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Temário Teologia Fundamental

1. Contextualize e apresente a apologética.

A apologética é o ramo literário que compreende a defesa argumentativa da fé.


Esse tipo de literatura é encontrada a partir do Judaísmo, porém, no início da
comunidade Cristã, surgiu uma vasta literatura de defesa da fé, tendo em vista
as perseguições do império romano. A literatura apologética atravessa os
séculos e ainda hoje é presente nos círculos de debates sobre a fé.

A apologética constitui-se como um elemento importante para os cristãos no


seio da igreja. Ela serve para provar a credibilidade da fé cristã através de três
níveis: a possibilidade, a necessidade e a revelação de Deus. Possibilitando a
refutação de adversários, entre eles: pessoas de outras religiões, ateus,
deístas e protestantes.

O método apologético utiliza conceitos abstratos e lógicos para apresentar algo


inteligível.

• Se utiliza o método Histórico Crítico e a filosofia, livros e indícios


científicos para quebrar as argumentações contrárias a fé.
• É preciso suscitar a fé no Deus que se revela, aceitando sua autoridade.
(Credo ut Intelligam) crer para entender.
• Deus age e se revela de maneira independente, sem se limitar a criação,
para facilitar o alcance de todos, oferece sinais, tendo sua revelação
máxima em Jesus Cristo.
• A revelação apresenta as verdades de Deus e vai além do alcance da
razão humana.

2. Discorra sobre o conceito de revelação nos Santos Padres.

São Justino: Deus pelo Logos é o criador e organizador do cosmo.

• Função religiosa: revelar e salvar;


• O Logos atinge a plenitude em Cristo;

• Pelo Logos encarnado se conhece o Pai.

Atenágoras: Deus é invisível e incompreensível.

Teófilo de Antioquia: somente os cristãos possuem de fato a verdade.

• A razão pode demonstrar certa demonstração da existência de Deus.

Carta a Diogneto: somente a revelação pode nos dar o conhecimento


autêntico de Deus.
• a revelação se realiza no tempo, mas realiza um desígnio do coração de
Deus;
• Insiste na continuidade da missão do Logos e da Igreja;
• É pelo Logos que Pai é manifestado e manifesto.

Clemente de Alexandria: centro da vida humana é o Logos encarnado, a


manifestação da verdade se faz por etapas.

• teofania é igual a iluminação interior;


• unidade orgânica do primeiro e antigos testamento;
• só existe uma história da salvação através do tempo e espaço;
• seu pensamento gira em torno da economia da salvação.

Santo Irineu: ação do verbo está ligada a salvação.

• o verbo sendo Deus é impossível de conhecê-lo;


• revelação como epifania do Pai através do verbo encarnado;
• o Filho desde o início é revelação do Pai;
• a vida humana do verbo é a novidade do cristianismo;
• resultado da ação reveladora do verbo: doutrina ensinada pelo Cristo,
transmitida pelos Apóstolos e conservada pela Igreja;
• revelação, tradição e pregação estão sempre presentes na obra do
autor;
• função dos Apóstolos, testemunhas do verbo: pregar e transmitir a
doutrina de Cristo;
• Espírito Santo garantidor da fidelidade da Igreja a Cristo e sua doutrina;
• a revelação distinção da doutrina humana;
• a revelação é essencialmente obra da Graça, é obra da Salvação;
• Doutrina que solicita a fé e gera a vida e encaminha para visão e
imortalidade.

Atanásio: duas fontes de conhecimento de Deus além de Cristo, uma direta e


interior; outra pelo testemunho da criação.

• a revelação é a condição e meio para o fim que é a divinização;

• manifestação do verbo pela encarnação pelos dois aspectos: como


pessoa divina pela imagem do Pai e a comunicação que Ele nos traz
pela doutrina salvífica.

São Cirilo de Alexandria: ninguém viu a Deus e o conhecimento do Pai nos


vem pelo Filho.

• Cristo igual a luz;


• o Pai revela o Filho, convidando à fé.

São Basílio Magno: somente o Filho e o Espírito conhecem intimamente a


Deus.

• gnose, elemento essencial da assimilação progressiva a Deus;


• ação santificadora do Espírito Santo é entendida como intelectual.

