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NORMA REGULAMENTADORA 17 MTE

FERRAMENTAS
xxxxxxxxx

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Sumário

IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA: .............................................................................. 3


AVALIADORES RESPONSÁVEIS: ........................................................................... 3
ERGONOMIA ................................................................................................................. 4
METODOLOGIA ............................................................................................................ 4
DEMANDA ...................................................................................................................... 5
AMOSTRA ...................................................................................................................... 5
ANÁLISE DO TRABALHO - TAREFA PRESCRITA X TAREFA/ ATIVIDADE
EXECUTADA ................................................................................................................. 5
Análise das atividades: .............................................................................................. 7
DOS FATORES PSICOSSOCIAIS RELATIVOS AO TRABALHO: ..................... 7
Percepção do trabalho na visão dos operadores: ................................................ 9
A partir das entrevistas podemos relacionar as seguintes questões: .............. 9
Outros dados levantados:................................................................................... 10
AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES REALIZADAS NA UNIDADE DE
PRODUÇÃO DA EMPRESA ..................................................................................... 13
Atividade: Descarregamento do contêiner: ......................................................... 13
Atividade: Fabricação/Laminação da peça:......................................................... 15
Atividade: Laminação - Retirada da peça do forno: .......................................... 16
Atividade: Processo de fabricação da talhadeira: ............................................. 21
Atividade: Pintura: .................................................................................................... 22
Atividade: Fabricação do cabo: ............................................................................ 23
Atividade: Colocação Do Cabo:............................................................................. 26
Atividade: Armazenamento de materiais: ............................................................ 27
RECOMENDAÇÕES: ................................................................................................. 28
PLANO DE AÇÃO: MELHORIAS ERGONÔMICAS-modelo ............................. 31
CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 33
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 32
ANEXOS ....................................................................................................................... 33

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IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA:

EMPRESA: FERRAMENTAS xxxxxxxx LTDA

ENDEREÇO: x
C.N.P.J.: x
FONE: x
CEP: x
CIDADE: RIOZINHO /RS
CNAE: 25.43-8 – Fabricação de Ferramentas

GRAU DE RISCO: 03

N.° DE FUNCIONÁRIOS.: 94

MÊS DO LEVANTAMENTO: Maio de 2015

ELEMENTO DE LIGAÇÃO: Sra. x

AVALIADORES RESPONSÁVEIS:

NOME: Jaqueline Bitencourt

Título profissional: Terapeuta Ocupacional


Técnica de Segurança do Trabalho – MTE 45/01886-4
Pós graduação em Ergonomia –IAHCS - RS
Registro no Conselho: 12653 CREFITO 5ª Região

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ERGONOMIA
Segundo Montmollin (1990) a ergonomia pode ser descrita como uma
“ciência do trabalho”, sendo que se refere à necessidade do indivíduo de
melhorar a utilização de máquinas, ferramentas e dispositivos, com mais
segurança, conforto e eficácia (WISNER, 1987).
De acordo com Wisner (1987), o ambiente, turno, salário, transporte,
esforço realizado nas tarefas durante o trabalho, e a relação interpessoal são
fatores que influenciam o trabalho sendo definidas como condições de trabalho.
A ergonomia apresenta situações reais no ambiente estudado,
analisando a maneira que possa ser confortável e bem-sucedida as realizações
das atividades, tendo em vista a finalidade de humanização e avanço do
sistema de trabalho. Assim, a ergonomia apresenta o aperfeiçoamento das
condições de trabalho e proporciona uma melhora na vida das pessoas (SELL,
apud ALVAREZ, 1996).
Existem diversas profissões que exigem dos trabalhadores um enorme
esforço físico, devido à exigência do carregamento de cargas, podendo esta
situação ser agravada se a sobrecarga física for realizada com a adoção de
uma postura constrangedora, ou seja, que possa trazer riscos de
desenvolvimento de patologias músculo-esqueleléticas.

