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13.

MERCADO FINANCEIRO – OUTROS


PRODUTOS NÃO CLASSIFICADOS
COMO VALORES MOBILIÁRIOS

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Sumário
Referência - Prova .................................................................................................................................2
13.1 Títulos Públicos Federais, Estaduais e Municipais ........................................................................3
LFT .....................................................................................................................................................3
NTN-B ................................................................................................................................................4
NTN-B Principal .................................................................................................................................5
LTN ....................................................................................................................................................5
NTN-F ................................................................................................................................................6
13.2 Negociação de títulos públicos, Mercado Primário e Secundário ................................................7
Tesouro Direto...................................................................................................................................7
Títulos Privados .................................................................................................................................9
Certificado de Depósito Bancário – CDB ............................................................................... 9
Letra de Câmbio (LC) ........................................................................................................... 11
Letras Financeiras ................................................................................................................ 12
Letras Hipotecárias (LH) ...................................................................................................... 13
Letra de Crédito Imobiliário (LCI) ........................................................................................ 14
Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) ............................................................................... 14
Recibo de Depósito Bancário (RDB) .................................................................................... 15

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Referência - Prova
7 questões
- Correspondem a 8,75% do total da prova
- Quantidade mínima exigida de acertos: não há

• Títulos de Renda Fixa


- Títulos Públicos Federais, Estaduais e Municipais
§ Tesouro IPCA (NTN – B Principal)
§ Tesouro Prefixado (LTN)
§ Tesouro Selic (LFT)
- Liquidação de Títulos Públicos na B 3
- Títulos Privados
§ CDB (Certificado de Depósito Bancário)
§ RDB (Recibo do Depósito Bancário)
§ LC (Letra de Câmbio)
§ CDI (Certificado de Depósito Interfinanceiro)
§ LCI (Letra de Crédito Imobiliário)
§ LH (Letra Hipotecária)
§ LF (Letra Financeira)
• Câmbio
- Liquidação de Câmbio
- Aspectos Tributários

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13.1 Títulos Públicos Federais, Estaduais e Municipais

Os títulos públicos, emitidos pelo Tesouro Nacional, têm por objetivo geral viabilizar a política
monetária. Alternativamente, podem ser emitidos para captar recursos para financiar o déficit
orçamentário, refinanciar a dívida pública (alongar seu perfil, por exemplo), realizar operações
específicas (certos tipos de pagamentos, precatórios etc.), viabilizar investimentos, dentre outras
funções.

No Brasil, as negociações com títulos públicos federais são mais comuns, pois representam um tipo
de investimento bastante seguro (de risco reduzido). Os principais títulos públicos federais emitidos
pelo Tesouro Nacional são o Tesouro Prefixado, o Tesouro Selic e o Tesouro IPCA.

LFT

A Letra Financeira do Tesouro (hoje conhecido do Tesouro Selic), é um título público federal cuja
rentabilidade é dada pela Taxa Selic acumulada no período de investimento, acrescida de ágio ou
deságio registrado no momento da compra do título. Logo, é um título pós-fixado. Não há pagamento
de juros periódicos, sendo os ganhos pagos somente no vencimento.

Valor de face (investido


+ rentabilidade)

Data da compra

Taxa de Juros no Período (Selic) Data de vencimento

Valor investido

O preço da LFT é dado pelo mercado e é função da oferta e da demanda do papel. Ao longo da
duração do título, esse preço guarda relação estreita com o VNA das LFTs. Em 1º de julho de 2000, o
Tesouro Nacional determinou que o VNA das LFTs era de R$1.000,00 e que a partir daquela data,
esse VNA seria atualizado diariamente pela Taxa Selic. Caso não ocorra ágio ou deságio, o preço do
título será igual ao seu VNA.

É possível que, no ato do investimento, a LFT ofereça uma remuneração ligeiramente acima ou
abaixo da Taxa Selic. Quando a rentabilidade é superior à Taxa Selic, dizemos que a LFT está sendo
negociada com deságio. Logo, o preço a ser pago pelo investidor será menor que o VNA. Quando a
rentabilidade oferecida é inferior à Taxa Selic, dizemos que a LFT está sendo negociada com ágio.