Gregório de Nissa: distinção entre conhecimento de Deus e essência de


Deus.

• Deus se deixa conhecer e vem ao encontro do homem em

uma comunicação pessoal;

• Auge da revelação é Cristo nos Apóstolos que é entendida

como mistério.

São João Crisóstomo: Deus continua oculto e incompreensível apesar de se

revelar.

• conhecimento perfeito de Deus é privilégio exclusivo do Filho e do

Espírito.

Tertuliano: Cristo fundou uma religião para levar os homens ao conhecimento

da verdade.

• há dois meios naturais para conhecer a Deus: a criação e o testemunho

espontâneo da alma;

• termos que designam revelação: doutrina única e precisa que é regra

dada pelo Cristo, doutrina por excelência, luz, pregação, depósito;

• onde encontrar a revelação?

São Cipriano: a Tradição é igual a revelação.

• Fonte da verdade cristã: tradição evangélica e apostólica.

Santo Agostinho: Cristo é o caminho e mediador.

• Ninguém viu a Deus, somente Cristo;


• O Filho de Deus se encarna para permitir que o homem marche com
segurança na verdade, tornando caminho e meta;
• a revelação para Deus significa falar à criatura;
• a revelação não é verdade abstrata;
• o Deus revelado é aquele por quem Deus se revela;
• Cristo se revela e revela o Pai;
• os Apóstolo, a Igreja e as Escritura quando unidos a Cristo garantem a
autenticidade da fé católica.

3. A revelação segundo os dois Concílios do Vaticano.


• Dei Filius (CVI)
É uma dupla definição, de acordo com a época em que tal revelação se
manifesta: época apostólica e época pós-apostólica. 1. revelação na
época apostólica: A revelação se deu nos acontecimentos do passado
nos quais Deus comunicou as verdades divinas e a si mesmo aos seres
humanos . ▪ Objetos da revelação: Deus (si mesmo) e os decretos
eternos: acentua-se o caráter cognoscitivo, a comunicação de verdades
abstratas. A revelação é acontecimento verbal que desvela segredos ou
enigmas. 2. revelação na época pós-apostólica: A revelação são os
conteúdos da Bíblia e das tradições não escritas. ▪ Objeto da revelação:
conteúdos formados por palavras, e não Deus em si mesmo.

• Dei Verbum (CVII)


-Deus revela duas coisas: si mesmo e sua vontade.
-A revelação realiza-se por meio de ações (obras, atitudes, opções,
comportamentos) e palavras.
-“Em virtude desta revelação, Deus invisível, na riqueza do seu amor,
fala aos homens como amigos e convive com eles para os convidar e
admitir à comunhão com Ele

1. O objetivo da revelação divina

• Dei Filius
A revelação é “absolutamente necessária” porque Deus, “em sua infinita
bondade destinou o homem a um fim sobrenatural, à participação dos bens
divinos” (DH 3005).

• Dei Verbum
Finalidade: convidar e admitir à comunhão com Ele”.
(Do ponto de vista do homem) A revelação é para a salvação do homem

(Do ponto de vista de Deus) A revelação é para a glória de Deus


2. A maneira segunda a qual o ser humano responde à revelação

• Dei Filius
A fé nessa revelação é uma obrigação, pois dependemos inteiramente de
Deus como criador

• Dei Verbum
A fé como resposta humana, precedida pela graça de Deus e pelo auxílio
interno do Espírito

Continuidade entre CVI(Dei Filius) e CVII (Dei Verbum)

- Conhecimento de Deus por meio da razão

- Necessidade da revelação

- Deus revela a si mesmo e a sua vontade pela via sobrenatural

Novidade entre CVI(Dei Filius) e CVII (Dei Verbum)

- Tem caráter apologético, pois é visível o seu interesse em definir verdade


contra os adversários da verdadeira fé (racionalistas e fideístas). Tem um
caráter eminentemente ecumênico e dialogal

- Quase sempre o conteúdo da revelação são os decretos eternos da vontade


de Deus, embora afirme que Deus se revela a si mesmo. Mais do que um
conjunto de verdades, o que Deus revela é, sobretudo, a si mesmo e
insiste que o ápice e a plenitude da revelação é Cristo. O conteúdo
principal da revelação é uma pessoa

- Faz uma opção pela linguagem da obrigação (Deus exige a obediência da fé).
Utiliza uma linguagem do desejável (a revelação de Deus é um apelo).
Além dos termos que se repetem (obediência, decretos) a revelação é
interpretada numa nova chave a “comunicação”, fugindo da ideia de
obrigação.

