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CONSOLIDAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

APLICAÇÃO PRÁTICA

Turma: PCA – Auditoria


Professor: Léo Lincoln Leandro
Semestre: 2023.2

AP2
Contextualização

O Projeto Curricular Articulador (PCA), uma unidade curricular obrigatória, que tem
como objetivo geral criar uma solução para situações problema da prática profissional,
visando a consolidação das competências da trabalhabilidade. É uma unidade
curricular chave porque oportuniza a articulação dos conhecimentos, sendo
desenvolvida em todos os fluxos das matrizes curriculares dos cursos.
O PCA visa contribuir para uma aprendizagem significativa, buscando a autonomia
intelectual e o desenvolvimento profissional e pessoal dos profissionais em formação
(aluno), por meio da articulação entre o ensino, a pesquisa e a extensão e do
desenvolvimento de solução para a situação problema (produto) no âmbito de
atuação do egresso.

Proposta de Trabalho

O trabalho do Projeto Curricular Articulador de Auditoria deve ser elaborado em três


etapas, contendo obrigatoriamente:
Capa, contracapa, sumário, introdução, desenvolvimento, exemplos práticos
(quando cabível), considerações finais e referências.

Orientações

Inicialmente com base na bibliografia sugerida e nos diversos artigos e matérias sobre
o caso de fraude contábil ocorrido na companhia indiana SATYAM. O grupo deverá
escrever um relatório descrevendo os atos fraudulentos realizados pela companhia
SATYAM, ao descrever os atos o grupo deve, com base no Normativo Contábil
Brasileiro atual, dar as devidas fundamentações. Portanto, o grupo poderá utilizar,
além das bibliografias sugeridas outras fontes que entenda necessário.

Importante:

 Por se tratar de trabalho acadêmico deverá ser no formato ABNT, não


esquecer de observar a data de entrega da atividade (AP2).

 Necessário salvar o trabalho em formato PDF antes do envio.


 A data final de entrega dessa atividade é dia 13/11/2023.

 O TRABALHO DEVERÁ SER REALIZADO EM GRUPO: Equipe/grupo de


no máximo 6 pessoas; basta que apenas 1 integrante da equipe envie o
arquivo pelo CANVAS.

Bibliografia sugerida para a fundamentação teórica:


Referências Básicas

IUDICIBUS, Sergio de et al.. Manual de Contabilidade Societária - Aplicável a Todas


as Sociedades. São Paulo: Atlas, 2018.

CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil: teoria e prática. 10. ed. São
Paulo: Atlas, 2016.

FREZATTI, Fábio. Orçamento empresarial: planejamento e controle gerencial.


6. ed. São Paulo: Atlas, 2017.

PADOVEZE, Clóvis Luiz. Controladoria estratégica e operacional. 3. ed. São


Paulo: Cengage Learning, 2013.

Pronunciamentos emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis;

Normas de Auditoria Externa e Auditoria Interna emitidas pelo Conselho Federal de


Contabilidade;

Código de Ética Contábil;

Critérios de avaliação
Indicadores Pontuação
Coerência do atendimento ao enunciado proposto 12
Capacidade argumentativa e clareza na exposição das ideias e conceitos 12
Correção gramatical 3
Utilização das normas da ABNT na formatação, citações e referências 3
Artigo.

Gigante indiana Satyam abala mercados com fraude contábil

O presidente do conselho de uma das maiores empresas indianas de informática reconheceu


ter forjado resultados financeiros básicos, como um caixa fictício de mais de US$ 1 bilhão. A
revelação repercutiu em todo o mundo empresarial da Índia, e provavelmente fará muitos
investidores questionar a validade dos resultados empresariais no país, agora que sua
economia, antes tão aquecida, está arrefecendo.

B. Ramalinga Raju, fundador e presidente do conselho da Satyam Computer Services Ltd. -


"satyam" significa verdade em sânscrito - declarou, em uma carta de renúncia, que há vários
anos vem inflando os lucros em seus balanços, assim como os ativos, e contabilizando
dívidas abaixo do valor real delas. Por fim, disse, esse esquema atingiu "proporções
simplesmente inadministráveis", o que o deixou numa posição semelhante à de "estar
montado em um tigre, sem saber como saltar fora sem ser devorado".

A notícia despertou preocupações quanto à governança corporativa e as normas de


contabilidade de todo esse setor na Índia, especialmente porque a Satyam era auditada pela
PricewaterhouseCoopers e até pouco tempo atrás tinha no conselho membros independentes
de notoriedade, como um professor da Escola de Direito de Harvard. Era também uma das
principais empresas do setor no país, um dos ícones que passaram a definir a nova indústria
indiana, moderna e com tecnologia de ponta, capaz de competir na arena mundial.

A PricewaterhouseCoopers comunicou que está examinando as declarações de Raju e não


quis fazer mais comentários.

De imediato foram feitas comparações com as profundas transformações realizadas nos


Estados Unidos nas normas de governança e contabilidade corporativa que resultaram da
crise da Enron. Num comunicado, a Confederação das Indústrias Indianas, influente grupo
do setor, declarou: "Existe a necessidade de examinar imediatamente as brechas na
regulamentação, contabilidade, auditoria e governança que permitiram que tais lapsos
ocorressem, e tratar de saná-los com urgência".

