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MANUAL DE

HABILIDADES

Manual de Habilidades_2020
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Sumário

INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 3
1. ESTÍMULO SENSORIAL ............................................................................................................... 6
2. DESPERTAR A IMAGINAÇÃO ...................................................................................................... 9
3. DESENVOLVE A CRIATIVIDADE ................................................................................................ 11
4. COORDENAÇÃO MOTORA ....................................................................................................... 13
5. CAPACIDADE DE ASSOCIAÇÃO ................................................................................................ 15
6. RACIOCÍNIO LÓGICO ................................................................................................................ 17
7. VOCABULÁRIO ......................................................................................................................... 21
8. HABILIDADE DE LEITURA ......................................................................................................... 23
9. ESTIMULO A LEITURA .............................................................................................................. 25
10. HABILIDADES ARTISTICAS ...................................................................................................... 27
11. PARA COMPARTILHAR ........................................................................................................... 34
12. INTELIGÊNCIA SOCIOECOMOCIONAL .................................................................................... 36
CONCLUSÃO ................................................................................................................................ 38

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INTRODUÇÃO

Menos eletrônicos mais brinquedos de verdade, Para a Criança voltar a


brincar como criança!

Atualmente fugir dos brinquedos de tecnologia é quase impossível, mas


necessário. É fato que eles entretêm as crianças. No entanto, estes tipos de
brinquedos atrapalham a socialização das crianças e as afastam de atividades
físicas, importantes para a saúde e a convivência.

Brincar é importante porque também ensina às crianças algumas normas do


convívio social que serão importantes para a fase adulta, como aprender
regras, esperar a sua vez, perder e ganhar, trabalhar em equipe, etc.

As brincadeiras podem servir também como forma de aprendizagem e de


desenvolvimento da coordenação motora, da percepção, do raciocínio… E quer
jeito melhor de aprender?

Pensando nisso, elaboramos esse manual para explicar cada uma das
habilidades que norteiam a nossa consultoria de desenvolvimento infantil.

Nosso mix de produtos estimula três grandes grupos de habilidades nas


crianças, como:

 Estímulo sensorial e aprendizagem do convívio social (inteligência


socioemocional);

 Habilidades de leitura, Estimulo a leitura, Capacidade de


associação, raciocínio lógico e vocabulário.

 Despertar a imaginação, desenvolver a criatividade e habilidades


artísticas.

O desenvolvimento desses estímulos, NÃO é trabalhado separadamente; é um


trabalho integrado que necessita da interação: adulto/criança, criança/criança e
criança/objeto, e com o seu meio ambiente, experimentando, explorando para

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ampliar os sentidos, as sensações, os sentimentos e o seu agir na
desenvoltura que norteia a educação.

Para compreender melhor cada estímulo, este serão apresentados


separadamente:

ESTÍMULOS AFETIVOS -

Esses estímulos estão relacionados com o emocional da criança, sua


interação, seus sentimentos, desejos e ansiedades. Quando trabalhados, a
criança tem maior facilidade na socialização com outras pessoas, ganhando
maior segurança na hora de expressar seus sentimentos e medos.

Além disso, passa a compreender melhor os outros e o ambiente ao seu redor


e, pouco a pouco, vai construindo sua bagagem de valores e tendo mais
autonomia sobre seu corpo e atitudes.

ESTÍMULOS FÍSICOS –

Esses estímulos envolvem a capacidade de movimentos, coordenação motora,


lateralidade e o psicomotor, pois eles provocam ações como: o conhecimento
do próprio corpo, seu desenvolvimento, seu ritmo, exercitando-o a fazer e
facilitam sua relação no grupo.

As atividades motoras vivenciadas pelas crianças, em suas brincadeiras,


estimulam a criatividade, expressão da personalidade, devendo estar presentes
no dia a dia e são representadas por toda e qualquer atividade corporal
realizada em casa, na escola, em oficinas e nas brincadeiras.

ESTÍMULOS COGNITIVOS –

Esses estímulos envolvem a aprendizagem, a atenção, a memória, a


criatividade, a curiosidade, a linguagem, os pensamentos, a observação, a
leitura, o raciocínio, entre outros fatores, os quais provocam ações como: o
pensar, o exercitar a inteligência, a reflexão, o senso crítico, o enriquecer as
informações, “representar” situações vivenciadas, ter novas ideias e recriá-las.

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ESTÍMULOS SENSORIAIS –

Esses estímulos envolvem os cinco sentidos: auditivo, visual, olfativo, tátil e


gustativo. Eles provocam ações que desenvolvem as sensações, as
sensibilidades internas e externas da criança.

O trabalho integrado de todos esses estímulos e sua interação com o meio


social tem como objetivo proporcionar os instrumentos necessários à criança
para a formação da sua personalidade e a construção do conhecimento, que
acabarão refletindo em sua adulta e profissional.

Os primeiros anos da infância são primordiais para que a criança esteja em um


ambiente estimulador, prazeroso e lúdico, com oportunidades para desenvolver
seus sentidos e habilidades.

Quanto mais ela participa das experiências físicas, afetivas e sociais, maiores
serão o enriquecimento e desenvolvimento de sua inteligência.

A criança quando estimulada se torna mais ativa, dinâmica, criativa,


emocionalmente equilibrada e saudável, e passa a realizar melhor as
atividades propostas, a encontrar soluções e a apresentar uma boa
socialização.

Acompanhe essa série conosco, compartilhe informações com os seus


consultores de venda para que eles possam estar aptos a apresentar a nossa
linha de produtos de forma inteligente e interessante aos seus clientes!

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1. ESTÍMULO SENSORIAL

Desperta o aprendizado através dos 5 sentidos:

- Tato;

- Olfato;

- Visão;

- Audição;

- Paladar.

Através dos estímulos sensoriais consegue-se que a


maior parte das informações seja absorvida para
diferentes temas e idades.

Quais os sistemas sensoriais que devem ser observados?

