentro da nossa legislação, dando aos povos imigrantes segurança jurídica e restabelecimento
de condição de vida digna. À luz da lei nº 13.445/2017, demonstra-se sua criação e a ação no território
nacional, colocando em situação de pareamento aqueles que aqui estão e os demais que chegarão ou
passarão. Evidencia, ainda, como a situações internacionais afetam diretamente o Brasil, trazendo à
claridade do Direito as formas necessárias para realinhar estes entendimentos, suas formas de ação e
proteção daqueles mais vulneráveis que possam sucumbir caso não tenham seus direitos resguardados.
Por fim, explicita as necessidades, linhas divergentes e convergentes de proteger e manter de forma
íntegra o Estado democrático e de direito.
PALAVRA-CHAVE: Migração. Tratados Internacionais. Vulneráveis. Aplicabilidade.

THE RECEPTION BY 1988 FEDERAL CONSTITUTION OF INTERNATIONAL TREATIES FOR THE

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LEGAL INSECURITY MITIGATION OF THE POPULATION IN IMMIGRATION SITUATIONS BACKED BY


LAW Nº. 13.445/2017

ABSTRACT: This article aims to understand how an International Treaty can be introduced in Brazil and its
applicability forms. Therefore, the legal nuances and their normative characteristics are presented within
our legislation, giving immigrant peoples legal security and reestablishing a dignified life condition.
According to law nº 13.445/2017, its creation and the action in the national territory are demonstrated,
placing, in a paring situation, those who are here and the others who will arrive or pass. It also evidence
how international situations directly affect Brazil, bringing the law clarity to the necessary ways to realign
these understandings, action forms and the protection of those most vulnerable who may succumb if their
rights are not protected. Finally, it explains the needs, divergent and convergent lines of protecting and fully
maintaining the democratic and lawful State.
KEY-WORDS: Migration. International Treaties. Vulnerable. Applicability.

1 INTRODUÇÃO
As migrações tracejam desde a pré-história com o Homo Herectus, em busca de locais maiores
possibilidades de sobrevivência, para que pudessem se instalar devido as mudanças climáticas severas.
Passamos por uma das migrações mais conhecidas no mundo que se iniciou com o movimento
revolucionário de Moisés, que pediu e posteriormente fez a transição daquele povo Hebreu para a Terra
Prometida. Como relatam as Sagradas Escrituras: "Porque foi pelo poder de sua mão que o Senhor nos
tirou do Egito. Tendo o faraó deixado partir o povo" (A BÍBLIA, 2008).
Na atual situação mundial, em que guerras internas entre países, opressões ditatoriais e catástrofes
naturais levam as populações a deixarem suas terras-mãe em busca de um novo norte, queremos analisar
qual a função do Brasil, enquanto Estado acolhedor e ponto de pacífico para a recepção desta população
.
De acordo com o art. 5 da Constituição Federal, ?todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza.? ( BRASIL, 1988). Sendo assim, precisamos compreender se o mandamento constitucional
disposto neste artigo tem se efetivado quando se trata de imigrantes ou refugiados, se de fato tem sido
empregado e, com isso, afastada toda a insegurança jurídica, muitas vezes natural, que este movimento
causa. Precisamos entender se há condição empregatícia, de educação, saúde, moradia e demais
condições naturais para que esta população possa ser assistida. (BRASIL, 1988).
O alto foco neste movimento de países, muitas vezes devastados, que buscam em nosso Estado
acolhimento, demonstram que este País tem, em sua essência, o acolhimento. Deste modo, os Tratados
Internacionais recepcionados pela nossa Constituição demonstram esta condição. Acolher não somente
no ratio da palavra, mas também prover a estes seres humanos a dignidade necessária para que possam
por aqui lastrear sua cultura e trazer ao Brasil diversidade e a pluralidade e a cooperação entre os povos
para o progresso da humanidade que este país aponta em sua Constituição no seu art. 4º, IX. ( BRASIL,
1988).
A imigração ocorre no mundo há muitos séculos, seja por motivações de guerra ou catástrofes ou
simplesmente pela necessidade de alimentos. Nos últimos anos, começamos a receber uma quantia
considerável de pessoas solicitando a entrada e permanência em solo brasileiro. Conforme aponta em
seu artigo Imigrações atuas no Brasil, Rodolfo Alves Pena afirma que: ?Segundo dados do Conare

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(Comitê Nacional para Refugiados) e do Ministério da Justiça, só entre os anos de 2010 e 2012, o número
de pessoas pedindo refúgio para o Brasil triplicou.?(PENA, 2020). As situações globais fazem com que as
pessoas busquem pelos mais diversos motivos locais para criarem raízes, desde que sejam seguros e
prósperos.

O Brasil como pais acolhedor e pacificador precisa estipular regras internas e aceitar também várias outras
de cunho mundial, as quais fazem uma coalisão legal e dão estrutura para a recepção destas pessoas
imigrantes. A Constituição é a nossa fonte prima e garantidora dos princípios e fundamentos que norteiam
os direitos humanos e o princípio legal de proteção para os nacionais e estrangeiros. Deste modo, em seu
art. 4º, IX, expressa que: ?A cooperação entre os povos para assim garantir o progresso da humanidade.
Dessa forma, caminhamos em sentido jurídico, balizando os internos e acertando os externos para a
integra cooperação entre as nações. (BRASIL, 1988).
Neste sentido, em busca desta boa interação, caminhamos para a recepção dos Tratados Internacionais,
e procuramos, mediante eles, ratificar o nosso entendimento interno sobre a dignidade humana e, ao
mesmo tempo, sendo signatário das moções mundiais por paz, acolhimento e condição de vida digna. Às
pessoas que habitam este país e aos estrangeiros, a Constituição garante, em seu art. 5º, sem distinção
de qualquer natureza, a brasileiros e estrangeiros que vivem no país igualdade perante a lei.
Em busca desta pluralidade e concentração de ações positivas para a manutenção da paz e harmonia o
Declaração Internacional de Direitos Humanos garante no Artigo XIV ? 1: ?Toda pessoa vítima de
perseguição tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países.? Desta forma, cumprindo esta
declaração, o Brasil não se mantem silente, mas sim dispõe de sua estrutura para assim acolher. BRASIL
( 2009).
Assim, neste artigo o intuito é apresentar uma linha de pesquisa que apresenta uma visão que tutela os
imigrantes que pretendem ingressar no nosso território e aqui estabelecer residência e domicilio, com
ânimo definitivo. Como assevera PIOVESAN ( 2022):
O exame do aparato internacional de proteção dos direitos humanos introduzirá elementos fundamentais
para que se desenvolva a análise acerca da posição do Estado brasileiro perante os tratados
internacionais de direitos humanos. Ao estudo se conjugará a análise do impacto político do Direito
Internacional dos Direitos Humanos no Brasil, mediante o enfoque da advocacia efetiva dos instrumentos
internacionais pelos atores nacionais. (PIOVESAN, P. 173, 2022).

Para tanto, trataremos de alguns aspectos legislativos que permearam e antagonizaram a lei que
regulamenta tal imigração. A segurança jurídica vai além de normas ou suas formas, para aplicabilidade
nos casos concretos.

2 TRATADOS INTERNACIONAIS
Para que se observe as normas e fontes do Direito Internacional, faz-se necessário um olhar para a
Constituição que o recepciona. Deste modo aponta PIOVESAN (2022):
A Carta de 1988 institucionaliza a instauração de um regime político democrático no Brasil. Introduz
também indiscutível avanço na consolidação legislativa das garantias e direitos fundamentais e na
proteção de setores vulneráveis da sociedade brasileira. A partir dela, os direitos humanos ganham relevo
extraordinário, situando-se a Carta de 1988 como o documento mais abrangente e pormenorizado sobre
os direitos humanos jamais adotado no Brasil. (PIOVESAN, 2022, p. 176)

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Os tratados internacionais também são conhecidos como atos jurídicos pelos quais os seus signatários
manifestam acordos entre as pessoas internacionais. Estes tratados têm sua forma regulamentada pela
Convenção de Viena de 1969. Neste diapasão, aduz Paulo Borba Casella:
A convenção de 1969 foi complementada por outra, a Convenção sobre o direito dos tratados entre
estados e organizações ou entre organizações internacionais de 1986, cujo objetivo foi precisamente o de
reconhecer o direito das organizações internacionais de firmar tratados e convenções. (CASELLA, 2012).

A Convenção de Viena trouxe uma especificação do que seria um tratado internacional e assim o definiu
como:
Um acordo internacional concluído entre Estados em forma escrita e regulado pelo direito Internacional
consubstanciado em um único instrumento ou em dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja a
sua designação específica. (BRASIL, 2009).

Estes tratados têm a sua formação de modo regulado e detalhado para que não se perca o devido
processo legal, para que eles possam ser inseridos em cada país que os aceita de forma pacífica. Deste
modo, preceitua PIOVEZAN (2013):
Em geral, o processo de formação dos tratados tem início com os atos de negociação, conclusão e
assinatura do tratado, que são da competência do órgão do Poder Executivo. A assinatura do tratado, por
si só, traduz um aceite precário e provisório, não irradiando efeitos jurídicos vinculantes. Trata-se da mera
aquiescência do Estado em relação à forma e ao conteúdo final do tratado. A assinatura do tratado, via de
regra, indica tão somente que o tratado é autêntico e definitivo. (PIOVEZAN, 2013, p.108).

No Brasil a Constituição Federal/88 é quem baliza as formas de recepção e atuação destes tratados,
dando ao Presidente da República a competência de celebrá-los. Assim, aduz o Art. 84, VIII, da
Constituição Federal de 1988 e neste sentido aponta ARAÚJO (2001):
[3: Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: VIII - celebrar tratados, convenções e
atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional.]
O tratado é assinado pelo Presidente da República, por força da competência que lhe foi outorgada pelo
art. 84, VIII, da Constituição. E submetido ao Congresso Nacional, por força do art. 49, 1, que determina
que o instrumento seja ratificado, O instrumento jurídico para sua aprovação é o decreto legislativo, e o
Presidente promulga-o por decreto. (ARAÚJO, 2001, p. 143).

Desse modo, há de se observar as regras internas de cada país para que os tratados possam adentrar e
assim encontrarem suporte legal para coexistirem com as normas internas, sem que não haja conflito em
nenhuma esfera. Neste diapasão, aponta ACCIOLLY (2011):
A estrita observância de tratados, não sujeitos a alteração pela lei interna posterior, impõe-se como
corolário lógico e imperativo jurídico, sob pena de esvaziar o processo de institucionalização do direito
internacional e de construção de seu conteúdo, devendo tanto a legislação quanto a jurisprudência
internas observarem tais preceitos. A visão internacionalista insere o Estado em sociedade de Estados,
que abrange todo o globo, e de que todos os Estados fazem parte. A própria noção de sociedade
internacional, enquanto entidade, superior a cada um de seus integrantes, situa cada Estado,
particularmente considerado, em relação ao todo. (ACCIOLY, Hildebrando, Manual de Direito Internacional
Público, 2011).

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Fazer com que a conivência e assertividade entre os iguais será sempre uma batalha travada pelo Direito
Internacional, para aplainar ou fechar arestas que possam vir a existir entre os Estados. Neste sentido,
aponta PIOVESAN (2022):

Considerando que toda Constituição há de ser compreendida como unidade e como sistema que privilegia
determinados valores sociais, pode-se afirmar que a Carta de 1988 elege o valor da dignidade humana
como valor essencial, que lhe dá unidade de sentido. Isto é, o valor da dignidade humana informa a ordem
constitucional de 1988, imprimindo-lhe uma feição particular. (PIOVESAN, 2022, p. 183).

Dessa forma, a Constituição de 1988 aponta sempre para a dignidade da pessoa humana como fonte
motora e propulsora de direitos e normas que possam regulamentar tais ações.

2.1 A recepção dos Tratados Internacionais pela Constituição


A Constituição Federal brasileira dispõe as formas para que os tratados internacionais sejam
recepcionados no ordenamento brasileiro, para que assim possam ser validados e operacionalizados em
território nacional de forma erga omnes para aqueles que necessitam desta cobertura. Assim atesta a
Constituição Federal/88 em seu artigo 60:
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
(...)
§ 2o - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
(BRASIL, 1988).
Sendo assim, com o advento da Emenda Constitucional nº 45, foi acrescido ao artigo 5º uma alteração
garantidora para os Tratados de Direitos Humanos e dessa maneira pode ser observado na Constituição
Federal/88 no seu artigo 5º § 3º: §: ?Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais? (BRASIL, 1988). Isso eleva os
tratados como emendas constitucionais transferindo-os para um patamar superior à legislação
infraconstitucional e desta forma não podem mais serem revogados por elas. No entanto, conforme aduz
PIOVEZAN (2013):
Os tratados não podem criar obrigações para os Estados que neles não consentiram, ao menos que
preceitos constantes do tratado tenham sido incorporados pelo costume internacional. (PIOVEZAN, 2013,
p.108).
Em sendo assim, deve haver pacificação na aceitação do tratado, para que isso não gere um desconforto
às regras de vigência nacional e nem conflito entre as normas do Tratado, em detrimento das normas já
pacificadas no país. Nesta lógica, aponta ARAÚJO (1997):
As normas de Direito Internacional na?o te?m forc?a cogente no interior de um Estado sena?o por meio da
recep- c?a?o, isto e?, em decorre?ncia de um ato do seu Poder Legislativo que as converte em regras de
Direito Interno, na?o sendo possi?vel, por via de consequ?e?ncia, coliso?es entre as duas ordens juri
?dicas. (ARAUJO, 1997, p.44).
Desse modo, houve um aclaramento em sentido conciso sobre a forma de entrada e aceitação dos
tratados internacionais sobre Direitos humanos, conforme aduz Ferrari Neto (2005):
Com a entrada em vigor desta Emenda acabou a polêmica sobre a hierarquia dos tratados internacionais
sobre direitos humanos em face da Constituição, posto que a partir desta, todos os tratados aprovados

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pelo Congresso Nacional por três quintos dos membros de cada uma das casas legislativas, em dois
turnos de votação, serão equivalentes às emendas constitucionais, conforme anteriormente defendido pela
profa. Flávia Piovesan, ou seja, terão eficácia de norma constitucional, e de acordo com o § 1o da
Constituição Federal, terão aplicação imediata, não dependendo de nenhuma outra lei ou decreto para
entrar em vigor ou ter validade. (FERRARI NETO, 2005).

Dessa forma, o ordenamento jurídico brasileiro acata os tratados internacionais de direitos humanos e os
formaliza como se espera do legislador. Neste diapasão aponta PIOVEZAN (2013):
Consagra-se, assim, o princípio da boa-fé, pelo qual cabe ao Estado conferir plena observância ao tratado
de que é parte, na medida em que, no livre exercício de sua soberania, o Estado contraiu obrigações
jurídicas no plano internacional. (PIOVEZAN 2013, p.108).

Cabe aos operadores do Direito observarem as boas práticas advindas da aceitação e introducão do
Tratado em âmbito nacional, conferindo assim legitimidade a tripartição dos poderes.

2.1.1 A função social dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos


Os tratados internacionais de Direitos Humanos buscam, de forma relevante, dar garantia para aqueles
que necessitam estar em outros países ou transitar por eles. O Brasil é um Estado acolhedor, no qual os
migrantes e imigrantes têm a garantia de segurança jurídica de estar no país. Desta forma, se acolhe e
oferece condições de sobrevida para estas pessoas. Os Tratados Internacionais de Direitos Humanos,
conforme aduz MAZZUOLI (2019), são:
Os direitos humanos são, portanto, direitos protegidos pela ordem internacional (especialmente por meio
de tratados multilaterais, globais ou regionais) contra as violações e arbitrariedades que um Estado possa
cometer às pessoas sujeitas à sua jurisdição. São direitos indispensaveis a uma vida digna e que, por isso
, estabelecem um nível protetivo (Standard) mínimo que todos os Estados devem respeitar, sob pena de
responsabilidade internacional. Assim os direitos humanos são direitos que garantem às pessoas sujeitas
à jurisdição de um dado Estado meios de vindicação de seus direitoss, para além de plano interno, nas
instâncias internacionais de proteção. (MAZZUOLI 2019, p. 26).
Entende-se assim que os tratados são uma forma de proteção garantidora para que a eficácia das suas
ações possam atingir de forma plural o grupo ao qual se destina, pois esta atuação multifacetada
demonstra o quão devem ser observadas as diretrizes trazidas pelos tratados de que o Brasil se tornou
signatário. Portanto, os tratados são uma força valiosa na de maneira de formalizar regras para toda uma
comunidade internacional.
A força dos direitos humanos faz com que se tenha uma segurança jurídica em todos os signatários deles,
de modo que, diante de uma adversidade, podem ser invocados de modo amplo e eficaz. Ainda nesta
linha, a fim de nos brindar com o exaurimento do conhecimento sobre eles, Mazzuoli (2019), de forma
cristalina, aponta:

Os direitos humanos, diferentemente dos direitos fundamentais, podem ser vindicados indistintamente por
todos os cidadãos do planeta e em quaisquer condições, bastando ocorrer a violação de um direito seu
reconhecido em norma internacional aceita pelo Estado em cuja jurisdição se encontre. (MAZZUOLI,
2019, p. 30).

Entende-se, portanto, que os direitos humanos podem ser invocados na seara internacional para que se

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sejam as normas garantidoras, a fim de tutelar o bem jurídico protegido, neste caso, o ser humano.

3 A IMIGRAÇÃO

Há muitos anos, se houve falar em imigração dos povos; porém, nos últimos anos devido a condições de
severidade, sejam naturais ou provocadas pelas mãos humanas, esta realidade tem se tornado mais
latente. As guerras são uma das grandes molas propulsoras para que os povos busquem novos ambientes
para se estabelecerem. De acordo com PENA (2022):
A tendência é que as imigrações atuais no Brasil continuem aumentando, sobretudo de populações
advindas de países subdesenvolvidos ou com uma precária situação econômica, além de povos de
regiões marcadas por grandes conflitos, com destaque para povos da Palestina. (PENA, 2022).

Isto vem se tornando algo recorrente, devido às guerras civis que estão em andamento em vários países e
, atualmente, pela guerra que está acontecendo na Europa entre Rússia e Ucrânia, desalojando famílias
inteiras rumo a outros países. O Brasil, como um signatário de tratados internacionais, torna-se um país
acolhedor para a recepção de imigrantes.
O Brasil editou a Lei nº 9.474/97 para a implementação Estatuto do Refugiado, como alude Barreto (2010):

A lei brasileira, redigida em parceria com o Acnur e com a sociedade civil, é considerada hoje pela própria
ONU como uma das leis mais modernas, mais abrangentes e mais generosas do mundo. Contempla todos
os dispositivos de proteção internacional de refugiados e cria um órgão nacional ? o Comitê Nacional para
os Refugiados (Conare) ? para ditar a política pública do refúgio e decidir quanto às solicitações de
refúgio apresentadas no Brasil. (BARRETO 2010).

Estas normas fazem com que o Brasil se torne evidentemente um país acolhedor que os imigrantes
podem buscar para ter auxílio e segurança para prosseguirem suas jornadas.
No entanto, com o advento da globalização e a melhora nas formas de transportes que podem levar, em
menos de 24 horas, pessoas de um lado a outro do globo, a imigração se tornou algo mais frequente e
célere. Os desastres naturais têm levado nações além-mar a buscar no Brasil a sua solidificação. Sendo
assim, torna o nosso país um grande território mesclado de populações mundiais. Atualmente, abriu as
portas para os imigrantes advindos da Ucrânia se refugiarem devido à guerra com a Rússia.

3.3 Dos refugiados


O mundo está em constante mudança e movimento, fazendo com que seus povos também sigam esta
métrica, seja por questões climáticas ou por desordens causadas pelos próprios habitantes globais. Com
isso, começou um movimento migratório grandioso, em que pessoas ou até mesmo uma tribo precisam
sair de sua terra materna e ir para outro ponto do globo, em busca de melhores condições de
sobrevivência. Dessa forma, nascem os refugiados, ou seja, pessoas que não tiveram uma opção, mas,
sim, foram impelidas a buscar outro lugar para habitar. Nesse sentido, afirma PORFÍRIO, (2021): ?O
refugiado, por sua vez, não tem escolha. Ele se encontra em uma situação-limite: ou foge de seu local ou
pode morrer. O refúgio não é opcional. Ou seja, não há para ele outra forma de sobreviver a não ser sair
da sua terra?.
Nesta constante, o que se vê é uma inflação de população de alguns países, de pessoas que buscam esta

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segurança e bem-estar para reconstruir suas vidas. Não ter escolha e sair de suas terras, torna a
população refugiada muito vulnerável e suscetível as intempéries dos países para os quais se direcionam.
Dentre os refugiados há pessoas de todas as idades e condições, conforme aponta PORFíRIO (2021):
A Agência da ONU para refugiados, a ACNUR, estima que em torno de 40% dos deslocados são crianças
e que cerca de 85% dos deslocados e refugiados buscam países em desenvolvimento, pois estes tendem
a ser mais receptivos. Outro dado alarmante, cerca de 4,2 milhões de pessoas no mundo se encontram na
situação de apátridas, ou seja, pessoas que não têm sua nacionalidade reconhecida por nenhum país.
(PORFíRIO, 2021).

Estes seres humanos vivem numa condição limítrofe, mas que, mesmo penalizados pelas condições de
seus países maternos, buscam, de forma leve e subordinada, encontrar paz e uma nova morada nos
países em que vão coabitar. Cabe a nossa nação, como país acolhedor, dar um respaldo necessário para
que esta população, em desacordo com a ordem natural de suas vidas. Com isso, o Brasil tem garantias
legais para corroborar com o que vem dos Tratados Internacionais. Desta maneira, afirma PORTELA
(2017):

[...] em decorrência da noção da universalidade dos direitos humanos, que estabelece que todos os
indivíduos são igualmente destinatários dos mesmos direitos, sem distinção de qualquer espécie, e como
consequência do incremento dos fluxos internacionais, inclusive de pessoas, e da formação de espaços
internacionais comuns, como os blocos regionais, a situação jurídica dos não nacionais assemelha-se
cada vez mais à dos nacionais, gozando aqueles de quase todos os direitos destes, sem o que o
desenvolvimento das relações internacionais poderia encontrar obstáculos adicionais. (PORTELA, 2017 ).

Dessa forma, aqueles que por aqui chegam têm seus direitos resguardados e a lei aqui introduzida e as
leis próprias criadas neste solo fazem este arcabouço garantidor.

4. DA MIGRAÇÃO LEI nº 13.445/2017 E SUA APLICABILIDADE.


Quando se busca implementar algo em território nacional, para que seja garantidor de direito erga omnes
ou de um grupo especifico, se faz necessário olhar para a Constituição vigente neste país. No que tange a
migração, cabe ressaltar que o Brasil é signatário de tratados internacionais e figura como um país
acolhedor e fraternalmente alinhado. Neste viés, a Constituição garante em seu preâmbulo BRASIL
(1988):
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte, para instituir um
Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a
segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma
sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem
interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus,
a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil. (BRASIL, 1988).

Com este olhar fraternal, cabe ao legislador colocar em prática leis, normativas, decretos e demais
diplomas legais que possam ser substanciais na correlação com vontades e desejos expressados na
Constituição.
Deste modo, e lastreada no Decreto nº 9.199/2017, fora criada a Lei da Migração nº 13.455/2017, com a
finalidade de pontuar princípios e diretrizes para políticas públicas, a fim de cuidar do imigrante. A ponte

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garantidora destes direitos vem da Constituição Federal que expõe de forma concreta esta proteção.
Neste diapasão, aponta GUERRA (2017):
Após longos debates e estudos sobre a necessidade de conceber na ordem jurídica brasileira uma norma
que retratasse a situação atual dos não nacionais, que até então eram vistos como hóspedes (estrangeiro
), a matéria passou a ser regrada pela lei 13.445, de 24 de maio de 2017, que chegou em boa hora, tendo
sido concebida em conformidade com a proteção conferida aos direitos humanos na Carta Magna
brasileira. (GUERRA, 2017).
A Constituição tem a função de ser garantidora dos direitos e facilitar a operação dos meios legais para
que, aqueles que se enquadrem nos ditames, possam estar recobertos pelo direito líquido e certo. E com
isso garante que todos sejam reconhecidos, conforme aponta BRASIL (2017):
O dispositivo estabelece conceito demasiadamente amplo de migrante, abrangendo inclusive o estrangeiro
com residência em país fronteiriço, o que estende a todo e qualquer estrangeiro, qualquer que seja sua
condição migratória, a igualdade com os nacionais, violando a Constituição em seu artigo 5º, que
estabelece que aquela igualdade é limitada e tem como critério para sua efetividade a residência do
estrangeiro no território nacional. (BRASIL, 2017a, art. 1º).
O tracejar pela legalidade e lisura do processo vem trazer ao migrante potencial segurança jurídica em
estar no Brasil, seja por apenas um exíguo tempo ou para constituir família e lancer raízes nesta terra
acolhedora. Desta forma, a lei demonstra o seu equilíbrio, conforme aduz GUERRA (2017):
No caso da nova legislação, o legislador preferiu adotar a figura do migrante e do visitante (artigo1), em
conformidade com a política consagrada na atualidade em prol dos direitos humanos. De certo modo, o
termo empregado na Lei n. 13.445/2017 faz com que o indivíduo, que não seja nacional do Estado, não se
sinta estranho e preterido no local que se encontra, como se um forasteiro fosse. (GUERRA, 2017 p.7).
Ser acolhido, dar sentido a sua luta e caminhada, ter seu direito resguardado, ter o sentimento de
pertencimento e a noção de que, mesmo longe de suas raízes, poderá buscar de forma plural a
materialização de sonhos. Neste sentindo, a força da Lei de Migração faz-se cada vez mais necessária e
resoluta para estes seres humanos, singulares em sua essência e plurais em sua batalha, além das suas
fronteiras.

5 CONCLUSÃO.
Ser um país acolhedor, demonstrar a sua celeridade com a legalidade necessária para dar andamento e
clareza para aqueles que buscam refúgio entre a população nacional fazendo que estes sejam inseridos
no rol de cidadãos acobertados pelo Direito e suas vertentes, esta é a posição do Brasil no cenário de
signatário de Tratados Internacionais.
Diante destes fatores, devem ser observadas as formas pelas quais os tratados adentram e são aceitos
neste solo, suas aplicações e as nuances que devem ser analisadas para sua aceitação, para que não
haja conflitos entre as leis locais e as normas que os Tratados Internacionais trazem em sua essência.
O Brasil, como signatário de vários tratados internacionais, dentre eles, o Pacto de San José da Costa
Rica, Tratado Internacional de Direitos Humanos, entre outros, dá suporte para aquelas pessoas que
necessitam deste aporte. Cabe aqui lembrar que a nossa Constituição Federal, por si só, amplia os direitos
daqueles que por aqui chegam, valoriza sua condição de migrante e expressa, de forma clara e
exponencial, a necessidade do acolhimento deles.
Dessa forma, o Brasil, em todas as suas características, modos, ações, formatos e formas jurídicas trata
os desiguais de forma a igualá-los na medida de suas necessidades, para que assim possam ser

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recepcionados e inseridos neste território de forma terna, sem percalços e amplamente assistidos pelos
recursos que aqui se têm. Um país que figura em todos os âmbitos de receptor de todas as nacionalidades
que são signatárias dos Tratados Internacionais.
Resta expor que este artigo visou analisar os Tratados Internacionais sob a forma de acolhimento e
atuação em âmbito nacional, para dar um aporte maior para aqueles que deles dependem. Sendo assim,
olhando sob a luz da lei nº 13.445/2017 que demonstra a aplicabilidade e a força que Tratados
Internacionais podem exercer na esfera nacional.

REFERÊNCIAS

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Ed. Saraiva 2011.
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proteção internacional dos direitos da pessoa humana, San José da Costa Rica: IIDH, Comitê
Internacional da Cruz Vermelha, Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, 1996.
ARAÚJO, Luiz Alberto David e Araujo, Vidal Serrano Nunes Junior, Curso de Direito Constitucional, 5ª
edição. Ed. Saraiva, 2001.
ARAU?JO, Luis Ivani de Amorim. Curso de direito internacional pu?blico. 9. ed. Rio de janeiro : Forense,
1997. p. 44. Sobre a jurisprude?ncia brasi- leira de influe?ncia dualista, vide a respeito DOLIN- GER,
Jacob. In: Direito internacional privado. Rio de janeiro : Renovar, 1997. p. 90-107, em que a mate?ria e?
citada e comentada amplamente.
ANTÔNIO Augusto Cançado Trindade, GÉRARD Peytrignet & JAIME Ruiz de Santiago. As três vertentes
da proteção internacional dos direitos da pessoa humana, San José da Costa Rica: IIDH, Comitê
Internacional da Cruz Vermelha, Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, 1996.
A incorporação das normas internacionais de proteção dos dir. humanos no dir. brasileiro, San José, C.R.:
Instituto Interamericano de Direitos Humanos (IIDH), Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CIVC), Alto
Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e Comissão da União Européia(CUE),
1996.
ASPECTOS JURÍDICOS DO IMIGRANTE BRASILEIRO: DIREITOS E DEVERES -
Telma Cristina Martines, Disponivel em <https://blog.sajadv.com.br/imigrante-brasileiro/> Acesso em
10 Jun de 2022.
ANAIS DE ARTIGOS DO II SEMINA?RIO INTERNACIONAL MIGRAC?O?ES E DIREITOS HUMANOS, 28
a 30 de maio de 2018, Lajeado, RS / Tania Micheline Miorando, Margarita Rosa Gaviria Meji?a (Org.) ?
Lajeado : Editora Univates, 2019. - PDF
A BÍBLIA. Deus conduz a saída. Tradução de Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil. São Paulo:
Paulus, 2001. 1653 p. Velho Testamento e Novo Testamento.

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF:
Presidente da República, [2016]. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao
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BRASIL. Lei 13.445/2017 Define mecanismos para a implementação do Estatuto dos Refugiados de 1951,
e determina outras providências. Disponivel em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9474.htm>
Acesso em 21 jun de 2022.

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BRASIL. Ministério da Justiça. Anteprojeto de Lei de Migrações e Promoção dos Direitos dos Migrantes no
Brasil. Brasília, 2014.- PDF

BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Eficácia das normas constitucionais sobre justiça social. Revista
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PARÁGRAFO 3º ? APLICABILIDADE DOS TRATADOS INTERNACIONAIS
?Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão
equivalentes às emendas constitucionais? Disponível em <https://www.politize.com.br/artigo-
5/aplicabilidade-dos-tratados-internacionais/> Acesso em 21 jun de 2022.
PENA, Rodolfo F. Alves. "Imigrações atuais no Brasil"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola
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Travessia, n. 36, p. 15-32, jan./abr. 2000. PDF

AGRADECIMENTOS.

Em primeiro momento quero agradecer aqueles que me colocaram a disposição do mundo e do Direito,
meu pais Adézio Benedito de Oliveira e Maria Monteiro de Oliveira ( ambos in memorian), pois sem a
orientação correta e assertiva eu jamais teria chego até aqui. Nesta mesma seara preciso agradecer
minha esposa Meire Colauto de Oliveira, que devotou a mim nestes últimos 5 anos todo o suporte
necessário para que eu pudesse me dedicar a esta graduação e neste diapasão a cada membro das
minhas famílias Colauto, Monteiro, Yamaguchi, Salido e Oliveira a todos que formam esta grande família e
que soube me compreender e auxiliar nesta caminhada solitária e silenciosa. A todos meus amigos que
sempre estiveram ao meu lado e compreenderam as minhas ausências nas reuniões e eventos, Doutor
Cleison Aires, Nilza Helena, e a cada um que estão citados e marcados no meu coração e espirito; em
especial a minha grande amiga e irmã na vida e no Direito, Doutora Jenifer Garvin, por ter me inspirado
neste caminho e que me compreenderam pois estava devotado ao Direito. Aos amigos que fiz ao longo
desta graduação e que já seguem para a vida, Mariana Arrias, Camila Lorencini e Bruno Henrique Costa
da Silva, que além de serem meus suportes, também comigo constituíram laços de profundo respeito e
muito empenho ao estudo da Justiça. A cada um dos que colaboraram com organização mental deste
artigo em especial a doutora Rozilda Vidigal, minha colega de classe, que com sua orientação fraterna me
fez enxergar muito além de palavras, mas as nuances do que significa cada detalhe aqui descrito.
Agradeço a cada membro desta instituição de ensino: as pessoas que a mantem limpa e organizada, aos
colaboradores da secretaria, financeiro e pessoas que muitas vezes nem aparecem, mas que nos dão

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suporte para que possamos estar sentados numa cadeira desta academia. Aos professores na que desde
o primeiro ano nos deram base e mostraram como esta profissão é digna e merece nosso empenho e
devoção em especial a minha querida professora Silvia Regina Emiliano Gonzaga que sempre me auxiliou
esteve ao meu lado em muitas produções acadêmicas. E assim quero agradecer ao meu orientador
Doutor Rodolfo Grellet, que desde o 2º ano de graduação me orientou em vários artigos que escrevemos e
colocamos a disposição da comunidade acadêmica através de publicações e Simpósios ou revista
eletrônica, pela pareceria e motivação ao longo destes anos, MUITISSIMO obrigado meu grande mestre.
Isto posto, quero agradecer aos meu pequenos Helena e Augustus, vocês são a grande mola propulsora
do papai, para estudar, trabalhar, estar cada dia melhor, pois tudo é por vocês e para vocês. E por fim eu
agradeço a Deus que tornou tudo isso possível, Toda Honra e Toda Glória

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=================================================================================
Arquivo 1:
A_RECEPCAO_PELA_CONSTITUICAO_FEDERAL_DE_1988_DOS_TRATADOS_INTERNACIONAIS.do
cx (5909 termos)
Arquivo 2: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/download/32585/27658/367042 (6424 termos)
Termos comuns: 89
Similaridade: 0,72%
O texto abaixo é o conteúdo do documento
A_RECEPCAO_PELA_CONSTITUICAO_FEDERAL_DE_1988_DOS_TRATADOS_INTERNACIONAIS.do
cx (5909 termos)
Os termos em vermelho foram encontrados no documento
https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/download/32585/27658/367042 (6424 termos)

=================================================================================
A RECEPÇÃO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 DOS TRATADOS INTERNACIONAIS PARA
A MITIGAÇÃO DA INSEGURANÇA JURÍDICA DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE IMIGRAÇÃO
LASTREADO PELA LEI nº 13.445/2017

Sergio Benedito de Oliveira


[1: Acadêmico de Direito, Faculdade Maringá ? R.A 16.3101 ]
ORIENTADOR: Rodolfo Grellet Teixeira da Costa
[2: Mestre em direito. Professor. Advogado.]

SUMÁRIO: 1 INTRODUÇÃO. 2 TRATADOS INTERNACIONAIS. 2.1 A recepção dos Tratados


Internacionais pela Constituição. 2.1.1 A função social dos Tratados Internacionais. 3 A IMIGRAÇÃO. 3.3
Dos refugiados. 4 DA IMIGRAÇÃO E SUA APLICABILIDADE NOS TERMOS DA LEI nº 13.445/2017 . 5
CONCLUSÃO. REFERÊNCIAS. AGRADECIMENTOS.

RESUMO: Este artigo visa compreender como um Tratado Internacional pode ser introduzido no Brasil e
as suas formas de aplicabilidade. Para tanto, apresenta-se as nuances legais e suas características
normativas dentro da nossa legislação, dando aos povos imigrantes segurança jurídica e restabelecimento
de condição de vida digna. À luz da lei nº 13.445/2017, demonstra-se sua criação e a ação no território
nacional, colocando em situação de pareamento aqueles que aqui estão e os demais que chegarão ou
passarão. Evidencia, ainda, como a situações internacionais afetam diretamente o Brasil, trazendo à
claridade do Direito as formas necessárias para realinhar estes entendimentos, suas formas de ação e
proteção daqueles mais vulneráveis que possam sucumbir caso não tenham seus direitos resguardados.
Por fim, explicita as necessidades, linhas divergentes e convergentes de proteger e manter de forma
íntegra o Estado democrático e de direito.
PALAVRA-CHAVE: Migração. Tratados Internacionais. Vulneráveis. Aplicabilidade.

THE RECEPTION BY 1988 FEDERAL CONSTITUTION OF INTERNATIONAL TREATIES FOR THE


LEGAL INSECURITY MITIGATION OF THE POPULATION IN IMMIGRATION SITUATIONS BACKED BY
LAW Nº. 13.445/2017

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ABSTRACT: This article aims to understand how an International Treaty can be introduced in Brazil and its
applicability forms. Therefore, the legal nuances and their normative characteristics are presented within
our legislation, giving immigrant peoples legal security and reestablishing a dignified life condition.
According to law nº 13.445/2017, its creation and the action in the national territory are demonstrated,
placing, in a paring situation, those who are here and the others who will arrive or pass. It also evidence
how international situations directly affect Brazil, bringing the law clarity to the necessary ways to realign
these understandings, action forms and the protection of those most vulnerable who may succumb if their
rights are not protected. Finally, it explains the needs, divergent and convergent lines of protecting and fully
maintaining the democratic and lawful State.
KEY-WORDS: Migration. International Treaties. Vulnerable. Applicability.