O Concílio Vaticano II não se opõe ao Concílio Vaticano I, no entanto, dá outro


enfoque, totalmente diferente, à compreensão de Revelação. Esta não é
entendida como um conjunto de normas ou instruções conteudísticas – com as
quais se deve instruir a humanidade, para que esta conheça a Deus e se
submeta a Ele –, mas como autocomunicação de Deus. A Revelação é
concebida como um diálogo entre Deus e os homens, no qual as duas partes
se comunicam e se doam uma à outra no amor. O que é revelado na
autocomunicação de Deus não é um conjunto de doutrinas que têm de ser
conhecidas e obedecidas, mas é o próprio Deus que Se entrega a Si mesmo
num gesto amoroso diretamente às pessoas. E esse evento da
autocomunicação de Deus se dá em Jesus Cristo. O aspecto doutrinal da
revelação não é ocultado no Vaticano II, apenas este o situa com relação ao
que é principal: o próprio acontecimento da Revelação. Não se pode esquecer,
porém, o ponto comum entre os dois Concílios: a ideia da autorrevelação de
Deus, o que representa um real avanço em relação às formas anteriores de
dizer o essencial da fé cristã.

4. Na resposta do ser humano à revelação, desenvolva a questão da


natureza racional da fé, mostrando também os riscos dos dois extremos
(racionalismo e fideísmo).

O homem responde a fé pela razão que pode conhecer Deus por meios
naturais da revelação máxima de Deus. Contudo a o risco de cair num
racionalismo onde a razão responde tudo sem lugar para a fé, o racionalismo
superestima a razão humana considerando-a a única fonte do conhecimento,
negando assim a revelação sobrenatural. Do contrário também é valido onde o
fideímos basta, e tudo é respondido pela fé sem abertura a razão e o fideísmo
subestima a razão humana, pois ficou obscurecida e enfraquecida pelo pecado
original e, por isso, a única justificação da fé é a própria fé e sem necessidade
das coisas naturais, como se a fé por si mesma bastasse.

A resposta do ser humano deve estar em conformidade entre fé e razão quis


Deus que sua revelação desses sinais certíssimos e adaptados à inteligência
de todos pelo uso reto da razão.

4. Partindo da polêmica das “duas fontes” – Escritura e Tradição –


mostre como o Concílio Vaticano II reafirma o Evangelho como
única fonte, mostrando sua relação com a posição dos
Reformadores, com o Concílio de Trento e com a sua interpretação
posterior.

Durante o Vaticano II, duas eram as opiniões dominantes acerca do tema da


Revelação divina: os que defendiam a definição conciliar da Doutrina das
“Duas Fontes” e os que a condenavam esperando do Concílio uma declaração
sobre a Revelação divina mais próxima das prioridades do mesmo Concílio, ou
seja, pastoral, ecumênico e dialogal. A doutrina das “Duas Fontes” estava
“minada” pela polêmica antiprotestante, ou seja, servia para a teologia católica
rebater o princípio protestante Sola Scriptura [Lutero identificou a “traditio” com
“abusus”, ou seja, pretendeu libertar a Palavra de Deus do Magistério
eclesiástico que se apoderara desta Palavra e a empregava a seu bel-prazer,
privando-a de sua força viva.]. A Doutrina das “Duas Fontes”, após o Concílio
de Trento, teve por finalidade reconhecer na transmissão escrita e oral da
mensagem evangélica a mesma autenticidade que se dava à transmissão
escrita. Com esta doutrina se quis justificar verdades ou práticas de fé que não
estão claramente baseadas na Escritura. Assim, esta distinção foi comparada
pela Teologia posterior ao Concílio de Trento a dois “canais” através dos quais
a Revelação era comunicada à Igreja, dando origem a uma espécie de
dicotomia entre a Escritura e a Tradição (parte na Escritura – parte na
Tradição). O Concílio Vaticano II procurou corrigir esta “distorção” afirmando
que há um só Evangelho, que é Cristo e, por isso, uma só “fonte” da Revelação
(DV 9) sendo a Escritura e a Tradição, dois “modos” diversos de
transmissão da Revelação (DV 7).