 Sistema táctil: é o responsável por tudo aquilo que está em contato

com a pele. Exemplo: toque (reconhecer um objeto no escuro),

preensão, temperatura (sensação de quente e frio), textura (áspero e

macio);

 Sistema auditivo: habilidade de reconhecer sons, discriminar,

transformar e reagir a sons;

 Sistema oral/gustativo: é o paladar e tudo que é relativo aos

estímulos dentro da boca. Exemplo: experimentar sabores doces,

salgados, ácidos, azedos ou experimentar alimentos de diferentes

consistências;

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 Sistema olfativo: é o cheiro, processamento e discriminação de

odores;

 Sistema visual: todas as habilidades relativas à visão. Através da

percepção visual analisamos as diferentes características de um

estímulo visual e que é dado um significado ao que vemos, são: a forma,

a cor, o tamanho, a textura ou o peso;

 Sistema vestibular: localizado no ouvido, está relacionado ao

movimento e equilíbrio, além de coordenar movimentos, como a

conexão entre olho e mão e os dois lados do corpo (coordenação

bilateral);

 Sistema proprioceptivo: relacionado à posição do nosso corpo no

espaço, a noções de peso, pressão, alongamento e mudança de

posição. É o corpo como um todo, tanto em situações estáticas

quanto em situações dinâmicas. É devido a este sistema que

conseguimos, por exemplo, escrever sem termos que olhar para cada

movimento da nossa mão.

Assim, quando tudo está a funcionar bem, o nosso cérebro organiza as

informações recebidas do ambiente através do corpo para reproduzir uma

resposta adequada a cada estímulo. A este processo, dá-se o nome de

integração sensorial.

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Cada criança terá uma preferência sensorial, ou sentidos que se desenvolvem

mais e mais rapidamente que as outras crianças. Entretanto, é válido oferecer

diferentes oportunidades para que cada uma delas vivenciem os vários

sistemas sensoriais e tenham a oportunidade de serem estimuladas e

aprendam com todos eles.

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2. DESPERTAR A IMAGINAÇÃO

Estimula a capacidade de representação real e a


vivencia dentro do mundo lúdico das crianças

Faz parte da Infância, o brincar, é através desse


grande repertório de desenvolvimento que a criança
encontra estimulo para criar, expressar sua
imaginação através das esferas, afetiva, social,
motora e cognitiva.

A ludicidade no desenvolvimento da criança é um


fator muito importante, é um laboratório
enriquecedor no desenvolvimento da criança,
através de brincadeiras, que a criança descobre a si
mesmo e o outro, um exercício útil e necessário que despertará o interesse e
estimulará seu aprendizado.

Os jogos e brinquedos fazem parte da infância das crianças, onde a realidade e


o faz de conta intercalam-se e é a parte integrante do mundo infantil da vida de
todo ser humano.

O olhar sobre o lúdico não deve ser visto apenas como diversão, mas sim, de
grande importância no processo de ensino-aprendizagem na fase da infância,
porque impulsiona naturalmente a criança a adquirir capacidade de
simbolização permitindo que ela possa vencer realidades angustiantes e domar
medos instintos.

O fascinante mundo da imaginação é tão essencial para as crianças como o


estudo, a interação social e a alfabetização. O faz de conta dá poder de criação
aos pequenos, ajuda a desenvolver e fortalecer a psique infantil estimula a
criatividade e é um processo de autoconhecimento para a formação da
autoestima, enfrentamento dos medos e distinção entre o mundo externo e o
interno, aquele construído dentro de cada indivíduo.

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Os pais que estimulam o faz de conta dão liberdade para que a criança possa
se tornar quem deseja ser e explorar todas as possibilidades da mente, sem
medo de sofrer repressão ou ter o comportamento limitado. Quando a
imaginação se torna um hábito na rotina infantil, temos crianças mais criativas,
animadas e dispostas.

Neste processo, é aconselhável que os pais aproveitem a energia da criação


infantil para construir laços estreitos entre pais e filhos e para fazer um resgate
da criança interior dentro de si. Não deixando de participar das brincadeiras, de
dar vida a personagens e até utilizar recursos como fantasias para dar um
toque realístico ao faz de conta. Quando os pais participam de forma ativa da
brincadeira dos filhos, uma relação de confiança e uma rotina mais leve se
estabelecem naturalmente.

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3. DESENVOLVE A CRIATIVIDADE

Incentiva a capacidade de criar, produzir ou inventar


coisas novas.

As crianças são capazes de se expressar melhor e


desenvolver seu pensamento abstrato quando se
relacionam desde cedo com a criatividade.

A criatividade se relaciona com a facilidade ou


capacidade que uma pessoa tem para criar ou inventar
algo. Por isso, é necessário estimular a criatividade nas
crianças.

Considerando a importância de estimular a criatividade


nas crianças, é apropriado saber como contribuir para esse objetivo.

O que é a criatividade e qual sua influência nas crianças?

O conceito de criatividade faz referência à capacidade que um indivíduo tem de


gerar novos conceitos ou ideias, o que produz, geralmente, soluções originais.
Em outras palavras, se traduz como pensamento criativo ou pensamento
original.

Criatividade não se limita à expressão artística e musical, ela é


essencial para a ciência, à matemática e mesmo para a
inteligência social e emocional.

A pessoa criativa é capaz de produzir ideias inovadoras com o objetivo de pular


obstáculos ao solucionar diversos problemas da vida cotidiana, sem sentir
necessidade de recorrer à ansiedade ou ao estresse. Assim, se compreende
então por que a criatividade deve ser estimulada nas crianças, já que uma
imaginação construtiva leva a soluções originais.

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A importância de estimular a criatividade nas crianças

Ainda que seja verdade que a criatividade é essencial em qualquer idade,


também é certo que resulta oportuno estimulá-la desde cedo, já que é na
infância quando todas as habilidades são potencializadas e desenvolvidas.

Por outro lado, graças à criatividade, as crianças são capazes de resolver


problemas, em muitas ocasiões, sem a ajuda dos pais, o que cria
independência. Dessa forma, elas podem se relacionar com outros indivíduos
de modo mais produtivo e sem problemas.