1 INTRODUÇÃO
As migrações tracejam desde a pré-história com o Homo Herectus, em busca de locais maiores
possibilidades de sobrevivência, para que pudessem se instalar devido as mudanças climáticas severas.
Passamos por uma das migrações mais conhecidas no mundo que se iniciou com o movimento
revolucionário de Moisés, que pediu e posteriormente fez a transição daquele povo Hebreu para a Terra
Prometida. Como relatam as Sagradas Escrituras: "Porque foi pelo poder de sua mão que o Senhor nos
tirou do Egito. Tendo o faraó deixado partir o povo" (A BÍBLIA, 2008).
Na atual situação mundial, em que guerras internas entre países, opressões ditatoriais e catástrofes
naturais levam as populações a deixarem suas terras-mãe em busca de um novo norte, queremos analisar
qual a função do Brasil, enquanto Estado acolhedor e ponto de pacífico para a recepção desta população
.
De acordo com o art. 5 da Constituição Federal, ?todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza.? ( BRASIL, 1988). Sendo assim, precisamos compreender se o mandamento constitucional
disposto neste artigo tem se efetivado quando se trata de imigrantes ou refugiados, se de fato tem sido
empregado e, com isso, afastada toda a insegurança jurídica, muitas vezes natural, que este movimento
causa. Precisamos entender se há condição empregatícia, de educação, saúde, moradia e demais
condições naturais para que esta população possa ser assistida. (BRASIL, 1988).
O alto foco neste movimento de países, muitas vezes devastados, que buscam em nosso Estado
acolhimento, demonstram que este País tem, em sua essência, o acolhimento. Deste modo, os Tratados
Internacionais recepcionados pela nossa Constituição demonstram esta condição. Acolher não somente
no ratio da palavra, mas também prover a estes seres humanos a dignidade necessária para que possam
por aqui lastrear sua cultura e trazer ao Brasil diversidade e a pluralidade e a cooperação entre os povos
para o progresso da humanidade que este país aponta em sua Constituição no seu art. 4º, IX. ( BRASIL,
1988).
A imigração ocorre no mundo há muitos séculos, seja por motivações de guerra ou catástrofes ou
simplesmente pela necessidade de alimentos. Nos últimos anos, começamos a receber uma quantia
considerável de pessoas solicitando a entrada e permanência em solo brasileiro. Conforme aponta em
seu artigo Imigrações atuas no Brasil, Rodolfo Alves Pena afirma que: ?Segundo dados do Conare
(Comitê Nacional para Refugiados) e do Ministério da Justiça, só entre os anos de 2010 e 2012, o número
de pessoas pedindo refúgio para o Brasil triplicou.?(PENA, 2020). As situações globais fazem com que as

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pessoas busquem pelos mais diversos motivos locais para criarem raízes, desde que sejam seguros e
prósperos.

O Brasil como pais acolhedor e pacificador precisa estipular regras internas e aceitar também várias outras
de cunho mundial, as quais fazem uma coalisão legal e dão estrutura para a recepção destas pessoas
imigrantes. A Constituição é a nossa fonte prima e garantidora dos princípios e fundamentos que norteiam
os direitos humanos e o princípio legal de proteção para os nacionais e estrangeiros. Deste modo, em seu
art. 4º, IX, expressa que: ?A cooperação entre os povos para assim garantir o progresso da humanidade.
Dessa forma, caminhamos em sentido jurídico, balizando os internos e acertando os externos para a
integra cooperação entre as nações. (BRASIL, 1988).
Neste sentido, em busca desta boa interação, caminhamos para a recepção dos Tratados Internacionais,
e procuramos, mediante eles, ratificar o nosso entendimento interno sobre a dignidade humana e, ao
mesmo tempo, sendo signatário das moções mundiais por paz, acolhimento e condição de vida digna. Às
pessoas que habitam este país e aos estrangeiros, a Constituição garante, em seu art. 5º, sem distinção
de qualquer natureza, a brasileiros e estrangeiros que vivem no país igualdade perante a lei.
Em busca desta pluralidade e concentração de ações positivas para a manutenção da paz e harmonia o
Declaração Internacional de Direitos Humanos garante no Artigo XIV ? 1: ?Toda pessoa vítima de
perseguição tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países.? Desta forma, cumprindo esta
declaração, o Brasil não se mantem silente, mas sim dispõe de sua estrutura para assim acolher. BRASIL
( 2009).
Assim, neste artigo o intuito é apresentar uma linha de pesquisa que apresenta uma visão que tutela os
imigrantes que pretendem ingressar no nosso território e aqui estabelecer residência e domicilio, com
ânimo definitivo. Como assevera PIOVESAN ( 2022):
O exame do aparato internacional de proteção dos direitos humanos introduzirá elementos fundamentais
para que se desenvolva a análise acerca da posição do Estado brasileiro perante os tratados
internacionais de direitos humanos. Ao estudo se conjugará a análise do impacto político do Direito
Internacional dos Direitos Humanos no Brasil, mediante o enfoque da advocacia efetiva dos instrumentos
internacionais pelos atores nacionais. (PIOVESAN, P. 173, 2022).

Para tanto, trataremos de alguns aspectos legislativos que permearam e antagonizaram a lei que
regulamenta tal imigração. A segurança jurídica vai além de normas ou suas formas, para aplicabilidade
nos casos concretos.

2 TRATADOS INTERNACIONAIS
Para que se observe as normas e fontes do Direito Internacional, faz-se necessário um olhar para a
Constituição que o recepciona. Deste modo aponta PIOVESAN (2022):
A Carta de 1988 institucionaliza a instauração de um regime político democrático no Brasil. Introduz
também indiscutível avanço na consolidação legislativa das garantias e direitos fundamentais e na
proteção de setores vulneráveis da sociedade brasileira. A partir dela, os direitos humanos ganham relevo
extraordinário, situando-se a Carta de 1988 como o documento mais abrangente e pormenorizado sobre
os direitos humanos jamais adotado no Brasil. (PIOVESAN, 2022, p. 176)

Os tratados internacionais também são conhecidos como atos jurídicos pelos quais os seus signatários
manifestam acordos entre as pessoas internacionais. Estes tratados têm sua forma regulamentada pela

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Convenção de Viena de 1969. Neste diapasão, aduz Paulo Borba Casella:


A convenção de 1969 foi complementada por outra, a Convenção sobre o direito dos tratados entre
estados e organizações ou entre organizações internacionais de 1986, cujo objetivo foi precisamente o de
reconhecer o direito das organizações internacionais de firmar tratados e convenções. (CASELLA, 2012).

A Convenção de Viena trouxe uma especificação do que seria um tratado internacional e assim o definiu
como:
Um acordo internacional concluído entre Estados em forma escrita e regulado pelo direito Internacional
consubstanciado em um único instrumento ou em dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja a
sua designação específica. (BRASIL, 2009).

Estes tratados têm a sua formação de modo regulado e detalhado para que não se perca o devido
processo legal, para que eles possam ser inseridos em cada país que os aceita de forma pacífica. Deste
modo, preceitua PIOVEZAN (2013):
Em geral, o processo de formação dos tratados tem início com os atos de negociação, conclusão e
assinatura do tratado, que são da competência do órgão do Poder Executivo. A assinatura do tratado, por
si só, traduz um aceite precário e provisório, não irradiando efeitos jurídicos vinculantes. Trata-se da mera
aquiescência do Estado em relação à forma e ao conteúdo final do tratado. A assinatura do tratado, via de
regra, indica tão somente que o tratado é autêntico e definitivo. (PIOVEZAN, 2013, p.108).

No Brasil a Constituição Federal/88 é quem baliza as formas de recepção e atuação destes tratados,
dando ao Presidente da República a competência de celebrá-los. Assim, aduz o Art. 84, VIII, da
Constituição Federal de 1988 e neste sentido aponta ARAÚJO (2001):
[3: Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: VIII - celebrar tratados, convenções e
atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional.]
O tratado é assinado pelo Presidente da República, por força da competência que lhe foi outorgada pelo
art. 84, VIII, da Constituição. E submetido ao Congresso Nacional, por força do art. 49, 1, que determina
que o instrumento seja ratificado, O instrumento jurídico para sua aprovação é o decreto legislativo, e o
Presidente promulga-o por decreto. (ARAÚJO, 2001, p. 143).

Desse modo, há de se observar as regras internas de cada país para que os tratados possam adentrar e
assim encontrarem suporte legal para coexistirem com as normas internas, sem que não haja conflito em
nenhuma esfera. Neste diapasão, aponta ACCIOLLY (2011):
A estrita observância de tratados, não sujeitos a alteração pela lei interna posterior, impõe-se como
corolário lógico e imperativo jurídico, sob pena de esvaziar o processo de institucionalização do direito
internacional e de construção de seu conteúdo, devendo tanto a legislação quanto a jurisprudência
internas observarem tais preceitos. A visão internacionalista insere o Estado em sociedade de Estados,
que abrange todo o globo, e de que todos os Estados fazem parte. A própria noção de sociedade
internacional, enquanto entidade, superior a cada um de seus integrantes, situa cada Estado,
particularmente considerado, em relação ao todo. (ACCIOLY, Hildebrando, Manual de Direito Internacional
Público, 2011).

Fazer com que a conivência e assertividade entre os iguais será sempre uma batalha travada pelo Direito
Internacional, para aplainar ou fechar arestas que possam vir a existir entre os Estados. Neste sentido,

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aponta PIOVESAN (2022):

Considerando que toda Constituição há de ser compreendida como unidade e como sistema que privilegia
determinados valores sociais, pode-se afirmar que a Carta de 1988 elege o valor da dignidade humana
como valor essencial, que lhe dá unidade de sentido. Isto é, o valor da dignidade humana informa a ordem
constitucional de 1988, imprimindo-lhe uma feição particular. (PIOVESAN, 2022, p. 183).

Dessa forma, a Constituição de 1988 aponta sempre para a dignidade da pessoa humana como fonte
motora e propulsora de direitos e normas que possam regulamentar tais ações.

2.1 A recepção dos Tratados Internacionais pela Constituição


A Constituição Federal brasileira dispõe as formas para que os tratados internacionais sejam
recepcionados no ordenamento brasileiro, para que assim possam ser validados e operacionalizados em
território nacional de forma erga omnes para aqueles que necessitam desta cobertura. Assim atesta a
Constituição Federal/88 em seu artigo 60:
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
(...)
§ 2o - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
(BRASIL, 1988).
Sendo assim, com o advento da Emenda Constitucional nº 45, foi acrescido ao artigo 5º uma alteração
garantidora para os Tratados de Direitos Humanos e dessa maneira pode ser observado na Constituição
Federal/88 no seu artigo 5º § 3º: §: ?Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais? (BRASIL, 1988). Isso eleva os
tratados como emendas constitucionais transferindo-os para um patamar superior à legislação
infraconstitucional e desta forma não podem mais serem revogados por elas. No entanto, conforme aduz
PIOVEZAN (2013):
Os tratados não podem criar obrigações para os Estados que neles não consentiram, ao menos que
preceitos constantes do tratado tenham sido incorporados pelo costume internacional. (PIOVEZAN, 2013,
p.108).
Em sendo assim, deve haver pacificação na aceitação do tratado, para que isso não gere um desconforto
às regras de vigência nacional e nem conflito entre as normas do Tratado, em detrimento das normas já
pacificadas no país. Nesta lógica, aponta ARAÚJO (1997):
As normas de Direito Internacional na?o te?m forc?a cogente no interior de um Estado sena?o por meio da
recep- c?a?o, isto e?, em decorre?ncia de um ato do seu Poder Legislativo que as converte em regras de
Direito Interno, na?o sendo possi?vel, por via de consequ?e?ncia, coliso?es entre as duas ordens juri
?dicas. (ARAUJO, 1997, p.44).
Desse modo, houve um aclaramento em sentido conciso sobre a forma de entrada e aceitação dos
tratados internacionais sobre Direitos humanos, conforme aduz Ferrari Neto (2005):
Com a entrada em vigor desta Emenda acabou a polêmica sobre a hierarquia dos tratados internacionais
sobre direitos humanos em face da Constituição, posto que a partir desta, todos os tratados aprovados
pelo Congresso Nacional por três quintos dos membros de cada uma das casas legislativas, em dois
turnos de votação, serão equivalentes às emendas constitucionais, conforme anteriormente defendido pela

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profa. Flávia Piovesan, ou seja, terão eficácia de norma constitucional, e de acordo com o § 1o da
Constituição Federal, terão aplicação imediata, não dependendo de nenhuma outra lei ou decreto para
entrar em vigor ou ter validade. (FERRARI NETO, 2005).

Dessa forma, o ordenamento jurídico brasileiro acata os tratados internacionais de direitos humanos e os
formaliza como se espera do legislador. Neste diapasão aponta PIOVEZAN (2013):
Consagra-se, assim, o princípio da boa-fé, pelo qual cabe ao Estado conferir plena observância ao tratado
de que é parte, na medida em que, no livre exercício de sua soberania, o Estado contraiu obrigações
jurídicas no plano internacional. (PIOVEZAN 2013, p.108).

Cabe aos operadores do Direito observarem as boas práticas advindas da aceitação e introducão do
Tratado em âmbito nacional, conferindo assim legitimidade a tripartição dos poderes.

2.1.1 A função social dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos


Os tratados internacionais de Direitos Humanos buscam, de forma relevante, dar garantia para aqueles
que necessitam estar em outros países ou transitar por eles. O Brasil é um Estado acolhedor, no qual os
migrantes e imigrantes têm a garantia de segurança jurídica de estar no país. Desta forma, se acolhe e
oferece condições de sobrevida para estas pessoas. Os Tratados Internacionais de Direitos Humanos,
conforme aduz MAZZUOLI (2019), são:
Os direitos humanos são, portanto, direitos protegidos pela ordem internacional (especialmente por meio
de tratados multilaterais, globais ou regionais) contra as violações e arbitrariedades que um Estado possa
cometer às pessoas sujeitas à sua jurisdição. São direitos indispensaveis a uma vida digna e que, por isso
, estabelecem um nível protetivo (Standard) mínimo que todos os Estados devem respeitar, sob pena de
responsabilidade internacional. Assim os direitos humanos são direitos que garantem às pessoas sujeitas
à jurisdição de um dado Estado meios de vindicação de seus direitoss, para além de plano interno, nas
instâncias internacionais de proteção. (MAZZUOLI 2019, p. 26).
Entende-se assim que os tratados são uma forma de proteção garantidora para que a eficácia das suas
ações possam atingir de forma plural o grupo ao qual se destina, pois esta atuação multifacetada
demonstra o quão devem ser observadas as diretrizes trazidas pelos tratados de que o Brasil se tornou
signatário. Portanto, os tratados são uma força valiosa na de maneira de formalizar regras para toda uma
comunidade internacional.
A força dos direitos humanos faz com que se tenha uma segurança jurídica em todos os signatários deles,
de modo que, diante de uma adversidade, podem ser invocados de modo amplo e eficaz. Ainda nesta
linha, a fim de nos brindar com o exaurimento do conhecimento sobre eles, Mazzuoli (2019), de forma
cristalina, aponta:

Os direitos humanos, diferentemente dos direitos fundamentais, podem ser vindicados indistintamente por
todos os cidadãos do planeta e em quaisquer condições, bastando ocorrer a violação de um direito seu
reconhecido em norma internacional aceita pelo Estado em cuja jurisdição se encontre. (MAZZUOLI,
2019, p. 30).

Entende-se, portanto, que os direitos humanos podem ser invocados na seara internacional para que se
sejam as normas garantidoras, a fim de tutelar o bem jurídico protegido, neste caso, o ser humano.

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3 A IMIGRAÇÃO

Há muitos anos, se houve falar em imigração dos povos; porém, nos últimos anos devido a condições de
severidade, sejam naturais ou provocadas pelas mãos humanas, esta realidade tem se tornado mais
latente. As guerras são uma das grandes molas propulsoras para que os povos busquem novos ambientes
para se estabelecerem. De acordo com PENA (2022):
A tendência é que as imigrações atuais no Brasil continuem aumentando, sobretudo de populações
advindas de países subdesenvolvidos ou com uma precária situação econômica, além de povos de
regiões marcadas por grandes conflitos, com destaque para povos da Palestina. (PENA, 2022).

Isto vem se tornando algo recorrente, devido às guerras civis que estão em andamento em vários países e
, atualmente, pela guerra que está acontecendo na Europa entre Rússia e Ucrânia, desalojando famílias
inteiras rumo a outros países. O Brasil, como um signatário de tratados internacionais, torna-se um país
acolhedor para a recepção de imigrantes.
O Brasil editou a Lei nº 9.474/97 para a implementação Estatuto do Refugiado, como alude Barreto (2010):

A lei brasileira, redigida em parceria com o Acnur e com a sociedade civil, é considerada hoje pela própria
ONU como uma das leis mais modernas, mais abrangentes e mais generosas do mundo. Contempla todos
os dispositivos de proteção internacional de refugiados e cria um órgão nacional ? o Comitê Nacional para
os Refugiados (Conare) ? para ditar a política pública do refúgio e decidir quanto às solicitações de
refúgio apresentadas no Brasil. (BARRETO 2010).

Estas normas fazem com que o Brasil se torne evidentemente um país acolhedor que os imigrantes
podem buscar para ter auxílio e segurança para prosseguirem suas jornadas.
No entanto, com o advento da globalização e a melhora nas formas de transportes que podem levar, em
menos de 24 horas, pessoas de um lado a outro do globo, a imigração se tornou algo mais frequente e
célere. Os desastres naturais têm levado nações além-mar a buscar no Brasil a sua solidificação. Sendo
assim, torna o nosso país um grande território mesclado de populações mundiais. Atualmente, abriu as
portas para os imigrantes advindos da Ucrânia se refugiarem devido à guerra com a Rússia.

3.3 Dos refugiados


O mundo está em constante mudança e movimento, fazendo com que seus povos também sigam esta
métrica, seja por questões climáticas ou por desordens causadas pelos próprios habitantes globais. Com
isso, começou um movimento migratório grandioso, em que pessoas ou até mesmo uma tribo precisam
sair de sua terra materna e ir para outro ponto do globo, em busca de melhores condições de
sobrevivência. Dessa forma, nascem os refugiados, ou seja, pessoas que não tiveram uma opção, mas,
sim, foram impelidas a buscar outro lugar para habitar. Nesse sentido, afirma PORFÍRIO, (2021): ?O
refugiado, por sua vez, não tem escolha. Ele se encontra em uma situação-limite: ou foge de seu local ou
pode morrer. O refúgio não é opcional. Ou seja, não há para ele outra forma de sobreviver a não ser sair
da sua terra?.
Nesta constante, o que se vê é uma inflação de população de alguns países, de pessoas que buscam esta
segurança e bem-estar para reconstruir suas vidas. Não ter escolha e sair de suas terras, torna a
população refugiada muito vulnerável e suscetível as intempéries dos países para os quais se direcionam.

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Dentre os refugiados há pessoas de todas as idades e condições, conforme aponta PORFíRIO (2021):
A Agência da ONU para refugiados, a ACNUR, estima que em torno de 40% dos deslocados são crianças
e que cerca de 85% dos deslocados e refugiados buscam países em desenvolvimento, pois estes tendem
a ser mais receptivos. Outro dado alarmante, cerca de 4,2 milhões de pessoas no mundo se encontram na
situação de apátridas, ou seja, pessoas que não têm sua nacionalidade reconhecida por nenhum país.
(PORFíRIO, 2021).

Estes seres humanos vivem numa condição limítrofe, mas que, mesmo penalizados pelas condições de
seus países maternos, buscam, de forma leve e subordinada, encontrar paz e uma nova morada nos
países em que vão coabitar. Cabe a nossa nação, como país acolhedor, dar um respaldo necessário para
que esta população, em desacordo com a ordem natural de suas vidas. Com isso, o Brasil tem garantias
legais para corroborar com o que vem dos Tratados Internacionais. Desta maneira, afirma PORTELA
(2017):

[...] em decorrência da noção da universalidade dos direitos humanos, que estabelece que todos os
indivíduos são igualmente destinatários dos mesmos direitos, sem distinção de qualquer espécie, e como
consequência do incremento dos fluxos internacionais, inclusive de pessoas, e da formação de espaços
internacionais comuns, como os blocos regionais, a situação jurídica dos não nacionais assemelha-se
cada vez mais à dos nacionais, gozando aqueles de quase todos os direitos destes, sem o que o
desenvolvimento das relações internacionais poderia encontrar obstáculos adicionais. (PORTELA, 2017 ).

Dessa forma, aqueles que por aqui chegam têm seus direitos resguardados e a lei aqui introduzida e as
leis próprias criadas neste solo fazem este arcabouço garantidor.

4. DA MIGRAÇÃO LEI nº 13.445/2017 E SUA APLICABILIDADE.


Quando se busca implementar algo em território nacional, para que seja garantidor de direito erga omnes
ou de um grupo especifico, se faz necessário olhar para a Constituição vigente neste país. No que tange a
migração, cabe ressaltar que o Brasil é signatário de tratados internacionais e figura como um país
acolhedor e fraternalmente alinhado. Neste viés, a Constituição garante em seu preâmbulo BRASIL
(1988):
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte, para instituir um
Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a
segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma
sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem
interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus,
a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil. (BRASIL, 1988).

Com este olhar fraternal, cabe ao legislador colocar em prática leis, normativas, decretos e demais
diplomas legais que possam ser substanciais na correlação com vontades e desejos expressados na
Constituição.
Deste modo, e lastreada no Decreto nº 9.199/2017, fora criada a Lei da Migração nº 13.455/2017, com a
finalidade de pontuar princípios e diretrizes para políticas públicas, a fim de cuidar do imigrante. A ponte
garantidora destes direitos vem da Constituição Federal que expõe de forma concreta esta proteção.
Neste diapasão, aponta GUERRA (2017):

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Após longos debates e estudos sobre a necessidade de conceber na ordem jurídica brasileira uma norma
que retratasse a situação atual dos não nacionais, que até então eram vistos como hóspedes (estrangeiro
), a matéria passou a ser regrada pela lei 13.445, de 24 de maio de 2017, que chegou em boa hora, tendo
sido concebida em conformidade com a proteção conferida aos direitos humanos na Carta Magna
brasileira. (GUERRA, 2017).
A Constituição tem a função de ser garantidora dos direitos e facilitar a operação dos meios legais para
que, aqueles que se enquadrem nos ditames, possam estar recobertos pelo direito líquido e certo. E com
isso garante que todos sejam reconhecidos, conforme aponta BRASIL (2017):
O dispositivo estabelece conceito demasiadamente amplo de migrante, abrangendo inclusive o estrangeiro
com residência em país fronteiriço, o que estende a todo e qualquer estrangeiro, qualquer que seja sua
condição migratória, a igualdade com os nacionais, violando a Constituição em seu artigo 5º, que
estabelece que aquela igualdade é limitada e tem como critério para sua efetividade a residência do
estrangeiro no território nacional. (BRASIL, 2017a, art. 1º).
O tracejar pela legalidade e lisura do processo vem trazer ao migrante potencial segurança jurídica em
estar no Brasil, seja por apenas um exíguo tempo ou para constituir família e lancer raízes nesta terra
acolhedora. Desta forma, a lei demonstra o seu equilíbrio, conforme aduz GUERRA (2017):
No caso da nova legislação, o legislador preferiu adotar a figura do migrante e do visitante (artigo1), em
conformidade com a política consagrada na atualidade em prol dos direitos humanos. De certo modo, o
termo empregado na Lei n. 13.445/2017 faz com que o indivíduo, que não seja nacional do Estado, não se
sinta estranho e preterido no local que se encontra, como se um forasteiro fosse. (GUERRA, 2017 p.7).
Ser acolhido, dar sentido a sua luta e caminhada, ter seu direito resguardado, ter o sentimento de
pertencimento e a noção de que, mesmo longe de suas raízes, poderá buscar de forma plural a
materialização de sonhos. Neste sentindo, a força da Lei de Migração faz-se cada vez mais necessária e
resoluta para estes seres humanos, singulares em sua essência e plurais em sua batalha, além das suas
fronteiras.

5 CONCLUSÃO.
Ser um país acolhedor, demonstrar a sua celeridade com a legalidade necessária para dar andamento e
clareza para aqueles que buscam refúgio entre a população nacional fazendo que estes sejam inseridos
no rol de cidadãos acobertados pelo Direito e suas vertentes, esta é a posição do Brasil no cenário de
signatário de Tratados Internacionais.
Diante destes fatores, devem ser observadas as formas pelas quais os tratados adentram e são aceitos
neste solo, suas aplicações e as nuances que devem ser analisadas para sua aceitação, para que não
haja conflitos entre as leis locais e as normas que os Tratados Internacionais trazem em sua essência.
O Brasil, como signatário de vários tratados internacionais, dentre eles, o Pacto de San José da Costa
Rica, Tratado Internacional de Direitos Humanos, entre outros, dá suporte para aquelas pessoas que
necessitam deste aporte. Cabe aqui lembrar que a nossa Constituição Federal, por si só, amplia os direitos
daqueles que por aqui chegam, valoriza sua condição de migrante e expressa, de forma clara e
exponencial, a necessidade do acolhimento deles.
Dessa forma, o Brasil, em todas as suas características, modos, ações, formatos e formas jurídicas trata
os desiguais de forma a igualá-los na medida de suas necessidades, para que assim possam ser
recepcionados e inseridos neste território de forma terna, sem percalços e amplamente assistidos pelos
recursos que aqui se têm. Um país que figura em todos os âmbitos de receptor de todas as nacionalidades

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que são signatárias dos Tratados Internacionais.


Resta expor que este artigo visou analisar os Tratados Internacionais sob a forma de acolhimento e
atuação em âmbito nacional, para dar um aporte maior para aqueles que deles dependem. Sendo assim,
olhando sob a luz da lei nº 13.445/2017 que demonstra a aplicabilidade e a força que Tratados
Internacionais podem exercer na esfera nacional.

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Travessia, n. 36, p. 15-32, jan./abr. 2000. PDF

AGRADECIMENTOS.

Em primeiro momento quero agradecer aqueles que me colocaram a disposição do mundo e do Direito,
meu pais Adézio Benedito de Oliveira e Maria Monteiro de Oliveira ( ambos in memorian), pois sem a
orientação correta e assertiva eu jamais teria chego até aqui. Nesta mesma seara preciso agradecer
minha esposa Meire Colauto de Oliveira, que devotou a mim nestes últimos 5 anos todo o suporte
necessário para que eu pudesse me dedicar a esta graduação e neste diapasão a cada membro das
minhas famílias Colauto, Monteiro, Yamaguchi, Salido e Oliveira a todos que formam esta grande família e
que soube me compreender e auxiliar nesta caminhada solitária e silenciosa. A todos meus amigos que
sempre estiveram ao meu lado e compreenderam as minhas ausências nas reuniões e eventos, Doutor
Cleison Aires, Nilza Helena, e a cada um que estão citados e marcados no meu coração e espirito; em
especial a minha grande amiga e irmã na vida e no Direito, Doutora Jenifer Garvin, por ter me inspirado
neste caminho e que me compreenderam pois estava devotado ao Direito. Aos amigos que fiz ao longo
desta graduação e que já seguem para a vida, Mariana Arrias, Camila Lorencini e Bruno Henrique Costa
da Silva, que além de serem meus suportes, também comigo constituíram laços de profundo respeito e
muito empenho ao estudo da Justiça. A cada um dos que colaboraram com organização mental deste
artigo em especial a doutora Rozilda Vidigal, minha colega de classe, que com sua orientação fraterna me
fez enxergar muito além de palavras, mas as nuances do que significa cada detalhe aqui descrito.
Agradeço a cada membro desta instituição de ensino: as pessoas que a mantem limpa e organizada, aos
colaboradores da secretaria, financeiro e pessoas que muitas vezes nem aparecem, mas que nos dão
suporte para que possamos estar sentados numa cadeira desta academia. Aos professores na que desde
o primeiro ano nos deram base e mostraram como esta profissão é digna e merece nosso empenho e

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devoção em especial a minha querida professora Silvia Regina Emiliano Gonzaga que sempre me auxiliou
esteve ao meu lado em muitas produções acadêmicas. E assim quero agradecer ao meu orientador
Doutor Rodolfo Grellet, que desde o 2º ano de graduação me orientou em vários artigos que escrevemos e
colocamos a disposição da comunidade acadêmica através de publicações e Simpósios ou revista
eletrônica, pela pareceria e motivação ao longo destes anos, MUITISSIMO obrigado meu grande mestre.
Isto posto, quero agradecer aos meu pequenos Helena e Augustus, vocês são a grande mola propulsora
do papai, para estudar, trabalhar, estar cada dia melhor, pois tudo é por vocês e para vocês. E por fim eu
agradeço a Deus que tornou tudo isso possível, Toda Honra e Toda Glória

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=================================================================================
Arquivo 1:
A_RECEPCAO_PELA_CONSTITUICAO_FEDERAL_DE_1988_DOS_TRATADOS_INTERNACIONAIS.do
cx (5909 termos)
Arquivo 2: https://fia.com.br/blog/tratados-internacionais (4482 termos)
Termos comuns: 73
Similaridade: 0,70%
O texto abaixo é o conteúdo do documento
A_RECEPCAO_PELA_CONSTITUICAO_FEDERAL_DE_1988_DOS_TRATADOS_INTERNACIONAIS.do
cx (5909 termos)
Os termos em vermelho foram encontrados no documento https://fia.com.br/blog/tratados-
internacionais (4482 termos)

=================================================================================
A RECEPÇÃO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 DOS TRATADOS INTERNACIONAIS PARA
A MITIGAÇÃO DA INSEGURANÇA JURÍDICA DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE IMIGRAÇÃO
LASTREADO PELA LEI nº 13.445/2017

Sergio Benedito de Oliveira


[1: Acadêmico de Direito, Faculdade Maringá ? R.A 16.3101 ]
ORIENTADOR: Rodolfo Grellet Teixeira da Costa
[2: Mestre em direito. Professor. Advogado.]

SUMÁRIO: 1 INTRODUÇÃO. 2 TRATADOS INTERNACIONAIS. 2.1 A recepção dos Tratados


Internacionais pela Constituição. 2.1.1 A função social dos Tratados Internacionais. 3 A IMIGRAÇÃO. 3.3
Dos refugiados. 4 DA IMIGRAÇÃO E SUA APLICABILIDADE NOS TERMOS DA LEI nº 13.445/2017 . 5
CONCLUSÃO. REFERÊNCIAS. AGRADECIMENTOS.

RESUMO: Este artigo visa compreender como um Tratado Internacional pode ser introduzido no Brasil e
as suas formas de aplicabilidade. Para tanto, apresenta-se as nuances legais e suas características
normativas dentro da nossa legislação, dando aos povos imigrantes segurança jurídica e restabelecimento
de condição de vida digna. À luz da lei nº 13.445/2017, demonstra-se sua criação e a ação no território
nacional, colocando em situação de pareamento aqueles que aqui estão e os demais que chegarão ou
passarão. Evidencia, ainda, como a situações internacionais afetam diretamente o Brasil, trazendo à
claridade do Direito as formas necessárias para realinhar estes entendimentos, suas formas de ação e
proteção daqueles mais vulneráveis que possam sucumbir caso não tenham seus direitos resguardados.
Por fim, explicita as necessidades, linhas divergentes e convergentes de proteger e manter de forma
íntegra o Estado democrático e de direito.
PALAVRA-CHAVE: Migração. Tratados Internacionais. Vulneráveis. Aplicabilidade.

THE RECEPTION BY 1988 FEDERAL CONSTITUTION OF INTERNATIONAL TREATIES FOR THE


LEGAL INSECURITY MITIGATION OF THE POPULATION IN IMMIGRATION SITUATIONS BACKED BY
LAW Nº. 13.445/2017

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ABSTRACT: This article aims to understand how an International Treaty can be introduced in Brazil and its
applicability forms. Therefore, the legal nuances and their normative characteristics are presented within
our legislation, giving immigrant peoples legal security and reestablishing a dignified life condition.
According to law nº 13.445/2017, its creation and the action in the national territory are demonstrated,
placing, in a paring situation, those who are here and the others who will arrive or pass. It also evidence
how international situations directly affect Brazil, bringing the law clarity to the necessary ways to realign
these understandings, action forms and the protection of those most vulnerable who may succumb if their
rights are not protected. Finally, it explains the needs, divergent and convergent lines of protecting and fully
maintaining the democratic and lawful State.
KEY-WORDS: Migration. International Treaties. Vulnerable. Applicability.

1 INTRODUÇÃO
As migrações tracejam desde a pré-história com o Homo Herectus, em busca de locais maiores
possibilidades de sobrevivência, para que pudessem se instalar devido as mudanças climáticas severas.
Passamos por uma das migrações mais conhecidas no mundo que se iniciou com o movimento
revolucionário de Moisés, que pediu e posteriormente fez a transição daquele povo Hebreu para a Terra
Prometida. Como relatam as Sagradas Escrituras: "Porque foi pelo poder de sua mão que o Senhor nos
tirou do Egito. Tendo o faraó deixado partir o povo" (A BÍBLIA, 2008).
Na atual situação mundial, em que guerras internas entre países, opressões ditatoriais e catástrofes
naturais levam as populações a deixarem suas terras-mãe em busca de um novo norte, queremos analisar
qual a função do Brasil, enquanto Estado acolhedor e ponto de pacífico para a recepção desta população
.
De acordo com o art. 5 da Constituição Federal, ?todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza.? ( BRASIL, 1988). Sendo assim, precisamos compreender se o mandamento constitucional
disposto neste artigo tem se efetivado quando se trata de imigrantes ou refugiados, se de fato tem sido
empregado e, com isso, afastada toda a insegurança jurídica, muitas vezes natural, que este movimento
causa. Precisamos entender se há condição empregatícia, de educação, saúde, moradia e demais
condições naturais para que esta população possa ser assistida. (BRASIL, 1988).
O alto foco neste movimento de países, muitas vezes devastados, que buscam em nosso Estado
acolhimento, demonstram que este País tem, em sua essência, o acolhimento. Deste modo, os Tratados
Internacionais recepcionados pela nossa Constituição demonstram esta condição. Acolher não somente
no ratio da palavra, mas também prover a estes seres humanos a dignidade necessária para que possam
por aqui lastrear sua cultura e trazer ao Brasil diversidade e a pluralidade e a cooperação entre os povos
para o progresso da humanidade que este país aponta em sua Constituição no seu art. 4º, IX. ( BRASIL,
1988).
A imigração ocorre no mundo há muitos séculos, seja por motivações de guerra ou catástrofes ou
simplesmente pela necessidade de alimentos. Nos últimos anos, começamos a receber uma quantia
considerável de pessoas solicitando a entrada e permanência em solo brasileiro. Conforme aponta em
seu artigo Imigrações atuas no Brasil, Rodolfo Alves Pena afirma que: ?Segundo dados do Conare
(Comitê Nacional para Refugiados) e do Ministério da Justiça, só entre os anos de 2010 e 2012, o número
de pessoas pedindo refúgio para o Brasil triplicou.?(PENA, 2020). As situações globais fazem com que as

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pessoas busquem pelos mais diversos motivos locais para criarem raízes, desde que sejam seguros e
prósperos.

O Brasil como pais acolhedor e pacificador precisa estipular regras internas e aceitar também várias outras
de cunho mundial, as quais fazem uma coalisão legal e dão estrutura para a recepção destas pessoas
imigrantes. A Constituição é a nossa fonte prima e garantidora dos princípios e fundamentos que norteiam
os direitos humanos e o princípio legal de proteção para os nacionais e estrangeiros. Deste modo, em seu
art. 4º, IX, expressa que: ?A cooperação entre os povos para assim garantir o progresso da humanidade.
Dessa forma, caminhamos em sentido jurídico, balizando os internos e acertando os externos para a
integra cooperação entre as nações. (BRASIL, 1988).
Neste sentido, em busca desta boa interação, caminhamos para a recepção dos Tratados Internacionais,
e procuramos, mediante eles, ratificar o nosso entendimento interno sobre a dignidade humana e, ao
mesmo tempo, sendo signatário das moções mundiais por paz, acolhimento e condição de vida digna. Às
pessoas que habitam este país e aos estrangeiros, a Constituição garante, em seu art. 5º, sem distinção
de qualquer natureza, a brasileiros e estrangeiros que vivem no país igualdade perante a lei.
Em busca desta pluralidade e concentração de ações positivas para a manutenção da paz e harmonia o
Declaração Internacional de Direitos Humanos garante no Artigo XIV ? 1: ?Toda pessoa vítima de
perseguição tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países.? Desta forma, cumprindo esta
declaração, o Brasil não se mantem silente, mas sim dispõe de sua estrutura para assim acolher. BRASIL
( 2009).
Assim, neste artigo o intuito é apresentar uma linha de pesquisa que apresenta uma visão que tutela os
imigrantes que pretendem ingressar no nosso território e aqui estabelecer residência e domicilio, com
ânimo definitivo. Como assevera PIOVESAN ( 2022):
O exame do aparato internacional de proteção dos direitos humanos introduzirá elementos fundamentais
para que se desenvolva a análise acerca da posição do Estado brasileiro perante os tratados
internacionais de direitos humanos. Ao estudo se conjugará a análise do impacto político do Direito
Internacional dos Direitos Humanos no Brasil, mediante o enfoque da advocacia efetiva dos instrumentos
internacionais pelos atores nacionais. (PIOVESAN, P. 173, 2022).

