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The calcium entry blockers are valuable drugs in the treatment of many cardiovascular diseases.
Anesthesiologists anesthesize more a.nd more patients maintained on calcium antagonists and will have to
- administer them to some patients under their care. Myocardial ischemia, supraventricular arrhythmias
and systemic arterial hypertension are good indications for the use of this class of drugs. There is no
final statement regarding whether or not the calcium entry blockers need to be discontinued before
anesthesia. However, clinicai experience indicates that they may be continued safely right up to the
moment of surgery. Yet the anesthesiologist must know about the potential risks for interactions with
.r anesthetics: especially those related to myocardial depression, A-V block and decreased systemic vascular
resista nce.
Farmacologia Indicações
crônico da angina instável .1 4 ' 1 5 . O mecanismo de dios de isquemia global , o que os t orna promisso-
ação destas drogas na cardiopat ia isquêmica é res em ci rurgia card (aca com circulação extra cor-
uma combinação de vasodilatação (coro nariana e pórea2 4 . Este efe ito benéf ico parece ser devido
sistémi ca) e depressão direta do miocárdio. Elas ao f ato de estas drogas su prim irem a atividade
parecem ser pelo m enos tão ef icazes como os miocárdica num per(odo em que os fosfatos com
bloqueado res beta -adrenérg icos na capacidade de al ta energia e os substratos d iversos são necessá-
aumentar a tolerân c ia aos exerc(cios e de reduzir rio s para manter a integr idade estrutura l das
a freqüência e a gravidade das crises angLnosas. membranas celu lares e das mitocôndrias.
Assim, em pacientes com contra-indi cações aos
bloqueadores beta-ad renérg icos (co mo asma e 6. Vasoespasmo arteria l cerebra l
efeitos adversos intoleráve is) , estas drogas co nst i-
t uem uma boa alternat iva . Os BCC são potentes vasodi latadores cerebrajs
e há estudos experimentais mostrando que eles
3 . D isritmias su praventricu lares conseguem b loquear o espasmo arterial cerebral
de diversas origens 101 2 5 . Assim , existe a possi-
O verapami I é uma d roga bastante úti I no bil idade de uso cli'nico destas drogas em neuroci-
trata mento de taqu iarritm ia s su praventricu lares; o rurgia. Sabe-se que a mortalidade pós-opera tória
mesmo não ocorre com a nifedipina 161 1 7 . O em pacientes neurocirú rg icos é significativa mente
verapamil pode prevenir ou interromper episód ios ma is elevada na presença de hipertensão do que de
de taqui cardia supraventricu_lar parox (st ica , pro- normotensão. Dois efeitos destas drogas - o
longando o per(odo de condução do nódulo A -V anti-hipertensivo e a prevenção do espasmo arterial
e/ ou o per(o d o refratário nodal 1 ª . É ta mbém cerebral - podem contribui r para baixar esta
bastante eficaz na redução da freqüência ventri - morta I idad e.
19
cular em casos de ''flutter '' e fibrilacão
•
atriais .
A fibrilação atria I é ocorrência com um no pós- 1nterações com an·estésicos
operatór io de pacientes submetidos a cirurgia
card (aca : nestes casos, pode-se obter bom co ntro- Grande número de pacientes encaminhados à
le da freqüência ventri cular co m a. administração anestesia estão em uso de BCC, razão pela q ual é
venosa de 0,075 mg.kg - 1 de vera pam i1 2 0 . mu ito importante que o anestesio logista conheça
É preciso cu idada, entretant o, com certas as interações destas drogas com os anestés icos e
interações fa r macológicas. Ad mi n ístrado a pacien- drogas coadjuvantes da anestesia.
tes em uso d e bloqueadorf,S. be1a-adrenérg icos, o Os anestésicos gerais são depressores cardiovas-
verapami 1 (e não a r. i redi pína) pode ocasionar culares e a dep ressão miocárdica bem como a
bloqueio A-V de 3<? grau e assistolia 21 . vasodilatação q ue eles p roduzem estã0 re laciona-
Os BCC são inef icazes no tratamento de arrit- das, pelo menos em par te, à interferência com o
mias ven t r iculares 1 • fluxo de (ons ca++ através de membranas 26 1 2 7 .
