Você está na página 1de 84

C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.

qxp 16/02/2023 16:48 Página I

FÍSICA
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página II
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 1

Mecânica FRENTE 1

MÓDULOS 21 e 22 Movimento Circular Uniforme

1. Ângulo Horário ou Fase () No SI, t é medido em segundos e m é medido em


rad/s.
Considere um ponto material descrevendo uma A equação dimensional da velocidade angular é:
circunferência de centro C e raio R, com origem dos espa-
[  ] = L0 T –1
ços em O.

3. Velocidade Angular Instantânea

A velocidade angular instantânea é o limite para o


qual tende a velocidade angular média quando o
intervalo de tempo considerado tende a zero:

 = lim m = lim ––––

FÍSICA A
t → 0 t → 0
t
Seja P a posição do móvel em um instante t. A me-
dida algébrica do arco de trajetória OP é o valor do espaço d
 = ––––
s, no instante t. dt
Define-se ângulo horário, posição angular ou fase

→ A velocidade angular (instantânea pode ficar suben-
() como o ângulo formado entre o vetor posição CP e o
⎯→ tendido) é a derivada do ângulo horário em relação ao
eixo de referência CO ..
tempo.
A medida do ângulo , em radianos, é dada por: No movimento circular e uniforme, a velocidade angu-
s lar é constante e, portanto, a velocidade angular instan-
 = –– (rad)
R tânea é igual à velocidade angular média ( = m).

O ângulo horário () é adimensional: 4. Movimento Periódico

[] = L0 T 0 Conceito
Um movimento é chamado periódico quando todas
2. Velocidade Angular Média (m) as suas características (posição, velocidade e aceleração)
se repetem em intervalos de tempo iguais.
Seja  = 2 – 1 a variação do ângulo horário em O movimento circular e uniforme é um exemplo de
um intervalo de tempo t = t2 – t1. movimento periódico, pois, a cada volta, o móvel repete a
Define-se velocidade angular média (m) pela posição, a velocidade e a aceleração.
relação:
 Período (T)
m = –––– Define-se período (T) como o menor intervalo de
t
tempo para que haja repetição das características do
movimento.
No movimento circular e uniforme, o período é o
intervalo de tempo para o móvel dar uma volta
completa.

Frequência (f)
Define-se frequência (f) como o número de vezes
que as características do movimento se repetem na uni-
dade de tempo.

–1
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 2

No movimento circular e uniforme, a frequência é Dividindo-se toda a expressão por R, vem:


o número de voltas realizadas na unidade de tempo. s s0 V
–– = ––– + –– t
Se o móvel realiza n voltas em um intervalo de R R R
tempo t, a frequência f é dada por:
 = 0 +  t
n
f = –––– (0 = ângulo horário inicial)
t

Relação entre período e frequência 7. Vetores no Movimento Circular Uniforme


Quando o intervalo de tempo é igual ao período ( t = T),
Velocidade vetorial
o móvel realiza uma volta (n = 1) e, portanto, temos:
No movimento circular e uniforme, a velocidade
1 vetorial tem módulo constante, porém direção variável e,
f = ––
T portanto, é variável.
Unidades e dimensões Aceleração vetorial
As equações dimensionais de período e frequência Sendo o movimento uniforme, a componente tangen-
→ →
são: cial da aceleração vetorial é nula ( at = 0 ).
[ T ] = L0 T e [ f ] = L0 T –1 Sendo a trajetória curva, a componente centrípeta da
→ →
As unidades SI de período e frequência são: aceleração vetorial não é nula ( acp 苷 0 ).
FÍSICA A

u (T) = segundo (s) e u (f) = s–1 = hertz (Hz)


Aceleração centrípeta
O módulo da aceleração centrípeta pode ser
5. Relações Fundamentais no Movimento Circular calculado pelas seguintes expressões:
Uniforme
V2
(I) acp = ––––
Velocidade escalar linear (V) R
Para uma volta completa, temos s = 2πR e t = T,
(II) acp =  2 R
das quais:
s 2πR (III) acp =  . V
V = –––– = –––––– = 2 π f R
t T Para obtermos a relação (II), basta substituir em (I) V
por  R.
Nota: A velocidade escalar linear é também chamada
Para obtermos a relação (III), basta substituir em (I)
de velocidade tangencial.
V
R por –– .
Velocidade escalar angular () 
Para uma volta completa, temos  = 2 π e t = T, • Observe que, no movimento circular e uniforme, a
das quais: aceleração vetorial (centrípeta) tem módulo constante
V2
 2π
 = –––– = –––– = 2 π f  
––– , porém direção variável e, portanto, é variável.
R
t T
• Observe ainda que, no movimento circular uniforme,
Relação entre V e  a velocidade vetorial (tangente à trajetória) e a aceleração
Da expressão vetorial (normal à trajetória) têm direções perpendiculares
entre si.
V = 2 π f R, sendo  = 2 π f, vem:
V=R
 
linear angular

6. Equação Horária Angular

Sendo o movimento uniforme, temos a equação


horária na forma linear:
s = s0 + V t

2–
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 3

MÓDULO 21 RESOLUÇÃO:
1) Cálculo da frequência:
n 105
1. (VUNESP-FAMERP-2023-MODELO ENEM) – A figura mostra as f = ––– = –––– Hz ⇒ f = 3,5Hz
t 30
diversas possibilidades de rotação de um braço robótico.

2) Cálculo da velocidade escalar linear:

s 2πR
V = –––– = –––– = 2π f R
t T

V = 2 . 3 . 3,5 . 0,90 (m/s) ⇒ V = 18,9m/s

Resposta: C

3. (VUNESP-CUSC-2023-MODELO ENEM) – Uma ambulância trans-


porta um paciente por uma rodovia plana e horizontal. Ao passar por um
trecho circular de raio R = 30m dessa rodovia, mostrada em uma visão
superior na figura, essa ambulância desenvolve velocidade escalar cons-

FÍSICA A
(https://professor.ufop.br) tante.

Suponha que apenas a pinça desse braço girou e realizou uma rotação
de 90° em um intervalo de tempo de 0,50 s. A velocidade angular média
dessa rotação foi de
a) π rad/s. b) 2π rad/s. c) 4π rad/s.
d) 6π rad/s. e) 8π rad/s.

RESOLUÇÃO:
Δ π/2 rad rad
m = –––– = ––––– –––– ⇒ m = π ––––
Δt 0,50 s s

Resposta: A Considere que, para segurança e conforto do paciente, o módulo da ace-


leração dessa ambulância, nesse trecho da rodovia, não deve ultrapassar
o valor de 7,5m/s2. A maior velocidade escalar com que a ambulância
pode passar por essa curva é de
a) 18km/h. b) 36km/h. c) 54km/h.
2. (UNICAMP-2023-MODELO ENEM) – A prática esportiva de “pular d) 72km/h. e) 90km/h.
corda” vem conquistando muitos adeptos e se tornando uma moda-
lidade de competição. Numa prova de velocidade, um atleta consegue RESOLUÇÃO:
dar 105 saltos em 30 segundos, com frequência constante. Sendo o movimento circular e uniforme a aceleração é centrípeta
e teremos:
V2
a = ––––
R

A velocidade escalar será máxima quando a aceleração for máxima


2
Vmáx
amáx = –––––
R
2
Vmáx
7,5 = –––––
30

2
Vmáx = 225 (SI) ⇒ Vmáx = 15m/s = 15 . 3,6km/h ⇒ Vmáx = 54km/h

Considerando-se que o ponto da corda que passa sob os pés e acima da Resposta: C
cabeça do praticante descreve uma trajetória circular de raio r = 90 cm,
qual é a velocidade escalar desse ponto da corda? Adote π = 3.
a) 0,18m/s. b) 3,15m/s. c) 18,9m/s.
d) 567m/s. e) 600m/s

–3
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 4

4. (OBFEP-Modificado) – A família Almeida seguiu mais para o norte 5. Considere as órbitas de Mercúrio e de Plutão como circulares de
até Alcântara, no Maranhão. Lá existe a melhor base de lançamentos de modo a terem movimento de translação em torno do Sol com ve-
foguete do Brasil. Devido à sua localização, é possível lançar um foguete locidades escalares constantes.
com 30% menos de combustível. Isso ocorre porque ela encontra-se Sabe-se que a velocidade de translação de Mercúrio tem módulo igual
praticamente na linha do Equador, o que lhe dá uma velocidade linear a 50km/s e a de Plutão tem módulo igual a 5,0km/s.
enorme por conta da rotação da Terra. O foguete já sai com parte da O raio de órbita de Plutão é 100 vezes maior que o de Mercúrio.
velocidade que precisa atingir para liberar um satélite. Calcule
a) a razão r1 entre os anos de Plutão e de Mercúrio;
b) a razão r2 entre os módulos das acelerações centrípetas de Mercúrio
e de Plutão.

RESOLUÇÃO:
s 2πR
a) V = –––– = ––––
t T

2πRP 2πRM
VP = ––––– e VM = –––––
TP TM

VM RM TP
–––– = –––– . ––––
VP RP TM

50 1
FÍSICA A

–––– = –––– . r1 ⇒ r1 = 1000


5,0 100
Sabendo-se que o raio da Terra mede 6400 km, um ponto fixo na base
de Alcântara, em virtude da rotação da Terra, terá uma velocidade linear V2
b) a = ––––
com módulo V e aceleração centrípeta com módulo a dados por: R
a) V = 800 km/h b) V = 1600 km/h c) V = 800 km/h
a = 100 km/h2 a = 40 km/h2 a = 400 km/h2 VP2 2
VM
aP = –––– e aM = ––––
RP RM
d) V = 1600 km/h e) V = 400 km/h
2

 
a = 400 km/h2 a = 1600 km/h2 aM VM RP
–––– = –––– . ––––
Nota: adote π = 3 aP VP RM

r2 = (10)2 . 100 ⇒ r2 = 10 000


RESOLUÇÃO:
1) Cálculo de V:
Respostas:a) r1 = 1000
Δs 2π R 2 . 3 . 6400 b) r2 = 10 000
V = ––– = ––––– ⇒ V = ––––––––––– km/h
Δt T 24

V = 1600 km/h

2) Cálculo de a:

V2 (1600)2
a = ––– ⇒ a = ––––––– km/h2
R 6400

a = 400 km/h2

Resposta: D

4–
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 5

MÓDULO 22 2. (VUNESP-UEA-MODELO ENEM) – Na montagem de determina-


do mecanismo, foi necessário acoplar duas engrenagens dentadas, A e
B, de modo que elas girassem em sentidos contrários, como repre-
1. (UECE-2022-MODELO ENEM) – Em um torno mecânico de ban-
sentado na figura.
cada, duas polias são conectadas por meio de uma correia. Uma das
polias tem 10cm de raio e realiza 80 voltas por segundo.

As engrenagens A e B têm, em suas periferias, 15 e 60 dentes, respec-


O número de voltas que a segunda polia dará por minuto, caso tenha
tivamente. Sabendo-se que o período de rotação da engrenagem A é
20 cm de raio, é
de 0,5 s, a frequência de rotação da engrenagem B é de
a) 1200 b) 2400 c) 3600
a) 0,2Hz. b) 0,5Hz. c) 1,0Hz. d) 1,5Hz. e) 2,0Hz.

FÍSICA A
d) 7200 e) 900
Nota: Admita que os dentes são iguais de tal modo que o raio de
RESOLUÇÃO: cada engrenagem é proporcional ao número de dentes.
Para que as polias não escorreguem, em relação à correia, elas
devem ter a mesma velocidade escalar linear:
VA = VB RESOLUÇÃO:
VA = VB
Δs 2πR
V = –––– = –––– = 2π f R 2π fA RA = 2π fB RB
Δt T
fB RA
2π fA RA = 2π fB RB –––– = –––––
fA RB
fB RA
––– = –––
fA RB 1 1
fA = –––– = –––– Hz = 2,0Hz
TA 0,5
Polias ligadas por correia ou corrente ou mesmo em contato direto
têm frequências de rotação inversamente proporcionais aos fB k 15
respectivos raios –––– = –––––
2,0 k 60
fB 10
––– = ––– ⇒ fB = 40Hz = 40 . 60 rpm
80 20 fB = 0,5Hz

fB = 2400 rpm Resposta: B

Resposta: B

–5
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 6

3. – A invenção e o acoplamento entre engrenagens 4. – Uma bicicleta do tipo mountain bike tem uma coroa
revolucionaram a ciência na época e propiciaram a com 3 engrenagens e uma catraca com 6 engre-
invenção de várias tecnologias, como os relógios. Ao nagens, que, combinadas entre si, determinam 18
construir um pequeno cronômetro, um relojoeiro usa o sistema de marchas (número de engrenagens da coroa vezes o número de engre-
engrenagens mostrado. De acordo com a figura, um motor é ligado ao nagens da catraca).
eixo e movimenta as engrenagens fazendo o ponteiro girar. A frequência
do motor é de 18 rpm, e o número de dentes das engrenagens está
apresentado no quadro.

Engrenagem Dentes

A 24

B 72

C 36

D 108
Os números de dentes das engrenagens das coroas e das catracas
dessa bicicleta estão listados no quadro.

Engrenagens 1.a 2.a 3.a 4.a 5.a 6.a

N.o de dentes da coroa 46 36 26 – – –


FÍSICA A

N.o de dentes da catraca 24 22 20 18 16 14

Durante um passeio em uma bicicleta desse tipo, deseja-se fazer um


percurso o mais rápido possível, escolhendo, para isso, uma das se-
guintes combinações de engrenagens (coroa x catraca):

I II III IV V

1.a x 1.a 1.a x 6.a 2.a x 4.a 3.a x 1.a 3.a x 6.a

A combinação escolhida para realizar esse passeio da forma desejada é


a) I. b) II. c) III. d) IV. e) V.

A frequência de giro do ponteiro, em rpm, é Nota: O raio da engrenagem é proporcional ao número de dentes.
a) 1 b) 2 c) 4 d) 81 e) 162
RESOLUÇÃO:
RESOLUÇÃO 1) O pedal é fixo na coroa, e, portanto:
1) O raio de cada engrenagem é proporcional ao número de fCO = fPE
dentes:
2) Coroa e catraca estão ligadas por uma corrente, e, portanto:
RA = k 24 ; RB = k 72 ; RC = k 36 ; RD = k 108
VCO = VCA
2) A engrenagem A está fixa no motor: 2π fCO RCO = 2π fCA RCA
fA = fmotor = 18 rpm fCA RCO
–––– = –––––
fCO RCA
3) Para engrenagens em contato:
fB RA fB 24 k RCO
–––– = –––– ⇒ –––– = –––– ⇒ fB = 6 rpm fCA = ––––– . fPE
fA RB 18 72 k RCA

4) Para engrenagens no mesmo eixo: 3) A roda é fixa na catraca, e, portanto:


fC = fB = 6 rpm RCO
froda = fCA = ––––– fPE
RCA
5) Para engrenagens em contato:
fD RC fD 36 k 4) A velocidade escalar da bicicleta é dada por:
–––– = –––– ⇒ –––– = –––––– ⇒ fD = 2 rpm
fC RD 6 108 k s
V = ––– = 2π Rroda . froda
t
O ponteiro gira com a mesma frequência da engrenagem D. RCO
V = 2π Rroda ––––– . fPE
RCA
Resposta: B

6–
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 7

Mantendo-se fixa a frequência com que o ciclista está pedalan- RESOLUÇÃO:


do, a velocidade será máxima quando usamos a marcha que As pessoas A e B terão movimento circular e uniforme com o
combine a coroa de raio máximo (46 dentes) com a catraca de mesmo período T, a mesma frequência f e a mesma velocidade
raio mínimo (14 dentes) isto é: 1.a x 6.a angular .
Resposta: B A velocidade vetorial terá módulo V dado por:
V = R
A = B
R
RA = R e RB = R cos 60° = –––
2

Portanto, RA = 2RB ⇔ VA = 2VB


A aceleração centrípeta é dada por:
aA = 2 R
R
aB = 2 –––
2

Portanto: aA = 2aB

Resposta: D

FÍSICA A
5. (OPF-MODIFICADO-MODELO ENEM) – Considere duas pessoas,
A e B, ambas na superfície terrestre, a pessoa A na linha do Equador e
a pessoa B numa latitude de 60°.
Considere, ainda, somente o movimento de rotação da Terra em torno
de seu eixo.

É correto afirmar que


a) a velocidade angular de A é maior que a de B.
b) o período de A é maior que o de B.
c) a frequência de A é maior que a de B.
d) o módulo da aceleração centrípeta de A é o dobro do módulo da
aceleração centrípeta de B.
e) o módulo da velocidade vetorial de A é a metade do módulo da
velocidade vetorial de B.

–7
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 8

MÓDULOS 23 e 24 Composição de Movimentos


1. Movimentos Parciais e Resultante

Admitamos que se pretenda estudar o movimento de


um corpo A em relação a um sistema de referência preso
a um corpo B e em relação a um sistema de referência
inercial (ligado à superfície terrestre).
(1) O movimento de A em relação a B é chamado de
movimento relativo. → → →
(2) O movimento de B em relação ao sistema inercial 앚 VR 앚 2 = 앚 Vrel앚 2 + 앚 Varr 앚2
é chamado de movimento de arrastamento. →
앚V 앚 = 5,0km/h
(3) O movimento de A em relação ao sistema inercial R
é chamado de movimento resultante.
3. Princípio de Galileu
2. Teorema de Roberval
→ O intervalo de tempo de duração do movimento
Vrel = velocidade relativa
FÍSICA A

relativo não depende do movimento de arrasta-



Varr = velocidade de arrastamento mento.

→ Exemplo notável: Seja Vrel a velocidade de um barco
VR = velocidade resultante em relação às águas de um rio de largura L. Seja  o

Vale a relação: ângulo entre Vrel e a velocidade de arrastamento das
águas.
→ → →
VR = Vrel + Varr

Exemplificando:
Considere o vagão de um trem que se move com
velocidade constante de intensidade 4,0km/h em relação
à estrada.
O intervalo de tempo gasto na travessia do rio é
Um garoto está em cima do teto do vagão caminhan-
calculado como se não existisse correnteza.
do com velocidade constante de intensidade 3,0km/h, em
relação ao vagão, em uma direção perpendicular à veloci- AB AB
Vrel = –––– ⇒ t = ––––
dade do vagão. t Vrel

Qual a velocidade do garoto em relação à estrada? L


Sendo AB = ––––––, vem:
sen 
Identificando os movimentos:
L / sen L
t = –––––––––– = ––––––––––––
(I) Movimento relativo Vrel Vrel . sen 
garoto em relação ao vagão.
Se quisermos obter t mínimo, basta tomar sen 

앚 Vrel앚 = 3,0km/h máximo, isto é, sen  = 1 e  = 90°, ou seja:

Para o barco atravessar o rio no menor tempo


(II) Movimento de arrastamento
possível, sua velocidade relativa às águas deve ser
vagão em relação à estrada. perpendicular à correnteza.

앚 Varr 앚 = 4,0km/h A presença da correnteza altera apenas o ponto da
margem oposta atingido pelo barco e não interfere no
(III) Movimento resultante tempo gasto, que é calculado com base no movimento
garoto em relação à estrada. relativo.

8–
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 9

MÓDULO 23 Mesmo sentido: C = (V – V’) T1


2400 = (V – V’) 1200
1. (MODELO ENEM) – Um barco motorizado tem velocidade de V – V’ = 2,0 (1)
módulo constante em relação às águas de um rio de leito retilíneo. As
águas do rio têm velocidade constante em relação às margens. O barco Sentidos opostos: C = (V + V’) T2
vai de uma localidade A até uma localidade B, descendo o rio, em 10min.
2400 = (V + V’) 240
O mesmo barco volta da localidade B para a localidade A, subindo o rio,
V + V’ = 10,0 (2)
em 20min. Se o barco for da localidade A para a localidade B com o
motor desligado, o tempo de percurso será de:
(1) + (2): 2V = 12,0 ⇒ V = 6,0m/s
a) 15min b) 20min c) 30min d) 40min e) 50min

RESOLUÇÃO: Em (2): 6,0 + V’ = 10,0 ⇒ V’ = 4,0m/s


Como os movimentos são uniformes, tem-se:
Resposta: B
s = V t
AB = (VB + VC) 10 (1)
AB = (VB – VC) 20 (2)
AB = VC T (3)

FÍSICA A
VB = módulo da velocidade do barco
VC = módulo da velocidade da correnteza

Comparando-se (1) e (2):

(VB + VC)10 = (VB – VC) 20 ⇒ VB + VC = 2VB – 2VC ⇒ VB = 3VC


3. (MODELO ENEM) – Um carro se move em uma trajetória retilínea
Comparando-se (1) e (3): e horizontal com velocidade de módulo VC = 40 km/h.
(VB + VC)10 = VC T ⇒ (3VC + VC)10 = VCT Está caindo uma chuva vertical e as gotas têm velocidade de módulo
VR = 20 m/s em relação ao solo terrestre.
4VC . 10 = VC T ⇒ T = 40min A velocidade das gotas de chuva, em relação ao carro, formam com a
vertical um ângulo θ tal que:
Resposta: D 1
a) tg θ = 1 b) tg θ = ––– c) tg θ = 2
2
5 9
d) tg θ = ––– e) tg θ = –––
9 5

RESOLUÇÃO:
km 40 400 100
1) VC = 40 –––– = –––– m/s = –––– m/s = –––– m/s
2. (FGV-2022-MODELO ENEM) – Para adquirir resistência e treinar h 3,6 36 9
manter o ritmo, os atletas que disputam maratonas costumam se
exercitar dando várias voltas em uma pista fechada, com movimentos → → →
2) VC + Vrel = VR (resultante)
de velocidade escalar constante. Acompanhemos dois atletas que estão
100
assim se exercitando numa pista fechada de 2400 m de extensão, ––––
ambos com velocidades escalares constantes, mas diferentes. VC 9
tg θ = –––– = –––––
Quando eles se movem no mesmo sentido, a contar de um instante VR 20
em que o mais rápido ultrapasse o mais lento, cada nova ultrapassagem
ocorre a intervalos regulares de tempo de 1200s. Já quando eles se 5
movem em sentidos opostos, cruzam-se a intervalos regulares de tg θ = –––
9
tempo de 240s.
Os módulos da velocidade escalar V do mais rápido e da velocidade Resposta: D
escalar V’ do mais lento são
a) V = 8,0m/s e V’ = 6,0m/s. b) V = 6,0m/s e V’ = 4,0m/s.
c) V = 8,0m/s e V’ = 4,0m/s. d) V = 6,0m/s e V’ = 2,0m/s.
e) V = 4,0m/s e V’ = 2,0m/s.

