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APOLOGÉTICA

CRISTÃ
Professor Marcos Paulo
Marcospaulo1312; Marcos Nogueira da Silva; 31 98800-3245
Agosto de 2023
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Baseado em:
RICHARDSON, Alan.
Apologética cristã. 3 ed.
Tradução de Waldemar W.
Wey. Rio de Janeiro: Junta de
Educação Religiosa e
Publicações, 1983. pp: 89-106.
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AULA 3
A REVELAÇÃO
GERAL
A BÍBLIA COMO FONTE DA 4
REVELAÇÃO
 Dos dias em que se estabeleceu definitivamente o cânon do Novo
Testamento até o aparecimento da crítica bíblica no século XIX, o
conceito cristão tradicional da natureza da revelação divina era o de
que esta consistia da verdade comunicada aos homens de maneira
sobrenatural e de modo proporcional. Esta verdade divina estava
contida nas escrituras do Antigo e do Novo Testamentos. Assim, a
Bíblia era o único livro-fonte para se conhecer a verdade revelada. Sua
origem sobrenatural era atestada por milagre e por profecia, i.é., pelas
ocorrências miraculosas que acompanharam os eventos descritos
pelos seus escritores, e pelo fato de tais escritores estarem habilitados
a predizer acontecimentos que se dariam séculos depois de seus dias.
A TEOLOGIA NATURAL 5
 A tarefado teólogo consistia então em descobrir os significados
das palavras escriturísticas e ordená-los na forma de um sistema
dogmático completo;
 Mas, em acréscimo à “verdade revelada” dada nas Escrituras,
havia, segundo o ponto-de vista tradicional, uma outra fonte de
conhecimento de Deus, chamada a razão natural do homem.
Assim, a teologia natural consistia daquelas verdades sobre o
Ente divino que pudessem ser descobertas pela razão humana
desajudada. Sustentava-se, então, que esta espécie de
conhecimento de Deus era acessível tanto aos pagãos como aos
cristãos.
A CRÍTICA BÍBLIA 6

