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Caroline Pereira
Cássia Aparecida Rossi
Juliane Bonfantti Lampugnani
Tarcila Aurora da Silva
Veridiana Aparecida de Lara
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho visa apresentar fatores intrínsecos e extrínsecos dos alimentos para a
compreensão dos princípios básicos que reagem tanto a alteração como a conservação dos
alimentos favorecendo ou inibindo a multiplicação de microrganismos. A capacidade de
sobrevivência ou a multiplicação dos microrganismos que estão presentes em um alimento
depende de uma série de fatores, que podem estar relacionados com as características próprias do
alimento ou com o ambiente em que o alimento se encontra. Fatores intrínsecos são aqueles que
se conservam com o próprio alimento em si, já os extrínsecos são os que estão relacionados com
o ambiente em que o alimento está inserido.
O crescimento de um microrganismo específico durante o armazenamento depende de
vários fatores, sendo os mais importantes: a carga microbiana inicial no começo do
armazenamento; as propriedades físico-químicas dos alimentos, como teor de umidade, pH e
presença de conservantes; o método de processamento utilizado na produção dos alimentos; e o
ambiente externo do alimento, como as composições de gás circundantes e a temperatura de
armazenamento.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 MICRORGANISMOS
De acordo com Chiarelli (2018) os microrganismos são seres vivos muito pequenos, mas
que precisam também de alimento, oxigênio e água para sobreviver, assim como os outros seres
vivos. Por isso, têm maior capacidade de reprodução em determinados ambientes ou alimentos
que fornecem sua sobrevivência.
“Em condições adequadas, uma célula (bactéria) pode se multiplicar em duas células
idênticas, cada célula, em seguida, continua a se multiplicar” (CHIARELLI, 2018, p.19).
Como exemplo de microrganismos, pode-se citar o Bacillus Cereus.
“Bacillus cereus, uma bactéria Gram-positiva, formadora de esporos e ubíqua, é
amplamente reconhecida como um dos principais patógenos de origem alimentar”
(ROSENQUIST et al., 2005).
Esse microrganismo pode sobreviver a altas temperaturas devido à formação de esporos
e produzir dois tipos distintos de toxinas em termos de dois sintomas: tipo emético e tipo
diarreico. A toxina cerulida causa os sintomas de intoxicação do tipo emético, sendo
secretada por B. cereus quando sua população se aproxima de 6 log10 UFC/g (KING et
al., 2007).
● acidez;
● umidade;
● temperatura/tempo.
2.2.1 Acidez
Fonte: http://www2.ufpel.edu.br/veterinaria/inspleite/documentos/apresenta/2008-abr%20Kassandra.pdf
Assim como a tabela nos mostra, os alimentos podem ser divididos em três grandes
grupos.
“A indústria de alimentos sabe trabalhar muito bem com o efeito da acidez sobre os
microrganismos, assim consegue preservar os alimentos por mais tempo. No caso
dos alimentos fermentados, os microrganismos responsáveis pela fermentação
produzem ácidos, o que acidifica o alimento, como é o caso de leites, iogurtes,
carnes e vegetais. “A indústria ainda utiliza acidulantes como ácido cítrico, láctico,
acético e outros, para, com isso, evitar o risco de deterioração ou atenuar os
tratamentos térmicos, como no caso de picles, chucrute, champignon e palmitos”
(HOFFMANN, 2001, p. 25).
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Os microrganismos, assim como os outros seres vivos, precisam de água para sua
sobrevivência. O indicador que mede o nível de água em um alimento chama-se atividade de
água (Aw). Quando é adicionado sais, açúcar e outras substâncias como glicerol pode haver uma
diminuição do nível de aw de um alimento. Os microrganismos possuem um nível mínimo,
máximo e ótimo de Aw para a sua multiplicação. As bactérias preferem alimentos com um nível
maior de água, já os bolores e leveduras preferem alimentos mais secos (VENTURI; ANNA;
SCHMITZ, 2021).
A adição de sais, de açúcar e de outras substâncias pode provocar a redução do valor de
atividade de água de um alimento, assim como a secagem ou desidratação, logo,
alimentos com bastante açúcar ou sal, como doces, charque, peixes secos e os salgados
não têm muita água disponível para a multiplicação dos microrganismos. Alimentos com
baixa atividade de água são menos susceptíveis à deterioração, mas podem apresentar
mofo na sua superfície. Quanto mais água livre tiver o alimento, mais perecível e melhor
para as bactérias, principalmente (CHIARELLI, 2018, p.21).
Chiarelli (2018) afirma que: para acontecer a multiplicação dos microrganismos, eles
precisam se alimentar de alguns nutrientes que precisam estar disponíveis, são eles: água, fonte
de energia, fonte de nitrogênio, vitaminas e sais minerais.