RESOLUÇÃO
Movimento relativo:
srel = Vrel t (MU)

–9
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 10

4. (VUNESP-FMJ-MODELO ENEM) – O piloto de um avião deseja ir 5. Um aeroplano voa com velocidade constante de módulo igual a
em linha reta da cidade A para a cidade B. Ele sabe que enfrentará um 80 
3 km/h em relação ao ar.
vento lateral constante perpendicular à sua trajetória durante todo o
tempo do percurso, como mostra a figura.

O vetor que melhor ilustra a direção e o sentido da velocidade relativa


ao ar que o piloto deverá proporcionar ao avião durante todo o trajeto
está representado em

a) b) c) d) e) Existe um vento que arrasta o avião com velocidade constante de mó-


dulo 80km/h, em relação ao solo terrestre, dirigida segundo um ângulo
RESOLUÇÃO: de 60° a leste do Norte.
Teorema de Roberval: O avião pretende viajar na direção e sentido de Sul para Norte, em rela-
→ → → → → → ção ao solo terrestre.
VR = Vrel + Varr ⇒ Vrel = VR – Varr
Determine
a) a orientação da velocidade do avião relativa ao ar;
FÍSICA A

b) o módulo da velocidade do avião em relação ao solo terrestre.

RESOLUÇÃO:
a) Usando-se a lei dos senos no triângulo da
figura, tem-se:

Varr Vrel
––––––– = ––––––––
sen  sen 60°

80 80  3
Resposta: A –––––– = –––––––––
sen  3
––––
2

1
sen  = ––– ⇒  = 30°
2

b) Aplicando-se o Teorema de Pitágoras, tem-se:


2 + V2
VR2 = Vrel arr

VR2 = (80 
3 )2 + (80)2

VR2 = 3 . (80)2 + (80)2 = 4 . (80)2

VR = 160km/h

Respostas: a)  = 30° a oeste do norte


b) 160 km/h

10 –
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 11

MÓDULO 24 2. (MODELO ENEM) – Dois barcos motorizados, X e Y, vão atraves-


sar um rio de margens paralelas distanciadas de 400m e com uma
correnteza que tem velocidade constante de módulo igual a 3,0 m/s.
1. (OLIMPÍADA DE FÍSICA DE PORTUGAL-MODELO ENEM) – Um
Cada barco tem velocidade relativa à água constante e com módulo igual
grupo de amigos encontrou-se numa margem do rio e resolveu ir fazer
a 5,0 m/s.
um piquenique num parque de merendas que ficava na outra margem,
O barco X atravessa o rio nas condições de tempo mínimo (velocidade
500m mais abaixo, para o lado da foz. Naquela zona o rio tem largura
relativa perpendicular às margens) e o barco Y atravessa o rio nas
100m e a velocidade da correnteza tem módulo igual a 1,0m/s. Os
condições de caminho mínimo (velocidade resultante perpendicular às
estudantes decidiram dirigir o barco na direção perpendicular à margem
margens).
(condição de tempo de travessia mínimo) e esperar que a correnteza os
levasse até ao ancoradouro pretendido.
Qual é a o módulo da velocidade que devem imprimir ao seu barco,
relativamente à água, para conseguirem o seu objetivo?
a) 0,1 m/s b) 0,2 m/s c) 0,3 m/s
d) 0,4 m/s e) 0,5 m/s

RESOLUÇÃO:

FÍSICA A
1) Cálculo do tempo gasto usando o movimento de arrastamento
D = VARR . T

500 = 1,0 . T ⇒ T = 500s


Quando o barco X atinge a margem oposta em C, o barco Y estará a
uma distância da margem de onde partiu igual a:
2) Cálculo da velocidade relativa:
a) 180m b) 200m c) 300m d) 320m e) 400m
srel 100
Vrel = ––––– ⇒ Vrel = –––– (m/s) ⇒ Vrel = 0,2m/s
t 500 RESOLUÇÃO:
1) Cálculo do tempo gasto pelo barco X para atingir a margem
Resposta: B
oposta:
Δsrel = Vrel t (MU)

400 = 5,0 T ⇒ T = 80s

2) Cálculo da velocidade resultante do barco Y:

V2 = V 2 + V 2
rel R C

(5,0)2 = V2 + (3,0)2 ⇒ VR = 4,0 m/s


R

3) Distância percorrida pelo barco Y no movimento resultante de


A para B:

ΔsR = VR t

d = 4,0 . 80 (m) ⇒ d = 320m

Resposta: D

– 11
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 12

3. (UMC-2023) – Um barco move-se com velocidade constante de y 0,8


módulo 6,0m/s num lago de água parada, quando entra perpendicular- c) sy = V0y t + ––– t2 ⇒ sy = –––– . 100 (m) ⇒ sy = 40,0m
2 2
mente (ponto A da figura) em um rio caudaloso onde a correnteza na
superfície apresenta aceleração constante de módulo 0,8m/s2 em toda
área de sua extensão. Para atravessar o rio, o piloto sempre mantém d) sx = Vx t ⇒ L = 6,0 . 10,0 (m) ⇒ L = 60,0m

constante a componente da velocidade na direção perpendicular a


correnteza, mas é arrastado rio abaixo. Respostas: a) trajetória parabólica b) 10,0m/s
c) 40,0m d) 60,0m/s
FÍSICA A

a) Desenhe e explique como será a trajetória do barco na travessia do


rio.
b) Qual o módulo da velocidade do barco após 10,0s de movimento no 4. Uma pedra fica incrustada no pneu de um carro que descreve uma
rio? trajetória retilínea, com velocidade constante de módulo V0, sem que os
c) Qual a distância arrastada rio abaixo, no sentido da correnteza, pneus derrapem.
decorrido os 10,0s? Pretende-se estudar o movimento da pedra, em relação ao solo
d) Considerando-se que em 10,0s o barco chega na margem oposta, terrestre, denominado movimento resultante da pedra.
qual a largura do rio? Considere a pedra passando pelas quatro posições, A, B, C e D,
indicadas na figura.
RESOLUÇÃO:
a)
x = 6,0t (SI)

y = 0,4t2 (SI)

x2
y = 0,4 . –––––
36,0

x2
y = ––––– (SI)
90,0

(equação da trajetória)

b) 1) Vx = 6,0m/s a) Complete as lacunas a seguir:


2) Vy = V0y + y t ⇒ Vy = 0 + 0,8 . 10,0 (m/s) ⇒ Vy = 8,0m/s 1) Movimento relativo: é o movimento da pedra em relação
3) ..........................; é do tipo .......................... e .......................... .

2) Movimento de arrastamento: é o movimento do carro em relação


..........................; é do tipo .......................... e .......................... .

3) Movimento resultante: é o movimento da pedra em relação


.......................... .
4) De acordo com o Teorema de Roberval, a velocidade resultante

VR é a soma vetorial da velocidade .......................... com a
velocidade de ........................... .

V2 = Vx2 + Vy2 = (6,0)2 + (8,0)2 (SI) → → →


VR = Vrel + Varr
V = 10,0m/s

12 –
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 13

b) Desenhe, na figura, as velocidades relativa e de arrastamento nas 5. A ideia de usar rolos circulares para deslocar objetos
quatro posições, A, B, C e D. pesados provavelmente surgiu com os antigos
c) Complete as lacunas: egípcios ao construírem as pirâmides.
Para que o pneu não derrape, os pontos de contato entre os pneus
e o chão devem ter velocidade resultante ........................ e, para
tanto, as velocidades ........................ e de .................................
devem ter módulos iguais.
d) Calcule em função de V0 os módulos da velocidade resultante da
pedra nas posições A, B, C e D.
e) Para V0 = 100km/h, qual o intervalo de variação do módulo da
velocidade resultante da pedra?

RESOLUÇÃO:
a) 1) ao carro; circular; uniforme Brian Bolt. Atividades matemáticas. Ed. Gradiva.
2) ao solo; retilíneo; uniforme Representando por R o raio da base dos rolos cilíndricos, a expressão do
3) ao solo deslocamento horizontal x do bloco de pedra em função de R, após o
4) relativa; arrastamento rolo ter dado uma volta completa sem deslizar, é:
a) x = R b) x = 2R c) x = πR
b) d) x = 2πR e) x = 4πR

RESOLUÇÃO:

FÍSICA A
c) nula; relativa; arrastamento

d) VA = 0; VC = 2V0

VB = VD = 
2 V0

V2B = V02 + V02 = 2V02 O ponto A, mais alto do rolo cilíndrico, tem velocidade igual ao
dobro da velocidade do centro C do rolo cilíndrico. Quando o
VB = 
2 V0 tambor dá uma volta completa, o seu centro C se desloca 2πR e o
objeto que está em contato com o ponto A vai deslocar-se o dobro,
isto é, 4πR.
e) 0  VR  200km/h Resposta: E

– 13
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 14

MÓDULOS 25 e 26 Balística
Lançamento de Projéteis b) Componente vertical:

V0y = V0 sen 
Um objeto é lançado obliquamente com ângulo de

tiro  e velocidade de lançamento V0 em uma região

onde o campo de gravidade é uniforme (g = constante) 3. Cálculo do Tempo de Subida
e o efeito do ar é considerado desprezível.
Analisando-se apenas o movimento vertical (MUV),
temos:
Vy = V0y + y . t

Quando o corpo atinge o ponto mais alto:

Vy = 0 e t = ts. Portanto
0 = V0y – gts

1. Movimentos Componentes V0y V0 sen 


ts = –––– = ––––––––––
FÍSICA A

g g
O movimento do projétil se faz com trajetória parabó-
lica e não é uniformemente variado (aceleração escalar
variável). 4. Cálculo da Altura Máxima
Para facilidade de estudo, este movimento é decom-
posto em dois movimentos parciais: Analisando-se novamente o movimento vertical
(MUV), temos:
Movimento horizontal
Na direção horizontal, não há aceleração e, portanto, V2y = V0y
2
+ 2 y sy
o movimento horizontal é do tipo uniforme, isto é, a ve- Quando o corpo atinge o ponto mais alto:
locidade horizontal é constante.
Vy = 0 e sy = Hmáx. Portanto:
Movimento vertical 2
0 = V0y + 2(– g)Hmáx
Na direção vertical, a aceleração escalar é constante
2
(  = –g) e o movimento é do tipo uniformemente va- 2gHmáx = V0y
riado.
2
V0y V02 (sen )2
→ Hmáx = –––– = ––––––––––––
2. Componentes da Velocidade Inicial V0 2g 2g

A velocidade de lançamento V0 pode ser decompos-
5. Cálculo do Alcance Horizontal
ta em duas parcelas:

Analisando-se o movimento horizontal (MU), temos:


sx = Vx t

Sendo Vx = V0 cos  e

2V0 sen 
t = ts + tq = 2ts = ––––––––––, obtemos:
g

2 V0 . sen 
D = V0 cos  . ––––––––––––
g
a) Componente horizontal:
V02
V0x = V0 cos  D = –––– . 2 sen  cos 
g

14 –
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 15

Porém: g
y = (tg ) x – –––––––––––––– x 2
2 sen  cos  = sen 2  2 V0 (cos )2
2

V02
D = –––– sen 2  Como a função y = y(x) é do 2.o grau, concluímos que
g a trajetória do projétil é parabólica.

6. Propriedades Notáveis 8. Ângulos Notáveis: 30°, 45°, 60°, 90°

Já sabemos que para 2 = 45° o alcance D é máximo


a) No ponto mais alto da trajetória parabólica, a
V02
velocidade tem direção horizontal (V = Vx = V0 cos) e a
aceleração é igual à da gravidade (→ →
a = g ).
 g 
Dmáx = ––– e para 1 = 30° e 3 = 60° o alcance hori-

zontal é o mesmo.
b) Para  = 45° o alcance horizontal é máximo.
Em relação à altura máxima, para um mesmo V0 , te-

 
V 20 mos:
Dmáx = –––– , pois sen 2  = 1
g V02 (sen )2
Hmáx = ––––––––––
2g
c) Para ângulos de tiro complementares (por exemplo

FÍSICA A
Hmáx V02
1 = 30° e 2 = 60°), os alcances horizontais são iguais. –––––––– = –––– = constante
(sen ) 2 2g
7. Equação da Trajetória
H30 H45 H60 H90
–––––––––– = –––––––––– = ––––––––– = –––––––––
(sen 30°) 2 (sen 45°) 2 (sen 60°) 2 (sen 90°)2
As coordenadas x e y do projétil são dadas por:
H30 H45 H60 H90
a) Horizontal (MU): –––––– = –––––––– = –––––––– = –––––
x = x 0 + V xt (1/2)2 ( 2/2)2 ( 3/2)2 (1)2

x = (V0 cos ) t (1) H30 H45 H60 H90


–––– = –––– = –––– = ––––
1 2 3 4
b) Vertical (MUV):
y
y = y0 + V0yt + –––– t2
2
g
y = (V0 sen ) t – –– t2 (2)
2

Isolando-se o tempo (t) em (1), obtemos:


x
t = –––––––––
V0 cos 

Substituindo-se o valor de (t) em (2), temos:


2

 
x g x
y = (V0 sen ) ––––––––– – ––– ––––––
–––––

V0 cos  2 V0 cos 
Lançamentos notáveis.

– 15
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 16

MÓDULO 25 1) Cálculo do tempo de subida:


Vy = V0y + y t ↑䊝
1. (MACK-2023-MODELO ENEM) – A figura abaixo representa um 0 = 30 – 10TS ⇒ TS = 3,0s
motociclista em movimento horizontal que decola de um ponto 80cm
acima do solo, pousando a 6,0m de distância. 2) Cálculo do tempo de voo:

T = TS + TQ = 2TS ⇒ TS = 6,0s

3) Cálculo de V0x:
80 cm Δsx = V0x T ⇒ 300 = V0x . 6,0 ⇒ V0x = 50m/s

Resposta: C
6,0 m

Adote g = 10m/s2
A velocidade escalar no momento da decolagem, em metros por se-
gundo, é igual a
a) 5,0 b) 10,0 c) 15,0 d) 20,0 e) 25,0 3. (FMP-CESGRANRIO-2023-MODELO ENEM) – Na figura abaixo,
mostra-se o esquema de um lançador de bolas de tênis.
FÍSICA A

RESOLUÇÃO:
1) Cálculo do tempo de voo:
y
Δsy = V0yt + ––– t2 ↓䊝
2

0,80 = 0 + 5,0T2

T2 = 0,16 (SI) ⇒ T = 0,40 s

2) Cálculo do módulo da velocidade inicial:

Δsx = V0 T
Inicialmente, a bola realiza um movimento circular de raio R = 50cm.
6,0 = V0 . 0,40 ⇒ V0 = 15,0m/s →
Em seguida, a bola é lançada com velocidade inicial V0 que forma 45°
Resposta: C com a horizontal. A velocidade angular da bola nessa posição de lan-
çamento é  = 20 . 2 rad/s.
Desprezando-se os atritos, o alcance L da bola de tênis, em metros,
vale, aproximadamente,
2. (FUVEST TRANSFERÊNCIA-2023-MODELO ENEM) – Um projétil a) 5,0 b) 10 c) 20 d) 28 e) 40
→ → →
é lançado com velocidade inicial V0 = V0x i + 30 j , com componentes Dado: Módulo da celeração da gravidade g = 10m.s–2

em unidades de m/s. Qual deve ser o valor da componente V0x para 


2
sen 45° = cos 45° = ––––
que o projétil atinja um alvo a 300m de distância e na mesma altura do 2
ponto de lançamento do projétil?
a) 10m/s b) 20m/s c) 50m/s d) 80m/s e) 100m/s
RESOLUÇÃO:
Note e adote: g = 10m/s2 e despreza-se a resistência do ar.
1) V0 = R = 20 
2 . 0,50 (m/s)

i = versor do eixo horizontal x
→ V0 = 10 
2 m/s
j = versor do eixo vertical y

2) Componentes da velocidade inicial V0 :
RESOLUÇÃO: 
2
V0x = V0y = V0 cos 45° = 10 
2 . –––– (m/s)
2

V0x = V0y = 10m/s

3) Cálculo do tempo de subida:


Vy = V0y + y t ⇒ 0 = 10 – 10 . Ts ⇒ Ts = 1,0s

16 –
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 17

4) Cálculo do tempo de voo: 5. 2022 – Em um dia de calor intenso, dois colegas estão
T = TS + TQ = 2TS = 2,0s a brincar com a água da mangueira. Um deles quer
saber até que altura o jato de água alcança, a partir da
5) Cálculo do alcance L: saída de água, quando a mangueira está posicionada totalmente na
sx = V0x T direção vertical. O outro colega propõe então o seguinte experimento:
eles posicionarem a saída de água da mangueira na direção horizontal,
L = 10 . 2,0 (m) ⇒ L = 20m
a 1,0m de altura em relação ao chão, e então medirem a distância
Resposta: C horizontal entre a mangueira e o local onde a água atinge o chão. A
medida dessa distância foi de 3,0m, e a partir disso eles calcularam o
alcance vertical do jato de água. Considere a aceleração da gravidade
com módulo de 10m s–2 e despreze o efeito do ar.
O resultado que eles obtiveram foi de
a) 1,50 m. b) 2,25 m. c) 4,00 m.
d) 4,50 m. e) 5,00 m.

RESOLUÇÃO:
4. (EEMAUÁ-2023-MODELO ENEM) – O artista performático Evil
Knivel, conhecido por saltar grandes distâncias com motocicletas,
executou o mais longo voo de sua carreira sobre 14 ônibus enfileirados,
totalizando uma distância de 40 metros e estabelecendo um recorde,
que viria a ser quebrado após 24 anos.
Fonte:https://www.history.co.uk/shows/evel-knievellive/articles/evel-

FÍSICA A
knievels-5-greatests-stunts

Desprezando-se a resistência do ar e considerando-se o salto de Knivel


como um movimento balístico (lançamento oblíquo), com ângulo de 1) Cálculo do tempo de voo:

2
lançamento de 45°, sendo sen (45°) = cos (45°) = –––– e g = 10m/s2, a
2 y
Δsy = V0y t + ––– t2 ↓䊝
velocidade escalar inicial mínima, necessária para saltar os 14 ônibus, é 2
de
1
a) 10 2 m/s b) 20m/s c) 20  2 m/s 1,0 = 0 + 5T2 ⇒ T = ––––– s
5
d) 40m/s e) 40 
2 m/s

2) Cálculo do módulo da velocidade inicial:


RESOLUÇÃO:
2 sx = V0x t
1) V0x = V0y = V0 cos 45° = V0 –––
2 1
3,0 = V0 . ––––– ⇒ V0 = 3,0
5 m/s
2) Tempo de subida: 5
2
Vy = V0y + y t ⇒ 0 = V0 ––– – 10TS
2 3) Cálculo do alcance vertical com lançamento com o mesmo
V0 2 módulo de V0:
TS = ––––––
20
2 + 2 s ↑䊝
Vy2 = V0y y y

3) Tempo de voo: 0 = 9,0 . 5 + 2 (–10) H


V0 2
T = TS + TQ = 2TS = –––––– 20H = 45 ⇒ H = 2,25m
10

4) Alcance horizontal: Resposta: B

sx = V0x T

2 V0 2
40 = V0 ––– . ––––––
2 10

V02 = 400 (SI) ⇒ V0 = 20m/s

Resposta: B

– 17
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 18

MÓDULO 26 2. (MEDICINA EINSTEIN-MODELO ENEM) – Em uma aula de tênis,


um aprendiz, quando foi sacar, lançou a bola verticalmente para cima e
a golpeou com a raquete exatamente no instante em que ela parou no
1. (FUVEST TRANSFERÊNCIA-2023-MODELO ENEM) – Segundo
ponto mais alto, a 2,45 m de altura em relação ao piso da quadra.
o quadrinho, qual será a distância aproximada, a partir do lançamento,
Imediatamente após esse movimento, a bola partiu com uma velocidade
percorrida pelo pássaro na horizontal no momento em que o “projétil” →
inicial horizontal V0 e tocou o solo a 16,8 m de distância da vertical que
atingir o alvo?
passava pelo ponto de partida.
a) 6,0m b) 8,0m c) 9,0m d) 11,0m e) 12,0m
Despreze o efeito do ar e adote g = 9,8m/s2.
FÍSICA A

(https://free3d.com. Adaptado.)

Adotando-se g = 10 m/s2, desprezando-se a resistência do ar e a rotação



da bola ao longo de seu trajeto, o módulo de V0 quando a bola perdeu
contato com a raquete foi de
a) 20 m/s. b) 22 m/s. c) 24 m/s.
d) 26 m/s. e) 28 m/s.

