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ESPAÇO ABERTO

O Ensino Médio em Questão


Alice Ribeiro Casimiro Lopes

O editorial do número 6 de Química Nova na Escola apontava para a dessa proposta, tendo em vista suas
necessidade de reflexão sobre as atuais políticas curriculares, em possíveis conseqüências para o ensino
especial sobre a proposta de mudança das políticas curriculares de química e para o currículo escolar
para o ensino médio. Este artigo tem por objetivo contribuir para como um todo. Argumento que a atual
essa reflexão, através da análise crítica do texto da proposta de proposta de mudança da organização
resolução que estabelece a organização curricular e a base nacional curricular do ensino médio não atende
comum do ensino médio, em fase de debates e, portanto, sujeita a aos objetivos que pretende alcançar —
modificações, no Conselho Nacional de Educação. flexibilização e modernização curricu-
lar —, bem como abre caminho para
possíveis ações excludentes.
ensino médio, currículo, disciplina
Análise preliminar da
proposta de organização
curricular para o ensino

M
uito provavelmente, os lei- tornado o mercado de trabalho cada vez 11
tores e leitoras de Química mais seletivo e competitivo: freqüente- médio
Nova na Escola têm acom- mente, exige-se formação de nível mé- No artigo primeiro da proposta de
panhado na mídia as constantes dio não apenas para funções mais com- resolução, estabelece-se que a base
notícias sobre as mudanças curricula- plexas, mas sobretudo para funções nacional comum (mencionada no art.
res em curso no Brasil, bem como as que poderiam ser exercidas por 26 da nova LDB) corresponderá a pelo
propostas de mudança ainda em fase pessoas apenas com nível fundamen- menos 75% da carga horária mínima
de elaboração: municipalização das tal. Trata-se de utilizar o de 2 400 horas pre-
escolas de nível fundamental; definição certificado de nível vista na LDB para o
A proposta de
dos parâmetros curriculares nacionais médio como fator de ensino médio (três sé-
resolução afirma que a
(PCN) de 1ª a 4ª séries (já concluída) pré-seleção dos inú- ries com no mínimo
base nacional comum
e dos PCN de 5ª a 8ª séries (em fase meros desemprega- não deve constituir 800 horas cada), or-
de avaliação por diferentes institui- dos candidatos ao car- uma camisa de força ganizadas nas áreas
ções); empreendimento de projetos de go. Tal contexto acarre- que restrinja a de conhecimento Có-
educação a distância; regulamentação ta, segundo o MEC, capacidade dos digos e Linguagens,
da educação profissional através do uma necessidade de sistemas e dos Ciência e Tecnologia e
Decreto 2208 de 17 de abril de 1997; expandir a rede, devido estabelecimentos de Sociedade e Cultura.
organização de políticas de avaliação a sua incapacidade de ensino Segundo a exposição
das escolas, dentre as quais se inclui absorver a demanda de motivos da resolu-
o Exame Nacional de Ensino Médio crescente pelo ensino médio, bem co- ção, a base nacional comum deve
(‘Provão’ do ensino médio). mo acarreta a necessidade de melhoria garantir o desenvolvimento de compe-
O Ministério da Educação e do da qualidade do ensino médio e sua tências e habilidades básicas comuns
Desporto (MEC) afirma a necessidade adequação às novas conquistas tecno- que cada brasileiro deverá possuir e
dessa reformulação em virtude de, nos lógicas. servirá de parâmetro para a avaliação
últimos anos, o número de matrículas Visando atender a esses objetivos, desse ensino em nível nacional (p. 2).
