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Curso de Extensão

CARACTERIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE
PRODUTOS FLORESTAIS

Área de Química, Adesivos e Borracha Natural


Alessandro Moreira

Brasília, 16 a 24 de novembro de 2016


Madeira
Características da Madeira

• HETEROGÊNEO

• ANISOTRÓPICO

• HIGROSCÓPICO

• DURÁVEL
Composição química
1. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA MADEIRA

• Não há diferença significativa quando aos teores dos principais


componentes da madeira, sejam elas coníferas ou folhosas:

Elemento Teor (%)


Carbono - C 49 – 50
Hidrogênio - H 6
Oxigênio - O 44 – 45

• Além destes elementos encontram-se pequenas quantidades de


Silício - Si, Cálcio - Ca, Potássio - K, Magnésio - Mg e outros,
constituindo as substâncias, minerais existentes na madeira,
Composição química
SUBSTÂNCIAS MACROMOLECULARES
• Os principais componentes macromoleculares (Alto que compõem a
parede celular e estão presentes em todas as espécies são:

 Celulose
 Hemiceluloses (Polioses)
 Lignina

• A maior parte dos componentes são de alto peso molecular, ou seja, a


madeira é um sistema interpenetrado de polímeros de alto peso
molecular.

• Os polímeros que constituem a madeira são difíceis de serem isolados


sem modificações significativas.
Composição química
1. COMPONENTES QUÍMICOS DA MADEIRA

• Os componentes minoritários, de baixo peso molecular e são


geralmente mais relacionados à madeira de algumas espécies.

• Extrativos:

 São metabólitos secundários produzidos pela espécie em função de


alguma necessidade da planta (proteção, atração) “terpenos, ceras,
óleos, resinas, alcalóides, taninos, etc.”

• Compostos inorgânicos:

 Sais e Óxidos de uma forma geral


Composição química
Composição química
• Esquema geral dos componentes da madeira

Madeira

Substâncias de baixo PM Subst. Macromoleculares

Orgânicos Inorgânicos Polissacarídeos Lignina

Extrativos Cinzas Celulose Polioses


Composição química
• As proporções e a composição química da lignina e polioses diferem
em coníferas e folhosas, enquanto que a celulose é um componente
uniforme da madeira, tanto em coníferas como em folhosas.

• Em madeiras de zona temperada, os compostos macromoleculares que


formam a parede celular variam de 97 – 99%.

• Para madeiras tropicais este valor decresce para uma média de 90%.

• Os polissacarídeos representam 65 – 75%.


Composição química

• Composição média de madeiras de coníferas e folhosas

Constituintes Coníferas Folhosas*


Celulose 42 ± 2% 45 ± 2%

Polioses (hemiceluloses) 27 ± 2% 30 ± 5%

Lignina 28 ± 2% 20 ± 4%

Extrativos 5 ± 3% 3 ± 2%

* Em madeiras tropicais lignina em torno de 30% é frequente e valores de


extrativos na faixa de 20% já foram relatados.
Polissacarídeos da madeira
• Celulose
 É o polissacarídeo mais abundante da natureza.

 É encontrado em todas as plantas, desde altamente desenvolvidas a


organismos primitivos.

 Principal componente da parede celular dos vegetais, representando


aproximadamente 50% tanto de coníferas como de folhosas.;

 40% de todo o carbono das plantas está na celulose. Suporte funcional


da madeira.

 Polímero de alto peso molecular, constituído exclusivamente de β-


glicose.
Polissacarídeos da madeira
• CELULOSE
 É um polissacarídeo que apresenta como um polímero de cadeia linear
com comprimento suficiente para ser insolúvel em solventes orgânicos,
água, ácidos e álcalis diluídos, todos a temperatura ambiente, consistindo
única e exclusivamente de unidades de β-D-anidroglucopiranose unidas
por ligações do tipo (1 4), possuindo uma estrutura organizada e
parcialmente cristalina.

n = Unidade de repetição (celobiose)


Polissacarídeos da madeira
• CELULOSE

Celobiose: É a unidade de repetição da celulose e é formada por


duas unidades de D-glicose com a perda de uma molécula de água
Celulose
As ligações de hidrogênio ocorrem entre as hidroxilas de
Unidades glicosídicas adjacentes (ligações intramoleculares) e
entre hidroxilas de cadeias adjacentes de celulose (ligações
intermoleculares).
Celulose
• Ligações de hidrogênio entre cadeias de celulose (ligações
intermoleculares).
Ligações de hidrogênio e sua relação com a água
• As ligações de hidrogênio ocorrem também entre hidroxilas da
celulose com moléculas de água.
• A absorção de água pela celulose depende do número de hidroxilas
livres.