As ações do índice Sensex, referência da Bolsa de Valores de Bombaim, caíram 7,3%,


fechando em 9.586,88. Em Mumbai, as ações da Satyam caíram 78%, para 39,96 rupias. A
Bolsa de Nova York não negociou os ADRs da empresa ontem.

C.B. Bhave, presidente da Comissão de Valores Mobiliários da Índia, principal órgão


regulador dos mercados, disse em entrevista pela televisão que a fraude parece ser "de uma
magnitude horripilante". O governo deve passar o caso para a agência que investiga fraudes
graves. Raju, de 54 anos, não estava disponível para comentar, segundo um porta-voz da
Satyam.

Filho de um fazendeiro, Raju tirou seu MBA na Universidade de Ohio, dos EUA, e voltou para
a Índia convicto de que o país deveria se tornar competitivo em nível global, segundo uma
pessoa que o conhece. Foi dos primeiros a reconhecer que havia um potencial de
crescimento para as firmas indianas de tecnologia se aproveitassem a chance de remediar
os eventuais erros de software que se acreditava ameaçar computadores do mundo todo na
mudança do milênio.

Fundada em 1987, a Satyam tornou-se a quarta maior firma de tecnologia da Índia em


vendas, empregando 53.000 pessoas em sua sede na cidade de Hyderabad, no sul do país.
Enquanto fazia a empresa crescer, Raju também patrocinou uma série de fundações sem fins
lucrativos, destinadas a melhorar a vida da população rural da Índia com projetos de saúde e
tecnologia.

A Satyam conta entre seus clientes com gigantes multinacionais como a Nestlé SA, a General
Electric Co., a Caterpillar Inc., a Sony Corp. e a Nissan Motor Corp. Mesmo assim, é sabido
que Raju costumava se queixar de que a Satyam nunca atingira a alta visibilidade de firmas
de tecnologias maiores como Wipro Ltd. e Infosys Technologies Ltd.

Um porta-voz da Nissan disse que a empresa não tem planos de cortar suas relações com a
Satyam, mas que "estará atenta à situação no futuro".

Uma porta-voz da Nestlé disse que a Satyam tinha garantido a continuação dos serviços
normais e que não se esperava nenhuma interrupção. Sony e Caterpillar não quiseram
comentar. A GE não respondeu aos pedidos de comentário.

A queda da Satyam ocorre numa época difícil para as firmas indianas de tecnologia, que
passaram a simbolizar as aspirações do próprio país como superpotência comercial e grande
força mundial na terceirização de serviços e gestão de dados. O setor, embora empregue
diretamente apenas 2 milhões dos 1,1 bilhão de habitantes da Índia, ajudou a construir um
pujante setor de serviços em metrópoles movimentadas como Bangalore, Mumbai, Déli e
Hyderabad.

Mas o setor foi basntante atingido agora que muitos clientes estão sucumbindo ao declínio
da economia mundial. Wall Street é um grande cliente. No ano fiscal terminado em 31 de
março de 2008, a Satyam divulgou US$ 2,1 bilhões de faturamento, dos quais US$ 400
milhões vieram de montadoras, entre elas as combalidas General Motors Corp. e Ford Motor
Co., segundo a empresa, embora os números de vendas da empresa agora esteja sob
questão.

Em uma visão mais ampla, banqueiros e analistas já disseram que a desaceleração


econômica da Índia pode provocar mais revelações negativas de empresas do país. Algumas
começaram como pequenas firmas familiares e em poucos anos se tornaram grandes
multinacionais, sem ter desenvolvido os padrões de transparência e governança corporativa
que os investidores internacionais esperam encontrar.
"Há boas chances de que casos assim aumentem, nos quais haja certas irregularidades
contábeis e a verdade tenha sido suprimida", disse Jigar Shah, diretor de análise da Kim Eng
Securities India Ltd. de Mumbai.

Esses problemas podem tornar mais difícil para a Índia atrair de volta as enormes somas de
investidores internacionais, dinheiro que fugiu do país quando a economia começou a esfriar.
Ontem a Aberdeen Asset Management, firma de investimentos do Reino Unido que era a
maior acionista da Satyam, vendeu toda a sua participação de 5,2%. Um porta-voz da
Aberdeen preferiu não comentar.

Em sua carta de confissão de cinco páginas para o conselho da Satyam, Raju disse que no
começo o hiato entre o lucro operacional real da empresa e o que constava no balanço era
insignificante. Mas conforme a Satyam cresceu e seus custos aumentaram, também se
expandiu a diferença. Raju temia que se o desempenho da empresa fosse visto como fraco,
isso poderia levar a uma tentativa de aquisição que exporia a lacuna. Então, criou maneiras
de tapar o buraco.

Fonte: Valor Econômico


Data: 08/01/2009
Autor: Niraj Sheth, Jackie Range e Geeta Anand (The New Street Journal)

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