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Logo, o preço a ser pago na compra da LFT será maior que o VNA, fazendo com que o retorno
esperado até o vencimento seja menor do que a Taxa Selic.

Nos casos da existência de ágio ou deságio, a cotação da LFT será dada por um percentual do VNA,
calculado através da fórmula abaixo. Multiplicando essa cotação pelo VNA no ato da compra, tem-
se o preço a ser pago pelo investidor pela aquisição do título.

1
𝐶𝑜𝑡𝑎çã𝑜 = 𝑑𝑢
(1 − 𝑇𝑎𝑥𝑎)252

onde: taxa = retorno (maior ou menor) do que a Taxa Selic; e du = número de dias úteis entre a data
da compra e a da de vencimento da LFT.

A partir dessas informações, é possível calcular o preço de negociação, também denominado de


preço unitário. Para obtê-lo, basta multiplicar a cotação pelo valor nominal atualizado no momento
da compra:

𝐶𝑜𝑡𝑎çã𝑜
𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑒 𝑛𝑒𝑔𝑜𝑐𝑖𝑎çã𝑜 = 𝑉𝑁𝐴 ×
100

NTN-B

A Nota do Tesouro Nacional Série B (NTN-B) oferece uma taxa de juros predefinida no momento da
compra, mais a variação do IPCA. Logo, a rentabilidade oferece sempre um ganho real ao investidor.
Os cupons de juros são pagos semestralmente.

Juros semestrais
Valor de face nominal
(investido + rentabilidade)

Data da compra

Data de vencimento

Valor investido

Assim como a LFT, a NTN-B tem VNA, sendo esta ajustada pela variação do IPCA. A data-base definida
pelo Tesouro Nacional é de 15 de julho de 2000. Com VNA inicial de R$1.000,00, este vem sendo
atualizado pela variação do IPCA, e os cupons de juros são sempre calculados sobre o VNA. Isso
garante que a remuneração ao investidor seja efetivamente composta pelos juros remuneratórios e
pela variação do índice de preços.

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NTN-B Principal

Título pós-fixado cuja rentabilidade é composta por uma taxa pactuada no momento da compra mais
a variação do IPCA. Desta forma, proporciona ao investidor uma rentabilidade real, garantindo o
poder de compra do dinheiro.

Com vencimentos mais longos frente aos outros disponíveis, é indicado para quem deseja poupar
para a aposentadoria. Possui fluxo de pagamentos simples onde, no vencimento, o investidor recebe
o valor investido acrescido da rentabilidade. Aqui, o pagamento ocorre de uma só vez, no final da
aplicação.
Valor de face nominal
(investido + rentabilidade)

Data da compra
Juros pactuado + variação do IPCA Data de vencimento

Valor investido

O VNA da NTN-B e da NTN-B Principal é o mesmo. A diferença decorre de que, como a NTN-B
Principal faz apenas um pagamento ao investidor, incluindo juros e principal, o preço a ser pago por
um investidor da NTN-B Principal é bastante inferior ao seu VNA, de forma que a rentabilidade seja
obtida pela diferença entre o preço pago pelo título e seu preço de venda. A diferença é a ausência
de pagamentos periódicos no título Principal, cujo fato é refletido no preço a ser pago pelo papel.

LTN

Letras do Tesouro Nacional são títulos prefixados – sua rentabilidade é definida no momento da
compra, caso o investidor fique com o título até seu vencimento - que possuem valor nominal
múltiplo de R$1.000,00 e são negociados com deságio sobre o valor nominal no mercado, pagando
o investidor uma quantia inferior ao seu valor de face. O resgate se dá pelo valor nominal do título
independentemente de seu prazo de emissão. Mantendo o título até o vencimento, o investidor
receberá R$1.000,00 para cada unidade do papel (caso compre uma fração de título, receberá
proporcionalmente ao percentual adquirido).

As formas de colocação desses títulos se dão por oferta pública, com realização de leilões, podendo
se ao par, com ágio ou deságio, ou de forma direta, mediante expressa autorização do Ministério da
Fazenda, não podendo nesse caso ser colocadas por valor inferior ao par.

O prazo das LTNs é definido no momento de sua emissão.

