Unidade 01
HiSTÓRia dOS BaTiSTaS: uma breve introdução
introdução
Propomos, neste primeiro capítulo, compreender,
objetivamente, um dos aspectos mais relevantes na
historiografia da denominação Batista: os traços
históricos de sua origem na Europa, apontando
para os movimentos de transformação social
ocorridos naquela parte do mundo, sobretudo,
no início do século XVII. Depois da Europa e
dos Estados Unidos, os batistas alcançaram êxito
em sua inserção no Brasil, revelando estratégias
de expansão missionária a partir da cidade de
Salvador, como veremos no próximo capítulo.
Para compreender os primeiros movimentos
dos chamados batistas na Europa e no Brasil,
podemos nos apoiar nas análises de estudiosos
que procuraram compreender as intenções e
parte do pensamento daqueles pioneiros, que
Os traços históricos da origem dos batistas na europa
Para José dos Reis Pereira, “podem-se distinguir
três teorias a respeito da origem dos Batistas.
A primeira é a teoria JJJ ou Jerusalém-Jordão-
João. A segunda é a do parentesco espiritual
com os Anabatistas do século XVI. E a terceira
é a teoria da origem dos Separatistas ingleses
do século XVII”, (PEREIRA, p. 13). Após
analisar as duas primeiras teorias, o autor tece
breves considerações sobre a terceira, dizendo
que a terceira posição “afirma que os Batistas se
originaram dos separatistas ingleses, especialmente
aqueles que eram congregacionais na eclesiologia
e insistiam na necessidade do batismo somente de
regenerados”, (PEREIRA, p. 14). A terceira teoria
é a mais adequada, podendo ser sustentada por
documentos e estudos historiográficos, ajudando
a compreender a origem e parte da trajetória dos
batistas, desde o século XVI até os dias atuais.
Assim, buscando compreender esse processo
que caracteriza a origem dos batistas, deve-se
retroceder ao início do século XVII e observar
os movimentos religiosos ocorridos na Europa,
ou mais especificamente na Inglaterra e Holanda.
Para Israel Belo de Azevedo, que associa o
História, Princípios e Organizações Batistas
lançaram os alicerces de uma denominação
com mais de quatrocentos anos de existência
no mundo e que ultrapassou o seu primeiro
centenário entre os brasileiros.
É importante lembrar que, à medida que analisamos
os acontecimentos históricos, indicamos alguns
pontos fundamentais na compreensão doutrinária
dos batistas, como a ênfase na experiência
de conversão de pessoas que já alcançaram a
consciência de seus pecados e compreenderam
de forma racional a graça que se manifestou
11
em Jesus Cristo. Tais posições defendidas pelos
batistas, sobre a conversão pessoal e a prática
do batismo de adultos, diferem de convicções
assumidas por outras denominações também de
confissão protestante.
surgimento dos primeiros batistas na Europa
aos que experimentavam maiores dificuldades
sociais no contexto Inglês, a gênese do grupo
religioso e o seu avanço social “se deram numa
Inglaterra pré-revolucionária e revolucionária
em meio a uma feroz guerra civil, filha de
uma compreensão pré-moderna de liberdades
públicas”, (AZEVEDO, p. 75).
Azevedo entende que a Inglaterra do século
XVII precisou conviver com transformações
na sociedade e desdobramentos religiosos,
“chocando os ingleses, especialmente em função de
algumas idéias políticas e religiosas, consideradas
avançadas”, (AZEVEDO, p. 75). Como resultado
desse processo de transformações, as instituições
religiosas da época experimentaram rupturas e
outras adaptações, provocando o surgimento de
diversos grupos ou denominações religiosas de
confissão protestante, tornando a religião cristã
na Europa ainda mais diversificada em suas
práticas e rituais e menos homogênea em seu
pensamento teológico.
Partindo da análise do historiador Kenneth
Scott Latourette, os batistas são mencionados
Unidade 01
pela primeira vez na historiografia cristã quando
da organização da primeira igreja batista
entre os ingleses que foram para Amsterdã,
naquele período de profundas transformações
sociais, congregando religiosos que se diziam
História, Princípios e Organizações Batistas
separatistas. Após um período na Holanda,
um grupo de fiéis que confessava os princípios
cristãos reformados retornou para a Inglaterra,