Para tanto, trataremos de alguns aspectos legislativos que permearam e antagonizaram a lei que
regulamenta tal imigração. A segurança jurídica vai além de normas ou suas formas, para aplicabilidade
nos casos concretos.

2 TRATADOS INTERNACIONAIS
Para que se observe as normas e fontes do Direito Internacional, faz-se necessário um olhar para a
Constituição que o recepciona. Deste modo aponta PIOVESAN (2022):
A Carta de 1988 institucionaliza a instauração de um regime político democrático no Brasil. Introduz
também indiscutível avanço na consolidação legislativa das garantias e direitos fundamentais e na
proteção de setores vulneráveis da sociedade brasileira. A partir dela, os direitos humanos ganham relevo
extraordinário, situando-se a Carta de 1988 como o documento mais abrangente e pormenorizado sobre
os direitos humanos jamais adotado no Brasil. (PIOVESAN, 2022, p. 176)

Os tratados internacionais também são conhecidos como atos jurídicos pelos quais os seus signatários
manifestam acordos entre as pessoas internacionais. Estes tratados têm sua forma regulamentada pela

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Convenção de Viena de 1969. Neste diapasão, aduz Paulo Borba Casella:


A convenção de 1969 foi complementada por outra, a Convenção sobre o direito dos tratados entre
estados e organizações ou entre organizações internacionais de 1986, cujo objetivo foi precisamente o de
reconhecer o direito das organizações internacionais de firmar tratados e convenções. (CASELLA, 2012).

A Convenção de Viena trouxe uma especificação do que seria um tratado internacional e assim o definiu
como:
Um acordo internacional concluído entre Estados em forma escrita e regulado pelo direito Internacional
consubstanciado em um único instrumento ou em dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja a
sua designação específica. (BRASIL, 2009).

Estes tratados têm a sua formação de modo regulado e detalhado para que não se perca o devido
processo legal, para que eles possam ser inseridos em cada país que os aceita de forma pacífica. Deste
modo, preceitua PIOVEZAN (2013):
Em geral, o processo de formação dos tratados tem início com os atos de negociação, conclusão e
assinatura do tratado, que são da competência do órgão do Poder Executivo. A assinatura do tratado, por
si só, traduz um aceite precário e provisório, não irradiando efeitos jurídicos vinculantes. Trata-se da mera
aquiescência do Estado em relação à forma e ao conteúdo final do tratado. A assinatura do tratado, via de
regra, indica tão somente que o tratado é autêntico e definitivo. (PIOVEZAN, 2013, p.108).

No Brasil a Constituição Federal/88 é quem baliza as formas de recepção e atuação destes tratados,
dando ao Presidente da República a competência de celebrá-los. Assim, aduz o Art. 84, VIII, da
Constituição Federal de 1988 e neste sentido aponta ARAÚJO (2001):
[3: Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: VIII - celebrar tratados, convenções e
atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional.]
O tratado é assinado pelo Presidente da República, por força da competência que lhe foi outorgada pelo
art. 84, VIII, da Constituição. E submetido ao Congresso Nacional, por força do art. 49, 1, que determina
que o instrumento seja ratificado, O instrumento jurídico para sua aprovação é o decreto legislativo, e o
Presidente promulga-o por decreto. (ARAÚJO, 2001, p. 143).

Desse modo, há de se observar as regras internas de cada país para que os tratados possam adentrar e
assim encontrarem suporte legal para coexistirem com as normas internas, sem que não haja conflito em
nenhuma esfera. Neste diapasão, aponta ACCIOLLY (2011):
A estrita observância de tratados, não sujeitos a alteração pela lei interna posterior, impõe-se como
corolário lógico e imperativo jurídico, sob pena de esvaziar o processo de institucionalização do direito
internacional e de construção de seu conteúdo, devendo tanto a legislação quanto a jurisprudência
internas observarem tais preceitos. A visão internacionalista insere o Estado em sociedade de Estados,
que abrange todo o globo, e de que todos os Estados fazem parte. A própria noção de sociedade
internacional, enquanto entidade, superior a cada um de seus integrantes, situa cada Estado,
particularmente considerado, em relação ao todo. (ACCIOLY, Hildebrando, Manual de Direito Internacional
Público, 2011).

Fazer com que a conivência e assertividade entre os iguais será sempre uma batalha travada pelo Direito
Internacional, para aplainar ou fechar arestas que possam vir a existir entre os Estados. Neste sentido,

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aponta PIOVESAN (2022):

Considerando que toda Constituição há de ser compreendida como unidade e como sistema que privilegia
determinados valores sociais, pode-se afirmar que a Carta de 1988 elege o valor da dignidade humana
como valor essencial, que lhe dá unidade de sentido. Isto é, o valor da dignidade humana informa a ordem
constitucional de 1988, imprimindo-lhe uma feição particular. (PIOVESAN, 2022, p. 183).

Dessa forma, a Constituição de 1988 aponta sempre para a dignidade da pessoa humana como fonte
motora e propulsora de direitos e normas que possam regulamentar tais ações.

2.1 A recepção dos Tratados Internacionais pela Constituição


A Constituição Federal brasileira dispõe as formas para que os tratados internacionais sejam
recepcionados no ordenamento brasileiro, para que assim possam ser validados e operacionalizados em
território nacional de forma erga omnes para aqueles que necessitam desta cobertura. Assim atesta a
Constituição Federal/88 em seu artigo 60:
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
(...)
§ 2o - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
(BRASIL, 1988).
Sendo assim, com o advento da Emenda Constitucional nº 45, foi acrescido ao artigo 5º uma alteração
garantidora para os Tratados de Direitos Humanos e dessa maneira pode ser observado na Constituição
Federal/88 no seu artigo 5º § 3º: §: ?Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais? (BRASIL, 1988). Isso eleva os
tratados como emendas constitucionais transferindo-os para um patamar superior à legislação
infraconstitucional e desta forma não podem mais serem revogados por elas. No entanto, conforme aduz
PIOVEZAN (2013):
Os tratados não podem criar obrigações para os Estados que neles não consentiram, ao menos que
preceitos constantes do tratado tenham sido incorporados pelo costume internacional. (PIOVEZAN, 2013,
p.108).
Em sendo assim, deve haver pacificação na aceitação do tratado, para que isso não gere um desconforto
às regras de vigência nacional e nem conflito entre as normas do Tratado, em detrimento das normas já
pacificadas no país. Nesta lógica, aponta ARAÚJO (1997):
As normas de Direito Internacional na?o te?m forc?a cogente no interior de um Estado sena?o por meio da
recep- c?a?o, isto e?, em decorre?ncia de um ato do seu Poder Legislativo que as converte em regras de
Direito Interno, na?o sendo possi?vel, por via de consequ?e?ncia, coliso?es entre as duas ordens juri
?dicas. (ARAUJO, 1997, p.44).
Desse modo, houve um aclaramento em sentido conciso sobre a forma de entrada e aceitação dos
tratados internacionais sobre Direitos humanos, conforme aduz Ferrari Neto (2005):
Com a entrada em vigor desta Emenda acabou a polêmica sobre a hierarquia dos tratados internacionais
sobre direitos humanos em face da Constituição, posto que a partir desta, todos os tratados aprovados
pelo Congresso Nacional por três quintos dos membros de cada uma das casas legislativas, em dois
turnos de votação, serão equivalentes às emendas constitucionais, conforme anteriormente defendido pela

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profa. Flávia Piovesan, ou seja, terão eficácia de norma constitucional, e de acordo com o § 1o da
Constituição Federal, terão aplicação imediata, não dependendo de nenhuma outra lei ou decreto para
entrar em vigor ou ter validade. (FERRARI NETO, 2005).

Dessa forma, o ordenamento jurídico brasileiro acata os tratados internacionais de direitos humanos e os
formaliza como se espera do legislador. Neste diapasão aponta PIOVEZAN (2013):
Consagra-se, assim, o princípio da boa-fé, pelo qual cabe ao Estado conferir plena observância ao tratado
de que é parte, na medida em que, no livre exercício de sua soberania, o Estado contraiu obrigações
jurídicas no plano internacional. (PIOVEZAN 2013, p.108).

Cabe aos operadores do Direito observarem as boas práticas advindas da aceitação e introducão do
Tratado em âmbito nacional, conferindo assim legitimidade a tripartição dos poderes.

2.1.1 A função social dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos


Os tratados internacionais de Direitos Humanos buscam, de forma relevante, dar garantia para aqueles
que necessitam estar em outros países ou transitar por eles. O Brasil é um Estado acolhedor, no qual os
migrantes e imigrantes têm a garantia de segurança jurídica de estar no país. Desta forma, se acolhe e
oferece condições de sobrevida para estas pessoas. Os Tratados Internacionais de Direitos Humanos,
conforme aduz MAZZUOLI (2019), são:
Os direitos humanos são, portanto, direitos protegidos pela ordem internacional (especialmente por meio
de tratados multilaterais, globais ou regionais) contra as violações e arbitrariedades que um Estado possa
cometer às pessoas sujeitas à sua jurisdição. São direitos indispensaveis a uma vida digna e que, por isso
, estabelecem um nível protetivo (Standard) mínimo que todos os Estados devem respeitar, sob pena de
responsabilidade internacional. Assim os direitos humanos são direitos que garantem às pessoas sujeitas
à jurisdição de um dado Estado meios de vindicação de seus direitoss, para além de plano interno, nas
instâncias internacionais de proteção. (MAZZUOLI 2019, p. 26).
Entende-se assim que os tratados são uma forma de proteção garantidora para que a eficácia das suas
ações possam atingir de forma plural o grupo ao qual se destina, pois esta atuação multifacetada
demonstra o quão devem ser observadas as diretrizes trazidas pelos tratados de que o Brasil se tornou
signatário. Portanto, os tratados são uma força valiosa na de maneira de formalizar regras para toda uma
comunidade internacional.
A força dos direitos humanos faz com que se tenha uma segurança jurídica em todos os signatários deles,
de modo que, diante de uma adversidade, podem ser invocados de modo amplo e eficaz. Ainda nesta
linha, a fim de nos brindar com o exaurimento do conhecimento sobre eles, Mazzuoli (2019), de forma
cristalina, aponta:

Os direitos humanos, diferentemente dos direitos fundamentais, podem ser vindicados indistintamente por
todos os cidadãos do planeta e em quaisquer condições, bastando ocorrer a violação de um direito seu
reconhecido em norma internacional aceita pelo Estado em cuja jurisdição se encontre. (MAZZUOLI,
2019, p. 30).

Entende-se, portanto, que os direitos humanos podem ser invocados na seara internacional para que se
sejam as normas garantidoras, a fim de tutelar o bem jurídico protegido, neste caso, o ser humano.

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3 A IMIGRAÇÃO

Há muitos anos, se houve falar em imigração dos povos; porém, nos últimos anos devido a condições de
severidade, sejam naturais ou provocadas pelas mãos humanas, esta realidade tem se tornado mais
latente. As guerras são uma das grandes molas propulsoras para que os povos busquem novos ambientes
para se estabelecerem. De acordo com PENA (2022):
A tendência é que as imigrações atuais no Brasil continuem aumentando, sobretudo de populações
advindas de países subdesenvolvidos ou com uma precária situação econômica, além de povos de
regiões marcadas por grandes conflitos, com destaque para povos da Palestina. (PENA, 2022).

Isto vem se tornando algo recorrente, devido às guerras civis que estão em andamento em vários países e
, atualmente, pela guerra que está acontecendo na Europa entre Rússia e Ucrânia, desalojando famílias
inteiras rumo a outros países. O Brasil, como um signatário de tratados internacionais, torna-se um país
acolhedor para a recepção de imigrantes.
O Brasil editou a Lei nº 9.474/97 para a implementação Estatuto do Refugiado, como alude Barreto (2010):

A lei brasileira, redigida em parceria com o Acnur e com a sociedade civil, é considerada hoje pela própria
ONU como uma das leis mais modernas, mais abrangentes e mais generosas do mundo. Contempla todos
os dispositivos de proteção internacional de refugiados e cria um órgão nacional ? o Comitê Nacional para
os Refugiados (Conare) ? para ditar a política pública do refúgio e decidir quanto às solicitações de
refúgio apresentadas no Brasil. (BARRETO 2010).

Estas normas fazem com que o Brasil se torne evidentemente um país acolhedor que os imigrantes
podem buscar para ter auxílio e segurança para prosseguirem suas jornadas.
No entanto, com o advento da globalização e a melhora nas formas de transportes que podem levar, em
menos de 24 horas, pessoas de um lado a outro do globo, a imigração se tornou algo mais frequente e
célere. Os desastres naturais têm levado nações além-mar a buscar no Brasil a sua solidificação. Sendo
assim, torna o nosso país um grande território mesclado de populações mundiais. Atualmente, abriu as
portas para os imigrantes advindos da Ucrânia se refugiarem devido à guerra com a Rússia.

3.3 Dos refugiados


O mundo está em constante mudança e movimento, fazendo com que seus povos também sigam esta
métrica, seja por questões climáticas ou por desordens causadas pelos próprios habitantes globais. Com
isso, começou um movimento migratório grandioso, em que pessoas ou até mesmo uma tribo precisam
sair de sua terra materna e ir para outro ponto do globo, em busca de melhores condições de
sobrevivência. Dessa forma, nascem os refugiados, ou seja, pessoas que não tiveram uma opção, mas,
sim, foram impelidas a buscar outro lugar para habitar. Nesse sentido, afirma PORFÍRIO, (2021): ?O
refugiado, por sua vez, não tem escolha. Ele se encontra em uma situação-limite: ou foge de seu local ou
pode morrer. O refúgio não é opcional. Ou seja, não há para ele outra forma de sobreviver a não ser sair
da sua terra?.
Nesta constante, o que se vê é uma inflação de população de alguns países, de pessoas que buscam esta
segurança e bem-estar para reconstruir suas vidas. Não ter escolha e sair de suas terras, torna a
população refugiada muito vulnerável e suscetível as intempéries dos países para os quais se direcionam.

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Dentre os refugiados há pessoas de todas as idades e condições, conforme aponta PORFíRIO (2021):
A Agência da ONU para refugiados, a ACNUR, estima que em torno de 40% dos deslocados são crianças
e que cerca de 85% dos deslocados e refugiados buscam países em desenvolvimento, pois estes tendem
a ser mais receptivos. Outro dado alarmante, cerca de 4,2 milhões de pessoas no mundo se encontram na
situação de apátridas, ou seja, pessoas que não têm sua nacionalidade reconhecida por nenhum país.
(PORFíRIO, 2021).

Estes seres humanos vivem numa condição limítrofe, mas que, mesmo penalizados pelas condições de
seus países maternos, buscam, de forma leve e subordinada, encontrar paz e uma nova morada nos
países em que vão coabitar. Cabe a nossa nação, como país acolhedor, dar um respaldo necessário para
que esta população, em desacordo com a ordem natural de suas vidas. Com isso, o Brasil tem garantias
legais para corroborar com o que vem dos Tratados Internacionais. Desta maneira, afirma PORTELA
(2017):

[...] em decorrência da noção da universalidade dos direitos humanos, que estabelece que todos os
indivíduos são igualmente destinatários dos mesmos direitos, sem distinção de qualquer espécie, e como
consequência do incremento dos fluxos internacionais, inclusive de pessoas, e da formação de espaços
internacionais comuns, como os blocos regionais, a situação jurídica dos não nacionais assemelha-se
cada vez mais à dos nacionais, gozando aqueles de quase todos os direitos destes, sem o que o
desenvolvimento das relações internacionais poderia encontrar obstáculos adicionais. (PORTELA, 2017 ).

Dessa forma, aqueles que por aqui chegam têm seus direitos resguardados e a lei aqui introduzida e as
leis próprias criadas neste solo fazem este arcabouço garantidor.

4. DA MIGRAÇÃO LEI nº 13.445/2017 E SUA APLICABILIDADE.


Quando se busca implementar algo em território nacional, para que seja garantidor de direito erga omnes
ou de um grupo especifico, se faz necessário olhar para a Constituição vigente neste país. No que tange a
migração, cabe ressaltar que o Brasil é signatário de tratados internacionais e figura como um país
acolhedor e fraternalmente alinhado. Neste viés, a Constituição garante em seu preâmbulo BRASIL
(1988):
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte, para instituir um
Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a
segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma
sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem
interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus,
a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil. (BRASIL, 1988).

Com este olhar fraternal, cabe ao legislador colocar em prática leis, normativas, decretos e demais
diplomas legais que possam ser substanciais na correlação com vontades e desejos expressados na
Constituição.
Deste modo, e lastreada no Decreto nº 9.199/2017, fora criada a Lei da Migração nº 13.455/2017, com a
finalidade de pontuar princípios e diretrizes para políticas públicas, a fim de cuidar do imigrante. A ponte
garantidora destes direitos vem da Constituição Federal que expõe de forma concreta esta proteção.
Neste diapasão, aponta GUERRA (2017):

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Após longos debates e estudos sobre a necessidade de conceber na ordem jurídica brasileira uma norma
que retratasse a situação atual dos não nacionais, que até então eram vistos como hóspedes (estrangeiro
), a matéria passou a ser regrada pela lei 13.445, de 24 de maio de 2017, que chegou em boa hora, tendo
sido concebida em conformidade com a proteção conferida aos direitos humanos na Carta Magna
brasileira. (GUERRA, 2017).
A Constituição tem a função de ser garantidora dos direitos e facilitar a operação dos meios legais para
que, aqueles que se enquadrem nos ditames, possam estar recobertos pelo direito líquido e certo. E com
isso garante que todos sejam reconhecidos, conforme aponta BRASIL (2017):
O dispositivo estabelece conceito demasiadamente amplo de migrante, abrangendo inclusive o estrangeiro
com residência em país fronteiriço, o que estende a todo e qualquer estrangeiro, qualquer que seja sua
condição migratória, a igualdade com os nacionais, violando a Constituição em seu artigo 5º, que
estabelece que aquela igualdade é limitada e tem como critério para sua efetividade a residência do
estrangeiro no território nacional. (BRASIL, 2017a, art. 1º).
O tracejar pela legalidade e lisura do processo vem trazer ao migrante potencial segurança jurídica em
estar no Brasil, seja por apenas um exíguo tempo ou para constituir família e lancer raízes nesta terra
acolhedora. Desta forma, a lei demonstra o seu equilíbrio, conforme aduz GUERRA (2017):
No caso da nova legislação, o legislador preferiu adotar a figura do migrante e do visitante (artigo1), em
conformidade com a política consagrada na atualidade em prol dos direitos humanos. De certo modo, o
termo empregado na Lei n. 13.445/2017 faz com que o indivíduo, que não seja nacional do Estado, não se
sinta estranho e preterido no local que se encontra, como se um forasteiro fosse. (GUERRA, 2017 p.7).
Ser acolhido, dar sentido a sua luta e caminhada, ter seu direito resguardado, ter o sentimento de
pertencimento e a noção de que, mesmo longe de suas raízes, poderá buscar de forma plural a
materialização de sonhos. Neste sentindo, a força da Lei de Migração faz-se cada vez mais necessária e
resoluta para estes seres humanos, singulares em sua essência e plurais em sua batalha, além das suas
fronteiras.

5 CONCLUSÃO.
Ser um país acolhedor, demonstrar a sua celeridade com a legalidade necessária para dar andamento e
clareza para aqueles que buscam refúgio entre a população nacional fazendo que estes sejam inseridos
no rol de cidadãos acobertados pelo Direito e suas vertentes, esta é a posição do Brasil no cenário de
signatário de Tratados Internacionais.
Diante destes fatores, devem ser observadas as formas pelas quais os tratados adentram e são aceitos
neste solo, suas aplicações e as nuances que devem ser analisadas para sua aceitação, para que não
haja conflitos entre as leis locais e as normas que os Tratados Internacionais trazem em sua essência.
O Brasil, como signatário de vários tratados internacionais, dentre eles, o Pacto de San José da Costa
Rica, Tratado Internacional de Direitos Humanos, entre outros, dá suporte para aquelas pessoas que
necessitam deste aporte. Cabe aqui lembrar que a nossa Constituição Federal, por si só, amplia os direitos
daqueles que por aqui chegam, valoriza sua condição de migrante e expressa, de forma clara e
exponencial, a necessidade do acolhimento deles.
Dessa forma, o Brasil, em todas as suas características, modos, ações, formatos e formas jurídicas trata
os desiguais de forma a igualá-los na medida de suas necessidades, para que assim possam ser
recepcionados e inseridos neste território de forma terna, sem percalços e amplamente assistidos pelos
recursos que aqui se têm. Um país que figura em todos os âmbitos de receptor de todas as nacionalidades

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que são signatárias dos Tratados Internacionais.


Resta expor que este artigo visou analisar os Tratados Internacionais sob a forma de acolhimento e
atuação em âmbito nacional, para dar um aporte maior para aqueles que deles dependem. Sendo assim,
olhando sob a luz da lei nº 13.445/2017 que demonstra a aplicabilidade e a força que Tratados
Internacionais podem exercer na esfera nacional.

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Travessia, n. 36, p. 15-32, jan./abr. 2000. PDF

AGRADECIMENTOS.

Em primeiro momento quero agradecer aqueles que me colocaram a disposição do mundo e do Direito,
meu pais Adézio Benedito de Oliveira e Maria Monteiro de Oliveira ( ambos in memorian), pois sem a
orientação correta e assertiva eu jamais teria chego até aqui. Nesta mesma seara preciso agradecer
minha esposa Meire Colauto de Oliveira, que devotou a mim nestes últimos 5 anos todo o suporte
necessário para que eu pudesse me dedicar a esta graduação e neste diapasão a cada membro das
minhas famílias Colauto, Monteiro, Yamaguchi, Salido e Oliveira a todos que formam esta grande família e
que soube me compreender e auxiliar nesta caminhada solitária e silenciosa. A todos meus amigos que
sempre estiveram ao meu lado e compreenderam as minhas ausências nas reuniões e eventos, Doutor
Cleison Aires, Nilza Helena, e a cada um que estão citados e marcados no meu coração e espirito; em
especial a minha grande amiga e irmã na vida e no Direito, Doutora Jenifer Garvin, por ter me inspirado
neste caminho e que me compreenderam pois estava devotado ao Direito. Aos amigos que fiz ao longo
desta graduação e que já seguem para a vida, Mariana Arrias, Camila Lorencini e Bruno Henrique Costa
da Silva, que além de serem meus suportes, também comigo constituíram laços de profundo respeito e
muito empenho ao estudo da Justiça. A cada um dos que colaboraram com organização mental deste
artigo em especial a doutora Rozilda Vidigal, minha colega de classe, que com sua orientação fraterna me
fez enxergar muito além de palavras, mas as nuances do que significa cada detalhe aqui descrito.
Agradeço a cada membro desta instituição de ensino: as pessoas que a mantem limpa e organizada, aos
colaboradores da secretaria, financeiro e pessoas que muitas vezes nem aparecem, mas que nos dão
suporte para que possamos estar sentados numa cadeira desta academia. Aos professores na que desde
o primeiro ano nos deram base e mostraram como esta profissão é digna e merece nosso empenho e

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devoção em especial a minha querida professora Silvia Regina Emiliano Gonzaga que sempre me auxiliou
esteve ao meu lado em muitas produções acadêmicas. E assim quero agradecer ao meu orientador
Doutor Rodolfo Grellet, que desde o 2º ano de graduação me orientou em vários artigos que escrevemos e
colocamos a disposição da comunidade acadêmica através de publicações e Simpósios ou revista
eletrônica, pela pareceria e motivação ao longo destes anos, MUITISSIMO obrigado meu grande mestre.
Isto posto, quero agradecer aos meu pequenos Helena e Augustus, vocês são a grande mola propulsora
do papai, para estudar, trabalhar, estar cada dia melhor, pois tudo é por vocês e para vocês. E por fim eu
agradeço a Deus que tornou tudo isso possível, Toda Honra e Toda Glória

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Arquivo 1:
A_RECEPCAO_PELA_CONSTITUICAO_FEDERAL_DE_1988_DOS_TRATADOS_INTERNACIONAIS.do
cx (5909 termos)
Arquivo 2: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-549X2008000200010 (7705
termos)
Termos comuns: 94
Similaridade: 0,69%
O texto abaixo é o conteúdo do documento
A_RECEPCAO_PELA_CONSTITUICAO_FEDERAL_DE_1988_DOS_TRATADOS_INTERNACIONAIS.do
cx (5909 termos)
Os termos em vermelho foram encontrados no documento
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-549X2008000200010 (7705 termos)

=================================================================================
A RECEPÇÃO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 DOS TRATADOS INTERNACIONAIS PARA
A MITIGAÇÃO DA INSEGURANÇA JURÍDICA DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE IMIGRAÇÃO
LASTREADO PELA LEI nº 13.445/2017

Sergio Benedito de Oliveira


[1: Acadêmico de Direito, Faculdade Maringá ? R.A 16.3101 ]
ORIENTADOR: Rodolfo Grellet Teixeira da Costa
[2: Mestre em direito. Professor. Advogado.]

SUMÁRIO: 1 INTRODUÇÃO. 2 TRATADOS INTERNACIONAIS. 2.1 A recepção dos Tratados


Internacionais pela Constituição. 2.1.1 A função social dos Tratados Internacionais. 3 A IMIGRAÇÃO. 3.3
Dos refugiados. 4 DA IMIGRAÇÃO E SUA APLICABILIDADE NOS TERMOS DA LEI nº 13.445/2017 . 5
CONCLUSÃO. REFERÊNCIAS. AGRADECIMENTOS.

RESUMO: Este artigo visa compreender como um Tratado Internacional pode ser introduzido no Brasil e
as suas formas de aplicabilidade. Para tanto, apresenta-se as nuances legais e suas características
normativas dentro da nossa legislação, dando aos povos imigrantes segurança jurídica e restabelecimento
de condição de vida digna. À luz da lei nº 13.445/2017, demonstra-se sua criação e a ação no território
nacional, colocando em situação de pareamento aqueles que aqui estão e os demais que chegarão ou
passarão. Evidencia, ainda, como a situações internacionais afetam diretamente o Brasil, trazendo à
claridade do Direito as formas necessárias para realinhar estes entendimentos, suas formas de ação e
proteção daqueles mais vulneráveis que possam sucumbir caso não tenham seus direitos resguardados.
Por fim, explicita as necessidades, linhas divergentes e convergentes de proteger e manter de forma
íntegra o Estado democrático e de direito.
PALAVRA-CHAVE: Migração. Tratados Internacionais. Vulneráveis. Aplicabilidade.

THE RECEPTION BY 1988 FEDERAL CONSTITUTION OF INTERNATIONAL TREATIES FOR THE


LEGAL INSECURITY MITIGATION OF THE POPULATION IN IMMIGRATION SITUATIONS BACKED BY

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LAW Nº. 13.445/2017

ABSTRACT: This article aims to understand how an International Treaty can be introduced in Brazil and its
applicability forms. Therefore, the legal nuances and their normative characteristics are presented within
our legislation, giving immigrant peoples legal security and reestablishing a dignified life condition.
According to law nº 13.445/2017, its creation and the action in the national territory are demonstrated,
placing, in a paring situation, those who are here and the others who will arrive or pass. It also evidence
how international situations directly affect Brazil, bringing the law clarity to the necessary ways to realign
these understandings, action forms and the protection of those most vulnerable who may succumb if their
rights are not protected. Finally, it explains the needs, divergent and convergent lines of protecting and fully
maintaining the democratic and lawful State.
KEY-WORDS: Migration. International Treaties. Vulnerable. Applicability.

1 INTRODUÇÃO
As migrações tracejam desde a pré-história com o Homo Herectus, em busca de locais maiores
possibilidades de sobrevivência, para que pudessem se instalar devido as mudanças climáticas severas.
Passamos por uma das migrações mais conhecidas no mundo que se iniciou com o movimento
revolucionário de Moisés, que pediu e posteriormente fez a transição daquele povo Hebreu para a Terra
Prometida. Como relatam as Sagradas Escrituras: "Porque foi pelo poder de sua mão que o Senhor nos
tirou do Egito. Tendo o faraó deixado partir o povo" (A BÍBLIA, 2008).
Na atual situação mundial, em que guerras internas entre países, opressões ditatoriais e catástrofes
naturais levam as populações a deixarem suas terras-mãe em busca de um novo norte, queremos analisar
qual a função do Brasil, enquanto Estado acolhedor e ponto de pacífico para a recepção desta população
.
De acordo com o art. 5 da Constituição Federal, ?todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza.? ( BRASIL, 1988). Sendo assim, precisamos compreender se o mandamento constitucional
disposto neste artigo tem se efetivado quando se trata de imigrantes ou refugiados, se de fato tem sido
empregado e, com isso, afastada toda a insegurança jurídica, muitas vezes natural, que este movimento
causa. Precisamos entender se há condição empregatícia, de educação, saúde, moradia e demais
condições naturais para que esta população possa ser assistida. (BRASIL, 1988).
O alto foco neste movimento de países, muitas vezes devastados, que buscam em nosso Estado
acolhimento, demonstram que este País tem, em sua essência, o acolhimento. Deste modo, os Tratados
Internacionais recepcionados pela nossa Constituição demonstram esta condição. Acolher não somente
no ratio da palavra, mas também prover a estes seres humanos a dignidade necessária para que possam
por aqui lastrear sua cultura e trazer ao Brasil diversidade e a pluralidade e a cooperação entre os povos
para o progresso da humanidade que este país aponta em sua Constituição no seu art. 4º, IX. ( BRASIL,
1988).
A imigração ocorre no mundo há muitos séculos, seja por motivações de guerra ou catástrofes ou
simplesmente pela necessidade de alimentos. Nos últimos anos, começamos a receber uma quantia
considerável de pessoas solicitando a entrada e permanência em solo brasileiro. Conforme aponta em
seu artigo Imigrações atuas no Brasil, Rodolfo Alves Pena afirma que: ?Segundo dados do Conare
(Comitê Nacional para Refugiados) e do Ministério da Justiça, só entre os anos de 2010 e 2012, o número

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de pessoas pedindo refúgio para o Brasil triplicou.?(PENA, 2020). As situações globais fazem com que as
pessoas busquem pelos mais diversos motivos locais para criarem raízes, desde que sejam seguros e
prósperos.

O Brasil como pais acolhedor e pacificador precisa estipular regras internas e aceitar também várias outras
de cunho mundial, as quais fazem uma coalisão legal e dão estrutura para a recepção destas pessoas
imigrantes. A Constituição é a nossa fonte prima e garantidora dos princípios e fundamentos que norteiam
os direitos humanos e o princípio legal de proteção para os nacionais e estrangeiros. Deste modo, em seu
art. 4º, IX, expressa que: ?A cooperação entre os povos para assim garantir o progresso da humanidade.
Dessa forma, caminhamos em sentido jurídico, balizando os internos e acertando os externos para a
integra cooperação entre as nações. (BRASIL, 1988).
Neste sentido, em busca desta boa interação, caminhamos para a recepção dos Tratados Internacionais,
e procuramos, mediante eles, ratificar o nosso entendimento interno sobre a dignidade humana e, ao
mesmo tempo, sendo signatário das moções mundiais por paz, acolhimento e condição de vida digna. Às
pessoas que habitam este país e aos estrangeiros, a Constituição garante, em seu art. 5º, sem distinção
de qualquer natureza, a brasileiros e estrangeiros que vivem no país igualdade perante a lei.
Em busca desta pluralidade e concentração de ações positivas para a manutenção da paz e harmonia o
Declaração Internacional de Direitos Humanos garante no Artigo XIV ? 1: ?Toda pessoa vítima de
perseguição tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países.? Desta forma, cumprindo esta
declaração, o Brasil não se mantem silente, mas sim dispõe de sua estrutura para assim acolher. BRASIL
( 2009).
Assim, neste artigo o intuito é apresentar uma linha de pesquisa que apresenta uma visão que tutela os
imigrantes que pretendem ingressar no nosso território e aqui estabelecer residência e domicilio, com
ânimo definitivo. Como assevera PIOVESAN ( 2022):
O exame do aparato internacional de proteção dos direitos humanos introduzirá elementos fundamentais
para que se desenvolva a análise acerca da posição do Estado brasileiro perante os tratados
internacionais de direitos humanos. Ao estudo se conjugará a análise do impacto político do Direito
Internacional dos Direitos Humanos no Brasil, mediante o enfoque da advocacia efetiva dos instrumentos
internacionais pelos atores nacionais. (PIOVESAN, P. 173, 2022).

Para tanto, trataremos de alguns aspectos legislativos que permearam e antagonizaram a lei que
regulamenta tal imigração. A segurança jurídica vai além de normas ou suas formas, para aplicabilidade
nos casos concretos.

2 TRATADOS INTERNACIONAIS
Para que se observe as normas e fontes do Direito Internacional, faz-se necessário um olhar para a
Constituição que o recepciona. Deste modo aponta PIOVESAN (2022):
A Carta de 1988 institucionaliza a instauração de um regime político democrático no Brasil. Introduz
também indiscutível avanço na consolidação legislativa das garantias e direitos fundamentais e na
proteção de setores vulneráveis da sociedade brasileira. A partir dela, os direitos humanos ganham relevo
extraordinário, situando-se a Carta de 1988 como o documento mais abrangente e pormenorizado sobre
os direitos humanos jamais adotado no Brasil. (PIOVESAN, 2022, p. 176)

Os tratados internacionais também são conhecidos como atos jurídicos pelos quais os seus signatários

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manifestam acordos entre as pessoas internacionais. Estes tratados têm sua forma regulamentada pela
Convenção de Viena de 1969. Neste diapasão, aduz Paulo Borba Casella:
A convenção de 1969 foi complementada por outra, a Convenção sobre o direito dos tratados entre
estados e organizações ou entre organizações internacionais de 1986, cujo objetivo foi precisamente o de
reconhecer o direito das organizações internacionais de firmar tratados e convenções. (CASELLA, 2012).

A Convenção de Viena trouxe uma especificação do que seria um tratado internacional e assim o definiu
como:
Um acordo internacional concluído entre Estados em forma escrita e regulado pelo direito Internacional
consubstanciado em um único instrumento ou em dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja a
sua designação específica. (BRASIL, 2009).

Estes tratados têm a sua formação de modo regulado e detalhado para que não se perca o devido
processo legal, para que eles possam ser inseridos em cada país que os aceita de forma pacífica. Deste
modo, preceitua PIOVEZAN (2013):
Em geral, o processo de formação dos tratados tem início com os atos de negociação, conclusão e
assinatura do tratado, que são da competência do órgão do Poder Executivo. A assinatura do tratado, por
si só, traduz um aceite precário e provisório, não irradiando efeitos jurídicos vinculantes. Trata-se da mera
aquiescência do Estado em relação à forma e ao conteúdo final do tratado. A assinatura do tratado, via de
regra, indica tão somente que o tratado é autêntico e definitivo. (PIOVEZAN, 2013, p.108).

No Brasil a Constituição Federal/88 é quem baliza as formas de recepção e atuação destes tratados,
dando ao Presidente da República a competência de celebrá-los. Assim, aduz o Art. 84, VIII, da
Constituição Federal de 1988 e neste sentido aponta ARAÚJO (2001):
[3: Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: VIII - celebrar tratados, convenções e
atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional.]
O tratado é assinado pelo Presidente da República, por força da competência que lhe foi outorgada pelo
art. 84, VIII, da Constituição. E submetido ao Congresso Nacional, por força do art. 49, 1, que determina
que o instrumento seja ratificado, O instrumento jurídico para sua aprovação é o decreto legislativo, e o
Presidente promulga-o por decreto. (ARAÚJO, 2001, p. 143).

Desse modo, há de se observar as regras internas de cada país para que os tratados possam adentrar e
assim encontrarem suporte legal para coexistirem com as normas internas, sem que não haja conflito em
nenhuma esfera. Neste diapasão, aponta ACCIOLLY (2011):
A estrita observância de tratados, não sujeitos a alteração pela lei interna posterior, impõe-se como
corolário lógico e imperativo jurídico, sob pena de esvaziar o processo de institucionalização do direito
internacional e de construção de seu conteúdo, devendo tanto a legislação quanto a jurisprudência
internas observarem tais preceitos. A visão internacionalista insere o Estado em sociedade de Estados,
que abrange todo o globo, e de que todos os Estados fazem parte. A própria noção de sociedade
internacional, enquanto entidade, superior a cada um de seus integrantes, situa cada Estado,
particularmente considerado, em relação ao todo. (ACCIOLY, Hildebrando, Manual de Direito Internacional
Público, 2011).