METODOLOGIA
O presente estudo pode ser classificado como exploratório-descritivo e
foi realizado na Empresa Ferramentas xxxxxxxxx, na Cidade de Riozinho –
RS, na área de produção de ferramentas manuais, que basicamente divide-se
em área produtiva, fabricação de cabos de madeira e armazenamento de
materiais.
A referida empresa foi fundada em 1946 e desenvolve tecnologia
própria para a fabricação de ferramentas manuais, fabricando ferramentas
forjadas.
Para este estudo, foram acompanhados os processos de trabalho
realizado na empresa, utilizando a metodologia da AET (Análise Ergonômica
do Trabalho) NR 17, que compreende três sub etapas de análise: Demanda,
Tarefa e Atividade, para detectar os riscos e sobrecargas físicas. O método
utilizado para avaliação foi observação in loco e registro em vídeo e realizado
com a participação direta dos usuários por meio de realização de entrevistas e
questionários para identificação da demanda ergonômica dos usuários dos
setores em estudo. A técnica de entrevista não-induzida permite obter a
declaração espontânea dos funcionários a respeito de seu trabalho. Para tanto,
pediu-se a cada funcionário que ele falasse sobre o seu trabalho (foi evitado
qualquer tipo de indução).

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Filmou-se todo o processo de trabalho, realizado durante uma manhã


na jornada de trabalho para analisar as características biomecânicas de cada
movimento realizado. A análise foi iniciada pela avaliação da demanda dos
usuários. O objetivo do vídeo foi registrar a tarefa realizada, a fim de subsidiar
o presente trabalho.

Na análise da prevalência de dor músculo-esquelética utilizou-se o


questionário estruturado, validado diagrama de desconforto e dor de Corlett,
que avalia desconforto postural, metodologia esta que permite identificar
posturas prejudiciais.

DEMANDA

A Análise Ergonômica deve ser um processo construtivo e participativo


para a resolução de um problema que exige o conhecimento das tarefas e
atividades executadas. A demanda da necessidade da análise pode ser de
diversas origens. Na presente situação a demanda surgiu da reclamação dos
trabalhadores ao Auditor Fiscal do MTE que emitiu uma notificação solicitando
a referida análise das atividades realizadas pela empresa, que serão
discriminadas no presente trabalho.

AMOSTRA

Este estudo teve caráter exploratório e descritivo, sendo entrevistados


so trabalhadores que se encontravam no local e se dispuseram a participar do
estudo. Haviam aproximadamente 70 pessoas na empresa no dia e a metade
respondeu as perguntas realizadas sobre a atividade, sendo que dessas, 20
responderam o questionário.

ANÁLISE DO TRABALHO - TAREFA PRESCRITA X TAREFA/ ATIVIDADE


EXECUTADA

O manual da NR 17, emitido pelo MTE para entendimento da NR nos


diz que tarefa prescrita é o objetivo fixado pela empresa, a tarefa real é o
objetivo que o trabalhador se dá e a atividade é tudo aquilo que o trabalhador
faz para executar a tarefa: gestos, raciocínio, movimentos. Esse conhecimento
é importante, pois as inadequações ficam bem evidenciadas quando se nota o
descompasso entre o que é exigido e o que é realmente executado.
A tarefa prescrita apresentada pela Empresa é bastante genérica, sendo
descrita abaixo:

Forneiro – Pegar a peça com a mão e colocar na esteira do forno para que a
peça seja aquecida.

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Forjador Prensista – Pegar a peça para que seja forjada na máquina, colocar
na esteira para que seja laminada./ Apanhar a peça que o auxiliar de
laminação coloca na esteira para cortar e estampar na prensa./Pegar a peça no
retorno da laminação, devolvendo-a para complementação da operação,
depois colocar na esteira para a estampagem.

Afiador de Ferramentas – Pegar a peça para que seja afiada e/ou polida no
esmeril/lixa.

Operador de Laminador – Pegar a peça que sai do forno e cai na esteira até a
sua frente, para depois laminar.

Operador de Empilhadeira – Responsável pela operação da empilhadeira.

Polidor de Metais - Pegar a peça para que seja afiada e/ou polida no
esmeril/lixa.

Temperador de Metais – Pegar a peça que sai da esteira e colocar na água


para que seja temperada.

Controlador de Produção – Controlar a produção.

Mestre de Ferramentaria/Forjaria – Encarregado nos setores para dar ordens


aos seus subordinados.

Torneiro Mecânico - Fazer peças no torno.

Frezador – Operar a Plaina, fresa, furadeira.

Ajustador – Ajustar peças com esmerilhadeira manual.

Supervisor de Expedição - Encarregado no setor para dar ordens aos seus


subordinados.

