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Relatório do Software Anti-plágio CopySpider


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Instruções
Este relatório apresenta na próxima página uma tabela na qual cada linha associa o conteúdo do arquivo
de entrada com um documento encontrado na internet (para "Busca em arquivos da internet") ou do
arquivo de entrada com outro arquivo em seu computador (para "Pesquisa em arquivos locais"). A
quantidade de termos comuns representa um fator utilizado no cálculo de Similaridade dos arquivos sendo
comparados. Quanto maior a quantidade de termos comuns, maior a similaridade entre os arquivos. É
importante destacar que o limite de 3% representa uma estatística de semelhança e não um "índice de
plágio". Por exemplo, documentos que citam de forma direta (transcrição) outros documentos, podem ter
uma similaridade maior do que 3% e ainda assim não podem ser caracterizados como plágio. Há sempre a
necessidade do avaliador fazer uma análise para decidir se as semelhanças encontradas caracterizam ou
não o problema de plágio ou mesmo de erro de formatação ou adequação às normas de referências
bibliográficas. Para cada par de arquivos, apresenta-se uma comparação dos termos semelhantes, os
quais aparecem em vermelho.
Veja também:
Analisando o resultado do CopySpider
Qual o percentual aceitável para ser considerado plágio?

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Modo: web / normal

Arquivos Termos comuns Similaridade


tcc laura e luis finalizado 2.0.pdf X 168 2,17
https://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMAGENS/bibli
oteca-
digital/hematologia/serie_branca/leucemias_linfomas_mieloma/l
eucemias/36-Leucemia-mieloide-cronica.pdf
tcc laura e luis finalizado 2.0.pdf X 109 1,47
https://www.scielo.br/j/rbhh/a/ZsZY8z3p9Y94JRyrRRmYWsJ
tcc laura e luis finalizado 2.0.pdf X 83 1,16
https://1library.org/article/manuscrito-
avalia%C3%A7%C3%A3o-inibidores-tirosina-quinase-
pacientes-leucemia-miel%C3%B3.z3g7nmmy
tcc laura e luis finalizado 2.0.pdf X 32 0,62
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/leucemia-mieloide-
cronica
tcc laura e luis finalizado 2.0.pdf X 25 0,39
https://www.fleury.com.br/medico/manuais-
diagnosticos/hematologia-manual/leucemia-mieloide-cronica
tcc laura e luis finalizado 2.0.pdf X 5 0,09
https://www.linguee.com/english-
greek/translation/is+of+great+importance.html
tcc laura e luis finalizado 2.0.pdf X 4 0,03
https://www.cancersa.org.au/uploads/support/Understanding_G
rief_Booklet.pdf
tcc laura e luis finalizado 2.0.pdf X 2 0,03
https://medlineplus.gov/genetics/chromosome/12
tcc laura e luis finalizado 2.0.pdf X 2 0,03
https://www.cancer.org/cancer/chronic-myeloid-
leukemia/causes-risks-prevention/what-causes.html
tcc laura e luis finalizado 2.0.pdf X 2 0,02
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4833701
Arquivos com problema de download
https://revista.abrale.org.br/inibidores-de-tirosina-quinase-sao- Não foi possível baixar o arquivo. É
importantes-na-oncologia recomendável baixar o arquivo
manualmente e realizar a análise em
conluio (Um contra todos). HTTP
response code: 301 - 30

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Arquivo 1: tcc laura e luis finalizado 2.0.pdf (3919 termos)
Arquivo 2: https://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMAGENS/biblioteca-
digital/hematologia/serie_branca/leucemias_linfomas_mieloma/leucemias/36-Leucemia-mieloide-
cronica.pdf (3966 termos)
Termos comuns: 168
Similaridade: 2,17%
O texto abaixo é o conteúdo do documento tcc laura e luis finalizado 2.0.pdf (3919 termos)
Os termos em vermelho foram encontrados no documento
https://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMAGENS/biblioteca-
digital/hematologia/serie_branca/leucemias_linfomas_mieloma/leucemias/36-Leucemia-mieloide-
cronica.pdf (3966 termos)

=================================================================================
1UNIÃO DAS INSTITUIÇÕES DE SERVIÇOS, ENSINO E
PESQUISA - UNISEPE
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO RIBEIRA -
UNIVR BACHARELADO EM BIOMEDICINA
LAURA DE FRANÇA ALVES
LUIS GUSTAVO DA VEIGA CAROTI
LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA.
Registro
2022
2LAURA DE FRANÇA ALVES, LUIS GUSTAVO DA VEIGA CAROTI
LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Centro
Universitário do Vale do Ribeira,
para a obtenção do Título de
Bacharel em Biomedicina.
Orientador: Profº: Lucas da Silva
Rezende
Registro
2022
3?Sonhos determinam o que você quer. Ação determina o que você conquista?
Aldo Novak.
4AGRADECIMENTOS
A minha mãe Marinalva e minha irmã Clara, que me incentivaram e apoiaram nos
momentos mais difíceis e por serem meu suporte e apoio ao longo desse período
dedicada a conclusão dessa graduação e da realização desse trabalho. (Laura)
Ao professor Lucas da Silva Rezende, por ter sido nosso orientador e ter

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desempenhado essa função com dedicação, compromisso e amizade.


Ao coordenador do curso Fernando Henrique Ingácio dos Santos, pelas correções,
conselhos e ensinamentos que nos permitiram desempenhar um processo de
sucesso na formação profissional durante o curso.
À instituição de ensino Universidade do Vale do Ribeira (UNIVR), que foi
essencial no nosso processo de formação acadêmica e profissional, pela
dedicação, inovação, profissionalismo e por tudo que aprendemos ao longo desses
anos no curso.
5LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ? Representação do sangue normal na primeira imagem com as células
vermelhas, brancas e plaquetas. Na segunda imagem a representação do sangue
com Leucemia onde houve uma produção exagerada de leucócitos alterados e
pouca quantidade de células vermelhas.................................................................11
Figura 2 ? Translocação (9:22) e transcrição BCR-ABL associado a LMC e
LLA.......................................................................................................................15
Figura 3 ? Perfil do hemograma nas diferentes fases da leucemia mieloide
crônica...................................................................................................................21
Figura 4 ? Mecanismo de ação do mesilato imatinibe.........................................23
6LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ATP Adenosina Trifosfato
CB Crise Bla?tica
CS Corrente Sanguínea
FA Fase Acelerada
FC Fase Crônica
LMC Leucemia Mieloide Crônica
PH Philadélfia
TK Tirosina Quinase
7SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..............................................................................................................11
2. DESENVOLVIMENTO................................................................................................13
2.1. Leucemia Mieloide Crônica..........................................................................................13
2.1.1. Cromossomo Philadélfia (Ph+)...................................................................................14
2.1.2. Sintomatologia Clínica...............................................................................................15
2.2. Fases da Leucemia Mieloide Crônica...........................................................................16
2.2.1. Crônica.......................................................................................................................17
2.2.2. Acelerada....................................................................................................................18
2.2.3. Crise blástica..............................................................................................................19
2.3. Diagnóstico Laboratorial...............................................................................................20
2.4. Terapia Farmacológica..................................................................................................22
3. METODOLOGIA..........................................................................................................23
4. OBJETIVOS...................................................................................................................24
4.1. Objetivos gerais.............................................................................................................24
4.2. Objetivos específicos.....................................................................................................24
5. CONCLUSÃO................................................................................................................26

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REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS................................................................................27
8LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.
CHRONIC MYELOID LEUKEMIA: A BIBLIGRAPHIC REVIEW.
Laura de França Alves¹, Luis Gustavo da Veiga Caroti¹, Lucas da Silva RezendeZ,
Fernando Henrique Ignácio dos Santos3.
¹ Discente em Biomedicina pela Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR)
? Registro/SP. E-mail: Laura.allvrs@gmail.com
¹ Discente em Biomedicina pela Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR)
? Registro/SP. E-mail: Luisgustavo.caroti@gmail.com
Z Biomédico, docente e orientador de Trabalho de Conclusão de Curso de
Biomedicina na Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR) ? Registro/SP.
E- mail: lucaasrezende2@gmail.com
3 Biomédico, docente e coordenador do curso de Biomedicina da Faculdades
Integradas do Vale do Ribeira (FVR) ? Registro/SP. E-mail:
biomedicina@scelisul.com.br
9ALVES, Laura de França¹. CAROTI, Luís Gustavo da VeigaZ. Chronic Myeloid
Leukemia: A Bibliographic Review. 2022. 27folhas. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Biomedicina) ? UNIVR ? Centro Universitário do Vale do
Ribeira, Registro, 2022.
RESUMO
A LMC é definida como uma doença mieloproliferativa
clonal, caracterizando uma mutação que afeta diretamente a célula tronco
hematopoiética. Clinicamente, a maioria dos exames dos pacientes que são
portadores da LMC apresentam uma leucocitose com desvio a esquerda,
neutrofilia, eosinofilia, basofilia e o principal marcador citogênico da doença:
cromossomo Philadelfia. Foi determinada como a primeira leucemia a ser
detalhada e posta em laudo para apresentar os pacientes que foram a óbito por
conta da intensa leucocitose e da hepatoesplenomegalia que essa doença causa. A
LMC apresenta uma evolução de três fases que descrevem a piora significativa da
clínica da doença. Além do cromossomo Philadelfia como principal marcador da
LMC, a presença de mutações genéticas também são responsáveis pela evolução
acelerada da patologia, como o gene trissomia de 8, isocromossomo do braço
longo do 17 e trissomia do 19. As classificações das leucemias não mostram
diferenças da crise blástica por linfoide ou mieloide, o que é de suma importância
para a análise biológica da doença, porém, aproximadamente 70% doas casos de
crise blástica são em mieloide e de 20 a 30% em linfoide. Com respostas mais
demoradas para as terapias direcionadas ao ABL, a célula primordial da LMC
possui grandes chances de ser um gatilho para a evolução da doença. As terapias
farmacológicas sofreram alterações desde ser uma conduta paliativa até o
tradamento medicamentoso, evoluindo até a terapia radiológica e apresentando
ainda mais resultado com as mostardas nitrogenadas.
Palavras-chave: Leucemias, Leucocitose, Cromossomo Philadelfia, Mutações
Genéticas.
10

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ALVES, Laura de França¹. CAROTI, Luís Gustavo da VeigaZ. Chronic Myeloid


Leukemia: A Bibliographic Review. 2022. 27folhas. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Biomedicina) ? UNIVR ? Centro Universitário do Vale do
Ribeira, Registro, 2022.
ABSTRACT
CML is defined as a clonal myeloproliferative disease,
featuring a mutation that directly affects the hematopoietic stem cell. Clinically,
most patients with CML have a leukocytosis with left shift, neutrophilia,
eosinophilia, basophilia, and the main cytogenetic marker of the disease: the
Philadelfia chromosome. It was determined as the first leukemia to be detailed and
put in a report to present the patients who died because of the intense leukocytosis
and hepatosplenomegaly that this disease causes. CML presents an evolution of
three phases that describe the significant clinical worsening of the disease. Besides
the Philadelfia chromosome as the main marker of CML, the presence of genetic
mutations are also responsible for the accelerated evolution of the pathology, such
as the trisomy 8 gene, isochromosome of the long arm of 17, and trisomy 19. The
classifications of leukemias do not show differences of the blastic crisis by
lymphoid or myeloid, which is of great importance for the biological analysis of
the disease, but approximately 70% of the cases of blastic crisis are in myeloid
and 20 to 30% in lymphoid. With more delayed responses to ABL-targeted
therapies, the primordial cell in CML has a high chance of being a trigger for
disease progression. Pharmacological therapies have changed from being a
palliative management to drug tradation, evolving to radiological therapy and
showing even more result with nitrogen mustards.
Keywords: Leukemias, Leukocytosis, Philadelfia Chromosome, Gene Mutations.
11
1. INTRODUÇÃO
A leucemia mieloide crônica (LMC) é caracterizada por disfunções
que causam uma mutação adquirida, afetando negativamente o sistema de
hematopoese, mais especificamente a célula tronco hematopoiética.
(BOLLMANN, Patricia Weinschenker & GIGLIO, Auro del.)
É caracterizada por liberar células maduras de forma exacerbada na
corrente sanguínea descrevendo uma neoplasia. Mesmo possuindo funções
diferentes entre si, as células possuem uma mesma origem na célula tronco
hematopoiética, que quando está em seu estado normal possui características
fundamentais para o sistema de hematopoese, como a autor renovação onde pode
se clonar ou produzir células distintas entre si, que é onde se encaixam os
leucócitos e as plaquetas. (BORTOLHEIRO, Teresa Cristina. & CHIATTONE,
Carlos S.)
Quando existe a alteração neoplásica causada por uma leucemia, o
processo de hematopoese são se completa de forma certa fazendo com que a
produção celular seja de maneira desregulada e exagerada de células imaturas ou
maduras que passam a percorrer pelo sangue prejudicando a saúde do indivíduo.
(LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)

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Figura 1 ? Representação do sangue normal na primeira imagem com as células vermelhas,


brancas e plaquetas. Na segunda imagem a representação do sangue com Leucemia onde
houve uma produção exagerada de leucócitos alterados e pouca quantidade de células
vermelhas.
Fonte: Cleveland Clinic, 2019.
12
A LMC é causada por uma deslocação do cromossomo 9 com o 22, o que
resulta na presença do cromossomo Philadelfia (Ph+) que é a união da região do
gene BCR do cromossomo 22 com o gene ABL do cromossomo 9, formando um
híbrido BCR-ABL no 22 q-, produzindo uma proteína quimérica que exerce uma
alta função de tirosina quinase (TK), a proteína responsável pela patologia da
LMC. (ABREU; LOPES, 2009).
Entende-se que para uma célula normal se transformar em cancerígena ela
precisa primeiramente de uma mutação, habilidades contrárias as naturais e
precisa de alguns eventos epigenéticos. As células cancerígenas são de alguma
forma mais independentes que as células em seu estado normal, possuindo maior
potencial de sobrevivência e proliferação mesmo sem a adesão de algum
substrato, e ainda possuem uma menor chance de apoptose. (LAGO, Camila do. &
PETRONI, Tatiane Ferreira.)
O gene BCR-ABL é estimulado pela fosforilação de proteínas, ou seja,
acontece sua ativação quando a tirosina quinase está ligada a um ATP. Com isso
se ativa uma cascata de crescimento sem controle e de maneira exagerada,
liberando essas células sem funções definidas na corrente sanguínea. (LAGO,
Camila do. & PETRONI, Tatiane Ferreira.)
Ainda a LMC é evoluída por três fases, sendo elas: fase crônica (FC), fase
acelerada (FA) e crise blástica (CB). Ainda na fase crônica são divididos três
subgrupos relacionados a sobrevida e com características clínicas como,
contagem de plaquetas, tamanho do baço do paciente e porcentagem dos blastos
liberados no sangue periférico. (MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas
do sangue periférico. 1ªed. São Paulo: LMP Editora LTDA, 2008.)
O diagnóstico é dado pelos achados clínicos, citogenéticos e
hematológicos encontrados no sangue periférico e medula óssea. (LAGO, Camila
do. & PETRONI, Tatiane Ferreira).
13
A chance das manifestações clínicas da doença surgirem de forma lenta e
evolutiva, deixa com que muitos pacientes tenham um diagnóstico tardio
implicando de forma negativa no tratamento, já que muitas vezes ocorre do
diagnóstico ser realizado em uma fase já evoluída da doença. Essa evolução pode
acontecer em um período de três a cinco anos, saindo da fase crônica para uma
fase mais avançada ou até diretamente para a fase de crise blástica sendo etapas de
difícil controle. (LAGO, Camila do. & PETRONI, Tatiane Ferreira.)
Atualmente o tratamento padrão para a LMC são com os inibidores de
tirosina quinase, mais especificamente o imatinibe, dasatinibe e nilotinibe. Estes
fármacos são eficazes e capazes de controlar a sintomatologia da doença com uma

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toxicidade relativamente baixa. São de administração oral e podem ser utilizadas


fora do ambiente hospitalar. Para os pacientes que são imunes a esses
medicamentos, a opção mais indicada é o transplante de medula óssea alogênico.
(MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico. 1ªed. São
Paulo: LMP Editora LTDA, 2008.)
Falando em epidemiologia estima-se que 14% das leucemias são
representadas pela Leucemia mieloide crônica, com aproximadamente 1,6 casos a
cada 100.000 pessoas por ano. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. Leucemia Mieloide Crônica
A Leucemia Mieloide Crônica (LMC) é caracterizada como uma
neoplasia maligna por haver um aumento de maneira exagerada de células jovens
na corrente sanguínea, as quais não passaram por maturação nem apresentam uma
função definida. Além dessas numerosas células presentes na corrente sanguínea
(CS), ainda temos as hemácias, plaquetas e os leucócitos os quais formam o
conjunto de células da CS, essas células se diferenciam pelas suas funções
específicas e também de maneira morfológica. (PEIXOTO, Paloma P.A.
Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
14
Apesar da diferenciação dessas células, todas são originadas de um mesmo
processo conhecido como hematopoese, processo que ocorre de forma prioritária
na medula óssea a partir das células tronco hematopoiéticas indefinidas.
Características que devem ser ressaltadas dessas células são a de autorrenovação e
a capacidade de formar células diferentes de si, ou seja, a principal função dessa
célula é produzir novas células iguais a si e também células diferentes com
funções individuais. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
A LMC é definida como uma doença mieloproliferativa clonal,
caracterizando uma mutação que afeta diretamente a célula tronco hematopoiética.
Clinicamente, a maioria dos exames dos pacientes portadores da LMC
apresentam-se com leucocitose com desvio a esquerda, neutrofilia, eosinofilia,
basofilia e o principal marcador citogênico da doença, o cromossomo Philadelfia.
(PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
Foi a primeira leucemia a ser detalhada e posta em escrita para apresentar
os pacientes que faleceram por conta da intensa leucocitose e da
hepatoesplenomegalia que essa doença apresenta. (PEIXOTO, Paloma P.A.
Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
2.1.1. Cromossomo Philadelfia (Ph+)
Para ocorrer uma anormalidade genética é necessário que haja uma
alteração nas cópias de DNA e estruturas dissemelhantes que resultam uma
mutação ou junção de genes. (ZAGO, M.A.; FALCÃO, A.; PASQUINI, R.P.
Tratado de Hematologia. 1ªed. p.417. São Paulo: Editora Atheneu, 2013).
Em específico o cromossomo Philadelfia surge a partir de um processo de
translocação entre os braços alongados dos cromossomos 9 e 22, onde se sobrepõe
a oncogenese ABL, que é mapeada no cromossomo 9 ao gene BCR que é

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mapeado no cromossomo 22. Esse gene desenvolvido a partir dessa fusão é


descrito como RNAm BCR-ABLI. O cromossomo Philadelfia traz esse nome por
ter sido descoberto justamente na cidade de Philadelphia. (ZAGO, M.A.;
15
FALCÃO, A.; PASQUINI, R.P. Tratado de Hematologia. 1ªed. p.417. São
Paulo: Editora Atheneu, 2013).
Em sua relação gênica normal, o genes BCR e ABL são responsáveis por
diferentes funções, sendo o BCR: proteína relacionada à regulação do ciclo
celular, ABL: responsável por codificar uma proteína tirosina-quinase. Sendo
assim, quando há uma mutação de translocação nesses genes causando a célula
leucêmica BCR-ABL, a mesma vai estimular uma produção constante de células
jovens na corrente sanguínea, aumentando a atividade tirosina-quinase de forma
significativa, causando a Leucemia Mieloide Crônica. (ZAGO, M.A.; FALCÃO,
A.; PASQUINI, R.P. Tratado de Hematologia. 1ªed. p.417. São Paulo: Editora
Atheneu, 2013).
Figura 2. Translocação (9:22) e transcrição BCR-ABL associada a LMC, LMA e LLA)
FONTE: (AVELINO et. al, 2017).
2.1.2. Sintomatologia Clínica
Os principais sinais e sintomas que essa doença apresenta então
relacionados a produção intensa de células na medula óssea e sua liberação
precoce e exacerbada na corrente sanguínea. (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia
Mieloide Crônica. 2017)
16
A Leucemia Mieloide Crônica apresenta um quadro clínico de leucocitose
com desvio a esquerda, isto é, apresenta sua maior parte os leucócitos em suas
formas mais jovens como, mielócitos e metamielócitos, não respeitando a ordem
natural da maturação dessas células na medula óssea. (MONTENEGRO¹,
SANTOSZ & VEITH3 - 2008)
Em adultos e em crianças as manifestações clínicas apresentam
semelhanças, apesar de significativamente o quadro pediátrico da doença ressaltar
um maior número de leucócitos na corrente sanguínea. (BORTOLHEIRO, Teresa
C. & CHIATTONE, Carlos S.)
A hiperleucocitose caracterizada por: >100x100/L, desencadeia a síndrome
de hiperviscosidade, a qual apresenta sangramentos de mucosa, retinopatia,
alterações neurológicas e pode esporadicamente desenvolver uma insuficiência
cardíaca afetando o sistema cardiovascular. Apesar desses sintomas causados pela
LMC, existem ainda os sinais e sintomas mais comuns que os pacientes portadores
da doença apresentam, por consequência da hiperleucocitose pode ocorrer casos
de perda auditiva neurossensorial ou uma isquemia intracoclear e perda visual.
(BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE, Carlos S.)
Alguns pacientes relatam dores abdominais, cansaço, palidez por conta de
anemias causadas por sangramentos proveniente de uma disfunção plaquetária. A
esplenomegalia é um sinal importante e vem se apresentando em um número
elevado de pacientes, e é a mesma que causa os sintomas anteriores. (PEIXOTO,

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Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)


É importante ressaltar que o diagnóstico ocorre nos exames laboratoriais
de rotina, pois a sintomatologia da LMC é de muita discrição. (PEIXOTO,
Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
2.2. Fases da Leucemia Mieloide Crônica (LMC)
A LMC evoluí por três fases que descrevem a piora significativa da
clínica da doença. Essas fases se progridem de forma maligna de Crônica para
17
Acelerada e de Acelerada para um Crise Blástica. É importante entender que na
prática os pacientes não necessariamente seguem uma ordem correta dessa
progressão, podendo sair de uma fase crônica diretamente para uma crise blástica
de forma acentuada. (LAGO¹ & PETRONIZ - 2017)
Por conta da descoberta dessa alteração gênica, além de aprimorar o
diagnóstico ainda permitiu o desenvolvimento de terapias dirigidas contra o efeito
molecular causado na alteração gênica. (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia
Mieloide Crônica. 2017)
2.2.1. Crônica
A fase crônica é onde a grande maioria dos pacientes se encontram
e cerca de 20% a 40% dos pacientes são assintomáticos, frequentemente são
identificados por exames de rotinas quando analisados uma leucocitose acentuada
e assim diagnosticados como portadores de LMC. (LAGO¹ & PETRONIZ - 2017)
Além do principal marcador dessa doença, o cromossomo Philadelfia, a
presença de mais mutações genéticas também são responsáveis pela evolução
acelerada doença, como o gene trissomia de 8, isocromossomo do braço longo do
17 e trissomia do 19. Esses são os maiores responsáveis pela progressão da LMC
de fase acelerada para a fase de crise blástica. (BORTOLHEIRO, Teresa C. &
CHIATTONE, Carlos S.)
Clinicamente em exames de rotinas a hemoglobina pode ainda estar
normal ou apresentar uma leve anemia, plaquetas normalmente normal ou
elevadas, salvo cerca de 5% dos casos que apresentam plaquetopenia. A fofatase
alcalina intraleucocitária é reduzida em aproximadamente 90% dos pacientes que
estão na fase crônica. (SOSSEIA¹, ZOPPASZ & WEBER3 ? 2017).
A biópsia na medula óssea é necessária para o diagnóstico averiguar a
presença de fibrose que pode se apresentar com a progressão da doença. A anemia
severa com esplenomegalia acentuada e hiperplasia megacariocítica desenvolvem
18
o aumento da reticulina em cerca de 40% dos pacientes diagnósticados.
(BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE, Carlos S.)
Apresenta sintomas comuns, como: fadiga, febre, suor, fraqueza, perda
significativa de peso, sudorese noturna e esplenomegalia. Alguns sintomas mais
específicos são encontrados com muito menos frequência pois aparecem com uma
leucocitose >250.000/mm3, o que é difícil de acontecer na fase crônica. (MELO,
Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico. 1ªed. São Paulo:
LMP Editora LTDA, 2008.)

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Essa fase perdura normalmente de 3 a 5 anos dependendo de cada


indivíduo. (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
Essa fase ainda se apresenta como benigna, fica marcada pela hiperplasia
medular e capacidade de maturação das células mieloides. Existe uma maior
facilidade no controle das manifestações dessa doença na corrente sanguínea com
terapias farmacológicas de maneira convencional. (BORTOLHEIRO, Teresa C. &
CHIATTONE, Carlos S.)
2.2.2. Acelerada
É a fase precedente a crise blástica, apresenta um difícil controle da
doença. Desenvolve um aumento nos blastos na medula óssea e aumento na
contagem desses blastos na corrente sanguínea. Além desse aumento, também
apresenta leucocitose com acentuado desvio a esquerda, basofilia, anemia e
variação no número de plaquetas. (BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE,
Carlos S.)
Na maioria das vezes se classifica os pacientes na fase acelerada quando
existe a evolução clonal, porém, a OMS declara que a evolução clonal é
significativa se ocorrer durante o tratamento e não ao diagnóstico.
(BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE, Carlos S.)
Os pacientes portadores da Leucemia Mieloide Crônica são dificilmente
diagnosticados na fase acelerada, pois, a evolução do tratamento com os inibidores
19
de tirosino quinase vem reduzindo o número de pacientes que evoluem da fase
crônica para a fase acelerada. Apesar da progressão do tratamento com imatinibe,
a sobrevivência dos pacientes em fase acelerada permanece de um a dois anos.
(PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
São considerados pacientes em fase acelerada quando apresentam alguma
dessas características:
? Amostras de sangue ou da medula óssea que possuem mais de 15%
e menos de 30 % de blastos;
? Nas lâminas hematológicas apresentarem cerca de 20% de
basófilos;
? As células do sangue serem compostas por aproximadamente 30%
de blastos e promielócitos;
? Apresenta plaquetopenia que não foi causada devido ao tratamento;
? Apresenta o cromossomo Philadelfia e alterações cromossômicas
nas células leucêmicas. (BORTOLHEIRO, Teresa C. &
CHIATTONE, Carlos S.)
2.2.3. Crise Blástica
A crise blástica é o quadro clínico de mais fácil identificação já que
de acordo com a OMS, é considerada uma crise blástica quando os blastos
alcançarem 20% da soma ou mais. As classificações da leucemias normalmente
não diferenciam a crise blástica por linfóide ou mielóide, o que é de suma
importância para análise biológica da doença, porém, se apresentam em
aproximadamente 70% dos caos de crise blástica em mielóide e de 20 a 30% em

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linfoide. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)


A transformação das células na cb (crise blástica) mielóide ocorre tanto em
linhagens distintas e simultaneamente, quanto permanece em uma só linhagem
(mieloblástica, eosinofílica, basofílica, monocítica, megacarioblástica,
20
eritroblástica ou todas elas em conjunto. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria
Theresa C. L.)
A fisiopatologia da crise blástica ainda não possui uma descrição concisa,
porém, nos últimos anos algumas explicações foram apresentadas como modelo.
O BCR-ABL é responsável pela evolução da instabilidade genômica e por
alterações epigenéticas da célula primordial ou célula madura na LMC, o que
significa que o nível da instabilidade é proporcional a atividade quinase
apresentada por BCR-ABL. Com resposta mais demorada para as terapias
direcionadas ao ABL, a célula primordial da LMC possui grandes chances de ser
um gatilho para a evolução da doença. Todas essas anormalidades induzem a
perda da eficiência de diferenciação celular, e acelera à evolução para uma doença
de forma mais agressiva.. (MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do
sangue periférico. 1ªed. São Paulo: LMP Editora LTDA, 2008.)
2.3. Diagnóstico Laboratorial
Para definir um diagnóstico da leucemia mielóide crônica é
necessário uma avaliação clínica extensiva, aplicando vários exames e métodos
podendo ser um tanto quanto cansativo para o paciente. Alguns exames que
podem ser realizados são:
? Exame de Sangue periférico, Mielograma, Biópsia de Medula, Análise
celular por citometria de fluxo, citogenética e biologia molecular. (LOPES,
Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
O hemograma é feito em sangue periférico e quando a amostra apresenta a
LCM os dados se apresentam com leucocitose de aproximadamente
250.000/mm3, podendo variar de 20.000 a 600.000/mm3 e uma taxa anormal de
granulócitos na circulação sanguínea, onde são protagonizados por blastos
leucêmicos, promielócitos e granulócitos já maduros. Pode também apresentar
eosinofilia e basofilia. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
21
Como uma ferramenta muito relevante para identificação da doença, a
necessidade de uma interpretação do hemograma de forma minuciosa é de suma
importância para que siga o caminho correto para o diagnóstico. Nos estágios
iniciais da doença é característico no sangue periférico a elevação dos basófilos,
observa-se trombocitose e um baixo nível de fosfatase alcalina leucocitária
(mesmo que esse teste venha perdendo o uso levando em conta o aumento do uso
das análises cetogênicas e moleculares). Em alguns pacientes nos estágios iniciais
apresentam alterações nos ciclos de contagem dos leucócitos em períodos de 50 a
70 dias, variando entre níveis leucêmicos e níveis normais, sendo necessário
diagnósticos diferenciais entre a leucemia, neutrofilia reacional e outras leucemias
mieloides. (SOSSEIA¹, ZOPPASZ & WEBER3 ? 2017).

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Figura 3. Perfil do hemograma nas diferentes fases da leucemia mielóide crônica.


Fonte: PEIXOTO, Paloma P. de Aquino. - 2017.
22
2.4. Terapia Farmacológica
A terapia farmacológica foi sofrendo diversas alterações com o
passar do tempo, iniciando com uma conduta paliativa até iniciar os tratamentos
com medicamentos começando pela solução de Fowler (uma solução de trióxido
de arsênico a 1%) onde foi constatado a diminuição do baço e do número de
leucócitos, e apresentando uma melhora na taxa anêmica. O risco do Fowler era
seu nível de toxicidade para o organismo, porém o arsênico ainda foi utilizado
como tratamento até 1903 quando se iniciou a terapia radiológica que apresentava
bons resultados assim como o arsênico, porém, ainda não subia as taxas de
expectativa de vida dos indivíduos. As mostardas nitrogenadas foram as apostas
de tratamento nos anos seguintes, onde levaram ai desenvolvimento do
bulssulfano (agente citostático de tratamento paliativo) em 1953. (ABREU;
LOPES, 2009).
O bulssulfano foi ainda utilizado pelos posteriores 35 anos por ter sido
comprovado ser mais eficiente que a radioterapia e as drogas utilizadas
anteriormente, após esse período foi substituído pro fármacos com menor nível de
toxicidade como a hidroxiuréia e alfa-interferon. (BERGANTINIZ, CASTROZ,
SOUZA3 et al. - 2005)
A associação da proteína quinase BCR-ABL com a leucemia mielóide
crônica, permitiu que substâncias diretamente específicas para a doença fossem
desenvolvidas. Em 1996 surgiu o mesilato de imatinibe, foi aprovado pelo U.S.
Food and Drug admnistration em 2001, após ser estudado em duas fases para sua
admnistração em pacientes leucêmicos em qualquer das fases da LCM. Essa droga
(mesilato de imatinibe) é um fármaco de primeira geração e age inibindo a
proteína tirosina quinase (TKI), foi a primeira terapia direcionada utilizada em
pacientes oncológicos, mudando o desfecho e manipulação dessa doença.
(ABREU; LOPES, 2009).
Composto por 2-fenil-amino-primidina, o mesilato de imatinibe é um
inibidor seletivo da proteína tirosina quinase, ?[?] ATP dependente, cujo
mecanismo de ação leva ao bloqueio competitivo do ATP, impedindo a
fosforilação do domínio tirosina quinase de ABL e consequentemente, a
23
sinalização energética para a proliferação celular e inibição da apoptosecelular,
revertendo, assim, parte importante da patogênese da LMC, com redução da
proliferação tumoral e aumento da apoptose? (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia
Mieloide Crônica. 2017)
A dose indicada é de 400mg/dia, administrado por via oral, podendo variar
de acordo com a fase e evolução da doença. (ABREU; LOPES, 2009).
Figura 4. Mecanismo de ação do mesilato de imatinibe.
Fonte: ZAHARIEVA, et al. 2013)
24

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3. METODOLOGIA
Para a construção do trabalho foi feito o levantamento de artigos
científicos que se encontraram disponíveis na plataforma virtual SciElo (Scientific
Eletronic Library Online) com a busca de termos: Leucemia Mieloide Crônica, LMC,
Leucemias; nos livros: Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico
(MELO, Márcio) e Tratado de Hematologia (ZAGO, Marco A.¹ FALCÃO, Roberto
P.Z PASQUINI, Ricardo.3). Assim foram selecionadas as bibliografias que mais se
encaixavam com o objetivo do trabalho, realizando um estudo ativo de maneira
minuciosa dos conteúdos para o desenvolvimento deste trabalho, caracterizando-o
como uma revisão bibliográfica.
4. OBJETIVOS
4.1. Objetivos Gerais
Apresentar uma revisão descritiva da Leucemia Mieloide Crônica com suas
principais origens, métodos de diagnósticos e identificação, tratamentos utilizados
para o tratamento e gerenciamento da evolução da doença.
4.2. Objetivos Específicos
? Definir as causas da Leucemia Mieloide Crônica;
? Apresentar as fases evolutivas da doença e suas características;
? Analisar os métodos de diagnósticos laboratoriais para identificação do tipo
da doença e em que nível ela se encontra;
? Conhecer as terapias de tratamento da doença e sua evolução tecnológica com
o tempo, oferendo cada vez mais qualidade de vida ao indivíduo e menos
riscos tóxicos e efeitos colaterais.
25
5. CONCLUSÃO
A leucemia mieloide crônica é apresentada como uma neoplasia,
possui sintomas comuns, diversos e ainda existem casos de pacientes
assintomáticos com uma certa frequência, o que mostra o quão importante é o
diagnóstico laboratorial da doença.
O avanço das tecnologias favorecem a complexidade dos exames o que
induz a avaliações mais específicas e concisas, levando a análises citogenéticas e
moleculares de forma precisa, que além de confirmar o diagnóstico também faz o
gerenciamento da evolução da doença e faz parte da conduta terapêutica.
Entretanto, o hemograma segue possuindo uma grande importância por ser um
método de fácil manuseio, e quando realizado por profissionais da saúde
capacitados, contribui no reconhecimento de novos quadros de leucemia mieloide
crônica e também no acompanhamento de pacientes já acometidos pela doença.
Quando se fala nas opções de tratamento da doença, destaca-se o mesilato
de imatinibe como a primeira escolha pelos profissionais, porém, em casos de
pacientes que possuem alguma resistência ao mesilato de imatinibe, outro método
de tratamento que entra como uma segunda escolha são os inibidores de tirosina-
quinase de segunda geração.
É de suma relevância o diagnóstico precoce da LMC para que haja uma
possibilidade de postergação das complicações que acompanham o indivíduo,

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aumentando sua qualidade e expectativa de vida.


26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
1. PEIXOTO, Paloma P. de Aquino. Leucemia Mielóide Crônica: Uma revisão
de literatura. Disponível em: Biblioteca digital da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte ? Centro de Biociências. Natal, Dezembro ? 2017. Acesso em:
18 de maio de 2022.
2. BORTOLHEIRO, Teresa C.¹ & CHIATTONE, Carlos S.Z Leucemia Mielóide
Crônica: história natural e classificação. Disponível em: Rev. Bras. hematol.
Hemoter. 2008;30 (Supl. 1) 3-7. São Paulo. Acesso em: 26 de maio de 2022.
3. BARBOZA, Ludana P.¹ SOUZA, Jamison M.Z SIMÕES, Felippe V.3
BRAGANÇA, Iracema C.4 ABDELHAY, Eliana5. Análise dos transcritos da
translocação t(9;22) em Leucemia Mielóide Crônica. Disponível em: Rev.
Bras, hematol. Hemoter., 2000,22(2): 89-98 ? Rio de Janeiro. Acesso em: 12 de
maio de 2022.
4. DOBBIN, Jane de Almeida¹ & GADELHA, Maria Inez PordeusZ. Mesilato de
Imatinibe para Tratamento de Leucemia Mielóide Crônica. Disponível em:
Revista Brasileira de Cancerologia, 2002, 48(3): 429-438 ? Rio de Janeiro. Acesso
em 28 de Julho de 2022.
5. MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico. 1ª
edição, São Paulo: Livraria Médica Paulista Editora LTDA, 2008.
6. ZAGO, Marco A.¹ FALCÃO, Roberto P.Z PASQUINI, Ricardo.3 Tratado de
Hematologia. São Paulo: Editora Atheneu, 2013.
7. LAGO, Camila do¹& PETRONI, Tatiane FerreiraZ. Fisiopatologia e
Diagnóstico da Leucemia Mieloide Crônica. V1, n.1: Revista Saúde UniToledo,
2017.
27
8. SOSSELA, Fernanda Roberta¹. ZOPPAS, Bárbara Catarina de AntoniZ.
WEBER, Liliana Portal3. Leucemia Mieloide Crônica: aspectos clínicos,
diagnóstico, principais alterações observadas no hemograma. RBAC,
49(2):127-30. 2017.
9. BERGANTINI, Ana Paula F¹. CASTRO, Fabíola AZ. SOUZA, Ana M3.
FETT- CONTE, Agnes C4. Leucemia Mieloide Crônica e o sistema Fas-FasL.
Rev. Bras. hematol. Hemoter. Pág. 120-125. 2005.
10. MONTENEGRO, Vanderléia da S¹. SANTOS, Vera Maria Valporto OZ.
VEITH, Melissa3. Análise Citogenética na Leucemia Mieloide Crônica. Rev.
Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba, v10, n.3, p

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=================================================================================
Arquivo 1: tcc laura e luis finalizado 2.0.pdf (3919 termos)
Arquivo 2: https://www.scielo.br/j/rbhh/a/ZsZY8z3p9Y94JRyrRRmYWsJ (3557 termos)
Termos comuns: 109
Similaridade: 1,47%
O texto abaixo é o conteúdo do documento tcc laura e luis finalizado 2.0.pdf (3919 termos)
Os termos em vermelho foram encontrados no documento
https://www.scielo.br/j/rbhh/a/ZsZY8z3p9Y94JRyrRRmYWsJ (3557 termos)

=================================================================================
1UNIÃO DAS INSTITUIÇÕES DE SERVIÇOS, ENSINO E
PESQUISA - UNISEPE
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO RIBEIRA -
UNIVR BACHARELADO EM BIOMEDICINA
LAURA DE FRANÇA ALVES
LUIS GUSTAVO DA VEIGA CAROTI
LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA.
Registro
2022
2LAURA DE FRANÇA ALVES, LUIS GUSTAVO DA VEIGA CAROTI
LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Centro
Universitário do Vale do Ribeira,
para a obtenção do Título de
Bacharel em Biomedicina.
Orientador: Profº: Lucas da Silva
Rezende
Registro
2022
3?Sonhos determinam o que você quer. Ação determina o que você conquista?
Aldo Novak.
4AGRADECIMENTOS
A minha mãe Marinalva e minha irmã Clara, que me incentivaram e apoiaram nos
momentos mais difíceis e por serem meu suporte e apoio ao longo desse período
dedicada a conclusão dessa graduação e da realização desse trabalho. (Laura)
Ao professor Lucas da Silva Rezende, por ter sido nosso orientador e ter
desempenhado essa função com dedicação, compromisso e amizade.
Ao coordenador do curso Fernando Henrique Ingácio dos Santos, pelas correções,
conselhos e ensinamentos que nos permitiram desempenhar um processo de
sucesso na formação profissional durante o curso.

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À instituição de ensino Universidade do Vale do Ribeira (UNIVR), que foi


essencial no nosso processo de formação acadêmica e profissional, pela
dedicação, inovação, profissionalismo e por tudo que aprendemos ao longo desses
anos no curso.
5LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ? Representação do sangue normal na primeira imagem com as células
vermelhas, brancas e plaquetas. Na segunda imagem a representação do sangue
com Leucemia onde houve uma produção exagerada de leucócitos alterados e
pouca quantidade de células vermelhas.................................................................11
Figura 2 ? Translocação (9:22) e transcrição BCR-ABL associado a LMC e
LLA.......................................................................................................................15
Figura 3 ? Perfil do hemograma nas diferentes fases da leucemia mieloide
crônica...................................................................................................................21
Figura 4 ? Mecanismo de ação do mesilato imatinibe.........................................23
6LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ATP Adenosina Trifosfato
CB Crise Bla?tica
CS Corrente Sanguínea
FA Fase Acelerada
FC Fase Crônica
LMC Leucemia Mieloide Crônica
PH Philadélfia
TK Tirosina Quinase
7SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..............................................................................................................11
2. DESENVOLVIMENTO................................................................................................13
2.1. Leucemia Mieloide Crônica..........................................................................................13
2.1.1. Cromossomo Philadélfia (Ph+)...................................................................................14
2.1.2. Sintomatologia Clínica...............................................................................................15
2.2. Fases da Leucemia Mieloide Crônica...........................................................................16
2.2.1. Crônica.......................................................................................................................17
2.2.2. Acelerada....................................................................................................................18
2.2.3. Crise blástica..............................................................................................................19
2.3. Diagnóstico Laboratorial...............................................................................................20
2.4. Terapia Farmacológica..................................................................................................22
3. METODOLOGIA..........................................................................................................23
4. OBJETIVOS...................................................................................................................24
4.1. Objetivos gerais.............................................................................................................24
4.2. Objetivos específicos.....................................................................................................24
5. CONCLUSÃO................................................................................................................26
REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS................................................................................27
8LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.
CHRONIC MYELOID LEUKEMIA: A BIBLIGRAPHIC REVIEW.
Laura de França Alves¹, Luis Gustavo da Veiga Caroti¹, Lucas da Silva RezendeZ,

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Fernando Henrique Ignácio dos Santos3.


¹ Discente em Biomedicina pela Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR)
? Registro/SP. E-mail: Laura.allvrs@gmail.com
¹ Discente em Biomedicina pela Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR)
? Registro/SP. E-mail: Luisgustavo.caroti@gmail.com
Z Biomédico, docente e orientador de Trabalho de Conclusão de Curso de
Biomedicina na Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR) ? Registro/SP.
E- mail: lucaasrezende2@gmail.com
3 Biomédico, docente e coordenador do curso de Biomedicina da Faculdades
Integradas do Vale do Ribeira (FVR) ? Registro/SP. E-mail:
biomedicina@scelisul.com.br
9ALVES, Laura de França¹. CAROTI, Luís Gustavo da VeigaZ. Chronic Myeloid
Leukemia: A Bibliographic Review. 2022. 27folhas. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Biomedicina) ? UNIVR ? Centro Universitário do Vale do
Ribeira, Registro, 2022.
RESUMO
A LMC é definida como uma doença mieloproliferativa
clonal, caracterizando uma mutação que afeta diretamente a célula tronco
hematopoiética. Clinicamente, a maioria dos exames dos pacientes que são
portadores da LMC apresentam uma leucocitose com desvio a esquerda,
neutrofilia, eosinofilia, basofilia e o principal marcador citogênico da doença:
cromossomo Philadelfia. Foi determinada como a primeira leucemia a ser
detalhada e posta em laudo para apresentar os pacientes que foram a óbito por
conta da intensa leucocitose e da hepatoesplenomegalia que essa doença causa. A
LMC apresenta uma evolução de três fases que descrevem a piora significativa da
clínica da doença. Além do cromossomo Philadelfia como principal marcador da
LMC, a presença de mutações genéticas também são responsáveis pela evolução
acelerada da patologia, como o gene trissomia de 8, isocromossomo do braço
longo do 17 e trissomia do 19. As classificações das leucemias não mostram
diferenças da crise blástica por linfoide ou mieloide, o que é de suma importância
para a análise biológica da doença, porém, aproximadamente 70% doas casos de
crise blástica são em mieloide e de 20 a 30% em linfoide. Com respostas mais
demoradas para as terapias direcionadas ao ABL, a célula primordial da LMC
possui grandes chances de ser um gatilho para a evolução da doença. As terapias
farmacológicas sofreram alterações desde ser uma conduta paliativa até o
tradamento medicamentoso, evoluindo até a terapia radiológica e apresentando
ainda mais resultado com as mostardas nitrogenadas.
Palavras-chave: Leucemias, Leucocitose, Cromossomo Philadelfia, Mutações
Genéticas.
10
ALVES, Laura de França¹. CAROTI, Luís Gustavo da VeigaZ. Chronic Myeloid
Leukemia: A Bibliographic Review. 2022. 27folhas. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Biomedicina) ? UNIVR ? Centro Universitário do Vale do
Ribeira, Registro, 2022.