Fazer com que a conivência e assertividade entre os iguais será sempre uma batalha travada pelo Direito

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Internacional, para aplainar ou fechar arestas que possam vir a existir entre os Estados. Neste sentido,
aponta PIOVESAN (2022):

Considerando que toda Constituição há de ser compreendida como unidade e como sistema que privilegia
determinados valores sociais, pode-se afirmar que a Carta de 1988 elege o valor da dignidade humana
como valor essencial, que lhe dá unidade de sentido. Isto é, o valor da dignidade humana informa a ordem
constitucional de 1988, imprimindo-lhe uma feição particular. (PIOVESAN, 2022, p. 183).

Dessa forma, a Constituição de 1988 aponta sempre para a dignidade da pessoa humana como fonte
motora e propulsora de direitos e normas que possam regulamentar tais ações.

2.1 A recepção dos Tratados Internacionais pela Constituição


A Constituição Federal brasileira dispõe as formas para que os tratados internacionais sejam
recepcionados no ordenamento brasileiro, para que assim possam ser validados e operacionalizados em
território nacional de forma erga omnes para aqueles que necessitam desta cobertura. Assim atesta a
Constituição Federal/88 em seu artigo 60:
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
(...)
§ 2o - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
(BRASIL, 1988).
Sendo assim, com o advento da Emenda Constitucional nº 45, foi acrescido ao artigo 5º uma alteração
garantidora para os Tratados de Direitos Humanos e dessa maneira pode ser observado na Constituição
Federal/88 no seu artigo 5º § 3º: §: ?Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais? (BRASIL, 1988). Isso eleva os
tratados como emendas constitucionais transferindo-os para um patamar superior à legislação
infraconstitucional e desta forma não podem mais serem revogados por elas. No entanto, conforme aduz
PIOVEZAN (2013):
Os tratados não podem criar obrigações para os Estados que neles não consentiram, ao menos que
preceitos constantes do tratado tenham sido incorporados pelo costume internacional. (PIOVEZAN, 2013,
p.108).
Em sendo assim, deve haver pacificação na aceitação do tratado, para que isso não gere um desconforto
às regras de vigência nacional e nem conflito entre as normas do Tratado, em detrimento das normas já
pacificadas no país. Nesta lógica, aponta ARAÚJO (1997):
As normas de Direito Internacional na?o te?m forc?a cogente no interior de um Estado sena?o por meio da
recep- c?a?o, isto e?, em decorre?ncia de um ato do seu Poder Legislativo que as converte em regras de
Direito Interno, na?o sendo possi?vel, por via de consequ?e?ncia, coliso?es entre as duas ordens juri
?dicas. (ARAUJO, 1997, p.44).
Desse modo, houve um aclaramento em sentido conciso sobre a forma de entrada e aceitação dos
tratados internacionais sobre Direitos humanos, conforme aduz Ferrari Neto (2005):
Com a entrada em vigor desta Emenda acabou a polêmica sobre a hierarquia dos tratados internacionais
sobre direitos humanos em face da Constituição, posto que a partir desta, todos os tratados aprovados
pelo Congresso Nacional por três quintos dos membros de cada uma das casas legislativas, em dois

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turnos de votação, serão equivalentes às emendas constitucionais, conforme anteriormente defendido pela
profa. Flávia Piovesan, ou seja, terão eficácia de norma constitucional, e de acordo com o § 1o da
Constituição Federal, terão aplicação imediata, não dependendo de nenhuma outra lei ou decreto para
entrar em vigor ou ter validade. (FERRARI NETO, 2005).

Dessa forma, o ordenamento jurídico brasileiro acata os tratados internacionais de direitos humanos e os
formaliza como se espera do legislador. Neste diapasão aponta PIOVEZAN (2013):
Consagra-se, assim, o princípio da boa-fé, pelo qual cabe ao Estado conferir plena observância ao tratado
de que é parte, na medida em que, no livre exercício de sua soberania, o Estado contraiu obrigações
jurídicas no plano internacional. (PIOVEZAN 2013, p.108).

Cabe aos operadores do Direito observarem as boas práticas advindas da aceitação e introducão do
Tratado em âmbito nacional, conferindo assim legitimidade a tripartição dos poderes.

2.1.1 A função social dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos


Os tratados internacionais de Direitos Humanos buscam, de forma relevante, dar garantia para aqueles
que necessitam estar em outros países ou transitar por eles. O Brasil é um Estado acolhedor, no qual os
migrantes e imigrantes têm a garantia de segurança jurídica de estar no país. Desta forma, se acolhe e
oferece condições de sobrevida para estas pessoas. Os Tratados Internacionais de Direitos Humanos,
conforme aduz MAZZUOLI (2019), são:
Os direitos humanos são, portanto, direitos protegidos pela ordem internacional (especialmente por meio
de tratados multilaterais, globais ou regionais) contra as violações e arbitrariedades que um Estado possa
cometer às pessoas sujeitas à sua jurisdição. São direitos indispensaveis a uma vida digna e que, por isso
, estabelecem um nível protetivo (Standard) mínimo que todos os Estados devem respeitar, sob pena de
responsabilidade internacional. Assim os direitos humanos são direitos que garantem às pessoas sujeitas
à jurisdição de um dado Estado meios de vindicação de seus direitoss, para além de plano interno, nas
instâncias internacionais de proteção. (MAZZUOLI 2019, p. 26).
Entende-se assim que os tratados são uma forma de proteção garantidora para que a eficácia das suas
ações possam atingir de forma plural o grupo ao qual se destina, pois esta atuação multifacetada
demonstra o quão devem ser observadas as diretrizes trazidas pelos tratados de que o Brasil se tornou
signatário. Portanto, os tratados são uma força valiosa na de maneira de formalizar regras para toda uma
comunidade internacional.
A força dos direitos humanos faz com que se tenha uma segurança jurídica em todos os signatários deles,
de modo que, diante de uma adversidade, podem ser invocados de modo amplo e eficaz. Ainda nesta
linha, a fim de nos brindar com o exaurimento do conhecimento sobre eles, Mazzuoli (2019), de forma
cristalina, aponta:

Os direitos humanos, diferentemente dos direitos fundamentais, podem ser vindicados indistintamente por
todos os cidadãos do planeta e em quaisquer condições, bastando ocorrer a violação de um direito seu
reconhecido em norma internacional aceita pelo Estado em cuja jurisdição se encontre. (MAZZUOLI,
2019, p. 30).

Entende-se, portanto, que os direitos humanos podem ser invocados na seara internacional para que se
sejam as normas garantidoras, a fim de tutelar o bem jurídico protegido, neste caso, o ser humano.

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3 A IMIGRAÇÃO

Há muitos anos, se houve falar em imigração dos povos; porém, nos últimos anos devido a condições de
severidade, sejam naturais ou provocadas pelas mãos humanas, esta realidade tem se tornado mais
latente. As guerras são uma das grandes molas propulsoras para que os povos busquem novos ambientes
para se estabelecerem. De acordo com PENA (2022):
A tendência é que as imigrações atuais no Brasil continuem aumentando, sobretudo de populações
advindas de países subdesenvolvidos ou com uma precária situação econômica, além de povos de
regiões marcadas por grandes conflitos, com destaque para povos da Palestina. (PENA, 2022).

Isto vem se tornando algo recorrente, devido às guerras civis que estão em andamento em vários países e
, atualmente, pela guerra que está acontecendo na Europa entre Rússia e Ucrânia, desalojando famílias
inteiras rumo a outros países. O Brasil, como um signatário de tratados internacionais, torna-se um país
acolhedor para a recepção de imigrantes.
O Brasil editou a Lei nº 9.474/97 para a implementação Estatuto do Refugiado, como alude Barreto (2010):

A lei brasileira, redigida em parceria com o Acnur e com a sociedade civil, é considerada hoje pela própria
ONU como uma das leis mais modernas, mais abrangentes e mais generosas do mundo. Contempla todos
os dispositivos de proteção internacional de refugiados e cria um órgão nacional ? o Comitê Nacional para
os Refugiados (Conare) ? para ditar a política pública do refúgio e decidir quanto às solicitações de
refúgio apresentadas no Brasil. (BARRETO 2010).

Estas normas fazem com que o Brasil se torne evidentemente um país acolhedor que os imigrantes
podem buscar para ter auxílio e segurança para prosseguirem suas jornadas.
No entanto, com o advento da globalização e a melhora nas formas de transportes que podem levar, em
menos de 24 horas, pessoas de um lado a outro do globo, a imigração se tornou algo mais frequente e
célere. Os desastres naturais têm levado nações além-mar a buscar no Brasil a sua solidificação. Sendo
assim, torna o nosso país um grande território mesclado de populações mundiais. Atualmente, abriu as
portas para os imigrantes advindos da Ucrânia se refugiarem devido à guerra com a Rússia.

3.3 Dos refugiados


O mundo está em constante mudança e movimento, fazendo com que seus povos também sigam esta
métrica, seja por questões climáticas ou por desordens causadas pelos próprios habitantes globais. Com
isso, começou um movimento migratório grandioso, em que pessoas ou até mesmo uma tribo precisam
sair de sua terra materna e ir para outro ponto do globo, em busca de melhores condições de
sobrevivência. Dessa forma, nascem os refugiados, ou seja, pessoas que não tiveram uma opção, mas,
sim, foram impelidas a buscar outro lugar para habitar. Nesse sentido, afirma PORFÍRIO, (2021): ?O
refugiado, por sua vez, não tem escolha. Ele se encontra em uma situação-limite: ou foge de seu local ou
pode morrer. O refúgio não é opcional. Ou seja, não há para ele outra forma de sobreviver a não ser sair
da sua terra?.
Nesta constante, o que se vê é uma inflação de população de alguns países, de pessoas que buscam esta
segurança e bem-estar para reconstruir suas vidas. Não ter escolha e sair de suas terras, torna a

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população refugiada muito vulnerável e suscetível as intempéries dos países para os quais se direcionam.
Dentre os refugiados há pessoas de todas as idades e condições, conforme aponta PORFíRIO (2021):
A Agência da ONU para refugiados, a ACNUR, estima que em torno de 40% dos deslocados são crianças
e que cerca de 85% dos deslocados e refugiados buscam países em desenvolvimento, pois estes tendem
a ser mais receptivos. Outro dado alarmante, cerca de 4,2 milhões de pessoas no mundo se encontram na
situação de apátridas, ou seja, pessoas que não têm sua nacionalidade reconhecida por nenhum país.
(PORFíRIO, 2021).

Estes seres humanos vivem numa condição limítrofe, mas que, mesmo penalizados pelas condições de
seus países maternos, buscam, de forma leve e subordinada, encontrar paz e uma nova morada nos
países em que vão coabitar. Cabe a nossa nação, como país acolhedor, dar um respaldo necessário para
que esta população, em desacordo com a ordem natural de suas vidas. Com isso, o Brasil tem garantias
legais para corroborar com o que vem dos Tratados Internacionais. Desta maneira, afirma PORTELA
(2017):

[...] em decorrência da noção da universalidade dos direitos humanos, que estabelece que todos os
indivíduos são igualmente destinatários dos mesmos direitos, sem distinção de qualquer espécie, e como
consequência do incremento dos fluxos internacionais, inclusive de pessoas, e da formação de espaços
internacionais comuns, como os blocos regionais, a situação jurídica dos não nacionais assemelha-se
cada vez mais à dos nacionais, gozando aqueles de quase todos os direitos destes, sem o que o
desenvolvimento das relações internacionais poderia encontrar obstáculos adicionais. (PORTELA, 2017 ).

Dessa forma, aqueles que por aqui chegam têm seus direitos resguardados e a lei aqui introduzida e as
leis próprias criadas neste solo fazem este arcabouço garantidor.

4. DA MIGRAÇÃO LEI nº 13.445/2017 E SUA APLICABILIDADE.


Quando se busca implementar algo em território nacional, para que seja garantidor de direito erga omnes
ou de um grupo especifico, se faz necessário olhar para a Constituição vigente neste país. No que tange a
migração, cabe ressaltar que o Brasil é signatário de tratados internacionais e figura como um país
acolhedor e fraternalmente alinhado. Neste viés, a Constituição garante em seu preâmbulo BRASIL
(1988):
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte, para instituir um
Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a
segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma
sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem
interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus,
a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil. (BRASIL, 1988).

Com este olhar fraternal, cabe ao legislador colocar em prática leis, normativas, decretos e demais
diplomas legais que possam ser substanciais na correlação com vontades e desejos expressados na
Constituição.
Deste modo, e lastreada no Decreto nº 9.199/2017, fora criada a Lei da Migração nº 13.455/2017, com a
finalidade de pontuar princípios e diretrizes para políticas públicas, a fim de cuidar do imigrante. A ponte
garantidora destes direitos vem da Constituição Federal que expõe de forma concreta esta proteção.

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Neste diapasão, aponta GUERRA (2017):


Após longos debates e estudos sobre a necessidade de conceber na ordem jurídica brasileira uma norma
que retratasse a situação atual dos não nacionais, que até então eram vistos como hóspedes (estrangeiro
), a matéria passou a ser regrada pela lei 13.445, de 24 de maio de 2017, que chegou em boa hora, tendo
sido concebida em conformidade com a proteção conferida aos direitos humanos na Carta Magna
brasileira. (GUERRA, 2017).
A Constituição tem a função de ser garantidora dos direitos e facilitar a operação dos meios legais para
que, aqueles que se enquadrem nos ditames, possam estar recobertos pelo direito líquido e certo. E com
isso garante que todos sejam reconhecidos, conforme aponta BRASIL (2017):
O dispositivo estabelece conceito demasiadamente amplo de migrante, abrangendo inclusive o estrangeiro
com residência em país fronteiriço, o que estende a todo e qualquer estrangeiro, qualquer que seja sua
condição migratória, a igualdade com os nacionais, violando a Constituição em seu artigo 5º, que
estabelece que aquela igualdade é limitada e tem como critério para sua efetividade a residência do
estrangeiro no território nacional. (BRASIL, 2017a, art. 1º).
O tracejar pela legalidade e lisura do processo vem trazer ao migrante potencial segurança jurídica em
estar no Brasil, seja por apenas um exíguo tempo ou para constituir família e lancer raízes nesta terra
acolhedora. Desta forma, a lei demonstra o seu equilíbrio, conforme aduz GUERRA (2017):
No caso da nova legislação, o legislador preferiu adotar a figura do migrante e do visitante (artigo1), em
conformidade com a política consagrada na atualidade em prol dos direitos humanos. De certo modo, o
termo empregado na Lei n. 13.445/2017 faz com que o indivíduo, que não seja nacional do Estado, não se
sinta estranho e preterido no local que se encontra, como se um forasteiro fosse. (GUERRA, 2017 p.7).
Ser acolhido, dar sentido a sua luta e caminhada, ter seu direito resguardado, ter o sentimento de
pertencimento e a noção de que, mesmo longe de suas raízes, poderá buscar de forma plural a
materialização de sonhos. Neste sentindo, a força da Lei de Migração faz-se cada vez mais necessária e
resoluta para estes seres humanos, singulares em sua essência e plurais em sua batalha, além das suas
fronteiras.

5 CONCLUSÃO.
Ser um país acolhedor, demonstrar a sua celeridade com a legalidade necessária para dar andamento e
clareza para aqueles que buscam refúgio entre a população nacional fazendo que estes sejam inseridos
no rol de cidadãos acobertados pelo Direito e suas vertentes, esta é a posição do Brasil no cenário de
signatário de Tratados Internacionais.
Diante destes fatores, devem ser observadas as formas pelas quais os tratados adentram e são aceitos
neste solo, suas aplicações e as nuances que devem ser analisadas para sua aceitação, para que não
haja conflitos entre as leis locais e as normas que os Tratados Internacionais trazem em sua essência.
O Brasil, como signatário de vários tratados internacionais, dentre eles, o Pacto de San José da Costa
Rica, Tratado Internacional de Direitos Humanos, entre outros, dá suporte para aquelas pessoas que
necessitam deste aporte. Cabe aqui lembrar que a nossa Constituição Federal, por si só, amplia os direitos
daqueles que por aqui chegam, valoriza sua condição de migrante e expressa, de forma clara e
exponencial, a necessidade do acolhimento deles.
Dessa forma, o Brasil, em todas as suas características, modos, ações, formatos e formas jurídicas trata
os desiguais de forma a igualá-los na medida de suas necessidades, para que assim possam ser
recepcionados e inseridos neste território de forma terna, sem percalços e amplamente assistidos pelos

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recursos que aqui se têm. Um país que figura em todos os âmbitos de receptor de todas as nacionalidades
que são signatárias dos Tratados Internacionais.
Resta expor que este artigo visou analisar os Tratados Internacionais sob a forma de acolhimento e
atuação em âmbito nacional, para dar um aporte maior para aqueles que deles dependem. Sendo assim,
olhando sob a luz da lei nº 13.445/2017 que demonstra a aplicabilidade e a força que Tratados
Internacionais podem exercer na esfera nacional.

REFERÊNCIAS

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citada e comentada amplamente.
ANTÔNIO Augusto Cançado Trindade, GÉRARD Peytrignet & JAIME Ruiz de Santiago. As três vertentes
da proteção internacional dos direitos da pessoa humana, San José da Costa Rica: IIDH, Comitê
Internacional da Cruz Vermelha, Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, 1996.
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PARÁGRAFO 3º ? APLICABILIDADE DOS TRATADOS INTERNACIONAIS
?Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão
equivalentes às emendas constitucionais? Disponível em <https://www.politize.com.br/artigo-
5/aplicabilidade-dos-tratados-internacionais/> Acesso em 21 jun de 2022.
PENA, Rodolfo F. Alves. "Imigrações atuais no Brasil"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.
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Travessia, n. 36, p. 15-32, jan./abr. 2000. PDF

AGRADECIMENTOS.

Em primeiro momento quero agradecer aqueles que me colocaram a disposição do mundo e do Direito,
meu pais Adézio Benedito de Oliveira e Maria Monteiro de Oliveira ( ambos in memorian), pois sem a
orientação correta e assertiva eu jamais teria chego até aqui. Nesta mesma seara preciso agradecer
minha esposa Meire Colauto de Oliveira, que devotou a mim nestes últimos 5 anos todo o suporte
necessário para que eu pudesse me dedicar a esta graduação e neste diapasão a cada membro das
minhas famílias Colauto, Monteiro, Yamaguchi, Salido e Oliveira a todos que formam esta grande família e
que soube me compreender e auxiliar nesta caminhada solitária e silenciosa. A todos meus amigos que
sempre estiveram ao meu lado e compreenderam as minhas ausências nas reuniões e eventos, Doutor
Cleison Aires, Nilza Helena, e a cada um que estão citados e marcados no meu coração e espirito; em
especial a minha grande amiga e irmã na vida e no Direito, Doutora Jenifer Garvin, por ter me inspirado
neste caminho e que me compreenderam pois estava devotado ao Direito. Aos amigos que fiz ao longo
desta graduação e que já seguem para a vida, Mariana Arrias, Camila Lorencini e Bruno Henrique Costa
da Silva, que além de serem meus suportes, também comigo constituíram laços de profundo respeito e
muito empenho ao estudo da Justiça. A cada um dos que colaboraram com organização mental deste
artigo em especial a doutora Rozilda Vidigal, minha colega de classe, que com sua orientação fraterna me
fez enxergar muito além de palavras, mas as nuances do que significa cada detalhe aqui descrito.
Agradeço a cada membro desta instituição de ensino: as pessoas que a mantem limpa e organizada, aos
colaboradores da secretaria, financeiro e pessoas que muitas vezes nem aparecem, mas que nos dão
suporte para que possamos estar sentados numa cadeira desta academia. Aos professores na que desde

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o primeiro ano nos deram base e mostraram como esta profissão é digna e merece nosso empenho e
devoção em especial a minha querida professora Silvia Regina Emiliano Gonzaga que sempre me auxiliou
esteve ao meu lado em muitas produções acadêmicas. E assim quero agradecer ao meu orientador
Doutor Rodolfo Grellet, que desde o 2º ano de graduação me orientou em vários artigos que escrevemos e
colocamos a disposição da comunidade acadêmica através de publicações e Simpósios ou revista
eletrônica, pela pareceria e motivação ao longo destes anos, MUITISSIMO obrigado meu grande mestre.
Isto posto, quero agradecer aos meu pequenos Helena e Augustus, vocês são a grande mola propulsora
do papai, para estudar, trabalhar, estar cada dia melhor, pois tudo é por vocês e para vocês. E por fim eu
agradeço a Deus que tornou tudo isso possível, Toda Honra e Toda Glória

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=================================================================================
Arquivo 1:
A_RECEPCAO_PELA_CONSTITUICAO_FEDERAL_DE_1988_DOS_TRATADOS_INTERNACIONAIS.do
cx (5909 termos)
Arquivo 2: https://www.direitonet.com.br/resumos/exibir/138/Tratados-internacionais-I (3164 termos)
Termos comuns: 60
Similaridade: 0,66%
O texto abaixo é o conteúdo do documento
A_RECEPCAO_PELA_CONSTITUICAO_FEDERAL_DE_1988_DOS_TRATADOS_INTERNACIONAIS.do
cx (5909 termos)
Os termos em vermelho foram encontrados no documento
https://www.direitonet.com.br/resumos/exibir/138/Tratados-internacionais-I (3164 termos)

=================================================================================
A RECEPÇÃO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 DOS TRATADOS INTERNACIONAIS PARA
A MITIGAÇÃO DA INSEGURANÇA JURÍDICA DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE IMIGRAÇÃO
LASTREADO PELA LEI nº 13.445/2017

Sergio Benedito de Oliveira


[1: Acadêmico de Direito, Faculdade Maringá ? R.A 16.3101 ]
ORIENTADOR: Rodolfo Grellet Teixeira da Costa
[2: Mestre em direito. Professor. Advogado.]

SUMÁRIO: 1 INTRODUÇÃO. 2 TRATADOS INTERNACIONAIS. 2.1 A recepção dos Tratados


Internacionais pela Constituição. 2.1.1 A função social dos Tratados Internacionais. 3 A IMIGRAÇÃO. 3.3
Dos refugiados. 4 DA IMIGRAÇÃO E SUA APLICABILIDADE NOS TERMOS DA LEI nº 13.445/2017 . 5
CONCLUSÃO. REFERÊNCIAS. AGRADECIMENTOS.

RESUMO: Este artigo visa compreender como um Tratado Internacional pode ser introduzido no Brasil e
as suas formas de aplicabilidade. Para tanto, apresenta-se as nuances legais e suas características
normativas dentro da nossa legislação, dando aos povos imigrantes segurança jurídica e restabelecimento
de condição de vida digna. À luz da lei nº 13.445/2017, demonstra-se sua criação e a ação no território
nacional, colocando em situação de pareamento aqueles que aqui estão e os demais que chegarão ou
passarão. Evidencia, ainda, como a situações internacionais afetam diretamente o Brasil, trazendo à
claridade do Direito as formas necessárias para realinhar estes entendimentos, suas formas de ação e
proteção daqueles mais vulneráveis que possam sucumbir caso não tenham seus direitos resguardados.
Por fim, explicita as necessidades, linhas divergentes e convergentes de proteger e manter de forma
íntegra o Estado democrático e de direito.
PALAVRA-CHAVE: Migração. Tratados Internacionais. Vulneráveis. Aplicabilidade.

THE RECEPTION BY 1988 FEDERAL CONSTITUTION OF INTERNATIONAL TREATIES FOR THE


LEGAL INSECURITY MITIGATION OF THE POPULATION IN IMMIGRATION SITUATIONS BACKED BY
LAW Nº. 13.445/2017

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ABSTRACT: This article aims to understand how an International Treaty can be introduced in Brazil and its
applicability forms. Therefore, the legal nuances and their normative characteristics are presented within
our legislation, giving immigrant peoples legal security and reestablishing a dignified life condition.
According to law nº 13.445/2017, its creation and the action in the national territory are demonstrated,
placing, in a paring situation, those who are here and the others who will arrive or pass. It also evidence
how international situations directly affect Brazil, bringing the law clarity to the necessary ways to realign
these understandings, action forms and the protection of those most vulnerable who may succumb if their
rights are not protected. Finally, it explains the needs, divergent and convergent lines of protecting and fully
maintaining the democratic and lawful State.
KEY-WORDS: Migration. International Treaties. Vulnerable. Applicability.

1 INTRODUÇÃO
As migrações tracejam desde a pré-história com o Homo Herectus, em busca de locais maiores
possibilidades de sobrevivência, para que pudessem se instalar devido as mudanças climáticas severas.
Passamos por uma das migrações mais conhecidas no mundo que se iniciou com o movimento
revolucionário de Moisés, que pediu e posteriormente fez a transição daquele povo Hebreu para a Terra
Prometida. Como relatam as Sagradas Escrituras: "Porque foi pelo poder de sua mão que o Senhor nos
tirou do Egito. Tendo o faraó deixado partir o povo" (A BÍBLIA, 2008).
Na atual situação mundial, em que guerras internas entre países, opressões ditatoriais e catástrofes
naturais levam as populações a deixarem suas terras-mãe em busca de um novo norte, queremos analisar
qual a função do Brasil, enquanto Estado acolhedor e ponto de pacífico para a recepção desta população
.
De acordo com o art. 5 da Constituição Federal, ?todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza.? ( BRASIL, 1988). Sendo assim, precisamos compreender se o mandamento constitucional
disposto neste artigo tem se efetivado quando se trata de imigrantes ou refugiados, se de fato tem sido
empregado e, com isso, afastada toda a insegurança jurídica, muitas vezes natural, que este movimento
causa. Precisamos entender se há condição empregatícia, de educação, saúde, moradia e demais
condições naturais para que esta população possa ser assistida. (BRASIL, 1988).
O alto foco neste movimento de países, muitas vezes devastados, que buscam em nosso Estado
acolhimento, demonstram que este País tem, em sua essência, o acolhimento. Deste modo, os Tratados
Internacionais recepcionados pela nossa Constituição demonstram esta condição. Acolher não somente
no ratio da palavra, mas também prover a estes seres humanos a dignidade necessária para que possam
por aqui lastrear sua cultura e trazer ao Brasil diversidade e a pluralidade e a cooperação entre os povos
para o progresso da humanidade que este país aponta em sua Constituição no seu art. 4º, IX. ( BRASIL,
1988).
A imigração ocorre no mundo há muitos séculos, seja por motivações de guerra ou catástrofes ou
simplesmente pela necessidade de alimentos. Nos últimos anos, começamos a receber uma quantia
considerável de pessoas solicitando a entrada e permanência em solo brasileiro. Conforme aponta em
seu artigo Imigrações atuas no Brasil, Rodolfo Alves Pena afirma que: ?Segundo dados do Conare
(Comitê Nacional para Refugiados) e do Ministério da Justiça, só entre os anos de 2010 e 2012, o número
de pessoas pedindo refúgio para o Brasil triplicou.?(PENA, 2020). As situações globais fazem com que as

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pessoas busquem pelos mais diversos motivos locais para criarem raízes, desde que sejam seguros e
prósperos.

O Brasil como pais acolhedor e pacificador precisa estipular regras internas e aceitar também várias outras
de cunho mundial, as quais fazem uma coalisão legal e dão estrutura para a recepção destas pessoas
imigrantes. A Constituição é a nossa fonte prima e garantidora dos princípios e fundamentos que norteiam
os direitos humanos e o princípio legal de proteção para os nacionais e estrangeiros. Deste modo, em seu
art. 4º, IX, expressa que: ?A cooperação entre os povos para assim garantir o progresso da humanidade.
Dessa forma, caminhamos em sentido jurídico, balizando os internos e acertando os externos para a
integra cooperação entre as nações. (BRASIL, 1988).
Neste sentido, em busca desta boa interação, caminhamos para a recepção dos Tratados Internacionais,
e procuramos, mediante eles, ratificar o nosso entendimento interno sobre a dignidade humana e, ao
mesmo tempo, sendo signatário das moções mundiais por paz, acolhimento e condição de vida digna. Às
pessoas que habitam este país e aos estrangeiros, a Constituição garante, em seu art. 5º, sem distinção
de qualquer natureza, a brasileiros e estrangeiros que vivem no país igualdade perante a lei.
Em busca desta pluralidade e concentração de ações positivas para a manutenção da paz e harmonia o
Declaração Internacional de Direitos Humanos garante no Artigo XIV ? 1: ?Toda pessoa vítima de
perseguição tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países.? Desta forma, cumprindo esta
declaração, o Brasil não se mantem silente, mas sim dispõe de sua estrutura para assim acolher. BRASIL
( 2009).
Assim, neste artigo o intuito é apresentar uma linha de pesquisa que apresenta uma visão que tutela os
imigrantes que pretendem ingressar no nosso território e aqui estabelecer residência e domicilio, com
ânimo definitivo. Como assevera PIOVESAN ( 2022):
O exame do aparato internacional de proteção dos direitos humanos introduzirá elementos fundamentais
para que se desenvolva a análise acerca da posição do Estado brasileiro perante os tratados
internacionais de direitos humanos. Ao estudo se conjugará a análise do impacto político do Direito
Internacional dos Direitos Humanos no Brasil, mediante o enfoque da advocacia efetiva dos instrumentos
internacionais pelos atores nacionais. (PIOVESAN, P. 173, 2022).

Para tanto, trataremos de alguns aspectos legislativos que permearam e antagonizaram a lei que
regulamenta tal imigração. A segurança jurídica vai além de normas ou suas formas, para aplicabilidade
nos casos concretos.

2 TRATADOS INTERNACIONAIS
Para que se observe as normas e fontes do Direito Internacional, faz-se necessário um olhar para a
Constituição que o recepciona. Deste modo aponta PIOVESAN (2022):
A Carta de 1988 institucionaliza a instauração de um regime político democrático no Brasil. Introduz
também indiscutível avanço na consolidação legislativa das garantias e direitos fundamentais e na
proteção de setores vulneráveis da sociedade brasileira. A partir dela, os direitos humanos ganham relevo
extraordinário, situando-se a Carta de 1988 como o documento mais abrangente e pormenorizado sobre
os direitos humanos jamais adotado no Brasil. (PIOVESAN, 2022, p. 176)

Os tratados internacionais também são conhecidos como atos jurídicos pelos quais os seus signatários
manifestam acordos entre as pessoas internacionais. Estes tratados têm sua forma regulamentada pela

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Convenção de Viena de 1969. Neste diapasão, aduz Paulo Borba Casella:


A convenção de 1969 foi complementada por outra, a Convenção sobre o direito dos tratados entre
estados e organizações ou entre organizações internacionais de 1986, cujo objetivo foi precisamente o de
reconhecer o direito das organizações internacionais de firmar tratados e convenções. (CASELLA, 2012).

A Convenção de Viena trouxe uma especificação do que seria um tratado internacional e assim o definiu
como:
Um acordo internacional concluído entre Estados em forma escrita e regulado pelo direito Internacional
consubstanciado em um único instrumento ou em dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja a
sua designação específica. (BRASIL, 2009).

Estes tratados têm a sua formação de modo regulado e detalhado para que não se perca o devido
processo legal, para que eles possam ser inseridos em cada país que os aceita de forma pacífica. Deste
modo, preceitua PIOVEZAN (2013):
Em geral, o processo de formação dos tratados tem início com os atos de negociação, conclusão e
assinatura do tratado, que são da competência do órgão do Poder Executivo. A assinatura do tratado, por
si só, traduz um aceite precário e provisório, não irradiando efeitos jurídicos vinculantes. Trata-se da mera
aquiescência do Estado em relação à forma e ao conteúdo final do tratado. A assinatura do tratado, via de
regra, indica tão somente que o tratado é autêntico e definitivo. (PIOVEZAN, 2013, p.108).

No Brasil a Constituição Federal/88 é quem baliza as formas de recepção e atuação destes tratados,
dando ao Presidente da República a competência de celebrá-los. Assim, aduz o Art. 84, VIII, da
Constituição Federal de 1988 e neste sentido aponta ARAÚJO (2001):
[3: Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: VIII - celebrar tratados, convenções e
atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional.]
O tratado é assinado pelo Presidente da República, por força da competência que lhe foi outorgada pelo
art. 84, VIII, da Constituição. E submetido ao Congresso Nacional, por força do art. 49, 1, que determina
que o instrumento seja ratificado, O instrumento jurídico para sua aprovação é o decreto legislativo, e o
Presidente promulga-o por decreto. (ARAÚJO, 2001, p. 143).

Desse modo, há de se observar as regras internas de cada país para que os tratados possam adentrar e
assim encontrarem suporte legal para coexistirem com as normas internas, sem que não haja conflito em
nenhuma esfera. Neste diapasão, aponta ACCIOLLY (2011):
A estrita observância de tratados, não sujeitos a alteração pela lei interna posterior, impõe-se como
corolário lógico e imperativo jurídico, sob pena de esvaziar o processo de institucionalização do direito
internacional e de construção de seu conteúdo, devendo tanto a legislação quanto a jurisprudência
internas observarem tais preceitos. A visão internacionalista insere o Estado em sociedade de Estados,
que abrange todo o globo, e de que todos os Estados fazem parte. A própria noção de sociedade
internacional, enquanto entidade, superior a cada um de seus integrantes, situa cada Estado,
particularmente considerado, em relação ao todo. (ACCIOLY, Hildebrando, Manual de Direito Internacional
Público, 2011).

Fazer com que a conivência e assertividade entre os iguais será sempre uma batalha travada pelo Direito
Internacional, para aplainar ou fechar arestas que possam vir a existir entre os Estados. Neste sentido,

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aponta PIOVESAN (2022):

Considerando que toda Constituição há de ser compreendida como unidade e como sistema que privilegia
determinados valores sociais, pode-se afirmar que a Carta de 1988 elege o valor da dignidade humana
como valor essencial, que lhe dá unidade de sentido. Isto é, o valor da dignidade humana informa a ordem
constitucional de 1988, imprimindo-lhe uma feição particular. (PIOVESAN, 2022, p. 183).

Dessa forma, a Constituição de 1988 aponta sempre para a dignidade da pessoa humana como fonte
motora e propulsora de direitos e normas que possam regulamentar tais ações.

2.1 A recepção dos Tratados Internacionais pela Constituição


A Constituição Federal brasileira dispõe as formas para que os tratados internacionais sejam
recepcionados no ordenamento brasileiro, para que assim possam ser validados e operacionalizados em
território nacional de forma erga omnes para aqueles que necessitam desta cobertura. Assim atesta a
Constituição Federal/88 em seu artigo 60:
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
(...)
§ 2o - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
(BRASIL, 1988).
Sendo assim, com o advento da Emenda Constitucional nº 45, foi acrescido ao artigo 5º uma alteração
garantidora para os Tratados de Direitos Humanos e dessa maneira pode ser observado na Constituição
Federal/88 no seu artigo 5º § 3º: §: ?Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais? (BRASIL, 1988). Isso eleva os
tratados como emendas constitucionais transferindo-os para um patamar superior à legislação
infraconstitucional e desta forma não podem mais serem revogados por elas. No entanto, conforme aduz
PIOVEZAN (2013):
Os tratados não podem criar obrigações para os Estados que neles não consentiram, ao menos que
preceitos constantes do tratado tenham sido incorporados pelo costume internacional. (PIOVEZAN, 2013,
p.108).
Em sendo assim, deve haver pacificação na aceitação do tratado, para que isso não gere um desconforto
às regras de vigência nacional e nem conflito entre as normas do Tratado, em detrimento das normas já
pacificadas no país. Nesta lógica, aponta ARAÚJO (1997):
As normas de Direito Internacional na?o te?m forc?a cogente no interior de um Estado sena?o por meio da
recep- c?a?o, isto e?, em decorre?ncia de um ato do seu Poder Legislativo que as converte em regras de
Direito Interno, na?o sendo possi?vel, por via de consequ?e?ncia, coliso?es entre as duas ordens juri
?dicas. (ARAUJO, 1997, p.44).
Desse modo, houve um aclaramento em sentido conciso sobre a forma de entrada e aceitação dos
tratados internacionais sobre Direitos humanos, conforme aduz Ferrari Neto (2005):
Com a entrada em vigor desta Emenda acabou a polêmica sobre a hierarquia dos tratados internacionais
sobre direitos humanos em face da Constituição, posto que a partir desta, todos os tratados aprovados
pelo Congresso Nacional por três quintos dos membros de cada uma das casas legislativas, em dois
turnos de votação, serão equivalentes às emendas constitucionais, conforme anteriormente defendido pela

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profa. Flávia Piovesan, ou seja, terão eficácia de norma constitucional, e de acordo com o § 1o da
Constituição Federal, terão aplicação imediata, não dependendo de nenhuma outra lei ou decreto para
entrar em vigor ou ter validade. (FERRARI NETO, 2005).