Auxiliar de Deposito – Embalar e etiquetar as peças que vem da marcenaria e


fábrica, armazenar e colocar no caminhão.

Marceneiro – Pegar a madeira, colocar no torno para tubular, operar a


destopadeira, torno copiador e lixadeira.

Mestre de Marcenaria - Encarregado no setor para dar ordens aos seus


subordinados.

Motorista – Responsável pelas entregas dos produtos.

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Não há maiores detalhes sobre as tarefas executadas e nas


observações in loco podemos verificar que praticamente todas as tarefas
podem ser executadas pela maioria dos colaboradores, dependendo da
demanda de produção. Não verificou-se um controle extremamente rígido dos
tempos de produção, porém podem haver períodos onde um ritmo maior pode
ser exigido. Neste momento a produção encontra-se em ritmo mais lento
devido a baixa demanda.

Avaliamos neste caso, que a atividade não é a mesma sempre, pode


mudar de acordo com a ferramenta a ser produzida, pode acontecer em ritmo
de revezamento e a demanda de mercado influencia no processo produtivo.
Podemos perceber também que a tarefa prescrita é pobre e que a tarefa
realizada é semelhante para quase todas as funções.

Análise das atividades:


A análise das atividades de trabalho consistiu em verificar efetivamente
as condições reais de trabalho. Compreendeu a observação de duas fases
importantes para atingir o objetivo pretendido que consistiu em relacionar os
determinantes da tarefa com a atividade e analisar a situação real de trabalho.
Nesta fase, procurou-se entender como o trabalho estava sendo feito na
situação atual da demanda que consistiu em determinar o problema. Neste
ponto, a análise exigiu rigor na coleta de dados, nas observações e nos
levantamentos necessários, para se ter boa compreensão do problema.
(BALBINOTTI, 2003).
Para compreender as atividades de trabalho sob a ótica ergonômica o
analista deve ser objetivo, evitar qualquer tipo de suposições, preconceitos,
estereótipos ou qualquer representação antecipada que possa introduzir
subjetividade na análise efetuada. (FIALHO e SANTOS, 1997).
Durante a pesquisa, foram efetuadas medições em relação ao ambiente de
trabalho, buscou-se verificar as reais condições em que se encontra o trinômio
homem/máquina/ambiente.
DOS FATORES PSICOSSOCIAIS RELATIVOS AO TRABALHO:
Os riscos psicossociais têm a sua origem no complexo âmbito da
organização do trabalho e, embora as suas consequências negativas para a
saúde não sejam tão evidentes como as dos acidentes de trabalho ou as
doenças profissionais, também podem ter uma relevância notável,
manifestando-se através de problemas como o absentismo, a rotação de
pessoal, os defeitos de qualidade ou o stress que, em conjunto, representam
importantes custos tanto em termos de saúde para as pessoas como
econômicos para a empresa.
Os fatores psicossociais podem ser definidos como "aquelas
características das condições de trabalho e, sobretudo, da sua organização
que afetam a saúde das pessoas através de mecanismos psicológicos e
fisiológicos a que também chamamos de stress" (definição do método Istas21).

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Entendendo por saúde um "estado de equilíbrio físico, psíquico e social"


(definição da OMS), resulta evidente a necessidade de considerar os aspectos
psicossociais do trabalho não apenas como fatores de risco em relação aos
quais devemos atuar para evitar consequências negativas na saúde, mas
também como via de potenciação das questões positivas para a saúde dos
trabalhadores, tais como o bem-estar e a satisfação no trabalho.

Neste contexto, o ambiente psicossocial torna-se um importante fator a


ser analisado, além das caracteristicas do trabalho em si. A monotonia, a
fadiga e a motivação são três aspectos muito importantes que devem
interessar a todos aqueles que realizam análise e projetos relacionados ao
trabalho humano. Segundo Lida (1998, p.273), “a monotonia e fadiga estão
presentes em todos os trabalhos e, se não podem ser totalmente eliminados,
podem ser controlados e substituídos por ambientes mais interessantes e
motivadores”.

O contexto organizacional e estrutural que compõe a realidade de


trabalho da sociedade pode acarretar tanto benefícios à vida humana quanto
produzir problemas à saúde do trabalhador, confluindo para o surgimento de
patologias de incidência significativa como as doenças osteomusculares
relacionadas ao trabalho (DORT)(1) ou, ainda, transtornos traumáticos
cumulativos (TCC) e doenças musculoesqueléticas.