na primeira série do ensino médio ser o MEC encaminhou ao Conselho Na- Por outro lado, a proposta de resolução
maior do que o número de formados na cional de Educação a proposta de afirma que a base nacional comum não
oitava série do ensino fundamental. Ou resolução que estabelece a organi- deve constituir uma camisa de força
seja, está havendo um retorno de alunos zação curricular e a base nacional co- que restrinja a capacidade dos siste-
à escola, muito provavelmente em fun- mum do ensino médio. Neste artigo, mas e dos estabelecimentos de ensi-
ção do desemprego crescente que tem procurarei efetuar uma análise crítica no, pois a flexibilidade será assegurada

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tanto na organização dos conteúdos, mordial na produção e reprodução de dicotomias que se quer superadas: hu-
na metodologia e na avaliação. saberes, porém não é o único local da manismo e tecnologia, ciência e cul-
O ponto central desse primeiro sociedade onde aprendemos e pro- tura, sociedade e ciência, sociedade
artigo situa-se na idéia mesma de um duzimos conhecimento. Conferir esse e cultura. Além de ser muito mais enfá-
currículo nacional, idéia essa que vem papel à escola é negar tantas outras tica quanto a uma formação em ciência
sendo contestada por um número formas de aprendizado e conhecimen- e tecnologia, como se esse fosse o
significativo de membros da comuni- to extra-escolares que existem na so- objetivo maior a ser alcançado que exi-
dade de pesquisadores e pesquisa- ciedade. ge, suplementarmente, o apoio dos
doras em currículo e em educação. Por sua vez, no parágrafo primeiro componentes sócio-culturais.
Trata-se do estabelecimento de uma do artigo primeiro da referida proposta A própria definição das áreas de
política do conhecimento oficial, que de resolução, estabelece-se que as conhecimento, constante do parágrafo
objetiva definir uma cultura áreas de co- primeiro, não as integra, não estabele-
comum em uma sociedade nhecimento ce relações, ficando as áreas de Códi-
É bastante
eminentemente dividida em deverão ter gos e Linguagens, Ciência e Tecnologia
questionável a idéia de
classes e interesses, uma so- que se aprenda a viver t r a t a m e n t o e Sociedade e Cultura expressas como
ciedade essencialmente plural e a ser na escola. metodológi- compartimentos estanques. Inclusive,
e multicultural. A partir de uma Dessa forma, como co que evi- as possíveis associações entre disci-
política centralizadora, iguala- serão compreendidos dencie a inter plinas, citadas na exposição de motivos,
se qualidade a um padrão os que não freqüentam e a transdisci- são aquelas já realizadas em muitas de
previamente estabelecido ofici- a escola: não plinaridade nossas escolas: história, sociologia e
almente, segundo o qual todos conhecem, não fazem, desses co- geografia, química e física. Não são
serão avaliados. Com isso, são não são, não vivem? nhecimentos, feitas referências às possíveis relações
negadas as mais diferentes os quais de- entre disciplinas da área de Sociedade
propostas alternativas ao modelo verão ter revisões periódicas. Nesse e Cultura e disciplinas da área de Ciência
12 oficial, contrárias ao padrão hege- ponto, é preciso salientar que é con- e Tecnologia, exceto no caso da geogra-
mônico. Ainda que defendêssemos a senso educacional a defesa de maior fia, que já se situa em um campo
idéia de um currículo comum, como diálogo entre as disciplinas, de traba- interdisciplinar dessas duas áreas. Por
base para uma educação democrática lhos integrados, voltados para temas que não se propor a romper efetiva-
e igualitária, este deveria ser decidido e projetos que inter-relacionem con- mente com compartimentos estanques
através de debates com diferentes ceitos de diferentes cam- de conhecimen-
segmentos da sociedade civil orga- pos de conhecimento, ca- to, identificando
nizada. pazes de minimizar a frag- A escola, sem dúvida, possíveis rela-
Podemos igualmente questionar a mentação do conhecimen- é uma instituição ções entre lite-
colocação da competência aprender a to e seu entendimento co- primordial na produção ratura e química
aprender como fundamental para inser- mo um conjunto de idéias e reprodução de ou história e fí-
ção numa dinâmica social que se rees- dissociadas e sem relação saberes, porém não é sica?
