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SISTEMA DE CUSTOS DA MARINHA DO BRASIL

Olá, Aluno(a)!

Seja muito bem-vindo(a) a nossa aula da disciplina de Serviço de Intendência na MB. Nesta
Unidade de Ensino (UE) vamos estudar o sistema de custos da Marinha do Brasil.

Ao longo da nossa aula, teremos os seguintes tópicos:

- Histórico do sistema de custos da MB;

- Sistema de custos da MB, principais conceitos;

- Encarregado da Contabilidade de Custos;

- Normatização dos procedimentos internos; e

- Tipo de Organizações Militares Prestadoras de Serviço (OMPS) e suas atividades.

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Os sistemas de custeio referem-se às formas como os custos são registrados e transferidos
internamente dentro da entidade. É o fundamento da Contabilidade de Custos ligado à decisão de
como deve ser mensurado o custo do produto

Então, mãos à obra!

Objetivos da Aprendizagem:

- Conhecer o histórico do sistema de custos da MB;

- Entender o sistema de custos da MB e seus principais conceitos; e

- Conceituar os tipos de Organizações Militares Prestadoras de Serviço (OMPS) e suas atividades.

CAPÍTULO III – SISTEMA DE CUSTOS DA MARINHA DO BRASIL

3.1 – HISTÓRICO
Até o ano de 1994, era grande a preocupação da Administração Naval quanto à incapacidade
de mensuração dos custos de suas OM industriais e prestadoras de serviços. Esse fato tinha origem
nos seguintes aspectos básicos:
a) os constantes défices financeiros daquelas Organizações;
b) as distorções associadas à transferência de numerário entre OM e organizações
extramarinha, ou seja, a dupla execução do crédito orçamentário; e
c) o desconhecimento de outras posições econômico-patrimoniais que possibilitassem a
identificação e a correta avaliação das diversas atividades desenvolvidas naquelas OM.
O cenário acima evidenciou a necessidade da criação de um sistema que permitisse o
conhecimento dos gastos efetivos de operação daquelas Organizações, separados em custos de
produção/prestação de serviços e gastos inerentes às atividades administrativas, bem como o
aperfeiçoamento da gestão de seus ativos.
Somente com a implantação desse novo sistema seria possível gerar as informações
indispensáveis ao gerenciamento das OM em questão, sanando, desta forma, as disfunções
existentes. Assim, a MB criou, em 1994, as OMPS e o Sistema OMPS, buscando,
fundamentalmente, o aprimoramento dos controles internos e a apuração mais eficiente dos custos
das OM industriais e prestadoras de serviços
Em 2009, o Governo Federal, considerando a necessidade de manter um Sistema de Custos
que permitisse a avaliação e o acompanhamento da gestão orçamentária, financeira e patrimonial
dos Órgãos da Administração Pública Federal, promoveu o desenvolvimento do Sistema de
Informações de Custos do Governo Federal (SIC), o qual foi disponibilizado às Setoriais de Custos

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dos Órgãos, a partir de 2010. Desde então, o SIC passou a ser utilizado para medição de custos de
toda a Força, inclusive das OMPS.
Diante dessa realidade, a DFM iniciou, em 2017, um trabalho de reestruturação da gestão de
custos, buscando um instrumento de apoio a gestão que permitiria a MB conhecer os custos de suas
atividades/produtos, bem como prover uma alocação mais eficiente de seus gastos, possibilitando
seu aprimoramento, avaliação e controle.
Desta forma, a partir de 2018 iniciou-se o processo de estabelecimento de uma estrutura
organizacional e sistêmica que pudesse dar o suporte para a produção e o gerenciamento das
informações de custos das OM, culminando na criação do SCM, Sistema que tem como seu Órgão
Central a DFM.
3.1.1 - Principais Benefícios Advindos da Criação do SCM
Com sua criação, é possível, de maneira eficiente e tempestiva, avaliar e acompanhar a
gestão orçamentária, financeira e patrimonial. Ao permitir a evidenciação dos custos das
atividades, dos produtos e das OM da MB, o SCM objetiva oferecer conteúdo informacional para
subsidiar as decisões de alocação mais eficiente de recursos e gerar as condições para a melhoria da
qualidade do gasto.
3.1.2 - A Contabilidade Pública como Instrumento de Informação Gerencial
Com o advento do SIAFI, a Contabilidade Pública pôde, finalmente, começar a ser utilizada
como uma fonte de informações gerenciais de que possa dispor o administrador público no auxílio
ao planejamento, controle e tomada de decisão. Entretanto, a fim de produzir todas as informações
necessárias à gestão de uma organização pública, é necessário que todos os fatos contábeis sejam
correta e tempestivamente registrados no SIAFI.