Deve-se enfatizar que as posturas que os colaboradores assumem


durante as atividades, são decorrentes do posto de trabalho apresentar
características e dimensões que desfavorecem o desempenho humano com o
aparecimento de patologias ou fadigas osteomusculares. Considera-se que nas
atividades analisadas, ocorre também alta exigência ergonômica de coluna
lombo sacra, aliados às demandas físicas no trabalho, como posturas
inadequadas, levantamento manual de peso e repetitividade desses
movimentos. Ainda, ressalta-se que além do esforço físico encontrado nas
atividades, o ambiente de fundição ou forjaria a quente apresenta alguns
valores da temperatura de solidificação de metais muito elevados. Esse valor
pode ser mais elevado ainda dependendo do volume de produção. Isso
interfere sensivelmente na temperatura do ambiente de trabalho, podendo
oferecer danos à saúde do trabalhador, devido ao aumento da fadiga e à
exposição ao calor exigida pela atividade (Smith, 1996).
O trabalho físico pesado realizado em condições com temperatura
elevada pode provocar, segundo Iida (2002), dois tipos de demanda fisiológica.
Primeiramente a musculatura exige maior irrigação sanguínea que pode
alcançar até 25L/min, por outro lado, a circulação sanguínea deve fluir para
superfície da pele para eliminar o calor a um fluxo de 10L/min. Diante dessa
situação, o sistema cardiovascular é extremamente exigido, devido
principalmente a sua capacidade de bombear o sangue de aproximadamente
25L/min.

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O trabalho pesado observado em indústrias, conforme o mesmo autor,


gera calor adicional durante os processos metabólicos, pois o organismo
recebe uma carga adicional de calor por convecção e radiação, onde a
eficiência do trabalho é reduzida em até 41%.

Conforme Bridger (1995), o trabalho que exige grande demanda física


geralmente é realizado em locais onde temperaturas e umidade são elevadas,
sendo assim, o gasto de energia é superior a 5 calorias por minuto, e os
batimentos cardíacos ultrapassam 100/125 bpm. Nestes casos é necessária
a introdução de intervalos de pausa para descanso. Com o trabalho leve e
moderado, o lactato e a frequência cardíaca atingem um novo nível estável,
não havendo fadiga rápida; no trabalho pesado, a FC atinge sua máxima em
curto tempo sendo necessário, interromper o trabalho (Powers & Howley,
2006).

Percepção do trabalho na visão dos operadores:

Na entrevista realizada com os colaboradores ficou evidenciado que


existe uma satisfação em trabalhar na Empresa, os colaboradores mais antigos
relatam que as condições de trabalho melhoraram com o passar dos anos, com
a inclusão de tecnologias, como empilhadeira para auxiliar no transporte de
peças. Não consideram o trabalho “pesado”, porém relatam algum desconforto
em relação a temperatura, ruído ou risco de acidentes com máquinas. Somente
vinte colaboradores responderam o questionário, alegando diversos motivos,
mas sempre relacionando a preocupação da manutenção do emprego caso a
empresa terceirize o processo ou automatize.

A partir das entrevistas podemos relacionar as seguintes questões:

Resultados das Entrevistas: As entrevistas foram agrupadas nos constructos:


ambiente, posto de trabalho (biomecânica), organização do trabalho, risco ou
dor, empresa e conteúdo de trabalho. A apresentação destes com o número
percentual de pessoas que citaram cada item e o valor priorizado da queixa
estão na tabela abaixo. Nesta mesma tabela aparecem o quanto cada queixa
representam no total e o quanto cada constructo representa no total. Foram
entrevistados 60% dos presentes no dia da avaliação.

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Constructo Demanda % de funcionários que citaram


(em relação aos 33% que
devolveram o questionário)
Ambiente Calor 19
Ruído 8
Poeira 2
Fumaça 2
Falta de espaço 2
Risco de acidente 16

Biomecânica Não houve relato sobre o trabalho ser incômodo ou --


pesado

Empresa Não houve reclamação específica sobre a Empresa ou --


chefias

Organização Falta de espaço na fábrica 10%

Outros dados levantados:

Para validar as demandas foi entregue e explicado o questionário a


maioria dos trabalhadores. Todos os devolvidos de forma respondida foram
compilados e apresentamos os resultados a seguir. Resultado dos
Questionários (foram devolvidos 33% dos questionários):

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Avaliação de dor – questionário estruturado de Corllett – Resultado

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Na entrevista pode se perceber que as dores são relatadas na maior


parte pelos colaboradores com idade superior a 40 anos, que já trabalham
nesse ramo de serviços há mais de dez anos e que na maioria citaram que
quando iniciaram nas atividades as condições de trabalho eram mais precárias
e sem nenhuma tecnologia.