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ABSTRACT
CML is defined as a clonal myeloproliferative disease,
featuring a mutation that directly affects the hematopoietic stem cell. Clinically,
most patients with CML have a leukocytosis with left shift, neutrophilia,
eosinophilia, basophilia, and the main cytogenetic marker of the disease: the
Philadelfia chromosome. It was determined as the first leukemia to be detailed and
put in a report to present the patients who died because of the intense leukocytosis
and hepatosplenomegaly that this disease causes. CML presents an evolution of
three phases that describe the significant clinical worsening of the disease. Besides
the Philadelfia chromosome as the main marker of CML, the presence of genetic
mutations are also responsible for the accelerated evolution of the pathology, such
as the trisomy 8 gene, isochromosome of the long arm of 17, and trisomy 19. The
classifications of leukemias do not show differences of the blastic crisis by
lymphoid or myeloid, which is of great importance for the biological analysis of
the disease, but approximately 70% of the cases of blastic crisis are in myeloid
and 20 to 30% in lymphoid. With more delayed responses to ABL-targeted
therapies, the primordial cell in CML has a high chance of being a trigger for
disease progression. Pharmacological therapies have changed from being a
palliative management to drug tradation, evolving to radiological therapy and
showing even more result with nitrogen mustards.
Keywords: Leukemias, Leukocytosis, Philadelfia Chromosome, Gene Mutations.
11
1. INTRODUÇÃO
A leucemia mieloide crônica (LMC) é caracterizada por disfunções
que causam uma mutação adquirida, afetando negativamente o sistema de
hematopoese, mais especificamente a célula tronco hematopoiética.
(BOLLMANN, Patricia Weinschenker & GIGLIO, Auro del.)
É caracterizada por liberar células maduras de forma exacerbada na
corrente sanguínea descrevendo uma neoplasia. Mesmo possuindo funções
diferentes entre si, as células possuem uma mesma origem na célula tronco
hematopoiética, que quando está em seu estado normal possui características
fundamentais para o sistema de hematopoese, como a autor renovação onde pode
se clonar ou produzir células distintas entre si, que é onde se encaixam os
leucócitos e as plaquetas. (BORTOLHEIRO, Teresa Cristina. & CHIATTONE,
Carlos S.)
Quando existe a alteração neoplásica causada por uma leucemia, o
processo de hematopoese são se completa de forma certa fazendo com que a
produção celular seja de maneira desregulada e exagerada de células imaturas ou
maduras que passam a percorrer pelo sangue prejudicando a saúde do indivíduo.
(LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
Figura 1 ? Representação do sangue normal na primeira imagem com as células vermelhas,
brancas e plaquetas. Na segunda imagem a representação do sangue com Leucemia onde
houve uma produção exagerada de leucócitos alterados e pouca quantidade de células
vermelhas.

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Fonte: Cleveland Clinic, 2019.


12
A LMC é causada por uma deslocação do cromossomo 9 com o 22, o que
resulta na presença do cromossomo Philadelfia (Ph+) que é a união da região do
gene BCR do cromossomo 22 com o gene ABL do cromossomo 9, formando um
híbrido BCR-ABL no 22 q-, produzindo uma proteína quimérica que exerce uma
alta função de tirosina quinase (TK), a proteína responsável pela patologia da
LMC. (ABREU; LOPES, 2009).
Entende-se que para uma célula normal se transformar em cancerígena ela
precisa primeiramente de uma mutação, habilidades contrárias as naturais e
precisa de alguns eventos epigenéticos. As células cancerígenas são de alguma
forma mais independentes que as células em seu estado normal, possuindo maior
potencial de sobrevivência e proliferação mesmo sem a adesão de algum
substrato, e ainda possuem uma menor chance de apoptose. (LAGO, Camila do. &
PETRONI, Tatiane Ferreira.)
O gene BCR-ABL é estimulado pela fosforilação de proteínas, ou seja,
acontece sua ativação quando a tirosina quinase está ligada a um ATP. Com isso
se ativa uma cascata de crescimento sem controle e de maneira exagerada,
liberando essas células sem funções definidas na corrente sanguínea. (LAGO,
Camila do. & PETRONI, Tatiane Ferreira.)
Ainda a LMC é evoluída por três fases, sendo elas: fase crônica (FC), fase
acelerada (FA) e crise blástica (CB). Ainda na fase crônica são divididos três
subgrupos relacionados a sobrevida e com características clínicas como,
contagem de plaquetas, tamanho do baço do paciente e porcentagem dos blastos
liberados no sangue periférico. (MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas
do sangue periférico. 1ªed. São Paulo: LMP Editora LTDA, 2008.)
O diagnóstico é dado pelos achados clínicos, citogenéticos e
hematológicos encontrados no sangue periférico e medula óssea. (LAGO, Camila
do. & PETRONI, Tatiane Ferreira).
13
A chance das manifestações clínicas da doença surgirem de forma lenta e
evolutiva, deixa com que muitos pacientes tenham um diagnóstico tardio
implicando de forma negativa no tratamento, já que muitas vezes ocorre do
diagnóstico ser realizado em uma fase já evoluída da doença. Essa evolução pode
acontecer em um período de três a cinco anos, saindo da fase crônica para uma
fase mais avançada ou até diretamente para a fase de crise blástica sendo etapas de
difícil controle. (LAGO, Camila do. & PETRONI, Tatiane Ferreira.)
Atualmente o tratamento padrão para a LMC são com os inibidores de
tirosina quinase, mais especificamente o imatinibe, dasatinibe e nilotinibe. Estes
fármacos são eficazes e capazes de controlar a sintomatologia da doença com uma
toxicidade relativamente baixa. São de administração oral e podem ser utilizadas
fora do ambiente hospitalar. Para os pacientes que são imunes a esses
medicamentos, a opção mais indicada é o transplante de medula óssea alogênico.
(MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico. 1ªed. São

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Paulo: LMP Editora LTDA, 2008.)


Falando em epidemiologia estima-se que 14% das leucemias são
representadas pela Leucemia mieloide crônica, com aproximadamente 1,6 casos a
cada 100.000 pessoas por ano. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. Leucemia Mieloide Crônica
A Leucemia Mieloide Crônica (LMC) é caracterizada como uma
neoplasia maligna por haver um aumento de maneira exagerada de células jovens
na corrente sanguínea, as quais não passaram por maturação nem apresentam uma
função definida. Além dessas numerosas células presentes na corrente sanguínea
(CS), ainda temos as hemácias, plaquetas e os leucócitos os quais formam o
conjunto de células da CS, essas células se diferenciam pelas suas funções
específicas e também de maneira morfológica. (PEIXOTO, Paloma P.A.
Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
14
Apesar da diferenciação dessas células, todas são originadas de um mesmo
processo conhecido como hematopoese, processo que ocorre de forma prioritária
na medula óssea a partir das células tronco hematopoiéticas indefinidas.
Características que devem ser ressaltadas dessas células são a de autorrenovação e
a capacidade de formar células diferentes de si, ou seja, a principal função dessa
célula é produzir novas células iguais a si e também células diferentes com
funções individuais. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
A LMC é definida como uma doença mieloproliferativa clonal,
caracterizando uma mutação que afeta diretamente a célula tronco hematopoiética.
Clinicamente, a maioria dos exames dos pacientes portadores da LMC
apresentam-se com leucocitose com desvio a esquerda, neutrofilia, eosinofilia,
basofilia e o principal marcador citogênico da doença, o cromossomo Philadelfia.
(PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
Foi a primeira leucemia a ser detalhada e posta em escrita para apresentar
os pacientes que faleceram por conta da intensa leucocitose e da
hepatoesplenomegalia que essa doença apresenta. (PEIXOTO, Paloma P.A.
Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
2.1.1. Cromossomo Philadelfia (Ph+)
Para ocorrer uma anormalidade genética é necessário que haja uma
alteração nas cópias de DNA e estruturas dissemelhantes que resultam uma
mutação ou junção de genes. (ZAGO, M.A.; FALCÃO, A.; PASQUINI, R.P.
Tratado de Hematologia. 1ªed. p.417. São Paulo: Editora Atheneu, 2013).
Em específico o cromossomo Philadelfia surge a partir de um processo de
translocação entre os braços alongados dos cromossomos 9 e 22, onde se sobrepõe
a oncogenese ABL, que é mapeada no cromossomo 9 ao gene BCR que é
mapeado no cromossomo 22. Esse gene desenvolvido a partir dessa fusão é
descrito como RNAm BCR-ABLI. O cromossomo Philadelfia traz esse nome por
ter sido descoberto justamente na cidade de Philadelphia. (ZAGO, M.A.;
15

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FALCÃO, A.; PASQUINI, R.P. Tratado de Hematologia. 1ªed. p.417. São


Paulo: Editora Atheneu, 2013).
Em sua relação gênica normal, o genes BCR e ABL são responsáveis por
diferentes funções, sendo o BCR: proteína relacionada à regulação do ciclo
celular, ABL: responsável por codificar uma proteína tirosina-quinase. Sendo
assim, quando há uma mutação de translocação nesses genes causando a célula
leucêmica BCR-ABL, a mesma vai estimular uma produção constante de células
jovens na corrente sanguínea, aumentando a atividade tirosina-quinase de forma
significativa, causando a Leucemia Mieloide Crônica. (ZAGO, M.A.; FALCÃO,
A.; PASQUINI, R.P. Tratado de Hematologia. 1ªed. p.417. São Paulo: Editora
Atheneu, 2013).
Figura 2. Translocação (9:22) e transcrição BCR-ABL associada a LMC, LMA e LLA)
FONTE: (AVELINO et. al, 2017).
2.1.2. Sintomatologia Clínica
Os principais sinais e sintomas que essa doença apresenta então
relacionados a produção intensa de células na medula óssea e sua liberação
precoce e exacerbada na corrente sanguínea. (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia
Mieloide Crônica. 2017)
16
A Leucemia Mieloide Crônica apresenta um quadro clínico de leucocitose
com desvio a esquerda, isto é, apresenta sua maior parte os leucócitos em suas
formas mais jovens como, mielócitos e metamielócitos, não respeitando a ordem
natural da maturação dessas células na medula óssea. (MONTENEGRO¹,
SANTOSZ & VEITH3 - 2008)
Em adultos e em crianças as manifestações clínicas apresentam
semelhanças, apesar de significativamente o quadro pediátrico da doença ressaltar
um maior número de leucócitos na corrente sanguínea. (BORTOLHEIRO, Teresa
C. & CHIATTONE, Carlos S.)
A hiperleucocitose caracterizada por: >100x100/L, desencadeia a síndrome
de hiperviscosidade, a qual apresenta sangramentos de mucosa, retinopatia,
alterações neurológicas e pode esporadicamente desenvolver uma insuficiência
cardíaca afetando o sistema cardiovascular. Apesar desses sintomas causados pela
LMC, existem ainda os sinais e sintomas mais comuns que os pacientes portadores
da doença apresentam, por consequência da hiperleucocitose pode ocorrer casos
de perda auditiva neurossensorial ou uma isquemia intracoclear e perda visual.
(BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE, Carlos S.)
Alguns pacientes relatam dores abdominais, cansaço, palidez por conta de
anemias causadas por sangramentos proveniente de uma disfunção plaquetária. A
esplenomegalia é um sinal importante e vem se apresentando em um número
elevado de pacientes, e é a mesma que causa os sintomas anteriores. (PEIXOTO,
Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
É importante ressaltar que o diagnóstico ocorre nos exames laboratoriais
de rotina, pois a sintomatologia da LMC é de muita discrição. (PEIXOTO,
Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)

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2.2. Fases da Leucemia Mieloide Crônica (LMC)


A LMC evoluí por três fases que descrevem a piora significativa da
clínica da doença. Essas fases se progridem de forma maligna de Crônica para
17
Acelerada e de Acelerada para um Crise Blástica. É importante entender que na
prática os pacientes não necessariamente seguem uma ordem correta dessa
progressão, podendo sair de uma fase crônica diretamente para uma crise blástica
de forma acentuada. (LAGO¹ & PETRONIZ - 2017)
Por conta da descoberta dessa alteração gênica, além de aprimorar o
diagnóstico ainda permitiu o desenvolvimento de terapias dirigidas contra o efeito
molecular causado na alteração gênica. (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia
Mieloide Crônica. 2017)
2.2.1. Crônica
A fase crônica é onde a grande maioria dos pacientes se encontram
e cerca de 20% a 40% dos pacientes são assintomáticos, frequentemente são
identificados por exames de rotinas quando analisados uma leucocitose acentuada
e assim diagnosticados como portadores de LMC. (LAGO¹ & PETRONIZ - 2017)
Além do principal marcador dessa doença, o cromossomo Philadelfia, a
presença de mais mutações genéticas também são responsáveis pela evolução
acelerada doença, como o gene trissomia de 8, isocromossomo do braço longo do
17 e trissomia do 19. Esses são os maiores responsáveis pela progressão da LMC
de fase acelerada para a fase de crise blástica. (BORTOLHEIRO, Teresa C. &
CHIATTONE, Carlos S.)
Clinicamente em exames de rotinas a hemoglobina pode ainda estar
normal ou apresentar uma leve anemia, plaquetas normalmente normal ou
elevadas, salvo cerca de 5% dos casos que apresentam plaquetopenia. A fofatase
alcalina intraleucocitária é reduzida em aproximadamente 90% dos pacientes que
estão na fase crônica. (SOSSEIA¹, ZOPPASZ & WEBER3 ? 2017).
A biópsia na medula óssea é necessária para o diagnóstico averiguar a
presença de fibrose que pode se apresentar com a progressão da doença. A anemia
severa com esplenomegalia acentuada e hiperplasia megacariocítica desenvolvem
18
o aumento da reticulina em cerca de 40% dos pacientes diagnósticados.
(BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE, Carlos S.)
Apresenta sintomas comuns, como: fadiga, febre, suor, fraqueza, perda
significativa de peso, sudorese noturna e esplenomegalia. Alguns sintomas mais
específicos são encontrados com muito menos frequência pois aparecem com uma
leucocitose >250.000/mm3, o que é difícil de acontecer na fase crônica. (MELO,
Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico. 1ªed. São Paulo:
LMP Editora LTDA, 2008.)
Essa fase perdura normalmente de 3 a 5 anos dependendo de cada
indivíduo. (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
Essa fase ainda se apresenta como benigna, fica marcada pela hiperplasia
medular e capacidade de maturação das células mieloides. Existe uma maior

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facilidade no controle das manifestações dessa doença na corrente sanguínea com


terapias farmacológicas de maneira convencional. (BORTOLHEIRO, Teresa C. &
CHIATTONE, Carlos S.)
2.2.2. Acelerada
É a fase precedente a crise blástica, apresenta um difícil controle da
doença. Desenvolve um aumento nos blastos na medula óssea e aumento na
contagem desses blastos na corrente sanguínea. Além desse aumento, também
apresenta leucocitose com acentuado desvio a esquerda, basofilia, anemia e
variação no número de plaquetas. (BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE,
Carlos S.)
Na maioria das vezes se classifica os pacientes na fase acelerada quando
existe a evolução clonal, porém, a OMS declara que a evolução clonal é
significativa se ocorrer durante o tratamento e não ao diagnóstico.
(BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE, Carlos S.)
Os pacientes portadores da Leucemia Mieloide Crônica são dificilmente
diagnosticados na fase acelerada, pois, a evolução do tratamento com os inibidores
19
de tirosino quinase vem reduzindo o número de pacientes que evoluem da fase
crônica para a fase acelerada. Apesar da progressão do tratamento com imatinibe,
a sobrevivência dos pacientes em fase acelerada permanece de um a dois anos.
(PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
São considerados pacientes em fase acelerada quando apresentam alguma
dessas características:
? Amostras de sangue ou da medula óssea que possuem mais de 15%
e menos de 30 % de blastos;
? Nas lâminas hematológicas apresentarem cerca de 20% de
basófilos;
? As células do sangue serem compostas por aproximadamente 30%
de blastos e promielócitos;
? Apresenta plaquetopenia que não foi causada devido ao tratamento;
? Apresenta o cromossomo Philadelfia e alterações cromossômicas
nas células leucêmicas. (BORTOLHEIRO, Teresa C. &
CHIATTONE, Carlos S.)
2.2.3. Crise Blástica
A crise blástica é o quadro clínico de mais fácil identificação já que
de acordo com a OMS, é considerada uma crise blástica quando os blastos
alcançarem 20% da soma ou mais. As classificações da leucemias normalmente
não diferenciam a crise blástica por linfóide ou mielóide, o que é de suma
importância para análise biológica da doença, porém, se apresentam em
aproximadamente 70% dos caos de crise blástica em mielóide e de 20 a 30% em
linfoide. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
A transformação das células na cb (crise blástica) mielóide ocorre tanto em
linhagens distintas e simultaneamente, quanto permanece em uma só linhagem
(mieloblástica, eosinofílica, basofílica, monocítica, megacarioblástica,

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eritroblástica ou todas elas em conjunto. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria
Theresa C. L.)
A fisiopatologia da crise blástica ainda não possui uma descrição concisa,
porém, nos últimos anos algumas explicações foram apresentadas como modelo.
O BCR-ABL é responsável pela evolução da instabilidade genômica e por
alterações epigenéticas da célula primordial ou célula madura na LMC, o que
significa que o nível da instabilidade é proporcional a atividade quinase
apresentada por BCR-ABL. Com resposta mais demorada para as terapias
direcionadas ao ABL, a célula primordial da LMC possui grandes chances de ser
um gatilho para a evolução da doença. Todas essas anormalidades induzem a
perda da eficiência de diferenciação celular, e acelera à evolução para uma doença
de forma mais agressiva.. (MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do
sangue periférico. 1ªed. São Paulo: LMP Editora LTDA, 2008.)
2.3. Diagnóstico Laboratorial
Para definir um diagnóstico da leucemia mielóide crônica é
necessário uma avaliação clínica extensiva, aplicando vários exames e métodos
podendo ser um tanto quanto cansativo para o paciente. Alguns exames que
podem ser realizados são:
? Exame de Sangue periférico, Mielograma, Biópsia de Medula, Análise
celular por citometria de fluxo, citogenética e biologia molecular. (LOPES,
Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
O hemograma é feito em sangue periférico e quando a amostra apresenta a
LCM os dados se apresentam com leucocitose de aproximadamente
250.000/mm3, podendo variar de 20.000 a 600.000/mm3 e uma taxa anormal de
granulócitos na circulação sanguínea, onde são protagonizados por blastos
leucêmicos, promielócitos e granulócitos já maduros. Pode também apresentar
eosinofilia e basofilia. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
21
Como uma ferramenta muito relevante para identificação da doença, a
necessidade de uma interpretação do hemograma de forma minuciosa é de suma
importância para que siga o caminho correto para o diagnóstico. Nos estágios
iniciais da doença é característico no sangue periférico a elevação dos basófilos,
observa-se trombocitose e um baixo nível de fosfatase alcalina leucocitária
(mesmo que esse teste venha perdendo o uso levando em conta o aumento do uso
das análises cetogênicas e moleculares). Em alguns pacientes nos estágios iniciais
apresentam alterações nos ciclos de contagem dos leucócitos em períodos de 50 a
70 dias, variando entre níveis leucêmicos e níveis normais, sendo necessário
diagnósticos diferenciais entre a leucemia, neutrofilia reacional e outras leucemias
mieloides. (SOSSEIA¹, ZOPPASZ & WEBER3 ? 2017).
Figura 3. Perfil do hemograma nas diferentes fases da leucemia mielóide crônica.
Fonte: PEIXOTO, Paloma P. de Aquino. - 2017.
22
2.4. Terapia Farmacológica

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A terapia farmacológica foi sofrendo diversas alterações com o


passar do tempo, iniciando com uma conduta paliativa até iniciar os tratamentos
com medicamentos começando pela solução de Fowler (uma solução de trióxido
de arsênico a 1%) onde foi constatado a diminuição do baço e do número de
leucócitos, e apresentando uma melhora na taxa anêmica. O risco do Fowler era
seu nível de toxicidade para o organismo, porém o arsênico ainda foi utilizado
como tratamento até 1903 quando se iniciou a terapia radiológica que apresentava
bons resultados assim como o arsênico, porém, ainda não subia as taxas de
expectativa de vida dos indivíduos. As mostardas nitrogenadas foram as apostas
de tratamento nos anos seguintes, onde levaram ai desenvolvimento do
bulssulfano (agente citostático de tratamento paliativo) em 1953. (ABREU;
LOPES, 2009).
O bulssulfano foi ainda utilizado pelos posteriores 35 anos por ter sido
comprovado ser mais eficiente que a radioterapia e as drogas utilizadas
anteriormente, após esse período foi substituído pro fármacos com menor nível de
toxicidade como a hidroxiuréia e alfa-interferon. (BERGANTINIZ, CASTROZ,
SOUZA3 et al. - 2005)
A associação da proteína quinase BCR-ABL com a leucemia mielóide
crônica, permitiu que substâncias diretamente específicas para a doença fossem
desenvolvidas. Em 1996 surgiu o mesilato de imatinibe, foi aprovado pelo U.S.
Food and Drug admnistration em 2001, após ser estudado em duas fases para sua
admnistração em pacientes leucêmicos em qualquer das fases da LCM. Essa droga
(mesilato de imatinibe) é um fármaco de primeira geração e age inibindo a
proteína tirosina quinase (TKI), foi a primeira terapia direcionada utilizada em
pacientes oncológicos, mudando o desfecho e manipulação dessa doença.
(ABREU; LOPES, 2009).
Composto por 2-fenil-amino-primidina, o mesilato de imatinibe é um
inibidor seletivo da proteína tirosina quinase, ?[?] ATP dependente, cujo
mecanismo de ação leva ao bloqueio competitivo do ATP, impedindo a
fosforilação do domínio tirosina quinase de ABL e consequentemente, a
23
sinalização energética para a proliferação celular e inibição da apoptosecelular,
revertendo, assim, parte importante da patogênese da LMC, com redução da
proliferação tumoral e aumento da apoptose? (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia
Mieloide Crônica. 2017)
A dose indicada é de 400mg/dia, administrado por via oral, podendo variar
de acordo com a fase e evolução da doença. (ABREU; LOPES, 2009).
Figura 4. Mecanismo de ação do mesilato de imatinibe.
Fonte: ZAHARIEVA, et al. 2013)
24
3. METODOLOGIA
Para a construção do trabalho foi feito o levantamento de artigos
científicos que se encontraram disponíveis na plataforma virtual SciElo (Scientific
Eletronic Library Online) com a busca de termos: Leucemia Mieloide Crônica, LMC,

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Leucemias; nos livros: Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico


(MELO, Márcio) e Tratado de Hematologia (ZAGO, Marco A.¹ FALCÃO, Roberto
P.Z PASQUINI, Ricardo.3). Assim foram selecionadas as bibliografias que mais se
encaixavam com o objetivo do trabalho, realizando um estudo ativo de maneira
minuciosa dos conteúdos para o desenvolvimento deste trabalho, caracterizando-o
como uma revisão bibliográfica.
4. OBJETIVOS
4.1. Objetivos Gerais
Apresentar uma revisão descritiva da Leucemia Mieloide Crônica com suas
principais origens, métodos de diagnósticos e identificação, tratamentos utilizados
para o tratamento e gerenciamento da evolução da doença.
4.2. Objetivos Específicos
? Definir as causas da Leucemia Mieloide Crônica;
? Apresentar as fases evolutivas da doença e suas características;
? Analisar os métodos de diagnósticos laboratoriais para identificação do tipo
da doença e em que nível ela se encontra;
? Conhecer as terapias de tratamento da doença e sua evolução tecnológica com
o tempo, oferendo cada vez mais qualidade de vida ao indivíduo e menos
riscos tóxicos e efeitos colaterais.
25
5. CONCLUSÃO
A leucemia mieloide crônica é apresentada como uma neoplasia,
possui sintomas comuns, diversos e ainda existem casos de pacientes
assintomáticos com uma certa frequência, o que mostra o quão importante é o
diagnóstico laboratorial da doença.
O avanço das tecnologias favorecem a complexidade dos exames o que
induz a avaliações mais específicas e concisas, levando a análises citogenéticas e
moleculares de forma precisa, que além de confirmar o diagnóstico também faz o
gerenciamento da evolução da doença e faz parte da conduta terapêutica.
Entretanto, o hemograma segue possuindo uma grande importância por ser um
método de fácil manuseio, e quando realizado por profissionais da saúde
capacitados, contribui no reconhecimento de novos quadros de leucemia mieloide
crônica e também no acompanhamento de pacientes já acometidos pela doença.
Quando se fala nas opções de tratamento da doença, destaca-se o mesilato
de imatinibe como a primeira escolha pelos profissionais, porém, em casos de
pacientes que possuem alguma resistência ao mesilato de imatinibe, outro método
de tratamento que entra como uma segunda escolha são os inibidores de tirosina-
quinase de segunda geração.
É de suma relevância o diagnóstico precoce da LMC para que haja uma
possibilidade de postergação das complicações que acompanham o indivíduo,
aumentando sua qualidade e expectativa de vida.
26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
1. PEIXOTO, Paloma P. de Aquino. Leucemia Mielóide Crônica: Uma revisão

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de literatura. Disponível em: Biblioteca digital da Universidade Federal do Rio


Grande do Norte ? Centro de Biociências. Natal, Dezembro ? 2017. Acesso em:
18 de maio de 2022.
2. BORTOLHEIRO, Teresa C.¹ & CHIATTONE, Carlos S.Z Leucemia Mielóide
Crônica: história natural e classificação. Disponível em: Rev. Bras. hematol.
Hemoter. 2008;30 (Supl. 1) 3-7. São Paulo. Acesso em: 26 de maio de 2022.
3. BARBOZA, Ludana P.¹ SOUZA, Jamison M.Z SIMÕES, Felippe V.3
BRAGANÇA, Iracema C.4 ABDELHAY, Eliana5. Análise dos transcritos da
translocação t(9;22) em Leucemia Mielóide Crônica. Disponível em: Rev.
Bras, hematol. Hemoter., 2000,22(2): 89-98 ? Rio de Janeiro. Acesso em: 12 de
maio de 2022.
4. DOBBIN, Jane de Almeida¹ & GADELHA, Maria Inez PordeusZ. Mesilato de
Imatinibe para Tratamento de Leucemia Mielóide Crônica. Disponível em:
Revista Brasileira de Cancerologia, 2002, 48(3): 429-438 ? Rio de Janeiro. Acesso
em 28 de Julho de 2022.
5. MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico. 1ª
edição, São Paulo: Livraria Médica Paulista Editora LTDA, 2008.
6. ZAGO, Marco A.¹ FALCÃO, Roberto P.Z PASQUINI, Ricardo.3 Tratado de
Hematologia. São Paulo: Editora Atheneu, 2013.
7. LAGO, Camila do¹& PETRONI, Tatiane FerreiraZ. Fisiopatologia e
Diagnóstico da Leucemia Mieloide Crônica. V1, n.1: Revista Saúde UniToledo,
2017.
27
8. SOSSELA, Fernanda Roberta¹. ZOPPAS, Bárbara Catarina de AntoniZ.
WEBER, Liliana Portal3. Leucemia Mieloide Crônica: aspectos clínicos,
diagnóstico, principais alterações observadas no hemograma. RBAC,
49(2):127-30. 2017.
9. BERGANTINI, Ana Paula F¹. CASTRO, Fabíola AZ. SOUZA, Ana M3.
FETT- CONTE, Agnes C4. Leucemia Mieloide Crônica e o sistema Fas-FasL.
Rev. Bras. hematol. Hemoter. Pág. 120-125. 2005.
10. MONTENEGRO, Vanderléia da S¹. SANTOS, Vera Maria Valporto OZ.
VEITH, Melissa3. Análise Citogenética na Leucemia Mieloide Crônica. Rev.
Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba, v10, n.3, p

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=================================================================================
Arquivo 1: tcc laura e luis finalizado 2.0.pdf (3919 termos)
Arquivo 2: https://1library.org/article/manuscrito-avalia%C3%A7%C3%A3o-inibidores-tirosina-quinase-
pacientes-leucemia-miel%C3%B3.z3g7nmmy (3263 termos)
Termos comuns: 83
Similaridade: 1,16%
O texto abaixo é o conteúdo do documento tcc laura e luis finalizado 2.0.pdf (3919 termos)
Os termos em vermelho foram encontrados no documento https://1library.org/article/manuscrito-
avalia%C3%A7%C3%A3o-inibidores-tirosina-quinase-pacientes-leucemia-miel%C3%B3.z3g7nmmy (3263
termos)

=================================================================================
1UNIÃO DAS INSTITUIÇÕES DE SERVIÇOS, ENSINO E
PESQUISA - UNISEPE
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO RIBEIRA -
UNIVR BACHARELADO EM BIOMEDICINA
LAURA DE FRANÇA ALVES
LUIS GUSTAVO DA VEIGA CAROTI
LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA.
Registro
2022
2LAURA DE FRANÇA ALVES, LUIS GUSTAVO DA VEIGA CAROTI
LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Centro
Universitário do Vale do Ribeira,
para a obtenção do Título de
Bacharel em Biomedicina.
Orientador: Profº: Lucas da Silva
Rezende
Registro
2022
3?Sonhos determinam o que você quer. Ação determina o que você conquista?
Aldo Novak.
4AGRADECIMENTOS
A minha mãe Marinalva e minha irmã Clara, que me incentivaram e apoiaram nos
momentos mais difíceis e por serem meu suporte e apoio ao longo desse período
dedicada a conclusão dessa graduação e da realização desse trabalho. (Laura)
Ao professor Lucas da Silva Rezende, por ter sido nosso orientador e ter
desempenhado essa função com dedicação, compromisso e amizade.
Ao coordenador do curso Fernando Henrique Ingácio dos Santos, pelas correções,

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conselhos e ensinamentos que nos permitiram desempenhar um processo de


sucesso na formação profissional durante o curso.
À instituição de ensino Universidade do Vale do Ribeira (UNIVR), que foi
essencial no nosso processo de formação acadêmica e profissional, pela
dedicação, inovação, profissionalismo e por tudo que aprendemos ao longo desses
anos no curso.
5LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ? Representação do sangue normal na primeira imagem com as células
vermelhas, brancas e plaquetas. Na segunda imagem a representação do sangue
com Leucemia onde houve uma produção exagerada de leucócitos alterados e
pouca quantidade de células vermelhas.................................................................11
Figura 2 ? Translocação (9:22) e transcrição BCR-ABL associado a LMC e
LLA.......................................................................................................................15
Figura 3 ? Perfil do hemograma nas diferentes fases da leucemia mieloide
crônica...................................................................................................................21
Figura 4 ? Mecanismo de ação do mesilato imatinibe.........................................23
6LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ATP Adenosina Trifosfato
CB Crise Bla?tica
CS Corrente Sanguínea
FA Fase Acelerada
FC Fase Crônica
LMC Leucemia Mieloide Crônica
PH Philadélfia
TK Tirosina Quinase
7SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..............................................................................................................11
2. DESENVOLVIMENTO................................................................................................13
2.1. Leucemia Mieloide Crônica..........................................................................................13
2.1.1. Cromossomo Philadélfia (Ph+)...................................................................................14
2.1.2. Sintomatologia Clínica...............................................................................................15
2.2. Fases da Leucemia Mieloide Crônica...........................................................................16
2.2.1. Crônica.......................................................................................................................17
2.2.2. Acelerada....................................................................................................................18
2.2.3. Crise blástica..............................................................................................................19
2.3. Diagnóstico Laboratorial...............................................................................................20
2.4. Terapia Farmacológica..................................................................................................22
3. METODOLOGIA..........................................................................................................23
4. OBJETIVOS...................................................................................................................24
4.1. Objetivos gerais.............................................................................................................24
4.2. Objetivos específicos.....................................................................................................24
5. CONCLUSÃO................................................................................................................26
REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS................................................................................27
8LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.

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CHRONIC MYELOID LEUKEMIA: A BIBLIGRAPHIC REVIEW.


Laura de França Alves¹, Luis Gustavo da Veiga Caroti¹, Lucas da Silva RezendeZ,
Fernando Henrique Ignácio dos Santos3.
¹ Discente em Biomedicina pela Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR)
? Registro/SP. E-mail: Laura.allvrs@gmail.com
¹ Discente em Biomedicina pela Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR)
? Registro/SP. E-mail: Luisgustavo.caroti@gmail.com
Z Biomédico, docente e orientador de Trabalho de Conclusão de Curso de
Biomedicina na Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR) ? Registro/SP.
E- mail: lucaasrezende2@gmail.com
3 Biomédico, docente e coordenador do curso de Biomedicina da Faculdades
Integradas do Vale do Ribeira (FVR) ? Registro/SP. E-mail:
biomedicina@scelisul.com.br
9ALVES, Laura de França¹. CAROTI, Luís Gustavo da VeigaZ. Chronic Myeloid
Leukemia: A Bibliographic Review. 2022. 27folhas. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Biomedicina) ? UNIVR ? Centro Universitário do Vale do
Ribeira, Registro, 2022.
RESUMO
A LMC é definida como uma doença mieloproliferativa
clonal, caracterizando uma mutação que afeta diretamente a célula tronco
hematopoiética. Clinicamente, a maioria dos exames dos pacientes que são
portadores da LMC apresentam uma leucocitose com desvio a esquerda,
neutrofilia, eosinofilia, basofilia e o principal marcador citogênico da doença:
cromossomo Philadelfia. Foi determinada como a primeira leucemia a ser
detalhada e posta em laudo para apresentar os pacientes que foram a óbito por
conta da intensa leucocitose e da hepatoesplenomegalia que essa doença causa. A
LMC apresenta uma evolução de três fases que descrevem a piora significativa da
clínica da doença. Além do cromossomo Philadelfia como principal marcador da
LMC, a presença de mutações genéticas também são responsáveis pela evolução
acelerada da patologia, como o gene trissomia de 8, isocromossomo do braço
longo do 17 e trissomia do 19. As classificações das leucemias não mostram
diferenças da crise blástica por linfoide ou mieloide, o que é de suma importância
para a análise biológica da doença, porém, aproximadamente 70% doas casos de
crise blástica são em mieloide e de 20 a 30% em linfoide. Com respostas mais
demoradas para as terapias direcionadas ao ABL, a célula primordial da LMC
possui grandes chances de ser um gatilho para a evolução da doença. As terapias
farmacológicas sofreram alterações desde ser uma conduta paliativa até o
tradamento medicamentoso, evoluindo até a terapia radiológica e apresentando
ainda mais resultado com as mostardas nitrogenadas.
Palavras-chave: Leucemias, Leucocitose, Cromossomo Philadelfia, Mutações
Genéticas.
10
ALVES, Laura de França¹. CAROTI, Luís Gustavo da VeigaZ. Chronic Myeloid
Leukemia: A Bibliographic Review. 2022. 27folhas. Trabalho de Conclusão de

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Curso (Graduação em Biomedicina) ? UNIVR ? Centro Universitário do Vale do


Ribeira, Registro, 2022.
ABSTRACT
CML is defined as a clonal myeloproliferative disease,
featuring a mutation that directly affects the hematopoietic stem cell. Clinically,
most patients with CML have a leukocytosis with left shift, neutrophilia,
eosinophilia, basophilia, and the main cytogenetic marker of the disease: the
Philadelfia chromosome. It was determined as the first leukemia to be detailed and
put in a report to present the patients who died because of the intense leukocytosis
and hepatosplenomegaly that this disease causes. CML presents an evolution of
three phases that describe the significant clinical worsening of the disease. Besides
the Philadelfia chromosome as the main marker of CML, the presence of genetic
mutations are also responsible for the accelerated evolution of the pathology, such
as the trisomy 8 gene, isochromosome of the long arm of 17, and trisomy 19. The
classifications of leukemias do not show differences of the blastic crisis by
lymphoid or myeloid, which is of great importance for the biological analysis of
the disease, but approximately 70% of the cases of blastic crisis are in myeloid
and 20 to 30% in lymphoid. With more delayed responses to ABL-targeted
therapies, the primordial cell in CML has a high chance of being a trigger for
disease progression. Pharmacological therapies have changed from being a
palliative management to drug tradation, evolving to radiological therapy and
showing even more result with nitrogen mustards.
Keywords: Leukemias, Leukocytosis, Philadelfia Chromosome, Gene Mutations.
11
1. INTRODUÇÃO
A leucemia mieloide crônica (LMC) é caracterizada por disfunções
que causam uma mutação adquirida, afetando negativamente o sistema de
hematopoese, mais especificamente a célula tronco hematopoiética.
(BOLLMANN, Patricia Weinschenker & GIGLIO, Auro del.)
É caracterizada por liberar células maduras de forma exacerbada na
corrente sanguínea descrevendo uma neoplasia. Mesmo possuindo funções
diferentes entre si, as células possuem uma mesma origem na célula tronco
hematopoiética, que quando está em seu estado normal possui características
fundamentais para o sistema de hematopoese, como a autor renovação onde pode
se clonar ou produzir células distintas entre si, que é onde se encaixam os
leucócitos e as plaquetas. (BORTOLHEIRO, Teresa Cristina. & CHIATTONE,
Carlos S.)
Quando existe a alteração neoplásica causada por uma leucemia, o
processo de hematopoese são se completa de forma certa fazendo com que a
produção celular seja de maneira desregulada e exagerada de células imaturas ou
maduras que passam a percorrer pelo sangue prejudicando a saúde do indivíduo.
(LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
Figura 1 ? Representação do sangue normal na primeira imagem com as células vermelhas,
brancas e plaquetas. Na segunda imagem a representação do sangue com Leucemia onde

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houve uma produção exagerada de leucócitos alterados e pouca quantidade de células


vermelhas.
Fonte: Cleveland Clinic, 2019.
12
A LMC é causada por uma deslocação do cromossomo 9 com o 22, o que
resulta na presença do cromossomo Philadelfia (Ph+) que é a união da região do
gene BCR do cromossomo 22 com o gene ABL do cromossomo 9, formando um
híbrido BCR-ABL no 22 q-, produzindo uma proteína quimérica que exerce uma
alta função de tirosina quinase (TK), a proteína responsável pela patologia da
LMC. (ABREU; LOPES, 2009).
Entende-se que para uma célula normal se transformar em cancerígena ela
precisa primeiramente de uma mutação, habilidades contrárias as naturais e
precisa de alguns eventos epigenéticos. As células cancerígenas são de alguma
forma mais independentes que as células em seu estado normal, possuindo maior
potencial de sobrevivência e proliferação mesmo sem a adesão de algum
substrato, e ainda possuem uma menor chance de apoptose. (LAGO, Camila do. &
PETRONI, Tatiane Ferreira.)
O gene BCR-ABL é estimulado pela fosforilação de proteínas, ou seja,
acontece sua ativação quando a tirosina quinase está ligada a um ATP. Com isso
se ativa uma cascata de crescimento sem controle e de maneira exagerada,
liberando essas células sem funções definidas na corrente sanguínea. (LAGO,
Camila do. & PETRONI, Tatiane Ferreira.)
Ainda a LMC é evoluída por três fases, sendo elas: fase crônica (FC), fase
acelerada (FA) e crise blástica (CB). Ainda na fase crônica são divididos três
subgrupos relacionados a sobrevida e com características clínicas como,
contagem de plaquetas, tamanho do baço do paciente e porcentagem dos blastos
liberados no sangue periférico. (MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas
do sangue periférico. 1ªed. São Paulo: LMP Editora LTDA, 2008.)
O diagnóstico é dado pelos achados clínicos, citogenéticos e
hematológicos encontrados no sangue periférico e medula óssea. (LAGO, Camila
do. & PETRONI, Tatiane Ferreira).
13
A chance das manifestações clínicas da doença surgirem de forma lenta e
evolutiva, deixa com que muitos pacientes tenham um diagnóstico tardio
implicando de forma negativa no tratamento, já que muitas vezes ocorre do
diagnóstico ser realizado em uma fase já evoluída da doença. Essa evolução pode
acontecer em um período de três a cinco anos, saindo da fase crônica para uma
fase mais avançada ou até diretamente para a fase de crise blástica sendo etapas de
difícil controle. (LAGO, Camila do. & PETRONI, Tatiane Ferreira.)
Atualmente o tratamento padrão para a LMC são com os inibidores de
tirosina quinase, mais especificamente o imatinibe, dasatinibe e nilotinibe. Estes
fármacos são eficazes e capazes de controlar a sintomatologia da doença com uma
toxicidade relativamente baixa. São de administração oral e podem ser utilizadas
fora do ambiente hospitalar. Para os pacientes que são imunes a esses

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medicamentos, a opção mais indicada é o transplante de medula óssea alogênico.


(MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico. 1ªed. São
Paulo: LMP Editora LTDA, 2008.)
Falando em epidemiologia estima-se que 14% das leucemias são
representadas pela Leucemia mieloide crônica, com aproximadamente 1,6 casos a
cada 100.000 pessoas por ano. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. Leucemia Mieloide Crônica
A Leucemia Mieloide Crônica (LMC) é caracterizada como uma
neoplasia maligna por haver um aumento de maneira exagerada de células jovens
na corrente sanguínea, as quais não passaram por maturação nem apresentam uma
função definida. Além dessas numerosas células presentes na corrente sanguínea
(CS), ainda temos as hemácias, plaquetas e os leucócitos os quais formam o
conjunto de células da CS, essas células se diferenciam pelas suas funções
específicas e também de maneira morfológica. (PEIXOTO, Paloma P.A.
Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
14
Apesar da diferenciação dessas células, todas são originadas de um mesmo
processo conhecido como hematopoese, processo que ocorre de forma prioritária
na medula óssea a partir das células tronco hematopoiéticas indefinidas.
Características que devem ser ressaltadas dessas células são a de autorrenovação e
a capacidade de formar células diferentes de si, ou seja, a principal função dessa
célula é produzir novas células iguais a si e também células diferentes com
funções individuais. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
A LMC é definida como uma doença mieloproliferativa clonal,
caracterizando uma mutação que afeta diretamente a célula tronco hematopoiética.
Clinicamente, a maioria dos exames dos pacientes portadores da LMC
apresentam-se com leucocitose com desvio a esquerda, neutrofilia, eosinofilia,
basofilia e o principal marcador citogênico da doença, o cromossomo Philadelfia.
(PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
Foi a primeira leucemia a ser detalhada e posta em escrita para apresentar
os pacientes que faleceram por conta da intensa leucocitose e da
hepatoesplenomegalia que essa doença apresenta. (PEIXOTO, Paloma P.A.
Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
2.1.1. Cromossomo Philadelfia (Ph+)
Para ocorrer uma anormalidade genética é necessário que haja uma
alteração nas cópias de DNA e estruturas dissemelhantes que resultam uma
mutação ou junção de genes. (ZAGO, M.A.; FALCÃO, A.; PASQUINI, R.P.
Tratado de Hematologia. 1ªed. p.417. São Paulo: Editora Atheneu, 2013).
Em específico o cromossomo Philadelfia surge a partir de um processo de
translocação entre os braços alongados dos cromossomos 9 e 22, onde se sobrepõe
a oncogenese ABL, que é mapeada no cromossomo 9 ao gene BCR que é
mapeado no cromossomo 22. Esse gene desenvolvido a partir dessa fusão é
descrito como RNAm BCR-ABLI. O cromossomo Philadelfia traz esse nome por

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ter sido descoberto justamente na cidade de Philadelphia. (ZAGO, M.A.;


15
FALCÃO, A.; PASQUINI, R.P. Tratado de Hematologia. 1ªed. p.417. São
Paulo: Editora Atheneu, 2013).
Em sua relação gênica normal, o genes BCR e ABL são responsáveis por
diferentes funções, sendo o BCR: proteína relacionada à regulação do ciclo
celular, ABL: responsável por codificar uma proteína tirosina-quinase. Sendo
assim, quando há uma mutação de translocação nesses genes causando a célula
leucêmica BCR-ABL, a mesma vai estimular uma produção constante de células
jovens na corrente sanguínea, aumentando a atividade tirosina-quinase de forma
significativa, causando a Leucemia Mieloide Crônica. (ZAGO, M.A.; FALCÃO,
A.; PASQUINI, R.P. Tratado de Hematologia. 1ªed. p.417. São Paulo: Editora
Atheneu, 2013).
Figura 2. Translocação (9:22) e transcrição BCR-ABL associada a LMC, LMA e LLA)
FONTE: (AVELINO et. al, 2017).
2.1.2. Sintomatologia Clínica
Os principais sinais e sintomas que essa doença apresenta então
relacionados a produção intensa de células na medula óssea e sua liberação
precoce e exacerbada na corrente sanguínea. (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia
Mieloide Crônica. 2017)
16
A Leucemia Mieloide Crônica apresenta um quadro clínico de leucocitose
com desvio a esquerda, isto é, apresenta sua maior parte os leucócitos em suas
formas mais jovens como, mielócitos e metamielócitos, não respeitando a ordem
natural da maturação dessas células na medula óssea. (MONTENEGRO¹,
SANTOSZ & VEITH3 - 2008)
Em adultos e em crianças as manifestações clínicas apresentam
semelhanças, apesar de significativamente o quadro pediátrico da doença ressaltar
um maior número de leucócitos na corrente sanguínea. (BORTOLHEIRO, Teresa
C. & CHIATTONE, Carlos S.)
A hiperleucocitose caracterizada por: >100x100/L, desencadeia a síndrome
de hiperviscosidade, a qual apresenta sangramentos de mucosa, retinopatia,
alterações neurológicas e pode esporadicamente desenvolver uma insuficiência
cardíaca afetando o sistema cardiovascular. Apesar desses sintomas causados pela
LMC, existem ainda os sinais e sintomas mais comuns que os pacientes portadores
da doença apresentam, por consequência da hiperleucocitose pode ocorrer casos
de perda auditiva neurossensorial ou uma isquemia intracoclear e perda visual.
(BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE, Carlos S.)
Alguns pacientes relatam dores abdominais, cansaço, palidez por conta de
anemias causadas por sangramentos proveniente de uma disfunção plaquetária. A
esplenomegalia é um sinal importante e vem se apresentando em um número
elevado de pacientes, e é a mesma que causa os sintomas anteriores. (PEIXOTO,
Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
É importante ressaltar que o diagnóstico ocorre nos exames laboratoriais

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de rotina, pois a sintomatologia da LMC é de muita discrição. (PEIXOTO,


Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
2.2. Fases da Leucemia Mieloide Crônica (LMC)
A LMC evoluí por três fases que descrevem a piora significativa da
clínica da doença. Essas fases se progridem de forma maligna de Crônica para
17
Acelerada e de Acelerada para um Crise Blástica. É importante entender que na
prática os pacientes não necessariamente seguem uma ordem correta dessa
progressão, podendo sair de uma fase crônica diretamente para uma crise blástica
de forma acentuada. (LAGO¹ & PETRONIZ - 2017)
Por conta da descoberta dessa alteração gênica, além de aprimorar o
diagnóstico ainda permitiu o desenvolvimento de terapias dirigidas contra o efeito
molecular causado na alteração gênica. (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia
Mieloide Crônica. 2017)
2.2.1. Crônica
A fase crônica é onde a grande maioria dos pacientes se encontram
e cerca de 20% a 40% dos pacientes são assintomáticos, frequentemente são
identificados por exames de rotinas quando analisados uma leucocitose acentuada
e assim diagnosticados como portadores de LMC. (LAGO¹ & PETRONIZ - 2017)
Além do principal marcador dessa doença, o cromossomo Philadelfia, a
presença de mais mutações genéticas também são responsáveis pela evolução
acelerada doença, como o gene trissomia de 8, isocromossomo do braço longo do
17 e trissomia do 19. Esses são os maiores responsáveis pela progressão da LMC
de fase acelerada para a fase de crise blástica. (BORTOLHEIRO, Teresa C. &
CHIATTONE, Carlos S.)
Clinicamente em exames de rotinas a hemoglobina pode ainda estar
normal ou apresentar uma leve anemia, plaquetas normalmente normal ou
elevadas, salvo cerca de 5% dos casos que apresentam plaquetopenia. A fofatase
alcalina intraleucocitária é reduzida em aproximadamente 90% dos pacientes que
estão na fase crônica. (SOSSEIA¹, ZOPPASZ & WEBER3 ? 2017).
A biópsia na medula óssea é necessária para o diagnóstico averiguar a
presença de fibrose que pode se apresentar com a progressão da doença. A anemia
severa com esplenomegalia acentuada e hiperplasia megacariocítica desenvolvem
18
o aumento da reticulina em cerca de 40% dos pacientes diagnósticados.
(BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE, Carlos S.)
Apresenta sintomas comuns, como: fadiga, febre, suor, fraqueza, perda
significativa de peso, sudorese noturna e esplenomegalia. Alguns sintomas mais
específicos são encontrados com muito menos frequência pois aparecem com uma
leucocitose >250.000/mm3, o que é difícil de acontecer na fase crônica. (MELO,
Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico. 1ªed. São Paulo:
LMP Editora LTDA, 2008.)
Essa fase perdura normalmente de 3 a 5 anos dependendo de cada
indivíduo. (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)

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Essa fase ainda se apresenta como benigna, fica marcada pela hiperplasia
medular e capacidade de maturação das células mieloides. Existe uma maior
facilidade no controle das manifestações dessa doença na corrente sanguínea com
terapias farmacológicas de maneira convencional. (BORTOLHEIRO, Teresa C. &
CHIATTONE, Carlos S.)
2.2.2. Acelerada
É a fase precedente a crise blástica, apresenta um difícil controle da
doença. Desenvolve um aumento nos blastos na medula óssea e aumento na
contagem desses blastos na corrente sanguínea. Além desse aumento, também
apresenta leucocitose com acentuado desvio a esquerda, basofilia, anemia e
variação no número de plaquetas. (BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE,
Carlos S.)
Na maioria das vezes se classifica os pacientes na fase acelerada quando
existe a evolução clonal, porém, a OMS declara que a evolução clonal é
significativa se ocorrer durante o tratamento e não ao diagnóstico.
(BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE, Carlos S.)
Os pacientes portadores da Leucemia Mieloide Crônica são dificilmente
diagnosticados na fase acelerada, pois, a evolução do tratamento com os inibidores
19
de tirosino quinase vem reduzindo o número de pacientes que evoluem da fase
crônica para a fase acelerada. Apesar da progressão do tratamento com imatinibe,
a sobrevivência dos pacientes em fase acelerada permanece de um a dois anos.
(PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
São considerados pacientes em fase acelerada quando apresentam alguma
dessas características:
? Amostras de sangue ou da medula óssea que possuem mais de 15%
e menos de 30 % de blastos;
? Nas lâminas hematológicas apresentarem cerca de 20% de
basófilos;
? As células do sangue serem compostas por aproximadamente 30%
de blastos e promielócitos;
? Apresenta plaquetopenia que não foi causada devido ao tratamento;
? Apresenta o cromossomo Philadelfia e alterações cromossômicas
nas células leucêmicas. (BORTOLHEIRO, Teresa C. &
CHIATTONE, Carlos S.)
2.2.3. Crise Blástica
A crise blástica é o quadro clínico de mais fácil identificação já que
de acordo com a OMS, é considerada uma crise blástica quando os blastos
alcançarem 20% da soma ou mais. As classificações da leucemias normalmente
não diferenciam a crise blástica por linfóide ou mielóide, o que é de suma
importância para análise biológica da doença, porém, se apresentam em
aproximadamente 70% dos caos de crise blástica em mielóide e de 20 a 30% em
linfoide. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
A transformação das células na cb (crise blástica) mielóide ocorre tanto em

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linhagens distintas e simultaneamente, quanto permanece em uma só linhagem


(mieloblástica, eosinofílica, basofílica, monocítica, megacarioblástica,
20
eritroblástica ou todas elas em conjunto. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria
Theresa C. L.)
A fisiopatologia da crise blástica ainda não possui uma descrição concisa,
porém, nos últimos anos algumas explicações foram apresentadas como modelo.
O BCR-ABL é responsável pela evolução da instabilidade genômica e por
alterações epigenéticas da célula primordial ou célula madura na LMC, o que
significa que o nível da instabilidade é proporcional a atividade quinase
apresentada por BCR-ABL. Com resposta mais demorada para as terapias
direcionadas ao ABL, a célula primordial da LMC possui grandes chances de ser
um gatilho para a evolução da doença. Todas essas anormalidades induzem a
perda da eficiência de diferenciação celular, e acelera à evolução para uma doença
de forma mais agressiva.. (MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do
sangue periférico. 1ªed. São Paulo: LMP Editora LTDA, 2008.)
2.3. Diagnóstico Laboratorial
Para definir um diagnóstico da leucemia mielóide crônica é
necessário uma avaliação clínica extensiva, aplicando vários exames e métodos
podendo ser um tanto quanto cansativo para o paciente. Alguns exames que
podem ser realizados são:
? Exame de Sangue periférico, Mielograma, Biópsia de Medula, Análise
celular por citometria de fluxo, citogenética e biologia molecular. (LOPES,
Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
O hemograma é feito em sangue periférico e quando a amostra apresenta a
LCM os dados se apresentam com leucocitose de aproximadamente
250.000/mm3, podendo variar de 20.000 a 600.000/mm3 e uma taxa anormal de
granulócitos na circulação sanguínea, onde são protagonizados por blastos
leucêmicos, promielócitos e granulócitos já maduros. Pode também apresentar
eosinofilia e basofilia. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
21
Como uma ferramenta muito relevante para identificação da doença, a
necessidade de uma interpretação do hemograma de forma minuciosa é de suma
importância para que siga o caminho correto para o diagnóstico. Nos estágios
iniciais da doença é característico no sangue periférico a elevação dos basófilos,
observa-se trombocitose e um baixo nível de fosfatase alcalina leucocitária
(mesmo que esse teste venha perdendo o uso levando em conta o aumento do uso
das análises cetogênicas e moleculares). Em alguns pacientes nos estágios iniciais
apresentam alterações nos ciclos de contagem dos leucócitos em períodos de 50 a
70 dias, variando entre níveis leucêmicos e níveis normais, sendo necessário
diagnósticos diferenciais entre a leucemia, neutrofilia reacional e outras leucemias
mieloides. (SOSSEIA¹, ZOPPASZ & WEBER3 ? 2017).
Figura 3. Perfil do hemograma nas diferentes fases da leucemia mielóide crônica.
Fonte: PEIXOTO, Paloma P. de Aquino. - 2017.

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22
2.4. Terapia Farmacológica
A terapia farmacológica foi sofrendo diversas alterações com o
passar do tempo, iniciando com uma conduta paliativa até iniciar os tratamentos
com medicamentos começando pela solução de Fowler (uma solução de trióxido
de arsênico a 1%) onde foi constatado a diminuição do baço e do número de
leucócitos, e apresentando uma melhora na taxa anêmica. O risco do Fowler era
seu nível de toxicidade para o organismo, porém o arsênico ainda foi utilizado
como tratamento até 1903 quando se iniciou a terapia radiológica que apresentava
bons resultados assim como o arsênico, porém, ainda não subia as taxas de
expectativa de vida dos indivíduos. As mostardas nitrogenadas foram as apostas
de tratamento nos anos seguintes, onde levaram ai desenvolvimento do
bulssulfano (agente citostático de tratamento paliativo) em 1953. (ABREU;
LOPES, 2009).
O bulssulfano foi ainda utilizado pelos posteriores 35 anos por ter sido
comprovado ser mais eficiente que a radioterapia e as drogas utilizadas
anteriormente, após esse período foi substituído pro fármacos com menor nível de
toxicidade como a hidroxiuréia e alfa-interferon. (BERGANTINIZ, CASTROZ,
SOUZA3 et al. - 2005)
A associação da proteína quinase BCR-ABL com a leucemia mielóide
crônica, permitiu que substâncias diretamente específicas para a doença fossem
desenvolvidas. Em 1996 surgiu o mesilato de imatinibe, foi aprovado pelo U.S.
Food and Drug admnistration em 2001, após ser estudado em duas fases para sua
admnistração em pacientes leucêmicos em qualquer das fases da LCM. Essa droga
(mesilato de imatinibe) é um fármaco de primeira geração e age inibindo a
proteína tirosina quinase (TKI), foi a primeira terapia direcionada utilizada em
pacientes oncológicos, mudando o desfecho e manipulação dessa doença.
(ABREU; LOPES, 2009).
Composto por 2-fenil-amino-primidina, o mesilato de imatinibe é um
inibidor seletivo da proteína tirosina quinase, ?[?] ATP dependente, cujo
mecanismo de ação leva ao bloqueio competitivo do ATP, impedindo a
fosforilação do domínio tirosina quinase de ABL e consequentemente, a
23
sinalização energética para a proliferação celular e inibição da apoptosecelular,
revertendo, assim, parte importante da patogênese da LMC, com redução da
proliferação tumoral e aumento da apoptose? (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia
Mieloide Crônica. 2017)
A dose indicada é de 400mg/dia, administrado por via oral, podendo variar
de acordo com a fase e evolução da doença. (ABREU; LOPES, 2009).
Figura 4. Mecanismo de ação do mesilato de imatinibe.
Fonte: ZAHARIEVA, et al. 2013)
24
3. METODOLOGIA
Para a construção do trabalho foi feito o levantamento de artigos

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científicos que se encontraram disponíveis na plataforma virtual SciElo (Scientific


Eletronic Library Online) com a busca de termos: Leucemia Mieloide Crônica, LMC,
Leucemias; nos livros: Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico
(MELO, Márcio) e Tratado de Hematologia (ZAGO, Marco A.¹ FALCÃO, Roberto
P.Z PASQUINI, Ricardo.3). Assim foram selecionadas as bibliografias que mais se
encaixavam com o objetivo do trabalho, realizando um estudo ativo de maneira
minuciosa dos conteúdos para o desenvolvimento deste trabalho, caracterizando-o
como uma revisão bibliográfica.
4. OBJETIVOS
4.1. Objetivos Gerais
Apresentar uma revisão descritiva da Leucemia Mieloide Crônica com suas
principais origens, métodos de diagnósticos e identificação, tratamentos utilizados
para o tratamento e gerenciamento da evolução da doença.
4.2. Objetivos Específicos
? Definir as causas da Leucemia Mieloide Crônica;
? Apresentar as fases evolutivas da doença e suas características;
? Analisar os métodos de diagnósticos laboratoriais para identificação do tipo
da doença e em que nível ela se encontra;
? Conhecer as terapias de tratamento da doença e sua evolução tecnológica com
o tempo, oferendo cada vez mais qualidade de vida ao indivíduo e menos
riscos tóxicos e efeitos colaterais.
25
5. CONCLUSÃO
A leucemia mieloide crônica é apresentada como uma neoplasia,
possui sintomas comuns, diversos e ainda existem casos de pacientes
assintomáticos com uma certa frequência, o que mostra o quão importante é o
diagnóstico laboratorial da doença.
O avanço das tecnologias favorecem a complexidade dos exames o que
induz a avaliações mais específicas e concisas, levando a análises citogenéticas e
moleculares de forma precisa, que além de confirmar o diagnóstico também faz o
gerenciamento da evolução da doença e faz parte da conduta terapêutica.
Entretanto, o hemograma segue possuindo uma grande importância por ser um
método de fácil manuseio, e quando realizado por profissionais da saúde
capacitados, contribui no reconhecimento de novos quadros de leucemia mieloide
crônica e também no acompanhamento de pacientes já acometidos pela doença.
Quando se fala nas opções de tratamento da doença, destaca-se o mesilato
de imatinibe como a primeira escolha pelos profissionais, porém, em casos de
pacientes que possuem alguma resistência ao mesilato de imatinibe, outro método
de tratamento que entra como uma segunda escolha são os inibidores de tirosina-
quinase de segunda geração.
É de suma relevância o diagnóstico precoce da LMC para que haja uma
possibilidade de postergação das complicações que acompanham o indivíduo,
aumentando sua qualidade e expectativa de vida.
26

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
1. PEIXOTO, Paloma P. de Aquino. Leucemia Mielóide Crônica: Uma revisão
de literatura. Disponível em: Biblioteca digital da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte ? Centro de Biociências. Natal, Dezembro ? 2017. Acesso em:
18 de maio de 2022.
2. BORTOLHEIRO, Teresa C.¹ & CHIATTONE, Carlos S.Z Leucemia Mielóide
Crônica: história natural e classificação. Disponível em: Rev. Bras. hematol.
Hemoter. 2008;30 (Supl. 1) 3-7. São Paulo. Acesso em: 26 de maio de 2022.
3. BARBOZA, Ludana P.¹ SOUZA, Jamison M.Z SIMÕES, Felippe V.3
BRAGANÇA, Iracema C.4 ABDELHAY, Eliana5. Análise dos transcritos da
translocação t(9;22) em Leucemia Mielóide Crônica. Disponível em: Rev.
Bras, hematol. Hemoter., 2000,22(2): 89-98 ? Rio de Janeiro. Acesso em: 12 de
maio de 2022.
4. DOBBIN, Jane de Almeida¹ & GADELHA, Maria Inez PordeusZ. Mesilato de
Imatinibe para Tratamento de Leucemia Mielóide Crônica. Disponível em:
Revista Brasileira de Cancerologia, 2002, 48(3): 429-438 ? Rio de Janeiro. Acesso
em 28 de Julho de 2022.
5. MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico. 1ª
edição, São Paulo: Livraria Médica Paulista Editora LTDA, 2008.
6. ZAGO, Marco A.¹ FALCÃO, Roberto P.Z PASQUINI, Ricardo.3 Tratado de
Hematologia. São Paulo: Editora Atheneu, 2013.
7. LAGO, Camila do¹& PETRONI, Tatiane FerreiraZ. Fisiopatologia e
Diagnóstico da Leucemia Mieloide Crônica. V1, n.1: Revista Saúde UniToledo,
2017.
27
8. SOSSELA, Fernanda Roberta¹. ZOPPAS, Bárbara Catarina de AntoniZ.
WEBER, Liliana Portal3. Leucemia Mieloide Crônica: aspectos clínicos,
diagnóstico, principais alterações observadas no hemograma. RBAC,
49(2):127-30. 2017.
9. BERGANTINI, Ana Paula F¹. CASTRO, Fabíola AZ. SOUZA, Ana M3.
FETT- CONTE, Agnes C4. Leucemia Mieloide Crônica e o sistema Fas-FasL.
Rev. Bras. hematol. Hemoter. Pág. 120-125. 2005.
10. MONTENEGRO, Vanderléia da S¹. SANTOS, Vera Maria Valporto OZ.
VEITH, Melissa3. Análise Citogenética na Leucemia Mieloide Crônica. Rev.
Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba, v10, n.3, p

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=================================================================================
Arquivo 1: tcc laura e luis finalizado 2.0.pdf (3919 termos)
Arquivo 2: https://www.minhavida.com.br/saude/temas/leucemia-mieloide-cronica (1227 termos)
Termos comuns: 32
Similaridade: 0,62%
O texto abaixo é o conteúdo do documento tcc laura e luis finalizado 2.0.pdf (3919 termos)
Os termos em vermelho foram encontrados no documento
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/leucemia-mieloide-cronica (1227 termos)

=================================================================================
1UNIÃO DAS INSTITUIÇÕES DE SERVIÇOS, ENSINO E
PESQUISA - UNISEPE
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO RIBEIRA -
UNIVR BACHARELADO EM BIOMEDICINA
LAURA DE FRANÇA ALVES
LUIS GUSTAVO DA VEIGA CAROTI
LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA.
Registro
2022
2LAURA DE FRANÇA ALVES, LUIS GUSTAVO DA VEIGA CAROTI
LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Centro
Universitário do Vale do Ribeira,
para a obtenção do Título de
Bacharel em Biomedicina.
Orientador: Profº: Lucas da Silva
Rezende
Registro
2022
3?Sonhos determinam o que você quer. Ação determina o que você conquista?
Aldo Novak.
4AGRADECIMENTOS
A minha mãe Marinalva e minha irmã Clara, que me incentivaram e apoiaram nos
momentos mais difíceis e por serem meu suporte e apoio ao longo desse período
dedicada a conclusão dessa graduação e da realização desse trabalho. (Laura)
Ao professor Lucas da Silva Rezende, por ter sido nosso orientador e ter
desempenhado essa função com dedicação, compromisso e amizade.
Ao coordenador do curso Fernando Henrique Ingácio dos Santos, pelas correções,
conselhos e ensinamentos que nos permitiram desempenhar um processo de
sucesso na formação profissional durante o curso.

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À instituição de ensino Universidade do Vale do Ribeira (UNIVR), que foi


essencial no nosso processo de formação acadêmica e profissional, pela
dedicação, inovação, profissionalismo e por tudo que aprendemos ao longo desses
anos no curso.
5LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ? Representação do sangue normal na primeira imagem com as células
vermelhas, brancas e plaquetas. Na segunda imagem a representação do sangue
com Leucemia onde houve uma produção exagerada de leucócitos alterados e
pouca quantidade de células vermelhas.................................................................11
Figura 2 ? Translocação (9:22) e transcrição BCR-ABL associado a LMC e
LLA.......................................................................................................................15
Figura 3 ? Perfil do hemograma nas diferentes fases da leucemia mieloide
crônica...................................................................................................................21
Figura 4 ? Mecanismo de ação do mesilato imatinibe.........................................23
6LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ATP Adenosina Trifosfato
CB Crise Bla?tica
CS Corrente Sanguínea
FA Fase Acelerada
FC Fase Crônica
LMC Leucemia Mieloide Crônica
PH Philadélfia
TK Tirosina Quinase
7SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..............................................................................................................11
2. DESENVOLVIMENTO................................................................................................13
2.1. Leucemia Mieloide Crônica..........................................................................................13
2.1.1. Cromossomo Philadélfia (Ph+)...................................................................................14
2.1.2. Sintomatologia Clínica...............................................................................................15
2.2. Fases da Leucemia Mieloide Crônica...........................................................................16
2.2.1. Crônica.......................................................................................................................17
2.2.2. Acelerada....................................................................................................................18
2.2.3. Crise blástica..............................................................................................................19
2.3. Diagnóstico Laboratorial...............................................................................................20
2.4. Terapia Farmacológica..................................................................................................22
3. METODOLOGIA..........................................................................................................23
4. OBJETIVOS...................................................................................................................24
4.1. Objetivos gerais.............................................................................................................24
4.2. Objetivos específicos.....................................................................................................24
5. CONCLUSÃO................................................................................................................26
REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS................................................................................27
8LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.
CHRONIC MYELOID LEUKEMIA: A BIBLIGRAPHIC REVIEW.
Laura de França Alves¹, Luis Gustavo da Veiga Caroti¹, Lucas da Silva RezendeZ,

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Fernando Henrique Ignácio dos Santos3.


¹ Discente em Biomedicina pela Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR)
? Registro/SP. E-mail: Laura.allvrs@gmail.com
¹ Discente em Biomedicina pela Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR)
? Registro/SP. E-mail: Luisgustavo.caroti@gmail.com
Z Biomédico, docente e orientador de Trabalho de Conclusão de Curso de
Biomedicina na Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR) ? Registro/SP.
E- mail: lucaasrezende2@gmail.com
3 Biomédico, docente e coordenador do curso de Biomedicina da Faculdades
Integradas do Vale do Ribeira (FVR) ? Registro/SP. E-mail:
biomedicina@scelisul.com.br
9ALVES, Laura de França¹. CAROTI, Luís Gustavo da VeigaZ. Chronic Myeloid
Leukemia: A Bibliographic Review. 2022. 27folhas. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Biomedicina) ? UNIVR ? Centro Universitário do Vale do
Ribeira, Registro, 2022.
RESUMO
A LMC é definida como uma doença mieloproliferativa
clonal, caracterizando uma mutação que afeta diretamente a célula tronco
hematopoiética. Clinicamente, a maioria dos exames dos pacientes que são
portadores da LMC apresentam uma leucocitose com desvio a esquerda,
neutrofilia, eosinofilia, basofilia e o principal marcador citogênico da doença:
cromossomo Philadelfia. Foi determinada como a primeira leucemia a ser
detalhada e posta em laudo para apresentar os pacientes que foram a óbito por
conta da intensa leucocitose e da hepatoesplenomegalia que essa doença causa. A
LMC apresenta uma evolução de três fases que descrevem a piora significativa da
clínica da doença. Além do cromossomo Philadelfia como principal marcador da
LMC, a presença de mutações genéticas também são responsáveis pela evolução
acelerada da patologia, como o gene trissomia de 8, isocromossomo do braço
longo do 17 e trissomia do 19. As classificações das leucemias não mostram
diferenças da crise blástica por linfoide ou mieloide, o que é de suma importância
para a análise biológica da doença, porém, aproximadamente 70% doas casos de
crise blástica são em mieloide e de 20 a 30% em linfoide. Com respostas mais
demoradas para as terapias direcionadas ao ABL, a célula primordial da LMC
possui grandes chances de ser um gatilho para a evolução da doença. As terapias
farmacológicas sofreram alterações desde ser uma conduta paliativa até o
tradamento medicamentoso, evoluindo até a terapia radiológica e apresentando
ainda mais resultado com as mostardas nitrogenadas.
Palavras-chave: Leucemias, Leucocitose, Cromossomo Philadelfia, Mutações
Genéticas.
10
ALVES, Laura de França¹. CAROTI, Luís Gustavo da VeigaZ. Chronic Myeloid
Leukemia: A Bibliographic Review. 2022. 27folhas. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Biomedicina) ? UNIVR ? Centro Universitário do Vale do
Ribeira, Registro, 2022.

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ABSTRACT
CML is defined as a clonal myeloproliferative disease,
featuring a mutation that directly affects the hematopoietic stem cell. Clinically,
most patients with CML have a leukocytosis with left shift, neutrophilia,
eosinophilia, basophilia, and the main cytogenetic marker of the disease: the
Philadelfia chromosome. It was determined as the first leukemia to be detailed and
put in a report to present the patients who died because of the intense leukocytosis
and hepatosplenomegaly that this disease causes. CML presents an evolution of
three phases that describe the significant clinical worsening of the disease. Besides
the Philadelfia chromosome as the main marker of CML, the presence of genetic
mutations are also responsible for the accelerated evolution of the pathology, such
as the trisomy 8 gene, isochromosome of the long arm of 17, and trisomy 19. The
classifications of leukemias do not show differences of the blastic crisis by
lymphoid or myeloid, which is of great importance for the biological analysis of
the disease, but approximately 70% of the cases of blastic crisis are in myeloid
and 20 to 30% in lymphoid. With more delayed responses to ABL-targeted
therapies, the primordial cell in CML has a high chance of being a trigger for
disease progression. Pharmacological therapies have changed from being a
palliative management to drug tradation, evolving to radiological therapy and
showing even more result with nitrogen mustards.
Keywords: Leukemias, Leukocytosis, Philadelfia Chromosome, Gene Mutations.
11
1. INTRODUÇÃO
A leucemia mieloide crônica (LMC) é caracterizada por disfunções
que causam uma mutação adquirida, afetando negativamente o sistema de
hematopoese, mais especificamente a célula tronco hematopoiética.
(BOLLMANN, Patricia Weinschenker & GIGLIO, Auro del.)
É caracterizada por liberar células maduras de forma exacerbada na
corrente sanguínea descrevendo uma neoplasia. Mesmo possuindo funções
diferentes entre si, as células possuem uma mesma origem na célula tronco
hematopoiética, que quando está em seu estado normal possui características
fundamentais para o sistema de hematopoese, como a autor renovação onde pode
se clonar ou produzir células distintas entre si, que é onde se encaixam os
leucócitos e as plaquetas. (BORTOLHEIRO, Teresa Cristina. & CHIATTONE,
Carlos S.)
Quando existe a alteração neoplásica causada por uma leucemia, o
processo de hematopoese são se completa de forma certa fazendo com que a
produção celular seja de maneira desregulada e exagerada de células imaturas ou
maduras que passam a percorrer pelo sangue prejudicando a saúde do indivíduo.
(LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
Figura 1 ? Representação do sangue normal na primeira imagem com as células vermelhas,
brancas e plaquetas. Na segunda imagem a representação do sangue com Leucemia onde
houve uma produção exagerada de leucócitos alterados e pouca quantidade de células
vermelhas.

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Fonte: Cleveland Clinic, 2019.


12
A LMC é causada por uma deslocação do cromossomo 9 com o 22, o que
resulta na presença do cromossomo Philadelfia (Ph+) que é a união da região do
gene BCR do cromossomo 22 com o gene ABL do cromossomo 9, formando um
híbrido BCR-ABL no 22 q-, produzindo uma proteína quimérica que exerce uma
alta função de tirosina quinase (TK), a proteína responsável pela patologia da
LMC. (ABREU; LOPES, 2009).
Entende-se que para uma célula normal se transformar em cancerígena ela
precisa primeiramente de uma mutação, habilidades contrárias as naturais e
precisa de alguns eventos epigenéticos. As células cancerígenas são de alguma
forma mais independentes que as células em seu estado normal, possuindo maior
potencial de sobrevivência e proliferação mesmo sem a adesão de algum
substrato, e ainda possuem uma menor chance de apoptose. (LAGO, Camila do. &
PETRONI, Tatiane Ferreira.)
O gene BCR-ABL é estimulado pela fosforilação de proteínas, ou seja,
acontece sua ativação quando a tirosina quinase está ligada a um ATP. Com isso
se ativa uma cascata de crescimento sem controle e de maneira exagerada,
liberando essas células sem funções definidas na corrente sanguínea. (LAGO,
Camila do. & PETRONI, Tatiane Ferreira.)
Ainda a LMC é evoluída por três fases, sendo elas: fase crônica (FC), fase
acelerada (FA) e crise blástica (CB). Ainda na fase crônica são divididos três
subgrupos relacionados a sobrevida e com características clínicas como,
contagem de plaquetas, tamanho do baço do paciente e porcentagem dos blastos
liberados no sangue periférico. (MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas
do sangue periférico. 1ªed. São Paulo: LMP Editora LTDA, 2008.)
O diagnóstico é dado pelos achados clínicos, citogenéticos e
hematológicos encontrados no sangue periférico e medula óssea. (LAGO, Camila
do. & PETRONI, Tatiane Ferreira).
13
A chance das manifestações clínicas da doença surgirem de forma lenta e
evolutiva, deixa com que muitos pacientes tenham um diagnóstico tardio
implicando de forma negativa no tratamento, já que muitas vezes ocorre do
diagnóstico ser realizado em uma fase já evoluída da doença. Essa evolução pode
acontecer em um período de três a cinco anos, saindo da fase crônica para uma
fase mais avançada ou até diretamente para a fase de crise blástica sendo etapas de
difícil controle. (LAGO, Camila do. & PETRONI, Tatiane Ferreira.)
Atualmente o tratamento padrão para a LMC são com os inibidores de
tirosina quinase, mais especificamente o imatinibe, dasatinibe e nilotinibe. Estes
fármacos são eficazes e capazes de controlar a sintomatologia da doença com uma
toxicidade relativamente baixa. São de administração oral e podem ser utilizadas
fora do ambiente hospitalar. Para os pacientes que são imunes a esses
medicamentos, a opção mais indicada é o transplante de medula óssea alogênico.
(MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico. 1ªed. São

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Paulo: LMP Editora LTDA, 2008.)


Falando em epidemiologia estima-se que 14% das leucemias são
representadas pela Leucemia mieloide crônica, com aproximadamente 1,6 casos a
cada 100.000 pessoas por ano. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. Leucemia Mieloide Crônica
A Leucemia Mieloide Crônica (LMC) é caracterizada como uma
neoplasia maligna por haver um aumento de maneira exagerada de células jovens
na corrente sanguínea, as quais não passaram por maturação nem apresentam uma
função definida. Além dessas numerosas células presentes na corrente sanguínea
(CS), ainda temos as hemácias, plaquetas e os leucócitos os quais formam o
conjunto de células da CS, essas células se diferenciam pelas suas funções
específicas e também de maneira morfológica. (PEIXOTO, Paloma P.A.
Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
14
Apesar da diferenciação dessas células, todas são originadas de um mesmo
processo conhecido como hematopoese, processo que ocorre de forma prioritária
na medula óssea a partir das células tronco hematopoiéticas indefinidas.
Características que devem ser ressaltadas dessas células são a de autorrenovação e
a capacidade de formar células diferentes de si, ou seja, a principal função dessa
célula é produzir novas células iguais a si e também células diferentes com
funções individuais. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
A LMC é definida como uma doença mieloproliferativa clonal,
caracterizando uma mutação que afeta diretamente a célula tronco hematopoiética.
Clinicamente, a maioria dos exames dos pacientes portadores da LMC
apresentam-se com leucocitose com desvio a esquerda, neutrofilia, eosinofilia,
basofilia e o principal marcador citogênico da doença, o cromossomo Philadelfia.
(PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
Foi a primeira leucemia a ser detalhada e posta em escrita para apresentar
os pacientes que faleceram por conta da intensa leucocitose e da
hepatoesplenomegalia que essa doença apresenta. (PEIXOTO, Paloma P.A.
Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
2.1.1. Cromossomo Philadelfia (Ph+)
Para ocorrer uma anormalidade genética é necessário que haja uma
alteração nas cópias de DNA e estruturas dissemelhantes que resultam uma
mutação ou junção de genes. (ZAGO, M.A.; FALCÃO, A.; PASQUINI, R.P.
Tratado de Hematologia. 1ªed. p.417. São Paulo: Editora Atheneu, 2013).
Em específico o cromossomo Philadelfia surge a partir de um processo de
translocação entre os braços alongados dos cromossomos 9 e 22, onde se sobrepõe
a oncogenese ABL, que é mapeada no cromossomo 9 ao gene BCR que é
mapeado no cromossomo 22. Esse gene desenvolvido a partir dessa fusão é
descrito como RNAm BCR-ABLI. O cromossomo Philadelfia traz esse nome por
ter sido descoberto justamente na cidade de Philadelphia. (ZAGO, M.A.;
15

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FALCÃO, A.; PASQUINI, R.P. Tratado de Hematologia. 1ªed. p.417. São


Paulo: Editora Atheneu, 2013).
Em sua relação gênica normal, o genes BCR e ABL são responsáveis por
diferentes funções, sendo o BCR: proteína relacionada à regulação do ciclo
celular, ABL: responsável por codificar uma proteína tirosina-quinase. Sendo
assim, quando há uma mutação de translocação nesses genes causando a célula
leucêmica BCR-ABL, a mesma vai estimular uma produção constante de células
jovens na corrente sanguínea, aumentando a atividade tirosina-quinase de forma
significativa, causando a Leucemia Mieloide Crônica. (ZAGO, M.A.; FALCÃO,
A.; PASQUINI, R.P. Tratado de Hematologia. 1ªed. p.417. São Paulo: Editora
Atheneu, 2013).
Figura 2. Translocação (9:22) e transcrição BCR-ABL associada a LMC, LMA e LLA)
FONTE: (AVELINO et. al, 2017).
2.1.2. Sintomatologia Clínica
Os principais sinais e sintomas que essa doença apresenta então
relacionados a produção intensa de células na medula óssea e sua liberação
precoce e exacerbada na corrente sanguínea. (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia
Mieloide Crônica. 2017)
16
A Leucemia Mieloide Crônica apresenta um quadro clínico de leucocitose
com desvio a esquerda, isto é, apresenta sua maior parte os leucócitos em suas
formas mais jovens como, mielócitos e metamielócitos, não respeitando a ordem
natural da maturação dessas células na medula óssea. (MONTENEGRO¹,
SANTOSZ & VEITH3 - 2008)
Em adultos e em crianças as manifestações clínicas apresentam
semelhanças, apesar de significativamente o quadro pediátrico da doença ressaltar
um maior número de leucócitos na corrente sanguínea. (BORTOLHEIRO, Teresa
C. & CHIATTONE, Carlos S.)
A hiperleucocitose caracterizada por: >100x100/L, desencadeia a síndrome
de hiperviscosidade, a qual apresenta sangramentos de mucosa, retinopatia,
alterações neurológicas e pode esporadicamente desenvolver uma insuficiência
cardíaca afetando o sistema cardiovascular. Apesar desses sintomas causados pela
LMC, existem ainda os sinais e sintomas mais comuns que os pacientes portadores
da doença apresentam, por consequência da hiperleucocitose pode ocorrer casos
de perda auditiva neurossensorial ou uma isquemia intracoclear e perda visual.
(BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE, Carlos S.)
Alguns pacientes relatam dores abdominais, cansaço, palidez por conta de
anemias causadas por sangramentos proveniente de uma disfunção plaquetária. A
esplenomegalia é um sinal importante e vem se apresentando em um número
elevado de pacientes, e é a mesma que causa os sintomas anteriores. (PEIXOTO,
Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
É importante ressaltar que o diagnóstico ocorre nos exames laboratoriais
de rotina, pois a sintomatologia da LMC é de muita discrição. (PEIXOTO,
Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)

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2.2. Fases da Leucemia Mieloide Crônica (LMC)


A LMC evoluí por três fases que descrevem a piora significativa da
clínica da doença. Essas fases se progridem de forma maligna de Crônica para
17
Acelerada e de Acelerada para um Crise Blástica. É importante entender que na
prática os pacientes não necessariamente seguem uma ordem correta dessa
progressão, podendo sair de uma fase crônica diretamente para uma crise blástica
de forma acentuada. (LAGO¹ & PETRONIZ - 2017)
Por conta da descoberta dessa alteração gênica, além de aprimorar o
diagnóstico ainda permitiu o desenvolvimento de terapias dirigidas contra o efeito
molecular causado na alteração gênica. (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia
Mieloide Crônica. 2017)
2.2.1. Crônica
A fase crônica é onde a grande maioria dos pacientes se encontram
e cerca de 20% a 40% dos pacientes são assintomáticos, frequentemente são
identificados por exames de rotinas quando analisados uma leucocitose acentuada
e assim diagnosticados como portadores de LMC. (LAGO¹ & PETRONIZ - 2017)
Além do principal marcador dessa doença, o cromossomo Philadelfia, a
presença de mais mutações genéticas também são responsáveis pela evolução
acelerada doença, como o gene trissomia de 8, isocromossomo do braço longo do
17 e trissomia do 19. Esses são os maiores responsáveis pela progressão da LMC
de fase acelerada para a fase de crise blástica. (BORTOLHEIRO, Teresa C. &
CHIATTONE, Carlos S.)
Clinicamente em exames de rotinas a hemoglobina pode ainda estar
normal ou apresentar uma leve anemia, plaquetas normalmente normal ou
elevadas, salvo cerca de 5% dos casos que apresentam plaquetopenia. A fofatase
alcalina intraleucocitária é reduzida em aproximadamente 90% dos pacientes que
estão na fase crônica. (SOSSEIA¹, ZOPPASZ & WEBER3 ? 2017).
A biópsia na medula óssea é necessária para o diagnóstico averiguar a
presença de fibrose que pode se apresentar com a progressão da doença. A anemia
severa com esplenomegalia acentuada e hiperplasia megacariocítica desenvolvem
18
o aumento da reticulina em cerca de 40% dos pacientes diagnósticados.
(BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE, Carlos S.)
Apresenta sintomas comuns, como: fadiga, febre, suor, fraqueza, perda
significativa de peso, sudorese noturna e esplenomegalia. Alguns sintomas mais
específicos são encontrados com muito menos frequência pois aparecem com uma
leucocitose >250.000/mm3, o que é difícil de acontecer na fase crônica. (MELO,
Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico. 1ªed. São Paulo:
LMP Editora LTDA, 2008.)
Essa fase perdura normalmente de 3 a 5 anos dependendo de cada
indivíduo. (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
Essa fase ainda se apresenta como benigna, fica marcada pela hiperplasia
medular e capacidade de maturação das células mieloides. Existe uma maior

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facilidade no controle das manifestações dessa doença na corrente sanguínea com


terapias farmacológicas de maneira convencional. (BORTOLHEIRO, Teresa C. &
CHIATTONE, Carlos S.)
2.2.2. Acelerada
É a fase precedente a crise blástica, apresenta um difícil controle da
doença. Desenvolve um aumento nos blastos na medula óssea e aumento na
contagem desses blastos na corrente sanguínea. Além desse aumento, também
apresenta leucocitose com acentuado desvio a esquerda, basofilia, anemia e
variação no número de plaquetas. (BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE,
Carlos S.)
Na maioria das vezes se classifica os pacientes na fase acelerada quando
existe a evolução clonal, porém, a OMS declara que a evolução clonal é
significativa se ocorrer durante o tratamento e não ao diagnóstico.
(BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE, Carlos S.)
Os pacientes portadores da Leucemia Mieloide Crônica são dificilmente
diagnosticados na fase acelerada, pois, a evolução do tratamento com os inibidores
19
de tirosino quinase vem reduzindo o número de pacientes que evoluem da fase
crônica para a fase acelerada. Apesar da progressão do tratamento com imatinibe,
a sobrevivência dos pacientes em fase acelerada permanece de um a dois anos.
(PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
São considerados pacientes em fase acelerada quando apresentam alguma
dessas características:
? Amostras de sangue ou da medula óssea que possuem mais de 15%
e menos de 30 % de blastos;
? Nas lâminas hematológicas apresentarem cerca de 20% de
basófilos;
? As células do sangue serem compostas por aproximadamente 30%
de blastos e promielócitos;
? Apresenta plaquetopenia que não foi causada devido ao tratamento;
? Apresenta o cromossomo Philadelfia e alterações cromossômicas
nas células leucêmicas. (BORTOLHEIRO, Teresa C. &
CHIATTONE, Carlos S.)
2.2.3. Crise Blástica
A crise blástica é o quadro clínico de mais fácil identificação já que
de acordo com a OMS, é considerada uma crise blástica quando os blastos
alcançarem 20% da soma ou mais. As classificações da leucemias normalmente
não diferenciam a crise blástica por linfóide ou mielóide, o que é de suma
importância para análise biológica da doença, porém, se apresentam em
aproximadamente 70% dos caos de crise blástica em mielóide e de 20 a 30% em
linfoide. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
A transformação das células na cb (crise blástica) mielóide ocorre tanto em
linhagens distintas e simultaneamente, quanto permanece em uma só linhagem
(mieloblástica, eosinofílica, basofílica, monocítica, megacarioblástica,