RESOLUÇÃO:

RESOLUÇÃO:
1) Cálculo do tempo:

y
Δsy = V0y t + ––– t2 ↓ 䊝
2
1) Cálculo do tempo de queda:
4,9 = 0 + 4,9 T2 ⇒ T2 = 1,0 (SI) ⇒ T = 1,0s
y
Δsy = V0y t + ––– t2 ↓ 䊝
2) Cálculo da distância horizontal percorrida: 2

Δsx = V0x T 10
2,45 = 0 + ––– . T2 ⇒ T2 = 0,49 (SI)
2
D = 9,0 . 1,0 (m)
T = 0,70s
D = 9,0m

2) Na direção horizontal:
Resposta: C
Δsx = V0 T (MU)

16,8 = V0 . 0,70

V0 = 24 m/s

Resposta: C

18 –
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 19

3. (VUNESP-SANTA CASA-MODELO ENEM) – A partir de uma 4. (OLIMPÍADA DE FÍSICA DE PORTUGAL-ADAPTADO-MODELO


elevação ao lado de um lago de águas tranquilas, uma criança lançou ENEM) – Numa competição de salto de esqui, o movimento do saltador
uma pedra obliquamente para cima com velocidade inicial de módulo é composto por 2 fases diferentes: uma em que, partindo do repouso,
10 m/s e direção que formava um ângulo  com a horizontal, tal que desliza sobre uma pista de neve para ganhar velocidade e uma outra
sen  = 0,80 e cos  = 0,60. parte relacionada com o salto. Suponha que um saltador de esqui deixa
a pista de esqui com uma velocidade horizontal de módulo
vx = 25,0 m/s (como representado na figura abaixo), que a inclinação do
terreno relativamente a saída da pista é de 35,0° e desprezíveis as forças
dissipativas.

Sabendo-se que a pedra saiu da mão da criança a uma altura de 4,0m

FÍSICA A
acima da superfície do lago, considerando-se g = 10m/s2 e desprezando-
se a resistência do ar, o módulo do deslocamento horizontal D da pedra
até atingir a superfície do lago foi
a) 9,0m. b) 9,6m. c) 11,4m. d) 12,0m. e) 13,6m.
Adote g = 10,0 m/s2 e tg 35,0° = 0,70 .
RESOLUÇÃO:
O intervalo de tempo que o esquiador permanece no ar (trecho BC) vale:
1) Componentes da velocidade inicial: a) 1,0 s b) 3,0 s c) 3,5 s d) 4,0 s e) 4,5 s
V0x = V0 cos  = 10 . 0,60 (m/s) = 6,0m/s
RESOLUÇÃO:
V0y = V0 sen  = 10 . 0,80 (m/s) = 8,0m/s
1) Na direção vertical:
2) Cálculo do tempo de voo usando o movimento vertical (MUV): y
Δsy = V0y t + ––– t2 ↓䊝
y 2
sy = V0y t + ––– t2 ↑䊝
2 y = 5,0 t2 (SI) ⇒ y1 = 5,0T2 (SI)
2
–4,0 = 8,0 t1 – 5,0 t 1
2) Na direção horizontal:
2
5,0 t1 – 8,0 t1 – 4,0 = 0 x = V0 t
x = 25,0 t (SI) ⇒ x1 = 25,0T (SI)
8,0  
64 + 80
t1 = –––––––––––––– (s)
10,0 3) Da figura:
y1
8,0  12,0 tg  = –––
t1 = ––––––––––– (s) ⇒ t1 = 2,0s
10,0 x1

5,0 T2
3) Cálculo do deslocamento horizontal: 0,70 = ––––––– ⇒ T = 3,5 s
25,0 T
Δsx = V0x t1
Resposta: C
D = 6,0 . 2,0 (m)

D = 12,0m

Resposta: D

– 19
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 20

5. (CESUMAR-2023-MODELO ENEM) – Os projetos imperialistas do


Nazismo implicaram uma série de aperfeiçoamentos armamentistas.
Um deles, consideravelmente exagerado em suas dimensões, foi o
canhão Gustav. Ele possuía 1344 toneladas distribuídas em 6 metros
de altura e 43 metros de comprimento, sendo necessário pelo menos
500 pessoas para preparar sua locomoção através de trilhos. Os
projéteis disparados por esse canhão tinham cerca de 5 toneladas e era
necessário 1360 kg de pólvora para os disparos. Considerando que o
alcance horizontal máximo de um desses projéteis disparados foi de 49 km,
determine o módulo da velocidade de lançamento do projétil em
quilômetros por hora. Despreze toda e qualquer força dissipativa e
considere a aceleração da gravidade no local do disparo com módulo
igual a 10 m/s2.
a) 320. b) 490. c) 700. d) 2520. e) 7000.

RESOLUÇÃO:
1) Componentes da velocidade inicial
V0x = V0 cos 
V0y = V0 sen 

2) Cálculo do tempo de subida


Vy = V0y + y t
FÍSICA A

0 = V0 sen  – g TS

V0 sen 
TS = –––––––––
g

3) Cálculo do tempo de voo:


T = TS + TQ = 2 TS

2V0 sen 
T = ––––––––––
g

4) Cálculo do alcance D
sx = V0x T
2 V0 sen 
D = V0 cos  . ––––––––––
g

V02
D = –––– sen 2 
g

V02
D = Dmáx = ––– (para  = 45°)
g

V02
49 . 103 = ––––
10
2
V0 = 49 . 104 (SI)

V0 = 700 m/s = 700 . 36 km/h

V0 = 2520 km/h

Resposta: D

20 –
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 21

MÓDULO 27 1.a Lei de Newton

1. Objeto da Dinâmica A expressão livre da ação de forças admite duas


situações:
Dinâmica é a parte da Mecânica que procura (1) nenhuma força atua sobre a partícula, o que é
estabelecer as leis que explicam os movimentos, possi- apenas uma suposição teórica, irrealizável na
bilitando determinar o tipo de movimento de um corpo a prática;
partir de uma certa situação inicial. (2) as forças atuantes se neutralizam, de modo que
As leis da dinâmica foram formuladas por Galileu e sua soma vetorial (força resultante) é nula.
Newton.
A ausência de força resultante implica a ausência de
2. Grandezas Fundamentais aceleração e determina, para a partícula, uma velocidade
vetorial constante, com duas possibilidades: repouso ou
Na cinemática, as grandezas fundamentais para a movimento retilíneo e uniforme.
descrição dos movimentos eram apenas o com-
primento (L) e o tempo (T), e as grandezas derivadas, Equilíbrio da partícula
utilizadas em seu estudo, foram a velocidade e a acele- → → →

ração. F =0 ⇔ a = 0

FÍSICA A
Na dinâmica, as grandezas fundamentais para a →
V = constante
explicação dos movimentos são o comprimento (L), a
→ →
massa (M) e o tempo (T). V = 0 : partícula em repouso
As grandezas derivadas principais utilizadas, além da → →
velocidade e da aceleração, são força, trabalho, potência, V 0 : partícula em MRU
energia, impulso e quantidade de movimento.

3. Conceito Dinâmico de Força 5. Conceito de Inércia

Força é o agente físico responsável pela aceleração A inércia é uma propriedade característica da matéria,
dos corpos. que consiste na tendência do corpo em manter sua
Isso significa que força é algo que produz variação velocidade vetorial.
de velocidade de um corpo. A inércia pode-se manifestar de duas formas: a inér-
Qualquer alteração na velocidade de um corpo, seja cia de repouso e a inércia de movimento.
em intensidade, seja em orientação (direção e sentido), Se um corpo estiver em repouso, livre da ação de
implica uma aceleração e, portanto, a presença de uma forças, ele tende a se manter em repouso: é a inércia de
força que vai produzir esta aceleração. repouso.
Força e aceleração constituem um dos mais É por inércia de repouso que um passageiro
importantes pares causa-efeito da Física. desprevenido é projetado para trás em um ônibus que,
partindo do repouso, arranca abruptamente.
Força ⎯⎯⎯→ Aceleração Se um corpo estiver em movimento, livre da ação de
(causa) produz (efeito) forças, ele tende a continuar com velocidade constante
(MRU); é a inércia de movimento.
Se for suprimida a força que atua em um corpo, É por inércia de movimento que um motorista é
instantaneamente cessa sua aceleração, isto é, não exis- projetado para frente quando freia o carro, ensejando o uso
te “inércia” de aceleração. do cinto de segurança para evitar sua colisão com o vidro
dianteiro.
4. Equilíbrio de uma Partícula Para vencer a inércia, o corpo deve receber a ação
de uma força.
Nosso estudo de dinâmica vai-se restringir a forças
aplicadas a partículas (pontos materiais), isto é, corpos de Sintetizando:
tamanho desprezível em comparação com as distâncias
Por inércia, um corpo tende a manter a veloci-
envolvidas.
dade que possui, e para alterar esta velocidade, é
Dizemos que uma partícula está em equilíbrio
preciso a intervenção de uma força.
quando estiver livre da ação de forças.

– 21
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 22

O conceito de inércia foi estabelecido por Galileu, “Nenhum corpo pode, sozinho, alterar sua
porém, com uma incorreção: Galileu, influenciado por velocidade.”
Aristóteles, acreditava que, na ausência de forças, um
corpo poderia realizar movimento circular e uniforme, por Isso significa que, para mudar sua velocidade, um
inércia. corpo precisa interagir com o resto do Universo, de modo
O erro de Galileu foi corrigido por Newton em sua obra a receber uma força externa capaz de vencer a sua
máxima, Os Princípios Matemáticos da Filosofia Natural, inércia.
publicada em 1687 e que continha suas três leis de
movimento. Exemplificando:
As três leis de movimento de Newton procuram (1) Uma pessoa, para andar, interage com o chão e
estabelecer o comportamento de um corpo em três recebe, por meio do atrito, uma força externa que vai
situações distintas: mudar sua velocidade.
1.a lei: comportamento do corpo quando estiver livre (2) Um avião a hélice (ou um pássaro) interage com o
da ação de forças; ar e recebe dele uma força externa que vai mudar sua
2.a lei: comportamento do corpo ao receber a ação de velocidade.
uma força; (3) Uma nave a jato interage com os jatos expulsos e
3.a lei: comportamento do corpo ao interagir com recebe dos jatos uma força externa que vai mudar sua
outros corpos. velocidade.
A 1.a Lei de Newton nega a possibilidade de existência
6. 1a. Lei de Newton
FÍSICA A

de um super-homem que possa voar sem receber a ação


de uma força externa, graças apenas a uma grande energia
A 1.a Lei de Newton, também chamada de princípio interna.
da inércia, estabelece que
“uma partícula, livre da ação de forças, ou perma- 7. Sistema de Referência Inercial
nece em repouso (inércia de repouso), ou permanece
em movimento retilíneo e uniforme (inércia de A 1.a Lei de Newton não é válida para qualquer
movimento).” sistema de referência.
Um sistema de referência, em relação ao qual é válida
a
1.a Lei de Newton a 1. Lei de Newton, é chamado de referencial inercial.
→ → Para movimentos na superfície terrestre, de duração
F = 0 Repouso ou MRU
bem menor que 24h, os efeitos de rotação da Terra se tor-
nam irrelevantes, e, com boa aproximação, podemos
Isso significa que o repouso e o MRU são estados de
assumir um referencial fixo na superfície terrestre (refe-
equilíbrio, mantidos por inércia, isto é, sem a intervenção
rencial de laboratório) como inercial.
de forças.
Nos estudos de Astronomia, um referencial ligado às
A 1.a Lei de Newton derrubou o pensamento de
“estrelas fixas” é tomado como referencial inercial.
Aristóteles, que afirmava: “tanto para colocar um corpo
Cumpre destacar que um referencial que esteja em
em movimento como para mantê-lo em movimento é
movimento retilíneo e uniforme, em relação a outro
preciso a ação de uma força”. Aristóteles errou porque
referencial inercial, também será inercial.
só admitiu a inércia de repouso, negando a inércia de
movimento, afirmando que um corpo livre de forças só Assim, assumindo como inercial um referencial ligado
pode estar em repouso. à superfície terrestre, também será inercial um referencial
O princípio da inércia pode ter outra formulação que se desloque com velocida- de constante (MRU) em
equivalente: relação à superfície terrestre.

22 –
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 23

1. A respeito da 1a. Lei de Newton, assinale a opção correta. c) O cinto de segurança contribui para reduzir a aceleração do carro.
a) O movimento orbital da Lua, em torno da Terra, é mantido por inércia. d) O atrito entre o banco e os passageiros é suficiente para impedir que
b) Qualquer movimento uniforme é mantido por inércia. esses sejam arremessados para frente.
c) Uma partícula eletrizada cria campo elétrico na posição onde se e) Os riscos, para os passageiros, seriam maiores se todos estivessem
encontra. usando cinto de segurança.
d) Não há violação da lei da inércia no fato de o super-homem levantar
a mão e sair voando. RESOLUÇÃO:
e) Não existe inércia de aceleração, mas apenas inércia de velocidade. O cinto de segurança é usado para aplicar na pessoa uma força
dirigida para trás quando o carro é freado e a pessoa, por inércia de
RESOLUÇÃO: movimento, é projetada para frente. Todas as pessoas dentro do
carro deveriam usar o cinto de segurança.
a) Falsa. O movimento da Lua é mantido pela força gravitacional
Resposta: B
aplicada pela Terra.
b) Falsa. Apenas o MRU se mantém por inércia.
c) Falsa. Se isto ocorresse, a partícula conseguiria sozinha mudar
sua velocidade vetorial, contrariando o princípio da inércia.
d) Falsa. Nenhum corpo pode sozinho mudar sua velocidade; tem
de receber uma força externa.
e) Verdadeira. Quando a força é suprimida, a aceleração se anula 3. (FUVEST TRANSFERÊNCIA-2023-MODELO ENEM) – Uma das

FÍSICA A
e apenas a velocidade se mantém por inércia. leis da Física mais conhecidas é a “lei da inércia”. De acordo com a lei
Resposta: E da inércia, se um corpo não recebe nenhuma força, ele está em repouso
ou em movimento retilíneo com velocidade constante. Abordar a lei da
inércia em um caso geral é uma tarefa muito ampla, mas é necessário
entender este princípio da Física em um dos ambientes mais usados na
atualidade, o carro. O entendimento da lei da inércia no contexto dos
carros é uma questão de vida ou morte.
Leonardo S. F. dos Santos, “A lei da inércia e a cadeirinha de bebê”.
Disponível em https://sbfisica.org.br.
2. (UFAC-MODELO ENEM) – A figura abaixo mostra imagens de um
teste de colisão. A foto A revela o momento exato da colisão do carro
A partir da leitura do texto e de seus conhecimentos, é correto afirmar:
com o muro. Nesse instante, a velocidade do carro era 56 km/h. As fotos
a) Os corpos no interior de um carro em movimento não estão com a
B, C e D são imagens sequenciais da colisão. O motorista, que usa cinto
mesma velocidade do carro.
de segurança, fica espremido entre seu banco e o volante. A criança,
b) Em caso de freada brusca, os corpos tenderão a manter um
que estava sentada no banco da frente, ao lado do motorista, bate no
movimento retilíneo e uniformemente variado.
para-brisa e é arremessada para fora do carro.
c) Os air bags servem para absorver a energia cinética dos ocupantes
do carro e promover uma desaceleração instantânea.
d) Em caso de desaceleração do carro, os ocupantes tendem a
permanecer em movimento retilíneo e uniforme.
e) Em caso de batida, a força normal será responsável por deformar a
carroceria do carro.

RESOLUÇÃO:
Quando o carro freia os corpos no interior do carro tendem a
manter a velocidade que possuíam, por inércia, e são projetadas
para frente.
A função do air-bag é aumentar o tempo de colisão e com isto
reduzir a força de frenagem reduzindo as deformações produzidas.
Resposta: D
(W. Carron, O. Guimarães. As Faces da Física. São Paulo: Moderna, 2008, p.
115. Adaptações).

Com relação ao que foi dito acima e, baseando-se nos seus conhe-
cimentos de Física, pode-se afirmar:
a) Não é necessário que os passageiros, sentados na parte traseira do
carro, usem cinto de segurança.
b) Em razão da inércia, os passageiros são lançados para frente,
conforme se observa nas fotos B, C e D.

– 23
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 24

4. (VUNESP-FAMEMA-2023) – Considere uma caixa em repouso no 6. (GAVE-PORTUGAL-2022-MODELO ENEM) – Em 2020, foi envia-
centro do tampo horizontal de uma mesa. A permanência do repouso da mais uma sonda espacial ao planeta Marte, integrada na missão Mars
justifica-se porque 2020. Essa sonda transportou, pela primeira vez na história da explo-
a) a resultante das forças sobre a caixa é nula. ração espacial, um pequeno helicóptero.
b) não atuam forças sobre a caixa. Fazer voar um helicóptero em Marte foi um desafio. Os engenheiros
c) o atrito sobre a caixa é estático. sabiam que a aceleração gravitacional de Marte, aproximadamente 1/3
d) a inércia da caixa é nula. da terrestre, ajudaria na decolagem, mas a sua atmosfera rarefeita iria
e) o peso da caixa é vertical e para baixo. tornar mais difícil a sustentação. Assim, o pequeno helicóptero, de 1,8kg
de massa, foi construído com duas hélices de 1,2m de diâmetro, que
RESOLUÇÃO: rodam, em sentidos opostos, a 2400 rotações por minuto.
De acordo com a 1.a Lei de Newton se a caixa está em repouso https://mars.nasa.gov (consultado em 18/10/2021). (Texto adaptado)
então a resultante das forças sobre ela é nula.
Resposta: A
Com os dados do altímetro, os engenheiros confirmaram o sucesso do
primeiro voo de teste, em que o helicóptero apenas efetuou uma
trajetória vertical.
Na figura, encontra-se representado o gráfico da altitude do helicóptero,
5. (CEPERJ-MODELO ENEM) – Um trem está se movendo sobre y, em função do tempo, t.
trilhos retilíneos e horizontais, para a direita, com movimento uniforme.
Fixo ao piso horizontal de um dos vagões, há um plano inclinado sobre
o qual se encontra um bloco em repouso em relação ao vagão.
FÍSICA A

https://mars.nasa.gov/resources/25820/altimeter-chart-for-ingenuitys-
first-flight
Dos cinco segmentos orientados, desenhados na figura, aquele que pode (consultado em 01/05/2021). (Adaptado)
representar a força exercida pelo plano inclinado sobre o bloco é o:
a) I b) II c) III d) IV e) V Considere que o helicóptero pode ser representado pelo seu centro de
massa (modelo de ponto material).
RESOLUÇÃO: Considere a parte do percurso em que o helicóptero se move com
Sendo o movimento do bloco retilíneo e uniforme a força resul- velocidade constante entre os instante t1 e t2.

tante sobre ele é nula e a força F aplicada pelo plano inclinado Qual das opções pode representar, na mesma escala, as forças que
deverá equilibrar o seu peso e, para tanto, deverá ser vertical e atuam no helicóptero: a força de sustentação gerada pela rotação das
→ →
dirigida para cima. hélices, Fs , e a força gravitacional, Fg?
a) b) c) d)

→ → → →
F = FN + Fat = – P

→ →
e) Fg = 0
→ →
Fs = 0
Resposta: C
RESOLUÇÃO:
Sendo a velocidade constante, então a força resultante é nula e a
força gravitacional e a força de sustentação terão o mesmo mó-
dulo, a mesma direção e sentidos opostos.
Resposta: B

24 –
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 25

MÓDULO 28 2.a Lei de Newton

1. 2.a Lei de Newton 2. Unidades

Decorre da 1.a Lei de Newton que qualquer alteração No Sistema Internacional de Unidades (SIU), temos:
na velocidade de um corpo implica a existência de acele- Unidade de aceleração: m/s2
ração e a presença de uma força responsável por esta
Unidade de massa: kg
aceleração.
Unidade de força: newton (N)
A 2.a Lei de Newton, também chamada de princípio
fundamental da dinâmica (PFD), estabelece uma rela- m
→ 1N = kg . ––––
ção entre a força aplicada a um corpo (F ) e a aceleração s2

por ele adquirida ( a ).
3. Dimensões

Em relação às grandezas fundamentais massa (M),


2.a Lei de Newton comprimento (L) e tempo (T), temos
“A força aplicada a um corpo e a aceleração por ela [a ] = LT –2 = MoLT –2

FÍSICA A
produzida são proporcionais.” [m] = M = MLoTo
→ → [F ] = MLT – 2
F = ma

O coeficiente de proporcionalidade (m) é uma cons- 4. Reconhecimento das Interações Fundamentais


tante característica do corpo, que mede a sua inércia e é da Natureza, Âmbitos de Atração e Intensidades
chamado de massa inercial (ou simplesmente massa) do Relativas
corpo.
Portanto, a massa é uma propriedade do corpo As diferentes forças que aparecem na Natureza po-
que traduz a resposta desse corpo ao ser solicitado dem ser explicadas em termos de quatro interações
por uma força. fundamentais que apresentamos a seguir, em ordem
decrescente de suas intensidades.

