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DESENVOLVIMENTO

1. CONVENÇÃO NATURAL

A transferência de fluidos em convecção forçada é facilmente observada, pois a


aplicação de um ventilador ou bomba pode transmitir força suficiente ao fluido para fazer
com que ele se mova em uma direção específica. Por outro lado, a transferência de fluidos em
convecção natural é frequentemente imperceptível devido às velocidades relativamente lentas
do fluido (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
O coeficiente de transferência de calor por convecção é grandemente impactado pela
taxa de velocidade: quanto mais rápida a velocidade, maior o coeficiente de transferência de
calor por convecção. As velocidades dos fluidos relacionadas à convecção natural são
conhecidas por serem baixas, geralmente inferiores a 1 m/s. Isto faz com que os coeficientes
de transferência de calor sejam menores na convecção natural em comparação com aqueles
encontrados na convecção forçada, apesar de muitos mecanismos de transferência de calor
serem projetados para condições de convecção natural, que não exigem o uso de
equipamentos para impulsionar o movimento do fluido (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).

1.1 MECANISMO FÍSICO DA CONVECÇÃO NATURAL

O principal método de transferência de calor em muitas aplicações comuns é a


convecção natural. Esse fenômeno é observado em vários casos, como no resfriamento de
aparelhos eletrônicos como transistores de potência, televisores e DVDs. Também está
presente em radiadores de aquecedores elétricos e a vapor, serpentinas de refrigeração e linhas
de transmissão, bem como na transferência de calor no corpo de animais e humanos. No caso
dos gases, a convecção natural é geralmente acompanhada por radiação de magnitude
comparável, exceto para superfícies que apresentam baixa emissividade (ÇENGEL;
GHAJAR, 2012).
É do conhecimento geral que um ovo cozido quente, ou mesmo uma batata cozida
quente, quando colocado num prato, acabará por arrefecer até à temperatura do ar que o
rodeia. Este processo é iniciado através da transferência de calor por convecção para o ar
circundante e radiação para as superfícies próximas. Ao desconsiderar a transferência de calor
por radiação, o processo físico real de resfriamento de um objeto quente, como um ovo, em
um ambiente mais frio pode ser explicado da seguinte maneira (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
Quando um ovo quente entra em contato com o ar mais frio, a temperatura na
superfície da casca do ovo diminui ligeiramente, enquanto a temperatura do ar próximo
aumenta devido à transferência de calor da casca para o ar. Consequentemente, uma fina
camada de ar mais quente se forma ao redor do ovo. O calor é então transferido desta camada
para as camadas mais externas de ar. Esse processo de resfriamento é gradual, pois o ovo está
sempre rodeado de ar quente e não está em contato direto com o ar mais frio e distante.
Embora possamos não perceber qualquer movimento de ar ao redor do ovo, medições
meticulosas revelariam o contrário (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
A densidade do ar ao redor do ovo é afetada pela sua temperatura; especificamente,
quanto maior a temperatura, menor a densidade. A densidade de um gás a pressão constante é
inversamente proporcional à sua temperatura. Portanto, existe um cenário em que um gás de
baixa densidade ou “leve” é englobado por um gás de alta densidade ou “pesado”, e as leis
naturais ditam que o gás leve aumentará. Isso é semelhante ao óleo subindo para o topo de um
molho para salada feito com vinagre e óleo (já que o óleo é menos denso). No entanto, a
expressão “o calor sobe” é uma caracterização incorreta deste fenômeno, pois é normalmente
interpretada como significando que o ar aquecido sobe. À medida que o ar quente próximo ao
ovo sobe, ele deixa uma lacuna que é preenchida pelo ar mais frio da área circundante. A
presença de ar mais frio ao redor do ovo acelera o processo de resfriamento, e esse ciclo de ar
mais quente subindo e ar mais frio fluindo para seu lugar continua até que a temperatura do
ovo corresponda à do ar circundante. A corrente de convecção natural é o resultado da
substituição constante do ar quente por ar mais frio no espaço proximal de um ovo. A
transferência de calor por convecção natural, por sua vez, é o resultado desta corrente de
convecção. É importante notar que na ausência desta corrente de convecção natural, a
transferência de calor do ovo para o ar circundante dependeria apenas da condução, o que
resultaria numa taxa muito menor de transferência de calor do ovo (ÇENGEL; GHAJAR,
2012).
O fenômeno da convecção natural tem igual eficácia no aquecimento de superfícies
frias em ambientes quentes, assim como no resfriamento de superfícies quentes em ambientes
frios.
Na presença de um campo gravitacional, qualquer fluido leve colocado em um fluido
mais denso sofre uma força resultante que o impulsiona para cima. Essa força de propulsão
ascendente é conhecida como força de empuxo e é a força resultante exercida pelo fluido
sobre qualquer corpo que esteja parcial ou totalmente imerso nele. A magnitude desta força de
empuxo é equivalente ao peso do fluido que é deslocado pelo corpo. Em termos matemáticos,
isso pode ser expresso como o produto da densidade média do fluido (sem incluir o corpo), a
aceleração gravitacional e o volume da porção do corpo imersa no fluido (ou o volume total
do corpo se estiver completamente submerso no fluido). Na ausência de quaisquer outras
forças, a força vertical resultante que atua sobre o corpo é a diferença entre o peso do corpo e
a força de empuxo (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
O efeito de flutuabilidade pode ser elucidado examinando um ovo caído na água. Se a
densidade média do ovo for maior que a da água, indicando seu frescor, ele irá afundar no
fundo do recipiente. Por outro lado, se sua densidade for menor, o ovo subirá à superfície. Se