Em síntese: Existe uma única fonte, Tradição e Escritura são modos, ou seja,
expressões eclesiais da única fonte, que é o próprio Deus que Se revela, tendo
como ápice deste processo o evento Jesus Cristo, com o mistério da
sua encarnação, e o Seu Evangelho. Portanto, Tradição e Escritura se
completam teologicamente, pois expressam o mesmo Evangelho anunciado
por Jesus, ou seja, Tradição e Escritura se completam e se interpretam,
anunciando o Evangelho de Cristo à humanidade. A Dei Verbum no número 9
professa a unidade intrínseca entre a Escritura e Tradição: “A Sagrada
Tradição e a Sagrada Escritura estão portanto entre si estreitamente unidas e
comunicantes. Pois ambas derivam da mesma fonte divina, formam de certo
modo um só todo e tendem para o mesmo fim. [...] Por isso ambas devem ser
aceitas e veneradas com igual sentimento de piedade e reverência” (DV 9).

6. O conceito teológico de Tradição e as relações que existem entre


Tradição, Escritura e Magistério.

Tradição, segundo Libânio (1992) pode ser entendida em dois sentidos, um é


ativo, que refere ao ato de transmitir, do latim tradere; o outro sentido é
passivo, versa a respeito da recepção da realidade transmitida (traditum). O
catecismo da Igreja Católica afirma: a “transmissão viva [da revelação],
realizada no Espírito Santo, é chamada de Tradição enquanto distinta da
Sagrada Escritura, embora intimamente ligada a ela” (CIC, n. 78).

Na conceituação teológica de tradição, se faz a distinção Tradição, e o uso


ordinário da palavra tradição, quando se distingue entre o termo Tradição, com
maiúscula e no singular, e os termos tradição e tradições, com minúscula,
podendo estar no plural.

Com isso, no decorrer da história a Igreja essas variações aparecem no


magistério da Igreja quando adotadas por um concilio, então temos que no
concilio de Trento, não distinguiu entre o uso da maiúscula nem minúscula,
adotou o uso do plural, afirmando: “essa verdade e norma está contida em
livros escritos e em tradições não escritas” (DH 1501); O concilio Vaticano I
meramente repetiu a expressão adotada pelo concílio de Trento; já no concílio
Vaticano II, na Dei Verbum, fez a distinção do uso de minúsculas e maiúsculas,
de singular e plural.

A etimologia de Igreja aponta uma continuidade terminológica (Igreja, ecclesia,


ekklesía, Qahal) que se reflete na Tradição e nos permite dizer que a esta é
mãe, irmã e filha da Bíblia.

1)A Tradição como mãe da Bíblia, esse sentido compreende a Tradição como
anterior à Bíblia, é a mãe da Bíblia. 2) A Tradição como irmã da Bíblia, no qual,
a revelação até Jesus Cristo, que aconteceu na experiência de Deus feita pelo
Povo de Deus, foi expressa na Bíblia, dessa maneira, a Tradição é irmã e
contemporânea da Bíblia. E 3) A Tradição como filha da Bíblia, pois a Tradição
continuou também depois da Bíblia estar acabada, e continua até hoje, assim,
a Tradição é também filha da Bíblia.

O patrimônio da revelação de Deus acontecido no Povo de Israel e na Igreja do


tempo apostólico recebe o título de depósito da fé. O núcleo último do depósito
da fé é Jesus Cristo em pessoa, dessa forma, esse depósito é confiado a nós
vivo, e não algo inanimado a ser conservado num museu, assim, esse depósito
da fé é conservado e chega até nós graças a Sagrada Tradição, o Sagrado
Magistério e as Sagradas Escrituras, essa relação de expressa na Dei Verbum,
quando se afirma:

“A Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura constituem um só depósito sagrado


da Palavra de Deus, confiado à Igreja. Aderindo a este, todo o povo santo
persevera unido aos seus pastores na doutrina dos apóstolos [...]. Porém o
encargo de interpretar autenticamente a Palavra de Deus escrita ou contida na
Tradição, foi confiado só ao Magistério vivo da Igreja, cuja autoridade é
exercida em nome de Jesus Cristo. Este Magistério não está acima da Palavra
de Deus, mas sim ao seu serviço, ensinando apenas o que foi transmitido”.