A importância de potenciar a criatividade no momento oportuno

Com o objetivo de estimular a criatividade nas crianças, é fundamental para o


aprendizado generalizado levar em conta o fato de que se devem respeitar os
tempos de aprendizado, os quais variam de criança para criança, com o
objetivo de que desenvolva toda sua imaginação e criatividade.

Muitas pessoas assumem que a criatividade é um talento inato, que as


crianças simplesmente têm ou não têm: assim como nem todas as pessoas
são igualmente inteligentes, tampouco são igualmente criativas. Entretanto, na
verdade, a criatividade é mais uma habilidade do que um talento imutável, e
pode ser desenvolvida com a ajuda de pais e responsáveis na formação e
desenvolvimento da criança.

A criatividade é parte do caminho para o sucesso em praticamente qualquer


empreitada e, por isso, um elemento chave para uma vida feliz e saudável –
portanto, uma habilidade que precisa ser estimulada e praticada com as
crianças.

Por isso, acreditamos que na formação da criança os presentes educativos e a


forma lúdica do brincar são fundamentais para que seja cultivado em sua
formação o incentivo para estimular a criatividade.

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4. COORDENAÇÃO MOTORA

Estimulam os movimentos físicos e a habilidade


motora geral, especifica e fina.

As mãos das crianças serão uma das partes mais


importantes durante os primeiros anos de vida, para
explorar e, sobretudo, interagir com o mundo que as
rodeiam.

São muitas das atividades e funções que as crianças


terão com as mãos, algumas das mais simples como
empurrar algo, ou tarefas mais complexas e
complicadas para a criança. Para realizar tarefas mais
complexas, o cérebro deverá se colocar de acordo com
as mãos, para ser capaz de medir cada ação com uma
precisão de milímetros, calcular a profundidade, etc.

A coordenação ou destreza motora da criança pode ser estimulada desde


cedo. Através de movimentos com as mãozinhas para pegar objetos, para
engatinhar, dar os primeiros passinhos, ou se arrastar pelo chão ou tapete,
tudo isso envolve o desenvolvimento da coordenação motora.

Logo, na fase pré-escolar, a coordenação pode ser estimulada através de


atividades especificas para a idade, como exercícios motores de desenhos,
símbolos, e outros.

Para compreender melhor o significado da coordenação motora, temos uma


explicação mais detalhada: Se trata da capacidade de coordenação de
movimentos decorrente da integração entre comando central (cérebro) e
unidades motoras dos músculos e articulações.

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A coordenação motora pode ser dividida em quatro categorias, sendo
elas:

- Coordenação Motora Geral – Faz com que o indivíduo consiga dominar seu
próprio corpo e controlar todos os movimentos. É essencial para andar, pular e
realizar outros exercícios do tipo.

- Coordenação Motora Específica – Faz com que o indivíduo controle os


movimentos específicos para realizar um tipo determinado de atividade, como
chutar uma bola ou participar de um jogo de basquete.

- Coordenação Motora Grossa – Envolve principalmente grandes grupos


musculares, podendo ser desenvolvida a partir da prática de atividades físicas.
Este tipo de coordenação permite a criança dominar o corpo no espaço,
controlando os movimentos mais rudes, como por exemplo: andar, dançar,
correr, saltitar, pular, subir e descer escadas, se arrastar, rastejar, e outros.

- Coordenação Motora Fina – Relaciona-se com atividades que exigem muita


precisão, envolvendo músculos menores. É a capacidade de usar de forma
eficiente e precisa os pequenos músculos, produzindo assim movimentos
delicados e específicos. Este tipo de coordenação permite dominar o ambiente,
propiciando manuseio dos objetos, como por exemplo: pintar, montar e
desmontar, escrever, recortar, encaixar, empilhar, costurar,
abotoar/desabotoar, etc.

Para garantir que os movimentos sejam corretamente realizados, é necessária


uma harmoniosa integração entre os sistemas esquelético, muscular, nervoso e
sensorial. Estimular todas elas é fundamental para o bom desenvolvimento da
criança.

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5. CAPACIDADE DE ASSOCIAÇÃO

Incentiva a associação de ideias, para


contiguidade, semelhança ou contrates.

Associações de Ideias é um processo intelectivo


segundo o qual a mente humana, a partir de uma
ideia inicial (indutora), é imediatamente levada a
suscitar outra. Isso ocorreria em razão de alguma
"conexão natural" existente entre ambas.

A ideia indutora pode ser representada no caso,


tanto por uma palavra, como por um objeto, uma
imagem, ou mesmo uma emoção (da qual o
sujeito toma consciência), cujo simples
aparecimento na mente é suficiente para despertar uma segunda ideia, e
esta uma terceira, e assim por diante, num processo praticamente sem
limite e no qual, conforme a expressão popular, "uma coisa puxa a
outra".

Trata-se de fenômeno conhecido e estudado desde a antiguidade grega. Já


Aristóteles descobrira que o processo de associação de ideias se rege por
algumas leis intrínsecas e invariáveis. São elas:

a) A lei da contiguidade (ou continuidade) temporal, segundo a qual a


ideia indutora tende a evocar de preferencia uma segunda ideia que, em
experiência anterior tenha sido apreendida ao mesmo tempo ou quase
ao mesmo tempo em que ela;

b) Lei da semelhança (ou similaridade), segundo a qual uma ideia tende


a suscitar outra que lhe seja afim quanto ao significado;

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c) Lei do contraste, segundo a qual uma ideia tende a evocar, entre
outras, outra que lhe seja especificamente contrária.

A estas três leis básicas devem-se juntar, segundo alguns intérpretes, a lei
da causalidade, de acordo com a qual o objeto representado pela ideia
induzida apresenta uma relação de causa ou efeito com o objeto ou coisa
representada pela ideia indutora.

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6. RACIOCÍNIO LÓGICO

Desenvolve a capacidade de pensar para

resolução de um problema ou conclusão de um

determinado assunto.