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Valor de face nominal
(investido + rentabilidade)

Data da compra
Taxa de Juros Efetiva no período Data de vencimento

Preço unitário

Caso necessite vender o título antecipadamente, o Tesouro Nacional pagará seu valor de mercado,
de modo que a rentabilidade poderá ser maior ou menor do que a contratada na data da compra,
dependendo do preço do título no momento da venda.

Como se trata de um título com apenas um fluxo de caixa positivo, a LTN tem precificação simples.
Basta trazer a valor presente os R$1.000,00 que serão pagos na data de vencimento, considerando
uma determinada taxa de desconto e o número exato de dias úteis entre a data da precificação e a
data de vencimento.

1000
𝑃𝑟𝑒ç𝑜 = 𝑑𝑢
(1 + 𝑇𝑎𝑥𝑎)252

Os preços do Tesouro Prefixado variam conforme as diferentes expectativas acerca das taxas de juro
para períodos futuros, o que se traduz em diferentes taxas de desconto. Quanto maior a taxa de juro
praticada no mercado, menor será o preço de um Tesouro Prefixado.

NTN-F

As Notas do Tesouro Nacional – Séria F, são títulos cuja rentabilidade é prefixada e cujo rendimento
da aplicação é recebido pelo investidos ao longo do investimento, por meio dos cupons semestrais
de juros, e na data de vencimento do título, quando do resgate do valor investido somado à
rentabilidade do pagamento do último cupom de juros.

Juros semestrais
Valor de face nominal
(investido + rentabilidade)

Data da compra

Data de vencimento

Valor investido
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13.2 Negociação de títulos públicos, Mercado Primário e
Secundário

O Tesouro Nacional emite títulos da dívida pública no mercado primário, por meio de ofertas públicas
competitivas, na modalidade de leilões. Uma vez emitidos, os títulos podem ser livremente
negociados entre as partes, formando assim o mercado secundário de títulos públicos.
O bom funcionamento do mercado secundário promove a avaliação dos ativos financeiros de forma
mais eficiente e transparente, além de possibilitar uma melhor administração do risco, elevar a
liquidez e potencializar o mercado primário. A liquidez elevada torna o processo de formação de
preços mais eficiente, permitindo ao Tesouro Nacional emitir instrumentos financeiros com menor
custo e, consequentemente, menor risco de refinanciamento.
A liquidez de um título pode ser entendida como a capacidade de compra e venda e o respectivo
impacto nos seus preços. Desta forma, títulos líquidos são aqueles para os quais é possível a compra
e venda de uma quantidade padrão sem grandes efeitos para os preços praticados. As duas medidas
de liquidez mais comumente encontradas na literatura são o spread entre a taxa de compra e venda
e o volume negociado em relação ao seu estoque. No mercado secundário de títulos públicos
brasileiros, em função de incentivos presentes na legislação dos dealers, a liquidez tende a se
concentrar nos títulos e vencimentos que constam no rol dos títulos, que são objeto de negociação
dos dealers.

Tesouro Direto

Em 2002, a Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda criou o Tesouro Direto, sistema
que permite a compra de títulos públicos por investidores individuais via internet. Por meio do
sistema, os investidores podem investir em um título específico ou em uma carteira de títulos que
seja mais adequada às necessidades de retorno e de fluxo de caixa, sem ter de remunerar terceiros
pela administração e gestão de recursos.

Para operado no Tesouro Direto, pessoas físicas devem se cadastrar junto a uma instituição
financeira. Essa instituição atua como agente de custódia da posição do cliente e fornece uma senha
para que este possa acessar o sistema e assim fazer suas transações de compra e venda de títulos.

Existe um horário predefinido para operações no sistema: todos os dias úteis, entre 9h30 e 18h, os
investidores podem acessar o sistema e realizar investimentos e resgates, comprando e vendendo
títulos aos preços cotados pelo Tesouro Nacional no momento de cada transação. A aquisição dos
papéis pode ser de forma unitária (1 unidade de um título) ou fracionada (0,01 título), respeitando o

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valor mínimo de R$30,00 por título. O limite de aplicação por pessoa física, por mês, é de
R$1.000.000,00.

