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Tema Transversal – Licenciatura em Engenharia Mecânica Ano 2021

O contributo do futuro engenheiro na educação patriótica de Moçambique – Caso dos


estudantes da Universidade Rovuma

Sérgio Carlitos Moneliua

Zeca Boaventura Nhachungue

Universidade Rovuma, faculdade de engenharia e ciências tecnológicas (FECT) –


Nampula – Moçambique

moneliuasergio@gmail.com

Universidade Rovuma, faculdade de engenharia e ciências tecnológicas (FECT) –


Nampula – Moçambique

zbnhachungue@gmail.com

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Resumo

Apresenta diagnóstico sobre as necessidades do nosso país em termos de obras de


engenharia, do estado actual das engenharias por especialidade, e as deficiências
quantitativas e qualitativas de formação de seus profissionais. Dentro da realidade
Moçambicana são identificadas como prioritárias para formação e investimento as
seguintes áreas de engenharia: Construção civil; Mecânica; Electrónica; Eléctrica;
Informática. Após o diagnóstico são apresentadas recomendações para a melhoria do
sector e o aperfeiçoamento de seus profissionais. Dentre essas há sugestões para o
governo, a organismos internacionais, como a iniciativa privada, e à academia, neste
último caso com ênfase no incentivo à cooperação universidade e indústrial. Propõe a
cooperação entre empresa e universidade com a finalidade de beneficiar a actividade
profissional e a de investigação. No que tange à formação dos engenheiros propriamente
dita oferece, entre outras, as seguintes recomendações: formação de grupos de
engenheiros para actuar junto aos grandes donos de obras; necessidade de redefinição de
especialidades no país e a introdução de novas (como por exemplo, a teleinformática);
formação contínua dos engenheiros em suas diversas especialidades, para acompanhar a
evolução da área e as demandas do país; a necessidade de uma formação continuada
específica dos profissionais nas empresas e a importância do acesso à informação

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Capitulo I: Introdução

Para exercer uma actividade que tenha como ferramentas de actuação equipamentos,
mais ou menos sofisticados, e com predominância de elementos electrónicos ou que
usem as novas tecnologias, torna-se necessário um refrescamento de conhecimentos
periodicamente dependendo esse período da evolução tecnológica ocorrida em cada
área. O exercício da profissão de engenheiro sem dúvida que requer que esse
refrescamento se faça, em certas áreas, por períodos que não ultrapasse os 2 a 3 anos.
Alem disso é obvio que, para o desempenho da sua actividade, o profissional de
Engenharia, neste caso Moçambicano, necessita de uma sólida formação científica e
técnica de base, multidisciplinar, que responda à grande diversidade de problemas que
se vão deparar a Moçambicano num momento de viragem para um futuro que todos
desejam e querem, de sucesso. A constante mutação tecnológica, onde a actualização
permanente constitui uma necessidade, e um desafio que os engenheiros Moçambicanos
podem vencer através de um programa de formação contínua adequado a realidade do
país. Moçambique necessita de profissionais de engenharia empenhados e actuantes,
pois só assim podem ser o garante do processo técnico que a sociedade procura,
assegurando a modernização do tecido industrial, a renovação dos produtos obsoletos, o
abastecimento das populações, criando riqueza e postos de trabalho, progresso e bem-
estar social. A sua actuação deve ter sempre em vista arranjar soluções que sejam
tecnicamente correctas e que contribuam para melhorar o conforto e a qualidade de vida
das populações. Uma formação sólida e continuamente actualizada, permite que o
engenheiro consiga os seus objectivos de uma forma económica e racionalizada, sem
desperdícios, e tendo em vista a harmonia das condições ambientais, de forma a
conseguir um desenvolvimento equilibrado, onde a conservação da natureza seja um
objectivo sempre presente. Os engenheiros em geral e os Moçambicanos em particular
devem, cada vez mais, exercer a sua actividade em contacto com a realidade
Moçambicana. Só assim se podem aperceber dos problemas que existem para depois
conseguirem as soluções mais adequadas a cada caso. Devem procurar exercer uma
actividade de acordo com as suas habilitações académicas, a sua capacidade pessoal, o
tipo e a qualidade de formação que forem recebendo ao longo da vida profissional.
Devem ter uma grande preocupação de actualização profissional, dado que as ciências e
as técnicas da Engenharia evoluem muito rapidamente ao longo dos tempos. Como
elemento exercendo tarefas de responsabilidade nas estruturas das instituições onde