3.2 - SISTEMA DE CUSTOS DA MARINHA, PRINCIPAIS CONCEITOS


Sistema estruturante da MB composto por um conjunto de OM, conceitos e procedimentos
destinados a registrar, mensurar e processar os custos incorridos pelas diversas Organizações

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Militares da Marinha no desenvolvimento de suas atividades, com o propósito de produzir
informações gerenciais que suportem o processo de tomada de decisão.
3.2.1 - Gasto
É o dispêndio de um ativo ou criação de um passivo para obtenção de um produto ou
serviço. São exemplos de gastos: a) aquisição de matérias-primas para industrialização; b)
aquisição de material de expediente; e c) aquisição de combustível.
3.2.2 – Despesas
São os gastos incorridos nos Setores Administrativos (ADM) da OMPS, necessários ao
funcionamento e à manutenção da OM. São exemplos de despesas: a) remuneração do pessoal da
secretaria; b) materiais de expediente e limpeza utilizados na Câmara do Comandante/Diretor; e c)
conta telefônica relativa ao Imediato/Vice-diretor.
3.2.3 - Custos
São gastos com bens ou serviços utilizados para a produção de outros bens ou serviços. São
exemplos de custos:
a) remuneração do pessoal;
b) consumo da matéria-prima utilizada no processo produtivo;
c) consumo de material de expediente;
d) consumo de combustível; e
e) manutenção de máquinas e equipamentos.
3.2.4 - Objeto de Custos
É tudo aquilo que se pretende mensurar custo, ou seja, algo de que o administrador
necessita ter a informação dos custos. O objeto de custo pode ser formado por um ou mais Centros
de Custos (CC) para o fornecimento de informações gerenciais.
3.2.5 - Centro de Custos
É a unidade mínima de acumulação de custos, quer sejam eles classificados como diretos ou
aqueles classificados como indiretos. A partir dos valores registrados nos CC é possível a análise
de informações como o consumo efetivo de determinado recurso e o beneficiário imediato daquele
gasto. Para tal, é de extrema relevância a definição do que se deseja mensurar e avaliar a partir dos
dados de custos.
3.2.6 - Custos Diretos
São os custos que se podem facilmente relacionar a um determinado CC.
3.2.7 - Custos Indiretos
São os custos que os gestores não conseguem associar diretamente a um determinado CC.
Os custos indiretos são alocados aos CC por meio de direcionadores de custos ou de critérios de
rateio, previamente estabelecidos.
3.2.8 - Critério de Rateio
Consiste na definição criteriosa e proporcional de como um determinado custo indireto será
dividido entre dois ou mais CC.
3.2.9 - Elementos de Custo
São os insumos necessários à elaboração de produtos/serviços de uma OM. O custo de
produção é composto por um ou mais elementos de custo, que se subdividem em:
a) Mão de Obra Direta (MOD) É a mão de obra ligada às atividades de produção ou prestação de
serviços realizadas pelas OM que se pode facilmente relacionar a um determinado CC.

