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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL

Canoas/ RS

MOTRICIDADE OROFACIAL, AVALIAÇÃO E TERAPIA


2023/0
Professora: Cristine Leal Martins
Acadêmicas: Inaê Moraes, Eliane D Bueno e Aline Marjana
SÍNTESE DA ANAMNESE

Em 7 de setembro de 2023, foi realizada a anamnese com o paciente


E.R.P dos Santos, 42 anos. Sua queixa principal são as narinas obstruídas e
o pigarro na garganta. Quanto aos casos familiares, não relata precedência.
O paciente não lembra de relatos de intercorrências gestacionais. A
amamentação cessou antes dos seis meses, segundo sua mãe, que
pouquíssimo o amamentou, precisando algumas vezes recorrer à “mãe de
leite”.
Teve crises frequentes de amigdalite na infância, mas não retirou as
amígdalas.Hábitos orais na infância: usou chupeta comum até os quatro
anos. Evolução da linguagem oral, típica.
Relata que já passou por um otorrino e foi diagnosticado com rinite
medicamentosa decorrente do excesso do uso de “Sorinan”. Para o pigarro,
foi receitado “Levofloxacino” de 750 mg, por 7 dias. Relatou que suas crises
de rinite são pouco recorrentes e, quanto ocorre, fica um dia inteiro.
O paciente relata ter uma saúde estável, porém faz acompanhamento
psiquiátrico e uso de medicamento com prescrição médica para dormir,
devido ao sono agitado. O sono costuma ser interrompido e acompanhado de
ronco, conforme relatos da companheira.
Não costuma fazer exercícios, afirmando não ter tempo.
Sua alimentação é diversificada e não relata dificuldade em introduzir
consistências mais sólidas. Mastigação rápida, bilateral, sem escape de
alimentos ou ruídos, com lábios ocluídos e sem relatar nenhum desconforto.
Reconhece mastigar pouco os alimentos.
Deglutição sem desconforto ou engasgos, porém seguida de tosse e
refluxo. Questões posturais, segundo seus relatos, adequadas e sem
componentes que agravem.
Não refere dificuldade em articular palavras ou diminuição da amplitude
do movimento mandibular ou salivação excessiva. Comumente bem
interpretado.Refere nenhum problema auditivo.
HIPÓTESE DIAGNÓSTICA.

Distúrbio miofuncional orofacial caracterizado por possível hipertrofia de


tonsilas palatinas em consequência de obstrução respiratória após a rinite
alérgica, modo respiratório oral com presença de ronco. O ronco pode ser,
também, consequência de uma possível apnéia, prejudicando a noite de sono
do paciente.

Os hábitos deletérios durante a infância podem ter alterado a arcada dentária


e a região do palato, prejudicando consequentemente a parte respiratória e
originando a citada mastigação rápida.

JUSTIFICATIVA

A orofaringe está relacionada à parte posterior da cavidade oral. Sua área


compreende superiormente do ponto da extremidade do palato mole até a
extremidade da epiglote. Nessa área se situam as tonsilas palatinas e a base
da língua. A diminuição da orofaringe resultante da hipertrofia de tonsilas
palatinas pode ser causada por alterações em posição habitual de língua em
repouso, e a aproximação entre tonsila palatina e base da língua durante o
sono podem ser responsáveis por alterações respiratórias.

Velofaringe compreende a região do palato duro até a extremidade do palato


mole, incluindo a úvula e o segmento superior da faringe posterior. A flacidez
de palato também pode contribuir para a respiração oral
A presença de qualquer obstáculo no trato respiratório pode ocasionar
obstrução, contribuindo para a má respiração.

Quando a via nasal não possibilita a passagem de ar, este passa a ser
captado por meio da boca. Se a respiração nasal não é restabelecida,
instala-se a respiração oral por princípio de adaptação patológica.

A mastigação pode se apresentar ineficiente, ruidosa, desordenada, rápida e


com lábios entreabertos pela impossibilidade de respirar pelo nariz. Como a
necessidade respiratória é superior à de mastigar, a duração do tempo
mastigatório pode ser diminuída, com diminuição dos golpes mastigatórios.
Em 1999, Guimarães realizou um trabalho voltado à avaliação
fonoaudiológica com instabilidade respiratória, ou seja, mais especificamente
com a apneia obstrutiva do sono, observando mudanças no posicionamento e
na movimentação das estruturas orofaciais. A partir dessa pesquisa, foram
encontrados nesses pacientes. Ronco , sensação de “bolo” na garganta,
diurno e noturno e flacidez da musculatura palatal. Durante seu descanso,
apresenta sono agitado com múltiplos despertares.

Segundo a literatura, a respiração oral também pode estar relacionada com a


apnéia do sono e o ronco. Indivíduos com tonsilas palatinas hipertrofiadas,
tonsila faríngea ou rinite alérgica hipertrófica geralmente possuem sono
agitado, podendo desenvolver a síndrome da apnéia obstrutiva do sono

O sistema estomatognático possui diversas estruturas estáticas e dinâmicas


como ossos, músculos, nervos e articulações que trabalham junto para
realizar importantes funções como fonação, mastigação, deglutição,
respiração e etc. O trabalho harmônico desse sistema favorece um equilíbrio
neuromuscular e oclusal e o funcionamento adequado da ATM. O
desequilíbrio de algum destes componentes podem levar a alterações em
todo o sistema, sobrecarregando a articulação, os músculos e ,por
consequência, causando dor ou desconforto.

SÍNTESE DO PROTOCOLO MBGR

O paciente pontuou algumas etapas do protocolo ligadas à queixa, porém não


apresentou alterações significativas. É importante manter uma observação
nestes pontos para possíveis alterações futuras maiores.

REFERÊNCIAS:

PERNAMBUCO, Leandro de Araújo. ASSENÇO, Ana Manhani Cáceres.


Fonoaudiologia: Avaliação e Diagnóstico. 31 de Agosto de 2020. Rio de
Janeiro pág 118.

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BURGER, Ruth Cristina Petraconi. CAIXETA, Eliazor Campos. NINNO,


Camila Queiroz de Moraes Silveira Di. Relação entre Apnéia do Sono,
Ronco e Respiração Oral. Disponível em:
https://abramofono.com.br/wp-content/uploads/2022/02/Artigo-6-16.pdf

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