O desenvolvimento do raciocínio lógico para criança


deve ser uma das preocupações dos pais. Afinal,
essa habilidade é essencial para que o pequeno
consiga aumentar a sua capacidade de resolução
de problemas, além de facilitar a estruturação dos
seus argumentos e estimular a organização de
tarefas e situações no dia a dia.

Mas para que a criança desperte essa habilidade é fundamental que tenha
contato com recursos estimulantes. Afinal, trata-se de exercício e, quanto mais
à criança é treinada, melhor será o seu desempenho.

Um ponto interessante é que esse estímulo não precisa ser enfadonho ou


cansativo, porque por meio de algumas atividades agradáveis e prazerosas, os
pais podem auxiliar seus filhos no desenvolvimento desse raciocínio.

Independentemente da carga genética, o cérebro humano tem de ser


constantemente desafiado para que mantenha e até melhore as suas
funções cognitivas (como memória, percepção, raciocínio lógico-matemático,
linguagem, atenção, aprendizado...). Mas, como são na infância que se
desenvolvem as bases da inteligência, exercitar os neurônios desde cedo é tão
importante para a garotada quanto ir à escola, dormir cedo e obedecer aos
pais.

Assim que a criança nasce, os estímulos têm de ocorrer da forma mais variada
possível. Desde o simples toque no bebê recém-nascido até brincadeiras e
atividades mais complexas e desafiadoras a partir dos seis ou sete anos. São

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através dos estímulos sensoriais que são formadas as chamadas sinapses -
conexões que favorecem a comunicação entre os neurônios. Quanto mais
sinapses se formarem, melhores serão as capacidades cognitivas e maior será
o aprendizado ao longo da vida.

"A capacidade de compreensão dos bebês é muito maior do que a maioria dos
pais pode julgar". Os adultos também não sabem que têm um papel
fundamental para o desenvolvimento do cérebro de seus filhos. "Especialmente
nos primeiros seis meses de vida, o vínculo afetivo favorece conexões
cerebrais do bebê que irão valer para a vida inteira".

Estimular maneiras de desenvolver o raciocínio lógico infantil de uma forma


diferente e lúdica:

- Apresente jogos de sequência lógica e tabuleiro

A capacidade de identificar padrões é uma habilidade que contribui para o


desenvolvimento do raciocínio lógico para crianças. Afinal, elas precisam
encontrar um padrão que defina como todo o conjunto precisa ser organizado,
o que estimula o seu cérebro a perceber similaridades e diferenças.

Sendo assim, os jogos sequenciais são uma excelente alternativa para o


pequeno desenvolver habilidades e competências. É possível trabalhar com
cores, animais, personagens, números, entre outros elementos.

Além dos jogos de sequência lógica, aqueles de tabuleiro como dama, xadrez,
campo minado, batalha naval, entre outros, também favorecem o raciocínio
lógico. Isso porque todos eles exigem a elaboração de estratégias para que se
consiga alcançar a vitória, fazendo a criança pensar de diversas formas.

- Estimule o contato com a literatura

A literatura é uma arte que contribui de diferentes maneiras para o


desenvolvimento da criança. Além de estimular a expansão do seu vocabulário,
a assimilação da gramática correta e a habilidade da leitura, ela também

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permite o despertar de habilidades e competências que vão além da
comunicação.

Os livros favorecem a criatividade e a imaginação, permitem a construção da


opinião, a aquisição de cultura e conhecimento do mundo, a fim de ter um
pensamento mais crítico e bons argumentos. Tudo isso favorece o
desenvolvimento do raciocínio lógico.

A literatura possibilita a interação do leitor com a obra, fazendo com que ele
participe do que está acontecendo por meio da análise dos fatos, e ainda
estimulando o seu pensamento para os caminhos possíveis para o final da
história.

- Monte e remonte

As brincadeiras que envolvem blocos de montar são inesgotáveis! Ainda que


muitas vezes venham acompanhadas de manuais com um passo a passo, a
maior vantagem desse tipo de brinquedo é que a criança pode experimentar
uma infinidade de configurações. Dessa maneira, estimula a criatividade, a
capacidade de planejar e executar encaixes, o raciocínio lógico infantil, além
dos mecanismos de erro, busca por soluções e acerto. É divertido e cheio de
aprendizados.

- Tecnologia com inteligência

Em excesso, sabemos que o uso de tablets e smartphones pode gerar um


impacto negativo sobre o desenvolvimento da infância, limitando sua
capacidade de ser criativa e de se encantar com o novo. No entanto, com
equilíbrio, é possível usar o melhor que ela pode oferecer, por meio de jogos e
aplicativos capazes de promover o que desafio através de jogos de encaixar
blocos que caem na tela, operações matemáticas, problemas a serem
resolvidos e até desafios com labirintos e percursos. Basta explorar as opções
que se adequa melhor com a idade da criança e com o acompanhamento de
uma responsável.

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O importante é a criança ser estimula e ter contato com essas formas de
brincar para experimentar a ludicidade.

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7. VOCABULÁRIO

Amplia o repertório de palavras para melhor


falar, escrever e se comunicar.

Para que a criança tenha uma existência rica e


produtiva, uma das melhores coisas a se fazer é
construir o vocabulário. Pesquisas mostram que
uma forte habilidade de linguagem é associada a
questões positivas, tais como amizade, conexão
com a família, sucesso acadêmico e longa
carreira.

Por isso, não é recomendado esperar que a criança aprenda a ler para
começar a desenvolver um vocabulário, potencializa-lo é algo que pode
facilmente ser incorporar no dia-a-dia através de pequenos momentos,
divertidos jogos, livros interativos para que a criança amplie seu repertório e
seja mais criativa.