Dessa forma, o ordenamento jurídico brasileiro acata os tratados internacionais de direitos humanos e os
formaliza como se espera do legislador. Neste diapasão aponta PIOVEZAN (2013):
Consagra-se, assim, o princípio da boa-fé, pelo qual cabe ao Estado conferir plena observância ao tratado
de que é parte, na medida em que, no livre exercício de sua soberania, o Estado contraiu obrigações
jurídicas no plano internacional. (PIOVEZAN 2013, p.108).

Cabe aos operadores do Direito observarem as boas práticas advindas da aceitação e introducão do
Tratado em âmbito nacional, conferindo assim legitimidade a tripartição dos poderes.

2.1.1 A função social dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos


Os tratados internacionais de Direitos Humanos buscam, de forma relevante, dar garantia para aqueles
que necessitam estar em outros países ou transitar por eles. O Brasil é um Estado acolhedor, no qual os
migrantes e imigrantes têm a garantia de segurança jurídica de estar no país. Desta forma, se acolhe e
oferece condições de sobrevida para estas pessoas. Os Tratados Internacionais de Direitos Humanos,
conforme aduz MAZZUOLI (2019), são:
Os direitos humanos são, portanto, direitos protegidos pela ordem internacional (especialmente por meio
de tratados multilaterais, globais ou regionais) contra as violações e arbitrariedades que um Estado possa
cometer às pessoas sujeitas à sua jurisdição. São direitos indispensaveis a uma vida digna e que, por isso
, estabelecem um nível protetivo (Standard) mínimo que todos os Estados devem respeitar, sob pena de
responsabilidade internacional. Assim os direitos humanos são direitos que garantem às pessoas sujeitas
à jurisdição de um dado Estado meios de vindicação de seus direitoss, para além de plano interno, nas
instâncias internacionais de proteção. (MAZZUOLI 2019, p. 26).
Entende-se assim que os tratados são uma forma de proteção garantidora para que a eficácia das suas
ações possam atingir de forma plural o grupo ao qual se destina, pois esta atuação multifacetada
demonstra o quão devem ser observadas as diretrizes trazidas pelos tratados de que o Brasil se tornou
signatário. Portanto, os tratados são uma força valiosa na de maneira de formalizar regras para toda uma
comunidade internacional.
A força dos direitos humanos faz com que se tenha uma segurança jurídica em todos os signatários deles,
de modo que, diante de uma adversidade, podem ser invocados de modo amplo e eficaz. Ainda nesta
linha, a fim de nos brindar com o exaurimento do conhecimento sobre eles, Mazzuoli (2019), de forma
cristalina, aponta:

Os direitos humanos, diferentemente dos direitos fundamentais, podem ser vindicados indistintamente por
todos os cidadãos do planeta e em quaisquer condições, bastando ocorrer a violação de um direito seu
reconhecido em norma internacional aceita pelo Estado em cuja jurisdição se encontre. (MAZZUOLI,
2019, p. 30).

Entende-se, portanto, que os direitos humanos podem ser invocados na seara internacional para que se
sejam as normas garantidoras, a fim de tutelar o bem jurídico protegido, neste caso, o ser humano.

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3 A IMIGRAÇÃO

Há muitos anos, se houve falar em imigração dos povos; porém, nos últimos anos devido a condições de
severidade, sejam naturais ou provocadas pelas mãos humanas, esta realidade tem se tornado mais
latente. As guerras são uma das grandes molas propulsoras para que os povos busquem novos ambientes
para se estabelecerem. De acordo com PENA (2022):
A tendência é que as imigrações atuais no Brasil continuem aumentando, sobretudo de populações
advindas de países subdesenvolvidos ou com uma precária situação econômica, além de povos de
regiões marcadas por grandes conflitos, com destaque para povos da Palestina. (PENA, 2022).

Isto vem se tornando algo recorrente, devido às guerras civis que estão em andamento em vários países e
, atualmente, pela guerra que está acontecendo na Europa entre Rússia e Ucrânia, desalojando famílias
inteiras rumo a outros países. O Brasil, como um signatário de tratados internacionais, torna-se um país
acolhedor para a recepção de imigrantes.
O Brasil editou a Lei nº 9.474/97 para a implementação Estatuto do Refugiado, como alude Barreto (2010):

A lei brasileira, redigida em parceria com o Acnur e com a sociedade civil, é considerada hoje pela própria
ONU como uma das leis mais modernas, mais abrangentes e mais generosas do mundo. Contempla todos
os dispositivos de proteção internacional de refugiados e cria um órgão nacional ? o Comitê Nacional para
os Refugiados (Conare) ? para ditar a política pública do refúgio e decidir quanto às solicitações de
refúgio apresentadas no Brasil. (BARRETO 2010).

Estas normas fazem com que o Brasil se torne evidentemente um país acolhedor que os imigrantes
podem buscar para ter auxílio e segurança para prosseguirem suas jornadas.
No entanto, com o advento da globalização e a melhora nas formas de transportes que podem levar, em
menos de 24 horas, pessoas de um lado a outro do globo, a imigração se tornou algo mais frequente e
célere. Os desastres naturais têm levado nações além-mar a buscar no Brasil a sua solidificação. Sendo
assim, torna o nosso país um grande território mesclado de populações mundiais. Atualmente, abriu as
portas para os imigrantes advindos da Ucrânia se refugiarem devido à guerra com a Rússia.

3.3 Dos refugiados


O mundo está em constante mudança e movimento, fazendo com que seus povos também sigam esta
métrica, seja por questões climáticas ou por desordens causadas pelos próprios habitantes globais. Com
isso, começou um movimento migratório grandioso, em que pessoas ou até mesmo uma tribo precisam
sair de sua terra materna e ir para outro ponto do globo, em busca de melhores condições de
sobrevivência. Dessa forma, nascem os refugiados, ou seja, pessoas que não tiveram uma opção, mas,
sim, foram impelidas a buscar outro lugar para habitar. Nesse sentido, afirma PORFÍRIO, (2021): ?O
refugiado, por sua vez, não tem escolha. Ele se encontra em uma situação-limite: ou foge de seu local ou
pode morrer. O refúgio não é opcional. Ou seja, não há para ele outra forma de sobreviver a não ser sair
da sua terra?.
Nesta constante, o que se vê é uma inflação de população de alguns países, de pessoas que buscam esta
segurança e bem-estar para reconstruir suas vidas. Não ter escolha e sair de suas terras, torna a
população refugiada muito vulnerável e suscetível as intempéries dos países para os quais se direcionam.

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Dentre os refugiados há pessoas de todas as idades e condições, conforme aponta PORFíRIO (2021):
A Agência da ONU para refugiados, a ACNUR, estima que em torno de 40% dos deslocados são crianças
e que cerca de 85% dos deslocados e refugiados buscam países em desenvolvimento, pois estes tendem
a ser mais receptivos. Outro dado alarmante, cerca de 4,2 milhões de pessoas no mundo se encontram na
situação de apátridas, ou seja, pessoas que não têm sua nacionalidade reconhecida por nenhum país.
(PORFíRIO, 2021).

Estes seres humanos vivem numa condição limítrofe, mas que, mesmo penalizados pelas condições de
seus países maternos, buscam, de forma leve e subordinada, encontrar paz e uma nova morada nos
países em que vão coabitar. Cabe a nossa nação, como país acolhedor, dar um respaldo necessário para
que esta população, em desacordo com a ordem natural de suas vidas. Com isso, o Brasil tem garantias
legais para corroborar com o que vem dos Tratados Internacionais. Desta maneira, afirma PORTELA
(2017):

[...] em decorrência da noção da universalidade dos direitos humanos, que estabelece que todos os
indivíduos são igualmente destinatários dos mesmos direitos, sem distinção de qualquer espécie, e como
consequência do incremento dos fluxos internacionais, inclusive de pessoas, e da formação de espaços
internacionais comuns, como os blocos regionais, a situação jurídica dos não nacionais assemelha-se
cada vez mais à dos nacionais, gozando aqueles de quase todos os direitos destes, sem o que o
desenvolvimento das relações internacionais poderia encontrar obstáculos adicionais. (PORTELA, 2017 ).

Dessa forma, aqueles que por aqui chegam têm seus direitos resguardados e a lei aqui introduzida e as
leis próprias criadas neste solo fazem este arcabouço garantidor.

4. DA MIGRAÇÃO LEI nº 13.445/2017 E SUA APLICABILIDADE.


Quando se busca implementar algo em território nacional, para que seja garantidor de direito erga omnes
ou de um grupo especifico, se faz necessário olhar para a Constituição vigente neste país. No que tange a
migração, cabe ressaltar que o Brasil é signatário de tratados internacionais e figura como um país
acolhedor e fraternalmente alinhado. Neste viés, a Constituição garante em seu preâmbulo BRASIL
(1988):
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte, para instituir um
Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a
segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma
sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem
interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus,
a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil. (BRASIL, 1988).

Com este olhar fraternal, cabe ao legislador colocar em prática leis, normativas, decretos e demais
diplomas legais que possam ser substanciais na correlação com vontades e desejos expressados na
Constituição.
Deste modo, e lastreada no Decreto nº 9.199/2017, fora criada a Lei da Migração nº 13.455/2017, com a
finalidade de pontuar princípios e diretrizes para políticas públicas, a fim de cuidar do imigrante. A ponte
garantidora destes direitos vem da Constituição Federal que expõe de forma concreta esta proteção.
Neste diapasão, aponta GUERRA (2017):

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Após longos debates e estudos sobre a necessidade de conceber na ordem jurídica brasileira uma norma
que retratasse a situação atual dos não nacionais, que até então eram vistos como hóspedes (estrangeiro
), a matéria passou a ser regrada pela lei 13.445, de 24 de maio de 2017, que chegou em boa hora, tendo
sido concebida em conformidade com a proteção conferida aos direitos humanos na Carta Magna
brasileira. (GUERRA, 2017).
A Constituição tem a função de ser garantidora dos direitos e facilitar a operação dos meios legais para
que, aqueles que se enquadrem nos ditames, possam estar recobertos pelo direito líquido e certo. E com
isso garante que todos sejam reconhecidos, conforme aponta BRASIL (2017):
O dispositivo estabelece conceito demasiadamente amplo de migrante, abrangendo inclusive o estrangeiro
com residência em país fronteiriço, o que estende a todo e qualquer estrangeiro, qualquer que seja sua
condição migratória, a igualdade com os nacionais, violando a Constituição em seu artigo 5º, que
estabelece que aquela igualdade é limitada e tem como critério para sua efetividade a residência do
estrangeiro no território nacional. (BRASIL, 2017a, art. 1º).
O tracejar pela legalidade e lisura do processo vem trazer ao migrante potencial segurança jurídica em
estar no Brasil, seja por apenas um exíguo tempo ou para constituir família e lancer raízes nesta terra
acolhedora. Desta forma, a lei demonstra o seu equilíbrio, conforme aduz GUERRA (2017):
No caso da nova legislação, o legislador preferiu adotar a figura do migrante e do visitante (artigo1), em
conformidade com a política consagrada na atualidade em prol dos direitos humanos. De certo modo, o
termo empregado na Lei n. 13.445/2017 faz com que o indivíduo, que não seja nacional do Estado, não se
sinta estranho e preterido no local que se encontra, como se um forasteiro fosse. (GUERRA, 2017 p.7).
Ser acolhido, dar sentido a sua luta e caminhada, ter seu direito resguardado, ter o sentimento de
pertencimento e a noção de que, mesmo longe de suas raízes, poderá buscar de forma plural a
materialização de sonhos. Neste sentindo, a força da Lei de Migração faz-se cada vez mais necessária e
resoluta para estes seres humanos, singulares em sua essência e plurais em sua batalha, além das suas
fronteiras.

5 CONCLUSÃO.
Ser um país acolhedor, demonstrar a sua celeridade com a legalidade necessária para dar andamento e
clareza para aqueles que buscam refúgio entre a população nacional fazendo que estes sejam inseridos
no rol de cidadãos acobertados pelo Direito e suas vertentes, esta é a posição do Brasil no cenário de
signatário de Tratados Internacionais.
Diante destes fatores, devem ser observadas as formas pelas quais os tratados adentram e são aceitos
neste solo, suas aplicações e as nuances que devem ser analisadas para sua aceitação, para que não
haja conflitos entre as leis locais e as normas que os Tratados Internacionais trazem em sua essência.
O Brasil, como signatário de vários tratados internacionais, dentre eles, o Pacto de San José da Costa
Rica, Tratado Internacional de Direitos Humanos, entre outros, dá suporte para aquelas pessoas que
necessitam deste aporte. Cabe aqui lembrar que a nossa Constituição Federal, por si só, amplia os direitos
daqueles que por aqui chegam, valoriza sua condição de migrante e expressa, de forma clara e
exponencial, a necessidade do acolhimento deles.
Dessa forma, o Brasil, em todas as suas características, modos, ações, formatos e formas jurídicas trata
os desiguais de forma a igualá-los na medida de suas necessidades, para que assim possam ser
recepcionados e inseridos neste território de forma terna, sem percalços e amplamente assistidos pelos
recursos que aqui se têm. Um país que figura em todos os âmbitos de receptor de todas as nacionalidades

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que são signatárias dos Tratados Internacionais.


Resta expor que este artigo visou analisar os Tratados Internacionais sob a forma de acolhimento e
atuação em âmbito nacional, para dar um aporte maior para aqueles que deles dependem. Sendo assim,
olhando sob a luz da lei nº 13.445/2017 que demonstra a aplicabilidade e a força que Tratados
Internacionais podem exercer na esfera nacional.

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AGRADECIMENTOS.

Em primeiro momento quero agradecer aqueles que me colocaram a disposição do mundo e do Direito,
meu pais Adézio Benedito de Oliveira e Maria Monteiro de Oliveira ( ambos in memorian), pois sem a
orientação correta e assertiva eu jamais teria chego até aqui. Nesta mesma seara preciso agradecer
minha esposa Meire Colauto de Oliveira, que devotou a mim nestes últimos 5 anos todo o suporte
necessário para que eu pudesse me dedicar a esta graduação e neste diapasão a cada membro das
minhas famílias Colauto, Monteiro, Yamaguchi, Salido e Oliveira a todos que formam esta grande família e
que soube me compreender e auxiliar nesta caminhada solitária e silenciosa. A todos meus amigos que
sempre estiveram ao meu lado e compreenderam as minhas ausências nas reuniões e eventos, Doutor
Cleison Aires, Nilza Helena, e a cada um que estão citados e marcados no meu coração e espirito; em
especial a minha grande amiga e irmã na vida e no Direito, Doutora Jenifer Garvin, por ter me inspirado
neste caminho e que me compreenderam pois estava devotado ao Direito. Aos amigos que fiz ao longo
desta graduação e que já seguem para a vida, Mariana Arrias, Camila Lorencini e Bruno Henrique Costa
da Silva, que além de serem meus suportes, também comigo constituíram laços de profundo respeito e
muito empenho ao estudo da Justiça. A cada um dos que colaboraram com organização mental deste
artigo em especial a doutora Rozilda Vidigal, minha colega de classe, que com sua orientação fraterna me
fez enxergar muito além de palavras, mas as nuances do que significa cada detalhe aqui descrito.
Agradeço a cada membro desta instituição de ensino: as pessoas que a mantem limpa e organizada, aos
colaboradores da secretaria, financeiro e pessoas que muitas vezes nem aparecem, mas que nos dão
suporte para que possamos estar sentados numa cadeira desta academia. Aos professores na que desde
o primeiro ano nos deram base e mostraram como esta profissão é digna e merece nosso empenho e

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devoção em especial a minha querida professora Silvia Regina Emiliano Gonzaga que sempre me auxiliou
esteve ao meu lado em muitas produções acadêmicas. E assim quero agradecer ao meu orientador
Doutor Rodolfo Grellet, que desde o 2º ano de graduação me orientou em vários artigos que escrevemos e
colocamos a disposição da comunidade acadêmica através de publicações e Simpósios ou revista
eletrônica, pela pareceria e motivação ao longo destes anos, MUITISSIMO obrigado meu grande mestre.
Isto posto, quero agradecer aos meu pequenos Helena e Augustus, vocês são a grande mola propulsora
do papai, para estudar, trabalhar, estar cada dia melhor, pois tudo é por vocês e para vocês. E por fim eu
agradeço a Deus que tornou tudo isso possível, Toda Honra e Toda Glória

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A_RECEPCAO_PELA_CONSTITUICAO_FEDERAL_DE_1988_DOS_TRATADOS_INTERNACIONAIS.do
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juridicos (17579 termos)

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A RECEPÇÃO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 DOS TRATADOS INTERNACIONAIS PARA
A MITIGAÇÃO DA INSEGURANÇA JURÍDICA DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE IMIGRAÇÃO
LASTREADO PELA LEI nº 13.445/2017

Sergio Benedito de Oliveira


[1: Acadêmico de Direito, Faculdade Maringá ? R.A 16.3101 ]
ORIENTADOR: Rodolfo Grellet Teixeira da Costa
[2: Mestre em direito. Professor. Advogado.]

SUMÁRIO: 1 INTRODUÇÃO. 2 TRATADOS INTERNACIONAIS. 2.1 A recepção dos Tratados


Internacionais pela Constituição. 2.1.1 A função social dos Tratados Internacionais. 3 A IMIGRAÇÃO. 3.3
Dos refugiados. 4 DA IMIGRAÇÃO E SUA APLICABILIDADE NOS TERMOS DA LEI nº 13.445/2017 . 5
CONCLUSÃO. REFERÊNCIAS. AGRADECIMENTOS.

RESUMO: Este artigo visa compreender como um Tratado Internacional pode ser introduzido no Brasil e
as suas formas de aplicabilidade. Para tanto, apresenta-se as nuances legais e suas características
normativas dentro da nossa legislação, dando aos povos imigrantes segurança jurídica e restabelecimento
de condição de vida digna. À luz da lei nº 13.445/2017, demonstra-se sua criação e a ação no território
nacional, colocando em situação de pareamento aqueles que aqui estão e os demais que chegarão ou
passarão. Evidencia, ainda, como a situações internacionais afetam diretamente o Brasil, trazendo à
claridade do Direito as formas necessárias para realinhar estes entendimentos, suas formas de ação e
proteção daqueles mais vulneráveis que possam sucumbir caso não tenham seus direitos resguardados.
Por fim, explicita as necessidades, linhas divergentes e convergentes de proteger e manter de forma
íntegra o Estado democrático e de direito.
PALAVRA-CHAVE: Migração. Tratados Internacionais. Vulneráveis. Aplicabilidade.

THE RECEPTION BY 1988 FEDERAL CONSTITUTION OF INTERNATIONAL TREATIES FOR THE


LEGAL INSECURITY MITIGATION OF THE POPULATION IN IMMIGRATION SITUATIONS BACKED BY
LAW Nº. 13.445/2017

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ABSTRACT: This article aims to understand how an International Treaty can be introduced in Brazil and its
applicability forms. Therefore, the legal nuances and their normative characteristics are presented within
our legislation, giving immigrant peoples legal security and reestablishing a dignified life condition.
According to law nº 13.445/2017, its creation and the action in the national territory are demonstrated,
placing, in a paring situation, those who are here and the others who will arrive or pass. It also evidence
how international situations directly affect Brazil, bringing the law clarity to the necessary ways to realign
these understandings, action forms and the protection of those most vulnerable who may succumb if their
rights are not protected. Finally, it explains the needs, divergent and convergent lines of protecting and fully
maintaining the democratic and lawful State.
KEY-WORDS: Migration. International Treaties. Vulnerable. Applicability.

1 INTRODUÇÃO
As migrações tracejam desde a pré-história com o Homo Herectus, em busca de locais maiores
possibilidades de sobrevivência, para que pudessem se instalar devido as mudanças climáticas severas.
Passamos por uma das migrações mais conhecidas no mundo que se iniciou com o movimento
revolucionário de Moisés, que pediu e posteriormente fez a transição daquele povo Hebreu para a Terra
Prometida. Como relatam as Sagradas Escrituras: "Porque foi pelo poder de sua mão que o Senhor nos
tirou do Egito. Tendo o faraó deixado partir o povo" (A BÍBLIA, 2008).
Na atual situação mundial, em que guerras internas entre países, opressões ditatoriais e catástrofes
naturais levam as populações a deixarem suas terras-mãe em busca de um novo norte, queremos analisar
qual a função do Brasil, enquanto Estado acolhedor e ponto de pacífico para a recepção desta população
.
De acordo com o art. 5 da Constituição Federal, ?todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza.? ( BRASIL, 1988). Sendo assim, precisamos compreender se o mandamento constitucional
disposto neste artigo tem se efetivado quando se trata de imigrantes ou refugiados, se de fato tem sido
empregado e, com isso, afastada toda a insegurança jurídica, muitas vezes natural, que este movimento
causa. Precisamos entender se há condição empregatícia, de educação, saúde, moradia e demais
condições naturais para que esta população possa ser assistida. (BRASIL, 1988).
O alto foco neste movimento de países, muitas vezes devastados, que buscam em nosso Estado
acolhimento, demonstram que este País tem, em sua essência, o acolhimento. Deste modo, os Tratados
Internacionais recepcionados pela nossa Constituição demonstram esta condição. Acolher não somente
no ratio da palavra, mas também prover a estes seres humanos a dignidade necessária para que possam
por aqui lastrear sua cultura e trazer ao Brasil diversidade e a pluralidade e a cooperação entre os povos
para o progresso da humanidade que este país aponta em sua Constituição no seu art. 4º, IX. ( BRASIL,
1988).
A imigração ocorre no mundo há muitos séculos, seja por motivações de guerra ou catástrofes ou
simplesmente pela necessidade de alimentos. Nos últimos anos, começamos a receber uma quantia
considerável de pessoas solicitando a entrada e permanência em solo brasileiro. Conforme aponta em
seu artigo Imigrações atuas no Brasil, Rodolfo Alves Pena afirma que: ?Segundo dados do Conare
(Comitê Nacional para Refugiados) e do Ministério da Justiça, só entre os anos de 2010 e 2012, o número
de pessoas pedindo refúgio para o Brasil triplicou.?(PENA, 2020). As situações globais fazem com que as

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pessoas busquem pelos mais diversos motivos locais para criarem raízes, desde que sejam seguros e
prósperos.

O Brasil como pais acolhedor e pacificador precisa estipular regras internas e aceitar também várias outras
de cunho mundial, as quais fazem uma coalisão legal e dão estrutura para a recepção destas pessoas
imigrantes. A Constituição é a nossa fonte prima e garantidora dos princípios e fundamentos que norteiam
os direitos humanos e o princípio legal de proteção para os nacionais e estrangeiros. Deste modo, em seu
art. 4º, IX, expressa que: ?A cooperação entre os povos para assim garantir o progresso da humanidade.
Dessa forma, caminhamos em sentido jurídico, balizando os internos e acertando os externos para a
integra cooperação entre as nações. (BRASIL, 1988).
Neste sentido, em busca desta boa interação, caminhamos para a recepção dos Tratados Internacionais,
e procuramos, mediante eles, ratificar o nosso entendimento interno sobre a dignidade humana e, ao
mesmo tempo, sendo signatário das moções mundiais por paz, acolhimento e condição de vida digna. Às
pessoas que habitam este país e aos estrangeiros, a Constituição garante, em seu art. 5º, sem distinção
de qualquer natureza, a brasileiros e estrangeiros que vivem no país igualdade perante a lei.
Em busca desta pluralidade e concentração de ações positivas para a manutenção da paz e harmonia o
Declaração Internacional de Direitos Humanos garante no Artigo XIV ? 1: ?Toda pessoa vítima de
perseguição tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países.? Desta forma, cumprindo esta
declaração, o Brasil não se mantem silente, mas sim dispõe de sua estrutura para assim acolher. BRASIL
( 2009).
Assim, neste artigo o intuito é apresentar uma linha de pesquisa que apresenta uma visão que tutela os
imigrantes que pretendem ingressar no nosso território e aqui estabelecer residência e domicilio, com
ânimo definitivo. Como assevera PIOVESAN ( 2022):
O exame do aparato internacional de proteção dos direitos humanos introduzirá elementos fundamentais
para que se desenvolva a análise acerca da posição do Estado brasileiro perante os tratados
internacionais de direitos humanos. Ao estudo se conjugará a análise do impacto político do Direito
Internacional dos Direitos Humanos no Brasil, mediante o enfoque da advocacia efetiva dos instrumentos
internacionais pelos atores nacionais. (PIOVESAN, P. 173, 2022).

Para tanto, trataremos de alguns aspectos legislativos que permearam e antagonizaram a lei que
regulamenta tal imigração. A segurança jurídica vai além de normas ou suas formas, para aplicabilidade
nos casos concretos.

2 TRATADOS INTERNACIONAIS
Para que se observe as normas e fontes do Direito Internacional, faz-se necessário um olhar para a
Constituição que o recepciona. Deste modo aponta PIOVESAN (2022):
A Carta de 1988 institucionaliza a instauração de um regime político democrático no Brasil. Introduz
também indiscutível avanço na consolidação legislativa das garantias e direitos fundamentais e na
proteção de setores vulneráveis da sociedade brasileira. A partir dela, os direitos humanos ganham relevo
extraordinário, situando-se a Carta de 1988 como o documento mais abrangente e pormenorizado sobre
os direitos humanos jamais adotado no Brasil. (PIOVESAN, 2022, p. 176)

Os tratados internacionais também são conhecidos como atos jurídicos pelos quais os seus signatários
manifestam acordos entre as pessoas internacionais. Estes tratados têm sua forma regulamentada pela

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Convenção de Viena de 1969. Neste diapasão, aduz Paulo Borba Casella:


A convenção de 1969 foi complementada por outra, a Convenção sobre o direito dos tratados entre
estados e organizações ou entre organizações internacionais de 1986, cujo objetivo foi precisamente o de
reconhecer o direito das organizações internacionais de firmar tratados e convenções. (CASELLA, 2012).

A Convenção de Viena trouxe uma especificação do que seria um tratado internacional e assim o definiu
como:
Um acordo internacional concluído entre Estados em forma escrita e regulado pelo direito Internacional
consubstanciado em um único instrumento ou em dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja a
sua designação específica. (BRASIL, 2009).

Estes tratados têm a sua formação de modo regulado e detalhado para que não se perca o devido
processo legal, para que eles possam ser inseridos em cada país que os aceita de forma pacífica. Deste
modo, preceitua PIOVEZAN (2013):
Em geral, o processo de formação dos tratados tem início com os atos de negociação, conclusão e
assinatura do tratado, que são da competência do órgão do Poder Executivo. A assinatura do tratado, por
si só, traduz um aceite precário e provisório, não irradiando efeitos jurídicos vinculantes. Trata-se da mera
aquiescência do Estado em relação à forma e ao conteúdo final do tratado. A assinatura do tratado, via de
regra, indica tão somente que o tratado é autêntico e definitivo. (PIOVEZAN, 2013, p.108).

No Brasil a Constituição Federal/88 é quem baliza as formas de recepção e atuação destes tratados,
dando ao Presidente da República a competência de celebrá-los. Assim, aduz o Art. 84, VIII, da
Constituição Federal de 1988 e neste sentido aponta ARAÚJO (2001):
[3: Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: VIII - celebrar tratados, convenções e
atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional.]
O tratado é assinado pelo Presidente da República, por força da competência que lhe foi outorgada pelo
art. 84, VIII, da Constituição. E submetido ao Congresso Nacional, por força do art. 49, 1, que determina
que o instrumento seja ratificado, O instrumento jurídico para sua aprovação é o decreto legislativo, e o
Presidente promulga-o por decreto. (ARAÚJO, 2001, p. 143).

Desse modo, há de se observar as regras internas de cada país para que os tratados possam adentrar e
assim encontrarem suporte legal para coexistirem com as normas internas, sem que não haja conflito em
nenhuma esfera. Neste diapasão, aponta ACCIOLLY (2011):
A estrita observância de tratados, não sujeitos a alteração pela lei interna posterior, impõe-se como
corolário lógico e imperativo jurídico, sob pena de esvaziar o processo de institucionalização do direito
internacional e de construção de seu conteúdo, devendo tanto a legislação quanto a jurisprudência
internas observarem tais preceitos. A visão internacionalista insere o Estado em sociedade de Estados,
que abrange todo o globo, e de que todos os Estados fazem parte. A própria noção de sociedade
internacional, enquanto entidade, superior a cada um de seus integrantes, situa cada Estado,
particularmente considerado, em relação ao todo. (ACCIOLY, Hildebrando, Manual de Direito Internacional
Público, 2011).

Fazer com que a conivência e assertividade entre os iguais será sempre uma batalha travada pelo Direito
Internacional, para aplainar ou fechar arestas que possam vir a existir entre os Estados. Neste sentido,

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aponta PIOVESAN (2022):

Considerando que toda Constituição há de ser compreendida como unidade e como sistema que privilegia
determinados valores sociais, pode-se afirmar que a Carta de 1988 elege o valor da dignidade humana
como valor essencial, que lhe dá unidade de sentido. Isto é, o valor da dignidade humana informa a ordem
constitucional de 1988, imprimindo-lhe uma feição particular. (PIOVESAN, 2022, p. 183).

Dessa forma, a Constituição de 1988 aponta sempre para a dignidade da pessoa humana como fonte
motora e propulsora de direitos e normas que possam regulamentar tais ações.

2.1 A recepção dos Tratados Internacionais pela Constituição


A Constituição Federal brasileira dispõe as formas para que os tratados internacionais sejam
recepcionados no ordenamento brasileiro, para que assim possam ser validados e operacionalizados em
território nacional de forma erga omnes para aqueles que necessitam desta cobertura. Assim atesta a
Constituição Federal/88 em seu artigo 60:
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
(...)
§ 2o - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
(BRASIL, 1988).
Sendo assim, com o advento da Emenda Constitucional nº 45, foi acrescido ao artigo 5º uma alteração
garantidora para os Tratados de Direitos Humanos e dessa maneira pode ser observado na Constituição
Federal/88 no seu artigo 5º § 3º: §: ?Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais? (BRASIL, 1988). Isso eleva os
tratados como emendas constitucionais transferindo-os para um patamar superior à legislação
infraconstitucional e desta forma não podem mais serem revogados por elas. No entanto, conforme aduz
PIOVEZAN (2013):
Os tratados não podem criar obrigações para os Estados que neles não consentiram, ao menos que
preceitos constantes do tratado tenham sido incorporados pelo costume internacional. (PIOVEZAN, 2013,
p.108).
Em sendo assim, deve haver pacificação na aceitação do tratado, para que isso não gere um desconforto
às regras de vigência nacional e nem conflito entre as normas do Tratado, em detrimento das normas já
pacificadas no país. Nesta lógica, aponta ARAÚJO (1997):
As normas de Direito Internacional na?o te?m forc?a cogente no interior de um Estado sena?o por meio da
recep- c?a?o, isto e?, em decorre?ncia de um ato do seu Poder Legislativo que as converte em regras de
Direito Interno, na?o sendo possi?vel, por via de consequ?e?ncia, coliso?es entre as duas ordens juri
?dicas. (ARAUJO, 1997, p.44).
Desse modo, houve um aclaramento em sentido conciso sobre a forma de entrada e aceitação dos
tratados internacionais sobre Direitos humanos, conforme aduz Ferrari Neto (2005):
Com a entrada em vigor desta Emenda acabou a polêmica sobre a hierarquia dos tratados internacionais
sobre direitos humanos em face da Constituição, posto que a partir desta, todos os tratados aprovados
pelo Congresso Nacional por três quintos dos membros de cada uma das casas legislativas, em dois
turnos de votação, serão equivalentes às emendas constitucionais, conforme anteriormente defendido pela

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profa. Flávia Piovesan, ou seja, terão eficácia de norma constitucional, e de acordo com o § 1o da
Constituição Federal, terão aplicação imediata, não dependendo de nenhuma outra lei ou decreto para
entrar em vigor ou ter validade. (FERRARI NETO, 2005).

Dessa forma, o ordenamento jurídico brasileiro acata os tratados internacionais de direitos humanos e os
formaliza como se espera do legislador. Neste diapasão aponta PIOVEZAN (2013):
Consagra-se, assim, o princípio da boa-fé, pelo qual cabe ao Estado conferir plena observância ao tratado
de que é parte, na medida em que, no livre exercício de sua soberania, o Estado contraiu obrigações
jurídicas no plano internacional. (PIOVEZAN 2013, p.108).

Cabe aos operadores do Direito observarem as boas práticas advindas da aceitação e introducão do
Tratado em âmbito nacional, conferindo assim legitimidade a tripartição dos poderes.

2.1.1 A função social dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos


Os tratados internacionais de Direitos Humanos buscam, de forma relevante, dar garantia para aqueles
que necessitam estar em outros países ou transitar por eles. O Brasil é um Estado acolhedor, no qual os
migrantes e imigrantes têm a garantia de segurança jurídica de estar no país. Desta forma, se acolhe e
oferece condições de sobrevida para estas pessoas. Os Tratados Internacionais de Direitos Humanos,
conforme aduz MAZZUOLI (2019), são:
Os direitos humanos são, portanto, direitos protegidos pela ordem internacional (especialmente por meio
de tratados multilaterais, globais ou regionais) contra as violações e arbitrariedades que um Estado possa
cometer às pessoas sujeitas à sua jurisdição. São direitos indispensaveis a uma vida digna e que, por isso
, estabelecem um nível protetivo (Standard) mínimo que todos os Estados devem respeitar, sob pena de
responsabilidade internacional. Assim os direitos humanos são direitos que garantem às pessoas sujeitas
à jurisdição de um dado Estado meios de vindicação de seus direitoss, para além de plano interno, nas
instâncias internacionais de proteção. (MAZZUOLI 2019, p. 26).
Entende-se assim que os tratados são uma forma de proteção garantidora para que a eficácia das suas
ações possam atingir de forma plural o grupo ao qual se destina, pois esta atuação multifacetada
demonstra o quão devem ser observadas as diretrizes trazidas pelos tratados de que o Brasil se tornou
signatário. Portanto, os tratados são uma força valiosa na de maneira de formalizar regras para toda uma
comunidade internacional.
A força dos direitos humanos faz com que se tenha uma segurança jurídica em todos os signatários deles,
de modo que, diante de uma adversidade, podem ser invocados de modo amplo e eficaz. Ainda nesta
linha, a fim de nos brindar com o exaurimento do conhecimento sobre eles, Mazzuoli (2019), de forma
cristalina, aponta:

Os direitos humanos, diferentemente dos direitos fundamentais, podem ser vindicados indistintamente por
todos os cidadãos do planeta e em quaisquer condições, bastando ocorrer a violação de um direito seu
reconhecido em norma internacional aceita pelo Estado em cuja jurisdição se encontre. (MAZZUOLI,
2019, p. 30).

Entende-se, portanto, que os direitos humanos podem ser invocados na seara internacional para que se
sejam as normas garantidoras, a fim de tutelar o bem jurídico protegido, neste caso, o ser humano.

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3 A IMIGRAÇÃO

Há muitos anos, se houve falar em imigração dos povos; porém, nos últimos anos devido a condições de
severidade, sejam naturais ou provocadas pelas mãos humanas, esta realidade tem se tornado mais
latente. As guerras são uma das grandes molas propulsoras para que os povos busquem novos ambientes
para se estabelecerem. De acordo com PENA (2022):
A tendência é que as imigrações atuais no Brasil continuem aumentando, sobretudo de populações
advindas de países subdesenvolvidos ou com uma precária situação econômica, além de povos de
regiões marcadas por grandes conflitos, com destaque para povos da Palestina. (PENA, 2022).

Isto vem se tornando algo recorrente, devido às guerras civis que estão em andamento em vários países e
, atualmente, pela guerra que está acontecendo na Europa entre Rússia e Ucrânia, desalojando famílias
inteiras rumo a outros países. O Brasil, como um signatário de tratados internacionais, torna-se um país
acolhedor para a recepção de imigrantes.
O Brasil editou a Lei nº 9.474/97 para a implementação Estatuto do Refugiado, como alude Barreto (2010):

A lei brasileira, redigida em parceria com o Acnur e com a sociedade civil, é considerada hoje pela própria
ONU como uma das leis mais modernas, mais abrangentes e mais generosas do mundo. Contempla todos
os dispositivos de proteção internacional de refugiados e cria um órgão nacional ? o Comitê Nacional para
os Refugiados (Conare) ? para ditar a política pública do refúgio e decidir quanto às solicitações de
refúgio apresentadas no Brasil. (BARRETO 2010).

Estas normas fazem com que o Brasil se torne evidentemente um país acolhedor que os imigrantes
podem buscar para ter auxílio e segurança para prosseguirem suas jornadas.
No entanto, com o advento da globalização e a melhora nas formas de transportes que podem levar, em
menos de 24 horas, pessoas de um lado a outro do globo, a imigração se tornou algo mais frequente e
célere. Os desastres naturais têm levado nações além-mar a buscar no Brasil a sua solidificação. Sendo
assim, torna o nosso país um grande território mesclado de populações mundiais. Atualmente, abriu as
portas para os imigrantes advindos da Ucrânia se refugiarem devido à guerra com a Rússia.