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b) Mão de Obra Indireta (MOI) É a mão de obra ligada indiretamente às atividades de produção ou
prestação de serviços, em face da dificuldade de se conseguir associá-la diretamente a um
determinado CC. Normalmente, quando a sua finalidade é apoiar o setor produtivo, a mão de obra é
classificada como indireta.
c) Material Direto (MD) Todo material utilizado no processo de produção ou prestação de serviços
realizados pelas OM que se pode facilmente relacionar a um determinado CC.
d) Material Indireto (MI) Todo material ligado indiretamente às atividades de produção ou
prestação de serviços, em face da dificuldade de se conseguir associá-lo diretamente a um
determinado CC.
e) Serviços de Terceiros Diretos (STD) Correspondem aos serviços contratados pelas OM no
processo de produção ou prestação de serviços realizados pelas OM que se pode facilmente
relacionar a um determinado CC.
f) Serviços de Terceiros Indiretos (STI) Correspondem aos serviços contratados pelas OM para
aplicação indireta ao produto ou serviço, em face da dificuldade de se conseguir associá-lo
diretamente a um determinado CC. São classificados nesta categoria: gastos com energia elétrica,
telefone, água, empresa de limpeza, etc.
3.2.10 - Custos Administrativos
São custos relacionados à manutenção e funcionamento da estrutura administrativa das OM
e que não podem ser diretamente atribuídos a uma atividade, produto ou serviço específico
desenvolvido pela MB. Os custos administrativos referem-se à parcela administrativa de despesas
comuns a todas as OM, como energia, água e esgoto, e seu montante pode ser obtido por meio da
utilização de critérios de rateio aplicados a estas despesas.
3.2.11 - Sistema de Acumulação
Corresponde à forma como os custos são acumulados e apropriados aos bens e serviços e
outros objetos de custos e está relacionado ao fluxo físico e real da produção. Os sistemas de
acumulação de custos no setor público ocorrem por ordem de serviço ou produção e de forma
contínua.
a) Sistema de Acumulação por Ordem de Serviço ou Produção
Compreende especificações predeterminadas do serviço ou produto demandado, com tempo de
duração limitado. As ordens são mais adequadas para tratamento dos custos de investimentos e de
projetos específicos, como obras e benfeitorias.
b) Sistema de Acumulação de Forma Contínua
Compreende demandas de caráter continuado e são acumuladas ao longo do tempo. É o mais
adequado para tratamento dos custos com manutenção e funcionamento de instalações.
3.2.12 - Método de Custeio
Refere-se ao método de apropriação de custos e está associado ao processo de identificação
e associação do custo ao objeto que está sendo custeado. Os principais métodos de custeio são:
variável; por absorção; por atividade; e padrão.
a) Custeio Variável (ou Custeio Direto)
É o método que considera como custo de produção apenas os custos variáveis incorridos. Nesse
método, os custos fixos não são considerados como custo de produção.
b) Custeio por Absorção (Custeio Tradicional)
É um método de custeio, utilizado pela Contabilidade de Custos, que consiste na apropriação de
todos os custos de produção aos bens elaborados ou serviços executados. Nesse método, todos os