a densidade do ovo for igual à da água, ele irá parar em algum lugar dentro da água,
totalmente submerso, comportando-se como um objeto sem peso no espaço. Isso acontece
quando a força de empuxo ascendente exercida sobre o ovo é equivalente ao peso do ovo
puxando para baixo (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
O impacto da flutuabilidade é de longo alcance e significativo para a vida. Um dos
efeitos mais cruciais da flutuabilidade é a transferência de calor, pois sem ela, as superfícies
quentes ou frias apenas transfeririam calor por condução, em vez de convecção natural. A
flutuabilidade é responsável pelas correntes de convecção naturais observadas nos oceanos,
lagos e na atmosfera. Além disso, a flutuabilidade é o que permite que barcos leves e navios
de guerra pesados, feitos de aço, permaneçam flutuando na água. O princípio por trás do
projeto de navios baseia-se na ideia de que o peso e o conteúdo do navio devem ser
equivalentes ao peso da água que é deslocada pelo volume submerso do navio. O "efeito
chaminé", que resulta no movimento ascendente de gases de combustão quentes através de
uma chaminé, também é atribuído à flutuabilidade. A força ascendente que atua sobre os gases
na chaminé é diretamente proporcional à diferença entre a densidade dos gases quentes dentro
da chaminé e o ar externo mais frio. É importante notar que a gravidade é quase inexistente no
espaço, portanto, naves espaciais cheias de ar atmosférico não podem ter calor transferido por
convecção natural (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
A taxa de fluxo do fluido tem um impacto direto na magnitude da transferência de
calor por convecção natural entre o fluido e a superfície. À medida que a taxa de fluxo se
intensifica, também aumenta a taxa de transferência de calor. Notavelmente, o coeficiente de
transferência de calor aumenta em ordens de grandeza quando a convecção forçada é
empregada com vazões muito altas. Ao contrário da convecção forçada, a convecção natural
não utiliza ventiladores para regular o fluxo e, como resultado, o fluxo não pode ser
controlado externamente. Em vez disso, o fluxo é determinado pelo equilíbrio dinâmico que
existe entre flutuação e atrito (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
A força de empuxo surge da diferença de densidade entre o fluido próximo à superfície
que foi aquecido ou resfriado e o fluido em sua vizinhança. Esta força é diretamente
proporcional à diferença de densidade e à quantidade de espaço que o fluido mais quente
ocupa. É também um facto conhecido que uma força de atrito emerge na superfície de
contacto entre dois corpos que estão em contacto um com o outro, sejam eles sólido-sólido,
sólido-fluido ou fluido-fluido, sempre que se movem um em relação ao outro. . Essa força
oposta retarda o fluxo do fluido. Num estado de equilíbrio, o fluxo de ar gerado pela
flutuabilidade estabelece-se no ponto onde as duas forças estão em equilíbrio. À medida que
mais superfícies sólidas são introduzidas, a força de atrito aumenta, interferindo
significativamente no fluxo e na transferência de calor. É por isso que dissipadores de calor
com aletas pouco espaçadas não são adequados para resfriamento por convecção natural
(ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
A maioria das correlações de transferência de calor na convecção natural são
estabelecidas por meio de medições experimentais. Durante esses experimentos, o
interferômetro Mach-Zehnder é comumente empregado para exibir as isotermas da substância
que circunda a superfície. Os interferômetros funcionam com base no princípio de que,
quando a pressão é baixa, as linhas de temperatura constante do gás se alinham com suas
linhas de densidade constante e o índice de refração do gás é proporcional à sua densidade.
Como resultado, o grau de refração da luz no gás num determinado ponto é indicativo do
gradiente de temperatura naquela posição. As franjas de interferência geradas por um
interferômetro podem ser interpretadas como linhas de temperatura constante (ÇENGEL;
GHAJAR, 2012).
Em (a), o fluxo pode ser identificado como laminar devido às linhas regulares e
ininterruptas. Por outro lado, em (b), a presença de irregularidades e redemoinhos significa
um fluxo turbulento. Vale ressaltar que as linhas em ambos os casos estão localizadas mais
próximas da superfície, o que indica um maior gradiente de temperatura (ÇENGEL;
GHAJAR, 2012).
Ao discutir as forças verticais que afetam um elemento de volume diferencial, é
importante considerar vários fatores. Estes incluem as forças de pressão que se aplicam às
superfícies superiores e inferiores, bem como as tensões de cisalhamento nas superfícies
laterais. Embora possa haver tensões normais atuando nas superfícies superior e inferior, estas
são normalmente desprezíveis e, portanto, desconsideradas. Além disso, a força da gravidade
também deve ser levada em consideração, pois afeta a totalidade do elemento de volume
(ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
Tomando u 0, a equação do momento na direção x pode ser derivada como um caso
especial no fluido estacionário que existe fora da camada limite, usando a relação acima
mencionada (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
Como previsto, a pressão hidrostática num fluido imóvel varia com a altura, e esta
relação é facilmente obtida. Além disso, dado que a camada limite mostra v u, e, portanto, v/x
v/y 0, e que nenhuma força externa, incluindo a gravidade, atua na direção y, o equilíbrio de
forças nesta direção é descrito por P/y 0. Isso significa que qualquer mudança na pressão
normal à superfície é insignificante e, para um determinado valor de x, a pressão presente na
camada limite é idêntica à do fluido imóvel. Consequentemente, P P(x) P (x), e P/x P /x – r g.
Isso pode ser substituído na Eq. Depois (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).