1. As letras do alfabeto. A base de toda a aprendizagem em termos de falar,


ler, escrever e ouvir, o alfabeto é algo que muitas crianças aprendem e
memorizam relativamente cedo. Usar o alfabeto para potenciar o vocabulário
da criançada passa pela visualização das letras, ou seja, a criança deve poder
reconhecê-las em qualquer lugar: letreiros, outdoors, revistas, livros… Numa
saída ao supermercado ou no consultório do médico, peça à criança para
procurar e identificar a letra “A”, “C”, “M” e assim sucessivamente, lendo depois
em conjunto à palavra que a letra integra.

2. Palavras e mais palavras. Não há melhor maneira de expandir o


vocabulário infantil do que com muita conversa! Quantas mais palavras utilizar
numa frase dirigida à criança, maior será a sua absorção desse vocabulário,
mais fácil será a aprendizagem de novas palavras e a sua consequente

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utilização nos dias que se seguem. Sem exagerar, tente ser muito específico
sempre que se dirigir à criança e vice-versa, sempre que ela pedir, perguntar
ou referenciar alguma coisa.

3. Ler, ler, ler. Para além de ser um excelente passatempo para dias chuvosos
ou para facilitar a hora da ida para a cama, ler para uma criança é uma das
melhores formas de estimular e desenvolver o seu vocabulário. Para além de
permitir a aprendizagem de novas palavras, a leitura estimula a conversa,
mesmo junto da criançada que não sabe ler mais que tem sempre muitas
perguntas! Uma visita regular à biblioteca da cidade é meio caminho andado
para incentivar o gosto pelos livros, pela leitura e pelo vocabulário: deixe a
criança escolher os seus próprios livros ou ajude-a a procurar temas do seu
interesse.

4. Sinônimos simples. Fugir do vocabulário habitual, substituindo palavras


conhecidas por sinónimos desconhecidos é uma excelente forma de
desenvolver o vocabulário de uma criança. Adicionalmente, a criança é
incentivada a pensar em formas diferentes de dizer e exprimir a mesma coisa.
Pode fazer deste exercício um jogo, onde a criança terá de enumerar o máximo
de sinónimos possível para determinada palavra; se ela tiver dificuldade,
façam-no em conjunto como incentivo.

5. Brincar & Rimar. As rimas são outra forma divertida e pedagógica de


solidificar o vocabulário de uma criança: para além de aumentar a sua lista de
palavras conhecidas, ajuda-a a perceber as sonoridades distintas que os
diferentes tipos de letras conseguem produzir quando são agrupados, e a
maneira como as palavras se relacionam entre si. No caminho para a escola,
por exemplo, diga 3 ou 4 palavras que rimam, incluindo uma que não rima e
pergunte à criança qual é que está a mais; pode ainda sugerir uma palavra e
pedir à criança que pense numa que rime com essa. Leiam livros de rimas
juntos e, à medida que a criança se vai familiarizando com a história, peça-a
para completar as frases.

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8. HABILIDADE DE LEITURA

Aprimorar a compreensão da leitura amplia o


conhecimento e o vocabulário.

É fundamental cultivar e incentivar o hábito de ler

desde criança. A leitura abre inúmeras portas para

o desenvolvimento do indivíduo e seus benefícios

intelectuais e de apoio ao aprendizado escolar são

proporcionais ao prazer de desbravar novos

mundos pela imaginação.

Crianças que desde cedo são estimuladas a


folhear livros, frequentando livrarias e bibliotecas e
desenvolvendo a leitura como parte de sua rotina, naturalmente desenvolvem o
prazer pelos livros. Segundo Ana Vasconcellos, educadora e pesquisadora,
dentre os muitos pontos que ressaltam a importância da leitura para os alunos
estão o desenvolvimento das habilidades de interpretação textual, da escrita e
criatividade.

“A criança que lê, possui mais conhecimento do mundo, requisito básico para o
desenvolvimento de uma melhor interpretação textual, habilidade fundamental
no contexto escolar. Sem a leitura, o desempenho nas demais disciplinas
estudadas na escola é comprometido”.

Ressaltando a relevância do desenvolvimento como habilidade proveniente da


escrita, a educadora salienta a importância da ampliação do vocabulário.
“Quanto mais cedo uma criança escuta palavras de variados campos
semânticos e fonéticos, mais repertório ela terá, tanto em suas conversações,
quanto nas atividades escolares. Consequentemente, essa criança também
terá boas habilidades ortográficas e desenvolverá sua escrita de forma mais
completa, uma vez que terá abundância de visualização das palavras e

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familiaridade com formações textuais adequadas ao padrão normativo da
língua”.

A pesquisadora ainda destaca que o desenvolvimento da criatividade é


imprescindível, pois por meio da leitura o universo da criança se expande e
ganha novas dimensões. “Bons livros estimulam a imaginação, aguçam a
atenção aos detalhes das narrativas e ao som rítmico das palavras. Tudo isso
gera riqueza de ideias e, portanto, um melhor aproveitamento das atividades
escolares” – afirma. Fonte: Assessoria de imprensa do Mackenzie.

A habilidade de leitura é essencial e dá suporte para o estudo de outras


áreas do conhecimento. Ao estudar matemática, a criança terá que realizar a
leitura de sinais, de números existentes em uma determinada situação, bem
como a leitura dos enunciados das questões propostas nas atividades. Já em
história, ela irá se encontrar com um universo de palavras que caracterizam
uma época, um acontecimento. Sendo capaz de realizar uma leitura proficiente
desse contexto, ela não só compreenderá o passado, como também poderá
estabelecer paralelos sobre a época estudada e a realidade atual.

As habilidades de leitura vão muito além de uma simples decodificação, na


verdade, vão além da própria compreensão do que foi lido.

Os conhecimentos e habilidades que se devem ter na leitura não é somente


traduzir sílabas ou palavras (signos lingüísticos), em sons, isoladamente (a
decodificação), é muito mais que isso, a boa leitura deve passar pelas
seguintes etapas:

1º - Decodificar

2º - Compreender

3º - Interpretar

4º - Reter.

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9. ESTIMULO A LEITURA

Desperta a iniciação e o gosto pela leitura.

Incentivo a Leitura: A importância dos pais!

