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1 – INTRODUÇÃO
Primeiramente esclarecemos que para montar o Sistema de Custos deve adotar os conceitos e
a prática da contabilidade de custos e gerencial, observadas as características e peculiaridades
da empresa e dos respectivos “centros de responsabilidades” ou “centros de custos”.
O Sistema de Custos bem estruturado faz a integração entre as diversas fazes do processo,
alocando custos e despesas de forma a permitir uma apuração de resultados, por centro de
custos, automaticamente, sem haver necessidade de novas alimentações e/ou mudança nas
rotinas de trabalho.
Os “centros de custos” são alimentados com alocações diretas ou por meio de apropriações.
Por exemplo, custo de vendas de determinado produto poderá ser alocado diretamente na
conta que representa custo deste produto. Já a conta de energia elétrica, telefone, parte dos
salários, por exemplo, carecem de rateios, cujos percentuais são definidos por meio de
consenso entre os responsáveis por cada “centro de custos”.
Os gerentes de centros de lucros, por outro lado, se responsabilizam por receitas e custos. O
gerente de uma agência bancária, de uma loja comercial ou mesmo de um restaurante é
considerado gerente de centros de lucros.
Para planejar e controlar as operações das unidades que dirigem, os gerentes de centros de
lucros utilizam “toda” a análise da variação do lucro; os gerentes de centros de custos, apenas
a parte referente a custos. Contudo, tanto os gerentes de centros de lucros como os de
centros de custos exigem informações mais detalhadas a respeito dos custos esperados e dos
custos reais, do que as que são apresentadas em uma análise da variação de lucro.
Quando uma empresa tem por objetivo avaliar o desempenho e controlar os custos de suas
diversas áreas, ela geralmente é organizada através desses centros de responsabilidade – que
são unidades organizacionais pelas quais alguém é responsável. Por exemplo, o centro de
responsabilidade administrativo subdivide-se em departamentos (processamento de dados,
contabilidade, tesouraria etc.). O centro de responsabilidade de produção subdivide-se em
fábricas, cujos gerentes atribuem responsabilidade aos chefes de departamentos (montagem,
logística, controle de qualidade etc.). O centro de responsabilidade de marketing subdivide-se
em departamentos (regionais de vendas, propaganda e promoção, pós-venda etc.).
O objetivo deste procedimento é apresentar como esses centros de custos e de lucros podem
ser estruturados de uma forma efetiva.
Em centros de custos, os gerentes são responsáveis pelo custo de uma atividade para a qual
existe um relacionamento bem definido entre o que é consumido e o produto gerado. Os
centros de custos são constituídos por setores ou áreas da empresa, que executam atividades
homogêneas e permitem a apuração dos custos dessa atividade.
2.1.1 – EXEMPLO
A identificação e o tratamento a ser dado aos respectivos gastos (custos mais despesas) devem
levar em consideração as necessidades posteriores de análise do ponto de vista gerencial e de
controle. Com esse objetivo, a classificação pode ser mais detalhada. Por exemplo, no caso do
setor de pintura citado anteriormente, poderíamos subdividi-lo em pintura de peças
pequenas, médias e grandes.
Na área comercial, o setor de vendas poderia ser classificado por região ou distrito de vendas
e, talvez, por linha de produto (produtos de higiene pessoal, de limpeza etc.). Na área
administrativa, a contabilidade poderia ser dividida em contas a pagar, receber, custos, folha
de pagamento e contabilidade geral (demonstrações financeiras).
Para elaborar a classificação dos centros de custos, é importante que ela seja consistente com
a estrutura da organização; trata-se de classificação bastante livre que deve ser definida
especificamente para cada empresa, de acordo com as condições, peculiaridades e
conveniências de cada uma, e que reflita uma decisão conjunta entre o responsável pelo custo
e a administração.
Para os centros de custos, é recomendável que apenas os dois últimos sejam controlados e, se
possível, separadamente. Essa separação é importante, pois auxiliará na análise das variações
e explicações do seu comportamento.
Assumindo que essa recomendação seja aceita, teremos a apuração dos três componentes
separadamente e estaremos aptos a responder perguntas quanto ao custo de produção
(material direto, mão de obra direta e custos indiretos de fabricação) e às despesas comerciais
e administrativas.
Uma vez aprovada a classificação dos centros de custo, ela deve ser comunicada a todos os
setores da empresa, de forma que todos tenham conhecimento de como se pretende apurar e
controlar os gastos (custos e despesas). A indicação do número do centro de custo passa a ser
obrigatória em toda documentação destinada a indicar um custo ou despesa. Nesta etapa, a
contabilidade geral ou de custo passa a desempenhar a tarefa importante de treinar os
envolvidos nessa classificação.
Facilitaria bastante o entendimento se a separação fosse aplicada por grupos. Exemplo: grupo
A – produção, B – comercial e C – administrativo. O setor de estamparia seria 100, o de pintura
110, o de peças pequenas 111, médias 112 e grandes 133.
A próxima etapa de responsabilidade da contabilidade consiste em efetuar a classificação por
natureza, ou seja, atribuir uma classificação adicional ao centro de custo, por exemplo:
Na estruturação da lista dos custos por natureza é importante que ela inclua uma indicação
que permita distinguir os custos variáveis (ou proporcionais) dos custos fixos. Seguindo o
exemplo, teríamos a classe 8 reservada aos custos fixos.
111.80 – Depreciação
111.81 – Aluguéis
111.82 – Seguros
Assumindo-se que o plano de contas esteja estruturado dessa forma, a apuração dos custos
(dos principais elementos) por setor poderia ser efetuada mensal ou diariamente. A legislação
fiscal deixa a critério da empresa decidir pela apuração diária desses custos, na dependência
da complexidade de sua obtenção, principalmente quanto à folha de pagamento. A apuração
mensal é obrigatória para fins do custeio por absorção, incluindo os custos fixos e variáveis. A
separação proposta na classificação por natureza dos custos fixos contribuirá
significativamente na análise do comportamento dos custos unitários.
4 – CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS POR CENTROS DE CUSTOS
1) Centros Produtivos
Etc.
Natureza
Total MDO
30 Material de manutenção
31 …………………
80 Depreciações
81 Aluguéis
82 Seguros
83 ……………….
Manutenção
Controle de qualidade
Etc.
Nota LegisWeb: A mesma classificação citada, porém excluindo a mão de obra e encargos
diretos.
3) Centros comerciais
Vendas
Região A
Região B
Propaganda
Produto A
Produto B
Natureza
10 Salários
12 Encargos
35 Despesas de viagens
38 Material de propaganda
4) Centros administrativos
Contabilidade Geral
Contas a Pagar
Contas a Receber
Tesouraria
Recebimentos
Pagamentos
10 Salários
12 Encargos
35 Despesas de viagens
5 – CENTROS DE LUCROS
Essa análise dos dois componentes essenciais do custo do produto (mão de obra direta e custo
indireto de fabricação), proposta anteriormente, é ainda mais importante e fornece uma maior
segurança se for efetuada comparativamente com o orçamento ou mesmo com os períodos
anteriores.
As comparações para os centros de custos são efetuadas sem maior complexidade. O mesmo
não ocorre com os centros de lucros. Como dissemos, não existe maneira fácil de avaliar o
desempenho em um centro de lucro. Grande parte da avaliação termina sendo uma questão
de julgamento. Independentemente do processo escolhido, seu objetivo deve ser simples e
deve medir o desempenho de tal forma que motive os empregados a trabalhar visando o que é
melhor para a companhia, comparando o desempenho com os padrões ou com o orçamento.