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20
eritroblástica ou todas elas em conjunto. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria
Theresa C. L.)
A fisiopatologia da crise blástica ainda não possui uma descrição concisa,
porém, nos últimos anos algumas explicações foram apresentadas como modelo.
O BCR-ABL é responsável pela evolução da instabilidade genômica e por
alterações epigenéticas da célula primordial ou célula madura na LMC, o que
significa que o nível da instabilidade é proporcional a atividade quinase
apresentada por BCR-ABL. Com resposta mais demorada para as terapias
direcionadas ao ABL, a célula primordial da LMC possui grandes chances de ser
um gatilho para a evolução da doença. Todas essas anormalidades induzem a
perda da eficiência de diferenciação celular, e acelera à evolução para uma doença
de forma mais agressiva.. (MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do
sangue periférico. 1ªed. São Paulo: LMP Editora LTDA, 2008.)
2.3. Diagnóstico Laboratorial
Para definir um diagnóstico da leucemia mielóide crônica é
necessário uma avaliação clínica extensiva, aplicando vários exames e métodos
podendo ser um tanto quanto cansativo para o paciente. Alguns exames que
podem ser realizados são:
? Exame de Sangue periférico, Mielograma, Biópsia de Medula, Análise
celular por citometria de fluxo, citogenética e biologia molecular. (LOPES,
Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
O hemograma é feito em sangue periférico e quando a amostra apresenta a
LCM os dados se apresentam com leucocitose de aproximadamente
250.000/mm3, podendo variar de 20.000 a 600.000/mm3 e uma taxa anormal de
granulócitos na circulação sanguínea, onde são protagonizados por blastos
leucêmicos, promielócitos e granulócitos já maduros. Pode também apresentar
eosinofilia e basofilia. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
21
Como uma ferramenta muito relevante para identificação da doença, a
necessidade de uma interpretação do hemograma de forma minuciosa é de suma
importância para que siga o caminho correto para o diagnóstico. Nos estágios
iniciais da doença é característico no sangue periférico a elevação dos basófilos,
observa-se trombocitose e um baixo nível de fosfatase alcalina leucocitária
(mesmo que esse teste venha perdendo o uso levando em conta o aumento do uso
das análises cetogênicas e moleculares). Em alguns pacientes nos estágios iniciais
apresentam alterações nos ciclos de contagem dos leucócitos em períodos de 50 a
70 dias, variando entre níveis leucêmicos e níveis normais, sendo necessário
diagnósticos diferenciais entre a leucemia, neutrofilia reacional e outras leucemias
mieloides. (SOSSEIA¹, ZOPPASZ & WEBER3 ? 2017).
Figura 3. Perfil do hemograma nas diferentes fases da leucemia mielóide crônica.
Fonte: PEIXOTO, Paloma P. de Aquino. - 2017.
22
2.4. Terapia Farmacológica

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A terapia farmacológica foi sofrendo diversas alterações com o


passar do tempo, iniciando com uma conduta paliativa até iniciar os tratamentos
com medicamentos começando pela solução de Fowler (uma solução de trióxido
de arsênico a 1%) onde foi constatado a diminuição do baço e do número de
leucócitos, e apresentando uma melhora na taxa anêmica. O risco do Fowler era
seu nível de toxicidade para o organismo, porém o arsênico ainda foi utilizado
como tratamento até 1903 quando se iniciou a terapia radiológica que apresentava
bons resultados assim como o arsênico, porém, ainda não subia as taxas de
expectativa de vida dos indivíduos. As mostardas nitrogenadas foram as apostas
de tratamento nos anos seguintes, onde levaram ai desenvolvimento do
bulssulfano (agente citostático de tratamento paliativo) em 1953. (ABREU;
LOPES, 2009).
O bulssulfano foi ainda utilizado pelos posteriores 35 anos por ter sido
comprovado ser mais eficiente que a radioterapia e as drogas utilizadas
anteriormente, após esse período foi substituído pro fármacos com menor nível de
toxicidade como a hidroxiuréia e alfa-interferon. (BERGANTINIZ, CASTROZ,
SOUZA3 et al. - 2005)
A associação da proteína quinase BCR-ABL com a leucemia mielóide
crônica, permitiu que substâncias diretamente específicas para a doença fossem
desenvolvidas. Em 1996 surgiu o mesilato de imatinibe, foi aprovado pelo U.S.
Food and Drug admnistration em 2001, após ser estudado em duas fases para sua
admnistração em pacientes leucêmicos em qualquer das fases da LCM. Essa droga
(mesilato de imatinibe) é um fármaco de primeira geração e age inibindo a
proteína tirosina quinase (TKI), foi a primeira terapia direcionada utilizada em
pacientes oncológicos, mudando o desfecho e manipulação dessa doença.
(ABREU; LOPES, 2009).
Composto por 2-fenil-amino-primidina, o mesilato de imatinibe é um
inibidor seletivo da proteína tirosina quinase, ?[?] ATP dependente, cujo
mecanismo de ação leva ao bloqueio competitivo do ATP, impedindo a
fosforilação do domínio tirosina quinase de ABL e consequentemente, a
23
sinalização energética para a proliferação celular e inibição da apoptosecelular,
revertendo, assim, parte importante da patogênese da LMC, com redução da
proliferação tumoral e aumento da apoptose? (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia
Mieloide Crônica. 2017)
A dose indicada é de 400mg/dia, administrado por via oral, podendo variar
de acordo com a fase e evolução da doença. (ABREU; LOPES, 2009).
Figura 4. Mecanismo de ação do mesilato de imatinibe.
Fonte: ZAHARIEVA, et al. 2013)
24
3. METODOLOGIA
Para a construção do trabalho foi feito o levantamento de artigos
científicos que se encontraram disponíveis na plataforma virtual SciElo (Scientific
Eletronic Library Online) com a busca de termos: Leucemia Mieloide Crônica, LMC,

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Leucemias; nos livros: Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico


(MELO, Márcio) e Tratado de Hematologia (ZAGO, Marco A.¹ FALCÃO, Roberto
P.Z PASQUINI, Ricardo.3). Assim foram selecionadas as bibliografias que mais se
encaixavam com o objetivo do trabalho, realizando um estudo ativo de maneira
minuciosa dos conteúdos para o desenvolvimento deste trabalho, caracterizando-o
como uma revisão bibliográfica.
4. OBJETIVOS
4.1. Objetivos Gerais
Apresentar uma revisão descritiva da Leucemia Mieloide Crônica com suas
principais origens, métodos de diagnósticos e identificação, tratamentos utilizados
para o tratamento e gerenciamento da evolução da doença.
4.2. Objetivos Específicos
? Definir as causas da Leucemia Mieloide Crônica;
? Apresentar as fases evolutivas da doença e suas características;
? Analisar os métodos de diagnósticos laboratoriais para identificação do tipo
da doença e em que nível ela se encontra;
? Conhecer as terapias de tratamento da doença e sua evolução tecnológica com
o tempo, oferendo cada vez mais qualidade de vida ao indivíduo e menos
riscos tóxicos e efeitos colaterais.
25
5. CONCLUSÃO
A leucemia mieloide crônica é apresentada como uma neoplasia,
possui sintomas comuns, diversos e ainda existem casos de pacientes
assintomáticos com uma certa frequência, o que mostra o quão importante é o
diagnóstico laboratorial da doença.
O avanço das tecnologias favorecem a complexidade dos exames o que
induz a avaliações mais específicas e concisas, levando a análises citogenéticas e
moleculares de forma precisa, que além de confirmar o diagnóstico também faz o
gerenciamento da evolução da doença e faz parte da conduta terapêutica.
Entretanto, o hemograma segue possuindo uma grande importância por ser um
método de fácil manuseio, e quando realizado por profissionais da saúde
capacitados, contribui no reconhecimento de novos quadros de leucemia mieloide
crônica e também no acompanhamento de pacientes já acometidos pela doença.
Quando se fala nas opções de tratamento da doença, destaca-se o mesilato
de imatinibe como a primeira escolha pelos profissionais, porém, em casos de
pacientes que possuem alguma resistência ao mesilato de imatinibe, outro método
de tratamento que entra como uma segunda escolha são os inibidores de tirosina-
quinase de segunda geração.
É de suma relevância o diagnóstico precoce da LMC para que haja uma
possibilidade de postergação das complicações que acompanham o indivíduo,
aumentando sua qualidade e expectativa de vida.
26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
1. PEIXOTO, Paloma P. de Aquino. Leucemia Mielóide Crônica: Uma revisão

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de literatura. Disponível em: Biblioteca digital da Universidade Federal do Rio


Grande do Norte ? Centro de Biociências. Natal, Dezembro ? 2017. Acesso em:
18 de maio de 2022.
2. BORTOLHEIRO, Teresa C.¹ & CHIATTONE, Carlos S.Z Leucemia Mielóide
Crônica: história natural e classificação. Disponível em: Rev. Bras. hematol.
Hemoter. 2008;30 (Supl. 1) 3-7. São Paulo. Acesso em: 26 de maio de 2022.
3. BARBOZA, Ludana P.¹ SOUZA, Jamison M.Z SIMÕES, Felippe V.3
BRAGANÇA, Iracema C.4 ABDELHAY, Eliana5. Análise dos transcritos da
translocação t(9;22) em Leucemia Mielóide Crônica. Disponível em: Rev.
Bras, hematol. Hemoter., 2000,22(2): 89-98 ? Rio de Janeiro. Acesso em: 12 de
maio de 2022.
4. DOBBIN, Jane de Almeida¹ & GADELHA, Maria Inez PordeusZ. Mesilato de
Imatinibe para Tratamento de Leucemia Mielóide Crônica. Disponível em:
Revista Brasileira de Cancerologia, 2002, 48(3): 429-438 ? Rio de Janeiro. Acesso
em 28 de Julho de 2022.
5. MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico. 1ª
edição, São Paulo: Livraria Médica Paulista Editora LTDA, 2008.
6. ZAGO, Marco A.¹ FALCÃO, Roberto P.Z PASQUINI, Ricardo.3 Tratado de
Hematologia. São Paulo: Editora Atheneu, 2013.
7. LAGO, Camila do¹& PETRONI, Tatiane FerreiraZ. Fisiopatologia e
Diagnóstico da Leucemia Mieloide Crônica. V1, n.1: Revista Saúde UniToledo,
2017.
27
8. SOSSELA, Fernanda Roberta¹. ZOPPAS, Bárbara Catarina de AntoniZ.
WEBER, Liliana Portal3. Leucemia Mieloide Crônica: aspectos clínicos,
diagnóstico, principais alterações observadas no hemograma. RBAC,
49(2):127-30. 2017.
9. BERGANTINI, Ana Paula F¹. CASTRO, Fabíola AZ. SOUZA, Ana M3.
FETT- CONTE, Agnes C4. Leucemia Mieloide Crônica e o sistema Fas-FasL.
Rev. Bras. hematol. Hemoter. Pág. 120-125. 2005.
10. MONTENEGRO, Vanderléia da S¹. SANTOS, Vera Maria Valporto OZ.
VEITH, Melissa3. Análise Citogenética na Leucemia Mieloide Crônica. Rev.
Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba, v10, n.3, p

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=================================================================================
Arquivo 1: tcc laura e luis finalizado 2.0.pdf (3919 termos)
Arquivo 2: https://www.fleury.com.br/medico/manuais-diagnosticos/hematologia-manual/leucemia-
mieloide-cronica (2410 termos)
Termos comuns: 25
Similaridade: 0,39%
O texto abaixo é o conteúdo do documento tcc laura e luis finalizado 2.0.pdf (3919 termos)
Os termos em vermelho foram encontrados no documento
https://www.fleury.com.br/medico/manuais-diagnosticos/hematologia-manual/leucemia-mieloide-cronica
(2410 termos)

=================================================================================
1UNIÃO DAS INSTITUIÇÕES DE SERVIÇOS, ENSINO E
PESQUISA - UNISEPE
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO RIBEIRA -
UNIVR BACHARELADO EM BIOMEDICINA
LAURA DE FRANÇA ALVES
LUIS GUSTAVO DA VEIGA CAROTI
LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA.
Registro
2022
2LAURA DE FRANÇA ALVES, LUIS GUSTAVO DA VEIGA CAROTI
LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Centro
Universitário do Vale do Ribeira,
para a obtenção do Título de
Bacharel em Biomedicina.
Orientador: Profº: Lucas da Silva
Rezende
Registro
2022
3?Sonhos determinam o que você quer. Ação determina o que você conquista?
Aldo Novak.
4AGRADECIMENTOS
A minha mãe Marinalva e minha irmã Clara, que me incentivaram e apoiaram nos
momentos mais difíceis e por serem meu suporte e apoio ao longo desse período
dedicada a conclusão dessa graduação e da realização desse trabalho. (Laura)
Ao professor Lucas da Silva Rezende, por ter sido nosso orientador e ter
desempenhado essa função com dedicação, compromisso e amizade.
Ao coordenador do curso Fernando Henrique Ingácio dos Santos, pelas correções,

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conselhos e ensinamentos que nos permitiram desempenhar um processo de


sucesso na formação profissional durante o curso.
À instituição de ensino Universidade do Vale do Ribeira (UNIVR), que foi
essencial no nosso processo de formação acadêmica e profissional, pela
dedicação, inovação, profissionalismo e por tudo que aprendemos ao longo desses
anos no curso.
5LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ? Representação do sangue normal na primeira imagem com as células
vermelhas, brancas e plaquetas. Na segunda imagem a representação do sangue
com Leucemia onde houve uma produção exagerada de leucócitos alterados e
pouca quantidade de células vermelhas.................................................................11
Figura 2 ? Translocação (9:22) e transcrição BCR-ABL associado a LMC e
LLA.......................................................................................................................15
Figura 3 ? Perfil do hemograma nas diferentes fases da leucemia mieloide
crônica...................................................................................................................21
Figura 4 ? Mecanismo de ação do mesilato imatinibe.........................................23
6LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ATP Adenosina Trifosfato
CB Crise Bla?tica
CS Corrente Sanguínea
FA Fase Acelerada
FC Fase Crônica
LMC Leucemia Mieloide Crônica
PH Philadélfia
TK Tirosina Quinase
7SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..............................................................................................................11
2. DESENVOLVIMENTO................................................................................................13
2.1. Leucemia Mieloide Crônica..........................................................................................13
2.1.1. Cromossomo Philadélfia (Ph+)...................................................................................14
2.1.2. Sintomatologia Clínica...............................................................................................15
2.2. Fases da Leucemia Mieloide Crônica...........................................................................16
2.2.1. Crônica.......................................................................................................................17
2.2.2. Acelerada....................................................................................................................18
2.2.3. Crise blástica..............................................................................................................19
2.3. Diagnóstico Laboratorial...............................................................................................20
2.4. Terapia Farmacológica..................................................................................................22
3. METODOLOGIA..........................................................................................................23
4. OBJETIVOS...................................................................................................................24
4.1. Objetivos gerais.............................................................................................................24
4.2. Objetivos específicos.....................................................................................................24
5. CONCLUSÃO................................................................................................................26
REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS................................................................................27
8LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.

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CHRONIC MYELOID LEUKEMIA: A BIBLIGRAPHIC REVIEW.


Laura de França Alves¹, Luis Gustavo da Veiga Caroti¹, Lucas da Silva RezendeZ,
Fernando Henrique Ignácio dos Santos3.
¹ Discente em Biomedicina pela Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR)
? Registro/SP. E-mail: Laura.allvrs@gmail.com
¹ Discente em Biomedicina pela Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR)
? Registro/SP. E-mail: Luisgustavo.caroti@gmail.com
Z Biomédico, docente e orientador de Trabalho de Conclusão de Curso de
Biomedicina na Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR) ? Registro/SP.
E- mail: lucaasrezende2@gmail.com
3 Biomédico, docente e coordenador do curso de Biomedicina da Faculdades
Integradas do Vale do Ribeira (FVR) ? Registro/SP. E-mail:
biomedicina@scelisul.com.br
9ALVES, Laura de França¹. CAROTI, Luís Gustavo da VeigaZ. Chronic Myeloid
Leukemia: A Bibliographic Review. 2022. 27folhas. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Biomedicina) ? UNIVR ? Centro Universitário do Vale do
Ribeira, Registro, 2022.
RESUMO
A LMC é definida como uma doença mieloproliferativa
clonal, caracterizando uma mutação que afeta diretamente a célula tronco
hematopoiética. Clinicamente, a maioria dos exames dos pacientes que são
portadores da LMC apresentam uma leucocitose com desvio a esquerda,
neutrofilia, eosinofilia, basofilia e o principal marcador citogênico da doença:
cromossomo Philadelfia. Foi determinada como a primeira leucemia a ser
detalhada e posta em laudo para apresentar os pacientes que foram a óbito por
conta da intensa leucocitose e da hepatoesplenomegalia que essa doença causa. A
LMC apresenta uma evolução de três fases que descrevem a piora significativa da
clínica da doença. Além do cromossomo Philadelfia como principal marcador da
LMC, a presença de mutações genéticas também são responsáveis pela evolução
acelerada da patologia, como o gene trissomia de 8, isocromossomo do braço
longo do 17 e trissomia do 19. As classificações das leucemias não mostram
diferenças da crise blástica por linfoide ou mieloide, o que é de suma importância
para a análise biológica da doença, porém, aproximadamente 70% doas casos de
crise blástica são em mieloide e de 20 a 30% em linfoide. Com respostas mais
demoradas para as terapias direcionadas ao ABL, a célula primordial da LMC
possui grandes chances de ser um gatilho para a evolução da doença. As terapias
farmacológicas sofreram alterações desde ser uma conduta paliativa até o
tradamento medicamentoso, evoluindo até a terapia radiológica e apresentando
ainda mais resultado com as mostardas nitrogenadas.
Palavras-chave: Leucemias, Leucocitose, Cromossomo Philadelfia, Mutações
Genéticas.
10
ALVES, Laura de França¹. CAROTI, Luís Gustavo da VeigaZ. Chronic Myeloid
Leukemia: A Bibliographic Review. 2022. 27folhas. Trabalho de Conclusão de

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Curso (Graduação em Biomedicina) ? UNIVR ? Centro Universitário do Vale do


Ribeira, Registro, 2022.
ABSTRACT
CML is defined as a clonal myeloproliferative disease,
featuring a mutation that directly affects the hematopoietic stem cell. Clinically,
most patients with CML have a leukocytosis with left shift, neutrophilia,
eosinophilia, basophilia, and the main cytogenetic marker of the disease: the
Philadelfia chromosome. It was determined as the first leukemia to be detailed and
put in a report to present the patients who died because of the intense leukocytosis
and hepatosplenomegaly that this disease causes. CML presents an evolution of
three phases that describe the significant clinical worsening of the disease. Besides
the Philadelfia chromosome as the main marker of CML, the presence of genetic
mutations are also responsible for the accelerated evolution of the pathology, such
as the trisomy 8 gene, isochromosome of the long arm of 17, and trisomy 19. The
classifications of leukemias do not show differences of the blastic crisis by
lymphoid or myeloid, which is of great importance for the biological analysis of
the disease, but approximately 70% of the cases of blastic crisis are in myeloid
and 20 to 30% in lymphoid. With more delayed responses to ABL-targeted
therapies, the primordial cell in CML has a high chance of being a trigger for
disease progression. Pharmacological therapies have changed from being a
palliative management to drug tradation, evolving to radiological therapy and
showing even more result with nitrogen mustards.
Keywords: Leukemias, Leukocytosis, Philadelfia Chromosome, Gene Mutations.
11
1. INTRODUÇÃO
A leucemia mieloide crônica (LMC) é caracterizada por disfunções
que causam uma mutação adquirida, afetando negativamente o sistema de
hematopoese, mais especificamente a célula tronco hematopoiética.
(BOLLMANN, Patricia Weinschenker & GIGLIO, Auro del.)
É caracterizada por liberar células maduras de forma exacerbada na
corrente sanguínea descrevendo uma neoplasia. Mesmo possuindo funções
diferentes entre si, as células possuem uma mesma origem na célula tronco
hematopoiética, que quando está em seu estado normal possui características
fundamentais para o sistema de hematopoese, como a autor renovação onde pode
se clonar ou produzir células distintas entre si, que é onde se encaixam os
leucócitos e as plaquetas. (BORTOLHEIRO, Teresa Cristina. & CHIATTONE,
Carlos S.)
Quando existe a alteração neoplásica causada por uma leucemia, o
processo de hematopoese são se completa de forma certa fazendo com que a
produção celular seja de maneira desregulada e exagerada de células imaturas ou
maduras que passam a percorrer pelo sangue prejudicando a saúde do indivíduo.
(LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
Figura 1 ? Representação do sangue normal na primeira imagem com as células vermelhas,
brancas e plaquetas. Na segunda imagem a representação do sangue com Leucemia onde

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houve uma produção exagerada de leucócitos alterados e pouca quantidade de células


vermelhas.
Fonte: Cleveland Clinic, 2019.
12
A LMC é causada por uma deslocação do cromossomo 9 com o 22, o que
resulta na presença do cromossomo Philadelfia (Ph+) que é a união da região do
gene BCR do cromossomo 22 com o gene ABL do cromossomo 9, formando um
híbrido BCR-ABL no 22 q-, produzindo uma proteína quimérica que exerce uma
alta função de tirosina quinase (TK), a proteína responsável pela patologia da
LMC. (ABREU; LOPES, 2009).
Entende-se que para uma célula normal se transformar em cancerígena ela
precisa primeiramente de uma mutação, habilidades contrárias as naturais e
precisa de alguns eventos epigenéticos. As células cancerígenas são de alguma
forma mais independentes que as células em seu estado normal, possuindo maior
potencial de sobrevivência e proliferação mesmo sem a adesão de algum
substrato, e ainda possuem uma menor chance de apoptose. (LAGO, Camila do. &
PETRONI, Tatiane Ferreira.)
O gene BCR-ABL é estimulado pela fosforilação de proteínas, ou seja,
acontece sua ativação quando a tirosina quinase está ligada a um ATP. Com isso
se ativa uma cascata de crescimento sem controle e de maneira exagerada,
liberando essas células sem funções definidas na corrente sanguínea. (LAGO,
Camila do. & PETRONI, Tatiane Ferreira.)
Ainda a LMC é evoluída por três fases, sendo elas: fase crônica (FC), fase
acelerada (FA) e crise blástica (CB). Ainda na fase crônica são divididos três
subgrupos relacionados a sobrevida e com características clínicas como,
contagem de plaquetas, tamanho do baço do paciente e porcentagem dos blastos
liberados no sangue periférico. (MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas
do sangue periférico. 1ªed. São Paulo: LMP Editora LTDA, 2008.)
O diagnóstico é dado pelos achados clínicos, citogenéticos e
hematológicos encontrados no sangue periférico e medula óssea. (LAGO, Camila
do. & PETRONI, Tatiane Ferreira).
13
A chance das manifestações clínicas da doença surgirem de forma lenta e
evolutiva, deixa com que muitos pacientes tenham um diagnóstico tardio
implicando de forma negativa no tratamento, já que muitas vezes ocorre do
diagnóstico ser realizado em uma fase já evoluída da doença. Essa evolução pode
acontecer em um período de três a cinco anos, saindo da fase crônica para uma
fase mais avançada ou até diretamente para a fase de crise blástica sendo etapas de
difícil controle. (LAGO, Camila do. & PETRONI, Tatiane Ferreira.)
Atualmente o tratamento padrão para a LMC são com os inibidores de
tirosina quinase, mais especificamente o imatinibe, dasatinibe e nilotinibe. Estes
fármacos são eficazes e capazes de controlar a sintomatologia da doença com uma
toxicidade relativamente baixa. São de administração oral e podem ser utilizadas
fora do ambiente hospitalar. Para os pacientes que são imunes a esses

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medicamentos, a opção mais indicada é o transplante de medula óssea alogênico.


(MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico. 1ªed. São
Paulo: LMP Editora LTDA, 2008.)
Falando em epidemiologia estima-se que 14% das leucemias são
representadas pela Leucemia mieloide crônica, com aproximadamente 1,6 casos a
cada 100.000 pessoas por ano. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. Leucemia Mieloide Crônica
A Leucemia Mieloide Crônica (LMC) é caracterizada como uma
neoplasia maligna por haver um aumento de maneira exagerada de células jovens
na corrente sanguínea, as quais não passaram por maturação nem apresentam uma
função definida. Além dessas numerosas células presentes na corrente sanguínea
(CS), ainda temos as hemácias, plaquetas e os leucócitos os quais formam o
conjunto de células da CS, essas células se diferenciam pelas suas funções
específicas e também de maneira morfológica. (PEIXOTO, Paloma P.A.
Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
14
Apesar da diferenciação dessas células, todas são originadas de um mesmo
processo conhecido como hematopoese, processo que ocorre de forma prioritária
na medula óssea a partir das células tronco hematopoiéticas indefinidas.
Características que devem ser ressaltadas dessas células são a de autorrenovação e
a capacidade de formar células diferentes de si, ou seja, a principal função dessa
célula é produzir novas células iguais a si e também células diferentes com
funções individuais. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
A LMC é definida como uma doença mieloproliferativa clonal,
caracterizando uma mutação que afeta diretamente a célula tronco hematopoiética.
Clinicamente, a maioria dos exames dos pacientes portadores da LMC
apresentam-se com leucocitose com desvio a esquerda, neutrofilia, eosinofilia,
basofilia e o principal marcador citogênico da doença, o cromossomo Philadelfia.
(PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
Foi a primeira leucemia a ser detalhada e posta em escrita para apresentar
os pacientes que faleceram por conta da intensa leucocitose e da
hepatoesplenomegalia que essa doença apresenta. (PEIXOTO, Paloma P.A.
Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
2.1.1. Cromossomo Philadelfia (Ph+)
Para ocorrer uma anormalidade genética é necessário que haja uma
alteração nas cópias de DNA e estruturas dissemelhantes que resultam uma
mutação ou junção de genes. (ZAGO, M.A.; FALCÃO, A.; PASQUINI, R.P.
Tratado de Hematologia. 1ªed. p.417. São Paulo: Editora Atheneu, 2013).
Em específico o cromossomo Philadelfia surge a partir de um processo de
translocação entre os braços alongados dos cromossomos 9 e 22, onde se sobrepõe
a oncogenese ABL, que é mapeada no cromossomo 9 ao gene BCR que é
mapeado no cromossomo 22. Esse gene desenvolvido a partir dessa fusão é
descrito como RNAm BCR-ABLI. O cromossomo Philadelfia traz esse nome por

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ter sido descoberto justamente na cidade de Philadelphia. (ZAGO, M.A.;


15
FALCÃO, A.; PASQUINI, R.P. Tratado de Hematologia. 1ªed. p.417. São
Paulo: Editora Atheneu, 2013).
Em sua relação gênica normal, o genes BCR e ABL são responsáveis por
diferentes funções, sendo o BCR: proteína relacionada à regulação do ciclo
celular, ABL: responsável por codificar uma proteína tirosina-quinase. Sendo
assim, quando há uma mutação de translocação nesses genes causando a célula
leucêmica BCR-ABL, a mesma vai estimular uma produção constante de células
jovens na corrente sanguínea, aumentando a atividade tirosina-quinase de forma
significativa, causando a Leucemia Mieloide Crônica. (ZAGO, M.A.; FALCÃO,
A.; PASQUINI, R.P. Tratado de Hematologia. 1ªed. p.417. São Paulo: Editora
Atheneu, 2013).
Figura 2. Translocação (9:22) e transcrição BCR-ABL associada a LMC, LMA e LLA)
FONTE: (AVELINO et. al, 2017).
2.1.2. Sintomatologia Clínica
Os principais sinais e sintomas que essa doença apresenta então
relacionados a produção intensa de células na medula óssea e sua liberação
precoce e exacerbada na corrente sanguínea. (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia
Mieloide Crônica. 2017)
16
A Leucemia Mieloide Crônica apresenta um quadro clínico de leucocitose
com desvio a esquerda, isto é, apresenta sua maior parte os leucócitos em suas
formas mais jovens como, mielócitos e metamielócitos, não respeitando a ordem
natural da maturação dessas células na medula óssea. (MONTENEGRO¹,
SANTOSZ & VEITH3 - 2008)
Em adultos e em crianças as manifestações clínicas apresentam
semelhanças, apesar de significativamente o quadro pediátrico da doença ressaltar
um maior número de leucócitos na corrente sanguínea. (BORTOLHEIRO, Teresa
C. & CHIATTONE, Carlos S.)
A hiperleucocitose caracterizada por: >100x100/L, desencadeia a síndrome
de hiperviscosidade, a qual apresenta sangramentos de mucosa, retinopatia,
alterações neurológicas e pode esporadicamente desenvolver uma insuficiência
cardíaca afetando o sistema cardiovascular. Apesar desses sintomas causados pela
LMC, existem ainda os sinais e sintomas mais comuns que os pacientes portadores
da doença apresentam, por consequência da hiperleucocitose pode ocorrer casos
de perda auditiva neurossensorial ou uma isquemia intracoclear e perda visual.
(BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE, Carlos S.)
Alguns pacientes relatam dores abdominais, cansaço, palidez por conta de
anemias causadas por sangramentos proveniente de uma disfunção plaquetária. A
esplenomegalia é um sinal importante e vem se apresentando em um número
elevado de pacientes, e é a mesma que causa os sintomas anteriores. (PEIXOTO,
Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
É importante ressaltar que o diagnóstico ocorre nos exames laboratoriais

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de rotina, pois a sintomatologia da LMC é de muita discrição. (PEIXOTO,


Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
2.2. Fases da Leucemia Mieloide Crônica (LMC)
A LMC evoluí por três fases que descrevem a piora significativa da
clínica da doença. Essas fases se progridem de forma maligna de Crônica para
17
Acelerada e de Acelerada para um Crise Blástica. É importante entender que na
prática os pacientes não necessariamente seguem uma ordem correta dessa
progressão, podendo sair de uma fase crônica diretamente para uma crise blástica
de forma acentuada. (LAGO¹ & PETRONIZ - 2017)
Por conta da descoberta dessa alteração gênica, além de aprimorar o
diagnóstico ainda permitiu o desenvolvimento de terapias dirigidas contra o efeito
molecular causado na alteração gênica. (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia
Mieloide Crônica. 2017)
2.2.1. Crônica
A fase crônica é onde a grande maioria dos pacientes se encontram
e cerca de 20% a 40% dos pacientes são assintomáticos, frequentemente são
identificados por exames de rotinas quando analisados uma leucocitose acentuada
e assim diagnosticados como portadores de LMC. (LAGO¹ & PETRONIZ - 2017)
Além do principal marcador dessa doença, o cromossomo Philadelfia, a
presença de mais mutações genéticas também são responsáveis pela evolução
acelerada doença, como o gene trissomia de 8, isocromossomo do braço longo do
17 e trissomia do 19. Esses são os maiores responsáveis pela progressão da LMC
de fase acelerada para a fase de crise blástica. (BORTOLHEIRO, Teresa C. &
CHIATTONE, Carlos S.)
Clinicamente em exames de rotinas a hemoglobina pode ainda estar
normal ou apresentar uma leve anemia, plaquetas normalmente normal ou
elevadas, salvo cerca de 5% dos casos que apresentam plaquetopenia. A fofatase
alcalina intraleucocitária é reduzida em aproximadamente 90% dos pacientes que
estão na fase crônica. (SOSSEIA¹, ZOPPASZ & WEBER3 ? 2017).
A biópsia na medula óssea é necessária para o diagnóstico averiguar a
presença de fibrose que pode se apresentar com a progressão da doença. A anemia
severa com esplenomegalia acentuada e hiperplasia megacariocítica desenvolvem
18
o aumento da reticulina em cerca de 40% dos pacientes diagnósticados.
(BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE, Carlos S.)
Apresenta sintomas comuns, como: fadiga, febre, suor, fraqueza, perda
significativa de peso, sudorese noturna e esplenomegalia. Alguns sintomas mais
específicos são encontrados com muito menos frequência pois aparecem com uma
leucocitose >250.000/mm3, o que é difícil de acontecer na fase crônica. (MELO,
Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico. 1ªed. São Paulo:
LMP Editora LTDA, 2008.)
Essa fase perdura normalmente de 3 a 5 anos dependendo de cada
indivíduo. (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)

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Essa fase ainda se apresenta como benigna, fica marcada pela hiperplasia
medular e capacidade de maturação das células mieloides. Existe uma maior
facilidade no controle das manifestações dessa doença na corrente sanguínea com
terapias farmacológicas de maneira convencional. (BORTOLHEIRO, Teresa C. &
CHIATTONE, Carlos S.)
2.2.2. Acelerada
É a fase precedente a crise blástica, apresenta um difícil controle da
doença. Desenvolve um aumento nos blastos na medula óssea e aumento na
contagem desses blastos na corrente sanguínea. Além desse aumento, também
apresenta leucocitose com acentuado desvio a esquerda, basofilia, anemia e
variação no número de plaquetas. (BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE,
Carlos S.)
Na maioria das vezes se classifica os pacientes na fase acelerada quando
existe a evolução clonal, porém, a OMS declara que a evolução clonal é
significativa se ocorrer durante o tratamento e não ao diagnóstico.
(BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE, Carlos S.)
Os pacientes portadores da Leucemia Mieloide Crônica são dificilmente
diagnosticados na fase acelerada, pois, a evolução do tratamento com os inibidores
19
de tirosino quinase vem reduzindo o número de pacientes que evoluem da fase
crônica para a fase acelerada. Apesar da progressão do tratamento com imatinibe,
a sobrevivência dos pacientes em fase acelerada permanece de um a dois anos.
(PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
São considerados pacientes em fase acelerada quando apresentam alguma
dessas características:
? Amostras de sangue ou da medula óssea que possuem mais de 15%
e menos de 30 % de blastos;
? Nas lâminas hematológicas apresentarem cerca de 20% de
basófilos;
? As células do sangue serem compostas por aproximadamente 30%
de blastos e promielócitos;
? Apresenta plaquetopenia que não foi causada devido ao tratamento;
? Apresenta o cromossomo Philadelfia e alterações cromossômicas
nas células leucêmicas. (BORTOLHEIRO, Teresa C. &
CHIATTONE, Carlos S.)
2.2.3. Crise Blástica
A crise blástica é o quadro clínico de mais fácil identificação já que
de acordo com a OMS, é considerada uma crise blástica quando os blastos
alcançarem 20% da soma ou mais. As classificações da leucemias normalmente
não diferenciam a crise blástica por linfóide ou mielóide, o que é de suma
importância para análise biológica da doença, porém, se apresentam em
aproximadamente 70% dos caos de crise blástica em mielóide e de 20 a 30% em
linfoide. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
A transformação das células na cb (crise blástica) mielóide ocorre tanto em

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linhagens distintas e simultaneamente, quanto permanece em uma só linhagem


(mieloblástica, eosinofílica, basofílica, monocítica, megacarioblástica,
20
eritroblástica ou todas elas em conjunto. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria
Theresa C. L.)
A fisiopatologia da crise blástica ainda não possui uma descrição concisa,
porém, nos últimos anos algumas explicações foram apresentadas como modelo.
O BCR-ABL é responsável pela evolução da instabilidade genômica e por
alterações epigenéticas da célula primordial ou célula madura na LMC, o que
significa que o nível da instabilidade é proporcional a atividade quinase
apresentada por BCR-ABL. Com resposta mais demorada para as terapias
direcionadas ao ABL, a célula primordial da LMC possui grandes chances de ser
um gatilho para a evolução da doença. Todas essas anormalidades induzem a
perda da eficiência de diferenciação celular, e acelera à evolução para uma doença
de forma mais agressiva.. (MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do
sangue periférico. 1ªed. São Paulo: LMP Editora LTDA, 2008.)
2.3. Diagnóstico Laboratorial
Para definir um diagnóstico da leucemia mielóide crônica é
necessário uma avaliação clínica extensiva, aplicando vários exames e métodos
podendo ser um tanto quanto cansativo para o paciente. Alguns exames que
podem ser realizados são:
? Exame de Sangue periférico, Mielograma, Biópsia de Medula, Análise
celular por citometria de fluxo, citogenética e biologia molecular. (LOPES,
Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
O hemograma é feito em sangue periférico e quando a amostra apresenta a
LCM os dados se apresentam com leucocitose de aproximadamente
250.000/mm3, podendo variar de 20.000 a 600.000/mm3 e uma taxa anormal de
granulócitos na circulação sanguínea, onde são protagonizados por blastos
leucêmicos, promielócitos e granulócitos já maduros. Pode também apresentar
eosinofilia e basofilia. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
21
Como uma ferramenta muito relevante para identificação da doença, a
necessidade de uma interpretação do hemograma de forma minuciosa é de suma
importância para que siga o caminho correto para o diagnóstico. Nos estágios
iniciais da doença é característico no sangue periférico a elevação dos basófilos,
observa-se trombocitose e um baixo nível de fosfatase alcalina leucocitária
(mesmo que esse teste venha perdendo o uso levando em conta o aumento do uso
das análises cetogênicas e moleculares). Em alguns pacientes nos estágios iniciais
apresentam alterações nos ciclos de contagem dos leucócitos em períodos de 50 a
70 dias, variando entre níveis leucêmicos e níveis normais, sendo necessário
diagnósticos diferenciais entre a leucemia, neutrofilia reacional e outras leucemias
mieloides. (SOSSEIA¹, ZOPPASZ & WEBER3 ? 2017).
Figura 3. Perfil do hemograma nas diferentes fases da leucemia mielóide crônica.
Fonte: PEIXOTO, Paloma P. de Aquino. - 2017.

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22
2.4. Terapia Farmacológica
A terapia farmacológica foi sofrendo diversas alterações com o
passar do tempo, iniciando com uma conduta paliativa até iniciar os tratamentos
com medicamentos começando pela solução de Fowler (uma solução de trióxido
de arsênico a 1%) onde foi constatado a diminuição do baço e do número de
leucócitos, e apresentando uma melhora na taxa anêmica. O risco do Fowler era
seu nível de toxicidade para o organismo, porém o arsênico ainda foi utilizado
como tratamento até 1903 quando se iniciou a terapia radiológica que apresentava
bons resultados assim como o arsênico, porém, ainda não subia as taxas de
expectativa de vida dos indivíduos. As mostardas nitrogenadas foram as apostas
de tratamento nos anos seguintes, onde levaram ai desenvolvimento do
bulssulfano (agente citostático de tratamento paliativo) em 1953. (ABREU;
LOPES, 2009).
O bulssulfano foi ainda utilizado pelos posteriores 35 anos por ter sido
comprovado ser mais eficiente que a radioterapia e as drogas utilizadas
anteriormente, após esse período foi substituído pro fármacos com menor nível de
toxicidade como a hidroxiuréia e alfa-interferon. (BERGANTINIZ, CASTROZ,
SOUZA3 et al. - 2005)
A associação da proteína quinase BCR-ABL com a leucemia mielóide
crônica, permitiu que substâncias diretamente específicas para a doença fossem
desenvolvidas. Em 1996 surgiu o mesilato de imatinibe, foi aprovado pelo U.S.
Food and Drug admnistration em 2001, após ser estudado em duas fases para sua
admnistração em pacientes leucêmicos em qualquer das fases da LCM. Essa droga
(mesilato de imatinibe) é um fármaco de primeira geração e age inibindo a
proteína tirosina quinase (TKI), foi a primeira terapia direcionada utilizada em
pacientes oncológicos, mudando o desfecho e manipulação dessa doença.
(ABREU; LOPES, 2009).
Composto por 2-fenil-amino-primidina, o mesilato de imatinibe é um
inibidor seletivo da proteína tirosina quinase, ?[?] ATP dependente, cujo
mecanismo de ação leva ao bloqueio competitivo do ATP, impedindo a
fosforilação do domínio tirosina quinase de ABL e consequentemente, a
23
sinalização energética para a proliferação celular e inibição da apoptosecelular,
revertendo, assim, parte importante da patogênese da LMC, com redução da
proliferação tumoral e aumento da apoptose? (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia
Mieloide Crônica. 2017)
A dose indicada é de 400mg/dia, administrado por via oral, podendo variar
de acordo com a fase e evolução da doença. (ABREU; LOPES, 2009).
Figura 4. Mecanismo de ação do mesilato de imatinibe.
Fonte: ZAHARIEVA, et al. 2013)
24
3. METODOLOGIA
Para a construção do trabalho foi feito o levantamento de artigos

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científicos que se encontraram disponíveis na plataforma virtual SciElo (Scientific


Eletronic Library Online) com a busca de termos: Leucemia Mieloide Crônica, LMC,
Leucemias; nos livros: Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico
(MELO, Márcio) e Tratado de Hematologia (ZAGO, Marco A.¹ FALCÃO, Roberto
P.Z PASQUINI, Ricardo.3). Assim foram selecionadas as bibliografias que mais se
encaixavam com o objetivo do trabalho, realizando um estudo ativo de maneira
minuciosa dos conteúdos para o desenvolvimento deste trabalho, caracterizando-o
como uma revisão bibliográfica.
4. OBJETIVOS
4.1. Objetivos Gerais
Apresentar uma revisão descritiva da Leucemia Mieloide Crônica com suas
principais origens, métodos de diagnósticos e identificação, tratamentos utilizados
para o tratamento e gerenciamento da evolução da doença.
4.2. Objetivos Específicos
? Definir as causas da Leucemia Mieloide Crônica;
? Apresentar as fases evolutivas da doença e suas características;
? Analisar os métodos de diagnósticos laboratoriais para identificação do tipo
da doença e em que nível ela se encontra;
? Conhecer as terapias de tratamento da doença e sua evolução tecnológica com
o tempo, oferendo cada vez mais qualidade de vida ao indivíduo e menos
riscos tóxicos e efeitos colaterais.
25
5. CONCLUSÃO
A leucemia mieloide crônica é apresentada como uma neoplasia,
possui sintomas comuns, diversos e ainda existem casos de pacientes
assintomáticos com uma certa frequência, o que mostra o quão importante é o
diagnóstico laboratorial da doença.
O avanço das tecnologias favorecem a complexidade dos exames o que
induz a avaliações mais específicas e concisas, levando a análises citogenéticas e
moleculares de forma precisa, que além de confirmar o diagnóstico também faz o
gerenciamento da evolução da doença e faz parte da conduta terapêutica.
Entretanto, o hemograma segue possuindo uma grande importância por ser um
método de fácil manuseio, e quando realizado por profissionais da saúde
capacitados, contribui no reconhecimento de novos quadros de leucemia mieloide
crônica e também no acompanhamento de pacientes já acometidos pela doença.
Quando se fala nas opções de tratamento da doença, destaca-se o mesilato
de imatinibe como a primeira escolha pelos profissionais, porém, em casos de
pacientes que possuem alguma resistência ao mesilato de imatinibe, outro método
de tratamento que entra como uma segunda escolha são os inibidores de tirosina-
quinase de segunda geração.
É de suma relevância o diagnóstico precoce da LMC para que haja uma
possibilidade de postergação das complicações que acompanham o indivíduo,
aumentando sua qualidade e expectativa de vida.
26

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
1. PEIXOTO, Paloma P. de Aquino. Leucemia Mielóide Crônica: Uma revisão
de literatura. Disponível em: Biblioteca digital da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte ? Centro de Biociências. Natal, Dezembro ? 2017. Acesso em:
18 de maio de 2022.
2. BORTOLHEIRO, Teresa C.¹ & CHIATTONE, Carlos S.Z Leucemia Mielóide
Crônica: história natural e classificação. Disponível em: Rev. Bras. hematol.
Hemoter. 2008;30 (Supl. 1) 3-7. São Paulo. Acesso em: 26 de maio de 2022.
3. BARBOZA, Ludana P.¹ SOUZA, Jamison M.Z SIMÕES, Felippe V.3
BRAGANÇA, Iracema C.4 ABDELHAY, Eliana5. Análise dos transcritos da
translocação t(9;22) em Leucemia Mielóide Crônica. Disponível em: Rev.
Bras, hematol. Hemoter., 2000,22(2): 89-98 ? Rio de Janeiro. Acesso em: 12 de
maio de 2022.
4. DOBBIN, Jane de Almeida¹ & GADELHA, Maria Inez PordeusZ. Mesilato de
Imatinibe para Tratamento de Leucemia Mielóide Crônica. Disponível em:
Revista Brasileira de Cancerologia, 2002, 48(3): 429-438 ? Rio de Janeiro. Acesso
em 28 de Julho de 2022.
5. MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico. 1ª
edição, São Paulo: Livraria Médica Paulista Editora LTDA, 2008.
6. ZAGO, Marco A.¹ FALCÃO, Roberto P.Z PASQUINI, Ricardo.3 Tratado de
Hematologia. São Paulo: Editora Atheneu, 2013.
7. LAGO, Camila do¹& PETRONI, Tatiane FerreiraZ. Fisiopatologia e
Diagnóstico da Leucemia Mieloide Crônica. V1, n.1: Revista Saúde UniToledo,
2017.
27
8. SOSSELA, Fernanda Roberta¹. ZOPPAS, Bárbara Catarina de AntoniZ.
WEBER, Liliana Portal3. Leucemia Mieloide Crônica: aspectos clínicos,
diagnóstico, principais alterações observadas no hemograma. RBAC,
49(2):127-30. 2017.
9. BERGANTINI, Ana Paula F¹. CASTRO, Fabíola AZ. SOUZA, Ana M3.
FETT- CONTE, Agnes C4. Leucemia Mieloide Crônica e o sistema Fas-FasL.
Rev. Bras. hematol. Hemoter. Pág. 120-125. 2005.
10. MONTENEGRO, Vanderléia da S¹. SANTOS, Vera Maria Valporto OZ.
VEITH, Melissa3. Análise Citogenética na Leucemia Mieloide Crônica. Rev.
Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba, v10, n.3, p

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=================================================================================
Arquivo 1: tcc laura e luis finalizado 2.0.pdf (3919 termos)
Arquivo 2: https://www.linguee.com/english-greek/translation/is+of+great+importance.html (1235 termos)
Termos comuns: 5
Similaridade: 0,09%
O texto abaixo é o conteúdo do documento tcc laura e luis finalizado 2.0.pdf (3919 termos)
Os termos em vermelho foram encontrados no documento https://www.linguee.com/english-
greek/translation/is+of+great+importance.html (1235 termos)

=================================================================================
1UNIÃO DAS INSTITUIÇÕES DE SERVIÇOS, ENSINO E
PESQUISA - UNISEPE
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO RIBEIRA -
UNIVR BACHARELADO EM BIOMEDICINA
LAURA DE FRANÇA ALVES
LUIS GUSTAVO DA VEIGA CAROTI
LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA.
Registro
2022
2LAURA DE FRANÇA ALVES, LUIS GUSTAVO DA VEIGA CAROTI
LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Centro
Universitário do Vale do Ribeira,
para a obtenção do Título de
Bacharel em Biomedicina.
Orientador: Profº: Lucas da Silva
Rezende
Registro
2022
3?Sonhos determinam o que você quer. Ação determina o que você conquista?
Aldo Novak.
4AGRADECIMENTOS
A minha mãe Marinalva e minha irmã Clara, que me incentivaram e apoiaram nos
momentos mais difíceis e por serem meu suporte e apoio ao longo desse período
dedicada a conclusão dessa graduação e da realização desse trabalho. (Laura)
Ao professor Lucas da Silva Rezende, por ter sido nosso orientador e ter
desempenhado essa função com dedicação, compromisso e amizade.
Ao coordenador do curso Fernando Henrique Ingácio dos Santos, pelas correções,
conselhos e ensinamentos que nos permitiram desempenhar um processo de
sucesso na formação profissional durante o curso.