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AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES REALIZADAS NA UNIDADE DE


PRODUÇÃO DA EMPRESA

Atividade: Descarregamento do contêiner:

O contêiner é trazido com auxilio de empilhadeira e esvaziado


manualmente por um funcionário. É realizada normalmente uma vez por
semana por um período de aproximadamente duas horas. Pode ser feita por
qualquer funcionário que não tenha tarefa específica a realizar neste momento,
o que possibilita que aconteça em forma de rodízio. A atividade acontece da
forma mostrada nas fotos abaixo:

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Oportunidade de melhoria:

 É necessário melhorar a postura do colaborador ao desenvolver esta


atividade, uma possibilidade de melhoria pode ser realizada se o local
de armazenamento for modificado, atentando para a altura inicial da
armazenagem, que não deve partir do nível do solo e sim ser
armazenado em estrados de madeira e pode ser efetuada com auxilio
mecânico de paleteiras e plataforma elevatória, que pode servir de apoio
para o contêiner, que deve possuir a possibilidade de abertura de um
dos lados para que o colaborador possa retirar a peça ao nível de altura
mais adequado, diminuindo assim o movimento de assim abaixar-se e
levantar-se diversas vezes. Se um lado do contêiner abrir e a
plataforma puder regular a altura, o colaborador não ira realizar o
movimento de baixar e levantar tão frequentemente. Outra possibilidade
é a redução da altura do contêiner para reduzir o movimento do
trabalhador.

Abaixo segue alguns modelos de plataforma elevatória e recomenda-se


um estudo mais aprofundado dos benefícios no processo que esta alteração
acarretaria:

 A atividade pode ser realizada por dois colaboradores, um alcançando


material a outro, realizando rodízio nas tarefas.

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Atividade: Fabricação/Laminação da peça:

Esta atividade é dividida em várias sub etapas que descrevemos


abaixo:

Neste processo a peça é aquecida no forno, colocada manualmente em


cima da esteira, saindo do outro lado do forno.

Oportunidade de melhoria:

 Adquirir carrinho de apoio com rodas para substituir o contêiner fixo


para armazenamento das peças, facilitando a movimentação e
oportunizando a colocação mais próximo da área de trabalho. Também
sugerimos estudar a possibilidade de baixar a abertura do bocal do
forno para o colaborador não levantar em demasia o braço ao colocar a
peça.

 Fornecer óculos com lente UV para ser utilizado próximo ao forno.

 Fornecer banco para descanso durante as pausas de trabalho e permitir


as pausas durante a jornada de trabalho

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Atividade: Laminação - Retirada da peça do forno:

A peça corre pela esteira no forno e ao sair um funcionário retira a peça,


e coloca no cilindro de laminação para ser laminada:

Oportunidade de melhoria:

 Aumentar a altura das prensas, evitando que o colaborador se abaixe


para desenvolver a atividade

 Fornecer banco para descanso durante as pausas de trabalho e permitir


as pausas durante a jornada de trabalho

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A próxima etapa consiste na retirada da peça que passa pelo cilindro e é


colocada em outra prensa. Esta atividade é realizada por dois colaboradores:

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Oportunidade de melhoria:

 Efetuar a manutenção da mesa de apoio mostrada na foto, aumentando


sua altura para facilitar a posição do colaborador ao depositar a peça.

 Fornecer banco para descanso durante as pausas de trabalho e permitir


as pausas durante a jornada de trabalho

Nesta etapa o funcionário pega a peça que veio na esteira, coloca na


prensa, que vai fazer a retirada da rebarba. A peça então é retirada da prensa,
colocada em uma bancada onde permanece poucos minutos e é colocada em
uma esteira, indo para outra parte do processo onde um funcionário fará o
processo de têmpera da peça. A rebarba vai armazenada em um contêiner
para reaproveitamento de material posteriormente.