• A entrada de água (adsorção) na estrutura celulósica provoca o


inchamento desta estrutura.
• O processo reverso, a dessorção de água, provoca a contração.
Relações Madeira e água
• Na dessorção ou processo de secagem temos:

• Quebra das ligações de hidrogênio entre as moléculas de água


(ligações com mais baixo nível de energia do sistema).

• Parte da água é removida e as superfícies das cadeias de celulose


se aproximam.

• O processo continua até que apenas uma camada monomolecular


de água permaneça entre as duas superfícies de celulose.

• Finalmente as ligações de hidrogênio entre as hidroxilas da água e


celulose são quebradas e novas ligações de hidrogênio
intermoleculares são estabelecidas.
Relações Madeira e Água
• Teor de água

• A água contida na madeira verde encontra-se em duas condições


distintas:

1. Água livre – que preenche os espaços celulares vazios (lúmen),


que é expulsa com relativa facilidade por secagem ao ar.

2. Água retida ou de ligação – que se mantém ligada a parede


celular por ligações de hidrogênio ou forças de Van der Waals,
requerendo uma maior energia para sua libertação.
Ponto de Saturação das fibras (PSF)
• Situação na qual toda a água livre foi expulsa, encontrando-se saturadas
as fibras celulares.
• Corresponde a um teor de água de aproximadamente 25-30% para a
maioria das espécies. Geralmente, considera-se 28%.
• Acima do PSF as trocas de água traduzem-se apenas em variação de peso,
abaixo deste valor há lugar para retração (contração) ou inchamento da
madeira.
Estruturas da Celulose
• Regiões Cristalinas
 Fortemente ligadas por ligações de hidrogênio.
 Área de difícil acesso.
 Dificuldade de solubilização em reações.

• Região amorfa
 Fracamente ligadas por pontes de hidrogênio.
 Facilmente penetrada por solventes.
 Fácil dissolução.
 Reativa.
Estruturas da Celulose
Estrutura Fibrilar da Celulose (Morfologia)

• Fibrila (Macrofibrila)

 Composta por um feixe de microfibrilas celulósicas, tem aproximadamente


2000 Angstrons de largura.

 As fibrilas possuem comprimento indefinido e no corte transversal são


vistas como blocos organizados envoltos por uma matriz de lignina e
hemicelulose.
Estrutura Fibrilar da Celulose (Morfologia)

• Microfibrila

 Aproximadamente 120 X 120 Angstrons e comprimento indefinido.

 Agregado de cadeias de celulose

 Formada por um feixe de fibrilas elementares.


Estrutura Fibrilar da Celulose (Morfologia)

• Fibrila Elementar

 Unidade básica da morfologia da celulose.

 30 X 30 Angstrons de secção e 300 Angstrons de comprimento

 O comprimento é aproximadamente determinado pela distâncias entre 2


regiões amorfas.
Estrutura Fibrilar da Celulose (Morfologia)
Hemicelulose (polioses)
 As hemiceluloses são polissacarídeos de baixo peso molecular,
associados com a celulose e a lignina.

 Provavelmente não existe ligação química entre a celulose e as


hemiceluloses, mas suficiente adesão mútua é providenciada por
ligações de hidrogênio e forças de van der Waals.

 A cadeia principal pode ser constituída por um único tipo de unidade


de açúcar (homopolímero), como por exemplo as xilanas que são
formadas apenas por unidade de xilose; ou por dois ou mais tipos de
unidades de açúcares (heteropolímero), como por exemplo as
glucomananas, formadas por unidades de glucose e manose.

 Hemiceluloses + celuloses = Holocelulose.

 Representam 20 – 30% da massa da madeira


Hemicelulose (polioses)
• Estado físico

 As hemiceluloses não são cristalizadas sem que antes as cadeias laterais


(ramificações) sejam removidas. Portanto, a hemicelulose nativa é amorfa.