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custos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos para todos os serviços executados ou em
execução ou produtos concluídos ou em processamento.
c) Custeio por Atividade
É o método que considera que todas as atividades desenvolvidas pelas entidades são geradoras de
custos e consomem recursos. Procura estabelecer a relação entre atividades e os objetos de custo
por meio de direcionadores de custos que determinam quanto de cada atividade é consumida por
eles.
d) Custo-Padrão Corrente
Custo-padrão é o custo planejado de um produto/serviço, segundo condições de operações
correntes e/ou previstas, baseando-se nas condições normais ou ideais de eficiência e volume.
O principal propósito do uso do custo-padrão está relacionado ao conceito de controle
organizacional, por meio da análise das variações ocorridas entre o custo real e o padronizado. O
custo-padrão não serve como critério para a avaliação de estoques e/ou de insumos efetivamente
utilizados no processo produtivo.
3.2.13 - Receita
Ingresso de elementos para o Ativo sob a forma de dinheiro ou direitos a receber,
correspondendo, normalmente, à venda de produtos ou serviços.
3.2.14 – Perda
É um gasto não intencional, decorrente de fatores externos fortuitos ou da atividade
produtiva normal da OMPS-I/C. Corresponde a bens ou serviços consumidos de forma anormal e
involuntária.
3.2.15 - Depreciação
É a redução do valor dos bens móveis pelo desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da
natureza ou obsolescência.
3.2.16 - Descontos
Representam os abatimentos nas faturas concedidos pelas OMPS a seus clientes, registrados
no SIAFI por meio dos eventos descritos no Manual de Procedimentos Contábeis (MAPCONT),
volume II, disponível na página da intranet da Diretoria de Finanças da Marinha. O MAPCONT,
volume II, que aborda o assunto custo, servirá para dar orientação a respeito de questões que
tenham sido objeto de consulta à DFM e que deva ser expandido às demais OM, além de descrever
tecnicamente os procedimentos operacionais necessários aos operadores dos diversos Sistemas
Informacionais relacionados ao assunto Custo na MB.
3.2.17 - Macroatividades Constitui-se de uma consolidação dos objetos de custos comuns a uma
área de atuação;
3.2.18 - Atividades
Representa o agrupamento de CC em funções semelhantes ou afins e funciona como
desdobramento de uma Macroatividade desenvolvida pela Marinha.
3.2.19 - Gerente de Custos
Organização Militar da Marinha responsável por orientar, controlar e coordenar a produção
de dados de custos de uma determinada Macroatividade, finalística ou de apoio, desenvolvida pela
MB.
3.2.20 - UG Beneficiada
Unidade Gestora a quem é atribuído o sacrifício financeiro realizado para a produção de um
produto ou serviço. A UG Beneficiada é a OM que efetivamente usufrui dos benefícios advindos

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do custo incorrido, independente de ser a UG detentora ou executora dos créditos orçamentários
que originaram a despesa.
3.2.21 – OMPS
É a OM que presta serviços a outras OM e, eventualmente, às organizações extra marinha
em uma das seguintes áreas: industrial, de pesquisa e desenvolvimento de ciência e tecnologia, ou
de serviços especiais, efetuando a cobrança pelos serviços prestados, a partir dos custos incorridos.
Apesar de reunidas sob uma denominação comum, cada OMPS possui características
próprias, que são, na maioria das vezes, bem distintas entre si. Mesmo quando da análise de duas
Bases Navais, por exemplo, diferenças de características (tais como: tamanho da OM,
equipamentos instalados, tipos de serviços prestados e mão de obra empregada) tornam essas duas
OMPS diferentes. No entanto, a fim de facilitar a sua comparabilidade, as OMPS encontram-se
divididas em três tipos, conforme a natureza dos serviços prestados aos seus clientes: Industrial
(OMPS-I), de Ciência e Tecnologia (OMPS-C) e Especial (OMPS-E).
a) OMPS Industrial (OMPS-I)
Criada em 1994, a OMPS-I é a OM que tem como atividade principal a prestação de
serviços industriais a outras OM e, eventualmente, a clientes extra marinha. Atualmente, existem
doze OMPS-I, a saber: Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ), Base Almirante Castro e
Silva (BACS), Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia (BAeNSPA), Base Fluvial de Ladário
(BFLa), Base Naval de Aratu (BNA), Base Naval de Natal (BNN), Base Naval do Rio de Janeiro
(BNRJ), Base Naval de Val-de-Cães (BNVC), Centro de Manutenção de Sistemas da Marinha
(CMS), Centro Tecnológico do Corpo de Fuzileiros Navais (CtecCFN), Estação Naval do Rio
Negro (ENRN) e Laboratório Farmacêutico da Marinha (LFM).

b) OMPS de Ciência e Tecnologia (OMPS-C)


