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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS – UFT


CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE PALMAS – CUP
CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS
LABORATÓRIO DE OPERAÇÕES UNITÁRIAS

JESSICA DURÃES SOUSA


2014213181

RELATÓRIO
DETERMINAÇÃO DE VAZÃO E REGIME DE ESCOAMENTO
17/08/2023

Palmas – TO
2023
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1. SIMBOLOGIA E NOMENCLATURA

𝑅𝑅𝑅𝑅 é Reynolds
𝜌𝜌 é densidade do fluido
𝑣𝑣𝑣𝑣 é velocidade terminal
𝐷𝐷 é diâmetro
𝜇𝜇 é viscosidade
Vt é a velocidade terminal da partícula

2. INTRODUÇÃO

A vazão é a terceira grandeza mais medida nos processos industriais. As


aplicações são muitas, indo desde aplicações simples como a medição de vazão de água
em estações de tratamento e residências, até medição de gases industriais e combustíveis,
passando por medições mais complexas.
A medição de vazão de fluidos sempre esteve presente em nosso dia-a-dia. Por
exemplo: o hidrômetro de uma residência, o marcador de uma bomba de combustível nos
veículos, etc.
Na História, grandes nomes marcaram suas contribuições. Em 1502, Leonardo da
Vinci observou que a quantidade de água por unidade de tempo que escoava em um rio
era a mesma em qualquer parte, independente da largura, profundidade, inclinação e
outros. Mas o desenvolvimento de dispositivos práticos só foi possível com o surgimento
da era industrial e o trabalho de pesquisadores como Bernoulli, Pitot e outros.
Para a realização deste trabalho iremos utilizar a fórmula de vazão volumétrica
𝑣𝑣
𝑉𝑉
𝑡𝑡
onde v é igual ao volume de água em litros (intervalos já determinados no equipamento)
e t é igual ao intervalo de tempo ao qual a água atingiu este volume. Para determinarmos
o tempo fizemos uso de um cronômetro digital.
Fluidos são substâncias que são capazes de escoar e cujo volume toma a forma de
seu recipiente. Quando em equilíbrio, os fluidos não suportam forças tangenciais ou
cisalhantes, podendo se deformar continuamente sob a aplicação de uma tensão de
cisalhamento por melhor que seja tal tensão. Todos os fluidos possuem um certo grau de
compressibilidade e oferecem pequenas resistência à mudança de forma, a viscosidade.
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Quando a viscosidade age no fluido no sentido de amortecer a tendência de


surgimento da turbulência, tem-se um escoamento laminar. As partículas do fluido
movem-se ao longo de trajetórias bem definidas, apresentando lâminas ou camadas, cada
uma delas preservando sua característica no meio.
O escoamento laminar ocorre geralmente a baixas velocidades e em fluidos que
apresentem grande viscosidade. O que garante a organização das partículas do fluido
durante o movimento são as tensões viscosas entre as várias camadas do fluido, as forças
devido a estas tensões são grandes o suficiente para conter as forças inerciais.
Em contrapartida se as partículas do fluido não se movem ao longo de trajetórias
bem definidas, ou seja, se as partículas descrevem trajetórias irregulares, com movimento
aleatório, tem-se um escoamento do tipo turbulento, em que geralmente encontra-se
fluidos com baixa viscosidade. As forças viscosas são pequenas em relação às inerciais,
não sendo capazes de manter o escoamento ordenado entre as camadas.
Reynolds observou que o tipo de regime de escoamento em um tubo é função de
alguns parâmetros como a viscosidade cinemática do fluido (µ) e velocidade média (v),
além disso propôs que tipo de escoamento está relacionado às forças inerciais (Fi) e
viscosas (Fµ):
𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷
𝑅𝑅𝑅𝑅 = 𝜇𝜇
(1)

Onde D é o diâmetro do tubo e, tal como μ, está relacionado às forças viscosas, e ρ é a


massa específica, relacionada às forças inerciais, tal como V.
Fazendo-se o estudo do número de Reynolds, conclui-se que em números de
Reynolds relativamente altos, o escoamento tende a ser turbulento, pois neste caso, as
forças inerciais se sobressaem sobre as viscosas, enquanto que com Re mais baixos, tem-
se o escoamento laminar com forças viscosas mais intensas que as inerciais.
Em um tubo rugoso quando Re > 4000 tem- se um escoamento turbulento. Para
Re < 2300, laminar. A faixa entre 2300 < Re < 400, descreve um escoamento de transição,
onde podem ser observadas características dos dois tipos de escoamento.

3. OBEJTIVOS
O experimento tem como objetivo determinar a vazão e o regime de escoamento
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3.1. OBJETIVOS ESPECIFICOS


• Definir os equipamentos e instrumentos a utilizar para medir o tempo de
bombeamento e volume;
• Determinar o diâmetro do tubo utilizado;
• Relacionar o volume de liquido bombeado com o número de “Strokes” e a fração
da capacidade da bomba.