(1)Força nuclear forte (também chamada de força


hadrônica): somente ocorre entre as partículas elemen-
tares chamadas hádrons, que incluem, entre outras, os
prótons e nêutrons, constituintes do núcleo atômico.
A força nuclear forte atua em escala nuclear, tendo,
portanto, um alcance extremamente curto, da ordem de
10–15m. Ela é responsável pela manutenção ou coesão do
tg mede a massa núcleo atômico, mantendo os quarks unidos para forma-
rem os prótons e nêutrons e mantendo estes últimos

Variando-se a intensidade de F , para um mesmo unidos no núcleo do átomo, apesar da força de repulsão

corpo, a intensidade de a varia proporcionalmente, confor- eletrostática entre os prótons. As forças nucleares fortes
me traduz o gráfico F = f(a) anterior. diminuem rapidamente com a separação das partículas e
A declividade da reta F = f(a) (tg) mede a massa do são desprezíveis à distância de alguns diâmetros nucleares.
corpo. Estas forças são atrativas para distâncias maiores do que
0,4 . 10–15m e repulsivas para distâncias menores do que
Nota este valor.
→ → →
Quando várias forças ( F1, F2, ..., Fn ) atuarem no

corpo, F representará a força resultante, isto é, (2) Força eletromagnética: inclui as forças elétricas
→ → → → e as forças magnéticas. Esta força existe entre partículas
F = F1 + F2 + ... + Fn
eletrizadas e pode ser atrativa ou repulsiva. Ela explica a

– 25
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 26

ligação entre os elétrons e os núcleos atômicos e também é responsável pela manutenção de sua órbita. As forças
a união entre os átomos para formarem as moléculas. Além gravitacionais que o Sol e a Lua exercem sobre os ocea-
disso, é responsável pela emissão de radiação nos são responsáveis pelas marés.
eletromagnética, quando os átomos passam de um estado A força gravitacional, embora seja a mais fraca das
excitado para o seu estado fundamental. interações fundamentais, é a mais importante na Astrono-
mia, para explicar a formação de estrelas, galáxias e
(3)Força nuclear fraca: ocorre entre elétrons e pró- planetas, pelas seguintes razões:
tons e entre elétrons e nêutrons; atua em escala nuclear,
com alcance ainda menor que o da força nuclear forte; é (1)continua atuando em corpos eletricamente neu-
responsável pelo processo de emissão de elétrons pelos tros;
núcleos de certas substâncias radioativas, denominado (2)é sempre atrativa e torna-se muito intensa porque,
desintegração beta. em escala astronômica, as massas dos corpos tornam-se
A intensidade da força nuclear fraca é muito menor extremamente grandes.
que a da força eletromagnética, situando-se num patamar Todas as demais forças que aparecem na Física po-
intermediário entre as forças eletromagnéticas e gravita- dem ser reduzidas a essas quatro interações fundamen-
cionais. tais.
Hoje em dia, a teoria que pretende unificar as intera- As interações nuclear forte e nuclear fraca, devido a
ções fundamentais já admite que a força nuclear fraca seu alcance extremamente curto, da ordem das di-
FÍSICA A

e a força eletromagnética representam aspectos di- mensões do núcleo dos átomos, só têm relevância para
ferentes de uma mesma interação fundamental (for- explicar fenômenos em escala nuclear.
ça eletrofraca). Do ponto de vista macroscópico, só têm importância
as interações eletromagnética e gravitacional.
(4)Força gravitacional: é a força atrativa que existe A estrutura dos átomos e as forças interatômicas es-
entre partículas dotadas de massa. É a mais fraca de tão ligadas à interação eletromagnética.
todas as interações fundamentais. Por exemplo, a força Einstein passou grande parte de sua vida tentando in-
de repulsão eletrostática entre dois prótons é cerca de terpretar essas quatro forças como aspectos distintos de
1036 vezes maior do que a respectiva força gravitacional uma única superforça. A unificação das forças eletromag-
entre eles. nética e nuclear fraca já é aceita e está-se tentando, atual-
A força gravitacional entre a Terra e um corpo em mente, também a inclusão da força nuclear forte nessa
suas proximidades é o peso do corpo. A força gravita- unificação.
cional que o Sol aplica sobre um planeta é responsável Ainda se pretende, como queria Einstein, a unifica-
pelo seu movimento orbital. A força gravitacional que a ção de todas as interações, porém isso, por enquanto, é
Terra exerce na Lua ou em qualquer outro satélite artificial mera especulação.

1. – Em uma colisão frontal entre dois automóveis, a


força que o cinto de segurança exerce sobre o tórax
e abdômen do motorista pode causar lesões graves
nos órgãos internos. Pensando na segurança do seu produto, um fabri-
cante de automóveis realizou testes em cinco modelos diferentes de
cinto. Os testes simularam uma colisão de 0,30 segundo de duração, e
os bonecos que representavam os ocupantes foram equipados com
acelerômetros. Esse equipamento registra o módulo da desaceleração
do boneco em função do tempo. Os parâmetros como massa dos
bonecos, dimensões dos cintos e velocidade imediatamente antes e
após o impacto foram os mesmos para todos os testes. O resultado
final obtido está no gráfico de aceleração por tempo.
Qual modelo de cinto oferece menor risco de lesão interna ao motoris-
ta?
a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5

26 –
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 27

RESOLUÇÃO: 3. (GAVE-PORTUGAL-2022-MODELO ENEM) – Nos esquemas


O risco de lesão interna está ligado à intensidade da força de seguintes, está representado um conjunto ciclista + bicicleta durante a
frenagem e, portanto à intensidade da aceleração do carro. subida de uma rampa em movimento retilíneo e retardado.
O cinto 2 corresponde ao de menor aceleração máxima e, portanto, Em qual dos esquemas se encontram representados, embora não à
o de menor risco de lesão. →
escala, o vetor resultante das forças que atuam no conjunto, FR, e o
Resposta: B →
vetor aceleração, a, durante a subida?
a) b)

2. (UNICAMP-INDÍGENA-2023-MODELO ENEM) – Um objeto de


2,0kg sofre a ação de várias forças (ilustradas pelo diagrama de corpo
livre da figura a seguir).

c) d)

→ → → →
e) FR = 0 e a = 0

RESOLUÇÃO:

FÍSICA A
Como a bicicleta está subindo o vetor velocidade é dirigido para
cima.
Sendo o movimento retardado o vetor aceleração tem sentido
oposto ao do vetor velocidade e, portanto, é dirigido para baixo.
O vetor força resultante, de acordo com a 2.a Lei de Newton
→ →
FR = m a tem a mesma direção e o mesmo sentido do vetor
aceleração:

V →
a

FR

Resposta: D

A aceleração do objeto é
a) positiva na direção x e tem magnitude igual a 5,0m/s2.
b) positiva na direção y e tem magnitude igual a 2,5 m/s2.
c) negativa na direção x e tem magnitude igual a 3,5 m/s2.
d) negativa na direção y e tem magnitude igual a 4,0m/s2.
e) negativa na direção y e tem magnitude igual a 3,0m/s2.

RESOLUÇÃO:
1) Na direção x, temos: Fx = 5,0N + 2,0N – 7,0N = 0
2) Na direção y, temos: Fy = 5,0N – 3,0N – 10,0N
Fy = –8,0N
3) PFD: FR = ma
–8,0 = 2,0 . ay

ay = –4,0m/s2

Resposta: D

– 27
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 28

4. (VUNESP-FEMA-2023-MODELO ENEM) – A velocidade escalar RESOLUÇÃO


de um corpo em função do tempo encontra-se representada pelo gráfico
1) V = V0 +  t
a seguir.
0 = 60 +  . 2 ⇒  = –30 m/s2

2) PFD: FR = m a

FR = 7,5 . 103 . 30 (N)

FR = 225 . 103 (N) ⇒ FR = 225 kN

Resposta: C

6. (UFRGS-MODELO ENEM) – As forças que se observam na natu-


reza podem ser explicadas em termos de quatro interações fundamen-
tais.
Considerando-se que esse corpo tem massa igual a 20kg e a trajetória
Na primeira coluna do quadro abaixo, estão listadas as quatro interações
é retilínea, a intensidade da força resultante que atua sobre ele vale
FÍSICA A

fundamentais; na segunda, exemplos de fenômenos que se observam


a) 2,0N. b) 3,0N. c) 5,0N. d) 6,0N. e) 8,0N.
na natureza.

RESOLUÇÃO: 1 – Força gravitacional (a) Decaimento beta


Δv
(PFD): FR = m a = m ––– 2 – Força eletromagnética (b) Coesão do núcleo atômico
Δt

6,0 3 – Força nuclear forte (c) Marés


FR = 20 . –––– (N)
40
4 – Força nuclear fraca (d) Estabilidade do átomo
FR = 3,0N
Assinale a alternativa que associa corretamente as interações funda-
mentais, mencionadas na primeira coluna, aos respectivos exemplos,
Resposta: B
listados na segunda.
a) 1(c) – 2(b) – 3(a) – 4(d) b) 1(c) – 2(d) – 3(a) – 4(b)
c) 1(c) – 2(d) – 3(b) – 4(a) d) 1(a) – 2(b) – 3(c) – 4(d)
e) 1(a) – 2(d) – 3(b) – 4(c)

RESOLUÇÃO:
5. (VUNESP-FMABC-2023-MODELO ENEM) – Para parar um avião
• As forças gravitacionais aplicadas pelo Sol, e, principalmente
militar que pousa no convés de um porta-aviões, um gancho fixo no
pela Lua são responsáveis pelo fenômeno das marés: 1 (c).
avião agarra-se a um cabo de retenção preso no navio que freia o avião
• A força nuclear forte de atração entre prótons e nêutrons é
até pará-lo. A figura mostra a vista superior da situação descrita.
responsável pela coesão do núcleo atômico: 3 (b).
• A força nuclear fraca é responsável pelo decaimento β que é a
emissão de um elétron e de um antineutrino a partir do núcleo
do átomo com a transformação de um nêutron em um próton:
4 (a).
• A força eletromagnética é responsável pela estabilidade do
átomo: 2 (d).
Resposta: C

Considere que um avião de 7,5 . 103kg aproximou-se do convés de um


porta-aviões com velocidade escalar de 60m/s e que, depois da ação do
cabo de retenção, parou em 2,0 segundos. A intensidade média da
resultante das forças que frearam esse avião foi de
a) 75 kN. b) 120 kN. c) 225 kN.
d) 375 kN. e) 450 kN.

28 –
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 29

7. (MODELO ENEM) – A revista Veja publicou o texto apresentado sobre forças da natureza na reportagem sobre a detecção de ondas gravitacionais
em fevereiro de 2016, que confirmava uma previsão de Einstein.

FÍSICA A
(Revista Veja, 17/02/2016)
Com base no texto e em seus conhecimentos sobre o assunto, assinale a opção correta.
a) A força nuclear fraca é responsável por manter prótons e nêutrons unidos nos núcleos atômicos.
b) De acordo com Einstein, a força gravitacional é transmitida instantaneamente.
c) A força envolvida no decaimento (um nêutron emite um elétron e um antineutrino e se transforma em um próton) é a nuclear fraca.
d) O sonho de Einstein em unificar as quatro forças já foi realizado com a comprovação da existência de ondas gravitacionais.
e) A existência de ondas gravitacionais implica a detecção do gráviton.

RESOLUÇÃO:
a) Falsa. É a força nuclear forte.
b) Falsa. A força gravitacional tem como partícula mediadora o gráviton, cuja velocidade tem módulo limitado a 3,0 . 108m/s.
c) Verdadeira.
d) Falsa. Somente foram unificadas as forças eletromagnética e nuclear fraca; com a união, surgiu a denominação força eletrofraca.
e) Falsa. O gráviton foi teorizado, porém sua existência ainda não foi comprovada experimentalmente.
Resposta: C

– 29
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 30

Termologia e Óptica FRENTE 2

MÓDULO 11 Dilatação Térmica dos Sólidos e dos Líquidos


1. Dilatação Térmica dos Sólidos Essa expressão permite calcular o comprimento na
temperatura 2, tendo-se o comprimento na temperatura
Quando aquecemos um sólido, geralmente suas 1 e o coeficiente de dilatação linear do material. Obser-
dimensões aumentam. Quando esfriamos, geralmente vemos que ela pode ser aplicada para 2 maior ou menor
suas dimensões diminuem. A esse aumento e a essa que 1, bastando fazer  sempre igual a 2 – 1.
diminuição de dimensões de um sólido, em razão do
aquecimento ou do resfriamento, chamamos de 3. Representação Gráfica
dilatação térmica.
Para os sólidos, temos três tipos de dilatação: Usando a expressão L2 = L1 + L1 , notamos que o
– dilatação linear (ou unidimensional); comprimento da barra varia segundo uma função do 1.o grau
– dilatação superficial (ou bidimensional); em . Dessa forma, o gráfico L = f() será uma reta oblíqua.
– dilatação volumétrica (ou tridimensional).
FÍSICA A

2. Dilatação Linear

Para observarmos a dilatação linear de um sólido,


imaginemos uma barra de comprimento L1 na tempe-
ratura 1, que passa a ter o comprimento L2 quando
aquecida à temperatura 2, sofrendo um aumento de
comprimento:
L = L2 – L1 É importante observar no gráfico que:

L L1 
tg = –––– = ––––––––– = L1
 

4. Dilatação Superficial e Dilatação Volumétrica

Para essas dilatações, valem considerações análogas


Verifica-se experimentalmente que L é proporcional às vistas na dilatação linear. Valendo as relações:
ao comprimento inicial L1 e à variação de temperatura ,
podendo-se expressar essa relação por: S = S1  ou S2 = S1 (1 + )

L = L1 
e V = V1   ou V2 = V 1 (1 +  )
em que é um coeficiente de proporcionalidade caracte-
rístico do material que constitui a barra, chamado coefi- em que é o coeficiente de dilatação superficial e  é o
ciente de dilatação linear. coeficiente de dilatação cúbica (ou volumétrica).

Substituindo L = L2 – L1 na expressão anterior: 5. Relação entre , e

L2 – L1 = L1  Pode-se demonstrar que:


=2 e =3
temos:

L2 = L1 (1 + ) –––– = –––– = ––––
1 2 3

30 –
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 31

O volume extravasado fornece a dilatação aparente


(Vap) do líquido, pois, como o frasco também dilatou, o
volume que está no interior do frasco no final é maior que
no início.
Portanto, a dilatação real do líquido é a soma da sua
dilatação aparente e a do frasco:

FÍSICA A
Em razão do elevado aquecimento, os trilhos sofreram uma expansão Vr = Va + Vf
térmica, tomando a forma observada na foto.
Como V = V1   ,

6. Dilatação Térmica dos Líquidos então:


V1 r  = V1 a  + V1 f 
A dilatação térmica de um líquido corresponde ao
aumento ou à diminuição de volume desse líquido quan- r = a + f
do este é aquecido ou resfriado.
Ao estudar a dilatação dos líquidos, devemos obser- Assim, devemos observar que a dilatação do líquido
var dois detalhes: compensou a dilatação do frasco e ainda nos forneceu a
dilatação aparente.
– Como os líquidos não têm forma própria, não se
Observemos também que o coeficiente de dilatação
definem comprimento e área do líquido, tendo significado,
aparente não depende só do líquido, mas também do
pois, somente a dilatação cúbica. Para tanto, usamos a
frasco considerado.
mesma relação definida para os sólidos, já que a lei é
praticamente a mesma para ambos: Da expressão obtida, obtemos:

a = r – f
V2 = V1 (1 +  )
7. Variação da Densidade com a Temperatura
– Os líquidos só podem ser estudados dentro de
recipientes sólidos. É, pois, impossível estudar a dilatação A densidade absoluta ou a massa específica de
dos líquidos sem considerar a dilatação dos recipientes um corpo é a razão entre a massa do corpo e o seu
que os contêm. Isso implica dois tipos de dilatação para volume.
um líquido: uma dilatação real, que depende apenas do m
líquido, e a outra aparente, que leva em conta a dilatação = ––––
V
do frasco que o contém.
O aquecimento do corpo não altera a sua massa, mas
Assim, consideremos um recipiente totalmente cheio
provoca mudança em seu volume:
de um líquido, numa temperatura inicial 1. Ao levarmos o
conjunto (líquido + frasco) para uma temperatura 2 V2 = V1 (1 + )
(2 > 1), notamos que ocorre um extravasamento parcial Assim, se a densidade de um corpo na temperatura
desse líquido. 1 é 1 e na temperatura 2 é 2, temos:

– 31
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 32

Note que a 4,0°C o volume da água é mínimo e a sua


m
1 = ––– ⇒ m = 1V1 densidade é máxima. Isto ocorre em virtude da formação
V1
das pontes de hidrogênio, abaixo de 4,0°C, quando as
m
2 = ––– ⇒ m = 2V2
moléculas de H2O ficam maiores.
V2

2V2 = 1 1
V

2V1 (1 + ) = 1V1

1
2 = ––––––––––
(1 +   )

8. Dilatação Anômala da Água

A água possui um comportamento anômalo em sua Esse comportamento da água explica por que, num
dilatação. Observe o diagrama volume x temperatura a lago, quando a temperatura cai a valores extremamente
seguir, no qual é mostrado esse comportamento incomum baixos, a água se solidifica apenas na superfície. Isto ocor-
da água. re porque até 4,0°C, no resfriamento, a água da super-
FÍSICA A

fície torna-se mais densa e afunda, subindo a água mais


quente do fundo que é menos densa. Ao atingir uma tem-
peratura menor que 4,0°C, a água da superfície se
expande (em razão das pontes de hidrogênio que come-
çam a se formar), diminuindo a sua densidade; assim essa
água fria não desce mais e, ao atingir 0°C, se solidifica. No
fundo, fica a água mais quente, numa temperatura pouco
maior que 0°C. É isto que preserva a vida animal e vegetal
existente no fundo do lago.

1. (MODELO ENEM) – Uma barra metálica, com comprimento inicial


ΔL = 3,6 . 10–2 cm
L0 = 100cm, é aquecida de 0 = 50°C até  = 86°C e tem dilatação
térmica linear (ΔL), em centímetros, igual a: Resposta: A
a) 3,6 . 10–2 b) 5,0 . 10–2 c) 7,2 . 10–2
d) 8,6 . 10 –2 e) 9,0 . 10 –2

Note e adote:
Coeficiente de dilatação linear da barra: = 1,0 . 10–5°C–1

RESOLUÇÃO:

ΔL = L0 α Δθ
ΔL = L0 α (θ – θ0)

ΔL = 100 . 1,0 . 10–5 . (86 – 50) (cm)

ΔL = 1,0 . 10–3 . 36 (cm)

32 –
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 33

2. (MODELO ENEM) – Um tanque metálico é aquecido e a variação 4. (MODELO ENEM) – Um frasco de vidro cheio de líquido até a
de seu volume está representada, no gráfico, a seguir. borda com volume V0 é aquecido e, por dilatação conjunta do frasco e
do líquido, há o transbordamento de um volume ΔVAP, chamado de
dilatação aparente, pois o líquido dilata mais que o frasco.

V = 1002 m3

V0 = 1000 m3

Dq = 100ºC

O coeficiente de dilatação volumétrica do metal do tanque, em °C–1,


vale: O coeficiente de dilatação linear do frasco é igual a frasco o, de dilatação
a) 2,0 . 10–5 b) 3,0 . 10–5 c) 2,0 . 10–4 volumétrica do líquido, líquido, e a dilatação aparente é calculado por:
d) 1,0 . 10 –3 e) 2,0 . 10 –3
a) VAP = V0 (líquido – 3 frasco ) Δθ

RESOLUÇÃO: b) VAP = 2V0 (líquido – 3 frasco ) Δθ

FÍSICA A
ΔV = V0  Δθ c) VAP = 2V0 (líquido – frasco ) Δθ

d) VAP = V0 . 3 . (líquido – frasco ) Δθ


ΔV V – V0 1002 – 1000
 = ––––––– ⇒  = ––––––– ⇒  = –––––––––––– (°C–1) líquido
V0 Δθ V0 Δθ 1000 . (100)

e) VAP = V0 –––––––
3
– frasco Δθ

2,0
 = ––––––––– (°C–1) ⇒  = 2,0 . 10–5°C–1
1,0 . 105 RESOLUÇÃO:

Resposta: A

3. (MODELO ENEM) – Uma placa de cerâmica possui um orifício


circular que dilata termicamente, de acordo com a figura.

O coeficiente de dilatação volumétrica do frasco frasco tem o triplo


do valor do linear ( frasco): frasco = 3 frasco
Vaparente = Vlíquido – Vfrasco

Vaparente = V0 . líquido .  – V0 . frasco . 

Vaparente = V0 . (líquido – frasco) . 

Vaparente = V0 . (líquido – 3 frasco) . 

Resposta: A

O coeficiente de dilatação linear da cerâmica tem valor e o diâmetro


e a área do furo aumentam como se fossem constituídos por cerâmica,
com coeficientes de dilatação linear e superficial, respectivamente,
iguais a:
a) 2 e 2 b) 2 e 3 c) e2
d) 2 e 2 e) e 2

RESOLUÇÃO:
A dilatação do diâmetro é linear e tem coeficiente .
A dilatação da área do furo é superficial e tem coeficiente 2 .
Resposta: C

– 33
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 34

MÓDULO 12 Princípios da Óptica Geométrica


1. Introdução Cônico Convergente

Conceitua-se luz como um agente físico capaz de sen-


sibilizar nossos órgãos visuais.
A óptica geométrica estuda os fenômenos que são
explicados sem que seja necessário conhecer a natureza
do agente físico luz. A propagação retilínea, a reflexão e
a refração são fenômenos estudados pela óptica
geométrica. Este estudo é feito a partir da noção de raio
de luz, de princípios que regem o comportamento dos Os raios de luz convergem para um único ponto P.
raios de luz e de conhecimentos de geometria plana.

2. Raios de Luz Cilíndrico

São linhas orientadas que representam, grafica-


FÍSICA A

mente, a direção e o sentido de propagação da luz.


Conforme o meio em que se propaga, o raio de luz
pode ser retilíneo ou curvilíneo.

Os raios de luz são todos paralelos entre si. Neste


caso, dizemos que o vértice P é impróprio.

4. Fontes de Luz

São os corpos capazes de emitir luz. As fontes de luz


são classificadas em:

Fontes primárias
São aquelas que emitem luz própria, isto é, emitem
3. Feixe de Luz a luz que produzem.
Exemplos
É um conjunto de raios de luz. Os feixes de luz são Sol, lâmpadas elétricas quando acesas etc.
classificados como: As fontes primárias admitem ainda uma subdivisão:

Cônico Divergente • Fontes incandescentes


São aquelas que emitem luz em decorrência da sua
elevada temperatura (em geral acima de 500°C).
Exemplos
O Sol, cuja temperatura em sua superfície é da
ordem de 6000°C; as lâmpadas incandescentes, cujo fila-
mento atinge temperatura superior a 2000°C.