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Oportunidade de melhoria:

 Estudar a possibilidade de mudança do lay out, colocando o contêiner de


recolhimento de rebarba mais próximo para evitar jogar a rebarba mais
longe, e manter sua manutenção em dia.

 Fornecer banco para descanso durante as pausas de trabalho e permitir


as pausas durante a jornada de trabalho.

A próxima etapa é a retirada da peça e encaminhamento para a


têmpera. Nesse processo um funcionário retira as peças com auxilio de
ganchos (duas ou três de cada vez) e mergulha no produto que fará o
processo de “têmpera” da peça, conforme mostra abaixo. Após esta etapa a
peças está pronta para ir para a pintura em local separado.

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Oportunidade de melhoria:

 Estudar a possibilidade de mudança do lay out, colocando o forno de


têmpera mais próximo da esteira, facilitando a movimentação.

 Fornecer banco para descanso durante as pausas de trabalho e permitir


as pausas durante a jornada de trabalho.

Atividade: Processo de fabricação da talhadeira:

Este processo é semelhante aos demais desenvolvidos, visto que a peça


já vem cortada no tamanho certo, é aquecida, retirada do forno, colocada na
prensa, após a rebarba é retirada em outra prensa, conforme mostram as fotos
abaixo (resumida na última foto):

Oportunidade de melhoria:

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 Fornecer banco para descanso durante as pausas de trabalho e permitir


as pausas durante a jornada de trabalho.

 Permitir rodízio entre os colaboradores para a realização da atividade.

Atividade: Pintura:

A pintura é realizada em máquina fechada, onde a tarefa do trabalhador


é molhar a peça em um verniz,pendurar as peças em ganchos e aguardar
entrar na máquina para posterior retirada. A peça faz a volta e retorna ao
mesmo ponto:

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Oportunidade de melhoria:

 No setor de pintura foi aumentado o comprimento do gancho a fim de


evitar que o colaborador levante o braço em ângulo que prejudique sua
postura, porém ao analisar a tarefa, recomendamos que o gancho seja
aumentado um pouco mais, possibilitando uma melhor postura para
funcionários de estatura mais baixa.

 Realizar a atividade com dois colaboradores para a divisão das


atividades de colocar no gancho e retirar do gancho

 Fornecer banco para descanso durante as pausas de trabalho e permitir


as pausas durante a jornada de trabalho.

Atividade: Fabricação do cabo:

A madeira é depositada no local com auxílio de empilhadeira, colocada por


um funcionário na máquina copiadora para que seja moldada conforme formato
desejado, na sequencia já sai lixada, passa por outras máquinas de
acabamento e para finalizar o cabo passa para o tambor para que seja polido,
conforme mostrado nas imagens abaixo:

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Oportunidade de melhoria:

 Estudar a possibilidade de mudança do lay out, colocando o contêiner de


madeira em altura superior na atividade de polimento evitando que o
colaborador se abaixe para pegar a madeira tantas vezes, o contêiner
pode ser colocado mais perto da máquina.

 Substituir o acionamento do pedal da máquina abaixo automatizando o


processo, para que o colaborador não pressione tantas vezes o referido
botão:

Neste processo existe


→ um pedal a ser acionado
pelo colaborador, este
deve ser substituido

 Fornecer banco para descanso durante as pausas de trabalho e permitir


as pausas durante a jornada de trabalho.

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Atividade: Colocação Do Cabo:

Essa atividade consiste na junção do cabo com a peça forjada, que é


colocada manualmente, conforme abaixo. Após, a ferramenta está pronta para
venda:

Oportunidade de melhoria:

 Aumentar a altura da bancada para facilitar a colocação do cabo.

 Fornecer banco para descanso durante as pausas de trabalho e permitir


as pausas durante a jornada de trabalho.

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Atividade: Armazenamento de materiais:

O armazenamento e transporte de materiais é realizado com auxilio de


empilhadeira, conforme mostram as fotos abaixo, não permitir que os
colaboradores o façam manualmente e respeitar os limites de peso para
transporte.

 Ministrar treinamento de segurança na operação de empilhadeira para o


operador de empilhadeira.

 Manter sempre a organização do depósito para evitar acidentes.

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RECOMENDAÇÕES:

No contexto da atividade analisada, devemos ter a preocupação de


verificar se as mudanças realizadas trouxeram benefícios aos trabalhadores do
local.