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À instituição de ensino Universidade do Vale do Ribeira (UNIVR), que foi


essencial no nosso processo de formação acadêmica e profissional, pela
dedicação, inovação, profissionalismo e por tudo que aprendemos ao longo desses
anos no curso.
5LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ? Representação do sangue normal na primeira imagem com as células
vermelhas, brancas e plaquetas. Na segunda imagem a representação do sangue
com Leucemia onde houve uma produção exagerada de leucócitos alterados e
pouca quantidade de células vermelhas.................................................................11
Figura 2 ? Translocação (9:22) e transcrição BCR-ABL associado a LMC e
LLA.......................................................................................................................15
Figura 3 ? Perfil do hemograma nas diferentes fases da leucemia mieloide
crônica...................................................................................................................21
Figura 4 ? Mecanismo de ação do mesilato imatinibe.........................................23
6LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ATP Adenosina Trifosfato
CB Crise Bla?tica
CS Corrente Sanguínea
FA Fase Acelerada
FC Fase Crônica
LMC Leucemia Mieloide Crônica
PH Philadélfia
TK Tirosina Quinase
7SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..............................................................................................................11
2. DESENVOLVIMENTO................................................................................................13
2.1. Leucemia Mieloide Crônica..........................................................................................13
2.1.1. Cromossomo Philadélfia (Ph+)...................................................................................14
2.1.2. Sintomatologia Clínica...............................................................................................15
2.2. Fases da Leucemia Mieloide Crônica...........................................................................16
2.2.1. Crônica.......................................................................................................................17
2.2.2. Acelerada....................................................................................................................18
2.2.3. Crise blástica..............................................................................................................19
2.3. Diagnóstico Laboratorial...............................................................................................20
2.4. Terapia Farmacológica..................................................................................................22
3. METODOLOGIA..........................................................................................................23
4. OBJETIVOS...................................................................................................................24
4.1. Objetivos gerais.............................................................................................................24
4.2. Objetivos específicos.....................................................................................................24
5. CONCLUSÃO................................................................................................................26
REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS................................................................................27
8LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.
CHRONIC MYELOID LEUKEMIA: A BIBLIGRAPHIC REVIEW.
Laura de França Alves¹, Luis Gustavo da Veiga Caroti¹, Lucas da Silva RezendeZ,

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Fernando Henrique Ignácio dos Santos3.


¹ Discente em Biomedicina pela Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR)
? Registro/SP. E-mail: Laura.allvrs@gmail.com
¹ Discente em Biomedicina pela Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR)
? Registro/SP. E-mail: Luisgustavo.caroti@gmail.com
Z Biomédico, docente e orientador de Trabalho de Conclusão de Curso de
Biomedicina na Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR) ? Registro/SP.
E- mail: lucaasrezende2@gmail.com
3 Biomédico, docente e coordenador do curso de Biomedicina da Faculdades
Integradas do Vale do Ribeira (FVR) ? Registro/SP. E-mail:
biomedicina@scelisul.com.br
9ALVES, Laura de França¹. CAROTI, Luís Gustavo da VeigaZ. Chronic Myeloid
Leukemia: A Bibliographic Review. 2022. 27folhas. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Biomedicina) ? UNIVR ? Centro Universitário do Vale do
Ribeira, Registro, 2022.
RESUMO
A LMC é definida como uma doença mieloproliferativa
clonal, caracterizando uma mutação que afeta diretamente a célula tronco
hematopoiética. Clinicamente, a maioria dos exames dos pacientes que são
portadores da LMC apresentam uma leucocitose com desvio a esquerda,
neutrofilia, eosinofilia, basofilia e o principal marcador citogênico da doença:
cromossomo Philadelfia. Foi determinada como a primeira leucemia a ser
detalhada e posta em laudo para apresentar os pacientes que foram a óbito por
conta da intensa leucocitose e da hepatoesplenomegalia que essa doença causa. A
LMC apresenta uma evolução de três fases que descrevem a piora significativa da
clínica da doença. Além do cromossomo Philadelfia como principal marcador da
LMC, a presença de mutações genéticas também são responsáveis pela evolução
acelerada da patologia, como o gene trissomia de 8, isocromossomo do braço
longo do 17 e trissomia do 19. As classificações das leucemias não mostram
diferenças da crise blástica por linfoide ou mieloide, o que é de suma importância
para a análise biológica da doença, porém, aproximadamente 70% doas casos de
crise blástica são em mieloide e de 20 a 30% em linfoide. Com respostas mais
demoradas para as terapias direcionadas ao ABL, a célula primordial da LMC
possui grandes chances de ser um gatilho para a evolução da doença. As terapias
farmacológicas sofreram alterações desde ser uma conduta paliativa até o
tradamento medicamentoso, evoluindo até a terapia radiológica e apresentando
ainda mais resultado com as mostardas nitrogenadas.
Palavras-chave: Leucemias, Leucocitose, Cromossomo Philadelfia, Mutações
Genéticas.
10
ALVES, Laura de França¹. CAROTI, Luís Gustavo da VeigaZ. Chronic Myeloid
Leukemia: A Bibliographic Review. 2022. 27folhas. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Biomedicina) ? UNIVR ? Centro Universitário do Vale do
Ribeira, Registro, 2022.

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ABSTRACT
CML is defined as a clonal myeloproliferative disease,
featuring a mutation that directly affects the hematopoietic stem cell. Clinically,
most patients with CML have a leukocytosis with left shift, neutrophilia,
eosinophilia, basophilia, and the main cytogenetic marker of the disease: the
Philadelfia chromosome. It was determined as the first leukemia to be detailed and
put in a report to present the patients who died because of the intense leukocytosis
and hepatosplenomegaly that this disease causes. CML presents an evolution of
three phases that describe the significant clinical worsening of the disease. Besides
the Philadelfia chromosome as the main marker of CML, the presence of genetic
mutations are also responsible for the accelerated evolution of the pathology, such
as the trisomy 8 gene, isochromosome of the long arm of 17, and trisomy 19. The
classifications of leukemias do not show differences of the blastic crisis by
lymphoid or myeloid, which is of great importance for the biological analysis of
the disease, but approximately 70% of the cases of blastic crisis are in myeloid
and 20 to 30% in lymphoid. With more delayed responses to ABL-targeted
therapies, the primordial cell in CML has a high chance of being a trigger for
disease progression. Pharmacological therapies have changed from being a
palliative management to drug tradation, evolving to radiological therapy and
showing even more result with nitrogen mustards.
Keywords: Leukemias, Leukocytosis, Philadelfia Chromosome, Gene Mutations.
11
1. INTRODUÇÃO
A leucemia mieloide crônica (LMC) é caracterizada por disfunções
que causam uma mutação adquirida, afetando negativamente o sistema de
hematopoese, mais especificamente a célula tronco hematopoiética.
(BOLLMANN, Patricia Weinschenker & GIGLIO, Auro del.)
É caracterizada por liberar células maduras de forma exacerbada na
corrente sanguínea descrevendo uma neoplasia. Mesmo possuindo funções
diferentes entre si, as células possuem uma mesma origem na célula tronco
hematopoiética, que quando está em seu estado normal possui características
fundamentais para o sistema de hematopoese, como a autor renovação onde pode
se clonar ou produzir células distintas entre si, que é onde se encaixam os
leucócitos e as plaquetas. (BORTOLHEIRO, Teresa Cristina. & CHIATTONE,
Carlos S.)
Quando existe a alteração neoplásica causada por uma leucemia, o
processo de hematopoese são se completa de forma certa fazendo com que a
produção celular seja de maneira desregulada e exagerada de células imaturas ou
maduras que passam a percorrer pelo sangue prejudicando a saúde do indivíduo.
(LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
Figura 1 ? Representação do sangue normal na primeira imagem com as células vermelhas,
brancas e plaquetas. Na segunda imagem a representação do sangue com Leucemia onde
houve uma produção exagerada de leucócitos alterados e pouca quantidade de células
vermelhas.

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Fonte: Cleveland Clinic, 2019.


12
A LMC é causada por uma deslocação do cromossomo 9 com o 22, o que
resulta na presença do cromossomo Philadelfia (Ph+) que é a união da região do
gene BCR do cromossomo 22 com o gene ABL do cromossomo 9, formando um
híbrido BCR-ABL no 22 q-, produzindo uma proteína quimérica que exerce uma
alta função de tirosina quinase (TK), a proteína responsável pela patologia da
LMC. (ABREU; LOPES, 2009).
Entende-se que para uma célula normal se transformar em cancerígena ela
precisa primeiramente de uma mutação, habilidades contrárias as naturais e
precisa de alguns eventos epigenéticos. As células cancerígenas são de alguma
forma mais independentes que as células em seu estado normal, possuindo maior
potencial de sobrevivência e proliferação mesmo sem a adesão de algum
substrato, e ainda possuem uma menor chance de apoptose. (LAGO, Camila do. &
PETRONI, Tatiane Ferreira.)
O gene BCR-ABL é estimulado pela fosforilação de proteínas, ou seja,
acontece sua ativação quando a tirosina quinase está ligada a um ATP. Com isso
se ativa uma cascata de crescimento sem controle e de maneira exagerada,
liberando essas células sem funções definidas na corrente sanguínea. (LAGO,
Camila do. & PETRONI, Tatiane Ferreira.)
Ainda a LMC é evoluída por três fases, sendo elas: fase crônica (FC), fase
acelerada (FA) e crise blástica (CB). Ainda na fase crônica são divididos três
subgrupos relacionados a sobrevida e com características clínicas como,
contagem de plaquetas, tamanho do baço do paciente e porcentagem dos blastos
liberados no sangue periférico. (MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas
do sangue periférico. 1ªed. São Paulo: LMP Editora LTDA, 2008.)
O diagnóstico é dado pelos achados clínicos, citogenéticos e
hematológicos encontrados no sangue periférico e medula óssea. (LAGO, Camila
do. & PETRONI, Tatiane Ferreira).
13
A chance das manifestações clínicas da doença surgirem de forma lenta e
evolutiva, deixa com que muitos pacientes tenham um diagnóstico tardio
implicando de forma negativa no tratamento, já que muitas vezes ocorre do
diagnóstico ser realizado em uma fase já evoluída da doença. Essa evolução pode
acontecer em um período de três a cinco anos, saindo da fase crônica para uma
fase mais avançada ou até diretamente para a fase de crise blástica sendo etapas de
difícil controle. (LAGO, Camila do. & PETRONI, Tatiane Ferreira.)
Atualmente o tratamento padrão para a LMC são com os inibidores de
tirosina quinase, mais especificamente o imatinibe, dasatinibe e nilotinibe. Estes
fármacos são eficazes e capazes de controlar a sintomatologia da doença com uma
toxicidade relativamente baixa. São de administração oral e podem ser utilizadas
fora do ambiente hospitalar. Para os pacientes que são imunes a esses
medicamentos, a opção mais indicada é o transplante de medula óssea alogênico.
(MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico. 1ªed. São

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Paulo: LMP Editora LTDA, 2008.)


Falando em epidemiologia estima-se que 14% das leucemias são
representadas pela Leucemia mieloide crônica, com aproximadamente 1,6 casos a
cada 100.000 pessoas por ano. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. Leucemia Mieloide Crônica
A Leucemia Mieloide Crônica (LMC) é caracterizada como uma
neoplasia maligna por haver um aumento de maneira exagerada de células jovens
na corrente sanguínea, as quais não passaram por maturação nem apresentam uma
função definida. Além dessas numerosas células presentes na corrente sanguínea
(CS), ainda temos as hemácias, plaquetas e os leucócitos os quais formam o
conjunto de células da CS, essas células se diferenciam pelas suas funções
específicas e também de maneira morfológica. (PEIXOTO, Paloma P.A.
Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
14
Apesar da diferenciação dessas células, todas são originadas de um mesmo
processo conhecido como hematopoese, processo que ocorre de forma prioritária
na medula óssea a partir das células tronco hematopoiéticas indefinidas.
Características que devem ser ressaltadas dessas células são a de autorrenovação e
a capacidade de formar células diferentes de si, ou seja, a principal função dessa
célula é produzir novas células iguais a si e também células diferentes com
funções individuais. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
A LMC é definida como uma doença mieloproliferativa clonal,
caracterizando uma mutação que afeta diretamente a célula tronco hematopoiética.
Clinicamente, a maioria dos exames dos pacientes portadores da LMC
apresentam-se com leucocitose com desvio a esquerda, neutrofilia, eosinofilia,
basofilia e o principal marcador citogênico da doença, o cromossomo Philadelfia.
(PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
Foi a primeira leucemia a ser detalhada e posta em escrita para apresentar
os pacientes que faleceram por conta da intensa leucocitose e da
hepatoesplenomegalia que essa doença apresenta. (PEIXOTO, Paloma P.A.
Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
2.1.1. Cromossomo Philadelfia (Ph+)
Para ocorrer uma anormalidade genética é necessário que haja uma
alteração nas cópias de DNA e estruturas dissemelhantes que resultam uma
mutação ou junção de genes. (ZAGO, M.A.; FALCÃO, A.; PASQUINI, R.P.
Tratado de Hematologia. 1ªed. p.417. São Paulo: Editora Atheneu, 2013).
Em específico o cromossomo Philadelfia surge a partir de um processo de
translocação entre os braços alongados dos cromossomos 9 e 22, onde se sobrepõe
a oncogenese ABL, que é mapeada no cromossomo 9 ao gene BCR que é
mapeado no cromossomo 22. Esse gene desenvolvido a partir dessa fusão é
descrito como RNAm BCR-ABLI. O cromossomo Philadelfia traz esse nome por
ter sido descoberto justamente na cidade de Philadelphia. (ZAGO, M.A.;
15

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FALCÃO, A.; PASQUINI, R.P. Tratado de Hematologia. 1ªed. p.417. São


Paulo: Editora Atheneu, 2013).
Em sua relação gênica normal, o genes BCR e ABL são responsáveis por
diferentes funções, sendo o BCR: proteína relacionada à regulação do ciclo
celular, ABL: responsável por codificar uma proteína tirosina-quinase. Sendo
assim, quando há uma mutação de translocação nesses genes causando a célula
leucêmica BCR-ABL, a mesma vai estimular uma produção constante de células
jovens na corrente sanguínea, aumentando a atividade tirosina-quinase de forma
significativa, causando a Leucemia Mieloide Crônica. (ZAGO, M.A.; FALCÃO,
A.; PASQUINI, R.P. Tratado de Hematologia. 1ªed. p.417. São Paulo: Editora
Atheneu, 2013).
Figura 2. Translocação (9:22) e transcrição BCR-ABL associada a LMC, LMA e LLA)
FONTE: (AVELINO et. al, 2017).
2.1.2. Sintomatologia Clínica
Os principais sinais e sintomas que essa doença apresenta então
relacionados a produção intensa de células na medula óssea e sua liberação
precoce e exacerbada na corrente sanguínea. (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia
Mieloide Crônica. 2017)
16
A Leucemia Mieloide Crônica apresenta um quadro clínico de leucocitose
com desvio a esquerda, isto é, apresenta sua maior parte os leucócitos em suas
formas mais jovens como, mielócitos e metamielócitos, não respeitando a ordem
natural da maturação dessas células na medula óssea. (MONTENEGRO¹,
SANTOSZ & VEITH3 - 2008)
Em adultos e em crianças as manifestações clínicas apresentam
semelhanças, apesar de significativamente o quadro pediátrico da doença ressaltar
um maior número de leucócitos na corrente sanguínea. (BORTOLHEIRO, Teresa
C. & CHIATTONE, Carlos S.)
A hiperleucocitose caracterizada por: >100x100/L, desencadeia a síndrome
de hiperviscosidade, a qual apresenta sangramentos de mucosa, retinopatia,
alterações neurológicas e pode esporadicamente desenvolver uma insuficiência
cardíaca afetando o sistema cardiovascular. Apesar desses sintomas causados pela
LMC, existem ainda os sinais e sintomas mais comuns que os pacientes portadores
da doença apresentam, por consequência da hiperleucocitose pode ocorrer casos
de perda auditiva neurossensorial ou uma isquemia intracoclear e perda visual.
(BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE, Carlos S.)
Alguns pacientes relatam dores abdominais, cansaço, palidez por conta de
anemias causadas por sangramentos proveniente de uma disfunção plaquetária. A
esplenomegalia é um sinal importante e vem se apresentando em um número
elevado de pacientes, e é a mesma que causa os sintomas anteriores. (PEIXOTO,
Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
É importante ressaltar que o diagnóstico ocorre nos exames laboratoriais
de rotina, pois a sintomatologia da LMC é de muita discrição. (PEIXOTO,
Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)

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2.2. Fases da Leucemia Mieloide Crônica (LMC)


A LMC evoluí por três fases que descrevem a piora significativa da
clínica da doença. Essas fases se progridem de forma maligna de Crônica para
17
Acelerada e de Acelerada para um Crise Blástica. É importante entender que na
prática os pacientes não necessariamente seguem uma ordem correta dessa
progressão, podendo sair de uma fase crônica diretamente para uma crise blástica
de forma acentuada. (LAGO¹ & PETRONIZ - 2017)
Por conta da descoberta dessa alteração gênica, além de aprimorar o
diagnóstico ainda permitiu o desenvolvimento de terapias dirigidas contra o efeito
molecular causado na alteração gênica. (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia
Mieloide Crônica. 2017)
2.2.1. Crônica
A fase crônica é onde a grande maioria dos pacientes se encontram
e cerca de 20% a 40% dos pacientes são assintomáticos, frequentemente são
identificados por exames de rotinas quando analisados uma leucocitose acentuada
e assim diagnosticados como portadores de LMC. (LAGO¹ & PETRONIZ - 2017)
Além do principal marcador dessa doença, o cromossomo Philadelfia, a
presença de mais mutações genéticas também são responsáveis pela evolução
acelerada doença, como o gene trissomia de 8, isocromossomo do braço longo do
17 e trissomia do 19. Esses são os maiores responsáveis pela progressão da LMC
de fase acelerada para a fase de crise blástica. (BORTOLHEIRO, Teresa C. &
CHIATTONE, Carlos S.)
Clinicamente em exames de rotinas a hemoglobina pode ainda estar
normal ou apresentar uma leve anemia, plaquetas normalmente normal ou
elevadas, salvo cerca de 5% dos casos que apresentam plaquetopenia. A fofatase
alcalina intraleucocitária é reduzida em aproximadamente 90% dos pacientes que
estão na fase crônica. (SOSSEIA¹, ZOPPASZ & WEBER3 ? 2017).
A biópsia na medula óssea é necessária para o diagnóstico averiguar a
presença de fibrose que pode se apresentar com a progressão da doença. A anemia
severa com esplenomegalia acentuada e hiperplasia megacariocítica desenvolvem
18
o aumento da reticulina em cerca de 40% dos pacientes diagnósticados.
(BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE, Carlos S.)
Apresenta sintomas comuns, como: fadiga, febre, suor, fraqueza, perda
significativa de peso, sudorese noturna e esplenomegalia. Alguns sintomas mais
específicos são encontrados com muito menos frequência pois aparecem com uma
leucocitose >250.000/mm3, o que é difícil de acontecer na fase crônica. (MELO,
Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico. 1ªed. São Paulo:
LMP Editora LTDA, 2008.)
Essa fase perdura normalmente de 3 a 5 anos dependendo de cada
indivíduo. (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
Essa fase ainda se apresenta como benigna, fica marcada pela hiperplasia
medular e capacidade de maturação das células mieloides. Existe uma maior

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facilidade no controle das manifestações dessa doença na corrente sanguínea com


terapias farmacológicas de maneira convencional. (BORTOLHEIRO, Teresa C. &
CHIATTONE, Carlos S.)
2.2.2. Acelerada
É a fase precedente a crise blástica, apresenta um difícil controle da
doença. Desenvolve um aumento nos blastos na medula óssea e aumento na
contagem desses blastos na corrente sanguínea. Além desse aumento, também
apresenta leucocitose com acentuado desvio a esquerda, basofilia, anemia e
variação no número de plaquetas. (BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE,
Carlos S.)
Na maioria das vezes se classifica os pacientes na fase acelerada quando
existe a evolução clonal, porém, a OMS declara que a evolução clonal é
significativa se ocorrer durante o tratamento e não ao diagnóstico.
(BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE, Carlos S.)
Os pacientes portadores da Leucemia Mieloide Crônica são dificilmente
diagnosticados na fase acelerada, pois, a evolução do tratamento com os inibidores
19
de tirosino quinase vem reduzindo o número de pacientes que evoluem da fase
crônica para a fase acelerada. Apesar da progressão do tratamento com imatinibe,
a sobrevivência dos pacientes em fase acelerada permanece de um a dois anos.
(PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
São considerados pacientes em fase acelerada quando apresentam alguma
dessas características:
? Amostras de sangue ou da medula óssea que possuem mais de 15%
e menos de 30 % de blastos;
? Nas lâminas hematológicas apresentarem cerca de 20% de
basófilos;
? As células do sangue serem compostas por aproximadamente 30%
de blastos e promielócitos;
? Apresenta plaquetopenia que não foi causada devido ao tratamento;
? Apresenta o cromossomo Philadelfia e alterações cromossômicas
nas células leucêmicas. (BORTOLHEIRO, Teresa C. &
CHIATTONE, Carlos S.)
2.2.3. Crise Blástica
A crise blástica é o quadro clínico de mais fácil identificação já que
de acordo com a OMS, é considerada uma crise blástica quando os blastos
alcançarem 20% da soma ou mais. As classificações da leucemias normalmente
não diferenciam a crise blástica por linfóide ou mielóide, o que é de suma
importância para análise biológica da doença, porém, se apresentam em
aproximadamente 70% dos caos de crise blástica em mielóide e de 20 a 30% em
linfoide. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
A transformação das células na cb (crise blástica) mielóide ocorre tanto em
linhagens distintas e simultaneamente, quanto permanece em uma só linhagem
(mieloblástica, eosinofílica, basofílica, monocítica, megacarioblástica,

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eritroblástica ou todas elas em conjunto. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria
Theresa C. L.)
A fisiopatologia da crise blástica ainda não possui uma descrição concisa,
porém, nos últimos anos algumas explicações foram apresentadas como modelo.
O BCR-ABL é responsável pela evolução da instabilidade genômica e por
alterações epigenéticas da célula primordial ou célula madura na LMC, o que
significa que o nível da instabilidade é proporcional a atividade quinase
apresentada por BCR-ABL. Com resposta mais demorada para as terapias
direcionadas ao ABL, a célula primordial da LMC possui grandes chances de ser
um gatilho para a evolução da doença. Todas essas anormalidades induzem a
perda da eficiência de diferenciação celular, e acelera à evolução para uma doença
de forma mais agressiva.. (MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do
sangue periférico. 1ªed. São Paulo: LMP Editora LTDA, 2008.)
2.3. Diagnóstico Laboratorial
Para definir um diagnóstico da leucemia mielóide crônica é
necessário uma avaliação clínica extensiva, aplicando vários exames e métodos
podendo ser um tanto quanto cansativo para o paciente. Alguns exames que
podem ser realizados são:
? Exame de Sangue periférico, Mielograma, Biópsia de Medula, Análise
celular por citometria de fluxo, citogenética e biologia molecular. (LOPES,
Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
O hemograma é feito em sangue periférico e quando a amostra apresenta a
LCM os dados se apresentam com leucocitose de aproximadamente
250.000/mm3, podendo variar de 20.000 a 600.000/mm3 e uma taxa anormal de
granulócitos na circulação sanguínea, onde são protagonizados por blastos
leucêmicos, promielócitos e granulócitos já maduros. Pode também apresentar
eosinofilia e basofilia. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
21
Como uma ferramenta muito relevante para identificação da doença, a
necessidade de uma interpretação do hemograma de forma minuciosa é de suma
importância para que siga o caminho correto para o diagnóstico. Nos estágios
iniciais da doença é característico no sangue periférico a elevação dos basófilos,
observa-se trombocitose e um baixo nível de fosfatase alcalina leucocitária
(mesmo que esse teste venha perdendo o uso levando em conta o aumento do uso
das análises cetogênicas e moleculares). Em alguns pacientes nos estágios iniciais
apresentam alterações nos ciclos de contagem dos leucócitos em períodos de 50 a
70 dias, variando entre níveis leucêmicos e níveis normais, sendo necessário
diagnósticos diferenciais entre a leucemia, neutrofilia reacional e outras leucemias
mieloides. (SOSSEIA¹, ZOPPASZ & WEBER3 ? 2017).
Figura 3. Perfil do hemograma nas diferentes fases da leucemia mielóide crônica.
Fonte: PEIXOTO, Paloma P. de Aquino. - 2017.
22
2.4. Terapia Farmacológica

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A terapia farmacológica foi sofrendo diversas alterações com o


passar do tempo, iniciando com uma conduta paliativa até iniciar os tratamentos
com medicamentos começando pela solução de Fowler (uma solução de trióxido
de arsênico a 1%) onde foi constatado a diminuição do baço e do número de
leucócitos, e apresentando uma melhora na taxa anêmica. O risco do Fowler era
seu nível de toxicidade para o organismo, porém o arsênico ainda foi utilizado
como tratamento até 1903 quando se iniciou a terapia radiológica que apresentava
bons resultados assim como o arsênico, porém, ainda não subia as taxas de
expectativa de vida dos indivíduos. As mostardas nitrogenadas foram as apostas
de tratamento nos anos seguintes, onde levaram ai desenvolvimento do
bulssulfano (agente citostático de tratamento paliativo) em 1953. (ABREU;
LOPES, 2009).
O bulssulfano foi ainda utilizado pelos posteriores 35 anos por ter sido
comprovado ser mais eficiente que a radioterapia e as drogas utilizadas
anteriormente, após esse período foi substituído pro fármacos com menor nível de
toxicidade como a hidroxiuréia e alfa-interferon. (BERGANTINIZ, CASTROZ,
SOUZA3 et al. - 2005)
A associação da proteína quinase BCR-ABL com a leucemia mielóide
crônica, permitiu que substâncias diretamente específicas para a doença fossem
desenvolvidas. Em 1996 surgiu o mesilato de imatinibe, foi aprovado pelo U.S.
Food and Drug admnistration em 2001, após ser estudado em duas fases para sua
admnistração em pacientes leucêmicos em qualquer das fases da LCM. Essa droga
(mesilato de imatinibe) é um fármaco de primeira geração e age inibindo a
proteína tirosina quinase (TKI), foi a primeira terapia direcionada utilizada em
pacientes oncológicos, mudando o desfecho e manipulação dessa doença.
(ABREU; LOPES, 2009).
Composto por 2-fenil-amino-primidina, o mesilato de imatinibe é um
inibidor seletivo da proteína tirosina quinase, ?[?] ATP dependente, cujo
mecanismo de ação leva ao bloqueio competitivo do ATP, impedindo a
fosforilação do domínio tirosina quinase de ABL e consequentemente, a
23
sinalização energética para a proliferação celular e inibição da apoptosecelular,
revertendo, assim, parte importante da patogênese da LMC, com redução da
proliferação tumoral e aumento da apoptose? (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia
Mieloide Crônica. 2017)
A dose indicada é de 400mg/dia, administrado por via oral, podendo variar
de acordo com a fase e evolução da doença. (ABREU; LOPES, 2009).
Figura 4. Mecanismo de ação do mesilato de imatinibe.
Fonte: ZAHARIEVA, et al. 2013)
24
3. METODOLOGIA
Para a construção do trabalho foi feito o levantamento de artigos
científicos que se encontraram disponíveis na plataforma virtual SciElo (Scientific
Eletronic Library Online) com a busca de termos: Leucemia Mieloide Crônica, LMC,

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Leucemias; nos livros: Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico


(MELO, Márcio) e Tratado de Hematologia (ZAGO, Marco A.¹ FALCÃO, Roberto
P.Z PASQUINI, Ricardo.3). Assim foram selecionadas as bibliografias que mais se
encaixavam com o objetivo do trabalho, realizando um estudo ativo de maneira
minuciosa dos conteúdos para o desenvolvimento deste trabalho, caracterizando-o
como uma revisão bibliográfica.
4. OBJETIVOS
4.1. Objetivos Gerais
Apresentar uma revisão descritiva da Leucemia Mieloide Crônica com suas
principais origens, métodos de diagnósticos e identificação, tratamentos utilizados
para o tratamento e gerenciamento da evolução da doença.
4.2. Objetivos Específicos
? Definir as causas da Leucemia Mieloide Crônica;
? Apresentar as fases evolutivas da doença e suas características;
? Analisar os métodos de diagnósticos laboratoriais para identificação do tipo
da doença e em que nível ela se encontra;
? Conhecer as terapias de tratamento da doença e sua evolução tecnológica com
o tempo, oferendo cada vez mais qualidade de vida ao indivíduo e menos
riscos tóxicos e efeitos colaterais.
25
5. CONCLUSÃO
A leucemia mieloide crônica é apresentada como uma neoplasia,
possui sintomas comuns, diversos e ainda existem casos de pacientes
assintomáticos com uma certa frequência, o que mostra o quão importante é o
diagnóstico laboratorial da doença.
O avanço das tecnologias favorecem a complexidade dos exames o que
induz a avaliações mais específicas e concisas, levando a análises citogenéticas e
moleculares de forma precisa, que além de confirmar o diagnóstico também faz o
gerenciamento da evolução da doença e faz parte da conduta terapêutica.
Entretanto, o hemograma segue possuindo uma grande importância por ser um
método de fácil manuseio, e quando realizado por profissionais da saúde
capacitados, contribui no reconhecimento de novos quadros de leucemia mieloide
crônica e também no acompanhamento de pacientes já acometidos pela doença.
Quando se fala nas opções de tratamento da doença, destaca-se o mesilato
de imatinibe como a primeira escolha pelos profissionais, porém, em casos de
pacientes que possuem alguma resistência ao mesilato de imatinibe, outro método
de tratamento que entra como uma segunda escolha são os inibidores de tirosina-
quinase de segunda geração.
É de suma relevância o diagnóstico precoce da LMC para que haja uma
possibilidade de postergação das complicações que acompanham o indivíduo,
aumentando sua qualidade e expectativa de vida.
26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
1. PEIXOTO, Paloma P. de Aquino. Leucemia Mielóide Crônica: Uma revisão

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de literatura. Disponível em: Biblioteca digital da Universidade Federal do Rio


Grande do Norte ? Centro de Biociências. Natal, Dezembro ? 2017. Acesso em:
18 de maio de 2022.
2. BORTOLHEIRO, Teresa C.¹ & CHIATTONE, Carlos S.Z Leucemia Mielóide
Crônica: história natural e classificação. Disponível em: Rev. Bras. hematol.
Hemoter. 2008;30 (Supl. 1) 3-7. São Paulo. Acesso em: 26 de maio de 2022.
3. BARBOZA, Ludana P.¹ SOUZA, Jamison M.Z SIMÕES, Felippe V.3
BRAGANÇA, Iracema C.4 ABDELHAY, Eliana5. Análise dos transcritos da
translocação t(9;22) em Leucemia Mielóide Crônica. Disponível em: Rev.
Bras, hematol. Hemoter., 2000,22(2): 89-98 ? Rio de Janeiro. Acesso em: 12 de
maio de 2022.
4. DOBBIN, Jane de Almeida¹ & GADELHA, Maria Inez PordeusZ. Mesilato de
Imatinibe para Tratamento de Leucemia Mielóide Crônica. Disponível em:
Revista Brasileira de Cancerologia, 2002, 48(3): 429-438 ? Rio de Janeiro. Acesso
em 28 de Julho de 2022.
5. MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico. 1ª
edição, São Paulo: Livraria Médica Paulista Editora LTDA, 2008.
6. ZAGO, Marco A.¹ FALCÃO, Roberto P.Z PASQUINI, Ricardo.3 Tratado de
Hematologia. São Paulo: Editora Atheneu, 2013.
7. LAGO, Camila do¹& PETRONI, Tatiane FerreiraZ. Fisiopatologia e
Diagnóstico da Leucemia Mieloide Crônica. V1, n.1: Revista Saúde UniToledo,
2017.
27
8. SOSSELA, Fernanda Roberta¹. ZOPPAS, Bárbara Catarina de AntoniZ.
WEBER, Liliana Portal3. Leucemia Mieloide Crônica: aspectos clínicos,
diagnóstico, principais alterações observadas no hemograma. RBAC,
49(2):127-30. 2017.
9. BERGANTINI, Ana Paula F¹. CASTRO, Fabíola AZ. SOUZA, Ana M3.
FETT- CONTE, Agnes C4. Leucemia Mieloide Crônica e o sistema Fas-FasL.
Rev. Bras. hematol. Hemoter. Pág. 120-125. 2005.
10. MONTENEGRO, Vanderléia da S¹. SANTOS, Vera Maria Valporto OZ.
VEITH, Melissa3. Análise Citogenética na Leucemia Mieloide Crônica. Rev.
Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba, v10, n.3, p

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=================================================================================
Arquivo 1: tcc laura e luis finalizado 2.0.pdf (3919 termos)
Arquivo 2: https://www.cancersa.org.au/uploads/support/Understanding_Grief_Booklet.pdf (8733 termos)
Termos comuns: 4
Similaridade: 0,03%
O texto abaixo é o conteúdo do documento tcc laura e luis finalizado 2.0.pdf (3919 termos)
Os termos em vermelho foram encontrados no documento
https://www.cancersa.org.au/uploads/support/Understanding_Grief_Booklet.pdf (8733 termos)

=================================================================================
1UNIÃO DAS INSTITUIÇÕES DE SERVIÇOS, ENSINO E
PESQUISA - UNISEPE
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO RIBEIRA -
UNIVR BACHARELADO EM BIOMEDICINA
LAURA DE FRANÇA ALVES
LUIS GUSTAVO DA VEIGA CAROTI
LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA.
Registro
2022
2LAURA DE FRANÇA ALVES, LUIS GUSTAVO DA VEIGA CAROTI
LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Centro
Universitário do Vale do Ribeira,
para a obtenção do Título de
Bacharel em Biomedicina.
Orientador: Profº: Lucas da Silva
Rezende
Registro
2022
3?Sonhos determinam o que você quer. Ação determina o que você conquista?
Aldo Novak.
4AGRADECIMENTOS
A minha mãe Marinalva e minha irmã Clara, que me incentivaram e apoiaram nos
momentos mais difíceis e por serem meu suporte e apoio ao longo desse período
dedicada a conclusão dessa graduação e da realização desse trabalho. (Laura)
Ao professor Lucas da Silva Rezende, por ter sido nosso orientador e ter
desempenhado essa função com dedicação, compromisso e amizade.
Ao coordenador do curso Fernando Henrique Ingácio dos Santos, pelas correções,
conselhos e ensinamentos que nos permitiram desempenhar um processo de
sucesso na formação profissional durante o curso.

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À instituição de ensino Universidade do Vale do Ribeira (UNIVR), que foi


essencial no nosso processo de formação acadêmica e profissional, pela
dedicação, inovação, profissionalismo e por tudo que aprendemos ao longo desses
anos no curso.
5LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ? Representação do sangue normal na primeira imagem com as células
vermelhas, brancas e plaquetas. Na segunda imagem a representação do sangue
com Leucemia onde houve uma produção exagerada de leucócitos alterados e
pouca quantidade de células vermelhas.................................................................11
Figura 2 ? Translocação (9:22) e transcrição BCR-ABL associado a LMC e
LLA.......................................................................................................................15
Figura 3 ? Perfil do hemograma nas diferentes fases da leucemia mieloide
crônica...................................................................................................................21
Figura 4 ? Mecanismo de ação do mesilato imatinibe.........................................23
6LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ATP Adenosina Trifosfato
CB Crise Bla?tica
CS Corrente Sanguínea
FA Fase Acelerada
FC Fase Crônica
LMC Leucemia Mieloide Crônica
PH Philadélfia
TK Tirosina Quinase
7SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..............................................................................................................11
2. DESENVOLVIMENTO................................................................................................13
2.1. Leucemia Mieloide Crônica..........................................................................................13
2.1.1. Cromossomo Philadélfia (Ph+)...................................................................................14
2.1.2. Sintomatologia Clínica...............................................................................................15
2.2. Fases da Leucemia Mieloide Crônica...........................................................................16
2.2.1. Crônica.......................................................................................................................17
2.2.2. Acelerada....................................................................................................................18
2.2.3. Crise blástica..............................................................................................................19
2.3. Diagnóstico Laboratorial...............................................................................................20
2.4. Terapia Farmacológica..................................................................................................22
3. METODOLOGIA..........................................................................................................23
4. OBJETIVOS...................................................................................................................24
4.1. Objetivos gerais.............................................................................................................24
4.2. Objetivos específicos.....................................................................................................24
5. CONCLUSÃO................................................................................................................26
REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS................................................................................27
8LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.
CHRONIC MYELOID LEUKEMIA: A BIBLIGRAPHIC REVIEW.
Laura de França Alves¹, Luis Gustavo da Veiga Caroti¹, Lucas da Silva RezendeZ,

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Fernando Henrique Ignácio dos Santos3.


¹ Discente em Biomedicina pela Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR)
? Registro/SP. E-mail: Laura.allvrs@gmail.com
¹ Discente em Biomedicina pela Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR)
? Registro/SP. E-mail: Luisgustavo.caroti@gmail.com
Z Biomédico, docente e orientador de Trabalho de Conclusão de Curso de
Biomedicina na Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR) ? Registro/SP.
E- mail: lucaasrezende2@gmail.com
3 Biomédico, docente e coordenador do curso de Biomedicina da Faculdades
Integradas do Vale do Ribeira (FVR) ? Registro/SP. E-mail:
biomedicina@scelisul.com.br
9ALVES, Laura de França¹. CAROTI, Luís Gustavo da VeigaZ. Chronic Myeloid
Leukemia: A Bibliographic Review. 2022. 27folhas. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Biomedicina) ? UNIVR ? Centro Universitário do Vale do
Ribeira, Registro, 2022.
RESUMO
A LMC é definida como uma doença mieloproliferativa
clonal, caracterizando uma mutação que afeta diretamente a célula tronco
hematopoiética. Clinicamente, a maioria dos exames dos pacientes que são
portadores da LMC apresentam uma leucocitose com desvio a esquerda,
neutrofilia, eosinofilia, basofilia e o principal marcador citogênico da doença:
cromossomo Philadelfia. Foi determinada como a primeira leucemia a ser
detalhada e posta em laudo para apresentar os pacientes que foram a óbito por
conta da intensa leucocitose e da hepatoesplenomegalia que essa doença causa. A
LMC apresenta uma evolução de três fases que descrevem a piora significativa da
clínica da doença. Além do cromossomo Philadelfia como principal marcador da
LMC, a presença de mutações genéticas também são responsáveis pela evolução
acelerada da patologia, como o gene trissomia de 8, isocromossomo do braço
longo do 17 e trissomia do 19. As classificações das leucemias não mostram
diferenças da crise blástica por linfoide ou mieloide, o que é de suma importância
para a análise biológica da doença, porém, aproximadamente 70% doas casos de
crise blástica são em mieloide e de 20 a 30% em linfoide. Com respostas mais
demoradas para as terapias direcionadas ao ABL, a célula primordial da LMC
possui grandes chances de ser um gatilho para a evolução da doença. As terapias
farmacológicas sofreram alterações desde ser uma conduta paliativa até o
tradamento medicamentoso, evoluindo até a terapia radiológica e apresentando
ainda mais resultado com as mostardas nitrogenadas.
Palavras-chave: Leucemias, Leucocitose, Cromossomo Philadelfia, Mutações
Genéticas.
10
ALVES, Laura de França¹. CAROTI, Luís Gustavo da VeigaZ. Chronic Myeloid
Leukemia: A Bibliographic Review. 2022. 27folhas. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Biomedicina) ? UNIVR ? Centro Universitário do Vale do
Ribeira, Registro, 2022.