1.1.1 Número de Grashof

Para estabelecer equações adimensionais que regem a convecção natural e suas


condições de contorno, é necessário dividir todas as variáveis, tanto independentes quanto
dependentes, por quantidades constantes adequadas ao problema. Isto inclui dividir todos os
comprimentos pelo comprimento característico Lc, todas as velocidades por uma velocidade
de referência V, que é arbitrária, mas deve satisfazer a definição do número de Reynolds como
V ReL n/Lc, e a temperatura por uma diferença de temperatura adequada, que é ( Ts-T ∞)
(ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
As equações para continuidade (Eq. 6-64) e energia (Eq. 6-66) derivadas no Capítulo 6
ainda podem ser aplicadas neste contexto, com o uso de variáveis adimensionais. No entanto,
a fórmula adimensional para a equação do momento será diferente devido à influência da
flutuabilidade. Utilizando os parâmetros mencionados acima e simplificando, a equação do
momento (Eq. 9-13) pode ser dimensionada (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
Na convecção natural, o número de Grashof cumpre a mesma função que o número de
Reynolds na convecção forçada. Isto significa que o número de Grashof serve como critério
principal para distinguir entre fluxo laminar e turbulento na convecção natural. Para placas
verticais, o número crítico de Grashof é aproximadamente 10(9) elevado à potência de 9.
Consequentemente, em uma placa vertical, o regime de fluxo transita para turbulência para
números de Grashof superiores a 10(9) (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
Quando um fluxo externo é aplicado a uma superfície, o problema abrange tanto a
convecção natural quanto a forçada. A importância de cada modo de transferência de calor é
determinada pelo coeficiente GrL/ReL 2 na Equação 9-14. Se GrL/ReL 2 for inferior a 1, o
impacto das forças de inércia é insignificante e os efeitos da convecção natural são
predominantes. Por outro lado, se GrL/ReL 2 for maior que 1, as forças de empuxo são
insignificantes e a convecção forçada deve ser levada em consideração. Se GrL/ReL 2 for
igual a 1, ambas as forças de inércia e de empuxo estão igualmente presentes, necessitando de
consideração dos efeitos da convecção natural e forçada. Nesta situação, o fluxo é
denominado convecção mista (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
1.2 CONVECÇÃO NATURAL SOBRE SUPERFÍCIES

A transferência natural de calor por convecção ao longo de uma superfície é


influenciada por múltiplos fatores. Esses fatores incluem a geometria e orientação da
superfície, bem como as propriedades termofísicas do fluido e a variação de temperatura na
superfície (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
A compreensão do mecanismo da convecção natural é abrangente, mas o intrincado
movimento dos fluidos torna bastante desafiadora a derivação de relações analíticas
descomplicadas para a transferência de calor. Embora existam algumas soluções analíticas
para a convecção natural, elas são de escopo limitado, uma vez que são derivadas de
suposições simplificadas e formas geométricas básicas. Consequentemente, com exceção de
alguns casos simples, estudos experimentais são utilizados para estabelecer correlações de
transferência de calor para convecção natural. Na literatura, existem muitas correlações de
complexidade e precisão variadas para qualquer forma geométrica, mas descreveremos a
seguir as mais utilizadas e conhecidas (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
O conceito de Grashof delineia a correlação entre a flutuabilidade e a viscosidade do
fluido. Da mesma forma, o número de Prandtl expõe a correlação entre difusividade térmica e
de momento. Consequentemente, o número de Rayleigh pode ser visto como a
proporcionalidade entre forças de empuxo, difusividades térmicas e momento (ÇENGEL;
GHAJAR, 2012).
As constantes numéricas C e n dependem do regime de fluxo e da geometria da
superfície, que são determinadas por uma faixa de números de Rayleigh. Normalmente, o
valor de n varia dependendo se o fluxo é laminar ou turbulento. A constante C, por outro lado,
normalmente tem um valor menor que 1 (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
A lei do resfriamento de Newton é usada para expressar a taxa de transferência de
calor de uma superfície sólida a uma temperatura uniforme (Ts) para o fluido circundante por
meio de convecção natural quando o número médio de Nusselt e o coeficiente de convecção
são conhecidos (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
1.3 CONVECÇÃO NATURAL EM SUPERFÍCIES ALETADAS E PCIs