 A crítica bíblica do século XIX desacreditou a bíblia como


única fonte da verdade divina. Situou ela como uma dentre
várias outras formas de se ter o conhecimento de
salvação. Segundo essa linha de pensamento, o
evangelho meramente ilustra a verdade religiosa universal
- ou talvez mesmo dela apresente a melhor ilustração. Os
profetas e apóstolos bíblicos são contados entre os da
primeira linha, e então se dá a Jesus de Nazaré o maior
lugar de honra.
A SUPREMACIA DO CRISTIANISMO 7
NA CRÍTICA BÍBLICA
O cristianismo, purgado de seus acréscimos e de sua
rigidez dogmática, não essenciais, é, em sua forma pura e
original, a mais elevada manifestação que até hoje
apareceu da consciência religiosa universal; e o ensino de
Jesus, sem o invólucro judaico do primeiro século e sem
os acréscimos teológicos que o sobrecarregaram desde os
tempos de Paulo, é a mais nobre expressão da verdade
religiosa universal. A descoberta da verdade divina é a
contraparte do homem na atividade divina da revelação.
O ESTUDO DAS RELIGIÕES 8
COMPADAS
O estudo das religiões comparadas ajudou a fortalecer a
ideia de que o cristianismo era apenas a mais elevada
forma de Deus revelar-se ao mundo. Este estudo
demonstrou as muitas semelhanças que existem entre o
cristianismo e outras mais religiões. Porém, não deu a
devida atenção em explicar as diversas diferenças
inconvenientes, que, sem dúvida, igualmente existem.
Além disse, é possível afirmar que as semelhanças do
cristianismo com outras religiões são inúmeras vezes
superficiais, e normalmente são exageradas.
A EXCLUSIVIDADE DA FÉ 9
CRISTÃ
 Não é verdade que a humanidade “naturalmente” chega a ter
um nobre conceito de um Deus justo e amoroso da sinceridade
da fé, como sendo esta a diretriz de sua própria consciência;
É demonstrável tanto na história como no mundo
contemporâneo que os valores distintivos da fé cristã nunca
evoluíram espontaneamente onde não foi pregado o Evangelho
de Cristo. Não existe conhecimento de Cristo onde Cristo não
foi pregado. Devemos admitir que a história provou serem
verdadeiras estas palavras de Jesus: “Ninguém vem ao Pai,
senão por Mim”.
REVELAÇÃO GERAL X REVELAÇÃO 10
ESPECIAL
 Apresentar-se o cristianismo como uma das muitas
ilustrações da verdade religiosa geral é fugir à verdade
dos fatos, porque não foi assim que o cristianismo a si
mesmo se apresentou pelos séculos afora. E, doutro lado,
é igualmente errado afirmar-se que não há nenhuma
verdade religiosa nas religiões não cristãs. O único tipo de
teoria do conhecimento de Deus que adequadamente
abraça todos os fatos da experiência humana é aquele
que reconhece haver duas espécies de revelação ou
exibição divina da verdade.
REVELAÇÃO GERAL X REVELAÇÃO
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ESPECIAL
 Há, primeiro, a revelação geral, que pertence à consciência
religiosa universal da humanidade; e há também a revelação
especial, a qual é apresentada por meio de episódios em
tempos e lugares definidos da história. A grande distinção entre
elas está nisto: a primeira não é histórica e o seu conteúdo não
é comunicado à humanidade por meio de situações históricas
particulares; ao passo que a revelação especial é histórica, i.é.,
seu conteúdo está ligado a acontecimentos históricos
específicos. Esta é a maior distinção entre a religião cristã e as
não cristãs. No cristianismo a maior revelação se deu na vida
de uma pessoa histórica: Jesus de Nazaré.
A AMPLITUDE DA REVELAÇÃO
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GERAL
 Esta teoria nos ajuda, ainda, a ver que pode haver um
genuíno conhecimento de Deus que provém de todas as
formas de arte e da experiência artística - da música, da
poesia, do drama, da arquitetura, da escultura, da pintura.
 Na verdade, devemos admitir que a íntima compulsão do
artista para criar aquilo que é belo e destruir o que é feio,
nada mais é que a pressão de Deus em sua vida, ainda
quando seja a beleza a única coisa sagrada que ele
reconheça e ainda que a si mesmo se apresente como
ateu.
A AMPLITUDE DA REVELAÇÃO
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GERAL
 A teoria da revelação geral reconhece que pode haver
um conhecimento de Deus através da experiência
religiosa humana, mesmo longe das fronteiras bíblicas e
cristãs;
 É nesse sentido que se reconhece que Buda e Maomé
podiam ter compreendido alguma coisa da verdade,
ainda que não fossem cientistas nem filósofos e não
chegassem às suas verdades primárias por métodos de
raciocínio..
A MORALIDADE INTRÍNSECA DO
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SER HUMANA
É na esfera moral que encontramos a principal evidência da
revelação geral. Ainda que alguém sustente haver povos
totalmente destituídos de experiência religiosa, é indubitável
que todos os povos têm a experiência moral de saber que se
deve fazer isto e de que não se deve fazer aquilo;
É verdade que a educação e o meio social “condicionam” o
conteúdo da consciência moral do indivíduo, mas isso não
muda o fato de que todos os homens sabem que existe uma
distinção entre o certo e o errado e se sentem compelidos a
fazer o certo, mesmo quando não façam.
A CONSCIÊNCIA COMO “PRESSÃO
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DA VERDADE”
É universal o sentimento de obrigação de fazer aquilo
que nos parece certo. É o fenômeno da consciência
universal. Por consciência aqui entendemos simplesmente
o conhecimento de haver uma diferença entre os atos
certos e os errados. O sentimento de obrigação de fazer
aquilo que julgamos certo é de fato a pressão de Deus
sobre cada ser humano e a obediência aos ditames da
consciência é a condição essencial para se progredir no
conhecimento de Deus.
O CARÁTER PRÁTICO DA 16
VERDADE
 Segundo a Bíblia, o conhecimento que temos de Deus não
se compara com aquele que temos dos elétrons ou da raiz
quadrada; conhecemos a verdade acerca de Deus
unicamente por praticá-la, e não conversando sobre ela. A
verdade, no sentido bíblico, é algo para ser praticado. A
teologia e o raciocínio não constituem em si fontes do
conhecimento de Deus. São somente os meios
intelectuais com que formulamos a verdade acerca de
Deus, e através dos quais entendemos melhor o que ela
significa.
A NECESSIDADE DE UMA REVELAÇÃO
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ESPECIAL
 A revelaçãogeral, embora oferte algum conhecimento acerca de
Deus, é insuficiente para salvar o ser humano. Ela, por meio da
consciência moral e da razão, tempera minimamente a
sociedade e o mundo, mas não garante vida eterna;
 Deus, em sua misericórdia, propiciou uma revelação especial de
si mesmo, a qual outorgará a salvação que a revelação geral de
si mesmo não conseguirá. Sem a revelação totalmente cristã,
toda a razão humana, como sua ciência, e ideais e esperanças
mostram-se impotentes para redimir a vida humana da
destruição e até se tornam mesmo as forças que a impelirão
para a destruição.
A NECESSIDADE DE UMA REVELAÇÃO
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ESPECIAL
 A situação,daí, é esta: enquanto não aceitarmos a verdade da
revelação especial, a verdade como se acha em Cristo, não
veremos claramente porção alguma da verdade como ela é na
realidade; veremos as coisas pela deturpada perspectiva de
nosso próprio egocentrismo, coisa que a revelação geral não
está apta a corrigir. A revelação especial não é algo adicionado
quantitativamente à revelação geral. Ela altera o conhecimento
de tudo aquilo que julgávamos conhecer antes. E isto, de
novo, não é mero sentimento ou teoria; é, sim, a experiência
de milhares cujos olhos foram “abertos” para a verdade de
Cristo.
A FINALIDADE DA REVELAÇÃO
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GERAL
geral é somente “o ponto de conexão” de Deus com
 A revelação
os homens. É a condição da fala de Cristo à alma do homem. É
um meio para um fim, uma possibilidade de salvação; é, do lado
humano, aquilo que capacita o homem a responder ao desafio e
ao chamado de Cristo;
 Se tomar por verdade a descrição que fizemos sobre a revelação
geral, segue-se que a imagem de Deus no homem não está
totalmente destruída pela queda; há algo no homem através do
qual a graça divina pode operar. E permanece a verdade de que a
razão e a consciência humanas constituem os desfigurados
resquícios da imagem de Deus na humanidade.

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