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exerce a sua actividade exigem-se-lhe características humanas e sensibilidade às
questões sociais. O engenheiro Moçambicano deve envolver-se, no exercício da sua
actividade, na investigação, concepção, estudo, projecto, fabrico, construção, produção,
fiscalização, controlo, incluindo a gestão destas actividades e de outras com elas
relacionadas. Deve ser um profissional motivado, exercer a sua actividade com prazer e
deve fixar objectivos arrojados e ser persistente na procura de processos para os atingir.
Como a linguagem científica é universal, permite assegurar o diálogo e a comunicação
entre todos os engenheiros, o que facilita a transmissão do conhecimento de uns para
outros, assegurando a evolução técnica e científica, que só é conseguida a partir da
consolidação dos conhecimentos adquiridos. Todo o engenheiro deve transmitir e/ou
disponibilizar os seus conhecimentos e a sua experiência aos colegas. Deve fazer isto
com espontaneidade e naturalidade, para assim poder haver troca de experiências e de
conhecimentos, ou seja, deve haver mais diálogo entre todos.

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Objectivos

Objectivo geral

- Interpretar as expectativas e percepções de vários intervenientes neste sistema de


ensino.

Objectivos específicos

- Descrever a evolução da organização e de funcionamento da E.E (Ensino de

Engenharia);

-Reflectir sobre o contributo deste sistema de ensino nas questões do género e na


prevenção e combate ao HIV/SIDA e CORONAVIRUS.

- Analisar o grau de participação e cooperação na planificação e formação entre as


Universidades Técnicas e os parceiros do mundo do trabalho;

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Capitulo II: Revisão Bibliográfica

O Engenheiro Mecânico

Actualmente a formação curricular do Engenheiro Mecânico aponta em várias subáreas,


designadas como ciências da Engenharia como:

 Automação;
 Energia Térmica;
 Fluidos e Calor;
 Projecto e construção Mecânica;
 Produção, desenvolvimento, Engenharia do Automóvel;
 Gestão Industrial;
 Micro e Nanotecnologias.

A Missão e o alcance do Engenheiro Mecânico estão a transformar-se todos os dias no


como e quando, em virtude do aumento dos problemas e desafios globais da
organização das sociedades. O efeito da globalização é tal que actualmente em diversos
países querem recrutar E.M. em Moçambique diz bem, da evolução dos currículos e
confiança na qualidade do ensino das Universidades Moçambicanas e da necessidade
cada vez maior da Engenharia Mecânica.

Engenharia Mecânica na Universidade Rovuma

Os engenheiros mecânicos têm tido grandes problemas na sua formação contínua. A


Universidade Rovuma é muito diversificada e a maior parte dos engenheiros existente
foram formado em outros cursos (exemplo Eng. Mecatrónica), portanto desadaptados à
realidade da Mecânica. A existência de muitas especialidades nesta área também tem
obstaculizado o refrescamento dos conhecimentos que, como se sabe, têm evolução
contínua. É necessário que muitos engenheiros formados em outras áreas (Mecatrónica)
façam uma nova especialização de acordo com os desafios que hoje se põem a um
engenheiro mecânico. Não tem havido motivação suficiente para que o engenheiro
mecânico procure acções de formação, muitas das vezes pela falta de qualidade destes.
A não melhoria de a carreira a seguir, a frequência de acções deste tipo também tem
contribuído para algum desinteresse da classe na actualização do saber. As empresas
têm sido, de algum modo, responsáveis por alguma falta de empenho dos engenheiros

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nessa actualização, pois, apesar de fazerem planos de formação, a maior parte das vezes
não os cumprem.

A falta de laboratórios da mecânica também contribuem muito para a baixa qualidade


dos estudantes e isso criara vários problemas na empresa.

