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TURBIDIMETRIA E NEFELOMETRIA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA Pequenas quantidades de alguns compostos insolúveis podem ser
CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E EXATAS
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA preparadas num tal estado de agregação que produza suspensões estáveis.
SETOR DE QUÍMICA ANALÍTICA
Quando a luz passa através da suspensão, parte da energia radiante
incidente é dissipada por absorção, reflexão e refração, enquanto o restante
TURBIDIMETRIA E NEFELOMETRIA é transmitida.
Turbidez: é a medida da dificuldade de um feixe de luz atravessar uma
Técnicas que envolvem espalhamento de radiação
certa quantidade de amostra conferindo uma aparência turva à mesma.
Essa medição é feita com o turbidímetro ou nefelômetro, que compara o
espalhamento de um feixe de luz ao passar pela amostra, com o de um feixe
de igual intensidade, ao passar por uma suspensão padrão. Quanto maior o
espalhamento, maior será a turbidez.
Os valores são expressos em unidade nefelométrica de turbidez (UNT),
ou unidade de turbidez (uT). O turbidímetro pode medir a turbidez em três
Prof. Dr. Renato Zanella
LARP/UFSM escalas: 0-20, 0-200 e 0-1.000 UNT, sendo que na escala de 0-20 UNT a
resolução é de 0,01 UNT.

INTRUMENTAÇÃO:
TURBIDIMETRIA E NEFELOMETRIA
Para a calibração de turbidímetros deve-se construir uma curva analítica
A cor da água (>15 unidades de cor) e as partículas de carbono interferem com vários padrões, porque a luz transmitida pela solução turva geralmente

na medida da turbidez devido às suas propriedades de absorverem a luz. As não obedece a lei de Beer. Ver vídeo de calibração e análise em:
amostras devem ser analisadas logo após a coleta pois a turbidez pode www.youtube.com/watch?v=RQMqS0RCSdw
mudar se a amostra for armazenada por um certo tempo.
As medidas da intensidade da luz transmitida em função da concentração
da fase dispersa constituem a base da análise turbidimétrica. Quando a
suspensão é observada a ângulos retos com a direção da luz incidente, o
sistema aparece opalescente devido à reflexão da luz pelas partículas da
suspensão (Efeito Tyndall). A luz é refletida irregular e difusamente; em
conseqüência, o termo luz dispersa ou espalhada é usado para explicar esta
opalescência e nebulosidade. A medida da intensidade da luz dispersa (em
ângulo reto com a direção da luz incidente) em função da concentração da
Nefelômetro Turbidímetro
fase dispersa é a base da análise nefelométrica. Padrões de UNT baseados em formazina
EXEMPLOS DE APLICAÇÃO:
Sulfato: Precipitação com bário. A turvação de uma suspensão diluída de sulfato de bário é
proporcional a concentração de sulfato na amostra. Deve-se manter constante o intervalo
de tempo entre a precipitação e a medida.

Fosfato: O íon fosfato é determinado após a formação do precipitado molibdofosfato. A


turvação tem cor branca e consiste em partículas extremamente finas. O precipitado não
deve ser agitado pois tende a se aglomerar e é bastante sensível a temperatura.

Turbidez da água: As principais causas da turbidez da água são: presença de matérias


sólidas em suspensão, matéria orgânica e inorgânica finamente divididas, organismos
microscópicos e algas. A origem desses materiais pode ser o solo; a mineração; as
indústrias; ou o esgoto doméstico. Esses materiais variam de partículas maiores (> 1 µm)
até as que permanecem em suspensão por muito tempo, como os coloides (10-4 a 10-6 cm).

Turbidez (em NTU) da água Turbidez do sulfato de bário

Portaria GM/MS Nº 888/2021, que altera o Anexo XX da Portaria de Consolidação GM/MS


Há que se distinguir entre a matéria suspensa ou sedimento, que precipita nº 5 de 28 de setembro de 2017 sobre os procedimentos de controle e de vigilância da
qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade
rapidamente, daquela que se precipita lentamente e que provoca a turbidez.
ANEXO 2: TABELA DE PADRÃO DE TURBIDEZ PARA ÁGUA PÓS-DESINFECÇÃO (PARA
A turbidez é encontrada em quase todas as águas de superfície, em valores ÁGUAS SUBTERRÂNEAS) OU PÓS-FILTRAÇÃO.

elevados (até 2.000 mg L-1 de SiO2), mas está normalmente ausente nas águas Número de
Tratamento da água Valor Máximo Permitido (VMP) Frequência
amostras
subterrâneas. Filtração rápida 0,5 uT em 95% das amostras. 1,0 uT
A cada 2
(tratamento completo no restante das amostras mensais 1
As águas de lagos, açudes e represas apresentam, em geral, baixa turbidez, horas
ou filtração direta) coletadas.
porém variável em função do vento (formação de ondas) e das chuvas fortes. A cada 2
Filtração em Membrana 0,1 uT em 99% das amostras. 1
horas
Assim, os solos argilosos e as águas em movimentação, ocasionam turbidez.
1,0 uT em 95% das amostras. 2,0 uT
Filtração lenta no restante das amostras mensais 1 Diária
Consequências da Turbidez coletadas.
1,0 uT em 95% das amostras. 5,0 uT
A turbidez reduz a penetração da luz na coluna d´água, prejudicando a Pós-desinfecção (para
no restante das amostras mensais 1 Semanal
águas subterrâneas)
fotossíntese. Se for grande (> 40 uT ou UNT), pode causar danos à respiração coletadas.
uT: Unidade de Turbidez
dos peixes. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o limite máximo
de turbidez para a água potável é de 5 UNT. ANEXO 11: TABELA DE PADRÃO ORGANOLÉPTICO DE POTABILIDADE.

Turbidez VMP 5 uT
Limites máximos de turbidez no Brasil: Potabilidade 5 uT (ou UNT)
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2021/prt0888_07_05_2021.html
Resolução CONAMA nº 357 (2005)

Designated Use Acceptable Range


Aquatic life < 25 NTU
Trout waters < 10 NTU
Human consumption (assuming it has
http://pnqa.ana.gov.br/Publicacao/RESOLUCAO_CONAMA_n_357.pdf
been properly disinfected) 1 to 5 NTU

Aplicação de Turbidimetria Aplicação de Turbidimetria

Clinical applications:
• Proteins: albumin in serum, cerebrospinal fluid and urine
• Complements: alpha-antitrypsin, beta-2 microglobulin
A microalbuminúria é
• Immunoglobulins: (IgG, IgA, & IgM), free light chains um indicador precoce
de insuficiência renal.
• Complement protein: C3 and C4, CRP, transferrin,
haptoglobin etc.
• Haptens: free drugs
• In Biology to find the number of cells in a solution

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