• Fontes luminescentes
São aquelas que emitem luz em temperaturas
relativamente baixas.
Os raios de luz divergem a partir de um ponto P. O
Exemplos
ponto P é o vértice do feixe.
Lâmpadas fluorescentes; substâncias fosforescentes.
As fontes luminescentes podem ser de dois tipos:

34 –
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 35

a) Fluorescentes 6. Princípios da Óptica Geométrica


Emitem luz quando se encontram sob ação da causa
excitadora da emissão. É o caso das lâmpadas fluores- Princípio da propagação retilínea
centes.
Nos meios homogêneos e transparentes, a luz se
b) Fosforescentes propaga em linha reta.
Emitem luz por algum tempo mesmo quando cessa
a causa excitadora da emissão. É o caso das substâncias Princípio da independência
fosforescentes dos mostradores de relógios e de dos raios de luz
interruptores, que permitem a visão no escuro.
Quando raios de luz se cruzam, cada um deles
Fontes secundárias continua seu trajeto, como se os demais não exis-
tissem.
São aquelas que reenviam ao espaço a luz que re-
cebem de outros corpos.
Exemplos Leis da reflexão e da refração
A Lua, as paredes, nossas roupas. As leis da reflexão e da refração serão estudadas nos
próximos capítulos.
5. Classificação dos Meios Uma decorrência dos princípios da óptica geométrica

FÍSICA A
é a "reversibilidade dos raios de luz":
Meio Transparente
Um meio se diz transparente quando permite a A trajetória descrita por um raio de luz independe
propagação da luz através de si, segundo trajetórias regu- do sentido de propagação.
lares, permitindo a visão nítida dos objetos.
Exemplos Assim, por exemplo, considere um raio de luz inci-
Ar, água em pequenas camadas, vidro comum etc. dindo numa superfície S segundo AB e refletindo-se se-
gundo BC. Se a luz incidir segundo CB, irá refletir-se
Meio translúcido segundo BA.
Um meio se diz translúcido quando permite a pro-
pagação da luz através de si, segundo trajetórias irregu-
lares, de modo a não permitir a visão nítida dos objetos.
Exemplos
Vidro fosco, papel de seda, papel vegetal etc.

Meio opaco
Um meio se diz opaco quando não permite a pro-
pagação da luz através de si. Observação
Exemplos Muitos fenômenos são explicados pela propagação
Madeira, concreto etc. retilínea da luz. É o caso da câmara escura de orifício, a
formação de sombra e penumbra e a ocorrência de
Meio homogêneo eclipses.
Um meio é homogêneo quando todos os seus
pontos apresentam as mesmas propriedades, isto é, 7. Câmara Escura de Orifício
mesma composição química, mesma densidade etc.
É uma caixa de paredes opacas munida de um orifício
Meio isótropo em uma de suas faces. Um objeto AB é colocado em
Um meio é isótropo quando as propriedades físicas frente à câmara, conforme a figura. Raios de luz
associadas a um ponto do meio independem da direção provenientes do objeto AB atravessam o orifício e for-
em que são medidas. Quando o meio não é isótropo, ele mam na parede oposta uma figura A'B', chamada
é chamado anisótropo. "imagem" de AB.
Um meio transparente, homogêneo e isótropo é cha- O fato de a imagem ser invertida em relação ao
mado meio ordinário ou refringente. objeto evidencia a propagação retilínea da luz.
– 35
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 36

9. Eclipses

O eclipse do Sol ocorre quando o cone de sombra e o


de penumbra da Lua interceptam a superfície da Terra.

A semelhança entre os triângulos OAB e OA'B'


fornece:
Para os observadores A e C, o eclipse do Sol é
A'B' d' parcial. Para o observador B, o eclipse do Sol é
––––– = –––
AB d total.

O eclipse total da Lua ocorre quando ela está


8. Sombra e Penumbra totalmente imersa no cone de sombra da Terra. Se a Lua
interceptar parcialmente o cone, o eclipse será parcial.
Considere uma fonte de luz puntiforme (F), um corpo
opaco (C) e um anteparo opaco (A).
FÍSICA A

Dos raios de luz emitidos por F, consideremos


aqueles que tangenciam C.
Sobre o corpo C, podemos distinguir duas regiões:
uma iluminada e outra em sombra. A região em sombra
é denominada sombra própria. Entre o corpo C e o
anteparo A, existe uma região do espaço que não recebe 10. Fenômenos Ópticos
luz de F: é o cone de sombra do corpo C. A região do an-
teparo que não recebe luz de F é a sombra projetada. Quando a luz, propagando-se num meio 1, incide na
superfície S que separa este meio de outro meio 2,
podem ocorrer vários fenômenos: uma parte da luz volta
ao meio em que se estava propagando. É a reflexão da
luz. Uma outra parte da luz passa a se propagar no outro
meio. É a refração da luz. Uma outra parte da luz que
incide na superfície S pode ser absorvida. Neste caso,
energia luminosa se transforma em energia térmica. É a
absorção da luz.

Se a fonte de luz for extensa, observa-se entre o


corpo C e o anteparo A uma região que não recebe luz
(cone de sombra) e outra parcialmente iluminada (cone
de penumbra). No anteparo A, temos a sombra e a
penumbra projetadas.

11. A Cor de um Corpo

A luz solar, denominada luz branca, é uma luz


composta de uma infinidade de cores, sendo as princi-
pais: vermelho, alaranjado, amarelo, verde, azul, anil e
violeta.

36 –
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 37

Quando um corpo, iluminado com luz branca, se


apresenta verde, significa que o corpo reflete a luz verde
e absorve as demais cores que compõem a luz branca.
Se o corpo não absorver nenhuma cor, refletindo
todas, ele é um corpo branco.
Se o corpo absorver todas as cores, não refletindo
nenhuma, ele é um corpo negro.

12. Ponto Objeto e Ponto Imagem


P: ponto objeto virtual. Os raios de luz incidentes
Espelhos planos, espelhos esféricos, lentes etc. são em S se encontram apenas por prolongamentos.
exemplos de sistemas ópticos.
Dado um sistema óptico S, consideremos um feixe de
luz incidente e o correspondente feixe de luz emergente.

FÍSICA A
P’: ponto imagem virtual. Os raios de luz emer-
gentes de S se encontram apenas por prolonga-
mentos.
O vértice do feixe incidente é denominado ponto
objeto (P) e o vértice do feixe emergente é o ponto
imagem (P’).

Os esquemas a seguir mostram a classificação dos


pontos objeto e imagem em relação a um sistema óptico
S:

Quando o feixe incidente em S é cilíndrico, o


ponto objeto é impróprio.

P: ponto objeto real. Os raios de luz incidentes em


S se encontram efetivamente.

Quando o feixe emergente de S é cilindrico, o


ponto imagem é impróprio.

Observações
a) Somente as imagens reais podem ser projetadas
em anteparos.
b) Um sistema óptico é dito estigmático quando a um
P’: ponto imagem real. Os raios de luz emergentes
ponto objeto P faz corresponder um único ponto imagem
de S se encontram efetivamente.
P' e não uma mancha luminosa. Se acontecer esta última
situação, o sistema óptico é astigmático.

– 37
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 38

1. (MODELO ENEM) – A formação de sombras e penumbras é uma 2. (MODELO ENEM) – A câmara escura de orifício é uma evidência
evidência da propagação retilínea dos raios luminosos, inclusive, no da propagação retilínea dos raios luminosos e base para a explicação do
mundo astronômico para explicar os eclipses totais e parciais da Lua e funcionamento de câmeras fotográficas e do olho humano.
do Sol.

Considere p = 100cm e p’ = 10cm. A altura i da imagem nítida do objeto


de altura o = 30cm é igual, em centímetros, a:
a) 30 b) 10 c) 5,0 d) 3,0 e) 2,0
FÍSICA A

RESOLUÇÃO:
A região de transição entre a sombra e a região totalmente iluminada é: Por semelhança de triângulos, vem:
a) a translúcida b) a luminescência c) a incandescência i p’
d) o opaco e) a penumbra ––– = –––
o p

RESOLUÇÃO: i 10cm 300cm


–––––– = –––––––– ⇒ i = –––––––– ⇒ i = 3,0cm
Para fontes extensas a região de penumbra está localizada entre a 30cm 100cm 100
região de sombra e a região iluminada.
Resposta: E Resposta: D

38 –
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 39

3. Visão das cores 4. (MODELO ENEM) – Isaac Newton, ao decompor a luz branca, num
prisma, mostrou que ela é uma mistura de radiações monocromáticas
e explicou a visão das cores com o seguinte modelo:

A figura abaixo representa uma síntese das conclusões de Newton so-

FÍSICA A
bre a visão das cores:

A verdadeira cor citada é a do pigmento puro que constitui o corpo. As


poderosas ondas da Rádio Nacional do Rio de Janeiro e as vitórias do
Clube de Regatas Flamengo, nas décadas de 1940 e 1950, ajudaram a
transformá-lo no time de maior torcida do Brasil. As listras rubro-negras,
De acordo com a figura, ao iluminarmos, com luz monocromática verde, de pigmento puro, da camisa, iluminadas, exclusivamente, por luz
num quarto escuro, uma superfície pintada com pigmento puro azul, ela monocromática amarela serão percebidas:
será vista na cor: a) amarelas e pretas. b) alaranjadas e vermelhas.
a) preta. b) azul. c) verde. d) branca. e) roxa. c) totalmente pretas. d) totalmente vermelhas
e) totalmente alaranjadas.
RESOLUÇÃO:
Uma superfície azul é vista, nesta cor, quando iluminada por luz RESOLUÇÃO:
branca ou luz azul. A luz verde é absorvida e o observador, no quar-
to escuro verá a superfície preta.
Resposta: A

Resposta: C

– 39
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 40

Espelhos Planos: Campo, Translação, Rotação e


MÓDULO 13
Número de Imagens
1. As Leis Da Reflexão

Consideremos uma superfície S (plana ou curva),


delimitando dois meios (1) e (2). Admitamos que a luz,
provinda do meio (1), suposto transparente e homogêneo,
atinja a superfície S.
Seja R um raio de luz incidente, I o ponto de
incidência da luz, R' o correspondente raio de luz refleti- Se a superfície S apresentar saliências e reentrâncias,
do e N uma reta normal à superfície no ponto I. a luz incidente será refletida em todas as direções, e a
O ângulo que o raio de luz incidente (R) forma com a reflexão será dita difusa (o fenômeno é também
normal (N) é denominado ângulo de incidência da luz (i). denominado difusão da luz).
FÍSICA A

A reflexão difusa é responsável pela visualização dos


objetos e a reflexão regular pela formação de imagens.
Quando a superfície S que delimita os meios (1) e (2)
é plana e há predominância de reflexão regular, dizemos
que ela é um espelho plano.

3. Imagem de um Ponto num Espelho Plano

O ângulo que o raio de luz refletido (R') forma com a Considere um ponto P colocado na frente de um
normal (N) é denominado ângulo de reflexão da luz (r). espelho plano E. Para obtermos a imagem de P, vamos
O fenômeno de reflexão da luz obedece a duas leis considerar dois raios de luz que partem de P e incidem
fundamentais, denominadas leis da reflexão. no espelho: Pl1 (que volta sobre si próprio) e Pl2. Os
raios refletidos definem o ponto imagem P'. Observe que
Primeira lei da reflexão P é um ponto objeto real e P' um ponto imagem
O raio de luz incidente (R), a reta normal no ponto virtual.
de incidência (N) e o raio de luz refletido (R’) perten-
cem ao mesmo plano (denominado plano de incidên-
cia da luz).

Segunda lei da reflexão


O ângulo de reflexão (r) é igual ao ângulo de inci-
dência (i).

2. Tipos De Reflexão

Se a superfície S for lisa e polida (sem saliências e


reentrâncias), a reflexão será dita regular ou especular.

40 –
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:48 Página 41

Os triângulos Pl1l2 e P'l1l2 são congruentes. Logo, Cumpre destacar o fato de que a imagem de um
Pl1 = P'l1. Portanto, concluímos: objeto tridimensional assimétrico, embora seja idêntica
ao objeto, não pode ser superposta a ele como, por
O ponto objeto P e o ponto imagem P' são exemplo, as mãos direita e esquerda de uma pessoa.
simétricos em relação à superfície refletora. Assim, a imagem tem todas as características
idênticas ao objeto, mas não pode ser superposta ao
O espelho plano é estigmático. Isto significa que objeto. Explicando melhor: se a pessoa levanta, diante do
qualquer raio que provém de P e incide no espelho reflete espelho plano, sua mão direita, a respectiva imagem
passando por P'. levantará a mão esquerda.
Se tivermos um livro no qual está escrita a palavra
Física, esta aparecerá na imagem escrita de trás para
diante.
Diz-se, então, que o objeto e a imagem são figuras
enantiomorfas.

5. Campo Visual de um Espelho Plano

Para uma posição (O) do olho do observador, define-


se campo visual do espelho plano como a região do

FÍSICA A
espaço que se torna visível por reflexão no espelho.
Por outro lado, de acordo com a reversibilidade da luz, Para que a luz refletida no espelho chegue ao olho (O)
todo raio que incide, com direção passando por P', origina do observador e proporcione o efeito da visão, a luz
um raio refletido, passando por P. Note agora que P' é um incidente deverá passar por O’, simétrico de O, em
ponto objeto virtual e P um ponto imagem real. relação à superfície refletora. A região do espaço, visível
por reflexão no espelho, é determinada ligando-se o ponto
O’ ao contorno periférico do espelho.

Do exposto, concluímos:
Relativamente a um espelho plano, o objeto e a ima-
gem têm naturezas opostas; se o objeto é real, a ima-
gem é virtual e vice-versa.

6. Translação de um Espelho Plano


Note que objeto e imagem reais se situam na frente
do espelho e objeto e imagens virtuais, atrás do espelho.
Considere um objeto fixo O e seja I sua imagem.
Vamos supor que o espelho se translade de uma distância
4. Imagem de um Objeto Extenso
d, passando da posição (1) para a posição (2). A imagem
passa a ser I'.
Na figura, utilizando a propriedade de simetria, obtive-
mos a imagem A'B'C'D' de um objeto extenso ABCD.
Observe que objeto e imagem têm mesmas di-
mensões.

– 41
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 42

Da figura, tiramos: A luz proveniente de um ponto objeto vai sofrer uma


II' = 2y – 2x = 2(y – x) = 2d série de reflexões nos dois espelhos antes de emergir do
Portanto: sistema. Para cada reflexão, teremos a produção de uma
nova imagem.
Quando um espelho plano se translada retilineamente Sendo divisor de 360°, o número total de imagens
de uma distância d, a imagem de um objeto fixo se formadas (N) é dado por:
translada de 2d, no mesmo sentido.
360°
N = ––––– – 1
Em virtude do exposto, podemos ainda concluir:

Quando um espelho plano se translada retilinea- 360°


Se –––– for par, a fórmula é aplicável para qualquer
mente, com velocidade de módulo V, a imagem de
um objeto fixo se translada com velocidade de posição de P entre os espelhos E1 e E2.
módulo 2V, no mesmo sentido. 360°
Se –––– for ímpar, a fórmula é aplicável para o objeto

(P) situado no plano bissetor do diedro ( ).


7. Rotação de um Espelho Plano
Estudemos, a título de ilustração, o caso em que
= 90°.
Quando um espelho plano girar um ângulo em
FÍSICA A

torno de um eixo perpendicular ao plano de 360°


incidência da luz, o raio refletido girará 2 . N = ––––– – 1
90°

N=3

Portanto, temos três imagens: A1, B1 e A2  B2.

 OI 1 l 2 : + 90° + x + 90° – y = 180°


=y–x 햲

Δ Cl1 l2 : β + 2x = 2y
= 2(y – x) 햳

De 햲 e 햳:
= 2

8. Número de Imagens Formadas entre dois


Espelhos Planos

Consideremos dois espelhos planos, (E1) e (E2),


formando entre si um ângulo diedro ( ) e com as super-
fícies refletoras defrontando-se, conforme a figura.

Imagens formadas por reflexão em dois espelhos planos.

42 –
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 43

1. (MODELO ENEM) – Um objeto é colocado em frente da face 2. (MODELO ENEM) – A figura a seguir mostra a translação de um
refletora de um espelho plano. espelho em relação a uma pessoa em repouso.

De acordo com os dados da ilustração o deslocamento D da imagem é


igual a:

FÍSICA A
A imagem formada é: a) x + d b) 2x + 2y c) x – y d) 2x – y e) 2d
a) virtual, direita, simétrica e enantiomorfa.
b) virtual, invertida, menor e sem reversão lateral. RESOLUÇÃO:
c) virtual, direita, maior e sem reversão lateral.
x=d+y
d) real, invertida, simétrica e enantiomorfa.
e) real, direita, simétrica e sem reversão lateral. D = 2x – 2y
D = 2(d + y) – 2y
RESOLUÇÃO: D = 2d + 2y – 2y
Características da imagem do espelho plano:
D = 2d
Virtual – atrás do espelho nos prolongamentos de raios refletidos
Direita – com sentidos verticais iguais. Resposta: E
Simétrica – alturas e distâncias iguais.
Enantiomorfa – com reversão da esquerda para a direita.
Resposta: A

– 43
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 44

3. Observe a figura, a seguir, com um objeto fixo diante de um espe- 4. (MODELO ENEM) – Uma vela acesa é colocada diante das faces
lho E que sofre uma translação. Analise as seguintes proposições, refletoras de dois espelhos planos associados, formando um ângulo de
considerando o referencial no objeto: 72°.

I. Para um deslocamento de 3,0cm do espelho, a imagem desloca-se


FÍSICA A

6,0cm. O número de imagens formadas é igual a:


II. Se a translação ocorrer em dois segundos, as velocidades escalares a) 5 b) 4 c) 3 d) 2 e) 1
médias do espelho e da imagem são, respectivamente, iguais a
1,5cm/s e 3,0 cm/s. RESOLUÇÃO:
III. As imagens 1 e 2 são virtuais, direitas e simétricas em relação ao
360°
objeto. N = –––– – 1

São corretas:
360°
a) I e II, apenas. b) I e III, apenas. c) II e III, apenas. N = –––– – 1
72°
d) I, II e III. e) nenhuma delas.
N=5–1
RESOLUÇÃO:
N = 4 imagens
I. Correta.
sespelho = 3,0cm simagem = 6,0cm Resposta: B

II. Correta.
s sespelho simagem
V = ––– Vespelho = –––––––– Vimagem = ––––––––
t t t

3,0 6,0
Vespelho = –––– cm/s Vimagem = –––– cm/s
2,0 2,0

Vespelho = 1,5cm/s Vimagem = 3,0cm/s

III. Correta. As imagens formadas por espelhos planos são virtuais,


direitas e apresentam as mesmas dimensões do objeto.

Resposta: D

44 –
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 45

Raios Notáveis e Construção


MÓDULO 14
de Imagens nos Espelhos Esféricos

1. Classificação e Elementos dos Espelhos Simbolicamente, representamos:


Esféricos

Consideremos uma superfície esférica de centro C e raio


de curvatura R.
Um plano, interceptando a superfície esférica, divide-
a em duas calotas esféricas.
Denomina-se espelho esférico toda calota esférica,
em que uma de suas superfícies é refletora.

Espelho esférico côncavo.

FÍSICA A
R

O espelho esférico é dito côncavo, quando a superfície


refletora é aquela voltada para o centro da calota, e Espelho esférico convexo.
convexo, em caso contrário.
Os elementos importantes de um espelho esférico
são:
Vértice do espelho (V)
É o polo da calota esférica.

Centro de curvatura (C)


É o centro da superfície esférica, de onde se originou
a calota.

Espelho esférico côncavo.


Raio de curvatura (R)
É o raio da superfície esférica, de onde se originou a
calota.

Eixo principal
É o eixo determinado pelo centro de curvatura (C) e
pelo vértice do espelho (V).

Eixo secundário
Qualquer eixo que passa pelo centro de curvatura C
Espelho esférico convexo. e não passa pelo vértice V.

– 45
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 46

Foco principal (F) Todo raio de luz que incide no espelho esférico, numa
direção que passa pelo foco, nas condições de Gauss,
Distância focal (f) reflete-se paralelamente ao eixo principal.
É a distância de F a V.

Observação
Para que as imagens fornecidas pelos espelhos Todo raio de luz que incide no vértice do espelho
esféricos tenham maior nitidez e não apresentem defor- esférico reflete-se simetricamente em relação ao eixo
mações, devem ser obedecidas as condições de nitidez principal.
FÍSICA A

de Gauss:

"Os raios incidentes devem ser paralelos ou pouco


inclinados em relação ao eixo principal e próximos
deste."

Nessas condições, trabalharemos somente com a


parte do espelho em torno do vértice (V) e que aparece
ampliada nos esquemas que apresentaremos nos itens
seguintes.

Para um espelho esférico de Gauss, tem-se: Todo raio de luz que incide no espelho esférico, numa
R direção que passa pelo centro de curvatura, reflete-se
f = –––
2 sobre si próprio.

2. Raios Notáveis

Todo raio de luz que incide no espelho esférico,


paralelamente ao eixo principal, nas condições de Gauss,
reflete-se numa direção que passa pelo foco.

Esta última propriedade vale mesmo fora das


condições de Gauss.
Todo raio de luz que incide obliquamente ao eixo
principal reflete-se numa direção que passa pelo foco se-
cundário (Fs).