3.3 Dos refugiados


O mundo está em constante mudança e movimento, fazendo com que seus povos também sigam esta
métrica, seja por questões climáticas ou por desordens causadas pelos próprios habitantes globais. Com
isso, começou um movimento migratório grandioso, em que pessoas ou até mesmo uma tribo precisam
sair de sua terra materna e ir para outro ponto do globo, em busca de melhores condições de
sobrevivência. Dessa forma, nascem os refugiados, ou seja, pessoas que não tiveram uma opção, mas,
sim, foram impelidas a buscar outro lugar para habitar. Nesse sentido, afirma PORFÍRIO, (2021): ?O
refugiado, por sua vez, não tem escolha. Ele se encontra em uma situação-limite: ou foge de seu local ou
pode morrer. O refúgio não é opcional. Ou seja, não há para ele outra forma de sobreviver a não ser sair
da sua terra?.
Nesta constante, o que se vê é uma inflação de população de alguns países, de pessoas que buscam esta
segurança e bem-estar para reconstruir suas vidas. Não ter escolha e sair de suas terras, torna a
população refugiada muito vulnerável e suscetível as intempéries dos países para os quais se direcionam.

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Dentre os refugiados há pessoas de todas as idades e condições, conforme aponta PORFíRIO (2021):
A Agência da ONU para refugiados, a ACNUR, estima que em torno de 40% dos deslocados são crianças
e que cerca de 85% dos deslocados e refugiados buscam países em desenvolvimento, pois estes tendem
a ser mais receptivos. Outro dado alarmante, cerca de 4,2 milhões de pessoas no mundo se encontram na
situação de apátridas, ou seja, pessoas que não têm sua nacionalidade reconhecida por nenhum país.
(PORFíRIO, 2021).

Estes seres humanos vivem numa condição limítrofe, mas que, mesmo penalizados pelas condições de
seus países maternos, buscam, de forma leve e subordinada, encontrar paz e uma nova morada nos
países em que vão coabitar. Cabe a nossa nação, como país acolhedor, dar um respaldo necessário para
que esta população, em desacordo com a ordem natural de suas vidas. Com isso, o Brasil tem garantias
legais para corroborar com o que vem dos Tratados Internacionais. Desta maneira, afirma PORTELA
(2017):

[...] em decorrência da noção da universalidade dos direitos humanos, que estabelece que todos os
indivíduos são igualmente destinatários dos mesmos direitos, sem distinção de qualquer espécie, e como
consequência do incremento dos fluxos internacionais, inclusive de pessoas, e da formação de espaços
internacionais comuns, como os blocos regionais, a situação jurídica dos não nacionais assemelha-se
cada vez mais à dos nacionais, gozando aqueles de quase todos os direitos destes, sem o que o
desenvolvimento das relações internacionais poderia encontrar obstáculos adicionais. (PORTELA, 2017 ).

Dessa forma, aqueles que por aqui chegam têm seus direitos resguardados e a lei aqui introduzida e as
leis próprias criadas neste solo fazem este arcabouço garantidor.

4. DA MIGRAÇÃO LEI nº 13.445/2017 E SUA APLICABILIDADE.


Quando se busca implementar algo em território nacional, para que seja garantidor de direito erga omnes
ou de um grupo especifico, se faz necessário olhar para a Constituição vigente neste país. No que tange a
migração, cabe ressaltar que o Brasil é signatário de tratados internacionais e figura como um país
acolhedor e fraternalmente alinhado. Neste viés, a Constituição garante em seu preâmbulo BRASIL
(1988):
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte, para instituir um
Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a
segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma
sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem
interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus,
a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil. (BRASIL, 1988).

Com este olhar fraternal, cabe ao legislador colocar em prática leis, normativas, decretos e demais
diplomas legais que possam ser substanciais na correlação com vontades e desejos expressados na
Constituição.
Deste modo, e lastreada no Decreto nº 9.199/2017, fora criada a Lei da Migração nº 13.455/2017, com a
finalidade de pontuar princípios e diretrizes para políticas públicas, a fim de cuidar do imigrante. A ponte
garantidora destes direitos vem da Constituição Federal que expõe de forma concreta esta proteção.
Neste diapasão, aponta GUERRA (2017):

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Após longos debates e estudos sobre a necessidade de conceber na ordem jurídica brasileira uma norma
que retratasse a situação atual dos não nacionais, que até então eram vistos como hóspedes (estrangeiro
), a matéria passou a ser regrada pela lei 13.445, de 24 de maio de 2017, que chegou em boa hora, tendo
sido concebida em conformidade com a proteção conferida aos direitos humanos na Carta Magna
brasileira. (GUERRA, 2017).
A Constituição tem a função de ser garantidora dos direitos e facilitar a operação dos meios legais para
que, aqueles que se enquadrem nos ditames, possam estar recobertos pelo direito líquido e certo. E com
isso garante que todos sejam reconhecidos, conforme aponta BRASIL (2017):
O dispositivo estabelece conceito demasiadamente amplo de migrante, abrangendo inclusive o estrangeiro
com residência em país fronteiriço, o que estende a todo e qualquer estrangeiro, qualquer que seja sua
condição migratória, a igualdade com os nacionais, violando a Constituição em seu artigo 5º, que
estabelece que aquela igualdade é limitada e tem como critério para sua efetividade a residência do
estrangeiro no território nacional. (BRASIL, 2017a, art. 1º).
O tracejar pela legalidade e lisura do processo vem trazer ao migrante potencial segurança jurídica em
estar no Brasil, seja por apenas um exíguo tempo ou para constituir família e lancer raízes nesta terra
acolhedora. Desta forma, a lei demonstra o seu equilíbrio, conforme aduz GUERRA (2017):
No caso da nova legislação, o legislador preferiu adotar a figura do migrante e do visitante (artigo1), em
conformidade com a política consagrada na atualidade em prol dos direitos humanos. De certo modo, o
termo empregado na Lei n. 13.445/2017 faz com que o indivíduo, que não seja nacional do Estado, não se
sinta estranho e preterido no local que se encontra, como se um forasteiro fosse. (GUERRA, 2017 p.7).
Ser acolhido, dar sentido a sua luta e caminhada, ter seu direito resguardado, ter o sentimento de
pertencimento e a noção de que, mesmo longe de suas raízes, poderá buscar de forma plural a
materialização de sonhos. Neste sentindo, a força da Lei de Migração faz-se cada vez mais necessária e
resoluta para estes seres humanos, singulares em sua essência e plurais em sua batalha, além das suas
fronteiras.

5 CONCLUSÃO.
Ser um país acolhedor, demonstrar a sua celeridade com a legalidade necessária para dar andamento e
clareza para aqueles que buscam refúgio entre a população nacional fazendo que estes sejam inseridos
no rol de cidadãos acobertados pelo Direito e suas vertentes, esta é a posição do Brasil no cenário de
signatário de Tratados Internacionais.
Diante destes fatores, devem ser observadas as formas pelas quais os tratados adentram e são aceitos
neste solo, suas aplicações e as nuances que devem ser analisadas para sua aceitação, para que não
haja conflitos entre as leis locais e as normas que os Tratados Internacionais trazem em sua essência.
O Brasil, como signatário de vários tratados internacionais, dentre eles, o Pacto de San José da Costa
Rica, Tratado Internacional de Direitos Humanos, entre outros, dá suporte para aquelas pessoas que
necessitam deste aporte. Cabe aqui lembrar que a nossa Constituição Federal, por si só, amplia os direitos
daqueles que por aqui chegam, valoriza sua condição de migrante e expressa, de forma clara e
exponencial, a necessidade do acolhimento deles.
Dessa forma, o Brasil, em todas as suas características, modos, ações, formatos e formas jurídicas trata
os desiguais de forma a igualá-los na medida de suas necessidades, para que assim possam ser
recepcionados e inseridos neste território de forma terna, sem percalços e amplamente assistidos pelos
recursos que aqui se têm. Um país que figura em todos os âmbitos de receptor de todas as nacionalidades

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que são signatárias dos Tratados Internacionais.


Resta expor que este artigo visou analisar os Tratados Internacionais sob a forma de acolhimento e
atuação em âmbito nacional, para dar um aporte maior para aqueles que deles dependem. Sendo assim,
olhando sob a luz da lei nº 13.445/2017 que demonstra a aplicabilidade e a força que Tratados
Internacionais podem exercer na esfera nacional.

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citada e comentada amplamente.
ANTÔNIO Augusto Cançado Trindade, GÉRARD Peytrignet & JAIME Ruiz de Santiago. As três vertentes
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PARÁGRAFO 3º ? APLICABILIDADE DOS TRATADOS INTERNACIONAIS
?Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão
equivalentes às emendas constitucionais? Disponível em <https://www.politize.com.br/artigo-
5/aplicabilidade-dos-tratados-internacionais/> Acesso em 21 jun de 2022.
PENA, Rodolfo F. Alves. "Imigrações atuais no Brasil"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola
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VAINER, C. B. Estado e migrações no Brasil: anotações para uma história de políticas migratórias. Revista
Travessia, n. 36, p. 15-32, jan./abr. 2000. PDF

AGRADECIMENTOS.

Em primeiro momento quero agradecer aqueles que me colocaram a disposição do mundo e do Direito,
meu pais Adézio Benedito de Oliveira e Maria Monteiro de Oliveira ( ambos in memorian), pois sem a
orientação correta e assertiva eu jamais teria chego até aqui. Nesta mesma seara preciso agradecer
minha esposa Meire Colauto de Oliveira, que devotou a mim nestes últimos 5 anos todo o suporte
necessário para que eu pudesse me dedicar a esta graduação e neste diapasão a cada membro das
minhas famílias Colauto, Monteiro, Yamaguchi, Salido e Oliveira a todos que formam esta grande família e
que soube me compreender e auxiliar nesta caminhada solitária e silenciosa. A todos meus amigos que
sempre estiveram ao meu lado e compreenderam as minhas ausências nas reuniões e eventos, Doutor
Cleison Aires, Nilza Helena, e a cada um que estão citados e marcados no meu coração e espirito; em
especial a minha grande amiga e irmã na vida e no Direito, Doutora Jenifer Garvin, por ter me inspirado
neste caminho e que me compreenderam pois estava devotado ao Direito. Aos amigos que fiz ao longo
desta graduação e que já seguem para a vida, Mariana Arrias, Camila Lorencini e Bruno Henrique Costa
da Silva, que além de serem meus suportes, também comigo constituíram laços de profundo respeito e
muito empenho ao estudo da Justiça. A cada um dos que colaboraram com organização mental deste
artigo em especial a doutora Rozilda Vidigal, minha colega de classe, que com sua orientação fraterna me
fez enxergar muito além de palavras, mas as nuances do que significa cada detalhe aqui descrito.
Agradeço a cada membro desta instituição de ensino: as pessoas que a mantem limpa e organizada, aos
colaboradores da secretaria, financeiro e pessoas que muitas vezes nem aparecem, mas que nos dão
suporte para que possamos estar sentados numa cadeira desta academia. Aos professores na que desde
o primeiro ano nos deram base e mostraram como esta profissão é digna e merece nosso empenho e

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devoção em especial a minha querida professora Silvia Regina Emiliano Gonzaga que sempre me auxiliou
esteve ao meu lado em muitas produções acadêmicas. E assim quero agradecer ao meu orientador
Doutor Rodolfo Grellet, que desde o 2º ano de graduação me orientou em vários artigos que escrevemos e
colocamos a disposição da comunidade acadêmica através de publicações e Simpósios ou revista
eletrônica, pela pareceria e motivação ao longo destes anos, MUITISSIMO obrigado meu grande mestre.
Isto posto, quero agradecer aos meu pequenos Helena e Augustus, vocês são a grande mola propulsora
do papai, para estudar, trabalhar, estar cada dia melhor, pois tudo é por vocês e para vocês. E por fim eu
agradeço a Deus que tornou tudo isso possível, Toda Honra e Toda Glória

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=================================================================================
Arquivo 1:
A_RECEPCAO_PELA_CONSTITUICAO_FEDERAL_DE_1988_DOS_TRATADOS_INTERNACIONAIS.do
cx (5909 termos)
Arquivo 2: https://www.gov.br/mre/pt-br/acesso-a-informacao/perguntas-frequentes/tratados-
internacionais (1608 termos)
Termos comuns: 22
Similaridade: 0,29%
O texto abaixo é o conteúdo do documento
A_RECEPCAO_PELA_CONSTITUICAO_FEDERAL_DE_1988_DOS_TRATADOS_INTERNACIONAIS.do
cx (5909 termos)
Os termos em vermelho foram encontrados no documento https://www.gov.br/mre/pt-br/acesso-a-
informacao/perguntas-frequentes/tratados-internacionais (1608 termos)

=================================================================================
A RECEPÇÃO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 DOS TRATADOS INTERNACIONAIS PARA
A MITIGAÇÃO DA INSEGURANÇA JURÍDICA DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE IMIGRAÇÃO
LASTREADO PELA LEI nº 13.445/2017

Sergio Benedito de Oliveira


[1: Acadêmico de Direito, Faculdade Maringá ? R.A 16.3101 ]
ORIENTADOR: Rodolfo Grellet Teixeira da Costa
[2: Mestre em direito. Professor. Advogado.]

SUMÁRIO: 1 INTRODUÇÃO. 2 TRATADOS INTERNACIONAIS. 2.1 A recepção dos Tratados


Internacionais pela Constituição. 2.1.1 A função social dos Tratados Internacionais. 3 A IMIGRAÇÃO. 3.3
Dos refugiados. 4 DA IMIGRAÇÃO E SUA APLICABILIDADE NOS TERMOS DA LEI nº 13.445/2017 . 5
CONCLUSÃO. REFERÊNCIAS. AGRADECIMENTOS.

RESUMO: Este artigo visa compreender como um Tratado Internacional pode ser introduzido no Brasil e
as suas formas de aplicabilidade. Para tanto, apresenta-se as nuances legais e suas características
normativas dentro da nossa legislação, dando aos povos imigrantes segurança jurídica e restabelecimento
de condição de vida digna. À luz da lei nº 13.445/2017, demonstra-se sua criação e a ação no território
nacional, colocando em situação de pareamento aqueles que aqui estão e os demais que chegarão ou
passarão. Evidencia, ainda, como a situações internacionais afetam diretamente o Brasil, trazendo à
claridade do Direito as formas necessárias para realinhar estes entendimentos, suas formas de ação e
proteção daqueles mais vulneráveis que possam sucumbir caso não tenham seus direitos resguardados.
Por fim, explicita as necessidades, linhas divergentes e convergentes de proteger e manter de forma
íntegra o Estado democrático e de direito.
PALAVRA-CHAVE: Migração. Tratados Internacionais. Vulneráveis. Aplicabilidade.

THE RECEPTION BY 1988 FEDERAL CONSTITUTION OF INTERNATIONAL TREATIES FOR THE


LEGAL INSECURITY MITIGATION OF THE POPULATION IN IMMIGRATION SITUATIONS BACKED BY

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LAW Nº. 13.445/2017

ABSTRACT: This article aims to understand how an International Treaty can be introduced in Brazil and its
applicability forms. Therefore, the legal nuances and their normative characteristics are presented within
our legislation, giving immigrant peoples legal security and reestablishing a dignified life condition.
According to law nº 13.445/2017, its creation and the action in the national territory are demonstrated,
placing, in a paring situation, those who are here and the others who will arrive or pass. It also evidence
how international situations directly affect Brazil, bringing the law clarity to the necessary ways to realign
these understandings, action forms and the protection of those most vulnerable who may succumb if their
rights are not protected. Finally, it explains the needs, divergent and convergent lines of protecting and fully
maintaining the democratic and lawful State.
KEY-WORDS: Migration. International Treaties. Vulnerable. Applicability.

1 INTRODUÇÃO
As migrações tracejam desde a pré-história com o Homo Herectus, em busca de locais maiores
possibilidades de sobrevivência, para que pudessem se instalar devido as mudanças climáticas severas.
Passamos por uma das migrações mais conhecidas no mundo que se iniciou com o movimento
revolucionário de Moisés, que pediu e posteriormente fez a transição daquele povo Hebreu para a Terra
Prometida. Como relatam as Sagradas Escrituras: "Porque foi pelo poder de sua mão que o Senhor nos
tirou do Egito. Tendo o faraó deixado partir o povo" (A BÍBLIA, 2008).
Na atual situação mundial, em que guerras internas entre países, opressões ditatoriais e catástrofes
naturais levam as populações a deixarem suas terras-mãe em busca de um novo norte, queremos analisar
qual a função do Brasil, enquanto Estado acolhedor e ponto de pacífico para a recepção desta população
.
De acordo com o art. 5 da Constituição Federal, ?todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza.? ( BRASIL, 1988). Sendo assim, precisamos compreender se o mandamento constitucional
disposto neste artigo tem se efetivado quando se trata de imigrantes ou refugiados, se de fato tem sido
empregado e, com isso, afastada toda a insegurança jurídica, muitas vezes natural, que este movimento
causa. Precisamos entender se há condição empregatícia, de educação, saúde, moradia e demais
condições naturais para que esta população possa ser assistida. (BRASIL, 1988).
O alto foco neste movimento de países, muitas vezes devastados, que buscam em nosso Estado
acolhimento, demonstram que este País tem, em sua essência, o acolhimento. Deste modo, os Tratados
Internacionais recepcionados pela nossa Constituição demonstram esta condição. Acolher não somente
no ratio da palavra, mas também prover a estes seres humanos a dignidade necessária para que possam
por aqui lastrear sua cultura e trazer ao Brasil diversidade e a pluralidade e a cooperação entre os povos
para o progresso da humanidade que este país aponta em sua Constituição no seu art. 4º, IX. ( BRASIL,
1988).
A imigração ocorre no mundo há muitos séculos, seja por motivações de guerra ou catástrofes ou
simplesmente pela necessidade de alimentos. Nos últimos anos, começamos a receber uma quantia
considerável de pessoas solicitando a entrada e permanência em solo brasileiro. Conforme aponta em
seu artigo Imigrações atuas no Brasil, Rodolfo Alves Pena afirma que: ?Segundo dados do Conare
(Comitê Nacional para Refugiados) e do Ministério da Justiça, só entre os anos de 2010 e 2012, o número

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de pessoas pedindo refúgio para o Brasil triplicou.?(PENA, 2020). As situações globais fazem com que as
pessoas busquem pelos mais diversos motivos locais para criarem raízes, desde que sejam seguros e
prósperos.

O Brasil como pais acolhedor e pacificador precisa estipular regras internas e aceitar também várias outras
de cunho mundial, as quais fazem uma coalisão legal e dão estrutura para a recepção destas pessoas
imigrantes. A Constituição é a nossa fonte prima e garantidora dos princípios e fundamentos que norteiam
os direitos humanos e o princípio legal de proteção para os nacionais e estrangeiros. Deste modo, em seu
art. 4º, IX, expressa que: ?A cooperação entre os povos para assim garantir o progresso da humanidade.
Dessa forma, caminhamos em sentido jurídico, balizando os internos e acertando os externos para a
integra cooperação entre as nações. (BRASIL, 1988).
Neste sentido, em busca desta boa interação, caminhamos para a recepção dos Tratados Internacionais,
e procuramos, mediante eles, ratificar o nosso entendimento interno sobre a dignidade humana e, ao
mesmo tempo, sendo signatário das moções mundiais por paz, acolhimento e condição de vida digna. Às
pessoas que habitam este país e aos estrangeiros, a Constituição garante, em seu art. 5º, sem distinção
de qualquer natureza, a brasileiros e estrangeiros que vivem no país igualdade perante a lei.
Em busca desta pluralidade e concentração de ações positivas para a manutenção da paz e harmonia o
Declaração Internacional de Direitos Humanos garante no Artigo XIV ? 1: ?Toda pessoa vítima de
perseguição tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países.? Desta forma, cumprindo esta
declaração, o Brasil não se mantem silente, mas sim dispõe de sua estrutura para assim acolher. BRASIL
( 2009).
Assim, neste artigo o intuito é apresentar uma linha de pesquisa que apresenta uma visão que tutela os
imigrantes que pretendem ingressar no nosso território e aqui estabelecer residência e domicilio, com
ânimo definitivo. Como assevera PIOVESAN ( 2022):
O exame do aparato internacional de proteção dos direitos humanos introduzirá elementos fundamentais
para que se desenvolva a análise acerca da posição do Estado brasileiro perante os tratados
internacionais de direitos humanos. Ao estudo se conjugará a análise do impacto político do Direito
Internacional dos Direitos Humanos no Brasil, mediante o enfoque da advocacia efetiva dos instrumentos
internacionais pelos atores nacionais. (PIOVESAN, P. 173, 2022).

Para tanto, trataremos de alguns aspectos legislativos que permearam e antagonizaram a lei que
regulamenta tal imigração. A segurança jurídica vai além de normas ou suas formas, para aplicabilidade
nos casos concretos.

2 TRATADOS INTERNACIONAIS
Para que se observe as normas e fontes do Direito Internacional, faz-se necessário um olhar para a
Constituição que o recepciona. Deste modo aponta PIOVESAN (2022):
A Carta de 1988 institucionaliza a instauração de um regime político democrático no Brasil. Introduz
também indiscutível avanço na consolidação legislativa das garantias e direitos fundamentais e na
proteção de setores vulneráveis da sociedade brasileira. A partir dela, os direitos humanos ganham relevo
extraordinário, situando-se a Carta de 1988 como o documento mais abrangente e pormenorizado sobre
os direitos humanos jamais adotado no Brasil. (PIOVESAN, 2022, p. 176)

Os tratados internacionais também são conhecidos como atos jurídicos pelos quais os seus signatários

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manifestam acordos entre as pessoas internacionais. Estes tratados têm sua forma regulamentada pela
Convenção de Viena de 1969. Neste diapasão, aduz Paulo Borba Casella:
A convenção de 1969 foi complementada por outra, a Convenção sobre o direito dos tratados entre
estados e organizações ou entre organizações internacionais de 1986, cujo objetivo foi precisamente o de
reconhecer o direito das organizações internacionais de firmar tratados e convenções. (CASELLA, 2012).

A Convenção de Viena trouxe uma especificação do que seria um tratado internacional e assim o definiu
como:
Um acordo internacional concluído entre Estados em forma escrita e regulado pelo direito Internacional
consubstanciado em um único instrumento ou em dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja a
sua designação específica. (BRASIL, 2009).

Estes tratados têm a sua formação de modo regulado e detalhado para que não se perca o devido
processo legal, para que eles possam ser inseridos em cada país que os aceita de forma pacífica. Deste
modo, preceitua PIOVEZAN (2013):
Em geral, o processo de formação dos tratados tem início com os atos de negociação, conclusão e
assinatura do tratado, que são da competência do órgão do Poder Executivo. A assinatura do tratado, por
si só, traduz um aceite precário e provisório, não irradiando efeitos jurídicos vinculantes. Trata-se da mera
aquiescência do Estado em relação à forma e ao conteúdo final do tratado. A assinatura do tratado, via de
regra, indica tão somente que o tratado é autêntico e definitivo. (PIOVEZAN, 2013, p.108).

No Brasil a Constituição Federal/88 é quem baliza as formas de recepção e atuação destes tratados,
dando ao Presidente da República a competência de celebrá-los. Assim, aduz o Art. 84, VIII, da
Constituição Federal de 1988 e neste sentido aponta ARAÚJO (2001):
[3: Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: VIII - celebrar tratados, convenções e
atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional.]
O tratado é assinado pelo Presidente da República, por força da competência que lhe foi outorgada pelo
art. 84, VIII, da Constituição. E submetido ao Congresso Nacional, por força do art. 49, 1, que determina
que o instrumento seja ratificado, O instrumento jurídico para sua aprovação é o decreto legislativo, e o
Presidente promulga-o por decreto. (ARAÚJO, 2001, p. 143).

Desse modo, há de se observar as regras internas de cada país para que os tratados possam adentrar e
assim encontrarem suporte legal para coexistirem com as normas internas, sem que não haja conflito em
nenhuma esfera. Neste diapasão, aponta ACCIOLLY (2011):
A estrita observância de tratados, não sujeitos a alteração pela lei interna posterior, impõe-se como
corolário lógico e imperativo jurídico, sob pena de esvaziar o processo de institucionalização do direito
internacional e de construção de seu conteúdo, devendo tanto a legislação quanto a jurisprudência
internas observarem tais preceitos. A visão internacionalista insere o Estado em sociedade de Estados,
que abrange todo o globo, e de que todos os Estados fazem parte. A própria noção de sociedade
internacional, enquanto entidade, superior a cada um de seus integrantes, situa cada Estado,
particularmente considerado, em relação ao todo. (ACCIOLY, Hildebrando, Manual de Direito Internacional
Público, 2011).

Fazer com que a conivência e assertividade entre os iguais será sempre uma batalha travada pelo Direito

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Internacional, para aplainar ou fechar arestas que possam vir a existir entre os Estados. Neste sentido,
aponta PIOVESAN (2022):

Considerando que toda Constituição há de ser compreendida como unidade e como sistema que privilegia
determinados valores sociais, pode-se afirmar que a Carta de 1988 elege o valor da dignidade humana
como valor essencial, que lhe dá unidade de sentido. Isto é, o valor da dignidade humana informa a ordem
constitucional de 1988, imprimindo-lhe uma feição particular. (PIOVESAN, 2022, p. 183).

Dessa forma, a Constituição de 1988 aponta sempre para a dignidade da pessoa humana como fonte
motora e propulsora de direitos e normas que possam regulamentar tais ações.

2.1 A recepção dos Tratados Internacionais pela Constituição


A Constituição Federal brasileira dispõe as formas para que os tratados internacionais sejam
recepcionados no ordenamento brasileiro, para que assim possam ser validados e operacionalizados em
território nacional de forma erga omnes para aqueles que necessitam desta cobertura. Assim atesta a
Constituição Federal/88 em seu artigo 60:
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
(...)
§ 2o - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
(BRASIL, 1988).
Sendo assim, com o advento da Emenda Constitucional nº 45, foi acrescido ao artigo 5º uma alteração
garantidora para os Tratados de Direitos Humanos e dessa maneira pode ser observado na Constituição
Federal/88 no seu artigo 5º § 3º: §: ?Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais? (BRASIL, 1988). Isso eleva os
tratados como emendas constitucionais transferindo-os para um patamar superior à legislação
infraconstitucional e desta forma não podem mais serem revogados por elas. No entanto, conforme aduz
PIOVEZAN (2013):
Os tratados não podem criar obrigações para os Estados que neles não consentiram, ao menos que
preceitos constantes do tratado tenham sido incorporados pelo costume internacional. (PIOVEZAN, 2013,
p.108).
Em sendo assim, deve haver pacificação na aceitação do tratado, para que isso não gere um desconforto
às regras de vigência nacional e nem conflito entre as normas do Tratado, em detrimento das normas já
pacificadas no país. Nesta lógica, aponta ARAÚJO (1997):
As normas de Direito Internacional na?o te?m forc?a cogente no interior de um Estado sena?o por meio da
recep- c?a?o, isto e?, em decorre?ncia de um ato do seu Poder Legislativo que as converte em regras de
Direito Interno, na?o sendo possi?vel, por via de consequ?e?ncia, coliso?es entre as duas ordens juri
?dicas. (ARAUJO, 1997, p.44).
Desse modo, houve um aclaramento em sentido conciso sobre a forma de entrada e aceitação dos
tratados internacionais sobre Direitos humanos, conforme aduz Ferrari Neto (2005):
Com a entrada em vigor desta Emenda acabou a polêmica sobre a hierarquia dos tratados internacionais
sobre direitos humanos em face da Constituição, posto que a partir desta, todos os tratados aprovados
pelo Congresso Nacional por três quintos dos membros de cada uma das casas legislativas, em dois

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turnos de votação, serão equivalentes às emendas constitucionais, conforme anteriormente defendido pela
profa. Flávia Piovesan, ou seja, terão eficácia de norma constitucional, e de acordo com o § 1o da
Constituição Federal, terão aplicação imediata, não dependendo de nenhuma outra lei ou decreto para
entrar em vigor ou ter validade. (FERRARI NETO, 2005).

Dessa forma, o ordenamento jurídico brasileiro acata os tratados internacionais de direitos humanos e os
formaliza como se espera do legislador. Neste diapasão aponta PIOVEZAN (2013):
Consagra-se, assim, o princípio da boa-fé, pelo qual cabe ao Estado conferir plena observância ao tratado
de que é parte, na medida em que, no livre exercício de sua soberania, o Estado contraiu obrigações
jurídicas no plano internacional. (PIOVEZAN 2013, p.108).

Cabe aos operadores do Direito observarem as boas práticas advindas da aceitação e introducão do
Tratado em âmbito nacional, conferindo assim legitimidade a tripartição dos poderes.

2.1.1 A função social dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos


Os tratados internacionais de Direitos Humanos buscam, de forma relevante, dar garantia para aqueles
que necessitam estar em outros países ou transitar por eles. O Brasil é um Estado acolhedor, no qual os
migrantes e imigrantes têm a garantia de segurança jurídica de estar no país. Desta forma, se acolhe e
oferece condições de sobrevida para estas pessoas. Os Tratados Internacionais de Direitos Humanos,
conforme aduz MAZZUOLI (2019), são:
Os direitos humanos são, portanto, direitos protegidos pela ordem internacional (especialmente por meio
de tratados multilaterais, globais ou regionais) contra as violações e arbitrariedades que um Estado possa
cometer às pessoas sujeitas à sua jurisdição. São direitos indispensaveis a uma vida digna e que, por isso
, estabelecem um nível protetivo (Standard) mínimo que todos os Estados devem respeitar, sob pena de
responsabilidade internacional. Assim os direitos humanos são direitos que garantem às pessoas sujeitas
à jurisdição de um dado Estado meios de vindicação de seus direitoss, para além de plano interno, nas
instâncias internacionais de proteção. (MAZZUOLI 2019, p. 26).
Entende-se assim que os tratados são uma forma de proteção garantidora para que a eficácia das suas
ações possam atingir de forma plural o grupo ao qual se destina, pois esta atuação multifacetada
demonstra o quão devem ser observadas as diretrizes trazidas pelos tratados de que o Brasil se tornou
signatário. Portanto, os tratados são uma força valiosa na de maneira de formalizar regras para toda uma
comunidade internacional.
A força dos direitos humanos faz com que se tenha uma segurança jurídica em todos os signatários deles,
de modo que, diante de uma adversidade, podem ser invocados de modo amplo e eficaz. Ainda nesta
linha, a fim de nos brindar com o exaurimento do conhecimento sobre eles, Mazzuoli (2019), de forma
cristalina, aponta:

Os direitos humanos, diferentemente dos direitos fundamentais, podem ser vindicados indistintamente por
todos os cidadãos do planeta e em quaisquer condições, bastando ocorrer a violação de um direito seu
reconhecido em norma internacional aceita pelo Estado em cuja jurisdição se encontre. (MAZZUOLI,
2019, p. 30).

Entende-se, portanto, que os direitos humanos podem ser invocados na seara internacional para que se
sejam as normas garantidoras, a fim de tutelar o bem jurídico protegido, neste caso, o ser humano.

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3 A IMIGRAÇÃO

Há muitos anos, se houve falar em imigração dos povos; porém, nos últimos anos devido a condições de
severidade, sejam naturais ou provocadas pelas mãos humanas, esta realidade tem se tornado mais
latente. As guerras são uma das grandes molas propulsoras para que os povos busquem novos ambientes
para se estabelecerem. De acordo com PENA (2022):
A tendência é que as imigrações atuais no Brasil continuem aumentando, sobretudo de populações
advindas de países subdesenvolvidos ou com uma precária situação econômica, além de povos de
regiões marcadas por grandes conflitos, com destaque para povos da Palestina. (PENA, 2022).

Isto vem se tornando algo recorrente, devido às guerras civis que estão em andamento em vários países e
, atualmente, pela guerra que está acontecendo na Europa entre Rússia e Ucrânia, desalojando famílias
inteiras rumo a outros países. O Brasil, como um signatário de tratados internacionais, torna-se um país
acolhedor para a recepção de imigrantes.
O Brasil editou a Lei nº 9.474/97 para a implementação Estatuto do Refugiado, como alude Barreto (2010):

A lei brasileira, redigida em parceria com o Acnur e com a sociedade civil, é considerada hoje pela própria
ONU como uma das leis mais modernas, mais abrangentes e mais generosas do mundo. Contempla todos
os dispositivos de proteção internacional de refugiados e cria um órgão nacional ? o Comitê Nacional para
os Refugiados (Conare) ? para ditar a política pública do refúgio e decidir quanto às solicitações de
refúgio apresentadas no Brasil. (BARRETO 2010).

Estas normas fazem com que o Brasil se torne evidentemente um país acolhedor que os imigrantes
podem buscar para ter auxílio e segurança para prosseguirem suas jornadas.
No entanto, com o advento da globalização e a melhora nas formas de transportes que podem levar, em
menos de 24 horas, pessoas de um lado a outro do globo, a imigração se tornou algo mais frequente e
célere. Os desastres naturais têm levado nações além-mar a buscar no Brasil a sua solidificação. Sendo
assim, torna o nosso país um grande território mesclado de populações mundiais. Atualmente, abriu as
portas para os imigrantes advindos da Ucrânia se refugiarem devido à guerra com a Rússia.

3.3 Dos refugiados


O mundo está em constante mudança e movimento, fazendo com que seus povos também sigam esta
métrica, seja por questões climáticas ou por desordens causadas pelos próprios habitantes globais. Com
isso, começou um movimento migratório grandioso, em que pessoas ou até mesmo uma tribo precisam
sair de sua terra materna e ir para outro ponto do globo, em busca de melhores condições de
sobrevivência. Dessa forma, nascem os refugiados, ou seja, pessoas que não tiveram uma opção, mas,
sim, foram impelidas a buscar outro lugar para habitar. Nesse sentido, afirma PORFÍRIO, (2021): ?O
refugiado, por sua vez, não tem escolha. Ele se encontra em uma situação-limite: ou foge de seu local ou
pode morrer. O refúgio não é opcional. Ou seja, não há para ele outra forma de sobreviver a não ser sair
da sua terra?.
Nesta constante, o que se vê é uma inflação de população de alguns países, de pessoas que buscam esta
segurança e bem-estar para reconstruir suas vidas. Não ter escolha e sair de suas terras, torna a

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população refugiada muito vulnerável e suscetível as intempéries dos países para os quais se direcionam.
Dentre os refugiados há pessoas de todas as idades e condições, conforme aponta PORFíRIO (2021):
A Agência da ONU para refugiados, a ACNUR, estima que em torno de 40% dos deslocados são crianças
e que cerca de 85% dos deslocados e refugiados buscam países em desenvolvimento, pois estes tendem
a ser mais receptivos. Outro dado alarmante, cerca de 4,2 milhões de pessoas no mundo se encontram na
situação de apátridas, ou seja, pessoas que não têm sua nacionalidade reconhecida por nenhum país.
(PORFíRIO, 2021).

Estes seres humanos vivem numa condição limítrofe, mas que, mesmo penalizados pelas condições de
seus países maternos, buscam, de forma leve e subordinada, encontrar paz e uma nova morada nos
países em que vão coabitar. Cabe a nossa nação, como país acolhedor, dar um respaldo necessário para
que esta população, em desacordo com a ordem natural de suas vidas. Com isso, o Brasil tem garantias
legais para corroborar com o que vem dos Tratados Internacionais. Desta maneira, afirma PORTELA
(2017):

[...] em decorrência da noção da universalidade dos direitos humanos, que estabelece que todos os
indivíduos são igualmente destinatários dos mesmos direitos, sem distinção de qualquer espécie, e como
consequência do incremento dos fluxos internacionais, inclusive de pessoas, e da formação de espaços
internacionais comuns, como os blocos regionais, a situação jurídica dos não nacionais assemelha-se
cada vez mais à dos nacionais, gozando aqueles de quase todos os direitos destes, sem o que o
desenvolvimento das relações internacionais poderia encontrar obstáculos adicionais. (PORTELA, 2017 ).

Dessa forma, aqueles que por aqui chegam têm seus direitos resguardados e a lei aqui introduzida e as
leis próprias criadas neste solo fazem este arcabouço garantidor.

4. DA MIGRAÇÃO LEI nº 13.445/2017 E SUA APLICABILIDADE.


Quando se busca implementar algo em território nacional, para que seja garantidor de direito erga omnes
ou de um grupo especifico, se faz necessário olhar para a Constituição vigente neste país. No que tange a
migração, cabe ressaltar que o Brasil é signatário de tratados internacionais e figura como um país
acolhedor e fraternalmente alinhado. Neste viés, a Constituição garante em seu preâmbulo BRASIL
(1988):
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte, para instituir um
Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a
segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma
sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem
interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus,
a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil. (BRASIL, 1988).