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ABSTRACT
CML is defined as a clonal myeloproliferative disease,
featuring a mutation that directly affects the hematopoietic stem cell. Clinically,
most patients with CML have a leukocytosis with left shift, neutrophilia,
eosinophilia, basophilia, and the main cytogenetic marker of the disease: the
Philadelfia chromosome. It was determined as the first leukemia to be detailed and
put in a report to present the patients who died because of the intense leukocytosis
and hepatosplenomegaly that this disease causes. CML presents an evolution of
three phases that describe the significant clinical worsening of the disease. Besides
the Philadelfia chromosome as the main marker of CML, the presence of genetic
mutations are also responsible for the accelerated evolution of the pathology, such
as the trisomy 8 gene, isochromosome of the long arm of 17, and trisomy 19. The
classifications of leukemias do not show differences of the blastic crisis by
lymphoid or myeloid, which is of great importance for the biological analysis of
the disease, but approximately 70% of the cases of blastic crisis are in myeloid
and 20 to 30% in lymphoid. With more delayed responses to ABL-targeted
therapies, the primordial cell in CML has a high chance of being a trigger for
disease progression. Pharmacological therapies have changed from being a
palliative management to drug tradation, evolving to radiological therapy and
showing even more result with nitrogen mustards.
Keywords: Leukemias, Leukocytosis, Philadelfia Chromosome, Gene Mutations.
11
1. INTRODUÇÃO
A leucemia mieloide crônica (LMC) é caracterizada por disfunções
que causam uma mutação adquirida, afetando negativamente o sistema de
hematopoese, mais especificamente a célula tronco hematopoiética.
(BOLLMANN, Patricia Weinschenker & GIGLIO, Auro del.)
É caracterizada por liberar células maduras de forma exacerbada na
corrente sanguínea descrevendo uma neoplasia. Mesmo possuindo funções
diferentes entre si, as células possuem uma mesma origem na célula tronco
hematopoiética, que quando está em seu estado normal possui características
fundamentais para o sistema de hematopoese, como a autor renovação onde pode
se clonar ou produzir células distintas entre si, que é onde se encaixam os
leucócitos e as plaquetas. (BORTOLHEIRO, Teresa Cristina. & CHIATTONE,
Carlos S.)
Quando existe a alteração neoplásica causada por uma leucemia, o
processo de hematopoese são se completa de forma certa fazendo com que a
produção celular seja de maneira desregulada e exagerada de células imaturas ou
maduras que passam a percorrer pelo sangue prejudicando a saúde do indivíduo.
(LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
Figura 1 ? Representação do sangue normal na primeira imagem com as células vermelhas,
brancas e plaquetas. Na segunda imagem a representação do sangue com Leucemia onde
houve uma produção exagerada de leucócitos alterados e pouca quantidade de células
vermelhas.

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Fonte: Cleveland Clinic, 2019.


12
A LMC é causada por uma deslocação do cromossomo 9 com o 22, o que
resulta na presença do cromossomo Philadelfia (Ph+) que é a união da região do
gene BCR do cromossomo 22 com o gene ABL do cromossomo 9, formando um
híbrido BCR-ABL no 22 q-, produzindo uma proteína quimérica que exerce uma
alta função de tirosina quinase (TK), a proteína responsável pela patologia da
LMC. (ABREU; LOPES, 2009).
Entende-se que para uma célula normal se transformar em cancerígena ela
precisa primeiramente de uma mutação, habilidades contrárias as naturais e
precisa de alguns eventos epigenéticos. As células cancerígenas são de alguma
forma mais independentes que as células em seu estado normal, possuindo maior
potencial de sobrevivência e proliferação mesmo sem a adesão de algum
substrato, e ainda possuem uma menor chance de apoptose. (LAGO, Camila do. &
PETRONI, Tatiane Ferreira.)
O gene BCR-ABL é estimulado pela fosforilação de proteínas, ou seja,
acontece sua ativação quando a tirosina quinase está ligada a um ATP. Com isso
se ativa uma cascata de crescimento sem controle e de maneira exagerada,
liberando essas células sem funções definidas na corrente sanguínea. (LAGO,
Camila do. & PETRONI, Tatiane Ferreira.)
Ainda a LMC é evoluída por três fases, sendo elas: fase crônica (FC), fase
acelerada (FA) e crise blástica (CB). Ainda na fase crônica são divididos três
subgrupos relacionados a sobrevida e com características clínicas como,
contagem de plaquetas, tamanho do baço do paciente e porcentagem dos blastos
liberados no sangue periférico. (MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas
do sangue periférico. 1ªed. São Paulo: LMP Editora LTDA, 2008.)
O diagnóstico é dado pelos achados clínicos, citogenéticos e
hematológicos encontrados no sangue periférico e medula óssea. (LAGO, Camila
do. & PETRONI, Tatiane Ferreira).
13
A chance das manifestações clínicas da doença surgirem de forma lenta e
evolutiva, deixa com que muitos pacientes tenham um diagnóstico tardio
implicando de forma negativa no tratamento, já que muitas vezes ocorre do
diagnóstico ser realizado em uma fase já evoluída da doença. Essa evolução pode
acontecer em um período de três a cinco anos, saindo da fase crônica para uma
fase mais avançada ou até diretamente para a fase de crise blástica sendo etapas de
difícil controle. (LAGO, Camila do. & PETRONI, Tatiane Ferreira.)
Atualmente o tratamento padrão para a LMC são com os inibidores de
tirosina quinase, mais especificamente o imatinibe, dasatinibe e nilotinibe. Estes
fármacos são eficazes e capazes de controlar a sintomatologia da doença com uma
toxicidade relativamente baixa. São de administração oral e podem ser utilizadas
fora do ambiente hospitalar. Para os pacientes que são imunes a esses
medicamentos, a opção mais indicada é o transplante de medula óssea alogênico.
(MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico. 1ªed. São

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Paulo: LMP Editora LTDA, 2008.)


Falando em epidemiologia estima-se que 14% das leucemias são
representadas pela Leucemia mieloide crônica, com aproximadamente 1,6 casos a
cada 100.000 pessoas por ano. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. Leucemia Mieloide Crônica
A Leucemia Mieloide Crônica (LMC) é caracterizada como uma
neoplasia maligna por haver um aumento de maneira exagerada de células jovens
na corrente sanguínea, as quais não passaram por maturação nem apresentam uma
função definida. Além dessas numerosas células presentes na corrente sanguínea
(CS), ainda temos as hemácias, plaquetas e os leucócitos os quais formam o
conjunto de células da CS, essas células se diferenciam pelas suas funções
específicas e também de maneira morfológica. (PEIXOTO, Paloma P.A.
Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
14
Apesar da diferenciação dessas células, todas são originadas de um mesmo
processo conhecido como hematopoese, processo que ocorre de forma prioritária
na medula óssea a partir das células tronco hematopoiéticas indefinidas.
Características que devem ser ressaltadas dessas células são a de autorrenovação e
a capacidade de formar células diferentes de si, ou seja, a principal função dessa
célula é produzir novas células iguais a si e também células diferentes com
funções individuais. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
A LMC é definida como uma doença mieloproliferativa clonal,
caracterizando uma mutação que afeta diretamente a célula tronco hematopoiética.
Clinicamente, a maioria dos exames dos pacientes portadores da LMC
apresentam-se com leucocitose com desvio a esquerda, neutrofilia, eosinofilia,
basofilia e o principal marcador citogênico da doença, o cromossomo Philadelfia.
(PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
Foi a primeira leucemia a ser detalhada e posta em escrita para apresentar
os pacientes que faleceram por conta da intensa leucocitose e da
hepatoesplenomegalia que essa doença apresenta. (PEIXOTO, Paloma P.A.
Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
2.1.1. Cromossomo Philadelfia (Ph+)
Para ocorrer uma anormalidade genética é necessário que haja uma
alteração nas cópias de DNA e estruturas dissemelhantes que resultam uma
mutação ou junção de genes. (ZAGO, M.A.; FALCÃO, A.; PASQUINI, R.P.
Tratado de Hematologia. 1ªed. p.417. São Paulo: Editora Atheneu, 2013).
Em específico o cromossomo Philadelfia surge a partir de um processo de
translocação entre os braços alongados dos cromossomos 9 e 22, onde se sobrepõe
a oncogenese ABL, que é mapeada no cromossomo 9 ao gene BCR que é
mapeado no cromossomo 22. Esse gene desenvolvido a partir dessa fusão é
descrito como RNAm BCR-ABLI. O cromossomo Philadelfia traz esse nome por
ter sido descoberto justamente na cidade de Philadelphia. (ZAGO, M.A.;
15

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FALCÃO, A.; PASQUINI, R.P. Tratado de Hematologia. 1ªed. p.417. São


Paulo: Editora Atheneu, 2013).
Em sua relação gênica normal, o genes BCR e ABL são responsáveis por
diferentes funções, sendo o BCR: proteína relacionada à regulação do ciclo
celular, ABL: responsável por codificar uma proteína tirosina-quinase. Sendo
assim, quando há uma mutação de translocação nesses genes causando a célula
leucêmica BCR-ABL, a mesma vai estimular uma produção constante de células
jovens na corrente sanguínea, aumentando a atividade tirosina-quinase de forma
significativa, causando a Leucemia Mieloide Crônica. (ZAGO, M.A.; FALCÃO,
A.; PASQUINI, R.P. Tratado de Hematologia. 1ªed. p.417. São Paulo: Editora
Atheneu, 2013).
Figura 2. Translocação (9:22) e transcrição BCR-ABL associada a LMC, LMA e LLA)
FONTE: (AVELINO et. al, 2017).
2.1.2. Sintomatologia Clínica
Os principais sinais e sintomas que essa doença apresenta então
relacionados a produção intensa de células na medula óssea e sua liberação
precoce e exacerbada na corrente sanguínea. (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia
Mieloide Crônica. 2017)
16
A Leucemia Mieloide Crônica apresenta um quadro clínico de leucocitose
com desvio a esquerda, isto é, apresenta sua maior parte os leucócitos em suas
formas mais jovens como, mielócitos e metamielócitos, não respeitando a ordem
natural da maturação dessas células na medula óssea. (MONTENEGRO¹,
SANTOSZ & VEITH3 - 2008)
Em adultos e em crianças as manifestações clínicas apresentam
semelhanças, apesar de significativamente o quadro pediátrico da doença ressaltar
um maior número de leucócitos na corrente sanguínea. (BORTOLHEIRO, Teresa
C. & CHIATTONE, Carlos S.)
A hiperleucocitose caracterizada por: >100x100/L, desencadeia a síndrome
de hiperviscosidade, a qual apresenta sangramentos de mucosa, retinopatia,
alterações neurológicas e pode esporadicamente desenvolver uma insuficiência
cardíaca afetando o sistema cardiovascular. Apesar desses sintomas causados pela
LMC, existem ainda os sinais e sintomas mais comuns que os pacientes portadores
da doença apresentam, por consequência da hiperleucocitose pode ocorrer casos
de perda auditiva neurossensorial ou uma isquemia intracoclear e perda visual.
(BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE, Carlos S.)
Alguns pacientes relatam dores abdominais, cansaço, palidez por conta de
anemias causadas por sangramentos proveniente de uma disfunção plaquetária. A
esplenomegalia é um sinal importante e vem se apresentando em um número
elevado de pacientes, e é a mesma que causa os sintomas anteriores. (PEIXOTO,
Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
É importante ressaltar que o diagnóstico ocorre nos exames laboratoriais
de rotina, pois a sintomatologia da LMC é de muita discrição. (PEIXOTO,
Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)

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2.2. Fases da Leucemia Mieloide Crônica (LMC)


A LMC evoluí por três fases que descrevem a piora significativa da
clínica da doença. Essas fases se progridem de forma maligna de Crônica para
17
Acelerada e de Acelerada para um Crise Blástica. É importante entender que na
prática os pacientes não necessariamente seguem uma ordem correta dessa
progressão, podendo sair de uma fase crônica diretamente para uma crise blástica
de forma acentuada. (LAGO¹ & PETRONIZ - 2017)
Por conta da descoberta dessa alteração gênica, além de aprimorar o
diagnóstico ainda permitiu o desenvolvimento de terapias dirigidas contra o efeito
molecular causado na alteração gênica. (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia
Mieloide Crônica. 2017)
2.2.1. Crônica
A fase crônica é onde a grande maioria dos pacientes se encontram
e cerca de 20% a 40% dos pacientes são assintomáticos, frequentemente são
identificados por exames de rotinas quando analisados uma leucocitose acentuada
e assim diagnosticados como portadores de LMC. (LAGO¹ & PETRONIZ - 2017)
Além do principal marcador dessa doença, o cromossomo Philadelfia, a
presença de mais mutações genéticas também são responsáveis pela evolução
acelerada doença, como o gene trissomia de 8, isocromossomo do braço longo do
17 e trissomia do 19. Esses são os maiores responsáveis pela progressão da LMC
de fase acelerada para a fase de crise blástica. (BORTOLHEIRO, Teresa C. &
CHIATTONE, Carlos S.)
Clinicamente em exames de rotinas a hemoglobina pode ainda estar
normal ou apresentar uma leve anemia, plaquetas normalmente normal ou
elevadas, salvo cerca de 5% dos casos que apresentam plaquetopenia. A fofatase
alcalina intraleucocitária é reduzida em aproximadamente 90% dos pacientes que
estão na fase crônica. (SOSSEIA¹, ZOPPASZ & WEBER3 ? 2017).
A biópsia na medula óssea é necessária para o diagnóstico averiguar a
presença de fibrose que pode se apresentar com a progressão da doença. A anemia
severa com esplenomegalia acentuada e hiperplasia megacariocítica desenvolvem
18
o aumento da reticulina em cerca de 40% dos pacientes diagnósticados.
(BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE, Carlos S.)
Apresenta sintomas comuns, como: fadiga, febre, suor, fraqueza, perda
significativa de peso, sudorese noturna e esplenomegalia. Alguns sintomas mais
específicos são encontrados com muito menos frequência pois aparecem com uma
leucocitose >250.000/mm3, o que é difícil de acontecer na fase crônica. (MELO,
Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico. 1ªed. São Paulo:
LMP Editora LTDA, 2008.)
Essa fase perdura normalmente de 3 a 5 anos dependendo de cada
indivíduo. (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
Essa fase ainda se apresenta como benigna, fica marcada pela hiperplasia
medular e capacidade de maturação das células mieloides. Existe uma maior

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facilidade no controle das manifestações dessa doença na corrente sanguínea com


terapias farmacológicas de maneira convencional. (BORTOLHEIRO, Teresa C. &
CHIATTONE, Carlos S.)
2.2.2. Acelerada
É a fase precedente a crise blástica, apresenta um difícil controle da
doença. Desenvolve um aumento nos blastos na medula óssea e aumento na
contagem desses blastos na corrente sanguínea. Além desse aumento, também
apresenta leucocitose com acentuado desvio a esquerda, basofilia, anemia e
variação no número de plaquetas. (BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE,
Carlos S.)
Na maioria das vezes se classifica os pacientes na fase acelerada quando
existe a evolução clonal, porém, a OMS declara que a evolução clonal é
significativa se ocorrer durante o tratamento e não ao diagnóstico.
(BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE, Carlos S.)
Os pacientes portadores da Leucemia Mieloide Crônica são dificilmente
diagnosticados na fase acelerada, pois, a evolução do tratamento com os inibidores
19
de tirosino quinase vem reduzindo o número de pacientes que evoluem da fase
crônica para a fase acelerada. Apesar da progressão do tratamento com imatinibe,
a sobrevivência dos pacientes em fase acelerada permanece de um a dois anos.
(PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
São considerados pacientes em fase acelerada quando apresentam alguma
dessas características:
? Amostras de sangue ou da medula óssea que possuem mais de 15%
e menos de 30 % de blastos;
? Nas lâminas hematológicas apresentarem cerca de 20% de
basófilos;
? As células do sangue serem compostas por aproximadamente 30%
de blastos e promielócitos;
? Apresenta plaquetopenia que não foi causada devido ao tratamento;
? Apresenta o cromossomo Philadelfia e alterações cromossômicas
nas células leucêmicas. (BORTOLHEIRO, Teresa C. &
CHIATTONE, Carlos S.)
2.2.3. Crise Blástica
A crise blástica é o quadro clínico de mais fácil identificação já que
de acordo com a OMS, é considerada uma crise blástica quando os blastos
alcançarem 20% da soma ou mais. As classificações da leucemias normalmente
não diferenciam a crise blástica por linfóide ou mielóide, o que é de suma
importância para análise biológica da doença, porém, se apresentam em
aproximadamente 70% dos caos de crise blástica em mielóide e de 20 a 30% em
linfoide. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
A transformação das células na cb (crise blástica) mielóide ocorre tanto em
linhagens distintas e simultaneamente, quanto permanece em uma só linhagem
(mieloblástica, eosinofílica, basofílica, monocítica, megacarioblástica,

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20
eritroblástica ou todas elas em conjunto. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria
Theresa C. L.)
A fisiopatologia da crise blástica ainda não possui uma descrição concisa,
porém, nos últimos anos algumas explicações foram apresentadas como modelo.
O BCR-ABL é responsável pela evolução da instabilidade genômica e por
alterações epigenéticas da célula primordial ou célula madura na LMC, o que
significa que o nível da instabilidade é proporcional a atividade quinase
apresentada por BCR-ABL. Com resposta mais demorada para as terapias
direcionadas ao ABL, a célula primordial da LMC possui grandes chances de ser
um gatilho para a evolução da doença. Todas essas anormalidades induzem a
perda da eficiência de diferenciação celular, e acelera à evolução para uma doença
de forma mais agressiva.. (MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do
sangue periférico. 1ªed. São Paulo: LMP Editora LTDA, 2008.)
2.3. Diagnóstico Laboratorial
Para definir um diagnóstico da leucemia mielóide crônica é
necessário uma avaliação clínica extensiva, aplicando vários exames e métodos
podendo ser um tanto quanto cansativo para o paciente. Alguns exames que
podem ser realizados são:
? Exame de Sangue periférico, Mielograma, Biópsia de Medula, Análise
celular por citometria de fluxo, citogenética e biologia molecular. (LOPES,
Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
O hemograma é feito em sangue periférico e quando a amostra apresenta a
LCM os dados se apresentam com leucocitose de aproximadamente
250.000/mm3, podendo variar de 20.000 a 600.000/mm3 e uma taxa anormal de
granulócitos na circulação sanguínea, onde são protagonizados por blastos
leucêmicos, promielócitos e granulócitos já maduros. Pode também apresentar
eosinofilia e basofilia. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
21
Como uma ferramenta muito relevante para identificação da doença, a
necessidade de uma interpretação do hemograma de forma minuciosa é de suma
importância para que siga o caminho correto para o diagnóstico. Nos estágios
iniciais da doença é característico no sangue periférico a elevação dos basófilos,
observa-se trombocitose e um baixo nível de fosfatase alcalina leucocitária
(mesmo que esse teste venha perdendo o uso levando em conta o aumento do uso
das análises cetogênicas e moleculares). Em alguns pacientes nos estágios iniciais
apresentam alterações nos ciclos de contagem dos leucócitos em períodos de 50 a
70 dias, variando entre níveis leucêmicos e níveis normais, sendo necessário
diagnósticos diferenciais entre a leucemia, neutrofilia reacional e outras leucemias
mieloides. (SOSSEIA¹, ZOPPASZ & WEBER3 ? 2017).
Figura 3. Perfil do hemograma nas diferentes fases da leucemia mielóide crônica.
Fonte: PEIXOTO, Paloma P. de Aquino. - 2017.
22
2.4. Terapia Farmacológica

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A terapia farmacológica foi sofrendo diversas alterações com o


passar do tempo, iniciando com uma conduta paliativa até iniciar os tratamentos
com medicamentos começando pela solução de Fowler (uma solução de trióxido
de arsênico a 1%) onde foi constatado a diminuição do baço e do número de
leucócitos, e apresentando uma melhora na taxa anêmica. O risco do Fowler era
seu nível de toxicidade para o organismo, porém o arsênico ainda foi utilizado
como tratamento até 1903 quando se iniciou a terapia radiológica que apresentava
bons resultados assim como o arsênico, porém, ainda não subia as taxas de
expectativa de vida dos indivíduos. As mostardas nitrogenadas foram as apostas
de tratamento nos anos seguintes, onde levaram ai desenvolvimento do
bulssulfano (agente citostático de tratamento paliativo) em 1953. (ABREU;
LOPES, 2009).
O bulssulfano foi ainda utilizado pelos posteriores 35 anos por ter sido
comprovado ser mais eficiente que a radioterapia e as drogas utilizadas
anteriormente, após esse período foi substituído pro fármacos com menor nível de
toxicidade como a hidroxiuréia e alfa-interferon. (BERGANTINIZ, CASTROZ,
SOUZA3 et al. - 2005)
A associação da proteína quinase BCR-ABL com a leucemia mielóide
crônica, permitiu que substâncias diretamente específicas para a doença fossem
desenvolvidas. Em 1996 surgiu o mesilato de imatinibe, foi aprovado pelo U.S.
Food and Drug admnistration em 2001, após ser estudado em duas fases para sua
admnistração em pacientes leucêmicos em qualquer das fases da LCM. Essa droga
(mesilato de imatinibe) é um fármaco de primeira geração e age inibindo a
proteína tirosina quinase (TKI), foi a primeira terapia direcionada utilizada em
pacientes oncológicos, mudando o desfecho e manipulação dessa doença.
(ABREU; LOPES, 2009).
Composto por 2-fenil-amino-primidina, o mesilato de imatinibe é um
inibidor seletivo da proteína tirosina quinase, ?[?] ATP dependente, cujo
mecanismo de ação leva ao bloqueio competitivo do ATP, impedindo a
fosforilação do domínio tirosina quinase de ABL e consequentemente, a
23
sinalização energética para a proliferação celular e inibição da apoptosecelular,
revertendo, assim, parte importante da patogênese da LMC, com redução da
proliferação tumoral e aumento da apoptose? (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia
Mieloide Crônica. 2017)
A dose indicada é de 400mg/dia, administrado por via oral, podendo variar
de acordo com a fase e evolução da doença. (ABREU; LOPES, 2009).
Figura 4. Mecanismo de ação do mesilato de imatinibe.
Fonte: ZAHARIEVA, et al. 2013)
24
3. METODOLOGIA
Para a construção do trabalho foi feito o levantamento de artigos
científicos que se encontraram disponíveis na plataforma virtual SciElo (Scientific
Eletronic Library Online) com a busca de termos: Leucemia Mieloide Crônica, LMC,

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Leucemias; nos livros: Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico


(MELO, Márcio) e Tratado de Hematologia (ZAGO, Marco A.¹ FALCÃO, Roberto
P.Z PASQUINI, Ricardo.3). Assim foram selecionadas as bibliografias que mais se
encaixavam com o objetivo do trabalho, realizando um estudo ativo de maneira
minuciosa dos conteúdos para o desenvolvimento deste trabalho, caracterizando-o
como uma revisão bibliográfica.
4. OBJETIVOS
4.1. Objetivos Gerais
Apresentar uma revisão descritiva da Leucemia Mieloide Crônica com suas
principais origens, métodos de diagnósticos e identificação, tratamentos utilizados
para o tratamento e gerenciamento da evolução da doença.
4.2. Objetivos Específicos
? Definir as causas da Leucemia Mieloide Crônica;
? Apresentar as fases evolutivas da doença e suas características;
? Analisar os métodos de diagnósticos laboratoriais para identificação do tipo
da doença e em que nível ela se encontra;
? Conhecer as terapias de tratamento da doença e sua evolução tecnológica com
o tempo, oferendo cada vez mais qualidade de vida ao indivíduo e menos
riscos tóxicos e efeitos colaterais.
25
5. CONCLUSÃO
A leucemia mieloide crônica é apresentada como uma neoplasia,
possui sintomas comuns, diversos e ainda existem casos de pacientes
assintomáticos com uma certa frequência, o que mostra o quão importante é o
diagnóstico laboratorial da doença.
O avanço das tecnologias favorecem a complexidade dos exames o que
induz a avaliações mais específicas e concisas, levando a análises citogenéticas e
moleculares de forma precisa, que além de confirmar o diagnóstico também faz o
gerenciamento da evolução da doença e faz parte da conduta terapêutica.
Entretanto, o hemograma segue possuindo uma grande importância por ser um
método de fácil manuseio, e quando realizado por profissionais da saúde
capacitados, contribui no reconhecimento de novos quadros de leucemia mieloide
crônica e também no acompanhamento de pacientes já acometidos pela doença.
Quando se fala nas opções de tratamento da doença, destaca-se o mesilato
de imatinibe como a primeira escolha pelos profissionais, porém, em casos de
pacientes que possuem alguma resistência ao mesilato de imatinibe, outro método
de tratamento que entra como uma segunda escolha são os inibidores de tirosina-
quinase de segunda geração.
É de suma relevância o diagnóstico precoce da LMC para que haja uma
possibilidade de postergação das complicações que acompanham o indivíduo,
aumentando sua qualidade e expectativa de vida.
26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
1. PEIXOTO, Paloma P. de Aquino. Leucemia Mielóide Crônica: Uma revisão

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de literatura. Disponível em: Biblioteca digital da Universidade Federal do Rio


Grande do Norte ? Centro de Biociências. Natal, Dezembro ? 2017. Acesso em:
18 de maio de 2022.
2. BORTOLHEIRO, Teresa C.¹ & CHIATTONE, Carlos S.Z Leucemia Mielóide
Crônica: história natural e classificação. Disponível em: Rev. Bras. hematol.
Hemoter. 2008;30 (Supl. 1) 3-7. São Paulo. Acesso em: 26 de maio de 2022.
3. BARBOZA, Ludana P.¹ SOUZA, Jamison M.Z SIMÕES, Felippe V.3
BRAGANÇA, Iracema C.4 ABDELHAY, Eliana5. Análise dos transcritos da
translocação t(9;22) em Leucemia Mielóide Crônica. Disponível em: Rev.
Bras, hematol. Hemoter., 2000,22(2): 89-98 ? Rio de Janeiro. Acesso em: 12 de
maio de 2022.
4. DOBBIN, Jane de Almeida¹ & GADELHA, Maria Inez PordeusZ. Mesilato de
Imatinibe para Tratamento de Leucemia Mielóide Crônica. Disponível em:
Revista Brasileira de Cancerologia, 2002, 48(3): 429-438 ? Rio de Janeiro. Acesso
em 28 de Julho de 2022.
5. MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico. 1ª
edição, São Paulo: Livraria Médica Paulista Editora LTDA, 2008.
6. ZAGO, Marco A.¹ FALCÃO, Roberto P.Z PASQUINI, Ricardo.3 Tratado de
Hematologia. São Paulo: Editora Atheneu, 2013.
7. LAGO, Camila do¹& PETRONI, Tatiane FerreiraZ. Fisiopatologia e
Diagnóstico da Leucemia Mieloide Crônica. V1, n.1: Revista Saúde UniToledo,
2017.
27
8. SOSSELA, Fernanda Roberta¹. ZOPPAS, Bárbara Catarina de AntoniZ.
WEBER, Liliana Portal3. Leucemia Mieloide Crônica: aspectos clínicos,
diagnóstico, principais alterações observadas no hemograma. RBAC,
49(2):127-30. 2017.
9. BERGANTINI, Ana Paula F¹. CASTRO, Fabíola AZ. SOUZA, Ana M3.
FETT- CONTE, Agnes C4. Leucemia Mieloide Crônica e o sistema Fas-FasL.
Rev. Bras. hematol. Hemoter. Pág. 120-125. 2005.
10. MONTENEGRO, Vanderléia da S¹. SANTOS, Vera Maria Valporto OZ.
VEITH, Melissa3. Análise Citogenética na Leucemia Mieloide Crônica. Rev.
Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba, v10, n.3, p

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=================================================================================
Arquivo 1: tcc laura e luis finalizado 2.0.pdf (3919 termos)
Arquivo 2: https://medlineplus.gov/genetics/chromosome/12 (1912 termos)
Termos comuns: 2
Similaridade: 0,03%
O texto abaixo é o conteúdo do documento tcc laura e luis finalizado 2.0.pdf (3919 termos)
Os termos em vermelho foram encontrados no documento
https://medlineplus.gov/genetics/chromosome/12 (1912 termos)

=================================================================================
1UNIÃO DAS INSTITUIÇÕES DE SERVIÇOS, ENSINO E
PESQUISA - UNISEPE
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO RIBEIRA -
UNIVR BACHARELADO EM BIOMEDICINA
LAURA DE FRANÇA ALVES
LUIS GUSTAVO DA VEIGA CAROTI
LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA.
Registro
2022
2LAURA DE FRANÇA ALVES, LUIS GUSTAVO DA VEIGA CAROTI
LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Centro
Universitário do Vale do Ribeira,
para a obtenção do Título de
Bacharel em Biomedicina.
Orientador: Profº: Lucas da Silva
Rezende
Registro
2022
3?Sonhos determinam o que você quer. Ação determina o que você conquista?
Aldo Novak.
4AGRADECIMENTOS
A minha mãe Marinalva e minha irmã Clara, que me incentivaram e apoiaram nos
momentos mais difíceis e por serem meu suporte e apoio ao longo desse período
dedicada a conclusão dessa graduação e da realização desse trabalho. (Laura)
Ao professor Lucas da Silva Rezende, por ter sido nosso orientador e ter
desempenhado essa função com dedicação, compromisso e amizade.
Ao coordenador do curso Fernando Henrique Ingácio dos Santos, pelas correções,
conselhos e ensinamentos que nos permitiram desempenhar um processo de
sucesso na formação profissional durante o curso.

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À instituição de ensino Universidade do Vale do Ribeira (UNIVR), que foi


essencial no nosso processo de formação acadêmica e profissional, pela
dedicação, inovação, profissionalismo e por tudo que aprendemos ao longo desses
anos no curso.
5LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ? Representação do sangue normal na primeira imagem com as células
vermelhas, brancas e plaquetas. Na segunda imagem a representação do sangue
com Leucemia onde houve uma produção exagerada de leucócitos alterados e
pouca quantidade de células vermelhas.................................................................11
Figura 2 ? Translocação (9:22) e transcrição BCR-ABL associado a LMC e
LLA.......................................................................................................................15
Figura 3 ? Perfil do hemograma nas diferentes fases da leucemia mieloide
crônica...................................................................................................................21
Figura 4 ? Mecanismo de ação do mesilato imatinibe.........................................23
6LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ATP Adenosina Trifosfato
CB Crise Bla?tica
CS Corrente Sanguínea
FA Fase Acelerada
FC Fase Crônica
LMC Leucemia Mieloide Crônica
PH Philadélfia
TK Tirosina Quinase
7SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..............................................................................................................11
2. DESENVOLVIMENTO................................................................................................13
2.1. Leucemia Mieloide Crônica..........................................................................................13
2.1.1. Cromossomo Philadélfia (Ph+)...................................................................................14
2.1.2. Sintomatologia Clínica...............................................................................................15
2.2. Fases da Leucemia Mieloide Crônica...........................................................................16
2.2.1. Crônica.......................................................................................................................17
2.2.2. Acelerada....................................................................................................................18
2.2.3. Crise blástica..............................................................................................................19
2.3. Diagnóstico Laboratorial...............................................................................................20
2.4. Terapia Farmacológica..................................................................................................22
3. METODOLOGIA..........................................................................................................23
4. OBJETIVOS...................................................................................................................24
4.1. Objetivos gerais.............................................................................................................24
4.2. Objetivos específicos.....................................................................................................24
5. CONCLUSÃO................................................................................................................26
REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS................................................................................27
8LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.
CHRONIC MYELOID LEUKEMIA: A BIBLIGRAPHIC REVIEW.
Laura de França Alves¹, Luis Gustavo da Veiga Caroti¹, Lucas da Silva RezendeZ,

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Fernando Henrique Ignácio dos Santos3.


¹ Discente em Biomedicina pela Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR)
? Registro/SP. E-mail: Laura.allvrs@gmail.com
¹ Discente em Biomedicina pela Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR)
? Registro/SP. E-mail: Luisgustavo.caroti@gmail.com
Z Biomédico, docente e orientador de Trabalho de Conclusão de Curso de
Biomedicina na Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR) ? Registro/SP.
E- mail: lucaasrezende2@gmail.com
3 Biomédico, docente e coordenador do curso de Biomedicina da Faculdades
Integradas do Vale do Ribeira (FVR) ? Registro/SP. E-mail:
biomedicina@scelisul.com.br
9ALVES, Laura de França¹. CAROTI, Luís Gustavo da VeigaZ. Chronic Myeloid
Leukemia: A Bibliographic Review. 2022. 27folhas. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Biomedicina) ? UNIVR ? Centro Universitário do Vale do
Ribeira, Registro, 2022.
RESUMO
A LMC é definida como uma doença mieloproliferativa
clonal, caracterizando uma mutação que afeta diretamente a célula tronco
hematopoiética. Clinicamente, a maioria dos exames dos pacientes que são
portadores da LMC apresentam uma leucocitose com desvio a esquerda,
neutrofilia, eosinofilia, basofilia e o principal marcador citogênico da doença:
cromossomo Philadelfia. Foi determinada como a primeira leucemia a ser
detalhada e posta em laudo para apresentar os pacientes que foram a óbito por
conta da intensa leucocitose e da hepatoesplenomegalia que essa doença causa. A
LMC apresenta uma evolução de três fases que descrevem a piora significativa da
clínica da doença. Além do cromossomo Philadelfia como principal marcador da
LMC, a presença de mutações genéticas também são responsáveis pela evolução
acelerada da patologia, como o gene trissomia de 8, isocromossomo do braço
longo do 17 e trissomia do 19. As classificações das leucemias não mostram
diferenças da crise blástica por linfoide ou mieloide, o que é de suma importância
para a análise biológica da doença, porém, aproximadamente 70% doas casos de
crise blástica são em mieloide e de 20 a 30% em linfoide. Com respostas mais
demoradas para as terapias direcionadas ao ABL, a célula primordial da LMC
possui grandes chances de ser um gatilho para a evolução da doença. As terapias
farmacológicas sofreram alterações desde ser uma conduta paliativa até o
tradamento medicamentoso, evoluindo até a terapia radiológica e apresentando
ainda mais resultado com as mostardas nitrogenadas.
Palavras-chave: Leucemias, Leucocitose, Cromossomo Philadelfia, Mutações
Genéticas.
10
ALVES, Laura de França¹. CAROTI, Luís Gustavo da VeigaZ. Chronic Myeloid
Leukemia: A Bibliographic Review. 2022. 27folhas. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Biomedicina) ? UNIVR ? Centro Universitário do Vale do
Ribeira, Registro, 2022.

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ABSTRACT
CML is defined as a clonal myeloproliferative disease,
featuring a mutation that directly affects the hematopoietic stem cell. Clinically,
most patients with CML have a leukocytosis with left shift, neutrophilia,
eosinophilia, basophilia, and the main cytogenetic marker of the disease: the
Philadelfia chromosome. It was determined as the first leukemia to be detailed and
put in a report to present the patients who died because of the intense leukocytosis
and hepatosplenomegaly that this disease causes. CML presents an evolution of
three phases that describe the significant clinical worsening of the disease. Besides
the Philadelfia chromosome as the main marker of CML, the presence of genetic
mutations are also responsible for the accelerated evolution of the pathology, such
as the trisomy 8 gene, isochromosome of the long arm of 17, and trisomy 19. The
classifications of leukemias do not show differences of the blastic crisis by
lymphoid or myeloid, which is of great importance for the biological analysis of
the disease, but approximately 70% of the cases of blastic crisis are in myeloid
and 20 to 30% in lymphoid. With more delayed responses to ABL-targeted
therapies, the primordial cell in CML has a high chance of being a trigger for
disease progression. Pharmacological therapies have changed from being a
palliative management to drug tradation, evolving to radiological therapy and
showing even more result with nitrogen mustards.
Keywords: Leukemias, Leukocytosis, Philadelfia Chromosome, Gene Mutations.
11
1. INTRODUÇÃO
A leucemia mieloide crônica (LMC) é caracterizada por disfunções
que causam uma mutação adquirida, afetando negativamente o sistema de
hematopoese, mais especificamente a célula tronco hematopoiética.
(BOLLMANN, Patricia Weinschenker & GIGLIO, Auro del.)
É caracterizada por liberar células maduras de forma exacerbada na
corrente sanguínea descrevendo uma neoplasia. Mesmo possuindo funções
diferentes entre si, as células possuem uma mesma origem na célula tronco
hematopoiética, que quando está em seu estado normal possui características
fundamentais para o sistema de hematopoese, como a autor renovação onde pode
se clonar ou produzir células distintas entre si, que é onde se encaixam os
leucócitos e as plaquetas. (BORTOLHEIRO, Teresa Cristina. & CHIATTONE,
Carlos S.)
Quando existe a alteração neoplásica causada por uma leucemia, o
processo de hematopoese são se completa de forma certa fazendo com que a
produção celular seja de maneira desregulada e exagerada de células imaturas ou
maduras que passam a percorrer pelo sangue prejudicando a saúde do indivíduo.
(LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
Figura 1 ? Representação do sangue normal na primeira imagem com as células vermelhas,
brancas e plaquetas. Na segunda imagem a representação do sangue com Leucemia onde
houve uma produção exagerada de leucócitos alterados e pouca quantidade de células
vermelhas.

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Fonte: Cleveland Clinic, 2019.


12
A LMC é causada por uma deslocação do cromossomo 9 com o 22, o que
resulta na presença do cromossomo Philadelfia (Ph+) que é a união da região do
gene BCR do cromossomo 22 com o gene ABL do cromossomo 9, formando um
híbrido BCR-ABL no 22 q-, produzindo uma proteína quimérica que exerce uma
alta função de tirosina quinase (TK), a proteína responsável pela patologia da
LMC. (ABREU; LOPES, 2009).
Entende-se que para uma célula normal se transformar em cancerígena ela
precisa primeiramente de uma mutação, habilidades contrárias as naturais e
precisa de alguns eventos epigenéticos. As células cancerígenas são de alguma
forma mais independentes que as células em seu estado normal, possuindo maior
potencial de sobrevivência e proliferação mesmo sem a adesão de algum
substrato, e ainda possuem uma menor chance de apoptose. (LAGO, Camila do. &
PETRONI, Tatiane Ferreira.)
O gene BCR-ABL é estimulado pela fosforilação de proteínas, ou seja,
acontece sua ativação quando a tirosina quinase está ligada a um ATP. Com isso
se ativa uma cascata de crescimento sem controle e de maneira exagerada,
liberando essas células sem funções definidas na corrente sanguínea. (LAGO,
Camila do. & PETRONI, Tatiane Ferreira.)
Ainda a LMC é evoluída por três fases, sendo elas: fase crônica (FC), fase
acelerada (FA) e crise blástica (CB). Ainda na fase crônica são divididos três
subgrupos relacionados a sobrevida e com características clínicas como,
contagem de plaquetas, tamanho do baço do paciente e porcentagem dos blastos
liberados no sangue periférico. (MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas
do sangue periférico. 1ªed. São Paulo: LMP Editora LTDA, 2008.)
O diagnóstico é dado pelos achados clínicos, citogenéticos e
hematológicos encontrados no sangue periférico e medula óssea. (LAGO, Camila
do. & PETRONI, Tatiane Ferreira).
13
A chance das manifestações clínicas da doença surgirem de forma lenta e
evolutiva, deixa com que muitos pacientes tenham um diagnóstico tardio
implicando de forma negativa no tratamento, já que muitas vezes ocorre do
diagnóstico ser realizado em uma fase já evoluída da doença. Essa evolução pode
acontecer em um período de três a cinco anos, saindo da fase crônica para uma
fase mais avançada ou até diretamente para a fase de crise blástica sendo etapas de
difícil controle. (LAGO, Camila do. & PETRONI, Tatiane Ferreira.)
Atualmente o tratamento padrão para a LMC são com os inibidores de
tirosina quinase, mais especificamente o imatinibe, dasatinibe e nilotinibe. Estes
fármacos são eficazes e capazes de controlar a sintomatologia da doença com uma
toxicidade relativamente baixa. São de administração oral e podem ser utilizadas
fora do ambiente hospitalar. Para os pacientes que são imunes a esses
medicamentos, a opção mais indicada é o transplante de medula óssea alogênico.
(MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico. 1ªed. São

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Paulo: LMP Editora LTDA, 2008.)