É sabido que crianças pequenas mantém o costume


de reproduzir no ambiente social, os comportamentos
que aprendem em casa. Logo, se você deseja que
seu filho se torne um leitor, precisa dar o exemplo.
Leia para a criança e com ela!

Nesse contexto, podem ser criados momentos de


leitura em família, nos quais cada pessoa lê o seu
próprio conteúdo — seja um livro, um jornal, uma tira em quadrinhos, etc. A
criança deve ler publicações compatíveis com a sua faixa etária, mas não há
nenhum problema que todos compartilhem informações e experiências sobre o
que estão lendo.

Além da escola, reverter este cenário também é uma responsabilidade dos


pais, que devem oferecer incentivo à leitura desde a infância, já que essa é
uma prática que estimula a imaginação e a criatividade, além de enriquecer o
vocabulário.

Faça com que a criança vá se habituando e compreenda a importância da


leitura, mesmo que ainda pequena. Daí, a partir do momento em que a criança
chega a certa idade, é importante oferecer autonomia para que ela saiba
escolher suas leituras de preferência, pois o objetivo também é que a leitura
seja apreciada por prazer.

Por outro lado, a criança deve ser capaz de reconhecer a importância da leitura
como fonte de conhecimento. Sob essa perspectiva, a leitura de um livro nem
sempre é fácil, pois concede o acesso a temas que, até aquele momento, não

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são familiares ao pequeno leitor. Por isso, essa é uma tarefa que requer
persistência, concentração, foco e incentivo dos pais.

As situações em que pais e mães interagem com seus filhos são poderosa e
instrutivas, porque as palavras são colocadas em paralelo com objetos,
eventos e emoções.

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10. HABILIDADES ARTISTICAS

Incentiva a pratica de atividades que ajudam na


formação artística buscando a expressão de
emoções e ideias.

Explorar habilidades artísticas e intelectuais de


crianças desde cedo é fundamental para o
aperfeiçoamento de novas habilidades.

O importante é oferecer ambiente estimulante e


próximo ao que os artistas experimentam para que
as crianças tenham contato com a arte e suas
variadas formas de expressões.

Já deu para perceber ao menos um pouquinho sobre a importância da arte na


educação infantil, certo? Mas como será que ela efetivamente ajuda no
desenvolvimento dos pequenos?

A importância da arte para o desenvolvimento infantil

A arte pode ser vista de diversas formas, sendo algo muito amplo, e com isso
traz consigo diversas vantagens, principalmente para as crianças que a
praticam, sejam por meio do desenho, da dança, da invenção de histórias, ou
até mesmo do próprio consumo de tudo que foi citado, como na leitura de
livros.

Nesse sentido, mostraremos como geralmente a arte passa pela vida de um


bebê, e em cada fase mostraremos as vantagens desse saber e os impactos
desse conhecimento para a formação e desenvolvimento da criança.

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Os rabiscos como prenúncio da escrita

Você já parou para pensar que fazer rabiscos no papel é uma forma de treinar
as habilidades que serão necessárias mais tarde, na hora da escrita? Antes de
desenvolverem a fala e a escrita, nossos ancestrais também desenhavam sua
interpretação do mundo nas paredes das cavernas, está lembrado?

O fato é que cada letra do alfabeto nada mais é que um desenho padronizado.
Desenhar, portanto, seja com pincéis, lápis de cor, giz de cera ou até com os
próprios dedos, auxiliará na formação de palavras na fase da alfabetização.

Fase essa que é uma das mais importantes na formação do saber da criança,
pois ela é basicamente o início de seu aprendizado sobre o mundo,
possibilitando que o jovem estimule a criatividade por outros métodos, como a
leitura.

E não se esqueça: mesmo depois de alfabetizado, seu filho não só pode como
deve ser incentivado a continuar se expressando por meio da arte.

A arte como expressão das emoções

À medida que a criança compreende o funcionamento do mundo, vai buscando


mecanismo para se expressar em relação a ele. Obviamente, emoções fazem
parte da nossa jornada de vida. O detalhe é que na infância tudo é novo!

Não há, nessa fase, categorizações ou reações automáticas. Quando um bebê


sente dor de barriga, chora. Quando ele se sente feliz, sorri. Simples assim. Ao
longo do tempo, ele vai adquirindo outros meios de colocar para fora o que
sente. E é aí que entram ações como cantarolar, desenhar, pintar, dançar e
inventar personagens.

Por meio da arte, a criança comunica sua interpretação da realidade que a


cerca e também seu estado emocional, mostrando como ela se sente e como o
mundo a afeta, tanto de forma positiva quanto de forma negativa, portanto é

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bom ficar atento para os sinais que o bebê demonstra, por mais simples que
sejam.

A arte como trampolim para a criatividade

Além da capacidade de comunicar sentimentos, a arte também serve como um


verdadeiro trampolim para o desenvolvimento da criatividade. As iniciativas
artísticas, quaisquer que sejam suas naturezas, têm um papel importante no
desenvolvimento intelectual infantil, intelectual infantil, devido às diversas
qualidades da prática de atividades artísticas e suas influências na vida do
jovem.

Isso porque a expressão artística tem a ver com imaginação, com a capacidade
de enxergar o mundo além do óbvio, de pensar fora da caixa e elaborar
alternativas para problemas.

Cada rabisco infantil é uma história, possui um contexto, é a demonstração de


que o ser humano é predisposto a criar desde a mais tenra idade, com os
instrumentos que estiverem à disposição. Por isso, lembre-se: a escola não
deve ser o único lugar onde a arte é incentivada e celebrada!

As representações e a sensibilidade

A arte na infância também facilita o reconhecimento que a criança tem de si em


relação aos outros. As escolhas de formatos, tamanhos e cores nos desenhos
e nas modelagens de massinha, por exemplo, são indicativos de que as
informações externas vêm sendo absorvidas e interpretadas de forma completa
por todos os cinco sentidos.

Enquanto cria um personagem com determinadas características, a criança


aguça sua sensibilidade e sua capacidade de observação. Quando transpõe as
características de alguém ou de algum personagem para o papel, por exemplo,
é porque se identifica com outro indivíduo, reconhecendo nele tanto
semelhanças como diferenças.