A ocorrência de fluxo de convecção natural através de um canal criado por duas placas
paralelas, é um fenômeno frequente em situações práticas. Nos casos em que as placas estão
quentes (com Ts sendo maior que T∞), o fluido ambiente, que está em T∞, entra no canal pela
extremidade inferior, sobe à medida que aquece devido à flutuabilidade e sai do canal pela
extremidade superior. . As placas em questão podem ser PCBs de dispositivos eletrônicos
(placas de circuito impresso) ou aletas de dissipador de calor, que podem ser aproximadas
como isotérmicas (com Ts constante) ou com fluxo de calor constante s no primeiro e no
último caso, respectivamente (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
Sabe-se que as camadas limite se formam nas extremidades inferiores de superfícies
que se opõem umas às outras e eventualmente se fundirão no ponto central se as superfícies
forem verticais e de comprimento suficiente. Quando isso ocorre, o canal experimenta um
fluxo totalmente desenvolvido após a fusão das camadas limites, e a convecção natural é
então analisada como fluxo do canal. No entanto, se as placas forem curtas ou muito
espaçadas, as camadas limites das superfícies opostas nunca se fundirão e a presença da
superfície oposta não terá efeito na convecção natural sobre a superfície. Neste cenário, a
questão deve ser examinada como convecção natural a partir de duas placas independentes
num meio estacionário, utilizando as relações dadas para as superfícies, em vez de convecção
natural através de um canal (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).

1.3.1 Resfriamento por convecção natural de superfícies aletadas (Ts constante)

Os dispositivos eletrônicos geralmente requerem resfriamento para evitar


superaquecimento, e isso geralmente é conseguido através do uso de dissipadores de calor. O
calor dissipado por esses dispositivos é transferido para dissipadores de calor por condução de
calor e, em seguida, para o ar circundante por convecção natural ou forçada. O modo de
transferência de calor utilizado depende dos requisitos de dissipação de energia. A convecção
natural, que não requer peças móveis, como ventiladores, é preferida. No entanto, os
componentes podem operar a temperaturas mais elevadas sob convecção natural, o que pode
comprometer a sua fiabilidade. Para mitigar isso, os dissipadores de calor podem ser
selecionados cuidadosamente para diminuir a temperatura operacional dos componentes e
reduzir o risco de falha (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
Muitos estudos foram realizados sobre a convecção natural que ocorre em superfícies
verticais de formato retangular com aletas, principalmente por meio de experimentação. Em
1984, Bar-Cohen e Rohsenow reuniram os dados existentes para várias condições de contorno
e desenvolveram correlações tanto para o número de Nusselt quanto para o espaçamento
ideal. A medida padrão para o comprimento característico de aletas feitas com placas verticais
paralelas é a distância entre aletas adjacentes (S), embora a altura da aleta (L) também possa
ser utilizada (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
Um dissipador de calor com aletas pouco espaçadas terá uma área de superfície maior
para transferência de calor, mas um coeficiente de transferência menor devido à resistência
adicional que as aletas criam no fluxo de fluido entre elas. Por outro lado, um dissipador de
calor com aletas bem espaçadas terá um coeficiente de transferência mais alto, mas menos
área superficial. Assim, existe um espaçamento ideal que maximiza a transferência de calor
por convecção natural do dissipador de calor para uma área específica da base (onde W e L
denotam largura e altura da base do dissipador de calor, respectivamente, como mostrado na
Figura 9-21). Para dissipadores de calor verticais com aletas essencialmente isotérmicas e
pequena espessura de aletas em relação ao espaçamento das aletas S, o espaçamento ideal das
aletas é determinado por Bar-Cohen e Rohsenow (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).

1.3.2 Resfriamento por convecção natural de PCIs verticais ( s constante)

O alinhamento paralelo de placas de circuito impresso utilizadas em sistemas


eletrônicos pode frequentemente ser comparado a placas paralelas expostas a um fluxo
uniforme de calor, conhecido como qs (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
À medida que a altura da placa aumenta, também aumenta a temperatura, atingindo o
seu pico no ponto mais superior da placa. O número de Rayleigh modificado, que se refere à
distribuição uniforme de calor entre ambas as placas, pode ser formulado como tal (ÇENGEL;
GHAJAR, 2012).