Com este olhar fraternal, cabe ao legislador colocar em prática leis, normativas, decretos e demais
diplomas legais que possam ser substanciais na correlação com vontades e desejos expressados na
Constituição.
Deste modo, e lastreada no Decreto nº 9.199/2017, fora criada a Lei da Migração nº 13.455/2017, com a
finalidade de pontuar princípios e diretrizes para políticas públicas, a fim de cuidar do imigrante. A ponte
garantidora destes direitos vem da Constituição Federal que expõe de forma concreta esta proteção.

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Neste diapasão, aponta GUERRA (2017):


Após longos debates e estudos sobre a necessidade de conceber na ordem jurídica brasileira uma norma
que retratasse a situação atual dos não nacionais, que até então eram vistos como hóspedes (estrangeiro
), a matéria passou a ser regrada pela lei 13.445, de 24 de maio de 2017, que chegou em boa hora, tendo
sido concebida em conformidade com a proteção conferida aos direitos humanos na Carta Magna
brasileira. (GUERRA, 2017).
A Constituição tem a função de ser garantidora dos direitos e facilitar a operação dos meios legais para
que, aqueles que se enquadrem nos ditames, possam estar recobertos pelo direito líquido e certo. E com
isso garante que todos sejam reconhecidos, conforme aponta BRASIL (2017):
O dispositivo estabelece conceito demasiadamente amplo de migrante, abrangendo inclusive o estrangeiro
com residência em país fronteiriço, o que estende a todo e qualquer estrangeiro, qualquer que seja sua
condição migratória, a igualdade com os nacionais, violando a Constituição em seu artigo 5º, que
estabelece que aquela igualdade é limitada e tem como critério para sua efetividade a residência do
estrangeiro no território nacional. (BRASIL, 2017a, art. 1º).
O tracejar pela legalidade e lisura do processo vem trazer ao migrante potencial segurança jurídica em
estar no Brasil, seja por apenas um exíguo tempo ou para constituir família e lancer raízes nesta terra
acolhedora. Desta forma, a lei demonstra o seu equilíbrio, conforme aduz GUERRA (2017):
No caso da nova legislação, o legislador preferiu adotar a figura do migrante e do visitante (artigo1), em
conformidade com a política consagrada na atualidade em prol dos direitos humanos. De certo modo, o
termo empregado na Lei n. 13.445/2017 faz com que o indivíduo, que não seja nacional do Estado, não se
sinta estranho e preterido no local que se encontra, como se um forasteiro fosse. (GUERRA, 2017 p.7).
Ser acolhido, dar sentido a sua luta e caminhada, ter seu direito resguardado, ter o sentimento de
pertencimento e a noção de que, mesmo longe de suas raízes, poderá buscar de forma plural a
materialização de sonhos. Neste sentindo, a força da Lei de Migração faz-se cada vez mais necessária e
resoluta para estes seres humanos, singulares em sua essência e plurais em sua batalha, além das suas
fronteiras.

5 CONCLUSÃO.
Ser um país acolhedor, demonstrar a sua celeridade com a legalidade necessária para dar andamento e
clareza para aqueles que buscam refúgio entre a população nacional fazendo que estes sejam inseridos
no rol de cidadãos acobertados pelo Direito e suas vertentes, esta é a posição do Brasil no cenário de
signatário de Tratados Internacionais.
Diante destes fatores, devem ser observadas as formas pelas quais os tratados adentram e são aceitos
neste solo, suas aplicações e as nuances que devem ser analisadas para sua aceitação, para que não
haja conflitos entre as leis locais e as normas que os Tratados Internacionais trazem em sua essência.
O Brasil, como signatário de vários tratados internacionais, dentre eles, o Pacto de San José da Costa
Rica, Tratado Internacional de Direitos Humanos, entre outros, dá suporte para aquelas pessoas que
necessitam deste aporte. Cabe aqui lembrar que a nossa Constituição Federal, por si só, amplia os direitos
daqueles que por aqui chegam, valoriza sua condição de migrante e expressa, de forma clara e
exponencial, a necessidade do acolhimento deles.
Dessa forma, o Brasil, em todas as suas características, modos, ações, formatos e formas jurídicas trata
os desiguais de forma a igualá-los na medida de suas necessidades, para que assim possam ser
recepcionados e inseridos neste território de forma terna, sem percalços e amplamente assistidos pelos

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recursos que aqui se têm. Um país que figura em todos os âmbitos de receptor de todas as nacionalidades
que são signatárias dos Tratados Internacionais.
Resta expor que este artigo visou analisar os Tratados Internacionais sob a forma de acolhimento e
atuação em âmbito nacional, para dar um aporte maior para aqueles que deles dependem. Sendo assim,
olhando sob a luz da lei nº 13.445/2017 que demonstra a aplicabilidade e a força que Tratados
Internacionais podem exercer na esfera nacional.

REFERÊNCIAS

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ANTÔNIO Augusto Cançado Trindade, GÉRARD Peytrignet & JAIME Ruiz de Santiago. As três vertentes
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PARÁGRAFO 3º ? APLICABILIDADE DOS TRATADOS INTERNACIONAIS
?Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do
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Travessia, n. 36, p. 15-32, jan./abr. 2000. PDF

AGRADECIMENTOS.

Em primeiro momento quero agradecer aqueles que me colocaram a disposição do mundo e do Direito,
meu pais Adézio Benedito de Oliveira e Maria Monteiro de Oliveira ( ambos in memorian), pois sem a
orientação correta e assertiva eu jamais teria chego até aqui. Nesta mesma seara preciso agradecer
minha esposa Meire Colauto de Oliveira, que devotou a mim nestes últimos 5 anos todo o suporte
necessário para que eu pudesse me dedicar a esta graduação e neste diapasão a cada membro das
minhas famílias Colauto, Monteiro, Yamaguchi, Salido e Oliveira a todos que formam esta grande família e
que soube me compreender e auxiliar nesta caminhada solitária e silenciosa. A todos meus amigos que
sempre estiveram ao meu lado e compreenderam as minhas ausências nas reuniões e eventos, Doutor
Cleison Aires, Nilza Helena, e a cada um que estão citados e marcados no meu coração e espirito; em
especial a minha grande amiga e irmã na vida e no Direito, Doutora Jenifer Garvin, por ter me inspirado
neste caminho e que me compreenderam pois estava devotado ao Direito. Aos amigos que fiz ao longo
desta graduação e que já seguem para a vida, Mariana Arrias, Camila Lorencini e Bruno Henrique Costa
da Silva, que além de serem meus suportes, também comigo constituíram laços de profundo respeito e
muito empenho ao estudo da Justiça. A cada um dos que colaboraram com organização mental deste
artigo em especial a doutora Rozilda Vidigal, minha colega de classe, que com sua orientação fraterna me
fez enxergar muito além de palavras, mas as nuances do que significa cada detalhe aqui descrito.
Agradeço a cada membro desta instituição de ensino: as pessoas que a mantem limpa e organizada, aos
colaboradores da secretaria, financeiro e pessoas que muitas vezes nem aparecem, mas que nos dão
suporte para que possamos estar sentados numa cadeira desta academia. Aos professores na que desde

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o primeiro ano nos deram base e mostraram como esta profissão é digna e merece nosso empenho e
devoção em especial a minha querida professora Silvia Regina Emiliano Gonzaga que sempre me auxiliou
esteve ao meu lado em muitas produções acadêmicas. E assim quero agradecer ao meu orientador
Doutor Rodolfo Grellet, que desde o 2º ano de graduação me orientou em vários artigos que escrevemos e
colocamos a disposição da comunidade acadêmica através de publicações e Simpósios ou revista
eletrônica, pela pareceria e motivação ao longo destes anos, MUITISSIMO obrigado meu grande mestre.
Isto posto, quero agradecer aos meu pequenos Helena e Augustus, vocês são a grande mola propulsora
do papai, para estudar, trabalhar, estar cada dia melhor, pois tudo é por vocês e para vocês. E por fim eu
agradeço a Deus que tornou tudo isso possível, Toda Honra e Toda Glória

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=================================================================================
Arquivo 1:
A_RECEPCAO_PELA_CONSTITUICAO_FEDERAL_DE_1988_DOS_TRATADOS_INTERNACIONAIS.do
cx (5909 termos)
Arquivo 2: https://busca.saraiva.com.br/q/esquematizado (699 termos)
Termos comuns: 8
Similaridade: 0,12%
O texto abaixo é o conteúdo do documento
A_RECEPCAO_PELA_CONSTITUICAO_FEDERAL_DE_1988_DOS_TRATADOS_INTERNACIONAIS.do
cx (5909 termos)
Os termos em vermelho foram encontrados no documento
https://busca.saraiva.com.br/q/esquematizado (699 termos)

=================================================================================
A RECEPÇÃO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 DOS TRATADOS INTERNACIONAIS PARA
A MITIGAÇÃO DA INSEGURANÇA JURÍDICA DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE IMIGRAÇÃO
LASTREADO PELA LEI nº 13.445/2017

Sergio Benedito de Oliveira


[1: Acadêmico de Direito, Faculdade Maringá ? R.A 16.3101 ]
ORIENTADOR: Rodolfo Grellet Teixeira da Costa
[2: Mestre em direito. Professor. Advogado.]

SUMÁRIO: 1 INTRODUÇÃO. 2 TRATADOS INTERNACIONAIS. 2.1 A recepção dos Tratados


Internacionais pela Constituição. 2.1.1 A função social dos Tratados Internacionais. 3 A IMIGRAÇÃO. 3.3
Dos refugiados. 4 DA IMIGRAÇÃO E SUA APLICABILIDADE NOS TERMOS DA LEI nº 13.445/2017 . 5
CONCLUSÃO. REFERÊNCIAS. AGRADECIMENTOS.

RESUMO: Este artigo visa compreender como um Tratado Internacional pode ser introduzido no Brasil e
as suas formas de aplicabilidade. Para tanto, apresenta-se as nuances legais e suas características
normativas dentro da nossa legislação, dando aos povos imigrantes segurança jurídica e restabelecimento
de condição de vida digna. À luz da lei nº 13.445/2017, demonstra-se sua criação e a ação no território
nacional, colocando em situação de pareamento aqueles que aqui estão e os demais que chegarão ou
passarão. Evidencia, ainda, como a situações internacionais afetam diretamente o Brasil, trazendo à
claridade do Direito as formas necessárias para realinhar estes entendimentos, suas formas de ação e
proteção daqueles mais vulneráveis que possam sucumbir caso não tenham seus direitos resguardados.
Por fim, explicita as necessidades, linhas divergentes e convergentes de proteger e manter de forma
íntegra o Estado democrático e de direito.
PALAVRA-CHAVE: Migração. Tratados Internacionais. Vulneráveis. Aplicabilidade.

THE RECEPTION BY 1988 FEDERAL CONSTITUTION OF INTERNATIONAL TREATIES FOR THE


LEGAL INSECURITY MITIGATION OF THE POPULATION IN IMMIGRATION SITUATIONS BACKED BY
LAW Nº. 13.445/2017

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ABSTRACT: This article aims to understand how an International Treaty can be introduced in Brazil and its
applicability forms. Therefore, the legal nuances and their normative characteristics are presented within
our legislation, giving immigrant peoples legal security and reestablishing a dignified life condition.
According to law nº 13.445/2017, its creation and the action in the national territory are demonstrated,
placing, in a paring situation, those who are here and the others who will arrive or pass. It also evidence
how international situations directly affect Brazil, bringing the law clarity to the necessary ways to realign
these understandings, action forms and the protection of those most vulnerable who may succumb if their
rights are not protected. Finally, it explains the needs, divergent and convergent lines of protecting and fully
maintaining the democratic and lawful State.
KEY-WORDS: Migration. International Treaties. Vulnerable. Applicability.

1 INTRODUÇÃO
As migrações tracejam desde a pré-história com o Homo Herectus, em busca de locais maiores
possibilidades de sobrevivência, para que pudessem se instalar devido as mudanças climáticas severas.
Passamos por uma das migrações mais conhecidas no mundo que se iniciou com o movimento
revolucionário de Moisés, que pediu e posteriormente fez a transição daquele povo Hebreu para a Terra
Prometida. Como relatam as Sagradas Escrituras: "Porque foi pelo poder de sua mão que o Senhor nos
tirou do Egito. Tendo o faraó deixado partir o povo" (A BÍBLIA, 2008).
Na atual situação mundial, em que guerras internas entre países, opressões ditatoriais e catástrofes
naturais levam as populações a deixarem suas terras-mãe em busca de um novo norte, queremos analisar
qual a função do Brasil, enquanto Estado acolhedor e ponto de pacífico para a recepção desta população
.
De acordo com o art. 5 da Constituição Federal, ?todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza.? ( BRASIL, 1988). Sendo assim, precisamos compreender se o mandamento constitucional
disposto neste artigo tem se efetivado quando se trata de imigrantes ou refugiados, se de fato tem sido
empregado e, com isso, afastada toda a insegurança jurídica, muitas vezes natural, que este movimento
causa. Precisamos entender se há condição empregatícia, de educação, saúde, moradia e demais
condições naturais para que esta população possa ser assistida. (BRASIL, 1988).
O alto foco neste movimento de países, muitas vezes devastados, que buscam em nosso Estado
acolhimento, demonstram que este País tem, em sua essência, o acolhimento. Deste modo, os Tratados
Internacionais recepcionados pela nossa Constituição demonstram esta condição. Acolher não somente
no ratio da palavra, mas também prover a estes seres humanos a dignidade necessária para que possam
por aqui lastrear sua cultura e trazer ao Brasil diversidade e a pluralidade e a cooperação entre os povos
para o progresso da humanidade que este país aponta em sua Constituição no seu art. 4º, IX. ( BRASIL,
1988).
A imigração ocorre no mundo há muitos séculos, seja por motivações de guerra ou catástrofes ou
simplesmente pela necessidade de alimentos. Nos últimos anos, começamos a receber uma quantia
considerável de pessoas solicitando a entrada e permanência em solo brasileiro. Conforme aponta em
seu artigo Imigrações atuas no Brasil, Rodolfo Alves Pena afirma que: ?Segundo dados do Conare
(Comitê Nacional para Refugiados) e do Ministério da Justiça, só entre os anos de 2010 e 2012, o número
de pessoas pedindo refúgio para o Brasil triplicou.?(PENA, 2020). As situações globais fazem com que as

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pessoas busquem pelos mais diversos motivos locais para criarem raízes, desde que sejam seguros e
prósperos.

O Brasil como pais acolhedor e pacificador precisa estipular regras internas e aceitar também várias outras
de cunho mundial, as quais fazem uma coalisão legal e dão estrutura para a recepção destas pessoas
imigrantes. A Constituição é a nossa fonte prima e garantidora dos princípios e fundamentos que norteiam
os direitos humanos e o princípio legal de proteção para os nacionais e estrangeiros. Deste modo, em seu
art. 4º, IX, expressa que: ?A cooperação entre os povos para assim garantir o progresso da humanidade.
Dessa forma, caminhamos em sentido jurídico, balizando os internos e acertando os externos para a
integra cooperação entre as nações. (BRASIL, 1988).
Neste sentido, em busca desta boa interação, caminhamos para a recepção dos Tratados Internacionais,
e procuramos, mediante eles, ratificar o nosso entendimento interno sobre a dignidade humana e, ao
mesmo tempo, sendo signatário das moções mundiais por paz, acolhimento e condição de vida digna. Às
pessoas que habitam este país e aos estrangeiros, a Constituição garante, em seu art. 5º, sem distinção
de qualquer natureza, a brasileiros e estrangeiros que vivem no país igualdade perante a lei.
Em busca desta pluralidade e concentração de ações positivas para a manutenção da paz e harmonia o
Declaração Internacional de Direitos Humanos garante no Artigo XIV ? 1: ?Toda pessoa vítima de
perseguição tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países.? Desta forma, cumprindo esta
declaração, o Brasil não se mantem silente, mas sim dispõe de sua estrutura para assim acolher. BRASIL
( 2009).
Assim, neste artigo o intuito é apresentar uma linha de pesquisa que apresenta uma visão que tutela os
imigrantes que pretendem ingressar no nosso território e aqui estabelecer residência e domicilio, com
ânimo definitivo. Como assevera PIOVESAN ( 2022):
O exame do aparato internacional de proteção dos direitos humanos introduzirá elementos fundamentais
para que se desenvolva a análise acerca da posição do Estado brasileiro perante os tratados
internacionais de direitos humanos. Ao estudo se conjugará a análise do impacto político do Direito
Internacional dos Direitos Humanos no Brasil, mediante o enfoque da advocacia efetiva dos instrumentos
internacionais pelos atores nacionais. (PIOVESAN, P. 173, 2022).

Para tanto, trataremos de alguns aspectos legislativos que permearam e antagonizaram a lei que
regulamenta tal imigração. A segurança jurídica vai além de normas ou suas formas, para aplicabilidade
nos casos concretos.

2 TRATADOS INTERNACIONAIS
Para que se observe as normas e fontes do Direito Internacional, faz-se necessário um olhar para a
Constituição que o recepciona. Deste modo aponta PIOVESAN (2022):
A Carta de 1988 institucionaliza a instauração de um regime político democrático no Brasil. Introduz
também indiscutível avanço na consolidação legislativa das garantias e direitos fundamentais e na
proteção de setores vulneráveis da sociedade brasileira. A partir dela, os direitos humanos ganham relevo
extraordinário, situando-se a Carta de 1988 como o documento mais abrangente e pormenorizado sobre
os direitos humanos jamais adotado no Brasil. (PIOVESAN, 2022, p. 176)

Os tratados internacionais também são conhecidos como atos jurídicos pelos quais os seus signatários
manifestam acordos entre as pessoas internacionais. Estes tratados têm sua forma regulamentada pela

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Convenção de Viena de 1969. Neste diapasão, aduz Paulo Borba Casella:


A convenção de 1969 foi complementada por outra, a Convenção sobre o direito dos tratados entre
estados e organizações ou entre organizações internacionais de 1986, cujo objetivo foi precisamente o de
reconhecer o direito das organizações internacionais de firmar tratados e convenções. (CASELLA, 2012).

A Convenção de Viena trouxe uma especificação do que seria um tratado internacional e assim o definiu
como:
Um acordo internacional concluído entre Estados em forma escrita e regulado pelo direito Internacional
consubstanciado em um único instrumento ou em dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja a
sua designação específica. (BRASIL, 2009).

Estes tratados têm a sua formação de modo regulado e detalhado para que não se perca o devido
processo legal, para que eles possam ser inseridos em cada país que os aceita de forma pacífica. Deste
modo, preceitua PIOVEZAN (2013):
Em geral, o processo de formação dos tratados tem início com os atos de negociação, conclusão e
assinatura do tratado, que são da competência do órgão do Poder Executivo. A assinatura do tratado, por
si só, traduz um aceite precário e provisório, não irradiando efeitos jurídicos vinculantes. Trata-se da mera
aquiescência do Estado em relação à forma e ao conteúdo final do tratado. A assinatura do tratado, via de
regra, indica tão somente que o tratado é autêntico e definitivo. (PIOVEZAN, 2013, p.108).

No Brasil a Constituição Federal/88 é quem baliza as formas de recepção e atuação destes tratados,
dando ao Presidente da República a competência de celebrá-los. Assim, aduz o Art. 84, VIII, da
Constituição Federal de 1988 e neste sentido aponta ARAÚJO (2001):
[3: Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: VIII - celebrar tratados, convenções e
atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional.]
O tratado é assinado pelo Presidente da República, por força da competência que lhe foi outorgada pelo
art. 84, VIII, da Constituição. E submetido ao Congresso Nacional, por força do art. 49, 1, que determina
que o instrumento seja ratificado, O instrumento jurídico para sua aprovação é o decreto legislativo, e o
Presidente promulga-o por decreto. (ARAÚJO, 2001, p. 143).

Desse modo, há de se observar as regras internas de cada país para que os tratados possam adentrar e
assim encontrarem suporte legal para coexistirem com as normas internas, sem que não haja conflito em
nenhuma esfera. Neste diapasão, aponta ACCIOLLY (2011):
A estrita observância de tratados, não sujeitos a alteração pela lei interna posterior, impõe-se como
corolário lógico e imperativo jurídico, sob pena de esvaziar o processo de institucionalização do direito
internacional e de construção de seu conteúdo, devendo tanto a legislação quanto a jurisprudência
internas observarem tais preceitos. A visão internacionalista insere o Estado em sociedade de Estados,
que abrange todo o globo, e de que todos os Estados fazem parte. A própria noção de sociedade
internacional, enquanto entidade, superior a cada um de seus integrantes, situa cada Estado,
particularmente considerado, em relação ao todo. (ACCIOLY, Hildebrando, Manual de Direito Internacional
Público, 2011).

Fazer com que a conivência e assertividade entre os iguais será sempre uma batalha travada pelo Direito
Internacional, para aplainar ou fechar arestas que possam vir a existir entre os Estados. Neste sentido,

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aponta PIOVESAN (2022):

Considerando que toda Constituição há de ser compreendida como unidade e como sistema que privilegia
determinados valores sociais, pode-se afirmar que a Carta de 1988 elege o valor da dignidade humana
como valor essencial, que lhe dá unidade de sentido. Isto é, o valor da dignidade humana informa a ordem
constitucional de 1988, imprimindo-lhe uma feição particular. (PIOVESAN, 2022, p. 183).

Dessa forma, a Constituição de 1988 aponta sempre para a dignidade da pessoa humana como fonte
motora e propulsora de direitos e normas que possam regulamentar tais ações.

2.1 A recepção dos Tratados Internacionais pela Constituição


A Constituição Federal brasileira dispõe as formas para que os tratados internacionais sejam
recepcionados no ordenamento brasileiro, para que assim possam ser validados e operacionalizados em
território nacional de forma erga omnes para aqueles que necessitam desta cobertura. Assim atesta a
Constituição Federal/88 em seu artigo 60:
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
(...)
§ 2o - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
(BRASIL, 1988).
Sendo assim, com o advento da Emenda Constitucional nº 45, foi acrescido ao artigo 5º uma alteração
garantidora para os Tratados de Direitos Humanos e dessa maneira pode ser observado na Constituição
Federal/88 no seu artigo 5º § 3º: §: ?Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais? (BRASIL, 1988). Isso eleva os
tratados como emendas constitucionais transferindo-os para um patamar superior à legislação
infraconstitucional e desta forma não podem mais serem revogados por elas. No entanto, conforme aduz
PIOVEZAN (2013):
Os tratados não podem criar obrigações para os Estados que neles não consentiram, ao menos que
preceitos constantes do tratado tenham sido incorporados pelo costume internacional. (PIOVEZAN, 2013,
p.108).
Em sendo assim, deve haver pacificação na aceitação do tratado, para que isso não gere um desconforto
às regras de vigência nacional e nem conflito entre as normas do Tratado, em detrimento das normas já
pacificadas no país. Nesta lógica, aponta ARAÚJO (1997):
As normas de Direito Internacional na?o te?m forc?a cogente no interior de um Estado sena?o por meio da
recep- c?a?o, isto e?, em decorre?ncia de um ato do seu Poder Legislativo que as converte em regras de
Direito Interno, na?o sendo possi?vel, por via de consequ?e?ncia, coliso?es entre as duas ordens juri
?dicas. (ARAUJO, 1997, p.44).
Desse modo, houve um aclaramento em sentido conciso sobre a forma de entrada e aceitação dos
tratados internacionais sobre Direitos humanos, conforme aduz Ferrari Neto (2005):
Com a entrada em vigor desta Emenda acabou a polêmica sobre a hierarquia dos tratados internacionais
sobre direitos humanos em face da Constituição, posto que a partir desta, todos os tratados aprovados
pelo Congresso Nacional por três quintos dos membros de cada uma das casas legislativas, em dois
turnos de votação, serão equivalentes às emendas constitucionais, conforme anteriormente defendido pela

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profa. Flávia Piovesan, ou seja, terão eficácia de norma constitucional, e de acordo com o § 1o da
Constituição Federal, terão aplicação imediata, não dependendo de nenhuma outra lei ou decreto para
entrar em vigor ou ter validade. (FERRARI NETO, 2005).

Dessa forma, o ordenamento jurídico brasileiro acata os tratados internacionais de direitos humanos e os
formaliza como se espera do legislador. Neste diapasão aponta PIOVEZAN (2013):
Consagra-se, assim, o princípio da boa-fé, pelo qual cabe ao Estado conferir plena observância ao tratado
de que é parte, na medida em que, no livre exercício de sua soberania, o Estado contraiu obrigações
jurídicas no plano internacional. (PIOVEZAN 2013, p.108).

Cabe aos operadores do Direito observarem as boas práticas advindas da aceitação e introducão do
Tratado em âmbito nacional, conferindo assim legitimidade a tripartição dos poderes.

2.1.1 A função social dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos


Os tratados internacionais de Direitos Humanos buscam, de forma relevante, dar garantia para aqueles
que necessitam estar em outros países ou transitar por eles. O Brasil é um Estado acolhedor, no qual os
migrantes e imigrantes têm a garantia de segurança jurídica de estar no país. Desta forma, se acolhe e
oferece condições de sobrevida para estas pessoas. Os Tratados Internacionais de Direitos Humanos,
conforme aduz MAZZUOLI (2019), são:
Os direitos humanos são, portanto, direitos protegidos pela ordem internacional (especialmente por meio
de tratados multilaterais, globais ou regionais) contra as violações e arbitrariedades que um Estado possa
cometer às pessoas sujeitas à sua jurisdição. São direitos indispensaveis a uma vida digna e que, por isso
, estabelecem um nível protetivo (Standard) mínimo que todos os Estados devem respeitar, sob pena de
responsabilidade internacional. Assim os direitos humanos são direitos que garantem às pessoas sujeitas
à jurisdição de um dado Estado meios de vindicação de seus direitoss, para além de plano interno, nas
instâncias internacionais de proteção. (MAZZUOLI 2019, p. 26).
Entende-se assim que os tratados são uma forma de proteção garantidora para que a eficácia das suas
ações possam atingir de forma plural o grupo ao qual se destina, pois esta atuação multifacetada
demonstra o quão devem ser observadas as diretrizes trazidas pelos tratados de que o Brasil se tornou
signatário. Portanto, os tratados são uma força valiosa na de maneira de formalizar regras para toda uma
comunidade internacional.
A força dos direitos humanos faz com que se tenha uma segurança jurídica em todos os signatários deles,
de modo que, diante de uma adversidade, podem ser invocados de modo amplo e eficaz. Ainda nesta
linha, a fim de nos brindar com o exaurimento do conhecimento sobre eles, Mazzuoli (2019), de forma
cristalina, aponta:

Os direitos humanos, diferentemente dos direitos fundamentais, podem ser vindicados indistintamente por
todos os cidadãos do planeta e em quaisquer condições, bastando ocorrer a violação de um direito seu
reconhecido em norma internacional aceita pelo Estado em cuja jurisdição se encontre. (MAZZUOLI,
2019, p. 30).

Entende-se, portanto, que os direitos humanos podem ser invocados na seara internacional para que se
sejam as normas garantidoras, a fim de tutelar o bem jurídico protegido, neste caso, o ser humano.

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3 A IMIGRAÇÃO

Há muitos anos, se houve falar em imigração dos povos; porém, nos últimos anos devido a condições de
severidade, sejam naturais ou provocadas pelas mãos humanas, esta realidade tem se tornado mais
latente. As guerras são uma das grandes molas propulsoras para que os povos busquem novos ambientes
para se estabelecerem. De acordo com PENA (2022):
A tendência é que as imigrações atuais no Brasil continuem aumentando, sobretudo de populações
advindas de países subdesenvolvidos ou com uma precária situação econômica, além de povos de
regiões marcadas por grandes conflitos, com destaque para povos da Palestina. (PENA, 2022).

Isto vem se tornando algo recorrente, devido às guerras civis que estão em andamento em vários países e
, atualmente, pela guerra que está acontecendo na Europa entre Rússia e Ucrânia, desalojando famílias
inteiras rumo a outros países. O Brasil, como um signatário de tratados internacionais, torna-se um país
acolhedor para a recepção de imigrantes.
O Brasil editou a Lei nº 9.474/97 para a implementação Estatuto do Refugiado, como alude Barreto (2010):

A lei brasileira, redigida em parceria com o Acnur e com a sociedade civil, é considerada hoje pela própria
ONU como uma das leis mais modernas, mais abrangentes e mais generosas do mundo. Contempla todos
os dispositivos de proteção internacional de refugiados e cria um órgão nacional ? o Comitê Nacional para
os Refugiados (Conare) ? para ditar a política pública do refúgio e decidir quanto às solicitações de
refúgio apresentadas no Brasil. (BARRETO 2010).

Estas normas fazem com que o Brasil se torne evidentemente um país acolhedor que os imigrantes
podem buscar para ter auxílio e segurança para prosseguirem suas jornadas.
No entanto, com o advento da globalização e a melhora nas formas de transportes que podem levar, em
menos de 24 horas, pessoas de um lado a outro do globo, a imigração se tornou algo mais frequente e
célere. Os desastres naturais têm levado nações além-mar a buscar no Brasil a sua solidificação. Sendo
assim, torna o nosso país um grande território mesclado de populações mundiais. Atualmente, abriu as
portas para os imigrantes advindos da Ucrânia se refugiarem devido à guerra com a Rússia.

3.3 Dos refugiados


O mundo está em constante mudança e movimento, fazendo com que seus povos também sigam esta
métrica, seja por questões climáticas ou por desordens causadas pelos próprios habitantes globais. Com
isso, começou um movimento migratório grandioso, em que pessoas ou até mesmo uma tribo precisam
sair de sua terra materna e ir para outro ponto do globo, em busca de melhores condições de
sobrevivência. Dessa forma, nascem os refugiados, ou seja, pessoas que não tiveram uma opção, mas,
sim, foram impelidas a buscar outro lugar para habitar. Nesse sentido, afirma PORFÍRIO, (2021): ?O
refugiado, por sua vez, não tem escolha. Ele se encontra em uma situação-limite: ou foge de seu local ou
pode morrer. O refúgio não é opcional. Ou seja, não há para ele outra forma de sobreviver a não ser sair
da sua terra?.
Nesta constante, o que se vê é uma inflação de população de alguns países, de pessoas que buscam esta
segurança e bem-estar para reconstruir suas vidas. Não ter escolha e sair de suas terras, torna a
população refugiada muito vulnerável e suscetível as intempéries dos países para os quais se direcionam.

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Dentre os refugiados há pessoas de todas as idades e condições, conforme aponta PORFíRIO (2021):
A Agência da ONU para refugiados, a ACNUR, estima que em torno de 40% dos deslocados são crianças
e que cerca de 85% dos deslocados e refugiados buscam países em desenvolvimento, pois estes tendem
a ser mais receptivos. Outro dado alarmante, cerca de 4,2 milhões de pessoas no mundo se encontram na
situação de apátridas, ou seja, pessoas que não têm sua nacionalidade reconhecida por nenhum país.
(PORFíRIO, 2021).

Estes seres humanos vivem numa condição limítrofe, mas que, mesmo penalizados pelas condições de
seus países maternos, buscam, de forma leve e subordinada, encontrar paz e uma nova morada nos
países em que vão coabitar. Cabe a nossa nação, como país acolhedor, dar um respaldo necessário para
que esta população, em desacordo com a ordem natural de suas vidas. Com isso, o Brasil tem garantias
legais para corroborar com o que vem dos Tratados Internacionais. Desta maneira, afirma PORTELA
(2017):

[...] em decorrência da noção da universalidade dos direitos humanos, que estabelece que todos os
indivíduos são igualmente destinatários dos mesmos direitos, sem distinção de qualquer espécie, e como
consequência do incremento dos fluxos internacionais, inclusive de pessoas, e da formação de espaços
internacionais comuns, como os blocos regionais, a situação jurídica dos não nacionais assemelha-se
cada vez mais à dos nacionais, gozando aqueles de quase todos os direitos destes, sem o que o
desenvolvimento das relações internacionais poderia encontrar obstáculos adicionais. (PORTELA, 2017 ).

Dessa forma, aqueles que por aqui chegam têm seus direitos resguardados e a lei aqui introduzida e as
leis próprias criadas neste solo fazem este arcabouço garantidor.

4. DA MIGRAÇÃO LEI nº 13.445/2017 E SUA APLICABILIDADE.


Quando se busca implementar algo em território nacional, para que seja garantidor de direito erga omnes
ou de um grupo especifico, se faz necessário olhar para a Constituição vigente neste país. No que tange a
migração, cabe ressaltar que o Brasil é signatário de tratados internacionais e figura como um país
acolhedor e fraternalmente alinhado. Neste viés, a Constituição garante em seu preâmbulo BRASIL
(1988):
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte, para instituir um
Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a
segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma
sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem
interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus,
a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil. (BRASIL, 1988).

Com este olhar fraternal, cabe ao legislador colocar em prática leis, normativas, decretos e demais
diplomas legais que possam ser substanciais na correlação com vontades e desejos expressados na
Constituição.
Deste modo, e lastreada no Decreto nº 9.199/2017, fora criada a Lei da Migração nº 13.455/2017, com a
finalidade de pontuar princípios e diretrizes para políticas públicas, a fim de cuidar do imigrante. A ponte
garantidora destes direitos vem da Constituição Federal que expõe de forma concreta esta proteção.
Neste diapasão, aponta GUERRA (2017):

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Após longos debates e estudos sobre a necessidade de conceber na ordem jurídica brasileira uma norma
que retratasse a situação atual dos não nacionais, que até então eram vistos como hóspedes (estrangeiro
), a matéria passou a ser regrada pela lei 13.445, de 24 de maio de 2017, que chegou em boa hora, tendo
sido concebida em conformidade com a proteção conferida aos direitos humanos na Carta Magna
brasileira. (GUERRA, 2017).
A Constituição tem a função de ser garantidora dos direitos e facilitar a operação dos meios legais para
que, aqueles que se enquadrem nos ditames, possam estar recobertos pelo direito líquido e certo. E com
isso garante que todos sejam reconhecidos, conforme aponta BRASIL (2017):
O dispositivo estabelece conceito demasiadamente amplo de migrante, abrangendo inclusive o estrangeiro
com residência em país fronteiriço, o que estende a todo e qualquer estrangeiro, qualquer que seja sua
condição migratória, a igualdade com os nacionais, violando a Constituição em seu artigo 5º, que
estabelece que aquela igualdade é limitada e tem como critério para sua efetividade a residência do
estrangeiro no território nacional. (BRASIL, 2017a, art. 1º).
O tracejar pela legalidade e lisura do processo vem trazer ao migrante potencial segurança jurídica em
estar no Brasil, seja por apenas um exíguo tempo ou para constituir família e lancer raízes nesta terra
acolhedora. Desta forma, a lei demonstra o seu equilíbrio, conforme aduz GUERRA (2017):
No caso da nova legislação, o legislador preferiu adotar a figura do migrante e do visitante (artigo1), em
conformidade com a política consagrada na atualidade em prol dos direitos humanos. De certo modo, o
termo empregado na Lei n. 13.445/2017 faz com que o indivíduo, que não seja nacional do Estado, não se
sinta estranho e preterido no local que se encontra, como se um forasteiro fosse. (GUERRA, 2017 p.7).
Ser acolhido, dar sentido a sua luta e caminhada, ter seu direito resguardado, ter o sentimento de
pertencimento e a noção de que, mesmo longe de suas raízes, poderá buscar de forma plural a
materialização de sonhos. Neste sentindo, a força da Lei de Migração faz-se cada vez mais necessária e
resoluta para estes seres humanos, singulares em sua essência e plurais em sua batalha, além das suas
fronteiras.

5 CONCLUSÃO.
Ser um país acolhedor, demonstrar a sua celeridade com a legalidade necessária para dar andamento e
clareza para aqueles que buscam refúgio entre a população nacional fazendo que estes sejam inseridos
no rol de cidadãos acobertados pelo Direito e suas vertentes, esta é a posição do Brasil no cenário de
signatário de Tratados Internacionais.
Diante destes fatores, devem ser observadas as formas pelas quais os tratados adentram e são aceitos
neste solo, suas aplicações e as nuances que devem ser analisadas para sua aceitação, para que não
haja conflitos entre as leis locais e as normas que os Tratados Internacionais trazem em sua essência.
O Brasil, como signatário de vários tratados internacionais, dentre eles, o Pacto de San José da Costa
Rica, Tratado Internacional de Direitos Humanos, entre outros, dá suporte para aquelas pessoas que
necessitam deste aporte. Cabe aqui lembrar que a nossa Constituição Federal, por si só, amplia os direitos
daqueles que por aqui chegam, valoriza sua condição de migrante e expressa, de forma clara e
exponencial, a necessidade do acolhimento deles.
Dessa forma, o Brasil, em todas as suas características, modos, ações, formatos e formas jurídicas trata
os desiguais de forma a igualá-los na medida de suas necessidades, para que assim possam ser
recepcionados e inseridos neste território de forma terna, sem percalços e amplamente assistidos pelos
recursos que aqui se têm. Um país que figura em todos os âmbitos de receptor de todas as nacionalidades

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que são signatárias dos Tratados Internacionais.