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A dança e as limitações do corpo

A dança também é um instrumento poderoso nesse sentido. O ato de dançar


permite à criança ter ideias e elaborar conceitos a respeito dos movimentos do
corpo, de seus limites e de suas possibilidades, bem como da interação com
outras pessoas e com objetos ou ambientes.

Outro ponto importante de se citar é que a arte ajuda no conhecimento do


próprio corpo e suas limitações, ou seja, a pessoa que pratica a dança ou
formas de expressão parecidas acabam conhecendo melhor o corpo que
possuem, exercitando-o e descobrindo suas limitações, sendo assim a arte
nesse aspecto amplia o autoconhecimento que uma pessoa tem de si mesma.

Pense bem: a maioria das atividades de uma criança envolve mobilidade. Há,
assim, um acúmulo de energia que deve ser liberado. E a dança funciona como
uma válvula de escape para manifestar sentimentos e pensamentos que seu
filho ainda não consegue verbalizar.

Vale ressaltar que essa atividade artística fortalece a compreensão da


linguagem corporal, da estrutura dos movimentos e da noção de tempo e
esforço.

A aprendizagem e as associações

As atividades artísticas funcionam como pequenos estímulos ao


desenvolvimento cognitivo infantil, servindo como facilitadores da
aprendizagem formal que acontecerá posteriormente, na escola. Cada iniciativa
representa um processo de reflexão e planejamento que vai ficando mais
complexo a cada ano.

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Na prática, o aprendizado do ser humano se dá por meio da associação. Em
outras palavras, conectamos conceitos novos a vivências e saberes já
adquiridos para formar e absorver conhecimentos.

Assim, se não houver uma base de referência, fica difícil aprender ou


memorizar qualquer conteúdo novo. A arte atua nesse sentido: fertiliza o
terreno para que a criança consiga associar o que vivencia na escola com o
conhecimento e a percepção de mundo que já desenvolveu até então.

A arte e a adoção de uma postura crítica

Muito além dos rabiscos e desenhos, brincar com quebra-cabeças ou


bloquinhos de montar, modelar sucata e criar esculturas com barro são
atividades que estão relacionadas ao pensamento e à adoção de uma postura
crítica em relação à realidade.

Essas ações dão a oportunidade não só de observar o processo de concepção


de uma ideia, mas também de materializar esse pensamento com as mãos.

Essas iniciativas fomentam a reflexão e a avaliação do esforço e do resultado.


O senso crítico provém do fato de que a criança não assume um papel passivo
(como quando assiste a programas de TV), mas passa para o lado da pró-
atividade, pois se dedica a efetivamente criar algo.

Lembrando também que essa pró-atividade estimula a criança a pensar sobre


os assuntos vistos e aprendidos ao longo do dia. E, mesmo com pouca
vivência, o jovem é capaz de aprender sobre o mundo ao redor e ter a sua
própria interpretação diante do que ele vê, mostrando isso efetivamente em
suas demonstrações de arte como o desenho e os personagens que cria.

A compreensão das diferenças

Para dentro dos desenhos sempre há um significado, podendo ser visto tanto
de acordo com o compreendimento que a criança tem com o mundo a sua volta
quanto em relação às pessoas próximas dela.

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Claro que, muitas vezes, os desenhos e personagens feitos pelos pequenos se
referem aos seus desejos e aos programas e livros que lê. Porém, pode ser,
visto também que uma das grandes influências que uma pessoa tenha,
principalmente em suas pinturas e artes no papel, são das pessoas de seu
convívio social, representando suas diferenças, qualidades e defeitos na visão
do pequeno artista.

Portanto, é sempre bom ficar atento no que uma criança anda desenhando,
para saber sobre seu humor e como o mundo à sua volta vem influenciando na
forma como ela vê as pessoas, mesmo tendo apenas poucos anos de idade.

Vale ressaltar que: a criança geralmente possui uma visão do mundo muito
diferente da apresentada pelos adultos, sendo assim, ao se observar uma obra
feita por uma criança é necessário que se pense fora da caixa, fora do usual,
necessitando que se tenha criatividade e imaginação na hora de interpretar a
obra.

As crianças e a percepção do mundo

Toda vez que você perceber que seu filho rabiscando em um papel ou até
pelas paredes da casa, tenha em mente que ele está exercitando habilidades
que facilitarão sua aprendizagem formal mais tarde.

É importante que toda criança tenha acesso aos mais diversos materiais, com
diferentes cores e texturas, para que possa criar, se expressar e se entender
como ser humano.

A arte é essencial para o amadurecimento cognitivo, pois ajuda a criança não


apenas a construir sua percepção de mundo, mas a expressá-la.

A consequência no crescimento

Desse modo, a arte ajudará com que o seu filho tenha um crescimento que,
além de saudável, terá sido enriquecedor de diversas formas, estimulando a

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visão de mundo, criatividade, capacidade de se expressar, formação de um
senso crítico e de sua cultura.

O que resultará em um adolescente mais maduro e que reconhecerá facilmente


os problemas que o mundo lhe apresentar, podendo resolvê-los da maneira
mais simples possível. Passando por cima de muitas dificuldades e vendo a
vida de forma mais ampla.

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11. PARA COMPARTILHAR

Encoraja a interação e a ação de partilhar com o


outro.

A interação também faz parte de uma das etapas do


desenvolvimento infantil. Nessa fase a criança
desenvolve a parte cognitiva e psicológica, obtendo
vivências que irão marcá-la por toda sua vida.

Interagir com o próximo é fator relevante para um


bom desenvolvimento, seja ela com um adulto, com
crianças da mesma faixa etária e por que não com
crianças de idades diferentes?

O “compartilhar”, além de desenvolver sentimentos de amizade, bondade,


solidariedade e simplicidade nas brincadeiras tem caráter lúdico e divertido,
porque estimula o desenvolvimento das funções que vão além do
entretenimento, envolvendo também aspectos sociais, cognitivos e
afetivos.