Na conceituação teológica de tradição, se faz a distinção Tradição, e o uso


ordinário da palavra tradição, quando se distingue entre o termo Tradição, com
maiúscula e no singular, e os termos tradição e tradições, com minúscula,
podendo estar no plural.

7. Desenvolva o tema da inspiração e inerrância da Sagrada Escritura.


Por princípio é necessário salientar que Inspiração e inerrância não são a
mesma coisa, porém estão intimamente conectadas. A inspiração não é
sinônimo de revelação, mas está para além do impulso inicial para escrever e
do conteúdo das escrituras; refere-se à consignação por escrito das
experiencia da comunicação que Deus apresenta. É por meio da inspiração
que a Palavra de Deus se faz escrita. Nesse sentido a inspiração é uma moção
divina sob os escritores dos livros para redigi-los permanecendo Deus como
autor. Os autores, portanto, tem a função de explicitar – por escrito – a
mensagem salvífica revelada por Deus.
Leão XIII vinculou a teoria da inspiração à inerrância partindo do fato que,
sendo Deus o autor da escritura, ela não poderia conter erros. O Concílio
Vaticano II, porém, articula a inspiração com a revelação o que de certo modo,
já fora feito no Concílio anterior. O tema da inspiração e da inerrância entre no
Concílio por conta dos avanços científicos e tecnológicos que aconteciam no
mundo. Esses avanços colocaram a credibilidade bíblia sob suspeita, mas o
Concílio não poderia afirmar que a Palavra de Deus era um erro, já que, se
assim o fosse, Deus estaria mentindo ou admitiria erros.
A solução encontrada pelo Concílio, através da Constituição Dogmática Dei
Verbum, foi a de apresentar o autor como um coautor do texto bíblico que vive,
tem seu mundo próprio e escreve a partir de seus próprios conhecimentos.
Nesse sentido, os equívocos bíblicos não viriam da parte de Deus, mas das
limitações do escritor, em outras palavras, o Concílio valoriza a contribuição
humana sem questionar a ação de Deus e sua intenção reveladora.
Em suma, ambas as teorias têm sua justificativa no seguinte silogismo: Deus
revela - o escritor Sagrado Desenvolve Deus não mente – A escritura não pode
conter erros.
O concílio Vaticano II inclui a este silogismo o conceito de revelação assim
mantêm que em relação a autocomunicação divina não existe erro e quanto a
escritura (ou desenvolvimento) são considerados os aspectos de vida do autor
(língua, cultura, tempo...), conforme a Dei Verbum em seu número 11 – cuja
redação teve 37% de influência do abade inglês Christopher Butler.
8. A questão colocada pelo “pluralismo religioso” e a afirmação cristã da
universalidade da mediação salvífica de Cristo (exclusivismo,
inclusivismo, pluralismo).
De acordo com “Redemptoris missio”: A universalidade da salvação em
Cristo não significa que ela se destine apenas àqueles que, de maneira
explícita, creem em Cristo e entraram na Igreja. Se é destinada a todos, a
salvação deve ser posta concretamente à disposição de todos (…) Há os que
vivem em condições socioculturais que o não permitem, e, frequentemente,
foram educados em outras tradições religiosas. Para estes, a salvação de
Cristo torna-se acessível em virtude de uma graça que, embora dotada de uma
arcana relação com a Igreja, todavia não introduz formalmente nesta, mas os
ilumina de um modo adaptado a sua situação interior e às circunstâncias de
realidade e tempo.
O exclusivismo: Na sua forma mais rígida, admite que a Revelação, e por
conseguinte, a salvação, é uma prerrogativa do cristianismo apenas. A
salvação é oferta gratuita de Deus em Jesus Cristo. Considera as religiões não
cristãs como caminhos imperfeitos, oferecendo pouca possiblidade real de
salvação a seus membros. Neste paradigma não se nega uma autêntica
experiência de Deus nestas religiões, mas sustenta que uma verdadeira e
plena experiência só é possível no cristianismo e, em sentido mais estrito na
Igreja Católica. Daí a conclusão de que a salvação é obra de Deus, em Cristo,
mas pela mediação da Igreja. A famosa a máxima: “fora da Igreja não há
salvação”, é retomada para justificar uma postura eclesiocêntrica, por atribuir à
Igreja a função de mediadora de salvação;
O Inclusivismo: Propõe uma maior abertura em relação aos membros de
outras corporações religiosas. Afirma o valor salvífico destas, mas, não como
as reconhece como caminhos autônomos de salvação. É Jesus Cristo quem
torna possível a salvação nestas. Isto significa que a ação de Cristo salvador
não se restringe ao cristianismo ou à Igreja Católica. Ao falar de inclusão total,
a teologia reforça, que em Cristo, a vontade de Deus está totalmente
representada e levada à perfeição. Na sua personalidade humana, o Logos de
Deus proclama de forma absoluta tudo o que seria possível a Deus expressar
de si mesmo para a humanidade;
O Pluralismo: Afirma a igualdade de todas as religiões. Se fundamenta no
que poderíamos chamar de relativismo cultural o qual se apoia na afirmação
de que cada religião é expressão mais apropriada de cada cultura. Neste
sentido:
O Cristianismo é a religião do ocidente, o hinduísmo a religião da Índia e o
budismo a religião da Ásia sul oriental. O relativismo cultura considera que a
religião é, geralmente, um efeito secundário da cultura. Parte-se de um
relativismo epistemológico segundo o qual não podemos conhecer a verdade
absoluta, senão aquilo que é verdade para nós. Cremos que o cristianismo é
verdadeiro para o cristão, mas não podemos ir além e afirmar que seja verdade
para todos os homens, pois é a eles que cabe julgar” (DHAVAMONY, 1997, p.
41).