Criada em 1997, a OMPS-C é a OM que tem como atividade principal a pesquisa e o
desenvolvimento de ciência e tecnologia, destacando-se: serviços prestados provenientes de suas
pesquisas, fabricação e consequente comercialização dos produtos por ela desenvolvidos, apoio
técnico, adestramento e consultoria técnica em sua área de atuação para a MB e, eventualmente, a
clientes extra marinha. Atualmente, existem três OMPS-C, a saber: Centro de Análises de Sistemas
Navais (CASNAV), Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM) e Instituto de
Pesquisas da Marinha (IPqM).

c) OMPS Especial (OMPS-E)


Criada em 1994, a OMPS-E é a OM que presta serviços especiais não enquadrados nas
categorias anteriormente citadas, tanto para OM da MB, quanto para clientes extra marinha, seja
esta sua atividade-fim ou não. Atualmente, existem dezessete OMPS-E, a saber: Base de
Abastecimento da Marinha no Rio de Janeiro (BAMRJ), Base de Hidrografia da Marinha em
Niterói (BHMN), Centro de Controle de Inventário da Marinha (CCIM), Centro de Mísseis e
Armas Submarinas da Marinha (CMASM), Centro de Manutenção de Embarcações Miúdas
(CMEM), Comissão Naval Brasileira na Europa (CNBE), Comissão Naval Brasileira em
Washington (CNBW), Comando do 1º Distrito Naval (Com1ºDN), Comando do 2º Distrito Naval
(Com2ºDN), Comando do 3º Distrito Naval (Com3ºDN), Comando do 4º Distrito Naval
(Com4ºDN), Comando do 7º Distrito Naval (Com7ºDN), Hospital Naval Marcílio Dias (HNMD),
Centro de Projetos de Navios (CPN), Diretoria de Obras Civis da Marinha (DOCM), Centro de
Hidrografia da Marinha (CHM) e Estação Naval do Rio Grande (ENRG).

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3.2.22 - Gastos de Posse Estratégica (GPE)
Correspondem aos valores totais dos gastos com materiais e serviços de terceiros a serem
incorridos pela MB, considerados como indispensáveis para a manutenção e o funcionamento das
OMPS, em uma situação hipotética de inexistência de serviços a serem prestados, ou seja, com um
nível de atividade igual a zero; ou ainda, seriam aqueles equivalentes aos gastos fixos.

3.3 - ENCARREGADO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS


É o Oficial ou Servidor de nível superior, preferencialmente com conhecimento em Ciências
Contábeis ou especificamente na área de Contabilidade de Custos/Gerencial, formalmente
designado em Ordem de Serviço (OS) da OMPS-I/C para ser o responsável pela Contabilidade de
Custos da OMPS.
O Oficial ou Servidor designado para Encarregado da Contabilidade de Custos,
preferencialmente, não deverá acumular outras funções.

3.4 - NORMATIZAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS INTERNOS


Devem ser normatizados, em OI, os diversos procedimentos realizados pelas OM.
A OI tem como objetivo principal o estabelecimento de procedimentos internos, de
responsabilidades, de prazos, de modelos, de parâmetros físicos e operacionais, de direcionadores
de custos e de critérios adotados nos cálculos das diversas taxas e índices estabelecidos pelas
OMPS. Esse documento deve ser o mais detalhado possível, de forma que, no caso de
movimentação do pessoal envolvido com o SCM, não ocorra dissolução de continuidade, levando à
perda de informações. Deve-se manter permanente acompanhamento dos procedimentos previstos
na OI em relação ao disposto nas Normas em vigor. Cabe ressaltar que essa OI não deve limitar-se
à enumeração de conceitos constantes destas Normas.
As OM devem verificar os ajustes necessários em seus sistemas de controle interno,
principalmente nos aspectos relacionados ao fluxo de informações, visando a permitir que sua OI
venha a espelhar a sua realidade e orientar os diversos setores nos trâmites internos das
informações.
Por ocasião da formalização, em OI, dos procedimentos inerentes às atividades das OMPS, é
indispensável à normatização dos seguintes assuntos:
a) delineamento dos serviços ou produtos;
b) orçamento;
c) parâmetros para o cálculo do homem-hora para apuração e apropriação de custos (HHC);
d) separação dos gastos em despesas e custos;
e) critérios de rateio, bem como seus parâmetros físicos e operacionais;
f) formas de apropriação;
g) faturamento;
h) prazo de validade dos orçamentos;
i) procedimentos e responsabilidades nos cumprimentos das rotinas internas da OMPS;
j) apuração dos custos à produção/serviços e registro no SIAFI; e
k) estabelecimento de mapas e modelos padronizados necessários ao fluxo de informações.