trutura continuamente, feita na exposi- com a vida social concreta. o único local da Por outro la-
ção de motivos da resolução (p. 4). Contudo, a proposta de sociedade onde do, na forma co-
Esse destaque é associado a quatro resolução carece de clareza aprendemos e mo a proposta
e de definição de alterna- produzimos de legislação se
alicerces também citados na exposi-
tivas. Seu texto parece não conhecimento. Conferir apresenta, o tra-
ção de motivos: aprender a conhecer,
se decidir quanto à integra- esse papel à escola é tamento trans ou
aprender a fazer, aprender a ser e
negar tantas outras interdisciplinar
aprender a viver (p. 4). A reflexão básica ção ou não das áreas pre-
formas de aprendizado pode ser utiliza-
sobre esses alicerces situa-se no fato vistas, pois justifica a neces-
e conhecimento extra-
de que, desta maneira, constitui-se um sidade da estruturação por do facilmente
escolares que existem
conjunto de competências que coloca áreas por assegurar uma como ‘solução’
na sociedade
a educação, e especialmente a educa- educação científica e tecno- para a constante
ção formal, como determinante de uma lógica, onde conceito, apli- carência de pro-
amplitude de aprendizados muito além cação e solução de problemas concre- fessores em áreas diversas. Por
de seus domínios. É bastante questio- tos são combinados com uma revisão exemplo, se não há professores de
nável a idéia de que se aprenda a viver dos componentes sócio-culturais, os química, deixa-se a cargo do profes-
e a ser na escola. Dessa forma, como quais devem ser infiltrados por uma sor de física o ensino da área Ciência
serão compreendidos os que não visão epistemológica que concilie e Tecnologia. Essa é uma questão
freqüentam a escola: não conhecem, humanismo e tecnologia ou humanis- especialmente delicada, pois o tra-
não fazem, não são, não vivem? A es- mo numa sociedade de tecnologia (p. balho integrado pode se tornar apenas
cola, sem dúvida, é uma instituição pri- 5). Essa justificativa parece se deter em uma forma de mascarar as constantes

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deficiências educacionais de nosso Secretaria de Educação Média e Tec- conteúdo específicos de preparação
país, o que pode acarretar uma fragili- nológica (SEMTEC) declara: a peda- para o trabalho. Esses conteúdos
zação ainda maior dos conceitos ensi- gogia do currículo cederá lugar a uma específicos para o trabalho poderão
nados nas escolas. pedagogia das competências. ser aproveitados em eventual habilita-
Como mais uma demonstração de As perguntas que mais freqüente- ção profissional, como prevê o artigo
que a proposta de organização curri- mente vêm a nós educadores a res- quinto do Decreto 2 208/97. Os con-
cular para o ensino médio concentra- peito de questões como essa são: a teúdos da parte diversificada poderão
se em uma perspectiva mui- quem interessa ser desenvolvidos no próprio estabele-
to pouco inovadora, os pará- a definição de cimento de ensino ou em cooperação
O que será feito
grafos segundo e quarto do competências? com instituições especializadas, o que
daqueles que, segundo
artigo primeiro da resolução A quem com- também nos remete ao Decreto 2 208/
os padrões oficiais de
estabelecem que artes e competência, forem pete definir as 97, que prevê a possibilidade do aluno
educação física serão com- avaliados como competências? do ensino médio de uma escola prope-
ponentes curriculares obri- incompetentes? Para que e para dêutica cursar a parte diversificada,
gatórios (como prevê o arti- Estarão relegados à quem servem base de uma habilitação específica,
go 26 parágrafos segundo e exclusão? os perfis de em uma escola técnica.
terceiro da LDB), desenvol- competência? Segundo o MEC, a articulação en-
vidos sob a forma de atividades, Afinal, não existem critérios absolutos, tre as duas modalidades de ensino —
enquanto sociologia e filosofia serão ou mesmo consensuais, em qualquer ensino médio e ensino técnico — será
trabalhados interdisciplinarmente. área do conhecimento, quanto ao que assegurada pela base comum
Nesse momento, cabe a pergunta: significa ser competente, nacional de co-
no que isso difere do tratamento se- ou que explicitem as habili- Segundo o MEC, a nhecimentos e
cundário que essas disciplinas histori- dades, conhecimentos e articulação entre as habilidades, que
camente têm sofrido na hierarquia das atitudes efetivamente ne- duas modalidades de terá como eixo o
disciplinas escolares? Se o tratamento cessárias, ou mesmo quan- ensino – ensino médio enfoque na edu-
e ensino técnico – será 13
metodológico de todo currículo deve to aos problemas para os cação para uma
assegurada pela base sociedade tec-
ser inter ou transdisciplinar, por que quais temos de propor so-
comum nacional de
estabelecer que algumas disciplinas luções. Caso cada leitor e nológica (Brasil,
conhecimentos e
especificamente merecem na legisla- cada leitora procurar res- p. 2). Mas, ao
habilidades, que terá
ção esse tratamento e outras, não? Ou ponder a essas questões, contrário, pode-
como eixo o enfoque
seja, são propostas novas formas de especificamente para a for- mos constatar
na educação para uma
trabalho para além das disciplinas, mação em química, con- sociedade tecnológica que essa articu-
mas no caso de algumas disciplinas cluirá facilmente como são lação, quando
essa nova forma é facultativa, enquan- múltiplas as respostas, atendendo a houver, será realizada através da parte
to para outras é obrigatória. interesses sociais diversos, nas mais diversificada.