Quanto aos custos, existem duas taxas cobradas na negociação: taxa de custódia da B3 (cobrada
pela bolsa e equivalente a 0,3% ao ano sobre o valor aplicado no Tesouro Direto pela prestação dos
serviços de guarda dos títulos, manutenção do sistema e envio de extratos mensais aos investidores.
Cobrada semestralmente em janeiro e julho, ou no momento de recebimento dos juros semestrais,
resgate antecipado ou data de vencimento. A taxa é proporcional ao período de manutenção); e taxa
de administração/custódia (cobrada pelas instituições como remuneração pelos serviços de
cadastro, transferências de valores e recolhimento de IR. Varia conforme a instituição financeira,
sendo que muitas não a cobram, visando aumentar a atratividade).

Visando aumentar a popularidade dos Títulos Públicos, o Tesouro Direto definiu nomenclaturas mais
simples, de modo que sua fonte de retorno, bem como seus riscos, torne-se mais facilmente
compreensíveis para o investidor.

▪ LFT → Tesouro Selic;


▪ NTN-B → Tesouro IPCA+ com juros semestrais;
▪ NTN-B Principal → Tesouro IPCA+;
▪ LTN → Tesouro Prefixado;
▪ NTN-F → Tesouro Prefixado com Juros Semestrais.

Conforme discutido anteriormente, o risco de crédito no Tesouro Nacional é muito baixo, sendo
seguros e adequados para uma variedade de investidores. Cada título possui características únicas,
sendo indicados para objetivos diferentes. Para uma LFT, o risco de mercado é baixo, o que faz com
que este título seja indicado para investidores que não desejam ver flutuações de preços em suas
posições. Para proteção contra efeitos inflacionários, os títulos NTN-B e NTN-B Principal são mais
adequados. Para aqueles que querem a certeza do percentual de retorno, as LTNs e a NTN-F são
indicadas.

A escolha, conforme mencionado, deve ser direcionada para necessidade de fluxo de caixa de cada
investidor, bem como sua expectativa e prazo de retorno.

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Títulos Privados

Certificado de Depósito Bancário – CDB

O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é um título de renda fixa privada, constituindo uma
obrigação de pagamento futura de um capital aplicado em depósito a prazo fixo em instituições
financeiras. Tais recursos visam financiar o capital de giro destas empresas. As emissões dos CDBs
são feitas em função do volume de crédito demandado pelas empresas.
Estão autorizados por lei a emitir CDBs os bancos de investimento, comerciais, múltiplos, de
desenvolvimento e Caixa Econômica Federal.
O CDB pode ser transferido por meio de endosso, sendo, assim, negociável no mercado. Este pode
ser emitido com remuneração prefixada ou pós-fixada. O título prefixado informa ao investidor, no
ato da aplicação, quanto irá pagar em seu vencimento. O CDB pós-fixado, por sua vez, tem seus
rendimentos formados por um índice de mercado, sendo seu rendimento conhecido apenas no
vencimento. A remuneração pode estar vinculada à Taxa DI, à TR e à Selic.
Durante a vida do CDB, os juros são calculados sobre o valor atualizado de principal em base diária,
conforme convenção. Considera-se, para fins de cálculo, 252 dias úteis no ano, e a contagem de dias
é feita apenas se levando em consideração os dias úteis efetivamente decorridos.
Não existe um prazo mínimo para o CDB, porém este prazo influencia na tributação do mesmo. O
resgate ocorre na data do vencimento, definida no ato do aporte. O resgate caracteriza-se pelo
pagamento feito pela instituição financeira ao investidor. Porém, dado o dinamismo do mercado, é
possível encontrar CDB com liquidez diária, ainda que estes ofereçam rentabilidade inferior àquela
oferecida por papéis cujo pagamento de juros e principal ocorre apenas no vencimento.
O principal risco de um CDB é a insolvência da instituição financeira emitente, configurando o risco
de crédito. Nesse caso, o investidor tem sua aplicação garantida pelo FGC, sendo coberto valores
investidos por pessoas físicas ou jurídicas, em cada conglomerado financeiro, até o limite de
R$250.000,00 (limite total de R$1 milhão em quatro anos).
O risco de mercado ocorre quando o preço dos títulos apresenta flutuações, caso mais evidente nos
CDBs prefixados. Já o risco de liquidez depende, basicamente, dos termos negociados com a
instituição financeira emissora no momento da emissão dos papéis.
Sobre os rendimentos dos CDBs incide imposto de renda retido na fonte (IRRF), sendo atualmente
calculado segundo uma tabela regressiva. O valor do imposto depende do tempo de aplicação,
considerando-se a data de qualquer resgate para se determinar a alíquota aplicável. Para fins de
cálculo, vale a contagem do número de dias corridos que se passaram desde o momento da aplicação
até o momento do resgate do papel.