46 –
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 47

3. Construção Gráfica da Imagem de um Pequeno


Objeto Frontal

Consideremos um objeto AB, de pequenas dimen-


Para um espelho esférico convexo, temos:
sões, em comparação com o raio de curvatura (R).
Com os raios notáveis, determinemos, graficamente,

FÍSICA A
a imagem A'B' de AB.
Observe os casos a seguir:
• Espelho côncavo

objeto antes de C

Imagem: real, invertida e menor do que o objeto.

objeto em C

Imagem: real, invertida e do mesmo tamanho do


objeto.

– 47
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 48

objeto entre C e F objeto entre F e V

Imagem: real, invertida e maior do que o objeto. Imagem: virtual, direita e maior do que o objeto.

• Espelho convexo
Imagem: virtual, direita e menor do que o objeto.
objeto em F
FÍSICA A

Imagem: imprópria

Observações:
a) Para um objeto impróprio (muito distante), o espelho esférico conjuga a imagem sobre o foco;
b) Em sistemas ópticos refletores (espelhos), quando objeto e imagem são de naturezas iguais, eles estão posiciona-
dos no próprio semiespaço definido pelo sistema. Quando objeto e imagem possuem naturezas diferentes, estão posi-
cionados em semiespaços opostos.

48 –
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 49

1. (MODELO ENEM) – Os principais usos dos espelhos côncavos e


convexos são o fogão solar, o espelho do dentista e o retrovisor externo
do carro.

FÍSICA A
É corretor afirmar que:
a) no fogão solar, os raios paralelos se concentram no vértice do espe-
lho.
b) a imagem do espelho odontológico é real, direita e ampliada.
c) a imagem do retrovisor é virtual, direita e ampliada.
d) o espelho odontológico não pode projetar imagens numa tela.
e) o retrovisor aumenta o campo visual.

RESOLUÇÃO:
a) Incorreta. Os raios paralelos concentram-se no plano focal.
b) Incorreta. A imagem é virtual.
c) Incorreta. A imagem é menor. As construções de imagens I, II e III podem ser utilizadas, respecti-
d) Incorreta. O espelho é côncavo e pode projetar imagens reais. vamente, como:
e) Correta.
Construção I Construção II Construção III

Retrovisor Espelho de
a) externo do vigilância em Projetor
carro agências bancárias

2. (MODELO ENEM) – As figuras, a seguir, representam espelhos Espelho de Espelho de


Espelho de aumento
esféricos côncavos com objetos AB, cada vez mais próximos do vértice b) aumento para vigilância em
para maquiagem
Odontologia agências bancárias
do espelho, com as classificações das imagens quanto à natureza,
orientação e tamanho em relação ao objeto.
Espelho de aumento
c) Projetor Projetor
para Odontologia

Espelho de
d) Projetor Projetor aumento para
maquiagem

Espelho de Espelho de
Retrovisor externo
e) aumento para vigilância em
do carro
Odontologia agências bancárias

RESOLUÇÃO:
Construção I
Objeto a uma distância maior que duas distâncias focais do espelho
côncavo: Imagem real, invertida e menor projetável num anteparo
ou tela em frente da face refletora. É um projetor de imagens
menores.

– 49
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 50

Construção II RESOLUÇÃO:
Objeto entre o centro de curvatura C e o foco F do espelho côncavo:
Imagem real, invertida e maior projetável num anteparo ou tela em Independentemente da posição do objeto, as imagens conjugadas
frente da face refletora. É um projetor de imagens maiores. pelos espelhos convexos são menores, virtuais e direitas, de
acordo com a figura a seguir.
Construção III
Objeto entre o foco F e o vértice V do espelho côncavo: Imagem
virtual, direita, maior atrás da face refletora e não é projetável.
Utilizada para a maquiagem e para o exame clínico odontológico.

Resposta: D

Resposta: A

3. (UNICERRADO-2021-MODELO ENEM) – O chamado “ponto


cego” é, na verdade, uma região não detectada pelos motoristas por
FÍSICA A

meio dos retrovisores do veículo, nem por sua visão periférica. Ele pode
esconder até mesmo um grande veículo, como um caminhão.

4. Farol do Automóvel
Espelhos esféricos que obedeçam às condições de nitidez de Gauss
podem ser associados a uma pequena e potente lâmpada para obter o
feixe de raios luminosos paralelos dos faróis.

E1

E2
Eixo Óptico

Responda:
a) que espelhos devem ser usados?
b) em que ponto notável do espelho E1 deve ser colocada a lâmpada?
Justifique sua resposta.
c) em que ponto notável do espelho E2 deve ser colocada a lâmpada?
Justifique sua resposta.

(www.comparaonline.com.br. Adaptado.)
RESOLUÇÃO:
a) Espelhos côncavos.
Para minimizar esse problema, as montadoras de veículos substituíram
b) No foco principal do espelho E1 para refletir os raios paralela-
os dois espelhos retrovisores externos planos por espelhos esféricos mente.
convexos, aumentando assim o campo visual dos motoristas. Esse c) No centro de curvatura do espelho E2 para refletir os raios de
aumento do campo visual deve-se ao fato de que, para um mesmo volta para o filamento da lâmpada, que está no foco do outro
objeto real colocado à mesma distância do espelho, em relação às espelho.
imagens formadas por espelhos planos, as imagens formadas por
espelhos convexos.
a) são menores e continuam virtuais.
b) não mudam de tamanho e continuam virtuais.
c) são menores, mas tornam-se reais.
d) não mudam de tamanho, mas tornam-se reais.
e) são menores, mas tornam-se impróprias.

50 –
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 51

Mecânica e Eletricidade FRENTE 3

MÓDULO 21 Estática do Ponto Material


1. Objeto de Estudo b) Eixo Oy:
F2 sen + F1 sen  – F3 = 0 (2)
A Estática é a parte da Mecânica que estuda as
condições de equilíbrio de um corpo. Resolvendo-se o sistema de equações (1) e (2),
chegamos às condições de equilíbrio.
Na Estática, é fundamental saber se o corpo em
estudo se comporta como ponto material (dimensões Nota
desprezíveis em comparação com as distâncias Se as forças não forem coplanares, devemos projetá-
envolvidas) ou como corpo extenso (dimensões re- las nos três eixos cartesianos: Ox, Oy e Oz.
levantes no problema considerado).
Para ponto material, só existe a possibilidade de Estudo do equilíbrio pelo polígono de forças
movimento de translação. → → →
As forças F1, F2, …, Fn podem ser somadas pelo
Para corpo extenso, existe a possibilidade de
método do polígono: escolhemos um ponto O arbitrário;

FÍSICA A
movimento de translação e de rotação (girar em torno de →
a partir de O, representa

mos o vetor F 1 a partir→ da
;
si mesmo).
extremidade do vetor F1, representamos o vetor F2 e
assim, sucessivamente, até esgotarmos todas as forças.
2. Equilíbrio de um Ponto Material
Como, para o equilíbrio, a força resultante deve
A condição de equilíbrio de um ponto material é
ser nula, o polígono de forças deve ser fechado.
que a força resultante sobre ele seja nula
Se o ponto material estiver sob a ação das forças
→ → → →
F , F , F , …, F , devemos ter:
1 2 3 n
Exemplo
→ → → →
F1 + F2 +…+ Fn =0

Estudo do equilíbrio pelas projeções


Supondo forças coplanares, devemos projetar todas
as forças nos eixos cartesianos Ox e Oy e impor que a
soma algébrica das projeções, em cada um dos eixos,
seja nula.

Exemplo

A partir do polígono de forças, estabelecemos as


condições de equilíbrio.

F3 F2
a) Eixo Ox: No caso: sen  = ––– e cos  = –––
F2 cos – F1 cos  = 0 (1) F1 F1

– 51
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 52

1. (VUNESP-FAMEMA-MODELO ENEM) – Um modelo de bolsa 2. (VUNESP-FMJ-2022-MODELO ENEM) – Em uma instalação


possui uma alça de couro com suas extremidades presas a uma parte artística, uma bola de handebol, de peso 4,0 N, foi pendurada na baliza
horizontal indeformável da bolsa. Considere que a bolsa, ao ser usada por meio de dois fios, R e S. O fio R é horizontal e está preso a um dos
apoiada sobre o ombro pelo ponto intermediário da alça, mantenha-se postes verticais, enquanto o fio S está preso à barra transversal,
na forma mostrada na figura. formando com esta um ângulo θ.

Sabendo-se que sen θ = 0,80 e que cos θ = 0,60, as intensidades das


forças que os fios R e S aplicam na bola são, respectivamente,
a) 3,0N e 5,0N. b) 5,0N e 3,0N. c) 4,0N e 4,0N.
FÍSICA A

d) 6,0N e 2,0N. e) 2,0N e 6,0N.


Suponha que o conteúdo da bolsa esteja uniformemente distribuído em
seu interior e que a massa desse conteúdo, somada com a massa da RESOLUÇÃO:
bolsa, resulte em 1,6 kg. Considerando-se a aceleração da gravidade
com módulo igual a 10 m/s2, sen  = 0,80 e cos  = 0,60, a intensidade
da força de tração na alça de couro é de
a) 6,0N b) 8,0N c) 10,0N d) 16,0N e) 20,0N

RESOLUÇÃO:

1) Como a força resultante é nula, o polígono de forças é fechado:

2) Da figura:

P 4,0
sen θ = ––– ⇒ 0,80 = –––
FS FS

FS = 5,0N

FR FR
cos θ = ––– ⇒ 0,60 = ––– ⇒ FR = 3,0N
Para o equilíbrio da bolsa, a força resultante é nula e, portanto: FS 5,0

2 T sen θ = P = m g Resposta: A
2 T . 0,80 = 1,6 . 10,0

T = 10,0 N

Resposta: C

52 –
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 53

3. (OBF-2022-MODELO ENEM) – Um anel A de massa desprezível 4. (FUVEST-TRANSFERÊNCIA-2022-MODELO ENEM) – Uma força



está suspenso por dois fios finos ideais, um ligado a uma parede vertical de tração T é aplicada em um ângulo 0° < θ < 90° sobre um bloco de
→ →
outro ao teto, conforme a figura. Quando uma força externa F é nele peso P , que permanece em repouso. Estão agindo também a força
––– → →
aplicada, observa-se que a intensidade da tração no fio vertical AB é normal N e uma força de atrito Fat, conforme mostrado no diagrama:
–––
300N e no o horizontal AC 400N.


Determine a intensidade da força F, em N, sabendo-se que nessa
situação o anel se encontra em equilíbrio estático. Indique a alternativa que relaciona corretamente as intensidades das
a) 100 b) 350 c) 500 d) 595 e) 700 forças F, P, N e Fat:

RESOLUÇÃO: a) T > Fat e N < P b) T > Fat e N = P

FÍSICA A
c) T = Fat e N = P d) T = Fat e N > P
e) T < Fat e N < P

Note e adote:
Assuma as direções e sentidos das forças conforme desenhado,
mas as magnitudes são arbitrárias e não representadas em
escala.

RESOLUÇÃO:
1) Equilíbrio na direção horizontal:
T cos θ = Fat

Fat
→ → cos θ = –––
1) |T1 + T2|2 = T12 + T22 T
→ →
|T1 + T2|2 = 500N cos θ < 1 ⇔ Fat < T

→ → →
2) |F| = |T1 + T2| 2) Equilíbrio na direção vertical:

→ N + T sen θ = P
|F| = 500N
Como T sen θ > 0, então N<P

Resposta: C Resposta: A

– 53
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 54

5. (OBF-MODELO ENEM) – Para elevar uma massa de 4,0 . 102kg, um


FR = 2F + F + 2F ⇒ FR = 5F = 5,0 . 103N
trabalhador usa o sistema de roldanas mostrado na figura. O peso das rol-
Resposta: E
danas e das cordas é desprezível.
FÍSICA A

Estando o conjunto em equilíbrio na posição mostrada, a força total


aplicada pelas cordas sobre o teto tem intensidade igual a:
a) 4,0 . 102N b) 5,0 . 102N c) 1,0 . 103N
d) 4,0 . 103N e) 5,0 . 103N

Adote g = 10m . s–2

RESOLUÇÃO:

1) Equilíbrio do bloco:
4 F = P = mg = 4,0 . 103 ⇒ F = 1,0 . 103N

54 –
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 55

MÓDULOS 22 e 23 Estática do Corpo Extenso


1. Momento Escalar ou Torque de uma Força Por exemplo, se adotarmos o sentido anti-horário

como positivo, o momento escalar da força F , represen-
Para um corpo extenso, existe a possibilidade de tada na figura, será positivo.
movimento de rotação.
2. Condições de Equilíbrio
A capacidade de uma força em provocar a rotação de
um corpo extenso é medida por uma grandeza física Um corpo extenso estará em equilíbrio quando forem
chamada momento escalar ou torque. satisfeitas duas condições:
Seja um corpo

extenso que po-de girar em torno de (A) A resultante de todas as forças externas
um ponto O e F uma força aplicada ao corpo. atuantes no corpo é nula.
(B) A soma dos torques de todas as forças exter-
nas atuantes no corpo, em relação a qualquer polo, é
nula.
A condição (A) traduz o equilíbrio translatório e a
condição (B) traduz o equilíbrio rotatório.
Observe que para um ponto material não existe a
condição (B), porque não há possibilidade de movimento

FÍSICA A
de rotação.
Exemplo

O até a linha de ação de F é
A distância d do ponto →
chamada de braço da força F e o ponto O é chamado de
polo.

O momento escalar (M) da força F em relação ao polo
O é definido pela relação:

M =  앚F 앚 d

(A): F1 + F2 = F3 + P (1)
O sinal do momento escalar depende do sentido de
→ (B): F1 . b + F3 . a = F2 . b (2)
rotação em que a força F tende a girar o corpo (horário
ou anti-horário) de acordo com uma convenção arbitrária As equações (1) e (2) estabelecem as condições de
preestabelecida. equilíbrio da barra da figura.

MÓDULO 22
®
F
1. 2022 – Tribologia é o estudo da interação entre duas
superfícies em contato, como desgaste e atrito, sen-
do de extrema importância na avaliação de diferentes
produtos de bens de consumo em geral. Para testar a conformidade de
uma muleta, realiza-se um ensaio tribológico, pressionando-a vertical-

mente contra o piso com uma força F, conforme ilustra a imagem, em
CM
que CM representa o centro de massa da muleta.

Mantendo-se a força F paralela à muleta, varia-se lentamente o ângulo
entre a muleta e a vertical, até o máximo ângulo imediatamente anterior
ao de escorregamento, denominado ângulo crítico. Esse ângulo também
pode ser calculado a partir da identificação dos pontos de aplicação, da
→ →
direção e do sentido das forças peso (P), normal (N) e de atrito estático

( fe).

– 55
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 56

O esquema que representa corretamente todas as forças que atuam ®


F
sobre a muleta quando ela atinge o ângulo crítico é:

®
F

e) CM

® ®
N P
a) CM
®
e

®
N ®
e

® RESOLUÇÃO:
P

(I) O peso P está aplicado no centro de massa da muleta.
® (II) A tendência da muleta é escorregar para a esquerda e a força
F
de atrito se manifesta para a direita.
(III) A soma dos torques em relação ao centro de massa deve ser
FÍSICA A

® nula, o que implica em que a resultante entre a força normal


N
→ →
b) CM N e a força de atrito f e seja dirigida na direção da bengala e
sua linha de ação passando pelo centro de massa.
®
P

®
e

®
F

c) CM

®
N ® Resposta: E
e

®
P
®
F

®
N
d) CM

®
P

®
e

56 –
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 57

2. (VUNESP-UNIFUNEC-2023-MODELO ENEM) – Carros antigos 3. (UFJF-2023) – Ben possui um fusca velho que constantemente
possuíam volantes relativamente maiores quando comparados aos de precisa ter suas rodas trocadas, ou pelo número de buracos na estrada
carros modernos. Por exemplo, um carro antigo poderia sair de fábrica ou por um problema mecânico. Um dia, os parafusos que prendem a
com volante original de 20cm de raio, já os carros modernos comu- roda estavam tão apertados que ele teve que subir em cima da extre-
mente são equipados com volantes de 18cm de raio. Um dos motivos midade da chave de boca para afrouxá-los. A chave de boca possui um
para o emprego de volantes relativamente maiores em carros antigos comprimento L = 40cm e seu eixo faz um ângulo  = 30° com a

era a ausência de sistemas elétricos ou hidráulicos que auxiliassem no horizontal, como mostra a figura. O vetor designado por P é o peso de
esterço desses carros. Ben sendo aplicado na extremidade da chave de boca. Desconsidere a
massa da chave.

FÍSICA A
Se em um carro antigo o volante original de 20cm de raio fosse trocado
por um volante de 18cm de raio, a força necessária para produzir um a) Considere que Ben possui uma massa m = 80,0kg e que a figura
mesmo torque sobre esse novo volante, quando comparada à força a acima mostra também a configuração do torque mínimo necessário
ser aplicada no volante original, seria maior em, aproximadamente, para que os parafusos sejam afrouxados. Calcule este torque míni-
a) 11% b) 19% c) 25% d) 33% e) 40% mo.
b) Alguns meses depois, Ben precisou retirar novamente a roda do
RESOLUÇÃO: fusca. Ele subiu na extremidade da chave de boca, na mesma con-
T = F . d = F1 d1 = F2 d2 figuração mostrada na figura, mas não conseguiu soltar o parafuso,
pois havia emagrecido 20kg. Ele percebeu então que precisaria de
F1 d1 20
F2 = –––––– = F1 . ––– ⇒ F2 = 1,11 F1 uma chave de boca de outro comprimento. Qual o comprimento
d2 18
mínimo desta outra chave, mantendo o ângulo  = 30°.
F2 é 11% maior que F1.

Resposta: D RESOLUÇÃO:
3
a) Tmín = P L cos 30° = 800 . 0,40 . –––– (N . m)
2

Tmín = 160 
3N.m

b) T1 = T2

600 . Lmín cos 30° = 160 


3

3
600 . Lmín . –––– = 160 
3
2

320
Lmín = –––– (m) ⇒ Lmín = 0,53m
600

Respostas: a) 160 
3N.m
b) 0,53m

– 57
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 58

4. (VUNESP-UNIFACEF-2023-MODELO ENEM) – Uma barra de


1,0m de comprimento e massa desprezível está presa por seu ponto
médio no teto de uma sala. Um bloco A, de 1,0kg, foi pendurado, com
um fio ideal, em uma de suas extremidades. Para manter essa barra em
equilíbrio na posição horizontal, deve-se pendurar um outro bloco B, de
2,5kg, em um dos cinco ganchos numerados de 1 a 5, igualmente espa-
çados, colocados do outro lado dessa barra.

O equilíbrio dessa barra será conseguido se o bloco B for preso ao


gancho
a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5

RESOLUÇÃO:
FÍSICA A

Para o equilíbrio a soma dos torques, em relação ao ponto O, deve


ser nula:
PA . dA = PB . dB
mA g dA = mB g dB
mA dA = mB dB
1,0 . 0,5 = 2,5 dB

dB = 0,2m

O gancho (2) dista 0,2m de 0.


Resposta: B

58 –
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 59

MÓDULO 23 2. (AMAN-2023-MODELO ENEM) – Uma barra de peso desprezível


tem o comprimento de 10,0m e está simplesmente apoiada em dois
suportes, nos pontos A e B, que distam 6,0m entre si e que a mantém
1. (UFPR-2023-MODELO ENEM) – A figura a seguir mostra uma
na posição horizontal. Uma das suas extremidades está apoiada em A,
prancha retilínea AB que deve ser mantida na horizontal, em equilíbrio
e a outra está presa a uma mola ideal vertical fixa no teto de constante
estático.
elástica igual a 25,0N/m, conforme representado no desenho abaixo.
Um menino de peso 400N caminha sobre a barra a partir do ponto B
em direção à extremidade presa à mola. Quando o menino está à
máxima distância D do ponto A, sem que a barra gire, a elongação da
mola é de 40cm.

O peso da prancha pode ser desprezado em comparação com as outras


forças envolvidas. A prancha está apoiada num suporte triangular no
ponto C, e sobre ela está colocado um objeto (que pode ser considerado
pontual) de massa m = 2,0kg a uma distância d1 = 3,0m do suporte em

C. Do outro lado do suporte, há uma força vertical F orientada para baixo,
de módulo F = 15,0N, que está aplicada na prancha num ponto que está
a uma distância d2 do suporte em C. Considerando-se as informações

FÍSICA A
apresentadas, assinale a alternativa que apresenta corretamente o valor
O valor da máxima distância D é
da distância d2 para que a prancha seja mantida em equilíbrio estático.
a) 6,1m b) 6,6m c) 7,0m d) 7,4m e) 7,5m
a) d2 = 0,4 m. b) d2 = 0,8 m. c) d2 = 2,0 m.
d) d2 = 2,4 m. e) d2 = 4,0 m.
RESOLUÇÃO:
RESOLUÇÃO:

Para o equilíbrio a soma dos torques, em relação ao ponto O, deve


ser nula:
P d1 = F d2
20 . 3,0 = 15 . d2

d2 = 4,0m
A soma dos torques, em relação ao ponto B, é nula:
Resposta: E
P . dP = Fm dm
400 . (D – 6,0) = 10,0 . 4,0

D – 6,0 = 0,1

D = 6,1m

Resposta: A

– 59
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/03/2023 15:44 Página 60

3. (VUNESP-UNICERRADO-2023-MODELO ENEM) – Para demons- 4. (UPE-2023) – Um cabo ideal está disposto horizontalmente auxi-
trar o conceito de equilíbrio a seus alunos, um professor de física proje- liando o equilíbrio de uma barra uniforme de massa m = 2,0kg e com-
tou um experimento em que pendurou uma garrafa cheia de água, de primento L = 1,0m.
massa 0,85kg, por meio de um fio ideal, na ponta de um palito de fós-
foro extralongo, de 9,0cm de comprimento, que estava apoiado sobre
uma mesa horizontal. Na sequência, o professor aplicou, com a ponta do
seu dedo, uma força vertical F sobre a extremidade livre do palito, como
mostra a figura.