O Papel do Engenheiro na Reconstrução do País

O engenheiro moçambicano pode e deve desempenhar um papel fundamental na


reconstrução do país. Para isso torna-se necessário que todos os agentes e instituição
conjuguem esforços no sentido de serem criadas condições para que o engenheiro tenha
uma formação adequada a realidade que hoje se vive em Moçambique. A instituição
universitária tem que dar uma orientação mais pratica aos cursos que ministram para
que os recém licenciados tenham oportunidades de contactarem com o mundo real da
indústria que se desenvolve em Moçambique. Só assim ele pode pôr ao serviço do
desenvolvimento do país o seu know-how técnico e científico. Na sua grande maioria os
cursos ministrados pela universidade são mais teóricos que práticos. Preocupa-se mais
em dar formação de pós-graduação do que experiência profissional. O engenheiro deve
ter um papel chave, por exemplo, na recuperação das infra-estruturas de comunicações
viárias, rodoviárias, ferroviárias, fluviais e marítimas, pois todas elas constituem uma
questão chave no desenvolvimento do país e requerem a sua participação, podendo
considerar-se este como agente central em todo o processo. Deveria estar envolvido
desde o princípio, ou seja, desde a concepção até à gestão passando pela execução e
fiscalização. O governo tem que chamar os engenheiros nas decisões técnicas sobre
projectos. É imperioso que se tomem às decisões certas, do ponto de vista técnico, para
cada projecto. Não devem ser políticas essas decisões. Devem sempre ser sustentadas
tecnicamente e para isso acontecer tem que ser o engenheiro a decidir. Na metalurgia
têm que se pôr operacionais as caldeiras e outros equipamentos de modo a que haja
condições para se conseguir uma verdadeira recuperação das fábricas que, ou pararam
por falta de equipamentos em condições de funcionamento, ou por falta de técnicos que
as tornem operacionais de novo. A recuperação de parques industriais é uma das
primeiras prioridades. Até agora a indústria tem estado parada, é urgente pô-la a
trabalhar. O engenheiro tem que ser chamado a esta tarefa, de importância decisiva para
o desenvolvimento do país. Os investidores têm que ser sensibilizados a investir nestes
parques industriais. O papel do estado pode ser o de catalisador destes investimentos.

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Deve criar incentivos para que o investimento se torne mais atractivo e tem que chamar
os engenheiros da respectiva especialidade para o ajudarem a tomar as decisões mais
correctas, sempre suportadas por razões técnicas e não políticas. Com o sentido de
facilitar a acção concertada entre o governo, as empresas e os engenheiros, devem criar-
se interfaces entre as universidades e a indústria, sempre que possível com a
participação, ainda que pequena, do estado. Estas interfaces serão institutos
tecnológicos com capacidade técnico-científica, onde os docentes engenheiros
desenvolverão a sua actividade de investigação aplicada, pois de um modo geral, as
empresas não podem ter engenheiros a fazer investigação. Com estas interfaces a
investigação universitária e posta a disposição da indústria que assim pode tornar-se
mais competitiva.

Perspectivas para o Futuro

Sendo Moçambique um país com reconhecidas potencialidades em varias áreas,


nomeadamente a agricultura e os recursos naturais, e encontrando-se num estádio de
desenvolvimento muito baixo, era de esperar que os engenheiros Moçambicanos
tivessem uma grande esperança no futuro e enorme expectativa daquilo que pode ser a
sua contribuição para alterar esta situação. As perspectivas que os engenheiros
Moçambicanos têm sobre o seu futuro são apresentadas em:

1. Termos profissionais e;

2. Em oportunidades de emprego.

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Capitulo III: Material e Métodos

Metodologia da Investigação

Problemática

Todo o sistema de educação ou processo de ensino aprendizagem centra-se no


indivíduo, sendo ele, em conjunto com a sociedade de que faz parte e o mundo que o
rodeia a razão da educação (Einstein apud Mazula, 2006). Segundo a Agenda 2015
(Comité de Conselheiros, 2003:103): O individuo enquanto sujeito e objecto da
educação tem como aspiração que o sistema de educação e de formação profissional
sejam orientados para produzir, criar riqueza e recursos de vida para si e para os seus
dependentes e para o País, auto-entregando-se e empregando outros moçambicanos,
contribuindo com a sua produção material e intelectual, para que Moçambique conheça
um futuro próspero. A realidade dos nossos dias é o mundo cada vez mais global, com a
presença de uma economia de mercado aberto (globalização), cada vez mais
competitiva, em constante mudança tecnológica e também organizacional. Uma
sociedade que se confronta com vários desafios é cada vez mais exigente, fruto de
mudanças a todos os níveis, tais como mudanças sociais, culturais, tecnológicas,
económicas e políticas. As mudanças exigem respostas e os governos são pressionados
para se focarem nos sistemas educativos, uma vez que a educação e mercado de
trabalho tem vindo a estabelecer uma relação fundamental nas sociedades modernas. O
indivíduo vê a educação/ensino como um investimento em si próprio (conceito de
capital humano desenvolvido por Theodore Schultz – 1961, que identificou as despesas
atribuídas à educação como um investimento dos indivíduos em si próprios) e um meio
de alteração das suas condições de vida, pois através da educação formal, tem um
certificado/diploma, graças ao qual é possível obter um emprego mais bem remunerado.
Por isso sobre a educação e formação, os indivíduos criam expectativas e percepções,
que são formas de entendimento, conhecimento, identificação, interpretação, explicação
e apropriação da realidade em que vivem. Ao interagirem com o meio e a forma como o
fazem, recebem impus que lhes permitem construir significados e interpretar
fenómenos. Nesse sentido o grupo social com o qual o individuo interage e a sociedade
onde se movimenta e da qual recebe valores, normas e cultura, levam-no a formar
percepções e criar expectativas sobre a educação e a sua formação profissional. Pese
embora e segundo Pardal et al, (2011), as interpretações, as opiniões, as avaliações e a