1.3.3 Vazão mássica através do espaço entre as placas

Como afirmado anteriormente, a quantidade de calor transferida através da convecção


natural é diretamente proporcional à taxa com que o fluido flui. Este fluxo é determinado pelo
equilíbrio entre duas forças opostas: flutuabilidade e atrito (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
Os dissipadores de calor utilizam aletas para obter dois efeitos: gerar impulso
adicional ao aquecer as superfícies das aletas e impedir o fluxo do fluido, criando uma
obstrução extra no caminho do fluxo. O número de aletas pode aumentar ou diminuir a
convecção natural, dependendo do efeito dominante. A intersecção destes dois efeitos
determina o ponto em que o fluxo de fluido impulsionado pela flutuabilidade é estabelecido. A
introdução de superfícies mais sólidas leva a um aumento na força de atrito que pode
perturbar significativamente o fluxo e a transferência de calor. Em certas circunstâncias, o
aumento do atrito compensa o aumento do empuxo, levando em última análise a uma
diminuição da vazão e, consequentemente, a uma redução na transferência de calor. Como
resultado, dissipadores de calor com aletas pouco espaçadas são inadequados para
resfriamento por convecção natural (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
Se um dissipador de calor for composto por aletas bem espaçadas, os canais estreitos
formados entre elas podem causar bloqueio de fluido ou "asfixia", especialmente se o
dissipador de calor for longo. Este bloqueio pode neutralizar o efeito de qualquer impulso
adicional e comprometer a capacidade de transferência de calor do dissipador de calor.
Conseqüentemente, o dissipador de calor operará em temperaturas mais altas do que um
dissipador de calor desbloqueado com a mesma potência. Por outro lado, se as aletas
estiverem amplamente espaçadas, o bloqueio não aumenta significativamente a resistência ao
fluxo e as forças de flutuação têm precedência. Isto pode levar a um aumento na transferência
de calor por convecção natural, permitindo que o dissipador de calor opere em temperaturas
mais baixas para um determinado nível de potência (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
A utilização de superfícies estendidas, como aletas, para aumentar a transferência
natural de calor entre um fluido e um sólido necessita de um ajuste no fluxo do fluido que
envolve o sólido. Em particular, a flutuabilidade e as mudanças de fricção devem ser levadas
em conta. Esta técnica só tem mérito quando o consequente aumento no empuxo ultrapassa o
incremento de atrito que o acompanha. Ao examinar a convecção natural, não estamos
preocupados com quedas de pressão ou potência de bombeamento, pois não são aplicáveis
nesta situação. Assim, a avaliação da melhoria da convecção natural baseia-se unicamente na
sua capacidade de melhorar o desempenho da transferência de calor (ÇENGEL; GHAJAR,
2012).
Os componentes eletrônicos são suscetíveis a falhas a uma taxa quase exponencial à
medida que a temperatura operacional aumenta. Portanto, dispositivos eletrônicos que operam
em temperaturas mais baixas são mais confiáveis. De acordo com uma regra geral, a taxa de
falha dos semicondutores é reduzida pela metade para cada diminuição de 10°C na
temperatura operacional da junção. Os pesquisadores foram motivados a encontrar maneiras
de reduzir as temperaturas operacionais naturalmente, sem a necessidade de convecção
forçada (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).

1.4 CONVECÇÃO NATURAL EM ESPAÇOS FECHADOS

Uma quantidade significativa de perda de calor em uma residência típica é atribuída às


janelas. Se pudéssemos, nós os isolaríamos para economizar energia. O desafio, porém, é
encontrar um material isolante transparente. Ao analisar as condutividades térmicas dos
isoladores, fica evidente que o ar é um isolante mais eficaz do que outros materiais comuns.
Além disso, é transparente. Portanto, é lógico isolar as janelas com uma camada de ar. Para
conseguir isso, usamos um painel de vidro adicional para reter o ar, resultando em uma janela
de painel duplo. Espaços fechados que operam com um princípio semelhante incluem
cavidades de parede, coletores solares e câmaras criogênicas que apresentam cilindros ou
esferas concêntricas (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
Espaços fechados são frequentemente encontrados em aplicações práticas, e a
transferência de calor através deles é de interesse significativo. O processo de transferência de
calor em espaços fechados é complexo, pois o fluido dentro deles normalmente não é estático.
Ao lidar com um espaço vertical fechado, o fluido em contacto com a superfície mais quente
sobe enquanto o fluido em contacto com a superfície mais fria desce, criando um movimento
rotacional dentro do espaço fechado. Este movimento rotacional aumenta a transferência de
calor por todo o espaço, complicando ainda mais o processo de transferência de calor
(ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
A forma como o calor é transferido através de um espaço horizontal fechado depende
do posicionamento da placa mais quente. Se a placa mais quente estiver localizada no topo,
não haverá desenvolvimento de correntes de convecção dentro do espaço, pois o fluido mais
leve permanecerá sempre acima do fluido mais pesado. A transferência de calor neste cenário
é exclusivamente devida à condução, resultando em Nu 1. Por outro lado, se a placa mais
quente estiver localizada na parte inferior, o fluido mais leve empurrará o fluido mais pesado
para cima, fazendo com que ele suba até o topo e entre em contato com a placa mais fria,
resultando em resfriamento. Antes desta ocorrência, entretanto, a transferência de calor
também ocorre por condução pura, resultando em Nu 1 (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).