• Função

 A função da celulose e lignina é obviamente imprimir alta resistência a


tensão e compressão à árvore, respectivamente. A função das
hemiceluloses não é tão óbvia. É possível que elas sirvam como um
intermediário entre a celulose e a lignina, talvez facilitando a incrustação
das microfibrilas.
Hemicelulose (polioses)
• Diferenças entre Celulose e Hemiceluloses

Celulose Hemiceluloses

Constituída por um único tipo de Constituída por vários tipos de


unidade de açúcar unidades de açúcares
Elevada grau de polimerização GP Baixo GP ou DP ≈ 200
ou DP), ≈ 8.000 - 10.000
Forma Fibra Não produz fibra

Possui regiões cristalinas e amorfas Só possui regiões amorfas

É lentamente atacada por ácidos Sofre rápido ataque ácido

É insolúvel em álcali É solúvel em álcali


Hemicelulose (polioses)
As unidades de açúcares que formam as hemiceluloses podem ser
agrupadas em pentoses, hexoses, ácidos hexurônicos e deoxi-hexoses:
PENTOSES HEXOSES ÁCIDOS DEOXI-
URÔNICOS HEXOSES
O CH2OH
COOH
O
OH HO OH
O O CH3
OH OH OH
HO OH OH
HO HO
OH OH OH
OH OH
β-D-Xilose β -D-Glucose Ác. β -D-Glucurônico α-L-Ramanose
COOH
O CH2OH O
HO OH O OH
O CH3
OH OH OH OH
H3CO OH HO
OH OH
HO OH OH
OH
α-L-Arabinopiranose Ác. α -4 – O - metil
β -D-Manose
Glucurônico α-L-Fucose
O OH OH COOH
O O
HO HO
HOH2C OH OH
OH
OH OH

OH OH OH

α-L-Arabinofuranose α-D-Galalactose Ác. α-D-Galalacturônico


Hemicelulose (polioses)
Hemiceluloses das Folhosas (Hemiceluloses de madeiras de fibra curta – MFC)

Glucuronoxilanas
• Componente hemicelulósico majoritário das folhosas, O-Acetil-4-
Metil Glucuronoxilana, também denominado simplesmente de
XILANA. Representa 15 – 30% da madeira seca de folhosas.

4--D-Xylp-1
[ 4--D-Xylp-1
2, 3 ]
7
4--D-Xylp-1 4--D-Xylp-1 4--D-Xylp-1
2

ACETIL 1
4-O-Me--D-GlcpA

• Unidade de repetição da glucuronoxilana. Grupo acetil é CH3CO-.


Hemicelulose (polioses)
A cadeia principal é formada por unidades de β-D-Xilopiranoses conectadas
por ligações (1 4).

COOH
O
OH
H3CO
O OH
OH O
O O
O O
O Ac OH O Ac OH
OH
O O O
O O
OH OH OAc

Estrutura química parcial do O-Acetil-4-Metil Glucuronoxilana das folhosas.


Hemicelulose (polioses)
 Possui como ramificações grupos acetilas nos C2 e C3 (em
aproximadamente 70% das unidades de xilose) e Ácido α-D-4-O-Metil
Glucurônico ligado em α(1 2) em aproximadamente 10% das unidades
de xilose.

 As ligações xilosídicas são facilmente hidrolisadas por ácidos, enquanto as


ligações entre os grupos de ácidos urônicos e a xilose são muito
resistentes.

 Os grupos acetilas são facilmente removidos por bases e são lentamente


hidrolisados formando ácido acético em uma árvore viva, o que é
responsável pelo pH ácido do cerne.

 GP = 100 - 200.
Hemicelulose (polioses)
Glucomananas
 Além das xilanas as madeiras de folhosas contém 2 – 5% de glucomanas, a qual é
composta por unidades de β-D-Glucopiranoses e β-D-Manopiranoses conectadas
por ligações (1 4), formando um polímero linear ou ligeiramente ramificado.

4--Glcp-1 4--Manp-1 4--Glcp-1 4--Manp-1 4--Manp-1

 A relação Glucose : Manose varia de 1:2 a 1:1, dependendo das espécies


consideradas.
 As ligações manosídicas entre unidades de manose são hidrolisadas por ácidos
mais rapidamente que as glucosídicas. Em geral, pode-se dizer que as
glucomanana são facilmente hidrolisadas.
 GP = 60 - 70
Hemicelulose (polioses)
Hemiceluloses das Coníferas (Hemiceluloses de madeiras de fibra longa – MFL)

 Galactoglucomananas (O-Acetil-Galactoglucomanas)

 São as principais hemiceluloses das coníferas, aproximadamente 20-25%.