O valor "compartilhar" inserido de uma forma lúdica, com atividades


diversificadas como leitura de história, desenho de colorir, música, atividade de
arte e brincadeiras, são ideais para incorporar à rotina e ensina-la.

Compartilhar pode ser uma das lições mais complicadas para as crianças
aprenderem e para os pais ensinarem. Mas de repente, o ato de se reunir com
outras crianças para brincar se tornará algo simples de fazer com que o
compartilhamento se torne natural para o seu filho.

Esse método de agrupar crianças de idades diferentes em um mesmo


ambiente seja ele escolar, no lar ou em outras ocasiões, mas em momentos e

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espaços em sala de aula, e isto só vem a acrescentar saberes e experiências
positivas para elas.

As atividades recreativas envolvendo muitas crianças também podem ser uma


experiência desafiadora, portanto converse com seus filhos sobre o que pode
vir a acontecer antes de sair de casa. Tente fazer perguntas do tipo: “O que
você acha que pode acontecer quando eles (ou nós) chegarmos lá?” Faça com
que eles imaginem o que deverá ser compartilhado. Isso os dará as
ferramentas para lidar com os problemas que provavelmente surgirão antes da
hora, além de evitar aborrecimentos.

Mostre aos pequenos, através de uma brincadeira, que compartilhar pode ser
divertido. Comece com jogos que permitam que as trocas sejam rápidas: “Você
pode usar o brinquedo por 5 minutos e depois será a vez do seu irmão” - esta é
uma ótima frase para usar com os seus filhos. Assim, as necessidades deles
estarão sendo valorizadas, além de mostrar que ter paciência vale a pena, pois
eles também terão a sua vez de brincar.

É importante lembrar que esse comportamento é parte do amadurecimento da


criança e não durará para sempre. Ao fim da primeira infância, por volta dos
seis anos de idade, é comum o sentimento de posse diminuir
consideravelmente. A entrada na escola facilita esse processo, pois lá são
trabalhadas situações de conflito, ajudando no desenvolvimento social dos
pequenos.

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12. INTELIGÊNCIA SOCIOECOMOCIONAL

Colabora na aprendizagem de lidar com as


próprias emoções, se relacionar com os outros
e gerenciar objetivos de vida, como
autoconhecimento, colaboração e resolução de
problemas.

As habilidades socioemocionais são um conjunto


de aptidões desenvolvidas a partir da Inteligência
Emocional de cada uma das pessoas. Em resumo,
elas apontam para dois tipos de comportamento: a
sua relação consigo mesmo (intrapessoal) e também a sua relação com outras
pessoas (interpessoal).

São aquelas qualidades interiores que a maioria de nós valoriza no dia-a-dia,


mas que por serem subjetivas, quase sempre acabam ficando em segundo
plano em relação aos nossos direcionamentos considerados objetivos.

Inclusive, a defasagem dessas habilidades só costuma ficar nítida diante dos


problemas quando se percebe que não estamos aptos para lidar
emocionalmente com os desafios a nossa frente.

E quais são essas habilidades?

Considerando a Inteligência Emocional como um conjunto de habilidades


socioemocionais, pode-se dividir essas habilidades em 3 grandes pilares:

1. Emocionais

Como lidar com as próprias emoções a partir das situações a que somos
expostas no cotidiano. Representa habilidades como: aprender a ganhar e a

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perder, aprender com os erros, desenvolver autoconfiança, senso de auto-
avaliação e de responsabilidade.

2. Sociais

Como se relacionar com o mundo externo e com as pessoas ao redor. Dizem


respeito às capacidades de saber cooperar e colaborar, lidar com regras,
comunicar-se bem, resolver conflitos e atuar em ambientes de competição
saudáveis.

3. Éticas

Como agir positivamente para o bem comum. Respeito, tolerância e aceitação


das diferenças são qualidades importantes nessa área.

Se as crianças aprendem habilidades socioemocionais, elas vão ter


consciência de quem são, quais são seus pontos fortes, como se desenvolver e
trabalhar essas áreas. Se quisermos adultos emocionalmente preparados e
engajados, o que temos de fazer é estimular as habilidades socioemocionais
que podem ajudar a construir seres humanos mais completos.

Por isso é importante desenvolver todas as áreas de habilidades


socioemocionais de forma simultânea e equilibrada. Afinal, para além do
autodesenvolvimento pessoal, elas também dizem respeito sobre o impacto
que cada um pode gerar no mundo.

Seja no trabalho, estudos, lazer ou família, as nossas habilidades


socioemocionais são testadas e estimuladas a todo o momento e ditam a forma
como reagir e se relacionar no dia-a-dia, por isso, é uma habilidade importante
a ser aplicada e ensinada para a criança desde cedo.

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CONCLUSÃO

Assim, é muito importante que se propicie à criança a devida oportunidade de


desenvolver todos os requisitos importantes para sua cognição. O
desenvolvimento cognitivo depende do envolvimento de várias outras funções
e a boa desenvoltura de outras funções que o alicerçam como a linguagem, a
coordenação motora e suporte afetivo-emocional.

Viver em um ambiente saudável tanto do ponto de vista biológico quanto


afetivo é muito importante. Disponibilizar materiais e espaços para fazer com
que a criança se aproprie de estímulos que proporcionem avanços cognitivos, é
primordial. Observar como a criança reage e como ela vem adquirindo ou não
habilidades ao ser estimulado, permite avaliar suas competências e, ao mesmo
tempo, se pode ter ou não algum tipo de dificuldade que possa impedi-la de
seu pleno desenvolvimento.

Em caso de atrasos ou de sinais de lesão neurológica ou de disfunção


comportamental, pode-se, muito cedo, intervir e observar a resposta. Estas
medidas permitem vencer obstáculos antes que a criança chegue à escola
onde se espera que tudo esteja em ordem no seu desenvolvimento cognitivo,
onde será muito mais exigida a maturação de suas competências.

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