1.5 CONVECÇÃO NATURAL E FORÇADA COMBINADAS

Sempre que existe um gradiente de temperatura do fluido num campo gravitacional,


isso inevitavelmente leva à criação de correntes de convecção naturais, o que facilita a
transferência de calor. Como resultado, a convecção forçada é sempre acompanhada por
convecção natural (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
A transferência de calor por convecção forçada é normalmente caracterizada por
coeficientes de transferência de calor mais elevados do que a convecção natural devido ao
aumento da velocidade do fluido associado a ela. Embora a convecção natural esteja sempre
presente junto com a convecção forçada, ela é frequentemente ignorada na análise da
convecção forçada. Erros insignificantes em altas velocidades tornam aceitável descontar a
convecção natural, mas em baixas velocidades, isso deve ser levado em consideração.
Portanto, é essencial estabelecer padrões para avaliar a importância comparativa da convecção
natural em face da convecção forçada (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
Ao examinar um fluido específico, torna-se aparente que o parâmetro Gr/Re(2)
significa a importância da convecção natural em comparação com a convecção forçada. Esta
correlação não é surpreendente, uma vez que o coeficiente de transferência de calor por
convecção depende fortemente do número de Reynolds (Re) na convecção forçada e do
número de Grashof (Gr) na convecção natural (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
Quando se trata de transferência de calor, a convecção natural é o método preferido.
Isso porque dispensa o uso de ventiladores ou bombas, que podem gerar ruídos, vibrações e
consumir energia. Além disso, a convecção natural é adequada para resfriar dispositivos de
baixa potência que possuem superfícies estendidas, como dissipadores de calor. No entanto,
para dispositivos de alta potência, é necessário usar um ventilador ou bomba para manter a
temperatura operacional abaixo do limite máximo. Ainda assim, quando se trata de
dispositivos que possuem potência de saída muito alta, mesmo a convecção forçada pode não
ser suficiente para manter a temperatura superficial desejada. Nesses casos, a ebulição e a
condensação podem ser utilizadas para aproveitar os altos coeficientes de transferência de
calor associados aos processos de mudança de fase( ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
O meio ideal de transferência de calor é por convecção natural, pois não requer o uso
de nenhuma força externa como ventilador ou bomba. Contudo, a desvantagem deste modo de
transferência de calor é que os coeficientes de transferência de calor que surgem sob
condições normais de operação são mais baixos em comparação com aqueles observados na
convecção forçada. Em alguns casos, as taxas de transferência de calor por convecção natural
podem estar no mesmo nível ou até mesmo superar as taxas de transferência de calor por
convecção forçada, quando o sistema está operando em regiões de fluido próximas ao ponto
crítico ou supercrítico. O comportamento dos fluidos nessas regiões é diferente quando
comparado ao de estados distantes do ponto crítico. Mesmo pequenas modificações na
temperatura ou pressão nas proximidades do ponto crítico podem resultar em alterações
significativas nas propriedades termofísicas do fluido. Estas mudanças nas propriedades
termofísicas podem levar a mudanças substanciais nas taxas de transferência de calor por
convecção (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
A importância das altas taxas de transferência de calor nas áreas quase críticas e
supercríticas é amplificada pela crescente demanda por elas em diversas aplicações, como a
utilização de hélio na região quase crítica para resfriar bobinas eletromagnéticas
supercondutoras, incorporando supercondutores em equipamentos eletrônicos e de
transmissão de energia. , empregando hidrogênio supercrítico como fluido de trabalho para
foguetes nucleares e químicos, incorporando geradores de vapor supercrítico em usinas de
energia elétrica e utilizando metano como refrigerante e combustível para transporte
supersônico. Para prever a transferência de calor por convecção natural na região quase crítica
para fios horizontais e placas verticais, pode-se usar a fórmula desenvolvida (ÇENGEL;
GHAJAR, 2012).