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Tabela 1: Alíquotas de IR
Prazo de aplicação Alíquota
Até 180 dias 22,5%
Entre 181 e 360 dias 20,0%
Entre 361 e 720 dias 17,5%
Acima de 720 dias 15,0%

O fato gerador é a existência de renda auferida com a aplicação, sendo a base de cálculo a diferença
entre o valor da venda ou do resgate do título e o valor original do investimento. A responsabilidade
pelo recolhimento do IR é da fonte pagadora (no caso do CDB é o próprio banco emissor ou a
corretora custodiante).

Além do IR, os investidores de CDBs estão sujeitos ao pagamento de Imposto sobre Operações de
Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF), caso optem por resgatar
o valor investido nos primeiros 30 dias de aplicação. Após esse prazo, o imposto pago pelo investidor
será somente o IR.

Tabela 2: Alíquotas de IOF


Dia Alíquota Dia Alíquota Dia Alíquota
1 96% 11 63% 21 30%
2 93% 12 60% 22 27%
3 90% 13 56% 23 23%
4 86% 14 53% 24 20%
5 83% 15 50% 25 16%
6 80% 16 46% 26 13%
7 76% 17 43% 27 10%
8 73% 18 40% 28 6%
9 70% 19 36% 29 3%
10 66% 20 33% 30 0%

Para o cálculo da rentabilidade, considere os seguintes exemplos:

CDB prefixado

Suponha que um banco pague 12% a.a. em um CDB com prazo de vencimento de um ano. Qual seria
o valor bruto que o investidor receberia ao final do prazo de aplicação para uma aplicação inicial de
R$10.000?

𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 10.000 × (1 + (12/100))

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𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 10.000 × 1,12

𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 11.200

CDB pós fixado

Suponha que um banco pague 80% do CDI em um CDB. Qual seria o valor bruto de uma aplicação de
R$10.000 após um mês de seu início, se soubermos que o valor do CDI para o mês em questão foi de
0,99%?

𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 10.000 × (1 + (0,0099 × 0,8))

𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 10.000 × 1,00792

𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 10.079,20

Com IR

Suponha que um CDB será resgatado após 400 dias de aplicação, sendo que o valor inicial aplicado
foi de R$10.000 e o valor bruto final foi de R$11.150. Qual seria o valor líquido resgatado após a
incidência de impostos?

400 dias de aplicação configura uma tributação de IR na fonte sobre os rendimentos de 17,50%. Os
rendimentos foram de R$1.150. Sendo assim, devemos extrair 17,50% de imposto desse valor. O
resultado final líquido será:

𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 = 11.150 − (1.150 × 0,1750)

𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 = 11.150 − 201,25

𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 = 10.948,75

Letra de Câmbio (LC)

A Letra de Câmbio é um título de renda fixa em que, basicamente, o investidor empresta dinheiro
para uma instituição financeira e recebe o valor de volta com juros em um determinado período,
sendo muito parecida com o já mencionado CDB, diferenciando nas instituições emissoras: enquanto
o CDB é um título emitido apenas por bancos, a emissão das Letras de Câmbio é feita por financeiras.

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Dado que as financeiras possuem um porte menor, as LCs costumam apresentar rendimentos
superiores às outras aplicações do mesmo tipo.

Tipos de Letra de Câmbio

As LC são classificadas em três modalidades diferentes, definidas de acordo com a sua rentabilidade:

▪ Prefixada: rentabilidade fixa, definida no momento da aplicação;


▪ Pós-Fixada: possui rentabilidade variável, atrelada a uma porcentagem do CDI;
▪ Híbrida: possui rentabilidade metade fixa (definida no momento da aplicação) e metade
variável (atrelada normalmente a algum índice de inflação, como o IPCA).