Resta expor que este artigo visou analisar os Tratados Internacionais sob a forma de acolhimento e
atuação em âmbito nacional, para dar um aporte maior para aqueles que deles dependem. Sendo assim,
olhando sob a luz da lei nº 13.445/2017 que demonstra a aplicabilidade e a força que Tratados
Internacionais podem exercer na esfera nacional.

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citada e comentada amplamente.
ANTÔNIO Augusto Cançado Trindade, GÉRARD Peytrignet & JAIME Ruiz de Santiago. As três vertentes
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?Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do
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Travessia, n. 36, p. 15-32, jan./abr. 2000. PDF

AGRADECIMENTOS.

Em primeiro momento quero agradecer aqueles que me colocaram a disposição do mundo e do Direito,
meu pais Adézio Benedito de Oliveira e Maria Monteiro de Oliveira ( ambos in memorian), pois sem a
orientação correta e assertiva eu jamais teria chego até aqui. Nesta mesma seara preciso agradecer
minha esposa Meire Colauto de Oliveira, que devotou a mim nestes últimos 5 anos todo o suporte
necessário para que eu pudesse me dedicar a esta graduação e neste diapasão a cada membro das
minhas famílias Colauto, Monteiro, Yamaguchi, Salido e Oliveira a todos que formam esta grande família e
que soube me compreender e auxiliar nesta caminhada solitária e silenciosa. A todos meus amigos que
sempre estiveram ao meu lado e compreenderam as minhas ausências nas reuniões e eventos, Doutor
Cleison Aires, Nilza Helena, e a cada um que estão citados e marcados no meu coração e espirito; em
especial a minha grande amiga e irmã na vida e no Direito, Doutora Jenifer Garvin, por ter me inspirado
neste caminho e que me compreenderam pois estava devotado ao Direito. Aos amigos que fiz ao longo
desta graduação e que já seguem para a vida, Mariana Arrias, Camila Lorencini e Bruno Henrique Costa
da Silva, que além de serem meus suportes, também comigo constituíram laços de profundo respeito e
muito empenho ao estudo da Justiça. A cada um dos que colaboraram com organização mental deste
artigo em especial a doutora Rozilda Vidigal, minha colega de classe, que com sua orientação fraterna me
fez enxergar muito além de palavras, mas as nuances do que significa cada detalhe aqui descrito.
Agradeço a cada membro desta instituição de ensino: as pessoas que a mantem limpa e organizada, aos
colaboradores da secretaria, financeiro e pessoas que muitas vezes nem aparecem, mas que nos dão
suporte para que possamos estar sentados numa cadeira desta academia. Aos professores na que desde
o primeiro ano nos deram base e mostraram como esta profissão é digna e merece nosso empenho e

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devoção em especial a minha querida professora Silvia Regina Emiliano Gonzaga que sempre me auxiliou
esteve ao meu lado em muitas produções acadêmicas. E assim quero agradecer ao meu orientador
Doutor Rodolfo Grellet, que desde o 2º ano de graduação me orientou em vários artigos que escrevemos e
colocamos a disposição da comunidade acadêmica através de publicações e Simpósios ou revista
eletrônica, pela pareceria e motivação ao longo destes anos, MUITISSIMO obrigado meu grande mestre.
Isto posto, quero agradecer aos meu pequenos Helena e Augustus, vocês são a grande mola propulsora
do papai, para estudar, trabalhar, estar cada dia melhor, pois tudo é por vocês e para vocês. E por fim eu
agradeço a Deus que tornou tudo isso possível, Toda Honra e Toda Glória

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=================================================================================
Arquivo 1:
A_RECEPCAO_PELA_CONSTITUICAO_FEDERAL_DE_1988_DOS_TRATADOS_INTERNACIONAIS.do
cx (5909 termos)
Arquivo 2: https://www.sarahtitus.com/realign-the-desires-of-your-heart-to-gods-desires (2849 termos)
Termos comuns: 2
Similaridade: 0,02%
O texto abaixo é o conteúdo do documento
A_RECEPCAO_PELA_CONSTITUICAO_FEDERAL_DE_1988_DOS_TRATADOS_INTERNACIONAIS.do
cx (5909 termos)
Os termos em vermelho foram encontrados no documento https://www.sarahtitus.com/realign-the-
desires-of-your-heart-to-gods-desires (2849 termos)

=================================================================================
A RECEPÇÃO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 DOS TRATADOS INTERNACIONAIS PARA
A MITIGAÇÃO DA INSEGURANÇA JURÍDICA DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE IMIGRAÇÃO
LASTREADO PELA LEI nº 13.445/2017

Sergio Benedito de Oliveira


[1: Acadêmico de Direito, Faculdade Maringá ? R.A 16.3101 ]
ORIENTADOR: Rodolfo Grellet Teixeira da Costa
[2: Mestre em direito. Professor. Advogado.]

SUMÁRIO: 1 INTRODUÇÃO. 2 TRATADOS INTERNACIONAIS. 2.1 A recepção dos Tratados


Internacionais pela Constituição. 2.1.1 A função social dos Tratados Internacionais. 3 A IMIGRAÇÃO. 3.3
Dos refugiados. 4 DA IMIGRAÇÃO E SUA APLICABILIDADE NOS TERMOS DA LEI nº 13.445/2017 . 5
CONCLUSÃO. REFERÊNCIAS. AGRADECIMENTOS.

RESUMO: Este artigo visa compreender como um Tratado Internacional pode ser introduzido no Brasil e
as suas formas de aplicabilidade. Para tanto, apresenta-se as nuances legais e suas características
normativas dentro da nossa legislação, dando aos povos imigrantes segurança jurídica e restabelecimento
de condição de vida digna. À luz da lei nº 13.445/2017, demonstra-se sua criação e a ação no território
nacional, colocando em situação de pareamento aqueles que aqui estão e os demais que chegarão ou
passarão. Evidencia, ainda, como a situações internacionais afetam diretamente o Brasil, trazendo à
claridade do Direito as formas necessárias para realinhar estes entendimentos, suas formas de ação e
proteção daqueles mais vulneráveis que possam sucumbir caso não tenham seus direitos resguardados.
Por fim, explicita as necessidades, linhas divergentes e convergentes de proteger e manter de forma
íntegra o Estado democrático e de direito.
PALAVRA-CHAVE: Migração. Tratados Internacionais. Vulneráveis. Aplicabilidade.

THE RECEPTION BY 1988 FEDERAL CONSTITUTION OF INTERNATIONAL TREATIES FOR THE


LEGAL INSECURITY MITIGATION OF THE POPULATION IN IMMIGRATION SITUATIONS BACKED BY
LAW Nº. 13.445/2017

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ABSTRACT: This article aims to understand how an International Treaty can be introduced in Brazil and its
applicability forms. Therefore, the legal nuances and their normative characteristics are presented within
our legislation, giving immigrant peoples legal security and reestablishing a dignified life condition.
According to law nº 13.445/2017, its creation and the action in the national territory are demonstrated,
placing, in a paring situation, those who are here and the others who will arrive or pass. It also evidence
how international situations directly affect Brazil, bringing the law clarity to the necessary ways to realign
these understandings, action forms and the protection of those most vulnerable who may succumb if their
rights are not protected. Finally, it explains the needs, divergent and convergent lines of protecting and fully
maintaining the democratic and lawful State.
KEY-WORDS: Migration. International Treaties. Vulnerable. Applicability.

1 INTRODUÇÃO
As migrações tracejam desde a pré-história com o Homo Herectus, em busca de locais maiores
possibilidades de sobrevivência, para que pudessem se instalar devido as mudanças climáticas severas.
Passamos por uma das migrações mais conhecidas no mundo que se iniciou com o movimento
revolucionário de Moisés, que pediu e posteriormente fez a transição daquele povo Hebreu para a Terra
Prometida. Como relatam as Sagradas Escrituras: "Porque foi pelo poder de sua mão que o Senhor nos
tirou do Egito. Tendo o faraó deixado partir o povo" (A BÍBLIA, 2008).
Na atual situação mundial, em que guerras internas entre países, opressões ditatoriais e catástrofes
naturais levam as populações a deixarem suas terras-mãe em busca de um novo norte, queremos analisar
qual a função do Brasil, enquanto Estado acolhedor e ponto de pacífico para a recepção desta população
.
De acordo com o art. 5 da Constituição Federal, ?todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza.? ( BRASIL, 1988). Sendo assim, precisamos compreender se o mandamento constitucional
disposto neste artigo tem se efetivado quando se trata de imigrantes ou refugiados, se de fato tem sido
empregado e, com isso, afastada toda a insegurança jurídica, muitas vezes natural, que este movimento
causa. Precisamos entender se há condição empregatícia, de educação, saúde, moradia e demais
condições naturais para que esta população possa ser assistida. (BRASIL, 1988).
O alto foco neste movimento de países, muitas vezes devastados, que buscam em nosso Estado
acolhimento, demonstram que este País tem, em sua essência, o acolhimento. Deste modo, os Tratados
Internacionais recepcionados pela nossa Constituição demonstram esta condição. Acolher não somente
no ratio da palavra, mas também prover a estes seres humanos a dignidade necessária para que possam
por aqui lastrear sua cultura e trazer ao Brasil diversidade e a pluralidade e a cooperação entre os povos
para o progresso da humanidade que este país aponta em sua Constituição no seu art. 4º, IX. ( BRASIL,
1988).
A imigração ocorre no mundo há muitos séculos, seja por motivações de guerra ou catástrofes ou
simplesmente pela necessidade de alimentos. Nos últimos anos, começamos a receber uma quantia
considerável de pessoas solicitando a entrada e permanência em solo brasileiro. Conforme aponta em
seu artigo Imigrações atuas no Brasil, Rodolfo Alves Pena afirma que: ?Segundo dados do Conare
(Comitê Nacional para Refugiados) e do Ministério da Justiça, só entre os anos de 2010 e 2012, o número
de pessoas pedindo refúgio para o Brasil triplicou.?(PENA, 2020). As situações globais fazem com que as

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pessoas busquem pelos mais diversos motivos locais para criarem raízes, desde que sejam seguros e
prósperos.

O Brasil como pais acolhedor e pacificador precisa estipular regras internas e aceitar também várias outras
de cunho mundial, as quais fazem uma coalisão legal e dão estrutura para a recepção destas pessoas
imigrantes. A Constituição é a nossa fonte prima e garantidora dos princípios e fundamentos que norteiam
os direitos humanos e o princípio legal de proteção para os nacionais e estrangeiros. Deste modo, em seu
art. 4º, IX, expressa que: ?A cooperação entre os povos para assim garantir o progresso da humanidade.
Dessa forma, caminhamos em sentido jurídico, balizando os internos e acertando os externos para a
integra cooperação entre as nações. (BRASIL, 1988).
Neste sentido, em busca desta boa interação, caminhamos para a recepção dos Tratados Internacionais,
e procuramos, mediante eles, ratificar o nosso entendimento interno sobre a dignidade humana e, ao
mesmo tempo, sendo signatário das moções mundiais por paz, acolhimento e condição de vida digna. Às
pessoas que habitam este país e aos estrangeiros, a Constituição garante, em seu art. 5º, sem distinção
de qualquer natureza, a brasileiros e estrangeiros que vivem no país igualdade perante a lei.
Em busca desta pluralidade e concentração de ações positivas para a manutenção da paz e harmonia o
Declaração Internacional de Direitos Humanos garante no Artigo XIV ? 1: ?Toda pessoa vítima de
perseguição tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países.? Desta forma, cumprindo esta
declaração, o Brasil não se mantem silente, mas sim dispõe de sua estrutura para assim acolher. BRASIL
( 2009).
Assim, neste artigo o intuito é apresentar uma linha de pesquisa que apresenta uma visão que tutela os
imigrantes que pretendem ingressar no nosso território e aqui estabelecer residência e domicilio, com
ânimo definitivo. Como assevera PIOVESAN ( 2022):
O exame do aparato internacional de proteção dos direitos humanos introduzirá elementos fundamentais
para que se desenvolva a análise acerca da posição do Estado brasileiro perante os tratados
internacionais de direitos humanos. Ao estudo se conjugará a análise do impacto político do Direito
Internacional dos Direitos Humanos no Brasil, mediante o enfoque da advocacia efetiva dos instrumentos
internacionais pelos atores nacionais. (PIOVESAN, P. 173, 2022).

Para tanto, trataremos de alguns aspectos legislativos que permearam e antagonizaram a lei que
regulamenta tal imigração. A segurança jurídica vai além de normas ou suas formas, para aplicabilidade
nos casos concretos.

2 TRATADOS INTERNACIONAIS
Para que se observe as normas e fontes do Direito Internacional, faz-se necessário um olhar para a
Constituição que o recepciona. Deste modo aponta PIOVESAN (2022):
A Carta de 1988 institucionaliza a instauração de um regime político democrático no Brasil. Introduz
também indiscutível avanço na consolidação legislativa das garantias e direitos fundamentais e na
proteção de setores vulneráveis da sociedade brasileira. A partir dela, os direitos humanos ganham relevo
extraordinário, situando-se a Carta de 1988 como o documento mais abrangente e pormenorizado sobre
os direitos humanos jamais adotado no Brasil. (PIOVESAN, 2022, p. 176)

Os tratados internacionais também são conhecidos como atos jurídicos pelos quais os seus signatários
manifestam acordos entre as pessoas internacionais. Estes tratados têm sua forma regulamentada pela

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Convenção de Viena de 1969. Neste diapasão, aduz Paulo Borba Casella:


A convenção de 1969 foi complementada por outra, a Convenção sobre o direito dos tratados entre
estados e organizações ou entre organizações internacionais de 1986, cujo objetivo foi precisamente o de
reconhecer o direito das organizações internacionais de firmar tratados e convenções. (CASELLA, 2012).

A Convenção de Viena trouxe uma especificação do que seria um tratado internacional e assim o definiu
como:
Um acordo internacional concluído entre Estados em forma escrita e regulado pelo direito Internacional
consubstanciado em um único instrumento ou em dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja a
sua designação específica. (BRASIL, 2009).

Estes tratados têm a sua formação de modo regulado e detalhado para que não se perca o devido
processo legal, para que eles possam ser inseridos em cada país que os aceita de forma pacífica. Deste
modo, preceitua PIOVEZAN (2013):
Em geral, o processo de formação dos tratados tem início com os atos de negociação, conclusão e
assinatura do tratado, que são da competência do órgão do Poder Executivo. A assinatura do tratado, por
si só, traduz um aceite precário e provisório, não irradiando efeitos jurídicos vinculantes. Trata-se da mera
aquiescência do Estado em relação à forma e ao conteúdo final do tratado. A assinatura do tratado, via de
regra, indica tão somente que o tratado é autêntico e definitivo. (PIOVEZAN, 2013, p.108).

No Brasil a Constituição Federal/88 é quem baliza as formas de recepção e atuação destes tratados,
dando ao Presidente da República a competência de celebrá-los. Assim, aduz o Art. 84, VIII, da
Constituição Federal de 1988 e neste sentido aponta ARAÚJO (2001):
[3: Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: VIII - celebrar tratados, convenções e
atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional.]
O tratado é assinado pelo Presidente da República, por força da competência que lhe foi outorgada pelo
art. 84, VIII, da Constituição. E submetido ao Congresso Nacional, por força do art. 49, 1, que determina
que o instrumento seja ratificado, O instrumento jurídico para sua aprovação é o decreto legislativo, e o
Presidente promulga-o por decreto. (ARAÚJO, 2001, p. 143).

Desse modo, há de se observar as regras internas de cada país para que os tratados possam adentrar e
assim encontrarem suporte legal para coexistirem com as normas internas, sem que não haja conflito em
nenhuma esfera. Neste diapasão, aponta ACCIOLLY (2011):
A estrita observância de tratados, não sujeitos a alteração pela lei interna posterior, impõe-se como
corolário lógico e imperativo jurídico, sob pena de esvaziar o processo de institucionalização do direito
internacional e de construção de seu conteúdo, devendo tanto a legislação quanto a jurisprudência
internas observarem tais preceitos. A visão internacionalista insere o Estado em sociedade de Estados,
que abrange todo o globo, e de que todos os Estados fazem parte. A própria noção de sociedade
internacional, enquanto entidade, superior a cada um de seus integrantes, situa cada Estado,
particularmente considerado, em relação ao todo. (ACCIOLY, Hildebrando, Manual de Direito Internacional
Público, 2011).

Fazer com que a conivência e assertividade entre os iguais será sempre uma batalha travada pelo Direito
Internacional, para aplainar ou fechar arestas que possam vir a existir entre os Estados. Neste sentido,

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aponta PIOVESAN (2022):

Considerando que toda Constituição há de ser compreendida como unidade e como sistema que privilegia
determinados valores sociais, pode-se afirmar que a Carta de 1988 elege o valor da dignidade humana
como valor essencial, que lhe dá unidade de sentido. Isto é, o valor da dignidade humana informa a ordem
constitucional de 1988, imprimindo-lhe uma feição particular. (PIOVESAN, 2022, p. 183).

Dessa forma, a Constituição de 1988 aponta sempre para a dignidade da pessoa humana como fonte
motora e propulsora de direitos e normas que possam regulamentar tais ações.

2.1 A recepção dos Tratados Internacionais pela Constituição


A Constituição Federal brasileira dispõe as formas para que os tratados internacionais sejam
recepcionados no ordenamento brasileiro, para que assim possam ser validados e operacionalizados em
território nacional de forma erga omnes para aqueles que necessitam desta cobertura. Assim atesta a
Constituição Federal/88 em seu artigo 60:
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
(...)
§ 2o - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
(BRASIL, 1988).
Sendo assim, com o advento da Emenda Constitucional nº 45, foi acrescido ao artigo 5º uma alteração
garantidora para os Tratados de Direitos Humanos e dessa maneira pode ser observado na Constituição
Federal/88 no seu artigo 5º § 3º: §: ?Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais? (BRASIL, 1988). Isso eleva os
tratados como emendas constitucionais transferindo-os para um patamar superior à legislação
infraconstitucional e desta forma não podem mais serem revogados por elas. No entanto, conforme aduz
PIOVEZAN (2013):
Os tratados não podem criar obrigações para os Estados que neles não consentiram, ao menos que
preceitos constantes do tratado tenham sido incorporados pelo costume internacional. (PIOVEZAN, 2013,
p.108).
Em sendo assim, deve haver pacificação na aceitação do tratado, para que isso não gere um desconforto
às regras de vigência nacional e nem conflito entre as normas do Tratado, em detrimento das normas já
pacificadas no país. Nesta lógica, aponta ARAÚJO (1997):
As normas de Direito Internacional na?o te?m forc?a cogente no interior de um Estado sena?o por meio da
recep- c?a?o, isto e?, em decorre?ncia de um ato do seu Poder Legislativo que as converte em regras de
Direito Interno, na?o sendo possi?vel, por via de consequ?e?ncia, coliso?es entre as duas ordens juri
?dicas. (ARAUJO, 1997, p.44).
Desse modo, houve um aclaramento em sentido conciso sobre a forma de entrada e aceitação dos
tratados internacionais sobre Direitos humanos, conforme aduz Ferrari Neto (2005):
Com a entrada em vigor desta Emenda acabou a polêmica sobre a hierarquia dos tratados internacionais
sobre direitos humanos em face da Constituição, posto que a partir desta, todos os tratados aprovados
pelo Congresso Nacional por três quintos dos membros de cada uma das casas legislativas, em dois
turnos de votação, serão equivalentes às emendas constitucionais, conforme anteriormente defendido pela

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profa. Flávia Piovesan, ou seja, terão eficácia de norma constitucional, e de acordo com o § 1o da
Constituição Federal, terão aplicação imediata, não dependendo de nenhuma outra lei ou decreto para
entrar em vigor ou ter validade. (FERRARI NETO, 2005).

Dessa forma, o ordenamento jurídico brasileiro acata os tratados internacionais de direitos humanos e os
formaliza como se espera do legislador. Neste diapasão aponta PIOVEZAN (2013):
Consagra-se, assim, o princípio da boa-fé, pelo qual cabe ao Estado conferir plena observância ao tratado
de que é parte, na medida em que, no livre exercício de sua soberania, o Estado contraiu obrigações
jurídicas no plano internacional. (PIOVEZAN 2013, p.108).

Cabe aos operadores do Direito observarem as boas práticas advindas da aceitação e introducão do
Tratado em âmbito nacional, conferindo assim legitimidade a tripartição dos poderes.

2.1.1 A função social dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos


Os tratados internacionais de Direitos Humanos buscam, de forma relevante, dar garantia para aqueles
que necessitam estar em outros países ou transitar por eles. O Brasil é um Estado acolhedor, no qual os
migrantes e imigrantes têm a garantia de segurança jurídica de estar no país. Desta forma, se acolhe e
oferece condições de sobrevida para estas pessoas. Os Tratados Internacionais de Direitos Humanos,
conforme aduz MAZZUOLI (2019), são:
Os direitos humanos são, portanto, direitos protegidos pela ordem internacional (especialmente por meio
de tratados multilaterais, globais ou regionais) contra as violações e arbitrariedades que um Estado possa
cometer às pessoas sujeitas à sua jurisdição. São direitos indispensaveis a uma vida digna e que, por isso
, estabelecem um nível protetivo (Standard) mínimo que todos os Estados devem respeitar, sob pena de
responsabilidade internacional. Assim os direitos humanos são direitos que garantem às pessoas sujeitas
à jurisdição de um dado Estado meios de vindicação de seus direitoss, para além de plano interno, nas
instâncias internacionais de proteção. (MAZZUOLI 2019, p. 26).
Entende-se assim que os tratados são uma forma de proteção garantidora para que a eficácia das suas
ações possam atingir de forma plural o grupo ao qual se destina, pois esta atuação multifacetada
demonstra o quão devem ser observadas as diretrizes trazidas pelos tratados de que o Brasil se tornou
signatário. Portanto, os tratados são uma força valiosa na de maneira de formalizar regras para toda uma
comunidade internacional.
A força dos direitos humanos faz com que se tenha uma segurança jurídica em todos os signatários deles,
de modo que, diante de uma adversidade, podem ser invocados de modo amplo e eficaz. Ainda nesta
linha, a fim de nos brindar com o exaurimento do conhecimento sobre eles, Mazzuoli (2019), de forma
cristalina, aponta:

Os direitos humanos, diferentemente dos direitos fundamentais, podem ser vindicados indistintamente por
todos os cidadãos do planeta e em quaisquer condições, bastando ocorrer a violação de um direito seu
reconhecido em norma internacional aceita pelo Estado em cuja jurisdição se encontre. (MAZZUOLI,
2019, p. 30).

Entende-se, portanto, que os direitos humanos podem ser invocados na seara internacional para que se
sejam as normas garantidoras, a fim de tutelar o bem jurídico protegido, neste caso, o ser humano.

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3 A IMIGRAÇÃO

Há muitos anos, se houve falar em imigração dos povos; porém, nos últimos anos devido a condições de
severidade, sejam naturais ou provocadas pelas mãos humanas, esta realidade tem se tornado mais
latente. As guerras são uma das grandes molas propulsoras para que os povos busquem novos ambientes
para se estabelecerem. De acordo com PENA (2022):
A tendência é que as imigrações atuais no Brasil continuem aumentando, sobretudo de populações
advindas de países subdesenvolvidos ou com uma precária situação econômica, além de povos de
regiões marcadas por grandes conflitos, com destaque para povos da Palestina. (PENA, 2022).

Isto vem se tornando algo recorrente, devido às guerras civis que estão em andamento em vários países e
, atualmente, pela guerra que está acontecendo na Europa entre Rússia e Ucrânia, desalojando famílias
inteiras rumo a outros países. O Brasil, como um signatário de tratados internacionais, torna-se um país
acolhedor para a recepção de imigrantes.
O Brasil editou a Lei nº 9.474/97 para a implementação Estatuto do Refugiado, como alude Barreto (2010):

A lei brasileira, redigida em parceria com o Acnur e com a sociedade civil, é considerada hoje pela própria
ONU como uma das leis mais modernas, mais abrangentes e mais generosas do mundo. Contempla todos
os dispositivos de proteção internacional de refugiados e cria um órgão nacional ? o Comitê Nacional para
os Refugiados (Conare) ? para ditar a política pública do refúgio e decidir quanto às solicitações de
refúgio apresentadas no Brasil. (BARRETO 2010).

Estas normas fazem com que o Brasil se torne evidentemente um país acolhedor que os imigrantes
podem buscar para ter auxílio e segurança para prosseguirem suas jornadas.
No entanto, com o advento da globalização e a melhora nas formas de transportes que podem levar, em
menos de 24 horas, pessoas de um lado a outro do globo, a imigração se tornou algo mais frequente e
célere. Os desastres naturais têm levado nações além-mar a buscar no Brasil a sua solidificação. Sendo
assim, torna o nosso país um grande território mesclado de populações mundiais. Atualmente, abriu as
portas para os imigrantes advindos da Ucrânia se refugiarem devido à guerra com a Rússia.

3.3 Dos refugiados


O mundo está em constante mudança e movimento, fazendo com que seus povos também sigam esta
métrica, seja por questões climáticas ou por desordens causadas pelos próprios habitantes globais. Com
isso, começou um movimento migratório grandioso, em que pessoas ou até mesmo uma tribo precisam
sair de sua terra materna e ir para outro ponto do globo, em busca de melhores condições de
sobrevivência. Dessa forma, nascem os refugiados, ou seja, pessoas que não tiveram uma opção, mas,
sim, foram impelidas a buscar outro lugar para habitar. Nesse sentido, afirma PORFÍRIO, (2021): ?O
refugiado, por sua vez, não tem escolha. Ele se encontra em uma situação-limite: ou foge de seu local ou
pode morrer. O refúgio não é opcional. Ou seja, não há para ele outra forma de sobreviver a não ser sair
da sua terra?.
Nesta constante, o que se vê é uma inflação de população de alguns países, de pessoas que buscam esta
segurança e bem-estar para reconstruir suas vidas. Não ter escolha e sair de suas terras, torna a
população refugiada muito vulnerável e suscetível as intempéries dos países para os quais se direcionam.

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Dentre os refugiados há pessoas de todas as idades e condições, conforme aponta PORFíRIO (2021):
A Agência da ONU para refugiados, a ACNUR, estima que em torno de 40% dos deslocados são crianças
e que cerca de 85% dos deslocados e refugiados buscam países em desenvolvimento, pois estes tendem
a ser mais receptivos. Outro dado alarmante, cerca de 4,2 milhões de pessoas no mundo se encontram na
situação de apátridas, ou seja, pessoas que não têm sua nacionalidade reconhecida por nenhum país.
(PORFíRIO, 2021).

Estes seres humanos vivem numa condição limítrofe, mas que, mesmo penalizados pelas condições de
seus países maternos, buscam, de forma leve e subordinada, encontrar paz e uma nova morada nos
países em que vão coabitar. Cabe a nossa nação, como país acolhedor, dar um respaldo necessário para
que esta população, em desacordo com a ordem natural de suas vidas. Com isso, o Brasil tem garantias
legais para corroborar com o que vem dos Tratados Internacionais. Desta maneira, afirma PORTELA
(2017):

[...] em decorrência da noção da universalidade dos direitos humanos, que estabelece que todos os
indivíduos são igualmente destinatários dos mesmos direitos, sem distinção de qualquer espécie, e como
consequência do incremento dos fluxos internacionais, inclusive de pessoas, e da formação de espaços
internacionais comuns, como os blocos regionais, a situação jurídica dos não nacionais assemelha-se
cada vez mais à dos nacionais, gozando aqueles de quase todos os direitos destes, sem o que o
desenvolvimento das relações internacionais poderia encontrar obstáculos adicionais. (PORTELA, 2017 ).

Dessa forma, aqueles que por aqui chegam têm seus direitos resguardados e a lei aqui introduzida e as
leis próprias criadas neste solo fazem este arcabouço garantidor.

4. DA MIGRAÇÃO LEI nº 13.445/2017 E SUA APLICABILIDADE.


Quando se busca implementar algo em território nacional, para que seja garantidor de direito erga omnes
ou de um grupo especifico, se faz necessário olhar para a Constituição vigente neste país. No que tange a
migração, cabe ressaltar que o Brasil é signatário de tratados internacionais e figura como um país
acolhedor e fraternalmente alinhado. Neste viés, a Constituição garante em seu preâmbulo BRASIL
(1988):
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte, para instituir um
Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a
segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma
sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem
interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus,
a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil. (BRASIL, 1988).

Com este olhar fraternal, cabe ao legislador colocar em prática leis, normativas, decretos e demais
diplomas legais que possam ser substanciais na correlação com vontades e desejos expressados na
Constituição.
Deste modo, e lastreada no Decreto nº 9.199/2017, fora criada a Lei da Migração nº 13.455/2017, com a
finalidade de pontuar princípios e diretrizes para políticas públicas, a fim de cuidar do imigrante. A ponte
garantidora destes direitos vem da Constituição Federal que expõe de forma concreta esta proteção.
Neste diapasão, aponta GUERRA (2017):

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Após longos debates e estudos sobre a necessidade de conceber na ordem jurídica brasileira uma norma
que retratasse a situação atual dos não nacionais, que até então eram vistos como hóspedes (estrangeiro
), a matéria passou a ser regrada pela lei 13.445, de 24 de maio de 2017, que chegou em boa hora, tendo
sido concebida em conformidade com a proteção conferida aos direitos humanos na Carta Magna
brasileira. (GUERRA, 2017).
A Constituição tem a função de ser garantidora dos direitos e facilitar a operação dos meios legais para
que, aqueles que se enquadrem nos ditames, possam estar recobertos pelo direito líquido e certo. E com
isso garante que todos sejam reconhecidos, conforme aponta BRASIL (2017):
O dispositivo estabelece conceito demasiadamente amplo de migrante, abrangendo inclusive o estrangeiro
com residência em país fronteiriço, o que estende a todo e qualquer estrangeiro, qualquer que seja sua
condição migratória, a igualdade com os nacionais, violando a Constituição em seu artigo 5º, que
estabelece que aquela igualdade é limitada e tem como critério para sua efetividade a residência do
estrangeiro no território nacional. (BRASIL, 2017a, art. 1º).
O tracejar pela legalidade e lisura do processo vem trazer ao migrante potencial segurança jurídica em
estar no Brasil, seja por apenas um exíguo tempo ou para constituir família e lancer raízes nesta terra
acolhedora. Desta forma, a lei demonstra o seu equilíbrio, conforme aduz GUERRA (2017):
No caso da nova legislação, o legislador preferiu adotar a figura do migrante e do visitante (artigo1), em
conformidade com a política consagrada na atualidade em prol dos direitos humanos. De certo modo, o
termo empregado na Lei n. 13.445/2017 faz com que o indivíduo, que não seja nacional do Estado, não se
sinta estranho e preterido no local que se encontra, como se um forasteiro fosse. (GUERRA, 2017 p.7).
Ser acolhido, dar sentido a sua luta e caminhada, ter seu direito resguardado, ter o sentimento de
pertencimento e a noção de que, mesmo longe de suas raízes, poderá buscar de forma plural a
materialização de sonhos. Neste sentindo, a força da Lei de Migração faz-se cada vez mais necessária e
resoluta para estes seres humanos, singulares em sua essência e plurais em sua batalha, além das suas
fronteiras.

5 CONCLUSÃO.
Ser um país acolhedor, demonstrar a sua celeridade com a legalidade necessária para dar andamento e
clareza para aqueles que buscam refúgio entre a população nacional fazendo que estes sejam inseridos
no rol de cidadãos acobertados pelo Direito e suas vertentes, esta é a posição do Brasil no cenário de
signatário de Tratados Internacionais.
Diante destes fatores, devem ser observadas as formas pelas quais os tratados adentram e são aceitos
neste solo, suas aplicações e as nuances que devem ser analisadas para sua aceitação, para que não
haja conflitos entre as leis locais e as normas que os Tratados Internacionais trazem em sua essência.
O Brasil, como signatário de vários tratados internacionais, dentre eles, o Pacto de San José da Costa
Rica, Tratado Internacional de Direitos Humanos, entre outros, dá suporte para aquelas pessoas que
necessitam deste aporte. Cabe aqui lembrar que a nossa Constituição Federal, por si só, amplia os direitos
daqueles que por aqui chegam, valoriza sua condição de migrante e expressa, de forma clara e
exponencial, a necessidade do acolhimento deles.
Dessa forma, o Brasil, em todas as suas características, modos, ações, formatos e formas jurídicas trata
os desiguais de forma a igualá-los na medida de suas necessidades, para que assim possam ser
recepcionados e inseridos neste território de forma terna, sem percalços e amplamente assistidos pelos
recursos que aqui se têm. Um país que figura em todos os âmbitos de receptor de todas as nacionalidades

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que são signatárias dos Tratados Internacionais.


Resta expor que este artigo visou analisar os Tratados Internacionais sob a forma de acolhimento e
atuação em âmbito nacional, para dar um aporte maior para aqueles que deles dependem. Sendo assim,
olhando sob a luz da lei nº 13.445/2017 que demonstra a aplicabilidade e a força que Tratados
Internacionais podem exercer na esfera nacional.

REFERÊNCIAS

ACCIOLY, Hildebrando, G. E. N. E Silva, Casella, Paulo B., Manual de Direito Internacional Público. 19ª
Ed. Saraiva 2011.
ANTÔNIO Augusto Cançado Trindade, Gérard Peytrignet & Jaime Ruiz de Santiago. As três vertentes da
proteção internacional dos direitos da pessoa humana, San José da Costa Rica: IIDH, Comitê
Internacional da Cruz Vermelha, Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, 1996.
ARAÚJO, Luiz Alberto David e Araujo, Vidal Serrano Nunes Junior, Curso de Direito Constitucional, 5ª
edição. Ed. Saraiva, 2001.
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?Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do
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equivalentes às emendas constitucionais? Disponível em <https://www.politize.com.br/artigo-
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Travessia, n. 36, p. 15-32, jan./abr. 2000. PDF

AGRADECIMENTOS.

Em primeiro momento quero agradecer aqueles que me colocaram a disposição do mundo e do Direito,
meu pais Adézio Benedito de Oliveira e Maria Monteiro de Oliveira ( ambos in memorian), pois sem a
orientação correta e assertiva eu jamais teria chego até aqui. Nesta mesma seara preciso agradecer
minha esposa Meire Colauto de Oliveira, que devotou a mim nestes últimos 5 anos todo o suporte
necessário para que eu pudesse me dedicar a esta graduação e neste diapasão a cada membro das
minhas famílias Colauto, Monteiro, Yamaguchi, Salido e Oliveira a todos que formam esta grande família e
que soube me compreender e auxiliar nesta caminhada solitária e silenciosa. A todos meus amigos que
sempre estiveram ao meu lado e compreenderam as minhas ausências nas reuniões e eventos, Doutor
Cleison Aires, Nilza Helena, e a cada um que estão citados e marcados no meu coração e espirito; em
especial a minha grande amiga e irmã na vida e no Direito, Doutora Jenifer Garvin, por ter me inspirado
neste caminho e que me compreenderam pois estava devotado ao Direito. Aos amigos que fiz ao longo
desta graduação e que já seguem para a vida, Mariana Arrias, Camila Lorencini e Bruno Henrique Costa
da Silva, que além de serem meus suportes, também comigo constituíram laços de profundo respeito e
muito empenho ao estudo da Justiça. A cada um dos que colaboraram com organização mental deste
artigo em especial a doutora Rozilda Vidigal, minha colega de classe, que com sua orientação fraterna me
fez enxergar muito além de palavras, mas as nuances do que significa cada detalhe aqui descrito.
Agradeço a cada membro desta instituição de ensino: as pessoas que a mantem limpa e organizada, aos
colaboradores da secretaria, financeiro e pessoas que muitas vezes nem aparecem, mas que nos dão
suporte para que possamos estar sentados numa cadeira desta academia. Aos professores na que desde
o primeiro ano nos deram base e mostraram como esta profissão é digna e merece nosso empenho e

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devoção em especial a minha querida professora Silvia Regina Emiliano Gonzaga que sempre me auxiliou
esteve ao meu lado em muitas produções acadêmicas. E assim quero agradecer ao meu orientador
Doutor Rodolfo Grellet, que desde o 2º ano de graduação me orientou em vários artigos que escrevemos e
colocamos a disposição da comunidade acadêmica através de publicações e Simpósios ou revista
eletrônica, pela pareceria e motivação ao longo destes anos, MUITISSIMO obrigado meu grande mestre.
Isto posto, quero agradecer aos meu pequenos Helena e Augustus, vocês são a grande mola propulsora
do papai, para estudar, trabalhar, estar cada dia melhor, pois tudo é por vocês e para vocês. E por fim eu
agradeço a Deus que tornou tudo isso possível, Toda Honra e Toda Glória

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