Os aspectos operacionais de interesse exclusivo do setor de Contabilidade de Custos das


OMPS devem constar preferencialmente dos anexos à OI, a fim de facilitar a sua leitura por

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pessoas que não sejam diretamente responsáveis pela operacionalização da Contabilidade de
Custos na OMPS.
Os setores produtivos das OMPS devem ser estimulados a valorizar a apuração dos custos
com a mão de obra que, em geral, é o principal insumo aplicado na prestação de um serviço. Caso
contrário, as informações de custos utilizadas pelo setor de Contabilidade de Custos poderão estar
distorcidas. Além disso, medidas inadequadas na área de produção também podem causar
distorções na área contábil, refletindo, negativamente, na apuração e na análise dos resultados
alcançados.
O comprometimento de todo o pessoal da OM, inclusive aqueles ligados diretamente à
atividade-fim, é fundamental para a correta apropriação do custo. Assim, é importante incentivar o
aprimoramento profissional, não só do pessoal ligado à apuração de custos, como também do
pessoal ligado às demais áreas, por intermédio da participação em adestramentos, cursos, palestras,
e simpósios relacionado ao tema.
Por ocasião da formalização, em OI, dos procedimentos inerentes às atividades das OM, é
indispensável à normatização dos seguintes assuntos:
a) Separação dos Custos Administrativos dos Custos relacionados às atividades-fim da OM;
b) Apropriação dos Custos de Materiais de Consumo Direto e Serviços Contratados;
c) Apropriação dos Custos com Consumo de Material em Estoque;
d) Apropriação dos Custos de Depreciação dos Bens Móveis;
e) Identificação dos Custos Indiretos;
f) Seleção dos Direcionadores de Custos; e
g) Alocação e apropriação dos Custos Indiretos.

As OM devem possuir um programa de adestramento estruturado e rotineiro, visando à


mudança de cultura e à conscientização de toda a tripulação quanto à importância de cada
militar/servidor na operacionalização do Sistema de Custos da Marinha. É fundamental para o
aprimoramento dos processos existentes na OM que seja efetuada, permanentemente, a divulgação
do Sistema de Custos da Marinha a todos os tripulantes, por meio de adestramentos e palestras,
bem como de notas esclarecedoras em Plano do Dia, realçando a importância de cada um no
processo de apuração dos custos das atividades/produtos que são desenvolvidos pela OM. Ressalta-
se que os processos de redução e de apuração de custos não constituem responsabilidade apenas do
setor de Intendência, mas sim de toda a OM, incluindo, no caso das OMPS, os setores de PROD,
APP e ADM.

3.5 - TIPOS DE ATIVIDADES DAS OMPS


As atividades exercidas pelas OMPS podem ser classificadas em principais, secundárias, de
abastecimento e especiais.
3.5.1 - Definições dos Tipos de Atividades
a) Atividades Principais
São as atividades-fim das OMPS-I/C.
b) Atividades Secundárias
São todas as demais atividades exercidas pela OMPS-I/C, que envolvam gastos passíveis de
ressarcimento pelas OM apoiadas.
c) Atividades Especiais