 Recomendamos manter sempre os equipamento de transporte de


cargas revisados, com todas as partes móveis lubrificadas para facilitar
a movimentação e verificar qualquer reclamação ou queixa feita pelos
trabalhadores em prazo imediato.

 Sempre monitorar via PCMSO a saúde e queixas dos trabalhadores.

 Orientar quanto a ergonomia, maneiras seguras de realizar a atividade e


necessidade de pausas.

 Ministrar treinamento periódico sobre a realização segura da atividade.

 Qualquer tipo de automatização do processo tem a tendência de


melhorar as condições de trabalho, porém se puderem ser objeto de
negociação com os trabalhadores, podem ter melhor aceitação e não
tornar-se motivo de insegurança em relação à manutenção do trabalho.

Posições de Trabalho Adequadas:

Os períodos prolongados com o corpo inclinado devem ser evitados


sempre que possível.

Posturas torcidas causam tensões indesejadas nas vértebras. Os discos


elásticos que existem entre as vértebras são tencionados , e as articulações e
músculos que existem nos dois lados da coluna vertebral são submetidos a
cargas assimétricas, que são prejudiciais.

Movimentos bruscos podem produzir alta tensão, de curta duração. Este


pico de tensão é resultado da aceleração do movimento. Sabe-se que o
levantamento rápido de peso podem produzir fortes does nas costas.

Atentar para essa situação e verificar se há a necessidade da tarefa se


realizada por mais de um colaborador, realizar rodízios e tempos de pausas.

Movimentos Repetitivos:

Nenhuma postura ou movimento repetitivo deve ser mantido por um


longo período de tempo.

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As posturas prolongadas e os movimentos repetitivos são muito


fatigantes. A longo prazo, podem produzir lesões nos músculos e articulações.
Isto pode ser prevenido com uma alternância de posturas e tarefas. Significa,
por exemplo, alterar posições sentadas por aquelas de pé e andando. Pode-se
também fazer rodízios periódicos de um posto de trabalho para outro, entre os
trabalhadores envolvidos em tarefas que exigem movimentos muito repetitivos,
desde que os movimentos exigidos nestes postos de trabalho sejam diferentes
entre si.

A tensão contínua de certos músculos do corpo, como resultado de uma


postura prolongada ou de movimentos repetitivos, provoca fadiga muscular
localizada, resultando em desconforto e queda de desempenho, sendo assim,
quanto maior o esforço muscular, menor se torna o tempo suportável. A maioria
das pessoas não consegue manter o esforço muscular máximo além de alguns
segundos, sendo apenas 2 minutos o tempo suportável com 50% do esforço
muscular máximo.

A exaustão muscular deve ser evitada porque, se isso ocorrer, há uma


demora de vários minutos para a recuperação.

Observa-se que são necessários cerca de trinta minutos para uma


recuperação de 90% de um músculo exausto. Músculos meio exaustos atingem
a mesma recuperação em 15 minutos. O processo de recuperação completa
pode levar várias horas.

A fadiga muscular pode ser reduzida com diversas pausas curtas


distribuídas ao longo do trabalho. Isto é melhor que as pausas concedidas no
final da tarefa ou ao final da jornada. Muitas vezes, essas pausas existem
naturalmente dentro do próprio ciclo de trabalho, por exemplo, quando se
espera que a máquina complete seu ciclo ou quando a máquina é carregada
com a matéria prima. Do contrário é necessário programar essas pausas
periódicas.

O trabalho por longos períodos de tempo, usando as mãos e os braços


em posturas inadequadas, pode produzir dores nos punhos, cotovelos e
ombros. Quando o punho fica muito tempo inclinado, pode haver inflamação
dos nervos, resultando em dores e sensações de formigamento nos dedos.

Dores no pescoço e nos ombros pode ocorrer quando se trabalha muito


tempo com os braços levantados, sem apoio. Esse problema pode ocorrer
principalmente com o uso de ferramentas manuais. As dores se agravam
quando há aplicação de forças ou se realizam movimentos repetitivos com as
mãos. Podem-se conseguir posturas melhores com o posicionamento correto
para altura das mãos, como já foi visto.