As Letras de Câmbio possuem um valor de entrada mais elevado do que outros produtos de renda
fixa, como o CDB e o Tesouro Direto. O investimento inicial em LCs costuma ser em torno de R$ 30
mil e, no que diz respeito aos prazos, não costumam oferecer liquidez diária, e geralmente possuem
um vencimento entre 2 e 3 anos, sendo mais indicadas para estratégias de longo prazo.

A LC possui carência atrelada ao vencimento, isto é, o investidor não pode retirar o seu dinheiro
antes que este prazo do título acabe. Porém, vale ressaltar que quanto mais longa for a Letra de
Câmbio, maior será o seu rendimento.

No que diz respeito à tributação, a LC está sujeita a mesma tributação regressiva dos CDBs e do
Tesouro Direto. Logo, quanto maior for o tempo de investimento, menor será a incidência do
Imposto de Renda.

Quanto aos riscos, o risco das Letras de Câmbio é muito baixo, já que elas são protegidas pelo Fundo
Garantidor de Crédito, o FGC. Todo investimento em LC possui cobertura garantida de até
R$250.000,00 por CPF em cada instituição. Mas mesmo sendo asseguradas pelo FGC, é importante
lembrar que financeiras são mais frágeis que os tradicionais bancos. Ou seja, são instituições
possuem uma chance maior de quebrar e deixar de pagar o investidor.

Letras Financeiras

As Letras Financeiras foram regulamentadas pelo CMN em 2010 e 2012 (Resoluções 3.836/10 e
4.123/2012) para emissão pelas instituições financeiras. As LFs são títulos de renda fixa de longo
prazo e têm por objetivo alongar o perfil de captação dos bancos, oferecendo maior possibilidade de
ampliação do crédito na economia.

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Uma importante contribuição das LFs é a de contribuir para reduzir o descasamento de prazos entre
ativos e passivos dos bancos: as captações são realizadas com predominância em CDB, de curto
prazo, e as operações de crédito podem atingir maturidade maior, como é o caso do crédito
imobiliário.

As LFs são emitidas por bancos comerciais, bancos múltiplos, bancos de desenvolvimento, bancos de
investimentos, Financeiras (SCFI), caixas econômicas e sociedades imobiliárias. O prazo mínimo de
emissão é de dois anos, não podendo ocorrer o resgate do título antes do vencimento pactuado.
Exige-se, ainda, um capital mínimo para aplicação no título. A remuneração prevista para o título é a
taxa de juros prefixada, que pode ou não ser combinada com taxas flutuantes e índices de preços.
Os rendimentos são pagos periodicamente.

A LF não pode ser emitida com valor nominal unitário inferior a:

▪ R$300.000, se contiver cláusula de subordinação;


▪ R$150.000, se não contiver cláusula de subordinação.

Letras Hipotecárias (LH)

As Letras Hipotecárias (LH) são títulos de Renda Fixa lastreados em crédito imobiliários. O
instrumento é emitido por instituições financeiras que emprestam recursos do Sistema Financeiro
de Habitação (SFH). Os emissores, portanto, podem ser bancos múltiplos com carteira de crédito
imobiliário, companhias hipotecárias, associações de poupança e empréstimo e sociedades de
crédito imobiliário.
A LH é garantida pela caução de créditos hipotecários. Conta ainda com a cobertura do Fundo
Garantidor de Créditos (FGC) no valor de R$ 250 mil por CPF ou CNPJ por instituição financeira
emissora.
A remuneração do papel pode ser pré-fixada ou pós-fixada, por exemplo, pela TR, IGP-M, ou INPC.
Uma das principais vantagens que o título oferece para investidores pessoa física é a isenção de
Imposto de Renda.
O vencimento destes títulos é pré-definido, tendo um prazo mínimo de 6 meses e máximo de 24
meses, e eles são emitidos a partir de múltiplos de R$ 1.000. Os valores de entrada geralmente são
altos, partindo de R$ 20 mil.

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Letra de Crédito Imobiliário (LCI)

A LCI é um dos instrumentos de renda fixa lastreado em créditos imobiliários, que conta com isenção
de IR para pessoas físicas e são cobertos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Por esse motivo, é
um dos ativos mais procurados por esse público. Representa uma fonte de recursos para o setor
imobiliário, pois possui como lastro créditos imobiliários.