No artigo segundo, a proposta de diversas regiões do país e nas mais No entanto, no texto da proposta
resolução estabelece que os sistemas diversas classes e grupos sociais. Por de resolução há uma clara indefinição
de ensino emitirão normas comple- outro lado, o que será feito daqueles do que vem a ser essa parte diversifi-
mentares que asse- que, segundo os pa- cada. A exposição de motivos da reso-
gurem a integração drões oficiais de lução tampouco a define melhor: seria
das áreas de conhe- Se o tratamento me- a carga horária do currículo destinada
competência, forem
cimento na organi- todológico de todo a atender às demandas regionais, à
avaliados como
zação das matrizes currículo deve ser inter formação para o trabalho, às priorida-
incompetentes? Esta-
curriculares, do con- ou transdisciplinar, por des da unidade escolar e à inserção
rão relegados à exclu-
que estabelecer que do educando na construção do currí-
junto de competên- são?
algumas disciplinas culo e/ou aprofundamento em uma
cias e habilidades, Nos artigos terceiro
especificamente
bases para a constru- e quarto, a proposta disciplina ou área. Essa indefinição
merecem na legislação
ção do padrão nacio- de resolução estabe- estende-se à organização curricular: a
esse tratamento e
nal para o ensino mé- lece os princípios de parte diversificada pode ser realizada
outras, não?
dio. Segundo a expo- organização da parte sob a forma de disciplinas, módulos
sição de motivos (p. diversificada. A parte diversificada do ou projetos.
12), a concepção curricular desenvol- ensino médio corresponderá a 25% da Tal nível de indefinição — fre-
vida no documento sustenta-se em carga horária mínima de 2 400 horas qüentemente traduzido como maior
uma visão de educação por compe- e poderá desenvolver o aprofunda- flexibilização — pode levar a que
tências. Ou, como mais explicitamente mento de um ou mais conteúdos das nada se altere na prática pedagó-
uma versão primeira do documento da áreas da base comum nacional e/ou gica concreta das escolas. Afinal, se

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as escolas de nível médio permane- pregos. Futuramente, o mesmo poderá para mudar, exige muito mais do que
cerem com as grades curriculares acontecer com os recém-formados de novas propostas de organização cur-
atuais, não estarão descumprindo nível médio. ricular.
essencialmente as exigências legais. A questão central a ser colocada re- Cabe, então, a todos nós, como
Trata-se de uma possibilidade nega- fere-se aos princípios curriculares em coletivo de educadores e educa-
tiva, porque efetivamente existem jogo. Constatamos doras, nos posicio-
problemas no ensino médio que que, em vez de serem Cabe a todos nós, nar sobre a questão,
estão a exigir reformulações efetivas. estabelecidos como coletivo de intelectual e politi-
Mas é negativa sobretudo porque princípios gerais de educadores e camente. Para tanto,
contribuirá, certamente, para a con- seleção e organização educadoras, nos devemos questionar
solidação da idéia de que as políti- curriculares, capazes posicionarmos sobre a coletivamente as po-
cas públicas fornecem os meios e as de servir como orien- questão, intelectual e líticas implementa-
possibilidades: se as mudanças não tação para as escolas politicamente. Para das e as que ainda
acontecem, isso é responsabilidade e os sistemas de ensi- tanto, devemos estão em fase de de-
de professores e professoras mal- no no sentido de um questionar liberação, como a re-
preparados. trabalho curricular de coletivamente as forma do ensino mé-
qualidade, voltado políticas dio. Questionamento
para a construção de implementadas e as esse que tanto deve
Em vez de serem
estabelecidos relações não-exclu- que ainda estão em ser feito no nível ma-
princípios gerais de dentes, são estabele- fase de deliberação, cro, pelo trabalho po-
seleção e organização cidos padrões de com- como a reforma do lítico para modifica-
curriculares, (...) petência com o obje- ensino médio ção das determina-
constrói-se uma tivo de avaliar pro- ções legais e das
política de fessores, alunos e sistemas de ensino. políticas públicas para a educação,
conhecimento oficial Assim, constrói-se uma política de como no nível micro, em nossas prá-
14 que pode, mais uma conhecimento oficial que pode, mais ticas pedagógicas cotidianas. Nes-
vez, responsabilizar uma vez, responsabilizar professoras e sas práticas, cabe-nos ocupar todo
professoras e professores pelos problemas educacio- espaço possível de contraposição a
professores pelos nais. essa lógica dominante.