 A cadeia principal formada por unidades de β-D-Glucopiranoses e β-D-


Manopiranoses, conectadas por ligações (1 4). A unidade α-D-
Galactopiranose está conectada a cadeia principal por uma ligação (1 6).

 A cadeia principal é levemente ramificada como nas espécies black spruce e


red pine, mas são lineares em pinus scots e pinus radiata.
Hemicelulose (polioses)
CH2OH
O
HO
OH
O

OH
CH2OH CH2 CH2OH
O Ac
O O O
O O
OH OH OH OH O Ac OH OH
OH
O O O
O O
CH2OH OH
CH2OH

4--D-Glc p-1 4--D-Man p-1 4--D-Glc p-1 4--D-Man p-1 4--D-Man p-1 4--D-Man p-1
6 2 ou 3

1
-D-Galp ACETILA

• As posições C2 e C3 das unidades de glucose e manose são


parcialmente substituídas por grupos acetilas, em uma média de
um grupo acetila para 3 – 4 unidades de hexoses.
Hemicelulose (polioses)
• Arabinoglucuronoxilana
 5 – 10% da massa seca das coníferas.

 A cadeia principal é formada por unidades de β-D-Xilopiranoses


conectadas por ligações (1 4), sendo parcialmente substituídas no
C2 por ácido 4-O-Metil-α-D-Glucurônico em uma média de 2 grupos
ácidos para cada 10 unidades de xilose (20%).

 A estrutura ainda contém unidades de α-Arabinofuranose na


proporção de 1,3 unidades para 10 unidades de xilose (13%),
conectadas por ligações (1 3).

 Tanto a arabinose como o ácido glucurônico são ramificações que


estabilizam a cadeia de xilanas frente as reações de degradação por
álcalis.
Hemicelulose (polioses)
COOH OH
O
HOH2C
OH OH
H3CO
OH O
O
OH O
O O
O O
OH OH OH O
OH
O O O
O O
OH OH OH

4--D-Xyl p-1
[ 4--D-Xyl p-1
2 ]2
4--D-Xyl p-1 4--D-Xyl p-1
3 [ ]
4--D-Xyl p-1
5
4--D-Xyl p-1

1 1
4-O-Me--D-GlcpA
-L-Araf
Hemicelulose (polioses)
• Arabinogalactanas

 Em geral representam 0,5 – 3% da madeira seca de coníferas, mas no


cerne do Lariço (Larch) representa 10 – 25%.

 A cadeia principal é formada por unidades de β-D-Galactopiranose


conectadas por ligações (1 3).

 Quase todas as unidades são ramificadas no posição C6, principalmente


por β-D-Galactopiranose conectadas por ligações (1 6), mas também
por α-L-Arabinofuranose. Podendo existir unidades de β-L-Arabinopiranose
conectadas por ligações (1 3) à unidades de α-L-Arabinofuranose.

 Há também algumas poucas ramificações de ácido glucurônico presente na


molécula.
Hemicelulose (polioses)
Lignina
 São constituídas por um sistema aromático de fenilpropano,
diferentemente dos polissacarídeos.

 Morfologicamente a lignina é uma substância amorfa localizada na


lamela média e na parede secundária.

 É o último componente a ser incorporado na parede celular,


interpenetrando as fibrilas, fortalecendo e enrijecendo as paredes
celulares.

 Existem diferenças estruturais entre as ligninas de coníferas e


folhosas.
Lignina
 Atualmente sabe-se que a Lignina é basicamente um polímero aromático
constituído de um sistema heterogêneo e ramificado sem nenhuma
unidade de repetição definida.

 O sistema e totalmente amorfo e ligado quimicamente às hemiceluloses.

 A lignina ocorre em quase todas as plantas mas sua composição não é


idêntica em todas elas. As ligninas isoladas de folhosas, coníferas e
gramíneas possuem estruturas básicas muito diferentes .

 O papel biológico da lignina nas plantas vivas é formar, juntamente com a


celulose e outros carboidratos da parede celular, um tecido de excelente
resistência e durabilidade.