dando origem ao primeiro grupo que ficou
conhecido, historicamente, como Batistas, segundo
historiadores do cristianismo.
Escreveu Kenneth Latourette sobre a origem de
tal grupo ou igreja: “Thomas Helwys, um dos
amigos de Symth, que depois rompeu com ele,
mas seguiu ‘armeniano’, fundou (1612) a que
parece ser a primeira igreja batista em solo inglês,
fora dos muros de Londres”, (LATOURETTE,
Tomo 2, p. 174-175).
12
E aqui cabe uma explicação: para os batistas na
atualidade, o conceito de igreja local significa um
grupo formado por religiosos que congregam na
mesma localidade, não existindo qualquer poder
hierárquico de alguma organização externa sobre
tal igreja, tendo a mesma a liberdade para orientar
os fiéis sobre temas doutrinários e tratar de
questões políticas, como a separação entre Igreja
e Estado. Por outro lado, a expressão separatista,
segundo Latourette, aplica-se a um grupo de
religiosos que se retirou da Igreja Anglicana (século
XVII) defendendo a independência e a autonomia
da igreja, não havendo qualquer vínculo com os
anabatistas. Para o historiador do cristianismo,
os separatistas inspiraram, posteriormente, os
congregacionais, dos quais os batistas herdaram a
forma administrativo-doutrinária.
Aquela primeira igreja local nomeada batista,
datada de 1612, professava os ensinamentos
arminianos, sendo considerada ascendente
espiritual dos Batistas Gerais de Bretanha. E
aqui temos outra explicação: para Latourette,
a expressão arminianos está associada à figura
de Jacob Armínio, um professor de teologia na
Universidade de Leiden, que defendia a salvação
do indivíduo a partir da graça de Deus, sem que
houvesse uma predeterminação divina (essa
predeterminação podia assegurar a salvação de
alguns, em detrimento de outros que não foram
eleitos divinamente). No contexto da Bretanha, os
Batistas Gerais defendiam uma posição teológica
semelhante aos arminianos, isto é, a existência do
livre-arbítrio, que colocava diante de cada pessoa a
responsabilidade da escolha pela vida eterna.
Assim, após o surgimento dos primeiros cristãos
denominados batistas, de origem inglesa, no início
do século XVII, originou-se outro grupo com
características religiosas semelhantes, que ficou
conhecido como Batistas Particulares. De acordo
com Reis Pereira, tal origem deu-se por volta
de 1633 e 1638. Tratava-se, no entanto, de uma
coletividade cristã com forte tendência calvinista.
Segundo estudiosos das instituições religiosas,
essa divisão entre Batistas Gerais (arminianos) e
Batistas Particulares (calvinistas) durou até o século
XIX, quando os dois grupos se uniram, formando
a União Batista da Grã-Bretanha e Irlanda.
Ainda no século XVII, por motivos de
perseguição religiosa, alguns batistas deslocaram-
se da Inglaterra para os Estados Unidos, num
período quando as colônias americanas estavam
em formação. Os conflitos entre cristãos datam da
Reforma religiosa ocorrida na Alemanha do século
XVI, quando católicos romanos e reformadores
se enfrentaram, tanto discursiva quanto
fisicamente. Com o movimento de Reforma
Protestante naquele período, parte da Europa
cristã confrontou-se em defesa de suas convicções
de fé e doutrinas. Nesse sentido, os confrontos
entre cristãos datam do século XVI, mas avançam
pelos séculos seguintes, como analisados no livro
Cristãos em Confronto: Brasil 1890-1960, que trata
dos embates entre intelectuais do catolicismo e
do protestantismo no contexto social brasileiro,
compreendendo o período que vai do final do
século XIX até parte do século XX. Mas essa é
outra parte da história do cristianismo, sobretudo,
no contexto de América Latina!
Deixando a perseguição religiosa para trás, os
protestantes dirigiram-se aos Estados Unidos em
formação, que já revelavam um contexto político-
religioso mais tolerante ao pluralismo religioso.
Nas colônias americanas, os batistas cresceram e
se desenvolveram, identificando-se com as classes
menos favorecidas da sociedade, inclusive, com os
negros escravos do Sul dos Estados Unidos.
José dos Reis Pereira escreve sobre a chegada
dos primeiros protestantes ao novo continente,
dizendo que,
muitos foram para a Holanda porém
o mais famoso desses grupos fugitivos