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tomada de decisões que o individuo toma, na sua relação com o mundo/educação,
tenham como base algo que não lhe é exclusivo, embora lhe pertença, mas que provem
do meio do qual faz parte, sendo muitas vezes “o resultado de um saber comum
construído e acumulado no percurso histórico e na vivência quotidiana” do individuo
(Martins et al, 2008:27).

A Recolha e o Tratamento da Informação

Tipo de pesquisa

Segundo Artur (2011), a classificação dos tipos de pesquisa pode ser feita quanto: a
abordagem, aos objectivos, aos procedimentos de recolha de dados e as fontes de
informação.

A pesquisa quanto a abordagem é uma pesquisa qualitativa, quanto aos objectivos é


uma pesquisa descritiva, quanto aos procedimentos de recolha de dados é uma pesquisa
não experimental e quanto as fontes de informação é pesquisa bibliográfica e de campo.

Este trabalho será realizado com base em pesquisas feitas com engenheiros e empresas
especializadas no assunto.

População e amostra

A UR possui 25 funcionários que corresponde à população da nossa pesquisa.

Dos 25 funcionários correspondentes à nossa população da pesquisa, fizeram parte da


amostra da pesquisa 8 funcionários, sendo 5 formadores e dois membros da direcção de
UR.

Técnicas e instrumentos de recolha de dados

Nesta pesquisa foi usada a seguinte técnica de recolha de dados: entrevista não
estruturada como instrumento de recolha de dados.

3.1 Descrição do local da pesquisa

Divisão administrativa da cidade de Nampula

Segundo o ministério da administração estatal (2005) a cidade de Nampula está situado


na parte setentrional da província de Nampula, em Moçambique. Tem como limites

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geográficos, a norte, o distrito de Miconta, a leste, o distrito de Monapo, a sul, o distrito
de Murrupula e a oeste, o distrito de Ribaue.

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Capitulo IV: Conclusão

Os desafios, as pressões e as oportunidades colocados a Moçambique por uma


economia global cada vez mais integrada e competitiva, fazem com que se exija a
melhoria da qualidade da educação recebida e uma maior oferta de formação nas áreas
dos conhecimentos e das competências laborais. De fato, possuir conhecimentos,
talentos vários, incluindo ao nível do aproveitamento dos recursos endógenos com
práticas artesanais, e ter ainda as competências laborais para competir numa economia
global é deveras importante, para que Moçambique se mantenha ao nível dos seus
vizinhos da região, assegurando meios de sobrevivência sustentáveis. Nesse sentido
descreveram a formação profissional como todo o ambiente de formação formal, não
formal, informal e ensino técnico.

Os documentos são uma fonte importante de informação contextualizada, surgem em


um determinado contexto e fornecem informação sobre esse mesmo contexto.

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Referencias Bibliográficas

António, Joana (2011), Empregabilidade e Educação Profissional em Moçambique.


Como ter trabalho e remuneração sempre, Maputo, Diname Editora.

Antunes, Luísa (2010), O ensino técnico profissional industrial e comercial em


Lourenço Marques durante o Estado Novo – A escola Comercial Dr. Azevedo e Silva,
Dissertação de Mestrado em Educação, Lisboa, Instituto de Educação da Universidade
de Lisboa.

Azevedo, Joaquim e José de Abreu (2006), “Ensino Profissional em África: falácia ou


oportunidade? O caso das Escolas Profissionais em Moçambique”, Revista Portuguesa
de Investigação Educacional, 5, Lisboa, pp. 5-42.

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