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Enquadram-se, nessa categoria, as atividades exercidas pelas OMPS-E.
3.5.2 - Atividades das OMPS-I
a) Principais: serviços industriais; e
b) Secundárias: todos os demais serviços prestados pela OMPS-I, exceto os industriais.
3.5.3 - Atividades das OMPS-C
a) Principais: correspondentes à área de ciência e tecnologia; e
b) Secundárias: todos os demais serviços prestados pela OMPS-C, exceto os de ciência e
tecnologia.
3.5.4 - Atividades das OMPS-E
Na qualidade de gerentes operacionais de área e supervisores operacionais e administrativos
da RETELMA, algumas OM devem efetuar a cobrança de faturas de contas telefônicas de OM
apoiadas, para posterior pagamento às companhias telefônicas e às firmas de manutenção da
RETELMA e do aluguel de troncos. Nesse caso, desempenham atividade subsidiária de prestação
de serviço, devendo, portanto, ser classificadas como OMPS-E. Elas são denominadas de
Concentradoras de Cobrança da RETELMA (CS).

I) Qualquer OM que desempenhe, ou venha a desempenhar, regularmente, atividade subsidiária de


prestação de serviços, como por exemplo: confecção de cartões, serviços gráficos, confecção de
plaquetas, projetos de engenharia e arquitetura, aluguel de equipamentos, facilidades portuárias
etc., deve ser enquadrada como OMPS-E.
II) A Estação Naval do Rio Grande é enquadrada como OMPS-E, podendo cobrar por todos os
serviços e facilidades prestadas às OM clientes.

VAMOS TESTAR OS SEUS CONHECIMENTOS!

Vamos fazer agora uma pequena pausa nos nossos estudos para verificar o que você já
aprendeu até aqui. Responda às questões abaixo.

I – Em 1994 a MB criou as Organizações Militares Prestadoras de Serviço (OMPS), buscando,


fundamentalmente, o que?

II - Dentre as fases básicas do abastecimento qual é a fase em que são identificadas as fontes e
tomadas as medidas para a aquisição das necessidades apresentadas

III – Coloque “V” ou “F” nos parênteses à esquerda, conforme as afirmativas sejam consideradas
verdadeiras ou falsas.

( ) Despesas são gastos com bens ou serviços utilizados para a produção de outros bens ou serviços.
( ) O Sistema de Custos da Marinha é composto por um conjunto de OM, conceitos e
procedimentos destinados a registrar, mensurar e processar os custos incorridos pelas diversas

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Organizações Militares da Marinha no desenvolvimento de suas atividades, com o propósito de
produzir informações gerenciais que suportem o processo de tomada de decisão

( ) Custos Indiretos são os custos que os gestores não conseguem associar diretamente a um
determinado Centro de Custo (CC). Os custos indiretos são alocados aos CC por meio de
direcionadores de custos ou de critérios de rateio, previamente estabelecidos.

( ) OMPS-C é a OM que tem como atividade principal a pesquisa e o desenvolvimento de ciência


e tecnologia, destacando-se: serviços prestados provenientes de suas pesquisas, fabricação e
conseqüente comercialização dos produtos por ela desenvolvidos, apoio técnico, adestramento e
consultoria técnica em sua área de atuação para a MB e, eventualmente, a clientes extra marinha.

GABARITO:

I – O aprimoramento dos controles internos e a apuração mais eficiente dos custos das OM
industriais e prestadoras de serviços.

II - Obtenção

III - F; V; V; V.

RECADO FINAL:

Na aula de hoje, vimos o histórico do sistema de custos da MB, seus principais conceitos
além dos tipos de OMPS e suas atividades, componentes de uma ação de suma importância dentro
da estrutura administrativa da nossa Marinha do Brasil que é o sistema de custos.

Então, bons estudos!

Até a próxima aula!

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Observação: Este guia de estudo é um extrato da referência bibliográfica abaixo relacionada.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

SGM-307. Normas sobre o Sistema de Custos da Marinha do Brasil. 1ª Edição. Brasília, 2020.
Cap 1. Disponível em: <http://sgm.mb/?q=normas> Acesso em: 14 jul. 2020.

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