1.5.1 Transferência de calor através de janelas

As janelas são aberturas nas paredes dos edifícios feitas de um ou mais painéis de
vidro ou plástico, uma moldura e sombreamento. No contexto das paredes externas de um
edifício, as janelas apresentam menor resistência à transferência de calor. Durante o inverno,
as janelas contribuem para 1/3 da perda total de calor numa casa típica, com a maior parte da
infiltração de ar ocorrendo nas bordas. Por outro lado, no verão, o ganho de calor solar
proveniente das janelas resulta em uma parcela significativa da carga de resfriamento de um
edifício. O impacto líquido das características e orientação de uma janela no equilíbrio
térmico de um edifício depende de dados meteorológicos e da radiação solar. A construção e
instalação de janelas exige muita mão-de-obra, pois uma vedação adequada nas bordas é
crucial para facilitar a abertura e o fechamento (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
As janelas são um componente indispensável de qualquer estrutura, apesar da sua
ineficiência energética. Desempenham funções importantes, como melhorar o apelo estético
do edifício, permitir a entrada de luz natural e calor e proporcionar uma vista exterior sem
necessidade de sair do interior. Para estruturas baixas, as janelas também servem como saídas
de emergência, especialmente durante incêndios. A seleção das janelas adequadas envolve
levar em consideração o conforto térmico e a conservação de energia. A janela ideal deve
oferecer excelente transmitância de luz e, ao mesmo tempo, fornecer resistência eficiente à
transferência de calor. Os edifícios podem reduzir os seus requisitos de iluminação
maximizando a utilização da luz natural. Para minimizar a perda de calor durante o inverno,
recomenda-se a utilização de janelas herméticas de vidro duplo ou triplo com películas ou
revestimentos espectralmente seletivos que permitam a maior radiação solar possível. Para
reduzir o ganho de calor e as cargas de resfriamento no verão, o uso eficaz de sombreamento
interno ou externo nas janelas é crucial (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
O processo de transferência de calor através de janelas é mais complexo do que
parece, mesmo quando não há radiação solar ou infiltração de ar. A moldura e o vidro
possuem estruturas e propriedades distintas, resultando em transferência de calor
bidimensional através da moldura e das seções das bordas do vidro adjacentes a ela. Ao
analisar a transferência de calor através de uma janela, normalmente são consideradas três
regiões: o centro do vidro, as bordas do vidro e as regiões da moldura, conforme demonstrado
na Figura 9-39. Portanto, a taxa global de transferência de calor através de uma janela pode
ser calculada adicionando a transferência de calor através de cada região ao fator U ou ao
coeficiente global de transferência de calor da janela. A área da janela é a própria janela, com
Acentro, Aborda e Aquadro representando as áreas do centro, borda e moldura da janela,
respectivamente. Ucentro, Uborda e Uquadro representam os coeficientes de transferência de
calor para o centro, bordas e moldura da janela (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
Ao examinar a transferência permanente de calor em um único painel de vidro, que
mede uma espessura de L e uma condutividade térmica de k, a rede de resistência térmica é
composta por três componentes. Esses componentes incluem as resistências superficiais
localizadas nas superfícies interna e externa, bem como a resistência de condução proveniente
do próprio vidro. Todos os três componentes são organizados em série para formar a rede
(ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
Ao utilizar uma espessura de 3 mm e um valor de condutividade térmica de 0,92
W/m.K para o vidro, juntamente com os valores de projeto de inverno para coeficientes de
transferência de calor nas superfícies internas e externas de 8,29 e 34,0 W/m²k, a resistência
térmica do vidro pode ser calculado (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
A contribuição da camada de vidro para a resistência térmica global de uma janela é de
aproximadamente 2%, o que pode ser considerado insignificante. Mesmo se substituíssemos o
vidro por acrílico, que tem uma condutividade térmica de 0,19 W/m·K, a diferença na
resistência térmica seria insignificante. Portanto, aumentar a espessura do vidro não reduzirá
efetivamente a transferência de calor através da janela. No entanto, podemos melhorar o
desempenho da janela incorporando um design de painel duplo que retém o ar entre duas
camadas de vidro. Este design tornou-se agora o padrão na construção de janelas,
proporcionando isolamento superior e eficiência energética (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
À temperatura ambiente, a condutividade térmica do ar é medida em 0,025 W/m.K, o
que é apenas uma fração da condutividade térmica do vidro. Especificamente, é 1/30 da
condutividade do vidro. Como resultado, uma camada estacionária de ar com 1 cm de
espessura tem uma resistência térmica equivalente a uma camada de vidro com 30 cm de
espessura. Se ignorarmos a resistência térmica das camadas de vidro, a janela de vidro duplo
tem fator U e resistência térmica (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
O valor de emissividade de uma superfície de vidro normal não revestida é 0,84. Por
outro lado, a emissividade efetiva de superfícies de vidro paralelas voltadas uma para a outra
cai para 0,72. No entanto, se essas mesmas superfícies de vidro forem revestidas com uma
película com emissividade de 0,1, a emissividade efetiva cai ainda mais para 0,05, que é 1/14
do 0,72 original. Como resultado, a transferência de calor radiativo diminui por um fator de
14 para superfícies com a mesma temperatura. Mesmo que apenas uma das superfícies seja
revestida, a emissividade total cai para 0,1, que é a emissividade do próprio revestimento. Não
é de admirar que aproximadamente 25% das janelas vendidas para residências tenham
revestimentos de baixa emissividade. A Tabela 9-3 fornece o coeficiente de transferência de
calor para o espaço entre duas camadas verticais paralelas de vidro, em espessuras de 6 mm e
13 mm, para diversas diferenças de temperatura e emissividades efetivas (ÇENGEL;
GHAJAR, 2012).
É comprovado que a aplicação de um revestimento de material emissivo a apenas uma
das superfícies paralelas voltadas uma para a outra resulta numa redução significativa da
emissividade até um grau quase insignificante. Portanto, do ponto de vista económico, é
normalmente mais aconselhável revestir apenas uma das superfícies (ÇENGEL; GHAJAR,
2012).
1.6 FATORES DE FORMA ENTRE SUPERFÍCIES INFINITAMENTE LONGAS:
MÉTODO DAS LINHAS CRUZADAS