Falando em epidemiologia estima-se que 14% das leucemias são
representadas pela Leucemia mieloide crônica, com aproximadamente 1,6 casos a
cada 100.000 pessoas por ano. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. Leucemia Mieloide Crônica
A Leucemia Mieloide Crônica (LMC) é caracterizada como uma
neoplasia maligna por haver um aumento de maneira exagerada de células jovens
na corrente sanguínea, as quais não passaram por maturação nem apresentam uma
função definida. Além dessas numerosas células presentes na corrente sanguínea
(CS), ainda temos as hemácias, plaquetas e os leucócitos os quais formam o
conjunto de células da CS, essas células se diferenciam pelas suas funções
específicas e também de maneira morfológica. (PEIXOTO, Paloma P.A.
Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
14
Apesar da diferenciação dessas células, todas são originadas de um mesmo
processo conhecido como hematopoese, processo que ocorre de forma prioritária
na medula óssea a partir das células tronco hematopoiéticas indefinidas.
Características que devem ser ressaltadas dessas células são a de autorrenovação e
a capacidade de formar células diferentes de si, ou seja, a principal função dessa
célula é produzir novas células iguais a si e também células diferentes com
funções individuais. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
A LMC é definida como uma doença mieloproliferativa clonal,
caracterizando uma mutação que afeta diretamente a célula tronco hematopoiética.
Clinicamente, a maioria dos exames dos pacientes portadores da LMC
apresentam-se com leucocitose com desvio a esquerda, neutrofilia, eosinofilia,
basofilia e o principal marcador citogênico da doença, o cromossomo Philadelfia.
(PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
Foi a primeira leucemia a ser detalhada e posta em escrita para apresentar
os pacientes que faleceram por conta da intensa leucocitose e da
hepatoesplenomegalia que essa doença apresenta. (PEIXOTO, Paloma P.A.
Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
2.1.1. Cromossomo Philadelfia (Ph+)
Para ocorrer uma anormalidade genética é necessário que haja uma
alteração nas cópias de DNA e estruturas dissemelhantes que resultam uma
mutação ou junção de genes. (ZAGO, M.A.; FALCÃO, A.; PASQUINI, R.P.
Tratado de Hematologia. 1ªed. p.417. São Paulo: Editora Atheneu, 2013).
Em específico o cromossomo Philadelfia surge a partir de um processo de
translocação entre os braços alongados dos cromossomos 9 e 22, onde se sobrepõe
a oncogenese ABL, que é mapeada no cromossomo 9 ao gene BCR que é
mapeado no cromossomo 22. Esse gene desenvolvido a partir dessa fusão é
descrito como RNAm BCR-ABLI. O cromossomo Philadelfia traz esse nome por
ter sido descoberto justamente na cidade de Philadelphia. (ZAGO, M.A.;
15

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FALCÃO, A.; PASQUINI, R.P. Tratado de Hematologia. 1ªed. p.417. São


Paulo: Editora Atheneu, 2013).
Em sua relação gênica normal, o genes BCR e ABL são responsáveis por
diferentes funções, sendo o BCR: proteína relacionada à regulação do ciclo
celular, ABL: responsável por codificar uma proteína tirosina-quinase. Sendo
assim, quando há uma mutação de translocação nesses genes causando a célula
leucêmica BCR-ABL, a mesma vai estimular uma produção constante de células
jovens na corrente sanguínea, aumentando a atividade tirosina-quinase de forma
significativa, causando a Leucemia Mieloide Crônica. (ZAGO, M.A.; FALCÃO,
A.; PASQUINI, R.P. Tratado de Hematologia. 1ªed. p.417. São Paulo: Editora
Atheneu, 2013).
Figura 2. Translocação (9:22) e transcrição BCR-ABL associada a LMC, LMA e LLA)
FONTE: (AVELINO et. al, 2017).
2.1.2. Sintomatologia Clínica
Os principais sinais e sintomas que essa doença apresenta então
relacionados a produção intensa de células na medula óssea e sua liberação
precoce e exacerbada na corrente sanguínea. (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia
Mieloide Crônica. 2017)
16
A Leucemia Mieloide Crônica apresenta um quadro clínico de leucocitose
com desvio a esquerda, isto é, apresenta sua maior parte os leucócitos em suas
formas mais jovens como, mielócitos e metamielócitos, não respeitando a ordem
natural da maturação dessas células na medula óssea. (MONTENEGRO¹,
SANTOSZ & VEITH3 - 2008)
Em adultos e em crianças as manifestações clínicas apresentam
semelhanças, apesar de significativamente o quadro pediátrico da doença ressaltar
um maior número de leucócitos na corrente sanguínea. (BORTOLHEIRO, Teresa
C. & CHIATTONE, Carlos S.)
A hiperleucocitose caracterizada por: >100x100/L, desencadeia a síndrome
de hiperviscosidade, a qual apresenta sangramentos de mucosa, retinopatia,
alterações neurológicas e pode esporadicamente desenvolver uma insuficiência
cardíaca afetando o sistema cardiovascular. Apesar desses sintomas causados pela
LMC, existem ainda os sinais e sintomas mais comuns que os pacientes portadores
da doença apresentam, por consequência da hiperleucocitose pode ocorrer casos
de perda auditiva neurossensorial ou uma isquemia intracoclear e perda visual.
(BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE, Carlos S.)
Alguns pacientes relatam dores abdominais, cansaço, palidez por conta de
anemias causadas por sangramentos proveniente de uma disfunção plaquetária. A
esplenomegalia é um sinal importante e vem se apresentando em um número
elevado de pacientes, e é a mesma que causa os sintomas anteriores. (PEIXOTO,
Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
É importante ressaltar que o diagnóstico ocorre nos exames laboratoriais
de rotina, pois a sintomatologia da LMC é de muita discrição. (PEIXOTO,
Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)

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2.2. Fases da Leucemia Mieloide Crônica (LMC)


A LMC evoluí por três fases que descrevem a piora significativa da
clínica da doença. Essas fases se progridem de forma maligna de Crônica para
17
Acelerada e de Acelerada para um Crise Blástica. É importante entender que na
prática os pacientes não necessariamente seguem uma ordem correta dessa
progressão, podendo sair de uma fase crônica diretamente para uma crise blástica
de forma acentuada. (LAGO¹ & PETRONIZ - 2017)
Por conta da descoberta dessa alteração gênica, além de aprimorar o
diagnóstico ainda permitiu o desenvolvimento de terapias dirigidas contra o efeito
molecular causado na alteração gênica. (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia
Mieloide Crônica. 2017)
2.2.1. Crônica
A fase crônica é onde a grande maioria dos pacientes se encontram
e cerca de 20% a 40% dos pacientes são assintomáticos, frequentemente são
identificados por exames de rotinas quando analisados uma leucocitose acentuada
e assim diagnosticados como portadores de LMC. (LAGO¹ & PETRONIZ - 2017)
Além do principal marcador dessa doença, o cromossomo Philadelfia, a
presença de mais mutações genéticas também são responsáveis pela evolução
acelerada doença, como o gene trissomia de 8, isocromossomo do braço longo do
17 e trissomia do 19. Esses são os maiores responsáveis pela progressão da LMC
de fase acelerada para a fase de crise blástica. (BORTOLHEIRO, Teresa C. &
CHIATTONE, Carlos S.)
Clinicamente em exames de rotinas a hemoglobina pode ainda estar
normal ou apresentar uma leve anemia, plaquetas normalmente normal ou
elevadas, salvo cerca de 5% dos casos que apresentam plaquetopenia. A fofatase
alcalina intraleucocitária é reduzida em aproximadamente 90% dos pacientes que
estão na fase crônica. (SOSSEIA¹, ZOPPASZ & WEBER3 ? 2017).
A biópsia na medula óssea é necessária para o diagnóstico averiguar a
presença de fibrose que pode se apresentar com a progressão da doença. A anemia
severa com esplenomegalia acentuada e hiperplasia megacariocítica desenvolvem
18
o aumento da reticulina em cerca de 40% dos pacientes diagnósticados.
(BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE, Carlos S.)
Apresenta sintomas comuns, como: fadiga, febre, suor, fraqueza, perda
significativa de peso, sudorese noturna e esplenomegalia. Alguns sintomas mais
específicos são encontrados com muito menos frequência pois aparecem com uma
leucocitose >250.000/mm3, o que é difícil de acontecer na fase crônica. (MELO,
Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico. 1ªed. São Paulo:
LMP Editora LTDA, 2008.)
Essa fase perdura normalmente de 3 a 5 anos dependendo de cada
indivíduo. (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
Essa fase ainda se apresenta como benigna, fica marcada pela hiperplasia
medular e capacidade de maturação das células mieloides. Existe uma maior

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facilidade no controle das manifestações dessa doença na corrente sanguínea com


terapias farmacológicas de maneira convencional. (BORTOLHEIRO, Teresa C. &
CHIATTONE, Carlos S.)
2.2.2. Acelerada
É a fase precedente a crise blástica, apresenta um difícil controle da
doença. Desenvolve um aumento nos blastos na medula óssea e aumento na
contagem desses blastos na corrente sanguínea. Além desse aumento, também
apresenta leucocitose com acentuado desvio a esquerda, basofilia, anemia e
variação no número de plaquetas. (BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE,
Carlos S.)
Na maioria das vezes se classifica os pacientes na fase acelerada quando
existe a evolução clonal, porém, a OMS declara que a evolução clonal é
significativa se ocorrer durante o tratamento e não ao diagnóstico.
(BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE, Carlos S.)
Os pacientes portadores da Leucemia Mieloide Crônica são dificilmente
diagnosticados na fase acelerada, pois, a evolução do tratamento com os inibidores
19
de tirosino quinase vem reduzindo o número de pacientes que evoluem da fase
crônica para a fase acelerada. Apesar da progressão do tratamento com imatinibe,
a sobrevivência dos pacientes em fase acelerada permanece de um a dois anos.
(PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
São considerados pacientes em fase acelerada quando apresentam alguma
dessas características:
? Amostras de sangue ou da medula óssea que possuem mais de 15%
e menos de 30 % de blastos;
? Nas lâminas hematológicas apresentarem cerca de 20% de
basófilos;
? As células do sangue serem compostas por aproximadamente 30%
de blastos e promielócitos;
? Apresenta plaquetopenia que não foi causada devido ao tratamento;
? Apresenta o cromossomo Philadelfia e alterações cromossômicas
nas células leucêmicas. (BORTOLHEIRO, Teresa C. &
CHIATTONE, Carlos S.)
2.2.3. Crise Blástica
A crise blástica é o quadro clínico de mais fácil identificação já que
de acordo com a OMS, é considerada uma crise blástica quando os blastos
alcançarem 20% da soma ou mais. As classificações da leucemias normalmente
não diferenciam a crise blástica por linfóide ou mielóide, o que é de suma
importância para análise biológica da doença, porém, se apresentam em
aproximadamente 70% dos caos de crise blástica em mielóide e de 20 a 30% em
linfoide. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
A transformação das células na cb (crise blástica) mielóide ocorre tanto em
linhagens distintas e simultaneamente, quanto permanece em uma só linhagem
(mieloblástica, eosinofílica, basofílica, monocítica, megacarioblástica,

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eritroblástica ou todas elas em conjunto. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria
Theresa C. L.)
A fisiopatologia da crise blástica ainda não possui uma descrição concisa,
porém, nos últimos anos algumas explicações foram apresentadas como modelo.
O BCR-ABL é responsável pela evolução da instabilidade genômica e por
alterações epigenéticas da célula primordial ou célula madura na LMC, o que
significa que o nível da instabilidade é proporcional a atividade quinase
apresentada por BCR-ABL. Com resposta mais demorada para as terapias
direcionadas ao ABL, a célula primordial da LMC possui grandes chances de ser
um gatilho para a evolução da doença. Todas essas anormalidades induzem a
perda da eficiência de diferenciação celular, e acelera à evolução para uma doença
de forma mais agressiva.. (MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do
sangue periférico. 1ªed. São Paulo: LMP Editora LTDA, 2008.)
2.3. Diagnóstico Laboratorial
Para definir um diagnóstico da leucemia mielóide crônica é
necessário uma avaliação clínica extensiva, aplicando vários exames e métodos
podendo ser um tanto quanto cansativo para o paciente. Alguns exames que
podem ser realizados são:
? Exame de Sangue periférico, Mielograma, Biópsia de Medula, Análise
celular por citometria de fluxo, citogenética e biologia molecular. (LOPES,
Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
O hemograma é feito em sangue periférico e quando a amostra apresenta a
LCM os dados se apresentam com leucocitose de aproximadamente
250.000/mm3, podendo variar de 20.000 a 600.000/mm3 e uma taxa anormal de
granulócitos na circulação sanguínea, onde são protagonizados por blastos
leucêmicos, promielócitos e granulócitos já maduros. Pode também apresentar
eosinofilia e basofilia. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
21
Como uma ferramenta muito relevante para identificação da doença, a
necessidade de uma interpretação do hemograma de forma minuciosa é de suma
importância para que siga o caminho correto para o diagnóstico. Nos estágios
iniciais da doença é característico no sangue periférico a elevação dos basófilos,
observa-se trombocitose e um baixo nível de fosfatase alcalina leucocitária
(mesmo que esse teste venha perdendo o uso levando em conta o aumento do uso
das análises cetogênicas e moleculares). Em alguns pacientes nos estágios iniciais
apresentam alterações nos ciclos de contagem dos leucócitos em períodos de 50 a
70 dias, variando entre níveis leucêmicos e níveis normais, sendo necessário
diagnósticos diferenciais entre a leucemia, neutrofilia reacional e outras leucemias
mieloides. (SOSSEIA¹, ZOPPASZ & WEBER3 ? 2017).
Figura 3. Perfil do hemograma nas diferentes fases da leucemia mielóide crônica.
Fonte: PEIXOTO, Paloma P. de Aquino. - 2017.
22
2.4. Terapia Farmacológica

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A terapia farmacológica foi sofrendo diversas alterações com o


passar do tempo, iniciando com uma conduta paliativa até iniciar os tratamentos
com medicamentos começando pela solução de Fowler (uma solução de trióxido
de arsênico a 1%) onde foi constatado a diminuição do baço e do número de
leucócitos, e apresentando uma melhora na taxa anêmica. O risco do Fowler era
seu nível de toxicidade para o organismo, porém o arsênico ainda foi utilizado
como tratamento até 1903 quando se iniciou a terapia radiológica que apresentava
bons resultados assim como o arsênico, porém, ainda não subia as taxas de
expectativa de vida dos indivíduos. As mostardas nitrogenadas foram as apostas
de tratamento nos anos seguintes, onde levaram ai desenvolvimento do
bulssulfano (agente citostático de tratamento paliativo) em 1953. (ABREU;
LOPES, 2009).
O bulssulfano foi ainda utilizado pelos posteriores 35 anos por ter sido
comprovado ser mais eficiente que a radioterapia e as drogas utilizadas
anteriormente, após esse período foi substituído pro fármacos com menor nível de
toxicidade como a hidroxiuréia e alfa-interferon. (BERGANTINIZ, CASTROZ,
SOUZA3 et al. - 2005)
A associação da proteína quinase BCR-ABL com a leucemia mielóide
crônica, permitiu que substâncias diretamente específicas para a doença fossem
desenvolvidas. Em 1996 surgiu o mesilato de imatinibe, foi aprovado pelo U.S.
Food and Drug admnistration em 2001, após ser estudado em duas fases para sua
admnistração em pacientes leucêmicos em qualquer das fases da LCM. Essa droga
(mesilato de imatinibe) é um fármaco de primeira geração e age inibindo a
proteína tirosina quinase (TKI), foi a primeira terapia direcionada utilizada em
pacientes oncológicos, mudando o desfecho e manipulação dessa doença.
(ABREU; LOPES, 2009).
Composto por 2-fenil-amino-primidina, o mesilato de imatinibe é um
inibidor seletivo da proteína tirosina quinase, ?[?] ATP dependente, cujo
mecanismo de ação leva ao bloqueio competitivo do ATP, impedindo a
fosforilação do domínio tirosina quinase de ABL e consequentemente, a
23
sinalização energética para a proliferação celular e inibição da apoptosecelular,
revertendo, assim, parte importante da patogênese da LMC, com redução da
proliferação tumoral e aumento da apoptose? (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia
Mieloide Crônica. 2017)
A dose indicada é de 400mg/dia, administrado por via oral, podendo variar
de acordo com a fase e evolução da doença. (ABREU; LOPES, 2009).
Figura 4. Mecanismo de ação do mesilato de imatinibe.
Fonte: ZAHARIEVA, et al. 2013)
24
3. METODOLOGIA
Para a construção do trabalho foi feito o levantamento de artigos
científicos que se encontraram disponíveis na plataforma virtual SciElo (Scientific
Eletronic Library Online) com a busca de termos: Leucemia Mieloide Crônica, LMC,

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Leucemias; nos livros: Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico


(MELO, Márcio) e Tratado de Hematologia (ZAGO, Marco A.¹ FALCÃO, Roberto
P.Z PASQUINI, Ricardo.3). Assim foram selecionadas as bibliografias que mais se
encaixavam com o objetivo do trabalho, realizando um estudo ativo de maneira
minuciosa dos conteúdos para o desenvolvimento deste trabalho, caracterizando-o
como uma revisão bibliográfica.
4. OBJETIVOS
4.1. Objetivos Gerais
Apresentar uma revisão descritiva da Leucemia Mieloide Crônica com suas
principais origens, métodos de diagnósticos e identificação, tratamentos utilizados
para o tratamento e gerenciamento da evolução da doença.
4.2. Objetivos Específicos
? Definir as causas da Leucemia Mieloide Crônica;
? Apresentar as fases evolutivas da doença e suas características;
? Analisar os métodos de diagnósticos laboratoriais para identificação do tipo
da doença e em que nível ela se encontra;
? Conhecer as terapias de tratamento da doença e sua evolução tecnológica com
o tempo, oferendo cada vez mais qualidade de vida ao indivíduo e menos
riscos tóxicos e efeitos colaterais.
25
5. CONCLUSÃO
A leucemia mieloide crônica é apresentada como uma neoplasia,
possui sintomas comuns, diversos e ainda existem casos de pacientes
assintomáticos com uma certa frequência, o que mostra o quão importante é o
diagnóstico laboratorial da doença.
O avanço das tecnologias favorecem a complexidade dos exames o que
induz a avaliações mais específicas e concisas, levando a análises citogenéticas e
moleculares de forma precisa, que além de confirmar o diagnóstico também faz o
gerenciamento da evolução da doença e faz parte da conduta terapêutica.
Entretanto, o hemograma segue possuindo uma grande importância por ser um
método de fácil manuseio, e quando realizado por profissionais da saúde
capacitados, contribui no reconhecimento de novos quadros de leucemia mieloide
crônica e também no acompanhamento de pacientes já acometidos pela doença.
Quando se fala nas opções de tratamento da doença, destaca-se o mesilato
de imatinibe como a primeira escolha pelos profissionais, porém, em casos de
pacientes que possuem alguma resistência ao mesilato de imatinibe, outro método
de tratamento que entra como uma segunda escolha são os inibidores de tirosina-
quinase de segunda geração.
É de suma relevância o diagnóstico precoce da LMC para que haja uma
possibilidade de postergação das complicações que acompanham o indivíduo,
aumentando sua qualidade e expectativa de vida.
26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
1. PEIXOTO, Paloma P. de Aquino. Leucemia Mielóide Crônica: Uma revisão

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de literatura. Disponível em: Biblioteca digital da Universidade Federal do Rio


Grande do Norte ? Centro de Biociências. Natal, Dezembro ? 2017. Acesso em:
18 de maio de 2022.
2. BORTOLHEIRO, Teresa C.¹ & CHIATTONE, Carlos S.Z Leucemia Mielóide
Crônica: história natural e classificação. Disponível em: Rev. Bras. hematol.
Hemoter. 2008;30 (Supl. 1) 3-7. São Paulo. Acesso em: 26 de maio de 2022.
3. BARBOZA, Ludana P.¹ SOUZA, Jamison M.Z SIMÕES, Felippe V.3
BRAGANÇA, Iracema C.4 ABDELHAY, Eliana5. Análise dos transcritos da
translocação t(9;22) em Leucemia Mielóide Crônica. Disponível em: Rev.
Bras, hematol. Hemoter., 2000,22(2): 89-98 ? Rio de Janeiro. Acesso em: 12 de
maio de 2022.
4. DOBBIN, Jane de Almeida¹ & GADELHA, Maria Inez PordeusZ. Mesilato de
Imatinibe para Tratamento de Leucemia Mielóide Crônica. Disponível em:
Revista Brasileira de Cancerologia, 2002, 48(3): 429-438 ? Rio de Janeiro. Acesso
em 28 de Julho de 2022.
5. MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico. 1ª
edição, São Paulo: Livraria Médica Paulista Editora LTDA, 2008.
6. ZAGO, Marco A.¹ FALCÃO, Roberto P.Z PASQUINI, Ricardo.3 Tratado de
Hematologia. São Paulo: Editora Atheneu, 2013.
7. LAGO, Camila do¹& PETRONI, Tatiane FerreiraZ. Fisiopatologia e
Diagnóstico da Leucemia Mieloide Crônica. V1, n.1: Revista Saúde UniToledo,
2017.
27
8. SOSSELA, Fernanda Roberta¹. ZOPPAS, Bárbara Catarina de AntoniZ.
WEBER, Liliana Portal3. Leucemia Mieloide Crônica: aspectos clínicos,
diagnóstico, principais alterações observadas no hemograma. RBAC,
49(2):127-30. 2017.
9. BERGANTINI, Ana Paula F¹. CASTRO, Fabíola AZ. SOUZA, Ana M3.
FETT- CONTE, Agnes C4. Leucemia Mieloide Crônica e o sistema Fas-FasL.
Rev. Bras. hematol. Hemoter. Pág. 120-125. 2005.
10. MONTENEGRO, Vanderléia da S¹. SANTOS, Vera Maria Valporto OZ.
VEITH, Melissa3. Análise Citogenética na Leucemia Mieloide Crônica. Rev.
Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba, v10, n.3, p

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=================================================================================
Arquivo 1: tcc laura e luis finalizado 2.0.pdf (3919 termos)
Arquivo 2: https://www.cancer.org/cancer/chronic-myeloid-leukemia/causes-risks-prevention/what-
causes.html (1404 termos)
Termos comuns: 2
Similaridade: 0,03%
O texto abaixo é o conteúdo do documento tcc laura e luis finalizado 2.0.pdf (3919 termos)
Os termos em vermelho foram encontrados no documento https://www.cancer.org/cancer/chronic-
myeloid-leukemia/causes-risks-prevention/what-causes.html (1404 termos)

=================================================================================
1UNIÃO DAS INSTITUIÇÕES DE SERVIÇOS, ENSINO E
PESQUISA - UNISEPE
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO RIBEIRA -
UNIVR BACHARELADO EM BIOMEDICINA
LAURA DE FRANÇA ALVES
LUIS GUSTAVO DA VEIGA CAROTI
LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA.
Registro
2022
2LAURA DE FRANÇA ALVES, LUIS GUSTAVO DA VEIGA CAROTI
LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Centro
Universitário do Vale do Ribeira,
para a obtenção do Título de
Bacharel em Biomedicina.
Orientador: Profº: Lucas da Silva
Rezende
Registro
2022
3?Sonhos determinam o que você quer. Ação determina o que você conquista?
Aldo Novak.
4AGRADECIMENTOS
A minha mãe Marinalva e minha irmã Clara, que me incentivaram e apoiaram nos
momentos mais difíceis e por serem meu suporte e apoio ao longo desse período
dedicada a conclusão dessa graduação e da realização desse trabalho. (Laura)
Ao professor Lucas da Silva Rezende, por ter sido nosso orientador e ter
desempenhado essa função com dedicação, compromisso e amizade.
Ao coordenador do curso Fernando Henrique Ingácio dos Santos, pelas correções,
conselhos e ensinamentos que nos permitiram desempenhar um processo de

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sucesso na formação profissional durante o curso.


À instituição de ensino Universidade do Vale do Ribeira (UNIVR), que foi
essencial no nosso processo de formação acadêmica e profissional, pela
dedicação, inovação, profissionalismo e por tudo que aprendemos ao longo desses
anos no curso.
5LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ? Representação do sangue normal na primeira imagem com as células
vermelhas, brancas e plaquetas. Na segunda imagem a representação do sangue
com Leucemia onde houve uma produção exagerada de leucócitos alterados e
pouca quantidade de células vermelhas.................................................................11
Figura 2 ? Translocação (9:22) e transcrição BCR-ABL associado a LMC e
LLA.......................................................................................................................15
Figura 3 ? Perfil do hemograma nas diferentes fases da leucemia mieloide
crônica...................................................................................................................21
Figura 4 ? Mecanismo de ação do mesilato imatinibe.........................................23
6LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ATP Adenosina Trifosfato
CB Crise Bla?tica
CS Corrente Sanguínea
FA Fase Acelerada
FC Fase Crônica
LMC Leucemia Mieloide Crônica
PH Philadélfia
TK Tirosina Quinase
7SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..............................................................................................................11
2. DESENVOLVIMENTO................................................................................................13
2.1. Leucemia Mieloide Crônica..........................................................................................13
2.1.1. Cromossomo Philadélfia (Ph+)...................................................................................14
2.1.2. Sintomatologia Clínica...............................................................................................15
2.2. Fases da Leucemia Mieloide Crônica...........................................................................16
2.2.1. Crônica.......................................................................................................................17
2.2.2. Acelerada....................................................................................................................18
2.2.3. Crise blástica..............................................................................................................19
2.3. Diagnóstico Laboratorial...............................................................................................20
2.4. Terapia Farmacológica..................................................................................................22
3. METODOLOGIA..........................................................................................................23
4. OBJETIVOS...................................................................................................................24
4.1. Objetivos gerais.............................................................................................................24
4.2. Objetivos específicos.....................................................................................................24
5. CONCLUSÃO................................................................................................................26
REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS................................................................................27
8LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.
CHRONIC MYELOID LEUKEMIA: A BIBLIGRAPHIC REVIEW.

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Laura de França Alves¹, Luis Gustavo da Veiga Caroti¹, Lucas da Silva RezendeZ,
Fernando Henrique Ignácio dos Santos3.
¹ Discente em Biomedicina pela Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR)
? Registro/SP. E-mail: Laura.allvrs@gmail.com
¹ Discente em Biomedicina pela Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR)
? Registro/SP. E-mail: Luisgustavo.caroti@gmail.com
Z Biomédico, docente e orientador de Trabalho de Conclusão de Curso de
Biomedicina na Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR) ? Registro/SP.
E- mail: lucaasrezende2@gmail.com
3 Biomédico, docente e coordenador do curso de Biomedicina da Faculdades
Integradas do Vale do Ribeira (FVR) ? Registro/SP. E-mail:
biomedicina@scelisul.com.br
9ALVES, Laura de França¹. CAROTI, Luís Gustavo da VeigaZ. Chronic Myeloid
Leukemia: A Bibliographic Review. 2022. 27folhas. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Biomedicina) ? UNIVR ? Centro Universitário do Vale do
Ribeira, Registro, 2022.
RESUMO
A LMC é definida como uma doença mieloproliferativa
clonal, caracterizando uma mutação que afeta diretamente a célula tronco
hematopoiética. Clinicamente, a maioria dos exames dos pacientes que são
portadores da LMC apresentam uma leucocitose com desvio a esquerda,
neutrofilia, eosinofilia, basofilia e o principal marcador citogênico da doença:
cromossomo Philadelfia. Foi determinada como a primeira leucemia a ser
detalhada e posta em laudo para apresentar os pacientes que foram a óbito por
conta da intensa leucocitose e da hepatoesplenomegalia que essa doença causa. A
LMC apresenta uma evolução de três fases que descrevem a piora significativa da
clínica da doença. Além do cromossomo Philadelfia como principal marcador da
LMC, a presença de mutações genéticas também são responsáveis pela evolução
acelerada da patologia, como o gene trissomia de 8, isocromossomo do braço
longo do 17 e trissomia do 19. As classificações das leucemias não mostram
diferenças da crise blástica por linfoide ou mieloide, o que é de suma importância
para a análise biológica da doença, porém, aproximadamente 70% doas casos de
crise blástica são em mieloide e de 20 a 30% em linfoide. Com respostas mais
demoradas para as terapias direcionadas ao ABL, a célula primordial da LMC
possui grandes chances de ser um gatilho para a evolução da doença. As terapias
farmacológicas sofreram alterações desde ser uma conduta paliativa até o
tradamento medicamentoso, evoluindo até a terapia radiológica e apresentando
ainda mais resultado com as mostardas nitrogenadas.
Palavras-chave: Leucemias, Leucocitose, Cromossomo Philadelfia, Mutações
Genéticas.
10
ALVES, Laura de França¹. CAROTI, Luís Gustavo da VeigaZ. Chronic Myeloid
Leukemia: A Bibliographic Review. 2022. 27folhas. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Biomedicina) ? UNIVR ? Centro Universitário do Vale do

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Ribeira, Registro, 2022.


ABSTRACT
CML is defined as a clonal myeloproliferative disease,
featuring a mutation that directly affects the hematopoietic stem cell. Clinically,
most patients with CML have a leukocytosis with left shift, neutrophilia,
eosinophilia, basophilia, and the main cytogenetic marker of the disease: the
Philadelfia chromosome. It was determined as the first leukemia to be detailed and
put in a report to present the patients who died because of the intense leukocytosis
and hepatosplenomegaly that this disease causes. CML presents an evolution of
three phases that describe the significant clinical worsening of the disease. Besides
the Philadelfia chromosome as the main marker of CML, the presence of genetic
mutations are also responsible for the accelerated evolution of the pathology, such
as the trisomy 8 gene, isochromosome of the long arm of 17, and trisomy 19. The
classifications of leukemias do not show differences of the blastic crisis by
lymphoid or myeloid, which is of great importance for the biological analysis of
the disease, but approximately 70% of the cases of blastic crisis are in myeloid
and 20 to 30% in lymphoid. With more delayed responses to ABL-targeted
therapies, the primordial cell in CML has a high chance of being a trigger for
disease progression. Pharmacological therapies have changed from being a
palliative management to drug tradation, evolving to radiological therapy and
showing even more result with nitrogen mustards.
Keywords: Leukemias, Leukocytosis, Philadelfia Chromosome, Gene Mutations.
11
1. INTRODUÇÃO
A leucemia mieloide crônica (LMC) é caracterizada por disfunções
que causam uma mutação adquirida, afetando negativamente o sistema de
hematopoese, mais especificamente a célula tronco hematopoiética.
(BOLLMANN, Patricia Weinschenker & GIGLIO, Auro del.)
É caracterizada por liberar células maduras de forma exacerbada na
corrente sanguínea descrevendo uma neoplasia. Mesmo possuindo funções
diferentes entre si, as células possuem uma mesma origem na célula tronco
hematopoiética, que quando está em seu estado normal possui características
fundamentais para o sistema de hematopoese, como a autor renovação onde pode
se clonar ou produzir células distintas entre si, que é onde se encaixam os
leucócitos e as plaquetas. (BORTOLHEIRO, Teresa Cristina. & CHIATTONE,
Carlos S.)
Quando existe a alteração neoplásica causada por uma leucemia, o
processo de hematopoese são se completa de forma certa fazendo com que a
produção celular seja de maneira desregulada e exagerada de células imaturas ou
maduras que passam a percorrer pelo sangue prejudicando a saúde do indivíduo.
(LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
Figura 1 ? Representação do sangue normal na primeira imagem com as células vermelhas,
brancas e plaquetas. Na segunda imagem a representação do sangue com Leucemia onde
houve uma produção exagerada de leucócitos alterados e pouca quantidade de células

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vermelhas.
Fonte: Cleveland Clinic, 2019.
12
A LMC é causada por uma deslocação do cromossomo 9 com o 22, o que
resulta na presença do cromossomo Philadelfia (Ph+) que é a união da região do
gene BCR do cromossomo 22 com o gene ABL do cromossomo 9, formando um
híbrido BCR-ABL no 22 q-, produzindo uma proteína quimérica que exerce uma
alta função de tirosina quinase (TK), a proteína responsável pela patologia da
LMC. (ABREU; LOPES, 2009).
Entende-se que para uma célula normal se transformar em cancerígena ela
precisa primeiramente de uma mutação, habilidades contrárias as naturais e
precisa de alguns eventos epigenéticos. As células cancerígenas são de alguma
forma mais independentes que as células em seu estado normal, possuindo maior
potencial de sobrevivência e proliferação mesmo sem a adesão de algum
substrato, e ainda possuem uma menor chance de apoptose. (LAGO, Camila do. &
PETRONI, Tatiane Ferreira.)
O gene BCR-ABL é estimulado pela fosforilação de proteínas, ou seja,
acontece sua ativação quando a tirosina quinase está ligada a um ATP. Com isso
se ativa uma cascata de crescimento sem controle e de maneira exagerada,
liberando essas células sem funções definidas na corrente sanguínea. (LAGO,
Camila do. & PETRONI, Tatiane Ferreira.)
Ainda a LMC é evoluída por três fases, sendo elas: fase crônica (FC), fase
acelerada (FA) e crise blástica (CB). Ainda na fase crônica são divididos três
subgrupos relacionados a sobrevida e com características clínicas como,
contagem de plaquetas, tamanho do baço do paciente e porcentagem dos blastos
liberados no sangue periférico. (MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas
do sangue periférico. 1ªed. São Paulo: LMP Editora LTDA, 2008.)
O diagnóstico é dado pelos achados clínicos, citogenéticos e
hematológicos encontrados no sangue periférico e medula óssea. (LAGO, Camila
do. & PETRONI, Tatiane Ferreira).
13
A chance das manifestações clínicas da doença surgirem de forma lenta e
evolutiva, deixa com que muitos pacientes tenham um diagnóstico tardio
implicando de forma negativa no tratamento, já que muitas vezes ocorre do
diagnóstico ser realizado em uma fase já evoluída da doença. Essa evolução pode
acontecer em um período de três a cinco anos, saindo da fase crônica para uma
fase mais avançada ou até diretamente para a fase de crise blástica sendo etapas de
difícil controle. (LAGO, Camila do. & PETRONI, Tatiane Ferreira.)
Atualmente o tratamento padrão para a LMC são com os inibidores de
tirosina quinase, mais especificamente o imatinibe, dasatinibe e nilotinibe. Estes
fármacos são eficazes e capazes de controlar a sintomatologia da doença com uma
toxicidade relativamente baixa. São de administração oral e podem ser utilizadas
fora do ambiente hospitalar. Para os pacientes que são imunes a esses
medicamentos, a opção mais indicada é o transplante de medula óssea alogênico.

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(MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico. 1ªed. São


Paulo: LMP Editora LTDA, 2008.)
Falando em epidemiologia estima-se que 14% das leucemias são
representadas pela Leucemia mieloide crônica, com aproximadamente 1,6 casos a
cada 100.000 pessoas por ano. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. Leucemia Mieloide Crônica
A Leucemia Mieloide Crônica (LMC) é caracterizada como uma
neoplasia maligna por haver um aumento de maneira exagerada de células jovens
na corrente sanguínea, as quais não passaram por maturação nem apresentam uma
função definida. Além dessas numerosas células presentes na corrente sanguínea
(CS), ainda temos as hemácias, plaquetas e os leucócitos os quais formam o
conjunto de células da CS, essas células se diferenciam pelas suas funções
específicas e também de maneira morfológica. (PEIXOTO, Paloma P.A.
Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
14
Apesar da diferenciação dessas células, todas são originadas de um mesmo
processo conhecido como hematopoese, processo que ocorre de forma prioritária
na medula óssea a partir das células tronco hematopoiéticas indefinidas.
Características que devem ser ressaltadas dessas células são a de autorrenovação e
a capacidade de formar células diferentes de si, ou seja, a principal função dessa
célula é produzir novas células iguais a si e também células diferentes com
funções individuais. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
A LMC é definida como uma doença mieloproliferativa clonal,
caracterizando uma mutação que afeta diretamente a célula tronco hematopoiética.
Clinicamente, a maioria dos exames dos pacientes portadores da LMC
apresentam-se com leucocitose com desvio a esquerda, neutrofilia, eosinofilia,
basofilia e o principal marcador citogênico da doença, o cromossomo Philadelfia.
(PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
Foi a primeira leucemia a ser detalhada e posta em escrita para apresentar
os pacientes que faleceram por conta da intensa leucocitose e da
hepatoesplenomegalia que essa doença apresenta. (PEIXOTO, Paloma P.A.
Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
2.1.1. Cromossomo Philadelfia (Ph+)
Para ocorrer uma anormalidade genética é necessário que haja uma
alteração nas cópias de DNA e estruturas dissemelhantes que resultam uma
mutação ou junção de genes. (ZAGO, M.A.; FALCÃO, A.; PASQUINI, R.P.
Tratado de Hematologia. 1ªed. p.417. São Paulo: Editora Atheneu, 2013).
Em específico o cromossomo Philadelfia surge a partir de um processo de
translocação entre os braços alongados dos cromossomos 9 e 22, onde se sobrepõe
a oncogenese ABL, que é mapeada no cromossomo 9 ao gene BCR que é
mapeado no cromossomo 22. Esse gene desenvolvido a partir dessa fusão é
descrito como RNAm BCR-ABLI. O cromossomo Philadelfia traz esse nome por
ter sido descoberto justamente na cidade de Philadelphia. (ZAGO, M.A.;

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FALCÃO, A.; PASQUINI, R.P. Tratado de Hematologia. 1ªed. p.417. São
Paulo: Editora Atheneu, 2013).
Em sua relação gênica normal, o genes BCR e ABL são responsáveis por
diferentes funções, sendo o BCR: proteína relacionada à regulação do ciclo
celular, ABL: responsável por codificar uma proteína tirosina-quinase. Sendo
assim, quando há uma mutação de translocação nesses genes causando a célula
leucêmica BCR-ABL, a mesma vai estimular uma produção constante de células
jovens na corrente sanguínea, aumentando a atividade tirosina-quinase de forma
significativa, causando a Leucemia Mieloide Crônica. (ZAGO, M.A.; FALCÃO,
A.; PASQUINI, R.P. Tratado de Hematologia. 1ªed. p.417. São Paulo: Editora
Atheneu, 2013).
Figura 2. Translocação (9:22) e transcrição BCR-ABL associada a LMC, LMA e LLA)
FONTE: (AVELINO et. al, 2017).
2.1.2. Sintomatologia Clínica
Os principais sinais e sintomas que essa doença apresenta então
relacionados a produção intensa de células na medula óssea e sua liberação
precoce e exacerbada na corrente sanguínea. (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia
Mieloide Crônica. 2017)
16
A Leucemia Mieloide Crônica apresenta um quadro clínico de leucocitose
com desvio a esquerda, isto é, apresenta sua maior parte os leucócitos em suas
formas mais jovens como, mielócitos e metamielócitos, não respeitando a ordem
natural da maturação dessas células na medula óssea. (MONTENEGRO¹,
SANTOSZ & VEITH3 - 2008)
Em adultos e em crianças as manifestações clínicas apresentam
semelhanças, apesar de significativamente o quadro pediátrico da doença ressaltar
um maior número de leucócitos na corrente sanguínea. (BORTOLHEIRO, Teresa
C. & CHIATTONE, Carlos S.)
A hiperleucocitose caracterizada por: >100x100/L, desencadeia a síndrome
de hiperviscosidade, a qual apresenta sangramentos de mucosa, retinopatia,
alterações neurológicas e pode esporadicamente desenvolver uma insuficiência
cardíaca afetando o sistema cardiovascular. Apesar desses sintomas causados pela
LMC, existem ainda os sinais e sintomas mais comuns que os pacientes portadores
da doença apresentam, por consequência da hiperleucocitose pode ocorrer casos
de perda auditiva neurossensorial ou uma isquemia intracoclear e perda visual.
(BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE, Carlos S.)
Alguns pacientes relatam dores abdominais, cansaço, palidez por conta de
anemias causadas por sangramentos proveniente de uma disfunção plaquetária. A
esplenomegalia é um sinal importante e vem se apresentando em um número
elevado de pacientes, e é a mesma que causa os sintomas anteriores. (PEIXOTO,
Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
É importante ressaltar que o diagnóstico ocorre nos exames laboratoriais
de rotina, pois a sintomatologia da LMC é de muita discrição. (PEIXOTO,

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Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)


2.2. Fases da Leucemia Mieloide Crônica (LMC)
A LMC evoluí por três fases que descrevem a piora significativa da
clínica da doença. Essas fases se progridem de forma maligna de Crônica para
17
Acelerada e de Acelerada para um Crise Blástica. É importante entender que na
prática os pacientes não necessariamente seguem uma ordem correta dessa
progressão, podendo sair de uma fase crônica diretamente para uma crise blástica
de forma acentuada. (LAGO¹ & PETRONIZ - 2017)
Por conta da descoberta dessa alteração gênica, além de aprimorar o
diagnóstico ainda permitiu o desenvolvimento de terapias dirigidas contra o efeito
molecular causado na alteração gênica. (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia
Mieloide Crônica. 2017)
2.2.1. Crônica
A fase crônica é onde a grande maioria dos pacientes se encontram
e cerca de 20% a 40% dos pacientes são assintomáticos, frequentemente são
identificados por exames de rotinas quando analisados uma leucocitose acentuada
e assim diagnosticados como portadores de LMC. (LAGO¹ & PETRONIZ - 2017)
Além do principal marcador dessa doença, o cromossomo Philadelfia, a
presença de mais mutações genéticas também são responsáveis pela evolução
acelerada doença, como o gene trissomia de 8, isocromossomo do braço longo do
17 e trissomia do 19. Esses são os maiores responsáveis pela progressão da LMC
de fase acelerada para a fase de crise blástica. (BORTOLHEIRO, Teresa C. &
CHIATTONE, Carlos S.)
Clinicamente em exames de rotinas a hemoglobina pode ainda estar
normal ou apresentar uma leve anemia, plaquetas normalmente normal ou
elevadas, salvo cerca de 5% dos casos que apresentam plaquetopenia. A fofatase
alcalina intraleucocitária é reduzida em aproximadamente 90% dos pacientes que
estão na fase crônica. (SOSSEIA¹, ZOPPASZ & WEBER3 ? 2017).
A biópsia na medula óssea é necessária para o diagnóstico averiguar a
presença de fibrose que pode se apresentar com a progressão da doença. A anemia
severa com esplenomegalia acentuada e hiperplasia megacariocítica desenvolvem
18
o aumento da reticulina em cerca de 40% dos pacientes diagnósticados.
(BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE, Carlos S.)
Apresenta sintomas comuns, como: fadiga, febre, suor, fraqueza, perda
significativa de peso, sudorese noturna e esplenomegalia. Alguns sintomas mais
específicos são encontrados com muito menos frequência pois aparecem com uma
leucocitose >250.000/mm3, o que é difícil de acontecer na fase crônica. (MELO,
Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico. 1ªed. São Paulo:
LMP Editora LTDA, 2008.)
Essa fase perdura normalmente de 3 a 5 anos dependendo de cada
indivíduo. (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
Essa fase ainda se apresenta como benigna, fica marcada pela hiperplasia

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medular e capacidade de maturação das células mieloides. Existe uma maior


facilidade no controle das manifestações dessa doença na corrente sanguínea com
terapias farmacológicas de maneira convencional. (BORTOLHEIRO, Teresa C. &
CHIATTONE, Carlos S.)
2.2.2. Acelerada
É a fase precedente a crise blástica, apresenta um difícil controle da
doença. Desenvolve um aumento nos blastos na medula óssea e aumento na
contagem desses blastos na corrente sanguínea. Além desse aumento, também
apresenta leucocitose com acentuado desvio a esquerda, basofilia, anemia e
variação no número de plaquetas. (BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE,
Carlos S.)
Na maioria das vezes se classifica os pacientes na fase acelerada quando
existe a evolução clonal, porém, a OMS declara que a evolução clonal é
significativa se ocorrer durante o tratamento e não ao diagnóstico.
(BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE, Carlos S.)
Os pacientes portadores da Leucemia Mieloide Crônica são dificilmente
diagnosticados na fase acelerada, pois, a evolução do tratamento com os inibidores
19
de tirosino quinase vem reduzindo o número de pacientes que evoluem da fase
crônica para a fase acelerada. Apesar da progressão do tratamento com imatinibe,
a sobrevivência dos pacientes em fase acelerada permanece de um a dois anos.
(PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
São considerados pacientes em fase acelerada quando apresentam alguma
dessas características:
? Amostras de sangue ou da medula óssea que possuem mais de 15%
e menos de 30 % de blastos;
? Nas lâminas hematológicas apresentarem cerca de 20% de
basófilos;
? As células do sangue serem compostas por aproximadamente 30%
de blastos e promielócitos;
? Apresenta plaquetopenia que não foi causada devido ao tratamento;
? Apresenta o cromossomo Philadelfia e alterações cromossômicas
nas células leucêmicas. (BORTOLHEIRO, Teresa C. &
CHIATTONE, Carlos S.)
2.2.3. Crise Blástica
A crise blástica é o quadro clínico de mais fácil identificação já que
de acordo com a OMS, é considerada uma crise blástica quando os blastos
alcançarem 20% da soma ou mais. As classificações da leucemias normalmente
não diferenciam a crise blástica por linfóide ou mielóide, o que é de suma
importância para análise biológica da doença, porém, se apresentam em
aproximadamente 70% dos caos de crise blástica em mielóide e de 20 a 30% em
linfoide. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
A transformação das células na cb (crise blástica) mielóide ocorre tanto em
linhagens distintas e simultaneamente, quanto permanece em uma só linhagem

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(mieloblástica, eosinofílica, basofílica, monocítica, megacarioblástica,


20
eritroblástica ou todas elas em conjunto. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria
Theresa C. L.)
A fisiopatologia da crise blástica ainda não possui uma descrição concisa,
porém, nos últimos anos algumas explicações foram apresentadas como modelo.
O BCR-ABL é responsável pela evolução da instabilidade genômica e por
alterações epigenéticas da célula primordial ou célula madura na LMC, o que
significa que o nível da instabilidade é proporcional a atividade quinase
apresentada por BCR-ABL. Com resposta mais demorada para as terapias
direcionadas ao ABL, a célula primordial da LMC possui grandes chances de ser
um gatilho para a evolução da doença. Todas essas anormalidades induzem a
perda da eficiência de diferenciação celular, e acelera à evolução para uma doença
de forma mais agressiva.. (MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do
sangue periférico. 1ªed. São Paulo: LMP Editora LTDA, 2008.)
2.3. Diagnóstico Laboratorial
Para definir um diagnóstico da leucemia mielóide crônica é
necessário uma avaliação clínica extensiva, aplicando vários exames e métodos
podendo ser um tanto quanto cansativo para o paciente. Alguns exames que
podem ser realizados são:
? Exame de Sangue periférico, Mielograma, Biópsia de Medula, Análise
celular por citometria de fluxo, citogenética e biologia molecular. (LOPES,
Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
O hemograma é feito em sangue periférico e quando a amostra apresenta a
LCM os dados se apresentam com leucocitose de aproximadamente
250.000/mm3, podendo variar de 20.000 a 600.000/mm3 e uma taxa anormal de
granulócitos na circulação sanguínea, onde são protagonizados por blastos
leucêmicos, promielócitos e granulócitos já maduros. Pode também apresentar
eosinofilia e basofilia. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
21
Como uma ferramenta muito relevante para identificação da doença, a
necessidade de uma interpretação do hemograma de forma minuciosa é de suma
importância para que siga o caminho correto para o diagnóstico. Nos estágios
iniciais da doença é característico no sangue periférico a elevação dos basófilos,
observa-se trombocitose e um baixo nível de fosfatase alcalina leucocitária
(mesmo que esse teste venha perdendo o uso levando em conta o aumento do uso
das análises cetogênicas e moleculares). Em alguns pacientes nos estágios iniciais
apresentam alterações nos ciclos de contagem dos leucócitos em períodos de 50 a
70 dias, variando entre níveis leucêmicos e níveis normais, sendo necessário
diagnósticos diferenciais entre a leucemia, neutrofilia reacional e outras leucemias
mieloides. (SOSSEIA¹, ZOPPASZ & WEBER3 ? 2017).
Figura 3. Perfil do hemograma nas diferentes fases da leucemia mielóide crônica.
Fonte: PEIXOTO, Paloma P. de Aquino. - 2017.
22