Se a barra está disposta a um ângulo de 45° em relação à horizontal,


quanto vale a intensidade da força de tração T no fio ideal, em newtons?
a) 18,0 b) 16,0 c) 14,0 d) 12,0 e) 10,0
FÍSICA A

Considerando-se que a aceleração da gravidade no local tem módulo Adote g = 10,0m/s2


igual a 10m/s2 e desprezando-se a massa do palito de fósforo, a inten-
sidade da força vertical F que o professor aplicou para que o sistema RESOLUÇÃO:
garrafa-palito ficasse equilibrado sobre a mesa tem valor mínimo de:
a) 0,01N. b) 0,05N. c) 0,10N. d) 0,50N. e) 0,80N.

RESOLUÇÃO:

Para o equilíbrio a soma dos torques, em relação ao ponto A, deve


ser nula:
PG . 0,50 + FN . d = F . 8,5

F será mínimo quando d = 0:

8,5 . 0,50 = Fmín . 8,5 ⇒ Fmín = 0,50N


A soma dos torques, em relação ao ponto A, deve ser nula:
Resposta: D
L 兹苶2 L 兹苶2
P . –––––– = T ––––––
4 2
P 20,0
T = ––– = ––––– N
2 2

T = 10,0N

Resposta: E

60 –
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 61

5. (IME-2023) – Uma balança de massa desprezível recebe a apli-


cação de 3 forças, como indicado na figura abaixo.

A distância x assinalada, em metros, que garante o equilíbrio, é aproxi-


madamente:
a) 2,0 b) 6,0 c) 8,3 d) 9,1 e) 14,0

RESOLUÇÃO:

FÍSICA A
1
1) Fy = F cos 60° = 40 . ––– (N) = 20N
2

2) A soma dos torques, em relação ao ponto O, deve ser nula:


20 . 20,0 = 40 . x + 20 . 8,0
400 = 40x + 160
240 = 40x

x = 6,0m

Resposta: B

– 61
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 62

MÓDULO 24 Ímãs e Campo Magnético


1. Introdução A visualização do aspecto que assume a região que
envolve um ímã – do espaço que constitui o campo
Certos corpos, denominados ímãs, diferenciam-se magnético – pode ser obtida com o auxílio de limalhas de
por apresentar propriedades notáveis, entre as quais ci- ferro (que se comportam como minúsculas agulhas
tamos: magnéticas).
a) Atraem fragmentos de ferro (limalha de ferro). A limalha de ferro concentra-se ao redor dos polos e
Estes aderem às regiões extremas de um ímã em forma distribui-se em linhas curvas determinadas, que se
de barra. Essas regiões constituem os polos do ímã. estendem de um polo a outro.

b) Quando suspensos pelo centro de gravidade,


orientam-se, aproximadamente, na direção norte-sul geo-
gráfica do lugar. A região do ímã que se volta para o Polo
Norte geográfico é denominada polo norte (N) e a outra
região, polo sul (S).
FÍSICA A

Essas linhas, segundo as quais as limalhas de ferro se


c) Exercem entre si forças de atração ou de repul- distribuem, chamam-se linhas de indução. Elas
são, conforme a posição em que são postos em permitem visualizar o campo magnético de um ímã.
presença. A experiência mostra que polos de mesmo Convenciona-se que as linhas de indução saem do polo
nome repelem-se e de nomes contrários atraem-se. norte e entram no polo sul.

3. Vetor Indução Magnética

A fim de se caracterizar a ação de um ímã, em cada


ponto do campo magnético associa-se um vetor, deno-

minado vetor indução magnética (B ), que atende às
seguintes características:
a) Sua direção é tangente à linha de indução que
passa pelo ponto considerado.
b) Seu sentido concorda com o sentido da linha de
indução, na convenção dada.
d) Cortando-se transversalmente um ímã, obtêm-se
c) Seu módulo assume valor que, em geral, depende
dois novos ímãs. É a inseparabilidade dos polos de um
da posição do ponto.
ímã.

2. Campo Magnético – Linhas de Indução

Uma região do espaço modificada pela presença de um


ímã recebe a denominação de campo magnético.

62 –
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 63

A unidade do módulo do vetor indução no Sistema Ressalve-se, no entanto, que esse campo ocorre longe
Internacional denomina-se tesla (T). das extremidades, conforme a figura a seguir.
Campo magnético uniforme é aquele cujo vetor
→ →
indução B é constante, isto é, em todos os pontos B tem
mesma direção, mesmo sentido e mesmo módulo.
As linhas de indução de um campo magnético unifor-
me são retas paralelas e igualmente distribuídas.

Elas têm
o mesmo sentido do campo magnético B.

A produção de campos magnéticos não se prende


somente à presença de ímãs. Em 1820, o físico Oersted
descobriu que a passagem de corrente elétrica por um fio
também produz campos magnéticos.

FÍSICA A
Assim, podemos estender o conceito de campo
magnético, considerando-o uma região em torno de um
ímã ou uma região do espaço que envolve um condutor
percorrido por corrente elétrica. Estes últimos serão estu-
dados nos próximos capítulos.
Uma generalização maior ainda é considerar que, no
caso do ímã, o campo magnético é decorrente de mo-
e) Um campo magnético uniforme aproximado pode vimentos particulares que os elétrons realizam no interior de
ser obtido entre os polos de um ímã em forma de U. seus átomos.

Campo magnético da Terra.

– 63
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 64

1. Em cada figura temos: ou dois ímãs próximos um do outro, ou 2. (MODELO ENEM) – Uma pequena barra de ferro é colocada na
então, um ímã próximo de uma barra de ferro. direção longitudinal de uma ímã como indica a fig. 1 Surge uma força
Desenhe em cada uma delas a força magnética entre os dois polos magnética sobre essa barra, causada pelo campo magnético do ímã
magnéticos próximos um do outro. A seguir, identifique se a força sobre ela.
magnética é de atração ou de repulsão.
Figura 1
Figura 1
N S
______________________
N S N S
Barra de ferro

Figura 2
O aparecimento dessa força magnética causa uma força de atração ou
de repulsão entre as duas peças? O que ocorre com a peça de ferro?
______________________
N S S N a) Nada acontece na peça de ferro, embora ela seja atraída pelo ímã.
b) Nada acontece na peça de ferro, embora ela seja repelida pelo ímã.
Figura 3 c) Haverá uma magnetização da peça de ferro. Ela vai se polarizar,
sendo que a metade da esquerda (fig. 1) se torna um polo norte,
S N N S ______________________ justificando a atração causada pelo campo magnético do ímã. A outra
metade se torna um polo sul.
FÍSICA A

d) Haverá uma magnetização da peça de ferro. Ela vai se polarizar,


Figura 4
sendo que a metade da esquerda (fig. 1) se torna um polo sul,
______________________ justificando a atração causada pelo campo magnético do ímã. A outra
N S Ferro
metade se torna um polo norte.
e) Haverá uma magnetização da barra de ferro e ela se converte em
um monopolo magnético. No caso ela se torna um monopolo norte,
RESOLUÇÃO: por isso o ferro é atraído pelo ímã.
O campo magnético de um ímã atua sobre o polo de outro ímã
transmitindo-lhe uma força magnética. Valem as seguintes pro- RESOLUÇÃO:
priedades: A fig 2 abaixo é auto-explicativa. Mostra a polarização magnética
• Polos de mesmo nome, se repelem. Norte repele norte; sul adquirida pela barra de ferro.
repele sul.
• Polos de nomes diferentes, se atraem. Sul atrai o norte. Norte Figura 2
atrai o sul. ® ®
N S F -F N S
• O ferro é sempre atraído pelos ímãs. Ambos os polos dos ímãs
atraem a barra de ferro.
Barra de ferro
Figura 1
Resposta: C
F1 F2
N S N S atração

Figura 2
F1 F2
N S S N repulsão

Figura 3
F1 F2
S N N S repulsão

Figura 4
F1 F2
N S Ferro atração

64 –
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/03/2023 15:44 Página 65

3. (UEFS-MODELO ENEM) – A figura representa um ímã em forma 4. Quando usamos uma bússola para nossa orientação no solo terres-
de barra, seus dois polos magnéticos Norte e Sul e algumas linhas de tre ou mesmo dentro de uma aeronave, verificamos que sua orientação
indução, contidas no plano da figura, do campo magnético criado pelo tem a direção aproximada de um meridiano terrestre (perpendicular-
ímã. Sobre essas linhas estão assinalados os pontos de A até E. mente à linha do Equador. A figura 1 a seguir mostra como fica a dis-
posição de seus polos em relação ao polo norte geográfico e ao polos
C
geográficos da Terra.

B D

A E
Sul Norte

Considere os pontos assinalados sobre as linhas do campo. Esboce o N



vetor indução magnética B em cada um desses pontos e assinale a
alternativa correta.
a) No ponto A d) No ponto D
A S

FÍSICA A
b) No ponto B

B e) No ponto E
E
Fig 1 – A bússola e sua orientação relativa ao globo terrestre.

c) No ponto C A explicação satisfatória para essa orientação invertida entre os polos


da bússola e os polos geográficos da Terra é:
C
a) A observação natural ao longo dos anos mostrou que polos de
nomes opostos, o geográfico e o magnético da bússola se atraem
normalmente.
RESOLUÇÃO: b) A observação natural ao longos dos anos mostrou que polos de
Desenhando os respectivos vetores de indução eletromagnética, mesmo nome, o geográfico da Terra e o magnético da Terra se
tangenciando a linha de campo respectiva, obtemos a figura a se- atraem naturalmente.
guir:
c) A explicação é magnética. A Terra é um grande ímã de ponta cabeça.
No seu interior há um ímã invertido. O seu polo Sul magnético está
voltado para o polo Norte geográfico e vice-versa: o seu polo Norte
magnético está voltado para o polo Sul geográfico.
d) A explicação é magnética. A Terra é um grande ímã . No seu interior
há um ímã assim posicionado: o seu polo Sul magnético está
voltado para o polo Sul geográfico e o seu polo Norte magnético está
voltado para o polo Norte geográfico.
e) A explicação não é magnética, mas histórica. Quando os chineses
inventaram a bússola, deram os nomes invertidos aos seus polos.
Por isso ela funciona de modo incoerente: polos de mesmo nome se
atraindo.
Comparando-se com as alternativas propostas, concluímos que:
Resposta: C RESOLUÇÃO:
A explicação não é apenas histórica. Ela é magnética. Não é o polo
geográfico da Terra que atrai ou repele o polo magnético da
bússola. Mas a Terra pode ser considerada um grande ímã. O seu
campo magnético envolve a Terra com as suas linhas de indução o
qual nos defende das radiações solares.
A Terra tem sim um grande ímã no seu interior, mas esse está de
ponta cabeça relativamente aos polos geográficos da Terra A (fig.
1) é ilustrativa. Observemos que o seu polo Sul está voltado para
cima e o polo Norte para baixo.

– 65
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 66

5. (FEMA-MODELO ENEM) – Considere dois ímãs em forma de


barra, um natural e outro artificial. Sobre eles pode-se afirmar que:
a) o ímã artificial difere do ímã natural pela possibilidade de, no artificial,
polos de mesmo nome se atraírem.
b) os dois tipos de ímãs, quando sujeitos apenas ao campo magnético
terrestre, têm seus polos magnéticos alinhados segundo a direção
Leste-Oeste da Terra.
c) ao dividir qualquer dos dois ímãs em duas partes, obtêm-se dois
novos ímãs com as mesmas propriedades do ímã original. Esta
propriedade denomina-se PRINCÍPIO DA INSEPARABILIDADE DOS
POLOS MAGNÉTICOS DO ÍMÃ. Deste modo não se pode encontrar
um ímã que seja um monopolo magnético
d) O ímã artificial não obedece ao PRINCIPIO DA INSEPARABILIDADE
DOS POLOS MAGNÉTICOS. Deste modo, o ímã artificial pode
apresentar um único polo magnético, dependendo do processo de
magnetização a que foi submetido.
e) o campo magnético criado pelos dois ímãs apresenta a mesma
intensidade em suas extremidades e em suas regiões centrais.

Fig 1 – Campo magnético da Terra. RESOLUÇÃO:


Os ímãs artificiais também são feitos de ferro, porém magnetiza-
FÍSICA A

dos artificialmente. Suas propriedades são idênticas às do ímã


Concluindo:
natural.
• No polo Norte geográfico da Terra, temos um polo sul magné-
tico.
Ao se dividir um ímã em duas partes, obtêm-se dois novos ímãs.
• No polo Sul geográfico da Terra, temos um polo norte magné-
Essa propriedade também é verificada no ímã artificial:
tico.

Devido a essa inversão de polos, se justifica porque a agulha


magnética de uma bússola aponta , como mostra a fig 2:
• o seu polo norte para o Norte, pois lá é um POLO SUL magné-
tico.
• O seu polo sul para o Sul, pois lá é um POLO NORTE magnético

A direção não é exatamente meridional. Ou seja há uma defasagem


angular entre o polo magnético e o polo geográfico.

Resposta: C

Fig 2 – Bússola colocada sobre um plano horizontal.

Resposta: C

66 –
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 67

MÓDULO 25 Força Magnética de Lorentz


Mostram as experiências de laboratório que o campo magnético é capaz de atuar sobre uma carga elétrica em
movimento, exercendo nela uma força de campo denominada força magnética de Lorentz, que desvia a carga de sua
trajetória original.

Se indicarmos por B o vetor indução magnética que caracteriza o campo magnético no ponto por onde está passando

a carga elétrica q, cuja velocidade é v, e por  o ângulo que o vetor velocidade forma com o vetor indução, a força de origem
magnética que passa a agir na carga apresentará as seguintes características:

a) Direção: é sempre perpendicular ao vetor indução


→ →
B e ao vetor velocidade v, isto é, perpendicular ao plano
→ →
(B , v ).

FÍSICA A

Se a carga elétrica q é negativa, o sentido da Fm é
o oposto àquele fornecido pela regra da mão esquerda.

b) Sentido: é dado pela regra da mão esquerda, para


cargas positivas.

c) Módulo
Fm = 앚 q 앚 . v . B . sen 

→ →
 é o ângulo que o vetor v forma com o vetor B .

Ilustração para os exercícios de 1 a 3.

R.M.E. – Validade para cargas positivas.

– 67
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 68


1. Nas figuras que se seguem, temos um campo magnético B de direção perpendicular a esta folha e uma partícula de carga elétrica
→ →
q > 0 que está sendo lançada neste campo magnético com uma velocidade V. Obtenha a direção e o sentido da força magnética F.

RESOLUÇÃO:
Usando a regra da mão esquerda em cada caso, obtemos:
FÍSICA A

2. Analise as figuras 1, 2 e 3 e verifique se as forças magnéticas


estão corretamente representadas em sua direção e sentido pelo vetor

F atuando numa carga elétrica positiva, q > 0, lançada no campo

magnético de indução B.

Estão corretas:
a) Todas b) Apenas a Fig. 1
c) Apenas Fig 1 e Fig 3 d) Apenas Fig 1 e Fig 2
e) Apenas a Fig 3

RESOLUÇÃO:
Basta aplicar a RME (regra da mão esquerda) em cada uma das
três figuras.
Fig. 1 – está correta.
Fig. 2 – está incorreta; a velocidade deveria ser invertida.
Fig. 3 – está correta.
Resposta C

68 –
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 69

3. (IJSO-OLIMPÍADA DE FÍSICA-MODELO ENEM) – Quando uma 4. Quando uma carga elétrica negativa é lançada num campo mag-
partícula carregada passa através de um campo magnético, ela é nético uniforme, a força magnética não obedece à regra da mão esquer-
defletida. Essa deflexão depende da carga e da orientação do campo da. Temos de inverter um dos três vetores.

magnético. O diagrama mostra uma carga positivamente carregada Exemplo: observe a carga negativa no interior do campo magnético B.
movendo-se no interior do campo magnético formado entre os polos Pela regra da mão esquerda, a força teria sentido para a esquerda. No
de um ímã em forma de U. entanto, devemos invertê-la.


Um elétron é lançado no interior de um campo magnético B, como
mostram as figuras 1 e 2.
Determine:

a) Em cada uma das figuras, o sentido da força magnética F atuante so-
bre o elétron.
b) Qual é a forma geométrica da trajetória do elétron da figura 2?

FÍSICA A
Em qual direção e sentido a carga elétrica q será defletida?
a) Na direção paralela aos polos N e S e sentido penetrando no plano
do papel.
b) Na direção paralela aos polos N e S e sentido saindo do plano do
papel para o leitor.
c) Na direção perpendicular aos dois polos N e S e no sentido do polo
N para o polo S.
d) Na direção perpendicular aos dois polos N e S e no sentido do polo
S para o polo N. RESOLUÇÃO:
e) Numa direção perpendicular ao plano do papel e no sentido de a) Em cada uma das figuras, aplicamos a regra da mão esquerda

penetrar no papel. (RME) e, em seguida, invertemos o sentido do vetor força F obti-
do. A direção obtida não deve ser alterada.
RESOLUÇÃO:
1) Inicialmente se orienta o campo magnético entre os polos N e b) A trajetória do elétron é um arco de circunferência, pois a força
S do ímã. Nasce no N e morre no S. Direção perpendicular às magnética exerce o papel de força centrípeta.
duas pernas do ímã.

2) A seguir usamos a RME (regra da mão esquerda) aplicada aos



vetores B e →
v.

Resposta: E

– 69
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 70

5. Duas partículas (1) e (2) foram simultaneamente lançadas com uma



mesma velocidade vetorial V, a partir da origem O de um plano carte-
siano (x; y ), situado numa região onde existe um campo magnético

uniforme de indução B. As partículas realizaram trajetórias circulares
diferentes, como mostra a figura a seguir. Identifique o sinal da carga
elétricas de cada uma delas.
FÍSICA A

RESOLUÇÃO:

Inicialmente, pesquisamos o vetor força F em cada partícula.
A curva para cima ou para baixo de cada trajetória (1) e (2), nos

permite obter o vetor força magnética F. Lembrando sempre que
é uma força que curva a trajetória da partícula.

A seguir, usamos a regra da mão esquerda em cada caso.


1) A partícula que obedeceu à RME é positiva. No caso, é a partí-
cula (1).
2) A partícula que não a obedeceu é negativa. No caso, é a partí-
cula (2).

Resposta: Carga (1) é positiva


Carga (2) é negativa

70 –
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 71

Movimento de uma Partícula


MÓDULOS 26 e 27
Eletrizada em um Campo Magnético Uniforme

1. Dinâmica do Movimento de uma Carga Elétrica e concluímos:


num Campo Magnético Carga elétrica lançada na direção das linhas de in-
dução de um campo magnético uniforme realiza um
Sabemos que, quando uma carga elétrica (q) se movimento retilíneo e uniforme.
movimenta num campo magnético, ela pode ficar sujeita
à ação da força magnética de Lorentz. 2.o Caso

Essa força(Fm ),quando existe, é sempre perpendi- Carga elétrica lançada perpendicularmente às linhas

cular ao vetor indução magnética ( B ) e ao vetor velocida- de indução do campo magnético uniforme.
→ → →
de ( v ). Neste caso:  = 90°; v B.
Concluímos que a força magnética é uma resultante
→ →
centrípeta (pois Fm ⊥ v ) e, portanto, altera a direção do

vetor velocidade v, mas não modifica seu módulo.
Decorre que:

FÍSICA A
O movimento de uma carga elétrica, sob a ação
exclusiva de um campo magnético, é uniforme.

2. Movimentos Particulares de uma Carga Elétrica


em Campos Magnéticos Uniformes
Sendo sen 90° = 1, resulta
O movimento particular que uma carga elétrica passa Fm = 앚q앚 . v . B. Esta expressão mostra que a força
a executar, quando penetra numa região onde reina um magnética tem intensidade constante, uma vez que q, v
campo magnético uniforme, depende do modo pelo qual e B são constantes. Desse modo a carga elétrica está sob
ela penetra no campo. ação de uma força de intensidade constante, cuja direção
→ → →
Analisaremos, a seguir, três casos distintos. é perpendicular ao vetor velocidade ( v ). Fm e v estão
sempre no mesmo plano e são perpendiculares às linhas
1.o Caso de indução. Nessas condições, da Dinâmica, concluímos
Carga elétrica lançada na mesma direção das linhas que a carga elétrica realiza movimento circular e unifor-
de indução do campo magnético. me.
Uma carga elétrica lançada perpendicularmente
→ → às linhas de indução de um campo magnético unifor-
Neste caso:  = 0° ou  = 180°; (v II B ).
me realiza movimento circular e uniforme sobre uma
circunferência cujo plano é perpendicular às linhas de
indução.

Sendo sen 0° = 0 e sen 180° = 0, da expressão do


módulo da força magnética de Lorentz

Fm = 앚 q 앚 . v . B . sen 

decorre que como sen  = 0

Fm = 0

– 71
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 72

3. Cálculo do Raio da Circunferência 2.a) O trabalho da força magnética é nulo, pois ela é

centrípeta.
Como a força magnética (Fm ) é uma resultante 3.o Caso

centrípeta (Fcp ), resulta Carga elétrica lançada obliquamente às linhas de
Fm = Fcp indução.

m.v2
앚q앚 . v. B = –––––
R
Portanto:
FÍSICA A

m.v
R = –––––––
앚q앚 B

4. Cálculo do Período
A análise desse movimento fica simples quando se

Sendo o movimento uniforme, podemos escrever: decompõe a velocidade v em duas componentes per-

pendiculares, uma na direção de B e outra na direção per-
s = v . t. →
pendicular a B .
→ →
Numa volta completa, tem-se: a) A componente na direção de B ( v1) permanece
constante e, ao longo dessa direção, a partícula descreve
s = 2π R e t = T MRU (1.o caso).
→ →
Logo, 2π . R = vT b) A componente perpendicular a B ( v2) , de acordo
m.v com o 2.o caso, determina que a partícula execute MCU.
2π . –––––– = v . T
앚q앚 B A superposição desses dois movimentos é um
movimento helicoidal e uniforme. A trajetória é uma hélice
2πm de eixo paralelo às linhas de indução do campo.
T = ––––––– A hélice é descrita→na superfície de um cilindro cujo
앚q앚 B
eixo tem a direção de B e cujo raio é dado por:
m . v2 m . v . sen 
Observações: R = ––––––– ou R = –––––––––––
1.a) Nem o período nem a frequência do movimento 앚q앚 . B 앚q앚 . B
dependem da velocidade de lançamento. Aumentando-
se a velocidade v de lançamento, aumenta o raio da
circunferência descrita. A distância a ser percorrida amplia
na mesma proporção com que v foi aumentado e o pe-
ríodo não se altera.