Enflurano e halota no prolongam a condução A-V,
4. Hipertensão arteria 1 sendo que o halotano em parte por bloqueio das
cadeias de cálcio 2 ª ' 2 9 . Segundo Jones 3 0 , halota-
Em bora não se tenha detectado superioridade no, enflurano e isoflurano podem ser
em re lação a outras drogas de uso corrente, a considerados como antagonistas de cálcio inespe-
- eficácia dos BCC na terapêutica da hipertensão c(f icos e, portanto, podem ocorrer interações
arterial sistêmica está comprovada 2 2 . A base entre eles e os BCC na prát ica cl (nica.
desta terapêutica reside na redução da resistência Em 198 1 Kapur e cais. 3 1 demonstrara m ex per i-
vascula r sistêmica . bem como do débito ca rd (aco . menta I mente quedas transitór ias mas significativas
A nifedipina na dose diária de 10-20 mg por via da resistên cia vascular sistêmica e da p ressão
oral é particularmente efetiva. Como ocorre com arteria I bem como elevações da pressão no ventri'-
os bloqueadores beta-adrenérg icos, estas drogas cu lo esq uerdo em final de diástole, do débito
não se acompanham de aumen to na liberação de card (aco e do espaço P-R em cães anestesiad os
ren ina durante o tra t amento 2 3 • com halota no e q ue receberam verapami I na dose
de 0,2 mg.kg - 1 por via venosa no per (odo de
5. Proteção do miocárdio 30 s. Verificaram que estas alterações podem ser
m inimizadas pro largand o-se o t em p o de injeção
Há evidências experimentais de que os BCC da mesma dose de verapamil . A s alterações
oferecem proteção ao miocárd io durante episó- hemodinâmicas acima ocorr em também na presen-
ça de enfluran o e isoflu rano , sendo que com sobre a junção neuromuscular, como antibióticos,
menos intensidade na presença do ú ltimo 3 2 . bloqueadores neuromusculares, etc.
A experiência cl ínica com o tra t amento de Repete-se hoje co m os BCC a questão por
arritmias por verapami I em pacientes anestesiados mu itos levantada em relação aos bloqueadores
com • halotano mostrou que ambas as drogas beta-adrenérgicos: deve o uso crônico destas ser
podem ser utilizadas co m segurança, embora interrompido em pacie ntes encami nhados à anes-
tenham ocorrido queda da pressão arteria l com tesia? Da mesma maneira co m o ocorreu com os
duração de até 5 min e aumento do espaço P-R bloqueadores beta-ad renérg icos, a r esposta parece
em 4% dos casos 3 3 . ser negativa. Casson e cols. 3 8 , estudando pacientes
em uso crô nico de nifedipina e submetidos a
Dos três BCC mais co muns, a nifedipina é o
ci rurg ia de revascular ização d o miocárdio, con-
que possui efeitos menos pronunc iados sobre a
c luíram recentemen te que, apesar da necessidade
con t ra tili dade miocárdica e a condução A -V ;
de ma ior suporte i notróp ico farmacológico, o
porém reduz intensamente a resistênc ia vas-
BCC não deve ser interrompido antes da c irurg ia,
cular sistêmica. A nitedi p ina possui assim
prin ci palmente tendo em vista os relatos de
efeitos hemodinâm icos muito parecidos com os
''fen ômenos de rebote" subseqüentes à retirada
d o isoflurano, sendo de se esperar redução aditiva
abrupta d o medicamento. Da mesma fo r ma, Re-
da resi stên cia vascular sistêm ica e da pressão
ves e cols 3 9 adm inistrara m halotano e enf lurano
arteria I pelo uso co nco m itante de ambas as
de modo r otinei ro a pacientes submetidos a
drogas 3 4 . No outro extremo, o verapami I produz
ciru rgia de revascular ização do miocário em uso
intensa depressão da co ntrati Iidade miocárd ica e
crônico de n ifed ip ina, observando notável estabi I i-
da co ndução A -V , com pequena ação sobre a
dade hemodinâmica durante e após o proced imen-
resistênc ia vascu Iar sistêm ica. O paralelismo com
to.
o halot ano é óbvio, sendo de se esperar efeitos
A experiência cl (nica acumula da até o presen te
aditivos sobre a contrati I idade e a condução A-V
indica que não se deve interromper o uso desta s
pelo uso concomitan te de am bos os agen tes:
drogas em pacientes encaminhados à anestesia: a
parece lógico portanto uti I izar o isofl u rano de
retirada súbita da terapêutica pode expô-los a
preferênci a ao halotano em pacientes em u so
ep isód ios de isquem ia miocárd ica e arritmias
crônico de verapamil 35 . Po r fim, o diltiazem
possui efeitos menos pronunciados em relação ao -
cardíacas exatamente numa situação on de estes
, .