Emitida por instituições financeiras e regulamentada pela Lei 10.931/2004 e a Circular do Banco
Central 3.614/12, a LCI pode ser remunerada por taxa pré ou pós-fixada.

Esse ativo não pode ser resgatado a qualquer momento, mas é possível negociá-lo no mercado
secundário. O prazo mínimo de vencimento desse ativo varia de acordo com o indexador que possui.

São 36 meses quando o título for atualizado mensalmente por índice de preços ou 12 meses se for
atualizado anualmente por esse indexador. Se não utilizar índice de preços, é de 60 dias. Esses prazos
devem ser contados a partir da data que um terceiro, pessoa física ou jurídica, adquirir o título da
instituição emissora. Nesses períodos, a instituição emissora não poderá recomprar ou resgatar a
LCI.

Letra de Crédito do Agronegócio (LCA)

A Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) é um título de crédito nominativo, de livre negociação.


Portanto, é um título utilizado para captar recursos para participantes da cadeia do agronegócio.
Esses títulos são isentos de Imposto de Renda (IR) para pessoa física e, desde 2013, passaram a ser
cobertos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

Podem emitir LCA as instituições financeiras públicas ou privadas, sendo que os emitentes
respondem pela origem e autenticidade dos direitos creditórios a elas vinculados.

Os lastros da LCA devem ser registrados em entidades autorizadas pelo Banco Central, como a B3.
Os lastros são direitos creditórios vinculados a produtores rurais, suas cooperativas e terceiros,
inclusive empréstimos e financiamentos relacionados a produção, comercialização e industrialização
de produtos ou insumos agropecuários ou de máquinas utilizadas nesse setor.

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Recibo de Depósito Bancário (RDB)

O Recibo de Depósito Bancário (RDB) é um produto em renda fixa privada. Assim como LCIs, LCAs e
CDBs, ao realizar investimentos em RDB, o investidor empresta seu dinheiro a uma instituição
financeira privada. A instituição, por sua vez, financia suas atividades.

A diferença para os outros títulos é que o Recibo de Depósito Bancário pode ser emitido também
por sociedades de crédito e financiamento e por cooperativas, e não apenas por bancos. Importante
destacar também que os RDBs são considerados investimentos de baixo risco.

Risco

Assim como o CDB, o Recibo de Depósito Bancário é garantido pelo Fundo Garantidor de Crédito
(FGC). Isso significa que, mesmo que a instituição financeira na qual tenha sido realizado o
investimento venha a falir, o FGC realiza a restituição de até R$ 250 mil por CPF e por emissor,
até um limite global de R$ 1 milhão a cada 4 anos.

É essa garantia que faz o RDB ser um investimento de baixíssimo risco. Como aversão ao risco é
uma das características de investidores mais conservadores, o Recibo de Depósito Bancário é
uma opção para aqueles que têm esse perfil, assim como para quem busca formar um portfólio
de investimentos mais diversificado.

Rentabilidade

Com relação à rentabilidade, o rendimento do RDB tende a ser superior ao da poupança. O valor
varia de acordo com a instituição em que o aporte foi realizado. No entanto, via de regra, quanto
maior o valor e o prazo da aplicação, maiores serão os rendimentos.

Como o Recibo de Depósito Bancário pode ser emitido também por financeiras (e não somente
pelos bancos), a rentabilidade pode ser uma vantagem mais atraente que o próprio CDB. Ela
pode ser:

• Prefixada: quando o rendimento é conhecido no momento da aplicação;


• Pós-fixada: quando o rendimento é calculado no resgate da aplicação. Nesse caso, a taxa
geralmente é baseada no CDI (Certificado de Depósito Bancário);
• Mista ou híbrida: quando o rendimento tem um indexador (como o IPCA) somado a uma
determinada taxa fixa.

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Tributação

Outro ponto a destacar é o Imposto de Renda sobre o RDB. A tabela de IR é fixa, variando
conforme o resgate:

• Resgates realizados em até 180 dias: 22,5% de IR sobre a rentabilidade


• Resgates realizados entre 180 e 360 dias: 20,0% de IR sobre a rentabilidade
• Resgates entre 360 e 720 dias: 17,5% de IR sobre a rentabilidade
• Resgates acima de 720 dias: 15,0% de IR sobre a rentabilidade

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