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Existem muitos modelos de ferramentas. Cabe selecionar o modelo que


mais se adapte á tarefa e á postura, de modo que as articulações possam ser
mantidas na posição neutra, assim como providenciar equipamentos auxiliares
para realização de tarefas nos locais onde for possivel.

A manutenção periódica do equipamento pode contribuir para reduzir a


carga de trabalho

A pega, parte da ferramenta segurada pelas mãos, deve ter forma e


localização que possibilite uma boa postura para as mãos e braços.

A empresa deve capacitar periodicamente os funcionários para o uso de


produtos e ferramentas utilizadas nas tarefas;

Realizar rodízios de tarefas, para não perpetrar o estresse;


Coibir trabalhos acelerados, fragmentados e rigidamente hierarquizados;
Realizar revezamento em equipes de trabalho;
Manter sempre água potável para consumo, instalando-os próximos aos
postos de trabalho;
Oferecer uniformes e equipamentos de proteção adequados ao posto de
serviço, em consonância com as condições físicas do trabalhador.

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Abaixo sugerimos um modelo de plano de ação para que a Empresa organize as melhorias a serem realizadas nos
setores, visto que qualquer projeto de ergonomia deve ser efetivamente implementado. Outras melhorias poderão se
acrescentadas neste plano de ação visando a prevenção de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais.

PLANO DE AÇÃO: MELHORIAS ERGONÔMICAS-modelo


Objetivo: Apresentamos modelo de Plano de Ação para implementação das melhorias a serem efetuadas na
Empresa, ela deve ser compartilhada com a alta direção a fim de viabilizar o processo
O QUE PORQUE QUEM QUANDO COMO QUANTO

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REFERÊNCIAS

MONTMOLLIN, M. (1990) - L’ergonomie. Paris: La Découverte – disponível em


http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2004_Enegep0406_0659.pdf

OMS (Organização Mundial de Saúde) (2000) -. Disponível em :


http://www.cdc.gov/growthcharts . Acesso em maio de 2013.

WISNER, A. (1987) - Por dentro do trabalho. Ergonomia: método & técnica. São
Paulo: FTD, Oboré.

Mátodo ISTAS 21, Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/74281690/Metodo-


ISTAS21. Acesso em maio de 2013.

LIDA, Itiro. Ergonomia: projeto e produção. 5ª ed., São Paulo: ABDR, 1998

Revista Latino-Americana de Enfermagem – versão Impressa: 0104-1169 –


Universidade de São Paulo – Brasil

Norma Regulamentadora 17 - disponível em:


http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BEFBAD7064803/nr_17.pd
f Acesso em maio de 2013.

Manual de Aplicação da NR 17 disponível em:


http://www.mte.gov.br/seg_sau/pub_cne_manual_nr17.pdf Acesso em maio de 2013

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sendo o trabalho complexo, a primeira conclusão é que a aplicação dos


conhecimentos da Ergonomia pode auxiliar na criação de sistemas que venham
comportar níveis de confiabilidade, com ferramentas bem concebidas que auxiliem a
realização das atividades com a diminuição da exigências aos seus operadores.
Podendo com isto reduzir os riscos de danos irreversíveis ao trabalhador,
aumentando a segurança e o conforto do trabalhador, pois a Ergonomia pressupõe
que ao analisarmos o trabalho para adequá-lo ao trabalhador estaremos buscando
resguardar o modus operandun deste, e conseqüentemente obteremos maiores
índices de produtividade com um menor gasto físico e mental.

Jaqueline Bitencourt
CREFITO- RS 12653 5ª Região

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ANEXOS

ANEXO A – DIAGRAMA DE COrLEtT

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ANEXO B – CHECK LIST


Nome________________________________________________________
Idade____________________________ Altura_______________________
Há quanto tempo (ano e meses) trabalha com essa atividade_____________
Qual a jornada de trabalho?_______________________________________
Você realiza horas extras? ( ) Sim ( ) Não Quantas por mês? ____________
Como você considera seu ambiente de trabalho?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
________________________________________________________
Sente dores?___________________________________________________
Em quais partes do corpo?
_________________________________________________________________
___________________________________________________________
Com que frequência?
_________________________________________________________________
___________________________________________________________
Quais as sugestões de melhorias para o ambiente de trabalho você pode indicar?
_________________________________________________________________
___________________________________________________________
Quais suas maiores queixas em relação à atividade desenvolvida?
_________________________________________________________________
___________________________________________________________

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