preferiu ir para a América do Norte,
cuja colonização estava nos seus
começos. Esse grupo era o dos ‘Pilgrim
Fathers’, os Pais Peregrinos, que fretou
um pequeno navio, o ‘May-flower’ e
desembarcou nas costas do atual Estado
norte-americano de Massachussetts em
1620. Os pais peregrinos chamaram
àquela região em que se estabeleceram
de Nova Inglaterra, saudosos que
estavam do torrão natal, apesar de toda
a perseguição. Ali se estabeleceram e ali
prosperaram, (PEREIRA, p. 53).
Pereira atribui a Roger Williams, um jovem idealista
chegado da Inglaterra, a fundação de uma das
colônias americanas, mas também a organização
Considerações
Historicamente, os batistas ou parte da liderança
denominacional não reconhece o surgimento
da coletividade religiosa a partir das Reformas
Religiosas ocorridas na Europa do século XVII.
Defendem que a denominação nomeada de batista
não se alinhou com os grupos religiosos que
protestaram contra a Igreja Católica, rompendo
com o clero romanista naquele período. Outros,
no entanto, entendem que os batistas são
identificados e nomeados após os movimentos
reformistas do protestantismo europeu. Dessa
forma, defendem alguns princípios que outras
Unidade 01
daquela que provavelmente tornou-se a Primeira
Igreja Batista em solo estadunidense, datada de
1639, conhecida como Primeira Igreja Batista de
Providence. Embora exista uma igreja com esse
nome na mesma localidade, é difícil estabelecer a
História, Princípios e Organizações Batistas
continuidade histórica entre aquela organizada por
Roger Williams (século XVII) e a atual Primeira
Igreja Batista de Providence (século XXI). Assim,
deixando a perseguição religiosa para trás, os
protestantes dirigiram-se aos Estados Unidos da
América, que estavam em formação, encontrando
um lugar mais tolerante aos pensamentos
religiosos, diferentemente da intolerância que
assolava parte da Europa do século XVII. Foi
naquele contexto americano que os batistas se
desenvolveram fortemente, enviando missionários
além das fronteiras dos Estados Unidos.
13
denominações protestantes também conservam,
como a liberdade de leitura e a interpretação da
Bíblia, não reconhecendo a voz autorizada do
papa, algo fundamental no catolicismo romano.
É importante lembrar, portanto, que os batistas
são identificados pela primeira vez no início do
século XVII, no contexto de uma Europa em
franca transformação social, dando significativa
ênfase ao batismo de pessoas adultas, conscientes
de seus pecados e confiantes na graça redentora
de Jesus Cristo.
Unidade 01