9. A função dos Símbolos de Fé na Igreja.


‘Os “símbolo da fé cristã” dizem o que é fundamentalmente na fé da Igreja’

Origem: lenda de composições dos Apóstolos

As funções dos símbolos:

Confessional

Surge da necessidade de haver um princípio de unidade entre as


comunidades, salientando, unidade não orgânica, mas, identidade
entre as comunidades. Tem o símbolo função de testemunho
(MARTYRIA) nesta perspectiva é necessário entrar em comunhão
com os leitores (igreja) dos símbolos. Em sentido confessional, se
tem o símbolo em público, culto-litúrgico como: Batismo, culto,
exorcismos, perseguições (martírio) discursos contra os hereges.

Dar-se o modelo confessional pelo Cristólógico: Nome de Jesus e


um título Doutrinal

Tem como caráter de discursar, falar sobre a fé professada


(povo), portanto, gera norma, uma conduta de obediência a
aquele símbolo professado e que ajuda a dar pleno conhecimento
desta aos “catecúmenos”. Estas também de igual modo transmite
a Revelação atestada nas Escrituras

Dar-se o modelo confessional pelo Cristólógico: pelo “Querigma”.


10. De sua perspectiva, apresente quais são os grandes desafios para a
Teologia Fundamental.

Na perspectiva um dos maiores desafios para a teologia fundamental são eles:


as etapas da Revelação, desde o Deus do Antigo Testamento, onde Deus
revela-se desde a origem do mundo por meio da criação e especialmente,
através da consciência moral do homem e da sua orientação na história. Desde
a revelação primitiva, da eleição de Abraão, da formação do povo de Israel até
chegar no Deus de Novo testamento, o Deus de Jesus Cristo, o verbo
encarnado. Outra perspectiva, se dá também na revelação, caminho de Deus
até o homem, a autocomunicação divina.

Além disso, um dos maiores desafios é entender e resguardar a revelação de


Deus que ocorre na Igreja tornando-a o depósito da fé expressa na Tradição,
nas Escrituras e no Magistério. Essa revelação é anunciada e testemunhada
pelos cristãos.

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