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Universidade Lusíada – Norte, VNF

Análise Contabilística de Custos


CENTROS DE CUSTOS
A distribuição dos Encargos Gerais de Fabrico por
produtos ou serviços é bastante difícil, especialmente
quando na mesma secção da empresa se fabricam
diversos produtos.
Para limitar os problemas daí decorrentes, a repartição
do Encargos Gerais de Fabrico deverá ser feita por
departamentos ou setores que correspondam a divisões
da atividade fabril. A unidade fabril deverá então ser
dividida em:
- Centros de produção
- Centros de custos
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Centros de Produção – correspondem à divisão
real da atividade da empresa, em setores
produtivos (associados à atividade produtiva) e a
outros setores ligados a outras funções da
empresa (não associados a atividades
produtivas).
Os centros produtivos ou de trabalho,
constituem os:
- Centros Principais
- Centros Auxiliares
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Centros Principais – estes centros estão
diretamente ligados com a produção,
sendo nestes centros que a produção é
realizada.
Centros Auxiliares – estes centros apenas
estão ligados à produção através dos
centros principais, na medida em que
contribuem para a produção destes.
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Centros de Custos – é a unidade elementar da empresa.
Pode ser uma secção, um departamento ou uma
subdivisão deste, um grupo de máquinas, ou um
conjunto de trabalhadores, ou de ambos, uma única
máquina e a sua capacidade operativa, qualquer outra
unidade ou atividade em que se subdivide a fábrica ou
outra unidade operacional com o objetivo de alocar
custos.
Os centros de custos subdividem-se em:
- centros de custos reais
- centros de custos fictícios
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Centros de custos reais – é um centro de custos
que se identifica com um centro de produção,
englobando toda a atividade desse centro. Se a
cada secção ou departamento correspondesse
uma conta onde se fizesse todo o movimento, a
débito dos encargos suportados e a crédito pela
transferência dos bens produzidos, teríamos um
centro de custos real.
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Centro de custos fictício – nem sempre há
coincidência dos centros de custos com os
centros de produção, porque por razões de
gestão, poderá ser necessário obter informação,
sobre alguma parte de um centro de custos real,
como por exemplo o custo de um determinado
equipamento, ou o consumo de mão de obra
direta. Neste caso estamos perante um centro
de custos fictício.
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O método das secções homogéneas
Uma secção homogénea é uma secção real da
empresa, constituída por um agrupamento de
meios concorrendo para o mesmo fim, cuja
atividade pode medir-se em unidades físicas,
designadas de unidade de obra.
Unidade de obra – é a unidade elementar que se
utiliza para medir a produção de um centro.
Unidade de custeio – é a expressão monetária
da unidade de obra.
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Para que um centro de custos seja considerado
uma secção homogénea é necessário que se
reúnam as seguintes condições:
- o centro ser constituído por um agrupamento
de meios materiais concorrendo para o mesmo
fim;
- estar sobre a autoridade de um agente
responsável;
- a sua atividade possa ser medida, por um dado
volume de produção, quer principalmente por
um tempo de trabalho.
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O apuramento dos custos pelo método das secções
Os custos classificados por natureza, na Contabilidade Financeira,
são agora agrupados pelas diversas secções.
Os custos de funcionamento de uma empresa são repartidos pelas
secções previamente definidas.
A afetação de todos os custos a todos os centros designa-se de
REPARTIÇÃO PRIMÁRIA.
Após a repartição primária, é necessário efetuar a redistribuição dos
custos dos centros auxiliares, pelos centros principais. A esta
operação chama-se REPARTIÇÃO SECUNDÁRIA. Após esta operação
todos os custos dos centros auxiliares estão imputados aos centros
principais, apresentando as contas dos centros auxiliares, valores
nulos.
Por último a REPARTIÇÃO FINAL, consiste em distribuir os custos
dos centros principais pelos produtos aí fabricados.
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A repartição dos custos que se apresentam agregados
normalmente criam alguns problemas, quando os
pretendemos imputar aos centros. Daí que seja
necessário criar bases de repartição, que deverão ser
negociadas, de forma a serem aceites.
Alguns exemplos:
- renda e depreciações de edifícios, em função da área
ocupada;
- seguros de equipamentos, proporcionalmente ao valor
dos equipamentos;
- consumos de eletricidade (iluminação), em função do
espaço ou em função dos utilizadores.
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Autoconsumos – sempre que uma secção
fornece serviços a ela própria estamos
perante uma situação de autoconsumo.
Nestes casos é necessário proceder à
eliminação do autoconsumo, considerando
que devem ser as outras secções a
suportar o custo da secção em
autoconsumo.
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As prestações recíprocas entre duas ou mais
secções
Acontece com frequência duas ou mais secções
estarem a prestar serviços entre si. Nestes casos
para se determinar o valor total de uma secção
é necessário recorrer a um sistema de equações,
cuja solução é o custo final da secção a repartir.
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Custeio Baseado nas Atividades (ABC)
O método ABC é um processo de repartir os encargos
gerais de fabrico pelas quantidades produzidas com base
nos benefícios que resultam de uma determinada
atividade indireta.
Este método procura, não apenas repartir os encargos
gerais de fabrico pelos custos dos produtos numa base
mais realista que o simples volume de produção, mas
também fazer ressaltar a relação existente entre os
encargos gerais de fabrico e as atividades que os
originaram.
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O sistema de custeio ABC foi introduzido nos finais dos
anos 70 do século XX, em resposta às insuficiências
decorrentes da imputação dos encargos de fabricação
(EGF), com base na mão de obra direta.
Se uma empresa fabril utilizar esta base para repartir os
encargos gerais de fabrico, geralmente de natureza
indireta, e se a mesma deixar de utilizar mão de obra
direta em resultado do processo de automação das
operações, a imputação daqueles gastos perde
grandemente significado.
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A atividade é entendida como um conjunto
de tarefas executadas ou a executar para
atingir um certo nível de resultados,
mediante o consumo de recursos.
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Como se faz a imputação dos encargos gerais de
fabrico às atividades?
1- Identificar as atividades principais da
organização, tais como movimentação de
matérias, compras, montagem.
2- Identificar os fatores que determinam os
custos de cada atividade – os “cost drivers”
(indutores de custos), que podem ser o número
de unidades compradas, o número de unidades
montadas, empacotadas ou expedidas.
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3- Agrupar os custos de cada atividade, que se
designam de “cost pools” e que são idênticos
aos centros de custos.
4- Imputar os encargos gerais de fabrico de
cada “cost pool” aos produtos com base na
respetiva utilização de cada atividade.
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Centros de Custos e Custeio ABC
Bibliografia recomendada:
Contabilidade Analítica e Gestão – Maria Hélder
Martins Coelho – pontos 5.3 e 5.4
Contabilidade de Gestão – António Pires Caiado –
Capítulo VI
Contabilidade Analítica – Carlos Caiano Pereira e
Victor Franco – Capítulo V

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