72 –
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 73


MÓDULO 26 2. A figura 1 representa um campo magnético uniforme (B é cons-
tante em toda a região sombreada).
Uma partícula carregadada positivamente (q > 0) foi lançada com
1. (UFPR-2023-MODELO ENEM) – Uma partícula com uma carga elé- →
velocidade V a partir do ponto A.
trica q = 1,6 . 10–19 C tem uma velocidade de módulo v = 5,0 . 104 m/s.
Num dado instante, ela entra numa região onde há um campo magnético
uniforme de módulo B = 10,0 mT. Nesse instante, o ângulo entre o
campo magnético e a velocidade da partícula vale , e sabe-se que cos
 = 0,80 e sen  = 0,60.

São conhecidos os seguintes valores:


Massa da partícula: m = 4,0 . 10–10 kg
Carga elétrica: q = 2,0 μC
Módulo da velocidade de lançamento: V = 3,0 . 102 m/s

FÍSICA A
Módulo do vetor indução magnética: B = 2,0 T

Pedem-se:
a) Módulo, direção e sentido da força magnética no instante em que ela
foi lançada em A.
Considerando-se as informações apresentadas, assinale a alternativa
b) Esboce a trajetória da partícula, admitindo-se que ela caiba dentro
que apresenta corretamente o valor do módulo F da força magnética
dos limites do campo.
que surge sobre a partícula quando ela entra na região onde há o campo
c) Valor do raio R.
magnético.
a) F = 1,6 . 10–17 N. b) F = 3,2 . 10–17 N.
RESOLUÇÃO:
c) F = 4,8 . 10–17 N. d) F = 6,4 . 10–17 N.
e) F = 8,0 . 10–17 N. a) Módulo da força magnética:
F = q . V . B sen 

RESOLUÇÃO:  = 90° ⇒ sen 90° = 1

Temos: V = 5,0 . 104m/s; F=q.V.B


F = 2,0 . 10 – 6 . 3,0 . 102 . 2,0 (SI)
B = 10,0 mT = 10,0 . 10–3 T ⇒ B = 1,0 . 10–2 T
q = 1,6 . 10–19 C F = 1,2 . 10–3 N
se  = 0,60
F = q . V . B . sen 
F = (1,6 . 10–19) . (5,0 . 104) . (1,0 . 10–2 . 0,60) (unid. SI)

F = 4,8 . 10–17N

Resposta: C


A força magnética F, na posição A, tem:
1) direção: do eixo x
2) sentido: (–x), oposto ao eixo (x)

– 73
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 74

b) A partícula realizará MCU no sentido anti-horário. A força RESOLUÇÃO:


magnética fará o papel de força centrípeta.
Δs
V = –––
Δt

Vamos fazer: Δt = T e teremos Δs = 2πR:


2πR 2πR
V = ––––– T = –––––
T V

2 . 3 . 3,0 . 10–2
T = ––––––––––––––– (s) ⇒ T = 6,0 . 10–4 s
3,0 . 102

Resposta: A

c) F = q . V . B
m V2 F = Fcp
Fcp = –––––
R

m V2
q . V . B = –––––
R
FÍSICA A

mV
R = ––––––
qB

4,0 . 10–10 . 3,0 . 102


R = ––––––––––––––––––– (m) ⇒ R = 3,0 . 10–2 m
2,0 . 10–6 . 2,0

Respostas: a) 1,2 . 10–3N, direção do eixo x, sentido (–x)


b) Ver figura
c) 3,0 . 10–2 m

3. Uma partícula de massa m, carga elétrica q foi lançada num campo



magnético uniforme , cujo vetor indução magnética é B, passando a
realizar um MCU. Adotando-se π = 3, o período do MCU é:
a) 6,0 . 10–4 s b) 8,0 . 10–4 s c) 18,0 . 10–4 s
d) 6,0 . 10–5 s e) 18,0 . 10–5 s

A partícula está realizando um MCU no interior do campo magnético


uniforme.

74 –
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 75

4. (Eear-2022-MODIFICADO-MODELO ENEM) – Partículas são


lançadas com uma velocidade de módulo igual a 1,8 . 105 km/s perpen-

dicularmente a um campo magnético uniforme B de intensidade 0,10 T,
com o sentido indicado na figura. Essas partículas atingem um anteparo,
no ponto C, a uma distância de 18,0 mm do orifício de entrada, no ponto
A, após percorrerem uma trajetória igual a uma semicircunferência,
conforme a figura.

FÍSICA A
Nessas condições foi possível medir a relação carga/massa (q/m)
dessas partículas. O valor em módulo, obtido, em C/kg, foi mais próxi-
mo de:
a) 1,0 . 1010 b) 2,0 . 1010 c) 1,0 . 1011
d) 2,0 . 1011 e) 2,0 . 1012

Note e adote:
A partícula beta (β) tem carga elétrica negativa de valor –e
igual a de um elétron.

RESOLUÇÃO:
Temos os seguintes dados:
V= 1,8 . 105 km/s = 1,8 . 108 m/s
R = 9,0 mm = 9,0 . 10–3 m
B = 0,10 T = 1,0 x 10–1 T

Fmag = q . V . B
m V2 m V2
Fmag = Fcp ⇒ q . V . B = –––––
Fcp = ––––– R
R

q V
A relação carga massa será dada por: ––– = –––––
m B.R

Substituindo-se os valores dados:


|q| 1,8 . 108
––– = –––––––––––––––––––––
–1) . (9,0 . 10–3) (unidades SI)
m (1,0 . 10

Obtemos o valor:

|q|
––– = 2,0 x 1011 C/kg
m

Resposta: D

– 75
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 76

MÓDULO 27
1. (UECE-2022) – Uma partícula de massa m e carga elétrica q move-
se com velocidade de módulo v através do espaço. Quando sujeita a
→ →
um campo magnético B transverso a v, essa partícula passa a descrever
uma trajetória circular de raio R. Nessas condições, o trabalho realizado
pela força magnética sobre a partícula após uma volta completa será
a) q . v . B . 2R. b) m . v2R. c) q . v. B/2R.
2
d) q . v . B/2 R e) nulo.

RESOLUÇÃO: RESOLUÇÃO:
Como a partícula adquire um movimento circular, deduz-se que ela
tenha sido lançada em direção perpendicular às linhas de indução
do campo magnético.
Portanto, vai realizar um MCU
Então o trabalho realizado pela força magnética é sempre nulo.
Resposta E
FÍSICA A

2. 2022 – Duas esferas idênticas carregadas com car-


gas iguais em módulo, mas de sinais contrários es-

tão ligadas por uma haste rígida isolante na forma A velocidade V das esferas tem mesma orientação da aceleração da
→ →
de haltere. O sistema se movimenta sob ação da gravidade numa região gravidade g, ou seja, V está orientada do leitor para dentro do

que tem um campo magnético horizontal uniforme ( B), da esquerda plano do papel.
para a direita. A imagem apresenta o sistema visto de cima para baixo, Pela “regra da mão esquerda”, determinamos a direção e o sentido

→ da força magnética F na carga positiva:
no mesmo sentido da aceleração da gravidade (g) que atua na região.

Para a carga negativa, a força magnética tem sentido oposto ao de


→ →
F, ou seja – F.

O binário de forças magnéticas no haltere fica:


Visto de cima, o diagrama esquemático das forças magnéticas que
atuam no sistema, no momento inicial em que as cargas penetram na
região de campo magnético, está representado em

Resposta: A

76 –
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 77

3. Em relação à questão anterior, uma vez abandonado no interior do 4. (MODELO ENEM) – Num espectrógrafo de massa, partículas

campo magnético B, num local onde atua também o campo de gravi- eletrizadas são lançadas através de um tubo seletor de velocidades para
→ →
dade, representado por g, como é o movimento do haltere de cargas? o interior de um campo magnético uniforme B (região sombreada). As
a) Sobe, saindo do plano do papel, girando no sentido anti-horário. partículas passam a descrever um arco de circunferência cuja abertura

b) Desce, no sentido do vetor g, penetrando no plano do papel, girando é função do módulo da velocidade de lançamento.
no sentido horário. Na figura, uma partícula de carga elétrica q = + 2,0 μC, massa m = 8,0 g,

c) Desce, no sentido do vetor g, penetrando no plano do papel, girando foi lançada, a partir do ponto E, em direção perpendicular às linhas do
no sentido anti-horário. campo; descreveu um arco de 120° e deixou a região no ponto S.

d) Desce, no sentido do vetor g, penetrando no plano do papel, mas
não realiza nenhum movimento de rotação.
e) O haltere se desloca sobre o plano do papel, sem nenhuma rotação.

RESOLUÇÃO:
Em princípio o haltere realiza dois movimentos simultâneos:


1) Ele desce verticalmente, devido ao campo de gravidade g (fig 1).
→ →
2) Gira, no sentido anti-horário devido ao binário de forças +F e –F
(fig 2).


g䊟 gravidade

FÍSICA A
Fig 1 – Caindo verticalmente devido à gravidade.
O campo magnético tem intensidade B = 2,0 T. Adote π = 3. O tempo
de travessia da partícula, do ponto E para S, vale:
a) 4,0 ps b) 1,0 μs c) 4,0 s
d) 1,0 ms e) 4,0 ms

RESOLUÇÃO:

g䊟 Seja Δt o intervalo de tempo para a partícula percorrer o arco ES.
Esse tempo corresponde a 1/3 do período T do MCU completo.

T
Δt = –––– 햲
3

Para o MCU, temos:


Δs = v . Δt ⇒ 2πR = v . T
Fig 2 – Visto de cima: movimento de rotação no sentido anti-
2πR
horário. T = ––––– 햳
v 2πm
Resposta: C T = ––––– 햴
m.v q.B
Sendo R = ––––––
q.B

Substituindo-se 햴 em 햲, temos:

2π . m
Δt = ––––––
3q . B

Temos os seguintes dados:


q = + 2,0 C = 2,0 x 10–6 C
m = 8,0 g = 8,0 x 10–6 x 10–3 kg = 8,0 x 10–9 kg
B = 2,0 T
Substituindo-os na equação, obtém-se:
2π . m 2 . 3 . 8,0 . 10–9
Δt = –––––– ⇒ –––––––––––––––– (unidades SI)
3q . B 3 . 2,0 . 10–6 . 2,0

Δt = 4,0 x 10–3 s = 4,0 ms (milissegundos)

Resposta: E

– 77
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 78

5. (UEPG-2022) – A região do espaço ao redor de um ímã apresenta


certas características devido a um campo magnético que nela passa a
existir. Em relação à grandeza campo magnético, assinale o que for
correto.

Fig 1 – Representação de um campo magnético no entorno de um ímã.

I) A força magnética que age numa partícula carregada com carga


positiva que é lançada paralelamente a um campo magnético com
uma velocidade de módulo 30 m/s é nula.
II) As linhas de campo magnético de um ímã em forma de barra são
FÍSICA A

linhas fechadas que, por fora do ímã, dirigem-se de seu polo norte
para seu polo sul; enquanto dentro do ímã dirigem-se de seu polo
sul para seu polo norte.
III) Quando uma partícula carregada é lançada perpendicularmente a
um campo magnético com uma velocidade de módulo v, a força
magnética que age sobre a partícula irá fazer com que sua veloci-
dade aumente ou diminua, dependendo do sinal da carga da partí-
cula.
IV) No sistema internacional de unidades, a unidade do vetor indução
magnética é o tesla (T).

Estão corretas:
a) Todas as afirmativas b) Apenas as afirmativas: I, II, III
c) Apenas as afirmativas: I, II, IV d) Apenas as afirmativas: II e IV
e) Apenas as afirmativas: I e IV

RESOLUÇÃO:
I) Verdadeira.
Fmag = q.v.B sen 0°= 0

II) Verdadeira.
As linhas de indução são linhas fechadas.
Externamente ao ímã a linha de indução nasce no polo N e mor-
re no polo S. No interior do ímã, a linha não pode ser interrom-
pida e continua do polo S para o polo N.

III) Falsa. A força magnética é perpendicular à velocidade vetorial


e não acelera tangencialmente a partícula. Ela faz o papel de
força centrípeta. Apenas muda a sua direção de movimento.
Ou seja, o trabalho da força magnética é nulo e portanto não
altera a o valor da velocidade escalar.

IV) Verdadeira.
unid (B) = tesla (T) que é uma unidade do SI.

Resposta: C

78 –
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 79

MÓDULO 28 Força Magnética em Condutor Retilíneo


1. Força sobre um Condutor Retilíneo Percorrido Direção
por Corrente Elétrica no Interior de um Campo É perpendicular ao condutor e ao vetor indução.
Magnético Uniforme
Sentido
Considere um condutor metálico retilíneo, de com- O sentido da força magnética é obtido pela regra da
primento (ᐉ), percorrido por corrente elétrica de intensi- mão esquerda. O dedo indicador assume o sentido do
dade constante i, colocado num cam→ po magnético campo, o médio o sentido convencional da corrente
uniforme, formando com→o vetor indução B um ângulo . elétrica e o polegar dará o sentido da força que age sobre
A força magnética Fm que surge no condutor é a o condutor.
resultante de um conjunto de forças de Lorentz que atua
sobre cada carga elétrica q constituinte da corrente
elétrica.

FÍSICA A
Fig. 2

2. O Princípio de Funcionamento do Motor Elétrico


Fig. 1
de Corrente Contínua
Nota: na fig. 1, o sentido da corrente elétrica é o conven-
cional, oposto ao movimento real dos elétrons. Tudo se Considere uma espira ACDE percorrida por corrente

passa como se fossem cargas positivas em movimento. elétrica i e imersa num campo magnético de indução B. Ob-
Seja n o número de cargas q que atravessam uma serve, na posição indicada na figura, as forças magnéticas
secção do condutor em um intervalo de tempo t e estão que agem nos lados AC e DE. Elas giram a espira no sentido
contidas no comprimento ᐉ. Temos em cada carga q indicado, em torno do eixo r.

fm = 앚q앚 v B sen 

A força magnética resultante será

F m = n . fm

Fm = n . 앚q앚 v B sen 

Fm = n . 앚q앚 –––– . B sen 
t
n 앚q앚
Mas –––––– = i Então
t

Fm = i ᐉ B sen  ou
Para garantir uma rotação contínua, o motor é dotado
Fm = Biᐉ sen  de um comutador, que é um anel metálico dividido em
→ dois setores. Após o instante em que a espira fica
Assim, a força magnética Fm tem as seguintes carac- disposta paralelamente às faces dos ímãs, invertem-se
terísticas: os sentidos das correntes nos lados AC e DE.
Módulo A potência do motor pode ser aumentada, utilizan-
do-se de várias espiras, ligadas em série. As espiras são
Fm = B . i . ᐉ sen montadas sobre um cilindro, constituindo o rotor.

– 79
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 80

1. Nas figuras a seguir temos um condutor retilíneo imerso no interior


de um campo magnético uniforme e percorrido por corrente elétrica.
São três situações distintas. Determine a direção e o sentido das forças
magnéticas que neles agem.

RESOLUÇÃO: Adote g = 10 m/s2 e considere que, para manter o objeto preso à balan-
Utilize a regra da mão esquerda para a corrente elétrica. ça em repouso, sem tracionar os dois fios AD e CE, será necessário
ajustar a tensão do gerador para U = 200 V.
Estando a balança equilibrada, determine:
a) a diferença de potencial, em V, nos terminais do resistor de 40 Ω e
FÍSICA A

a potência dissipada por ele, em W.


b) a intensidade da corrente elétrica, em ampères, que atravessa a
barra AC e a massa M, em kg, do objeto preso à balança.

RESOLUÇÃO:
a) Como não há resistência elétrica na barra AC, a diferença de
potencial no resistor R é igual à do gerador ideal:
U = 200 V

A potência dissipada em R é:
U2 (200)2
P = ––– ⇒ P = –––––– (W) ⇒ P = 1,0 , 103W
R 40

b) U = R . i
U 200
i = ––– ⇒ i = ––– (A) ⇒ i = 5,0 A
R 40

Equilíbrio da balança:

Observação:
Na figura 3, a força magnética é nula, pois seu módulo é dado por Nota: as trações
F = B.i.L. sen 0° = 0 nos fios são nulas.

Fmag = P

B.i.L=M.g

B.i.L 1,6 . 5,0 . 0,50


2. (UNIFESP) – A figura representa uma balança eletromagnética M = –––––––– ⇒ M = –––––––––––––– (kg) ⇒ M = 0,40 kg
g 10,0
utilizada para determinar a massa M do objeto preso a ela. Essa balança
é constituída por um gerador ideal cuja tensão U pode ser ajustada por Respostas:a) U = 200V e P = 1,0 . 103W
um resistor ôhmico de resistência R = 40 Ω e por uma barra condutora b) i = 5,0 A e M = 0,40kg
AC, de massa e resistência elétrica desprezíveis, conectada ao gerador
por fios ideais. A barra AC mede 50 cm e está totalmente imersa em um
campo magnético uniforme de intensidade B = 1,6 T, perpendicular à
barra e ao plano desta folha e apontado para dentro dela. O objeto, cuja
massa pretende-se determinar, está preso por um fio isolante e de
massa desprezível no centro da barra AC.

80 –
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 81

3. (EFOMM-MODELO ENEM) – Um tenente da EFOMM construiu um Logo:


dispositivo para o laboratório de Física da instituição. O dispositivo é mos- A corrente deverá percorrer a barra da esquerda para a direita,
trado na figura a seguir. Podemos observar que uma barra metálica, de tendo intensidade i = 5,0A.
5,0m de comprimento e 30kg, está suspensa por duas molas condutoras Resposta: D
de peso desprezível, de constante elástica 500N/m e presas ao teto. A
barra está imersa num campo magnético uniforme de intensidade 8,0T.

Determine a intensidade e o sentido da corrente elétrica que se deve


passar pela barra para que as molas sofram uma deformação de 100mm
cada uma delas.
a) 2,5 A, da direita para a esquerda.
b) 2,5 A, da esquerda para a direita.

FÍSICA A
c) 5,0 A, da direita para a esquerda.
d) 5,0 A, da esquerda para a direita.
e) 10,0 A , da esquerda para a direita.

Note e adote:
Módulo da força elástica: FE = k . x
k = constante elástica da mola
x = deformação da mola

RESOLUÇÃO:
1) FE = k . x = 500 . (100 . 10–3) (unidades SI)

FE = 50N

2) Equilíbrio da barra AC

Fmag + 2FE = P ⇒ Fmag + 2 . 50 = 300 ⇒ Fmag = 200N


Fmag = B. i. L
Temos:
B = 8,0T ⇒ L = 5,0m ⇒ 200 = 8,0 . i . 5,0 ⇒ i = 5,0A
Usando a regra da mão esquerda, determinamos o sentido da
corrente em AC.

– 81
C3_CURSO_A_FISICA_Alelex_2023.qxp 16/02/2023 16:49 Página 82

4. (EFOMM-MODELO ENEM) – Suponha uma espira condutora Voltando na equação (1) obtemos
retangular, homogênea e rígida, de massa 200 g, comprimento horizontal 4,0 B = 2,0 – 2 . 0,5
de 1,0m e vertical de 0,5m, pela qual passa uma corrente de intensidade
B = 0,25 T (esse valor é mínimo, pois foi usado o máximo valor de
4,0 A no sentido anti-horário. Essa espira está presa ao teto por dois fios
tração nos fios de sustentação).
isolantes, considerados ideais, de mesmo comprimento. Adicionalmente,
suponha que existam dois campos magnéticos uniformes, em duas Resposta: B
regiões limitadas pela linha tracejada que corta a espira ao meio e de
módulo B na região | e 2B na região II, apontando para dentro do papel e
atravessando a espira perpendicularmente, conforme demonstrado na
figura. Supondo a gravidade g = 10 m/s2 e que cada fio suporte 0,5 N,
qual deve ser o valor mínimo do módulo de B para que os fios não se
rompam?
a) 0,10 T b) 0,25 T c) 0,40 T d) 0,50 T e) 0,60 T
FÍSICA A

Espira retangular presa ao teto por dois tirantes de náilon e imersa em


→ →
campos magnéticos de indução B e 2B.

RESOLUÇÃO:

Para que se tenha o equilibrio, devemos trabalhar com as forças


verticais
F = força magnética no lado maior da espira
T = tração nos dois fios (tirantes de náilon)
P = peso da espira retangular

Equilibrando o sistema de forças verticais:


2T +2F – F – P = 0
2T + F = P
F = P – 2T (1)

São dados:
I = 4,0 A; m = 200 g (massa da espira); g = 10 m/s2;
P= m . g = 0,20 . 10 (N); P = 2,0 N

Máxima tração nos fios de náilon Tmáx = 0,5 N


A força magnética é F = B . i . L (2)
F = B . 4,0 . 1,0 ⇒ F = 4,0 B

82 –

Você também pode gostar