 A lignina também reduz a permeabilidade da parede celular à água, o que


facilita seu transporte longitudinal na planta.
Lignina
 Quimicamente as ligninas são definidas como um produto natural
polimérico formado por meio de uma polimerização desidrogenativa
enzimática de três precursores (álcoois cinamílicos):
H2C OH H2C OH H2C OH

CH CH CH
HC HC HC

O CH3 H3C O O CH3


HO HO HO
(G) (S) (H)
 Monômeros percussores da lignina: Guaiacil (G), Sirigil (S) e p-Hidroxifenil (H)

 Folhosas [G, S]; Coníferas [G,H]; Gramíneas [G, S, H]


Lignina
• Ligações típicas entre os radicais (dilignols)
Lignina
• Exemplos de estruturas maiores de lignols.
Lignina
• Estrutura esquemática da lignina de spruce (conífera), Adler 1977
Lignina
• Estrutura esquemática da lignina de beech (folhosa), Nimz 1974.
Componentes acidentais
 Todas as espécies de madeira e outros tecidos vegetais contém pequenas
quantidades, em alguns casos apreciáveis quantidades, de substâncias
além da celulose, hemiceluloses e lignina.

 Estes constituintes adicionais são chamados de componentes acidentais


ou componentes estranhos.

 Muitas dessas substâncias são extraíveis com solventes orgânicos ou água


e são referidas como extrativos.

 Outros componentes acidentais, tais como: proteínas, materiais


inorgânicos, ácidos e sais orgânicos são parcialmente insolúveis nos
solventes usados para remover os extrativos.
Componentes acidentais
 O teor e a composição dos extrativos é variável com a espécie, idade da
árvore, região, etc.

 Também depende do método de extração, data do corte (abate),


porcentagem de cerne, etc.

 Os extrativos são na maioria das vezes produzidos pelas árvores como


mecanismo de proteção contra predadores que desejam consumir os
componentes da parede celular.

 Predadores:
 Insetos que se alimentam das folhas,
 Térmitas que se alimentam da madeira.
 Fungos que degradam ou mancham a madeira . Fungos de podridão branca se
alimentam da lignina, fungos de podridão parda se alimentam da celulose.
Componentes acidentais
• Os extrativos são,muitas vezes, responsáveis por determinadas
características da madeira, tais como:
• Cor,
• Cheiro,
• Durabilidade natural (resistência natural ao apodrecimento),
• Gosto,
• Propriedades abrasivas.

• Normalmente a casca é mais rica em extrativos que o cerne e o


alburno. O cerne é mais rico em extrativos que o alburno.
Componentes acidentais
• Por que estudar extrativos de madeira:

 Podem ser fonte importante de moléculas biologicamente ativas

 Poucas espécies da flora brasileira foram estudadas em busca de


compostos bioativos

 Brasil detém a maior diversidade vegetal do mundo

 De acordo com o coeficiente de conversão volumétrica, adotado pelo


Ibama, são necessários 1,8 m3 de toras para gerar 1 m3 de madeira serrada
e laminados.
Componentes acidentais
Componentes acidentais
Coluna cromatográfica de sílica
Componentes acidentais

Vatairea paraensis (Extrato apolar)

Fracionamento do extrato apolar

Fração 2
Componentes acidentais
Técnicas para identificação de compostos

CG-MS
HPLC

RMN
FTIR
Componentes acidentais

Cromatograma CG

Espectro de massa e provável composto pela biblioteca NIST


(antracenediona)
Componentes acidentais
Comprovando a estrutura do composto

Cromatograma (HPLC) da fração 2

Técnicas complementares:
1. RMN
2. FTIR Cromatograma (HPLC) do padrão
Componentes acidentais
Comprovando a estrutura do composto

Espectro RMN de Hidrogênio


Componentes acidentais
• Compostos Inorgânicos (minerais)

 O teor de minerais da madeira é usualmente expresso como teor de


cinzas.

 Os principais minerais encontrados são cálcio, fósforo, magnésio e silício.

 O silício na forma de sílica (SiO2) as vezes é abundante em algumas


matérias-primas fibrosas, especialmente em resíduos agrícolas como
palha de arroz e bagaço de cana.