Em aplicações práticas, muitas complicações surgem de geometrias que possuem


formato de seção transversal fixa, como canais ou dutos. No entanto, essas formas tendem a
ser excessivamente alongadas em uma direção em comparação com as outras. Como
resultado, estas geometrias podem ser convenientemente tratadas como tendo duas dimensões,
uma vez que há interação insignificante com qualquer radiação que passe através das suas
superfícies finais. Uma abordagem é modelar essas geometrias como infinitamente longas,
enquanto determina o fator de forma que existe entre suas superfícies usando o método de
linhas cruzadas de H. C. Hottel, que é surpreendentemente simples. Além disso, as superfícies
dessas geometrias podem ser irregulares, sejam elas convexas, côncavas ou de qualquer outro
formato.
Mesmo quando duas superfícies compartilham uma aresta, como em um triângulo, o
método de linha cruzada ainda pode ser utilizado. Isto é conseguido tratando a aresta
compartilhada como uma linha hipotética sem comprimento. Além disso, o método de linhas
cruzadas é aplicável a superfícies parcialmente obstruídas por outras superfícies, pois permite
que as linhas se curvem em torno das superfícies obstrutivas (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).

1.7 TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR RADIAÇÃO: SUPERFÍCIES NEGRAS

Nossa exploração até agora envolveu o aprofundamento nas características da


radiação, nas características da radiação dos materiais e nos fatores de forma. Agora, estamos
equipados para examinar a velocidade da transferência de calor radiativo entre superfícies. A
análise da troca de radiação entre superfícies é frequentemente complicada pela presença de
reflexão. Quando um feixe de radiação sai de uma superfície, ele pode sofrer múltiplas
reflexões, com reflexão parcial ocorrendo em cada uma, antes da absorção completa. O exame
é notavelmente simplificado quando as superfícies envolvidas são aproximadas como corpos
negros, pois a reflexão está ausente. Neste segmento, focaremos apenas na troca de radiação
entre superfícies pretas. Nossa análise de superfícies reflexivas será exposta na parte
subsequente (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
A taxa líquida na qual o calor radiativo é transferido de uma determinada superfície, i,
dentro do recinto depende da soma da taxa líquida de transferência de calor radiativo da
superfície i para todas as outras superfícies dentro do recinto (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
Quando o valor é negativo, indica que a taxa de transferência de calor radiativo é
direcionada para a superfície i, o que significa que a superfície i está ganhando energia de
radiação em vez de perdê-la. Também é importante notar que a taxa líquida de transferência
de calor da superfície para ela mesma é sempre zero, independentemente do formato da
superfície (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).

1.8 TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR RADIAÇÃO: SUPERFÍCIES DIFUSA E


CINZA
Quando se trata de salas compostas apenas por superfícies pretas, o exame da
transferência de radiação é relativamente simples. No entanto, na maioria dos cenários da vida
real, as salas consistem em superfícies não pretas que permitem o surgimento de múltiplos
reflexos. O estudo da radiação proveniente de tais invólucros torna-se extremamente
complexo, a menos que sejam empregadas certas suposições simplificadoras (ÇENGEL;
GHAJAR, 2012).
Para facilitar uma avaliação descomplicada da radiação, é prática frequente considerar
os exteriores circundantes como não transparentes, difusos e cinzentos. Essas superfícies são
emissores e refletores difusos e possuem características de radiação que não variam com o
comprimento de onda. Além disso, é necessário reconhecer que a temperatura de cada
superfície do invólucro é uniforme e que a radiação que entra e sai é uniforme em todas as
superfícies (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).

REFERENCIAL

ÇENGEL, Y. GHAJAR, A. Transferência de Calor e Massa. AMGH, EDITORA Ltda. 2012.

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