eventos sao cr 1t 1co s.
ha lo ta no sobre a contrati I idade m iocárd ica e a
condução A -V , e menos intensos que os do COi~~I USÃO
isoflu rano sobre a res istência vascular sistêmica :
este perf i I de p ropriedades cardiovasculares é Os BCC estão hoje incorporados à terapêut ica
paralelo ao do enflurano e, pelo menos do ponto de várias doenças card iovascu lares, de tal modo
de vista teórico, o d i_ltiazem é compat (vel com que o anestesíolog ista deve anestesiar co m fre-
qualquer dos t rês halogenados. Com efeito, em qüên cia cada vez maior pacientes em uso crôr1ico
recente estudo experimental em cães, Kapur e dest as drogas, bem co mo sa ber administrá-las a
cols. 36 verificaram que a adm inistração de doses determinados pacientes sob seus cu idadas. O
moderadas de dilt iazem por via venosa na v igênc ia verapam i I é parti cu larmente efi caz no contro le de
de anestesia pelo isoflurano não se acompanha de arritmias su pravent r icu lares e a nifedipina no
alterações hemodinãmicas importantes; obser- -
tra tamento do espasmo coronar ia no e da hiper-
vou-se apenas depressão da condução intracard (a- t ensão arter ial. O uso do diltiazem tem sido
ca, considerada benéfica pelos au tores uma vez considerave lmente ampliado, co br indo to das as
que pode traduzir-se por efeito antiarri'tm ico em ind icações cl (n icas d os BCC. Embo ra não se tenha
cond ições cl (nicas. uma posição definitiva sobre a questão, a expe-
Outra interação poss(ve l dos BCC durante r iênci a cl (nica acumulada ind ica que estas drogas
anestesia é co m os bloqueadores neuromusculares. não devem ser interro mp idas no paciente e·n cam i-
Há· evidência experimental de bloqueio da trans- nhad o à anestesia. De qualquer modo, o aneste-
missão neuromuscular pelo verapamil 3 7 . O meca- siologista deve estar preparado para tratar os
nismo não é claro e pode envolver outras p roprie- efeitos de possi'veis interações dos BCC com
dades da droga não-relacio nadas ao bloqueio dos anestésicos gerais, especial men te os relat ivos a
ca nais de cálcio. De qualquer ma neira, deve-se dep ressão m iocárd ica, bloqueio da condu ção intra-
, . . -
esta r preparado para poss1ve1s 1nteraçoes entre card (aca e queda acentuada da resistência vascular
. ,. .
verapami I e fármacos de uso cl (nico com ação s1stem 1ca.
Os bloqueadores de canais de cálcio fazem parte Los bloqueadores de canales de calcio hacen parte
da terapêutica de diversas doenças cardiovascula- de la terapéutica de diversas enfermedades cardio-
res, de tal maneira que são boas as probabilidades vasculares, de tal forma de que son buenas las
de o anestesiologista cuidar de pacientes em uso probabilidades de el anestesiologista cuidar de
crônico destas drogas. A insuficiência coronariana, pacientes en uso crónico de estas drogas. La
as arritmias supraventriculares e a hipertensão insuficiencia coronariana, las arritmias supraventri-
arterial são indicações particularmente precisas culares y la hipertensión arterial son indicaciones
para o emprego de antagonistas do cálcio. A particularmente precisas para el emple0 de anta-
experiência clinica acumulada fala a favor da gonistas dei calcio. La experiencia quimica acu-
não-interrupção destas drogas no paciente que mulada habla a favor de la no interrupción de
será submetido a anestesia. O anestesiologista estas drogas en el paciente que será sometido a
deve conhecer o risco potencial de interações das anestesia. EI anestesiologista debe conocer el
mesmas com anestésicos gerais, com efeitos espe- riesgo potencial de interaciones de las mismas con
cialmente sobre a contratilidade miocárdica, a anestésicos generales, con efectos especialmente
freqüência cardlaca e a resistência vascular sistê· sobre la contratilidad miocárdica, la frecuencia
•
mica. card(aca y la resistencia vascular sistémica .
Unitermos: ANESTESIA; ANTAGONISTAS: cál-
•
CIO"
' FARMACOLOGIA; INTERA-
ÇAO
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