 A sílica em madeira pode ocasionar em desgaste das ferramentas de


corte, por outro lado confere durabilidade a madeira contra organismos
marinhos.
Componentes acidentais

• Fotomicrografia ilustrando a presença de sílica na


• Apuleia molaris (garapa). As setas indicam a localização dos
• corpos silicosos amorfos nas células do parênquima axial.
Componentes acidentais
Componentes acidentais
Caracterização de madeira
PROBLEMAS DAS ANÁLISES QUÍMICAS DA MADEIRA

 A principal dificuldade na análise geral da madeira não é o número de


componentes, os quais são muito diferentes na sua composição química e
comportamento, mas antes no fato de que a macromoléculas da parede
celular se encontram numa associação ultraestrutural e química muito
íntima.

 Não existe ainda um método totalmente satisfatório para a separação dos


constituintes da madeira. O isolamento dos componentes de acordo com as
classes macromoleculares descritas anteriormente é praticamente
impossível.

 Nas etapas intermediárias da análise química da madeira da madeira,


porções de lignina permanecem com os polissacarídeos isolados e mesmo a
celulose e polioses dificilmente podem ser separadas qualitativamente sem
a degradação e mudanças nas suas propriedades moleculares.
Caracterização de madeira
• Os componentes macromoleculares da parede celular do ponto de
vista da análise de madeira

100%
Lignina residual
80%
58% Poliose residual

28%

Madeira Holocelulose α-Celulose Polioses Lignina


Caracterização de madeira
 Celulose, hemiceluloses e lignina existem na madeira como um sistema
interpenetrado. A separação destes componentes, não-modificados e
sem contaminação, ainda não foi obtida. Parte da dificuldade em se
atingir esta tarefa é atribuída ao fato das ligações entre a lignina e os
carboidratos (complexo lignina-carboidrato).

 Apesar destes problemas, técnicas de separação e análise fornecem


importantes informações quanto a composição química da madeira.

 Análise somativa dos constituintes químicos da madeira busca atingir um


balanço analítico de 100%. Entretanto, resultados entre 98 e 101% são
aceitáveis.
Bibliografia sugerida
Fengel, D., & Wegener, G. (1983). Wood: chemistry, ultrastructure, reactions. Berlin: Walter de Gruyter & Co.

Klock, H., Muñiz, G. I., Hernandez, J. A., & Andrade, A. S. (2005). Química da Madeira (3ª - Revisada ed.). Curitiba, Paraná, Brasil:
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - UFPR.

Rowell, R. M., Pettersen, R., Han, J. S., Rowell, J. S., & Tshabalala, M. A. (2005). Cell Wall Chemistry. In: R. M. Rowell (Ed.),
HANDBOOK OF WOOD CHEMISTRY AND WOOD COMPOSITES (First ed., p. 487). CRC Press.

Sjöström, E. (1981). WOOD CHEMISTRY Fundamentals and applications (First ed.). Espoo: Academic Press.

TAPPI - T 204 om-88. (s.d.). TAPPI - T 204 om-88 - Solvent extratives of wood and pulp. Atlanta, GA: TAPPI - Technical Association of
the Pulp and Paper Industry.

TAPPI - T 211 om-93. (s.d.). TAPPI - T 211 - Ash in wood, pulp, paper and paperboard: combustion at 525°C. Atlanta, GA: Technical
Association of the Pulp and Paper Industry.

TAPPI - T222 om-88. (s.d.). TAPPI - T222 om-88 - Acid-Insoluble Lignin in Wood and Pulp. Atlanta, GA: TAPPI - Technical Association
of the Pulp and Paper Industry.

TAPPI - T250. (s.d.). TAPPI - T250 - Acid-soluble lignin in wood and pulp. Atlanta, GA: Technical Association of the Pulp and Paper
Industry.

TAPPI - T-264 om-88. (1996). T-264 om-88 - Preparation of wood for chemical analysis. Atlanta, GA: TAPPI - Technical Association
of the Pulp and Paper Industry.

Templeton, D., & Ehrman, T. (1995). Determination of Acid-Insoluble Lignin in Biomass - LAP-003. National Renewable Energy
Laboratory - NREL.

Templeton, D., & Ehrman, T. (1995). Determination of acid-Soluble Lignin in Biomass - LAP-004. National Renewable Energy
Laboratory - NREL.

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