4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Materiais
São utilizados neste experimento:
• Bomba dosadora Model: BL20
• Cronometro
• Paquímetro
• Proveta
• Termômetro
• Água
• Becker
• Reservatório

4.2 Métodos
Após a determinação de todos os matérias que seriam necessários para utilização
no experimento, o tubo da bomba dosadora foi inserido na proveta de 250 mL. A bomba
foi ligada em três capacidades diferentes (30%, 50% e 80%) e em três tempos diferente
(60s, 40s e 30s), após atingir a condição que foi estabelecida, foi observado na proveta a
quantidade de água coletada e então anotamos os seguintes dados tempo em que o
cronometro foi desligado junto com a bomba dosadora, número de Strokes, quantidade
de água na proveta. O experimento foi repetido três vezes para cada condição. Para medir
a temperatura, com o auxílio de um Becker foi coletado uma quantidade de água e foi
inserido um termômetro, a temperatura foi anotada juntos com os demais dados.
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5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
O experimento foi realizado em triplicata, essas médias estão descritos nas tabelas
1, 2 e 3, de acordo com a capacidade da bomba, e o tempo. Para realização desse
experimento, foi calculado a vazão volumétrica pelas medidas obtidas como volume e
tempo necessário para os volumes.

Tabela 1 – Dados com a capacidade da bomba de 30%

ÁGUA
Volume Capacidade Diâmetro
REPETIÇOES Tempo Stroke
(ml) da bomba do tubo
A1 60,01 48 148 30% 5,500
A2 61,52 48 142 30% 5,500
A3 60,56 49 152 30% 5,500
MÉDIA 60,69 48,333 147,333 - -
Fonte: Autor, 2023.

Tabela 2 – Dados com a capacidade da bomba de 50%

ÁGUA
Volume Capacidade Diâmetro
REPETIÇOES Tempo Stroke
(ml) da bomba do tubo
A1 40,35 52 164 50% 5,500
A2 42,45 50 144 50% 5,500
A3 45,23 54 174 50% 5,500
MÉDIA 42,67 52 160,666 - -
Fonte: Autor, 2023.

Tabela 3 – Dados com a capacidade da bomba de 80%

ÁGUA
Volume Capacidade Diâmetro
REPETIÇOES Tempo Stroke
(ml) da bomba do tubo
A1 30,96 55 168 80% 5,500
A2 31,64 53 176 80% 5,500
6

A3 30,94 56 170 80% 5,500


MÉDIA 31,18 54,666 171,333 - -
Fonte: Autor, 2023.

A Temperatura da água obtida no experimento foi de 26,0ºC. Utilizando a tabela


A-7 de propriedades da água do livro Mecânica dos fluidos de Fox MacDonalds, para
obter os dados descritos no quadro 1 abaixo:

Quadro 1. Propriedades da água

Temperatura (t°) Densidade Viscosidade


26,0 ºc 997,17 8,7268x10-4
Fonte: Autora, 2023

O diâmetro do tubo encontrado com o auxílio de um paquímetro foi de 5,36x10-3


, com os valores obtidos através da tabela A7, foi possível calcular o Reynolds, segue os
cálculos abaixo:

𝑉𝑉 1,47𝑥𝑥10−4 𝑚𝑚3 𝑚𝑚3


𝑄𝑄 = = 2,44𝑥𝑥10−6
𝑡𝑡 60,28𝑠𝑠 𝑠𝑠

3
−6 𝑚𝑚
𝑄𝑄 2,44𝑥𝑥10 𝑠𝑠 = 0,10 𝑚𝑚
𝑣𝑣 = =
𝐴𝐴 5,36𝑥𝑥10 )2
−3
𝑠𝑠
𝜋𝜋(
4

𝜌𝜌 𝜗𝜗𝐷𝐷 997,17 ∗ 0,10 ∗ 5,36𝑥𝑥 10−3


𝑅𝑅𝑅𝑅 = = = 612,461
𝜇𝜇 8,7268 𝑥𝑥 10−4

Tabela 4. Resultados

Capacidade Média Vazão Vazão Vel. Re Regime


mássica volumétrica Média
30% Média 1 2,43x10-3 2,44x10-6 0,10 612,461 Laminar
50% Média 2 3,68x10-3 3,70x10-6 0,16 979,938 Laminar
80% Média 3 5,46x10-3 5,48x10-6 0,24 1469,9082 Laminar
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Observando os valores obtidos, vazões e velocidades médias maiores, possuem


valores de Re maiores, todos permaneceram em regime laminar. No gráfico abaixo
podemos observar no eixo y volume e no eixo x o tempo com relação ao “strokes” as
batidas da bomba. Entendemos que quanto menor o tempo maior o volume e maior a
frequência de batidas da bomba

Gráfico 1. Relação do tempo x volume x batidas da bomba

Tempo x volume x strokes


175

170

165

160

155

150

145
30 35 40 45 50 55 60 65

6. CONCLUSÃO

Concluindo que, com o seguinte experimento foi possível observar os


comportamentos das vazões quanto maior a vazão maior o número de Reynolds.
Ao observar o comportamento da bomba podemos concluir que quanto menor a
capacidade da bomba e maior o tempo o volume obtido é menor, sendo assim,
para uma bomba pistão quando é necessária uma dosagem maior é necessária
aumentar sua capacidade e diminuir o tempo.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BENNET, C. O., MYERS, J. E. Fenômenos de Transporte, Quantidade de Calor


e Massa, McGraw-Hill do Brasil LTDA, 1978.
MAEGAVA, Lidia Maria. Escoamento de soluções poliméricas: a redução do
arraste. Editora UNICAMP, 1986.
PORTO, Rodrigo de Melo. Hidráulica Básica. 4ª Edição. EESC USP.
POTTER, M. C., Wiggert, D. C., Mecânica dos Fluidos, terceira edição, editora
Thomson, p.222 a 226

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