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2.4. Terapia Farmacológica


A terapia farmacológica foi sofrendo diversas alterações com o
passar do tempo, iniciando com uma conduta paliativa até iniciar os tratamentos
com medicamentos começando pela solução de Fowler (uma solução de trióxido
de arsênico a 1%) onde foi constatado a diminuição do baço e do número de
leucócitos, e apresentando uma melhora na taxa anêmica. O risco do Fowler era
seu nível de toxicidade para o organismo, porém o arsênico ainda foi utilizado
como tratamento até 1903 quando se iniciou a terapia radiológica que apresentava
bons resultados assim como o arsênico, porém, ainda não subia as taxas de
expectativa de vida dos indivíduos. As mostardas nitrogenadas foram as apostas
de tratamento nos anos seguintes, onde levaram ai desenvolvimento do
bulssulfano (agente citostático de tratamento paliativo) em 1953. (ABREU;
LOPES, 2009).
O bulssulfano foi ainda utilizado pelos posteriores 35 anos por ter sido
comprovado ser mais eficiente que a radioterapia e as drogas utilizadas
anteriormente, após esse período foi substituído pro fármacos com menor nível de
toxicidade como a hidroxiuréia e alfa-interferon. (BERGANTINIZ, CASTROZ,
SOUZA3 et al. - 2005)
A associação da proteína quinase BCR-ABL com a leucemia mielóide
crônica, permitiu que substâncias diretamente específicas para a doença fossem
desenvolvidas. Em 1996 surgiu o mesilato de imatinibe, foi aprovado pelo U.S.
Food and Drug admnistration em 2001, após ser estudado em duas fases para sua
admnistração em pacientes leucêmicos em qualquer das fases da LCM. Essa droga
(mesilato de imatinibe) é um fármaco de primeira geração e age inibindo a
proteína tirosina quinase (TKI), foi a primeira terapia direcionada utilizada em
pacientes oncológicos, mudando o desfecho e manipulação dessa doença.
(ABREU; LOPES, 2009).
Composto por 2-fenil-amino-primidina, o mesilato de imatinibe é um
inibidor seletivo da proteína tirosina quinase, ?[?] ATP dependente, cujo
mecanismo de ação leva ao bloqueio competitivo do ATP, impedindo a
fosforilação do domínio tirosina quinase de ABL e consequentemente, a
23
sinalização energética para a proliferação celular e inibição da apoptosecelular,
revertendo, assim, parte importante da patogênese da LMC, com redução da
proliferação tumoral e aumento da apoptose? (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia
Mieloide Crônica. 2017)
A dose indicada é de 400mg/dia, administrado por via oral, podendo variar
de acordo com a fase e evolução da doença. (ABREU; LOPES, 2009).
Figura 4. Mecanismo de ação do mesilato de imatinibe.
Fonte: ZAHARIEVA, et al. 2013)
24
3. METODOLOGIA
Para a construção do trabalho foi feito o levantamento de artigos
científicos que se encontraram disponíveis na plataforma virtual SciElo (Scientific

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Eletronic Library Online) com a busca de termos: Leucemia Mieloide Crônica, LMC,
Leucemias; nos livros: Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico
(MELO, Márcio) e Tratado de Hematologia (ZAGO, Marco A.¹ FALCÃO, Roberto
P.Z PASQUINI, Ricardo.3). Assim foram selecionadas as bibliografias que mais se
encaixavam com o objetivo do trabalho, realizando um estudo ativo de maneira
minuciosa dos conteúdos para o desenvolvimento deste trabalho, caracterizando-o
como uma revisão bibliográfica.
4. OBJETIVOS
4.1. Objetivos Gerais
Apresentar uma revisão descritiva da Leucemia Mieloide Crônica com suas
principais origens, métodos de diagnósticos e identificação, tratamentos utilizados
para o tratamento e gerenciamento da evolução da doença.
4.2. Objetivos Específicos
? Definir as causas da Leucemia Mieloide Crônica;
? Apresentar as fases evolutivas da doença e suas características;
? Analisar os métodos de diagnósticos laboratoriais para identificação do tipo
da doença e em que nível ela se encontra;
? Conhecer as terapias de tratamento da doença e sua evolução tecnológica com
o tempo, oferendo cada vez mais qualidade de vida ao indivíduo e menos
riscos tóxicos e efeitos colaterais.
25
5. CONCLUSÃO
A leucemia mieloide crônica é apresentada como uma neoplasia,
possui sintomas comuns, diversos e ainda existem casos de pacientes
assintomáticos com uma certa frequência, o que mostra o quão importante é o
diagnóstico laboratorial da doença.
O avanço das tecnologias favorecem a complexidade dos exames o que
induz a avaliações mais específicas e concisas, levando a análises citogenéticas e
moleculares de forma precisa, que além de confirmar o diagnóstico também faz o
gerenciamento da evolução da doença e faz parte da conduta terapêutica.
Entretanto, o hemograma segue possuindo uma grande importância por ser um
método de fácil manuseio, e quando realizado por profissionais da saúde
capacitados, contribui no reconhecimento de novos quadros de leucemia mieloide
crônica e também no acompanhamento de pacientes já acometidos pela doença.
Quando se fala nas opções de tratamento da doença, destaca-se o mesilato
de imatinibe como a primeira escolha pelos profissionais, porém, em casos de
pacientes que possuem alguma resistência ao mesilato de imatinibe, outro método
de tratamento que entra como uma segunda escolha são os inibidores de tirosina-
quinase de segunda geração.
É de suma relevância o diagnóstico precoce da LMC para que haja uma
possibilidade de postergação das complicações que acompanham o indivíduo,
aumentando sua qualidade e expectativa de vida.
26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

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1. PEIXOTO, Paloma P. de Aquino. Leucemia Mielóide Crônica: Uma revisão


de literatura. Disponível em: Biblioteca digital da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte ? Centro de Biociências. Natal, Dezembro ? 2017. Acesso em:
18 de maio de 2022.
2. BORTOLHEIRO, Teresa C.¹ & CHIATTONE, Carlos S.Z Leucemia Mielóide
Crônica: história natural e classificação. Disponível em: Rev. Bras. hematol.
Hemoter. 2008;30 (Supl. 1) 3-7. São Paulo. Acesso em: 26 de maio de 2022.
3. BARBOZA, Ludana P.¹ SOUZA, Jamison M.Z SIMÕES, Felippe V.3
BRAGANÇA, Iracema C.4 ABDELHAY, Eliana5. Análise dos transcritos da
translocação t(9;22) em Leucemia Mielóide Crônica. Disponível em: Rev.
Bras, hematol. Hemoter., 2000,22(2): 89-98 ? Rio de Janeiro. Acesso em: 12 de
maio de 2022.
4. DOBBIN, Jane de Almeida¹ & GADELHA, Maria Inez PordeusZ. Mesilato de
Imatinibe para Tratamento de Leucemia Mielóide Crônica. Disponível em:
Revista Brasileira de Cancerologia, 2002, 48(3): 429-438 ? Rio de Janeiro. Acesso
em 28 de Julho de 2022.
5. MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico. 1ª
edição, São Paulo: Livraria Médica Paulista Editora LTDA, 2008.
6. ZAGO, Marco A.¹ FALCÃO, Roberto P.Z PASQUINI, Ricardo.3 Tratado de
Hematologia. São Paulo: Editora Atheneu, 2013.
7. LAGO, Camila do¹& PETRONI, Tatiane FerreiraZ. Fisiopatologia e
Diagnóstico da Leucemia Mieloide Crônica. V1, n.1: Revista Saúde UniToledo,
2017.
27
8. SOSSELA, Fernanda Roberta¹. ZOPPAS, Bárbara Catarina de AntoniZ.
WEBER, Liliana Portal3. Leucemia Mieloide Crônica: aspectos clínicos,
diagnóstico, principais alterações observadas no hemograma. RBAC,
49(2):127-30. 2017.
9. BERGANTINI, Ana Paula F¹. CASTRO, Fabíola AZ. SOUZA, Ana M3.
FETT- CONTE, Agnes C4. Leucemia Mieloide Crônica e o sistema Fas-FasL.
Rev. Bras. hematol. Hemoter. Pág. 120-125. 2005.
10. MONTENEGRO, Vanderléia da S¹. SANTOS, Vera Maria Valporto OZ.
VEITH, Melissa3. Análise Citogenética na Leucemia Mieloide Crônica. Rev.
Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba, v10, n.3, p

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=================================================================================
Arquivo 1: tcc laura e luis finalizado 2.0.pdf (3919 termos)
Arquivo 2: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4833701 (4719 termos)
Termos comuns: 2
Similaridade: 0,02%
O texto abaixo é o conteúdo do documento tcc laura e luis finalizado 2.0.pdf (3919 termos)
Os termos em vermelho foram encontrados no documento
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4833701 (4719 termos)

=================================================================================
1UNIÃO DAS INSTITUIÇÕES DE SERVIÇOS, ENSINO E
PESQUISA - UNISEPE
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO RIBEIRA -
UNIVR BACHARELADO EM BIOMEDICINA
LAURA DE FRANÇA ALVES
LUIS GUSTAVO DA VEIGA CAROTI
LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA.
Registro
2022
2LAURA DE FRANÇA ALVES, LUIS GUSTAVO DA VEIGA CAROTI
LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Centro
Universitário do Vale do Ribeira,
para a obtenção do Título de
Bacharel em Biomedicina.
Orientador: Profº: Lucas da Silva
Rezende
Registro
2022
3?Sonhos determinam o que você quer. Ação determina o que você conquista?
Aldo Novak.
4AGRADECIMENTOS
A minha mãe Marinalva e minha irmã Clara, que me incentivaram e apoiaram nos
momentos mais difíceis e por serem meu suporte e apoio ao longo desse período
dedicada a conclusão dessa graduação e da realização desse trabalho. (Laura)
Ao professor Lucas da Silva Rezende, por ter sido nosso orientador e ter
desempenhado essa função com dedicação, compromisso e amizade.
Ao coordenador do curso Fernando Henrique Ingácio dos Santos, pelas correções,
conselhos e ensinamentos que nos permitiram desempenhar um processo de
sucesso na formação profissional durante o curso.

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À instituição de ensino Universidade do Vale do Ribeira (UNIVR), que foi


essencial no nosso processo de formação acadêmica e profissional, pela
dedicação, inovação, profissionalismo e por tudo que aprendemos ao longo desses
anos no curso.
5LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ? Representação do sangue normal na primeira imagem com as células
vermelhas, brancas e plaquetas. Na segunda imagem a representação do sangue
com Leucemia onde houve uma produção exagerada de leucócitos alterados e
pouca quantidade de células vermelhas.................................................................11
Figura 2 ? Translocação (9:22) e transcrição BCR-ABL associado a LMC e
LLA.......................................................................................................................15
Figura 3 ? Perfil do hemograma nas diferentes fases da leucemia mieloide
crônica...................................................................................................................21
Figura 4 ? Mecanismo de ação do mesilato imatinibe.........................................23
6LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ATP Adenosina Trifosfato
CB Crise Bla?tica
CS Corrente Sanguínea
FA Fase Acelerada
FC Fase Crônica
LMC Leucemia Mieloide Crônica
PH Philadélfia
TK Tirosina Quinase
7SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..............................................................................................................11
2. DESENVOLVIMENTO................................................................................................13
2.1. Leucemia Mieloide Crônica..........................................................................................13
2.1.1. Cromossomo Philadélfia (Ph+)...................................................................................14
2.1.2. Sintomatologia Clínica...............................................................................................15
2.2. Fases da Leucemia Mieloide Crônica...........................................................................16
2.2.1. Crônica.......................................................................................................................17
2.2.2. Acelerada....................................................................................................................18
2.2.3. Crise blástica..............................................................................................................19
2.3. Diagnóstico Laboratorial...............................................................................................20
2.4. Terapia Farmacológica..................................................................................................22
3. METODOLOGIA..........................................................................................................23
4. OBJETIVOS...................................................................................................................24
4.1. Objetivos gerais.............................................................................................................24
4.2. Objetivos específicos.....................................................................................................24
5. CONCLUSÃO................................................................................................................26
REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS................................................................................27
8LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.
CHRONIC MYELOID LEUKEMIA: A BIBLIGRAPHIC REVIEW.
Laura de França Alves¹, Luis Gustavo da Veiga Caroti¹, Lucas da Silva RezendeZ,

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Fernando Henrique Ignácio dos Santos3.


¹ Discente em Biomedicina pela Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR)
? Registro/SP. E-mail: Laura.allvrs@gmail.com
¹ Discente em Biomedicina pela Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR)
? Registro/SP. E-mail: Luisgustavo.caroti@gmail.com
Z Biomédico, docente e orientador de Trabalho de Conclusão de Curso de
Biomedicina na Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR) ? Registro/SP.
E- mail: lucaasrezende2@gmail.com
3 Biomédico, docente e coordenador do curso de Biomedicina da Faculdades
Integradas do Vale do Ribeira (FVR) ? Registro/SP. E-mail:
biomedicina@scelisul.com.br
9ALVES, Laura de França¹. CAROTI, Luís Gustavo da VeigaZ. Chronic Myeloid
Leukemia: A Bibliographic Review. 2022. 27folhas. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Biomedicina) ? UNIVR ? Centro Universitário do Vale do
Ribeira, Registro, 2022.
RESUMO
A LMC é definida como uma doença mieloproliferativa
clonal, caracterizando uma mutação que afeta diretamente a célula tronco
hematopoiética. Clinicamente, a maioria dos exames dos pacientes que são
portadores da LMC apresentam uma leucocitose com desvio a esquerda,
neutrofilia, eosinofilia, basofilia e o principal marcador citogênico da doença:
cromossomo Philadelfia. Foi determinada como a primeira leucemia a ser
detalhada e posta em laudo para apresentar os pacientes que foram a óbito por
conta da intensa leucocitose e da hepatoesplenomegalia que essa doença causa. A
LMC apresenta uma evolução de três fases que descrevem a piora significativa da
clínica da doença. Além do cromossomo Philadelfia como principal marcador da
LMC, a presença de mutações genéticas também são responsáveis pela evolução
acelerada da patologia, como o gene trissomia de 8, isocromossomo do braço
longo do 17 e trissomia do 19. As classificações das leucemias não mostram
diferenças da crise blástica por linfoide ou mieloide, o que é de suma importância
para a análise biológica da doença, porém, aproximadamente 70% doas casos de
crise blástica são em mieloide e de 20 a 30% em linfoide. Com respostas mais
demoradas para as terapias direcionadas ao ABL, a célula primordial da LMC
possui grandes chances de ser um gatilho para a evolução da doença. As terapias
farmacológicas sofreram alterações desde ser uma conduta paliativa até o
tradamento medicamentoso, evoluindo até a terapia radiológica e apresentando
ainda mais resultado com as mostardas nitrogenadas.
Palavras-chave: Leucemias, Leucocitose, Cromossomo Philadelfia, Mutações
Genéticas.
10
ALVES, Laura de França¹. CAROTI, Luís Gustavo da VeigaZ. Chronic Myeloid
Leukemia: A Bibliographic Review. 2022. 27folhas. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Biomedicina) ? UNIVR ? Centro Universitário do Vale do
Ribeira, Registro, 2022.

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ABSTRACT
CML is defined as a clonal myeloproliferative disease,
featuring a mutation that directly affects the hematopoietic stem cell. Clinically,
most patients with CML have a leukocytosis with left shift, neutrophilia,
eosinophilia, basophilia, and the main cytogenetic marker of the disease: the
Philadelfia chromosome. It was determined as the first leukemia to be detailed and
put in a report to present the patients who died because of the intense leukocytosis
and hepatosplenomegaly that this disease causes. CML presents an evolution of
three phases that describe the significant clinical worsening of the disease. Besides
the Philadelfia chromosome as the main marker of CML, the presence of genetic
mutations are also responsible for the accelerated evolution of the pathology, such
as the trisomy 8 gene, isochromosome of the long arm of 17, and trisomy 19. The
classifications of leukemias do not show differences of the blastic crisis by
lymphoid or myeloid, which is of great importance for the biological analysis of
the disease, but approximately 70% of the cases of blastic crisis are in myeloid
and 20 to 30% in lymphoid. With more delayed responses to ABL-targeted
therapies, the primordial cell in CML has a high chance of being a trigger for
disease progression. Pharmacological therapies have changed from being a
palliative management to drug tradation, evolving to radiological therapy and
showing even more result with nitrogen mustards.
Keywords: Leukemias, Leukocytosis, Philadelfia Chromosome, Gene Mutations.
11
1. INTRODUÇÃO
A leucemia mieloide crônica (LMC) é caracterizada por disfunções
que causam uma mutação adquirida, afetando negativamente o sistema de
hematopoese, mais especificamente a célula tronco hematopoiética.
(BOLLMANN, Patricia Weinschenker & GIGLIO, Auro del.)
É caracterizada por liberar células maduras de forma exacerbada na
corrente sanguínea descrevendo uma neoplasia. Mesmo possuindo funções
diferentes entre si, as células possuem uma mesma origem na célula tronco
hematopoiética, que quando está em seu estado normal possui características
fundamentais para o sistema de hematopoese, como a autor renovação onde pode
se clonar ou produzir células distintas entre si, que é onde se encaixam os
leucócitos e as plaquetas. (BORTOLHEIRO, Teresa Cristina. & CHIATTONE,
Carlos S.)
Quando existe a alteração neoplásica causada por uma leucemia, o
processo de hematopoese são se completa de forma certa fazendo com que a
produção celular seja de maneira desregulada e exagerada de células imaturas ou
maduras que passam a percorrer pelo sangue prejudicando a saúde do indivíduo.
(LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
Figura 1 ? Representação do sangue normal na primeira imagem com as células vermelhas,
brancas e plaquetas. Na segunda imagem a representação do sangue com Leucemia onde
houve uma produção exagerada de leucócitos alterados e pouca quantidade de células
vermelhas.

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Fonte: Cleveland Clinic, 2019.


12
A LMC é causada por uma deslocação do cromossomo 9 com o 22, o que
resulta na presença do cromossomo Philadelfia (Ph+) que é a união da região do
gene BCR do cromossomo 22 com o gene ABL do cromossomo 9, formando um
híbrido BCR-ABL no 22 q-, produzindo uma proteína quimérica que exerce uma
alta função de tirosina quinase (TK), a proteína responsável pela patologia da
LMC. (ABREU; LOPES, 2009).
Entende-se que para uma célula normal se transformar em cancerígena ela
precisa primeiramente de uma mutação, habilidades contrárias as naturais e
precisa de alguns eventos epigenéticos. As células cancerígenas são de alguma
forma mais independentes que as células em seu estado normal, possuindo maior
potencial de sobrevivência e proliferação mesmo sem a adesão de algum
substrato, e ainda possuem uma menor chance de apoptose. (LAGO, Camila do. &
PETRONI, Tatiane Ferreira.)
O gene BCR-ABL é estimulado pela fosforilação de proteínas, ou seja,
acontece sua ativação quando a tirosina quinase está ligada a um ATP. Com isso
se ativa uma cascata de crescimento sem controle e de maneira exagerada,
liberando essas células sem funções definidas na corrente sanguínea. (LAGO,
Camila do. & PETRONI, Tatiane Ferreira.)
Ainda a LMC é evoluída por três fases, sendo elas: fase crônica (FC), fase
acelerada (FA) e crise blástica (CB). Ainda na fase crônica são divididos três
subgrupos relacionados a sobrevida e com características clínicas como,
contagem de plaquetas, tamanho do baço do paciente e porcentagem dos blastos
liberados no sangue periférico. (MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas
do sangue periférico. 1ªed. São Paulo: LMP Editora LTDA, 2008.)
O diagnóstico é dado pelos achados clínicos, citogenéticos e
hematológicos encontrados no sangue periférico e medula óssea. (LAGO, Camila
do. & PETRONI, Tatiane Ferreira).
13
A chance das manifestações clínicas da doença surgirem de forma lenta e
evolutiva, deixa com que muitos pacientes tenham um diagnóstico tardio
implicando de forma negativa no tratamento, já que muitas vezes ocorre do
diagnóstico ser realizado em uma fase já evoluída da doença. Essa evolução pode
acontecer em um período de três a cinco anos, saindo da fase crônica para uma
fase mais avançada ou até diretamente para a fase de crise blástica sendo etapas de
difícil controle. (LAGO, Camila do. & PETRONI, Tatiane Ferreira.)
Atualmente o tratamento padrão para a LMC são com os inibidores de
tirosina quinase, mais especificamente o imatinibe, dasatinibe e nilotinibe. Estes
fármacos são eficazes e capazes de controlar a sintomatologia da doença com uma
toxicidade relativamente baixa. São de administração oral e podem ser utilizadas
fora do ambiente hospitalar. Para os pacientes que são imunes a esses
medicamentos, a opção mais indicada é o transplante de medula óssea alogênico.
(MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico. 1ªed. São

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Paulo: LMP Editora LTDA, 2008.)


Falando em epidemiologia estima-se que 14% das leucemias são
representadas pela Leucemia mieloide crônica, com aproximadamente 1,6 casos a
cada 100.000 pessoas por ano. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. Leucemia Mieloide Crônica
A Leucemia Mieloide Crônica (LMC) é caracterizada como uma
neoplasia maligna por haver um aumento de maneira exagerada de células jovens
na corrente sanguínea, as quais não passaram por maturação nem apresentam uma
função definida. Além dessas numerosas células presentes na corrente sanguínea
(CS), ainda temos as hemácias, plaquetas e os leucócitos os quais formam o
conjunto de células da CS, essas células se diferenciam pelas suas funções
específicas e também de maneira morfológica. (PEIXOTO, Paloma P.A.
Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
14
Apesar da diferenciação dessas células, todas são originadas de um mesmo
processo conhecido como hematopoese, processo que ocorre de forma prioritária
na medula óssea a partir das células tronco hematopoiéticas indefinidas.
Características que devem ser ressaltadas dessas células são a de autorrenovação e
a capacidade de formar células diferentes de si, ou seja, a principal função dessa
célula é produzir novas células iguais a si e também células diferentes com
funções individuais. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
A LMC é definida como uma doença mieloproliferativa clonal,
caracterizando uma mutação que afeta diretamente a célula tronco hematopoiética.
Clinicamente, a maioria dos exames dos pacientes portadores da LMC
apresentam-se com leucocitose com desvio a esquerda, neutrofilia, eosinofilia,
basofilia e o principal marcador citogênico da doença, o cromossomo Philadelfia.
(PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
Foi a primeira leucemia a ser detalhada e posta em escrita para apresentar
os pacientes que faleceram por conta da intensa leucocitose e da
hepatoesplenomegalia que essa doença apresenta. (PEIXOTO, Paloma P.A.
Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
2.1.1. Cromossomo Philadelfia (Ph+)
Para ocorrer uma anormalidade genética é necessário que haja uma
alteração nas cópias de DNA e estruturas dissemelhantes que resultam uma
mutação ou junção de genes. (ZAGO, M.A.; FALCÃO, A.; PASQUINI, R.P.
Tratado de Hematologia. 1ªed. p.417. São Paulo: Editora Atheneu, 2013).
Em específico o cromossomo Philadelfia surge a partir de um processo de
translocação entre os braços alongados dos cromossomos 9 e 22, onde se sobrepõe
a oncogenese ABL, que é mapeada no cromossomo 9 ao gene BCR que é
mapeado no cromossomo 22. Esse gene desenvolvido a partir dessa fusão é
descrito como RNAm BCR-ABLI. O cromossomo Philadelfia traz esse nome por
ter sido descoberto justamente na cidade de Philadelphia. (ZAGO, M.A.;
15

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FALCÃO, A.; PASQUINI, R.P. Tratado de Hematologia. 1ªed. p.417. São


Paulo: Editora Atheneu, 2013).
Em sua relação gênica normal, o genes BCR e ABL são responsáveis por
diferentes funções, sendo o BCR: proteína relacionada à regulação do ciclo
celular, ABL: responsável por codificar uma proteína tirosina-quinase. Sendo
assim, quando há uma mutação de translocação nesses genes causando a célula
leucêmica BCR-ABL, a mesma vai estimular uma produção constante de células
jovens na corrente sanguínea, aumentando a atividade tirosina-quinase de forma
significativa, causando a Leucemia Mieloide Crônica. (ZAGO, M.A.; FALCÃO,
A.; PASQUINI, R.P. Tratado de Hematologia. 1ªed. p.417. São Paulo: Editora
Atheneu, 2013).
Figura 2. Translocação (9:22) e transcrição BCR-ABL associada a LMC, LMA e LLA)
FONTE: (AVELINO et. al, 2017).
2.1.2. Sintomatologia Clínica
Os principais sinais e sintomas que essa doença apresenta então
relacionados a produção intensa de células na medula óssea e sua liberação
precoce e exacerbada na corrente sanguínea. (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia
Mieloide Crônica. 2017)
16
A Leucemia Mieloide Crônica apresenta um quadro clínico de leucocitose
com desvio a esquerda, isto é, apresenta sua maior parte os leucócitos em suas
formas mais jovens como, mielócitos e metamielócitos, não respeitando a ordem
natural da maturação dessas células na medula óssea. (MONTENEGRO¹,
SANTOSZ & VEITH3 - 2008)
Em adultos e em crianças as manifestações clínicas apresentam
semelhanças, apesar de significativamente o quadro pediátrico da doença ressaltar
um maior número de leucócitos na corrente sanguínea. (BORTOLHEIRO, Teresa
C. & CHIATTONE, Carlos S.)
A hiperleucocitose caracterizada por: >100x100/L, desencadeia a síndrome
de hiperviscosidade, a qual apresenta sangramentos de mucosa, retinopatia,
alterações neurológicas e pode esporadicamente desenvolver uma insuficiência
cardíaca afetando o sistema cardiovascular. Apesar desses sintomas causados pela
LMC, existem ainda os sinais e sintomas mais comuns que os pacientes portadores
da doença apresentam, por consequência da hiperleucocitose pode ocorrer casos
de perda auditiva neurossensorial ou uma isquemia intracoclear e perda visual.
(BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE, Carlos S.)
Alguns pacientes relatam dores abdominais, cansaço, palidez por conta de
anemias causadas por sangramentos proveniente de uma disfunção plaquetária. A
esplenomegalia é um sinal importante e vem se apresentando em um número
elevado de pacientes, e é a mesma que causa os sintomas anteriores. (PEIXOTO,
Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
É importante ressaltar que o diagnóstico ocorre nos exames laboratoriais
de rotina, pois a sintomatologia da LMC é de muita discrição. (PEIXOTO,
Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)

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2.2. Fases da Leucemia Mieloide Crônica (LMC)


A LMC evoluí por três fases que descrevem a piora significativa da
clínica da doença. Essas fases se progridem de forma maligna de Crônica para
17
Acelerada e de Acelerada para um Crise Blástica. É importante entender que na
prática os pacientes não necessariamente seguem uma ordem correta dessa
progressão, podendo sair de uma fase crônica diretamente para uma crise blástica
de forma acentuada. (LAGO¹ & PETRONIZ - 2017)
Por conta da descoberta dessa alteração gênica, além de aprimorar o
diagnóstico ainda permitiu o desenvolvimento de terapias dirigidas contra o efeito
molecular causado na alteração gênica. (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia
Mieloide Crônica. 2017)
2.2.1. Crônica
A fase crônica é onde a grande maioria dos pacientes se encontram
e cerca de 20% a 40% dos pacientes são assintomáticos, frequentemente são
identificados por exames de rotinas quando analisados uma leucocitose acentuada
e assim diagnosticados como portadores de LMC. (LAGO¹ & PETRONIZ - 2017)
Além do principal marcador dessa doença, o cromossomo Philadelfia, a
presença de mais mutações genéticas também são responsáveis pela evolução
acelerada doença, como o gene trissomia de 8, isocromossomo do braço longo do
17 e trissomia do 19. Esses são os maiores responsáveis pela progressão da LMC
de fase acelerada para a fase de crise blástica. (BORTOLHEIRO, Teresa C. &
CHIATTONE, Carlos S.)
Clinicamente em exames de rotinas a hemoglobina pode ainda estar
normal ou apresentar uma leve anemia, plaquetas normalmente normal ou
elevadas, salvo cerca de 5% dos casos que apresentam plaquetopenia. A fofatase
alcalina intraleucocitária é reduzida em aproximadamente 90% dos pacientes que
estão na fase crônica. (SOSSEIA¹, ZOPPASZ & WEBER3 ? 2017).
A biópsia na medula óssea é necessária para o diagnóstico averiguar a
presença de fibrose que pode se apresentar com a progressão da doença. A anemia
severa com esplenomegalia acentuada e hiperplasia megacariocítica desenvolvem
18
o aumento da reticulina em cerca de 40% dos pacientes diagnósticados.
(BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE, Carlos S.)
Apresenta sintomas comuns, como: fadiga, febre, suor, fraqueza, perda
significativa de peso, sudorese noturna e esplenomegalia. Alguns sintomas mais
específicos são encontrados com muito menos frequência pois aparecem com uma
leucocitose >250.000/mm3, o que é difícil de acontecer na fase crônica. (MELO,
Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico. 1ªed. São Paulo:
LMP Editora LTDA, 2008.)
Essa fase perdura normalmente de 3 a 5 anos dependendo de cada
indivíduo. (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
Essa fase ainda se apresenta como benigna, fica marcada pela hiperplasia
medular e capacidade de maturação das células mieloides. Existe uma maior

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facilidade no controle das manifestações dessa doença na corrente sanguínea com


terapias farmacológicas de maneira convencional. (BORTOLHEIRO, Teresa C. &
CHIATTONE, Carlos S.)
2.2.2. Acelerada
É a fase precedente a crise blástica, apresenta um difícil controle da
doença. Desenvolve um aumento nos blastos na medula óssea e aumento na
contagem desses blastos na corrente sanguínea. Além desse aumento, também
apresenta leucocitose com acentuado desvio a esquerda, basofilia, anemia e
variação no número de plaquetas. (BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE,
Carlos S.)
Na maioria das vezes se classifica os pacientes na fase acelerada quando
existe a evolução clonal, porém, a OMS declara que a evolução clonal é
significativa se ocorrer durante o tratamento e não ao diagnóstico.
(BORTOLHEIRO, Teresa C. & CHIATTONE, Carlos S.)
Os pacientes portadores da Leucemia Mieloide Crônica são dificilmente
diagnosticados na fase acelerada, pois, a evolução do tratamento com os inibidores
19
de tirosino quinase vem reduzindo o número de pacientes que evoluem da fase
crônica para a fase acelerada. Apesar da progressão do tratamento com imatinibe,
a sobrevivência dos pacientes em fase acelerada permanece de um a dois anos.
(PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia Mieloide Crônica. 2017)
São considerados pacientes em fase acelerada quando apresentam alguma
dessas características:
? Amostras de sangue ou da medula óssea que possuem mais de 15%
e menos de 30 % de blastos;
? Nas lâminas hematológicas apresentarem cerca de 20% de
basófilos;
? As células do sangue serem compostas por aproximadamente 30%
de blastos e promielócitos;
? Apresenta plaquetopenia que não foi causada devido ao tratamento;
? Apresenta o cromossomo Philadelfia e alterações cromossômicas
nas células leucêmicas. (BORTOLHEIRO, Teresa C. &
CHIATTONE, Carlos S.)
2.2.3. Crise Blástica
A crise blástica é o quadro clínico de mais fácil identificação já que
de acordo com a OMS, é considerada uma crise blástica quando os blastos
alcançarem 20% da soma ou mais. As classificações da leucemias normalmente
não diferenciam a crise blástica por linfóide ou mielóide, o que é de suma
importância para análise biológica da doença, porém, se apresentam em
aproximadamente 70% dos caos de crise blástica em mielóide e de 20 a 30% em
linfoide. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
A transformação das células na cb (crise blástica) mielóide ocorre tanto em
linhagens distintas e simultaneamente, quanto permanece em uma só linhagem
(mieloblástica, eosinofílica, basofílica, monocítica, megacarioblástica,

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eritroblástica ou todas elas em conjunto. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria
Theresa C. L.)
A fisiopatologia da crise blástica ainda não possui uma descrição concisa,
porém, nos últimos anos algumas explicações foram apresentadas como modelo.
O BCR-ABL é responsável pela evolução da instabilidade genômica e por
alterações epigenéticas da célula primordial ou célula madura na LMC, o que
significa que o nível da instabilidade é proporcional a atividade quinase
apresentada por BCR-ABL. Com resposta mais demorada para as terapias
direcionadas ao ABL, a célula primordial da LMC possui grandes chances de ser
um gatilho para a evolução da doença. Todas essas anormalidades induzem a
perda da eficiência de diferenciação celular, e acelera à evolução para uma doença
de forma mais agressiva.. (MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do
sangue periférico. 1ªed. São Paulo: LMP Editora LTDA, 2008.)
2.3. Diagnóstico Laboratorial
Para definir um diagnóstico da leucemia mielóide crônica é
necessário uma avaliação clínica extensiva, aplicando vários exames e métodos
podendo ser um tanto quanto cansativo para o paciente. Alguns exames que
podem ser realizados são:
? Exame de Sangue periférico, Mielograma, Biópsia de Medula, Análise
celular por citometria de fluxo, citogenética e biologia molecular. (LOPES,
Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
O hemograma é feito em sangue periférico e quando a amostra apresenta a
LCM os dados se apresentam com leucocitose de aproximadamente
250.000/mm3, podendo variar de 20.000 a 600.000/mm3 e uma taxa anormal de
granulócitos na circulação sanguínea, onde são protagonizados por blastos
leucêmicos, promielócitos e granulócitos já maduros. Pode também apresentar
eosinofilia e basofilia. (LOPES, Nei R. & ABREU, Maria Theresa C. L.)
21
Como uma ferramenta muito relevante para identificação da doença, a
necessidade de uma interpretação do hemograma de forma minuciosa é de suma
importância para que siga o caminho correto para o diagnóstico. Nos estágios
iniciais da doença é característico no sangue periférico a elevação dos basófilos,
observa-se trombocitose e um baixo nível de fosfatase alcalina leucocitária
(mesmo que esse teste venha perdendo o uso levando em conta o aumento do uso
das análises cetogênicas e moleculares). Em alguns pacientes nos estágios iniciais
apresentam alterações nos ciclos de contagem dos leucócitos em períodos de 50 a
70 dias, variando entre níveis leucêmicos e níveis normais, sendo necessário
diagnósticos diferenciais entre a leucemia, neutrofilia reacional e outras leucemias
mieloides. (SOSSEIA¹, ZOPPASZ & WEBER3 ? 2017).
Figura 3. Perfil do hemograma nas diferentes fases da leucemia mielóide crônica.
Fonte: PEIXOTO, Paloma P. de Aquino. - 2017.
22
2.4. Terapia Farmacológica

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A terapia farmacológica foi sofrendo diversas alterações com o


passar do tempo, iniciando com uma conduta paliativa até iniciar os tratamentos
com medicamentos começando pela solução de Fowler (uma solução de trióxido
de arsênico a 1%) onde foi constatado a diminuição do baço e do número de
leucócitos, e apresentando uma melhora na taxa anêmica. O risco do Fowler era
seu nível de toxicidade para o organismo, porém o arsênico ainda foi utilizado
como tratamento até 1903 quando se iniciou a terapia radiológica que apresentava
bons resultados assim como o arsênico, porém, ainda não subia as taxas de
expectativa de vida dos indivíduos. As mostardas nitrogenadas foram as apostas
de tratamento nos anos seguintes, onde levaram ai desenvolvimento do
bulssulfano (agente citostático de tratamento paliativo) em 1953. (ABREU;
LOPES, 2009).
O bulssulfano foi ainda utilizado pelos posteriores 35 anos por ter sido
comprovado ser mais eficiente que a radioterapia e as drogas utilizadas
anteriormente, após esse período foi substituído pro fármacos com menor nível de
toxicidade como a hidroxiuréia e alfa-interferon. (BERGANTINIZ, CASTROZ,
SOUZA3 et al. - 2005)
A associação da proteína quinase BCR-ABL com a leucemia mielóide
crônica, permitiu que substâncias diretamente específicas para a doença fossem
desenvolvidas. Em 1996 surgiu o mesilato de imatinibe, foi aprovado pelo U.S.
Food and Drug admnistration em 2001, após ser estudado em duas fases para sua
admnistração em pacientes leucêmicos em qualquer das fases da LCM. Essa droga
(mesilato de imatinibe) é um fármaco de primeira geração e age inibindo a
proteína tirosina quinase (TKI), foi a primeira terapia direcionada utilizada em
pacientes oncológicos, mudando o desfecho e manipulação dessa doença.
(ABREU; LOPES, 2009).
Composto por 2-fenil-amino-primidina, o mesilato de imatinibe é um
inibidor seletivo da proteína tirosina quinase, ?[?] ATP dependente, cujo
mecanismo de ação leva ao bloqueio competitivo do ATP, impedindo a
fosforilação do domínio tirosina quinase de ABL e consequentemente, a
23
sinalização energética para a proliferação celular e inibição da apoptosecelular,
revertendo, assim, parte importante da patogênese da LMC, com redução da
proliferação tumoral e aumento da apoptose? (PEIXOTO, Paloma P.A. Leucemia
Mieloide Crônica. 2017)
A dose indicada é de 400mg/dia, administrado por via oral, podendo variar
de acordo com a fase e evolução da doença. (ABREU; LOPES, 2009).
Figura 4. Mecanismo de ação do mesilato de imatinibe.
Fonte: ZAHARIEVA, et al. 2013)
24
3. METODOLOGIA
Para a construção do trabalho foi feito o levantamento de artigos
científicos que se encontraram disponíveis na plataforma virtual SciElo (Scientific
Eletronic Library Online) com a busca de termos: Leucemia Mieloide Crônica, LMC,

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Leucemias; nos livros: Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico


(MELO, Márcio) e Tratado de Hematologia (ZAGO, Marco A.¹ FALCÃO, Roberto
P.Z PASQUINI, Ricardo.3). Assim foram selecionadas as bibliografias que mais se
encaixavam com o objetivo do trabalho, realizando um estudo ativo de maneira
minuciosa dos conteúdos para o desenvolvimento deste trabalho, caracterizando-o
como uma revisão bibliográfica.
4. OBJETIVOS
4.1. Objetivos Gerais
Apresentar uma revisão descritiva da Leucemia Mieloide Crônica com suas
principais origens, métodos de diagnósticos e identificação, tratamentos utilizados
para o tratamento e gerenciamento da evolução da doença.
4.2. Objetivos Específicos
? Definir as causas da Leucemia Mieloide Crônica;
? Apresentar as fases evolutivas da doença e suas características;
? Analisar os métodos de diagnósticos laboratoriais para identificação do tipo
da doença e em que nível ela se encontra;
? Conhecer as terapias de tratamento da doença e sua evolução tecnológica com
o tempo, oferendo cada vez mais qualidade de vida ao indivíduo e menos
riscos tóxicos e efeitos colaterais.
25
5. CONCLUSÃO
A leucemia mieloide crônica é apresentada como uma neoplasia,
possui sintomas comuns, diversos e ainda existem casos de pacientes
assintomáticos com uma certa frequência, o que mostra o quão importante é o
diagnóstico laboratorial da doença.
O avanço das tecnologias favorecem a complexidade dos exames o que
induz a avaliações mais específicas e concisas, levando a análises citogenéticas e
moleculares de forma precisa, que além de confirmar o diagnóstico também faz o
gerenciamento da evolução da doença e faz parte da conduta terapêutica.
Entretanto, o hemograma segue possuindo uma grande importância por ser um
método de fácil manuseio, e quando realizado por profissionais da saúde
capacitados, contribui no reconhecimento de novos quadros de leucemia mieloide
crônica e também no acompanhamento de pacientes já acometidos pela doença.
Quando se fala nas opções de tratamento da doença, destaca-se o mesilato
de imatinibe como a primeira escolha pelos profissionais, porém, em casos de
pacientes que possuem alguma resistência ao mesilato de imatinibe, outro método
de tratamento que entra como uma segunda escolha são os inibidores de tirosina-
quinase de segunda geração.
É de suma relevância o diagnóstico precoce da LMC para que haja uma
possibilidade de postergação das complicações que acompanham o indivíduo,
aumentando sua qualidade e expectativa de vida.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
1. PEIXOTO, Paloma P. de Aquino. Leucemia Mielóide Crônica: Uma revisão

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de literatura. Disponível em: Biblioteca digital da Universidade Federal do Rio


Grande do Norte ? Centro de Biociências. Natal, Dezembro ? 2017. Acesso em:
18 de maio de 2022.
2. BORTOLHEIRO, Teresa C.¹ & CHIATTONE, Carlos S.Z Leucemia Mielóide
Crônica: história natural e classificação. Disponível em: Rev. Bras. hematol.
Hemoter. 2008;30 (Supl. 1) 3-7. São Paulo. Acesso em: 26 de maio de 2022.
3. BARBOZA, Ludana P.¹ SOUZA, Jamison M.Z SIMÕES, Felippe V.3
BRAGANÇA, Iracema C.4 ABDELHAY, Eliana5. Análise dos transcritos da
translocação t(9;22) em Leucemia Mielóide Crônica. Disponível em: Rev.
Bras, hematol. Hemoter., 2000,22(2): 89-98 ? Rio de Janeiro. Acesso em: 12 de
maio de 2022.
4. DOBBIN, Jane de Almeida¹ & GADELHA, Maria Inez PordeusZ. Mesilato de
Imatinibe para Tratamento de Leucemia Mielóide Crônica. Disponível em:
Revista Brasileira de Cancerologia, 2002, 48(3): 429-438 ? Rio de Janeiro. Acesso
em 28 de Julho de 2022.
5. MELO, Márcio. Leucemias e Linfomas ? Atlas do sangue periférico. 1ª
edição, São Paulo: Livraria Médica Paulista Editora LTDA, 2008.
6. ZAGO, Marco A.¹ FALCÃO, Roberto P.Z PASQUINI, Ricardo.3 Tratado de
Hematologia. São Paulo: Editora Atheneu, 2013.
7. LAGO, Camila do¹& PETRONI, Tatiane FerreiraZ. Fisiopatologia e
Diagnóstico da Leucemia Mieloide Crônica. V1, n.1: Revista Saúde UniToledo,
2017.
27
8. SOSSELA, Fernanda Roberta¹. ZOPPAS, Bárbara Catarina de AntoniZ.
WEBER, Liliana Portal3. Leucemia Mieloide Crônica: aspectos clínicos,
diagnóstico, principais alterações observadas no hemograma. RBAC,
49(2):127-30. 2017.
9. BERGANTINI, Ana Paula F¹. CASTRO, Fabíola AZ. SOUZA, Ana M3.
FETT- CONTE, Agnes C4. Leucemia Mieloide Crônica e o sistema Fas-FasL.
Rev. Bras. hematol. Hemoter. Pág. 120-125. 2005.
10. MONTENEGRO, Vanderléia da S¹. SANTOS, Vera Maria Valporto OZ.
VEITH, Melissa3. Análise Citogenética na Leucemia Mieloide Crônica. Rev.
Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba, v10, n.3, p

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