problemas Ao contrário, podemos constatar
que anos de descompromisso com a Alice Ribeiro Casimiro Lopes, licenciada em
educacionais
química pela Universidade do Estado do Rio de
educação pública neste país é que são
Janeiro (UERJ) e doutora em educação pela
Conclusões responsáveis pela atual situação de Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é
nossas escolas. Uma situação que, professora da Faculdade de Educação da UFRJ.
A melhoria da qualidade, segundo
o MEC, será alcançada através da
avaliação quanto ao cumprimento ou Referências bibliográficas leitura dos textos abaixo.
não das matrizes curriculares, compe- APPLE, Michael. A política do conhe-
BRASIL. Ministério da Educação e do cimento oficial: faz sentido a idéia de um
tências e habilidades definidas como Desporto, Instituto Nacional de Estudos currículo nacional? MOREIRA, Antonio
base comum nacional. Dessa forma, e Pesquisas Educacionais, Diretoria de Flavio B. e SILVA, Tomaz Tadeu da (orgs.).
o Ministério objetiva produzir uma refe- Avaliação e Acesso ao Ensino Superior, Currículo, cultura e sociedade. São Paulo:
Diretoria de Avaliação da Educação
rência nacional e uniforme aos indiví- Cortez, 1994. p. 59-92.
Básica. Exame Nacional de Ensino Médio. ______. Conhecimento Oficial – a edu-
duos com escolaridade de nível médio. Brasília, 14 de abril de 1997.
Em outras palavras, desse modo cação democrática numa era conserva-
Para saber mais dora. Petrópolis: Vozes, 1997.
políticas neoliberais organizam formas
Se você tem interesse em conhecer
de fazer explicitamente com que a es- Ao contrário do que se pode pensar mais profundamente as críticas feitas às
cola cumpra a função social de sele- inicialmente, as atuais mudanças curricu- atuais propostas educacionais no Brasil,
ção, classificação e hierarquização de lares em pauta no Brasil não são um fenô- recomendo a leitura de:
todos aqueles que irão competir no meno educacional isolado. Em países MOREIRA, Antonio Flavio Barbosa.
como Espanha, Chile, Argentina, Ingla- Neoliberalismo, currículo nacional e ava-
mercado de trabalho cada vez mais
terra e Estados Unidos, propostas liação. In: SILVA, Luiz Heron da e AZE-
restrito e seletivo. Um exemplo de similares são implementadas, no contexto VEDO, José Clóvis de (org.). Reestrutu-
como esse processo se efetiva na prá- do processo de restauração política con- ração curricular. Petrópolis: Vozes, 1995.
tica é o fato de algumas empresas servadora que acontece no mundo globa- P. 94-107.
estarem exigindo o resultado do Exa- lizado, fruto das políticas neoliberais. Se SILVA, Tomaz Tadeu da & GENTILI, Pablo
me Nacional de Cursos Superiores (o você tem interesse em conhecer mais (orgs.). Escola S. A. — quem ganha e quem
‘Provão’ do Ensino Superior) aos profundamente as críticas feitas à idéia perde no mercado educacional do neoli-
de um currículo nacional, recomendo a beralismo. Brasília: CNTE, 1996.
recém-formados candidatos a em-

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