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Alguns alimentos possuem uma barreira física natural que impede a entrada dos
microrganismos e os danos das ações deles. Essa barreira física são as cascas. As cascas de frutas,
de ovos, de nozes por exemplo são revestimentos que tem baixa atividade de água, pouco
nutrientes e até mesmo contém compostos antimicrobianos para impedir a entrada de
microrganismos. Porém quando esse revestimento é rompido os microrganismos tem mais
facilidade de acessar o interior do alimento que é rico em nutrientes e ficam expostos a
deterioração com maior rapidez (CHIARELLI, 2018).
De acordo com Venturi, Anna e Schimitz (2021) podemos definir que Eh significa a
facilidade que um determinado composto ganha ou perde elétrons. Quando perde elétrons
chamamos de oxidado e quando ganha elétrons chamamos de reduzido.
“Quanto mais oxidado é um composto, mais positivo é o seu Eh, e quanto mais reduzido,
mais negativo é o seu Eh” (VENTURI; ANNA; SCHMITZ, 2021, p.18).
Em relação ao Eh, os microrganismos podem ser divididos em: Aeróbios: exigem
valores de Eh positivos para a sua multiplicação e são representados pelos bolores e
bactérias. Anaeróbios: exigem valores baixos de Eh. O gênero Clostridium compreende
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“De modo geral, os alimentos de origem vegetal têm valores de Eh entre + 300 e + 400
mV. Carnes em grandes pedaços têm Eh em torno de – 200 mV, e carnes em pequenos pedaços o
valor de Eh pode subir para até + 200 mV. Já os queijos podem variar de – 20 até – 200 mV ”
(VENTURI; ANNA; SCHMITZ, 2021, p.18).
2.3.1 Umidade
Os microrganismos podem surgir no alimento quando a umidade relativa do ar em torno
desse alimento é maior à atividade de água nele. Quando a umidade do ar em torno do alimento
for menor que a sua atividade de água, o alimento perde a umidade fazendo com que a sua
superfície fique ressecada, e assim forma uma barreira contra o surgimento dos microrganismos
(CHIARELLI, 2018).
“Alimentos que sofrem deterioração por fungos e bactérias em sua superfície devem ser
armazenados em condições de baixa umidade” (CHIARELLI, 2018, p.23).
2.3.2 Oxigênio
2.3.3 Temperatura/tempo
As temperaturas baixas também podem ser utilizadas para a manutenção dos alimentos,
sem ocorrer multiplicação rápida dos microrganismos. Na refrigeração ou no
congelamento, alguns patógenos podem morrer, mas nem todos são eliminados. Em
temperaturas abaixo de 28 °C, os microrganismos psicotrópicos se multiplicam,
alterando os alimentos. As temperaturas baixas são as mais indicadas para armazenar
alimentos, sendo considerado, ainda hoje, o ideal de 4 °C para a maioria dos alimentos. É
bem provável que, futuramente, o congelamento seja o recurso mais utilizado (-18 °C)
(CHIARELLI, 2018, p. 27)
3. METODOLOGIA
Fonte: https://pt.slideshare.net/anaalveslima/microbiologia-dos-alimentos-fatores-intrinsecos-e-
extrinsecos-net
Pode-se contar que a conservação dos alimentos está diretamente ligada à capacidade
de sobrevivência ou de multiplicação dos microrganismos neles presentes. Os fatores que
interferem na conservação dos alimentos podem ser intrínsecos, quando relacionados com as
características próprias do alimento, ou extrínsecos, quando relacionados com o ambiente no qual
o alimento se encontra.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
REFERÊNCIAS
KIM, J. B. et al. Toxin genes profiles and toxin production ability of Bacillus cereus isolated
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from clinical and food samples. Journal of Food Science, v. 67, p. 25-29, 2011.
KING, N. J.; WHYTE, R.; HUDSON, J. A. Presence and significance of Bacillus cereus in
dehydrated potato products. Journal of Food Protection, v. 70, p. 514-520, 2007.
PELOTAS, Kassandra Steurer. Fatores que afetam o crescimento microbiano. Disponível em:
http://www2.ufpel.edu.br/veterinaria/inspleite/documentos/apresenta/2008-abr%20Kassandra.pdf.
Acesso em: 08/04/2023.
ROSENQUIST, H. et al. Occurrence and significance of Bacillus cereus and Bacillus
thuringiensis in ready-to-eat food. FEMS Microbiology Letters, v. 250, p. 129-136, 2005.
VENTURI, Ivonilce; ANNA, Lina Cláudia S.; SCHMITZ, Jeison F.; et al. Higiene e controle
sanitário de alimentos. Porto Alegre: SAGAH Grupo A, 2021. E-book. ISBN 9786556901602.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786556901602/. Acesso em:
04 mai. 2023.