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BRASILEIRO
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Introdução
Estima-se que sejam faladas cerca de 6000 a 7000 línguas ao redor do mundo.
Entre essas, apenas 50 a 100 línguas possuem os sons do /th/. Algumas línguas, como
por exemplo o inglês, possuem os dois sons do /th/, sonoro [ð] e surdo [θ], outras
possuem apenas um som ou outro. Sendo assim, podemos afirmar que os sons θ e ð
não são comuns na grande maioria das línguas faladas no mundo.
A língua portuguesa é uma dessas línguas em que nenhum desses dois sons são
produzidos. Portanto, é muito natural que falantes do português como L1 tenham
dificuldades em fazer os sons do /th/ de modo perfeito. Algumas pessoas
conseguem. Já outras poderão passar anos para conseguir ou nunca conseguirão.
A área do ensino de segunda língua (ESL) recebeu uma das primeiras
contribuições em pesquisas em 1953, quando Weinreich comparou como funciona o
sistema da língua e disse que a interferência da língua materna era responsável pela
não aquisição de algumas estruturas da segunda língua (L2). No que tange à
fonologia, isto quer dizer que o aprendiz de L2 não seria capaz de produzir os sons
que não acontecem em sua língua materna, pois ele não consegue fazer distinção das
características dos mesmos. Além disso, Robert Lado (1957) argumenta que a
transferência entre as propriedades da primeira língua (L1) e a segunda língua (L2) é
um fator determinante na aprendizagem de uma L2. A pouca capacidade do aprendiz
de perceber os distintos sons na L2 está relacionada com o processo de aquisição de
um sistema fonológico diferente. Portanto, os elementos semelhantes ou parecidos
da L1 e L2 são mais fáceis de serem adquiridos enquanto que os elementos diferentes
são mais difíceis ou até mesmo impossíveis de aprender.
“Certainly transfer is one of the explanations of why Brazilian EFL learners have
problems to acquire the th phonemes, since /θ/ e /ð/ are nonexistent in the
Portuguese inventory “
(REIS, 2010)
De acordo com um estudo publicado por Flege (1987), o aprendiz de uma L2 faz
adaptações ao aprender fonemas que não estão presente na sua L1, ou seja, sempre
poderia tentar encontrar um som da L2 equivalente parecido ao da sua L1, e assim
poderia substituí-lo, causando um desvio. Como o fonema do ‘th’ não existe no
português, há uma tendência dos aprendizes brasileiros em substituir esses sons.
Resumidamente, pesquisas apontam que os aprendizes buscam construir o
sistema sonoro da L2 com base no sistema da sua L1. E isso dificulta a aquisição das
estruturas que diferem entre a L1 e a L2.
a) existência de uma adaptação fonológica do /th/ sonoro [ð] para uma semelhança
com os sons /d/, /z/ e /v/ do português;
b) existência de uma adaptação fonológica do /th/ surdo [θ] para uma semelhança
com os sons /s/, /f/ e /t/ do português;
c) existência de uma adaptação fonológica com a produção de um único som que dê
contas das variantes surda[θ] e sonora[ð];
3 – Metodologia
4 - Resultados Esperados
5 - Discussão