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A pressuposição pode ser dividida em dois aspectos: projeção e acomodação. A projeção se refere
à capacidade da pressuposição de ser transmitida para outras sentenças em um discurso. Por
exemplo, se uma sentença com pressuposição é seguida por outra sentença, a pressuposição é
projetada para a segunda sentença. A acomodação, por outro lado, se refere à capacidade do
ouvinte de ajustar seu conhecimento prévio para acomodar a pressuposição. Por exemplo, se uma
sentença com pressuposição é dita em um contexto em que o ouvinte não tem conhecimento prévio
da informação pressuposta, o ouvinte pode ajustar seu conhecimento para acomodar a
pressuposição.
Para explorar a projeção da pressuposição, o texto identifica "gatilhos" linguísticos, como verbos e
advérbios aspectuais, que disparam pressuposições quando usados em uma sentença. Além disso,
são discutidos casos em que as pressuposições podem ser acomodadas no fundo conversacional,
mesmo que inicialmente não existam.
O texto também reconhece que a questão do valor de verdade de sentenças cujas pressuposições
são falsas é complexa e controversa, com algumas abordagens argumentando que tais sentenças
não têm um valor de verdade definido.
Já no capítulo 5, " As descrições definidas", o livro discute sobre as descrições definidas (DDs) e
explora seus problemas na análise sob uma perspectiva quantificacional e pressuposicional, bem
como suas propriedades textuais. As DDs são sintagmas encabeçados por artigos definidos (como
"o" e "a") seguidos de substantivos (por exemplo, "o gato" ou "a cerveja").
Inicialmente, o texto destaca que as DDs podem ocupar várias posições em uma sentença, como
objeto direto, sujeito ou objeto indireto, e que apesar de sua estrutura aparentemente simples,
desencadeiam debates importantes. Além disso, compara as DDs às descrições indefinidas (DIs),
enfatizando que as DDs se referem a referentes conhecidos, enquanto as DIs introduzem novos
referentes.
Esse capítulo também explora a semântica das DDs, discutindo o papel das condições de uso e as
reações às DDs em diferentes contextos. Como as DDs são usadas para se referir a objetos
específicos, elas pressupõem que o objeto referido existe e é conhecido pelo falante e pelo ouvinte.
Isso pode levar a problemas quando a DD é usada em um contexto em que o objeto referido não
existe ou não é conhecido pelo ouvinte.
Uma teoria quantificacional considera que uma DD é falsa nos contextos em que não há referente
ou onde há mais de um referente possível. Uma teoria pressuposicional sugere que as DDs não
são nem verdadeiras nem falsas nos contextos em que suas pressuposições não são preenchidas.
Além disso, o texto enfatiza a função anafórica das DDs, destacando que elas indicam a
continuidade da referência a um referente já mencionado no discurso. As DDs também têm a
capacidade de qualificar referentes de maneiras distintas, o que pode ser explorado de acordo com
o contexto e a intenção do falante.
O texto ressalta que o debate sobre o status das DDs continua em evolução, e há discussões sobre
se as DDs são asserções ou pressuposições. Conclui enfatizando que as DDs desempenham um
importante papel textual na manutenção do fluxo de informação e na qualificação dos referentes.
A negação é um fenômeno linguístico que envolve a expressão de uma ideia oposta ou contrária a
uma ideia anteriormente expressa. Em outras palavras, a negação é usada para indicar que algo
não é verdadeiro ou não aconteceu. A negação é um aspecto fundamental da linguagem e é usada
em uma ampla variedade de contextos, desde a negação de fatos simples até a negação de
crenças e valores mais complexos.
Uma das formas mais comuns de negação na língua portuguesa é o advérbio "não". No entanto,
existem muitas outras maneiras de expressar negação na língua portuguesa, como o uso de
palavras como "nem", "sem", "deixar de", "ninguém", "nenhum" e "nada" ou palavras com o prefixo
-IN.
Neste capítulo, também são exploradas as diferentes maneiras de negar e como cada uma delas
pode afetar o sentido de uma sentença. Por exemplo, o uso do advérbio "não" como negador
principal é comparado com outras expressões de negação, como o advérbio "nem" e o prefixo "in-
".
A noção de escopo é discutida, mostrando como a negação pode ter diferentes alcances em uma
sentença, afetando a interpretação de constituintes específicos. A prosódia é mencionada como
uma ferramenta que ajuda a indicar o escopo da negação em situações de ambiguidade.
O texto também explora o conceito de negações escalares, onde adjetivos ou expressões estão
relacionados a escalas semânticas, e como a negação pode atuar nesse contexto. Além disso, são
destacados os indefinidos negativos, como "nada" e "ninguém", e como eles exigem a presença de
negação explícita em uma sentença.
Outro tópico abordado é a negação metalinguística, na qual a negação não se refere ao conteúdo
da sentença, mas sim à adequação de termos utilizados para descrever algo. O texto destaca
exemplos de expressões como "Ela não é bonita, é linda" e como elas expressam uma correção
ou refinamento na escolha de palavras.