atividades

indicação cultural
História, Princípios e Organizações Batistas

Relembre de forma objetiva parte do conteúdo trabalhado no capítulo 01 de nossa apostila, assistindo ao
vídeo sobre a história dos batistas. Não se trata de um vídeo oficial da denominação, mas apresenta, de
forma agradável, um resumo muito próximo dos eventos históricos.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=pEN5fGjv-Jc>
Acesso em: 05/12/2013.

Sei responder

Quando e em que lugar os batistas foram nomeados pela primeira vez?

( ) No século XVII, na Europa.
14

( ) No século XIX, nos Estados Unidos.

( ) No século XVII, na América Latina.
( ) No século XX, no Brasil.

Questão de Reflexão

Procure responder a esta questão: qual a importância do batismo por imersão na origem dos batistas, a
partir do século XVII?

atividade de aplicação

Escreva numa ficha os principais eventos que fazem parte da origem dos batistas, de sua organização na
Europa até a chegada da denominação ao Brasil, no século XIX.

OS BaTiSTaS nO BRaSiL: estratégias expansionistas
introdução
Um dos princípios defendidos pelos batistas
e abraçado por suas organizações, sobretudo,
as missionárias, é o princípio do livre arbítrio.
Trata-se de uma posição ou uma convicção que
transfere para o indivíduo a escolha sobre o seu
presente, mas também sobre o seu futuro, quando
pode optar pela eternidade ao lado do Senhor
Jesus Cristo e do Pai Celeste. Mas para que o
indivíduo possa fazer tal escolha, a partir do seu
livre arbítrio e consciência, ele precisa conhecer as
Boas Novas de salvação em Cristo Jesus. E aqui
temos a base para a ênfase na evangelização e
Os batistas e as estratégias de expansão missionária no Brasil
Um dos primeiros documentos elaborados pelos
batistas no Brasil, indicando o processo de inserção
e desenvolvimento da denominação cristã, é a Ata
de organização da Igreja Batista em Salvador, na
Bahia, em outubro de 1882.
O documento, que registra as primeiras decisões
daquele grupo ao iniciar as suas atividades
religiosas, descreve:
Acta Primeira da secção de installação
da Primeira Igreja Baptista na cidade da
Bahia. No dia 15 de outubro de 1882 da
era christã estando presentes nesta cidade
da Bahia no logar denominado Canella, às
10 horas da manhã os abaixo assignados
membros da Igreja Baptista de Sta Bár-
bara, na província de São Paulo, tendo-
-se retirado d’aquella província para esta,
unir-se-ão a Igreja Baptista fazendo a sua
installação legalmente. São os seguintes:
Senr. Antonio Teixeira de Albuquerque,
Senr. Z. C. Taylor, Dª Catharina Taylor,
Senr. W. B. Bagby, Dª Anna L. Bagby.
Depois de installada a Igreja com os cin-
co membros supra menciondados, adop-
tamos unanimemente a Confissão de Fé,
chama-se The New Hampshire Confis-
são de Fé, como praticada geralmente pe-
las Igrejas Baptistas Missionárias. Adop-
Unidade 02
História, Princípios e Organizações Batistas
nos diversos projetos missionários desenvolvidos
pelas organizações missionárias da denominação
batista: a Junta de Missões Nacionais e a Junta de
Missões Mundiais.
Neste capítulo, desejamos apontar para a relevância
das organizações missionárias no contexto da
denominação batista, mas partindo de uma análise
das estratégias de expansão missionária, algo
que teve o seu início embrionário na cidade de
Salvador, no final do século XIX.
15
tamos o seguinte pacto: O Senr. Bagby foi
eleito por unanimidade de votos – Mode-
rador; o Senr. Antonio Teixeira de Albu-
querque – Idem – Secretario; O nome da
Igreja foi intitulado 1ª Igreja Baptista na
Bahia. Por unanimidade de votos, foi de-
signado o 2° domingo de cada mês para
Ceia do Senhor, depois da pregação as 11
horas da manhã – Foi designado que ha-
verá reunião da Igreja para oração e ne-
gócios da Igreja. Encerrada a secção, tem
em seguida Culto, Pregação do Evange-
lho e celebração da Ceia do Senhor. Eu
secretario a escrevi e assigno-me Antonio
Teixeira de Albuquerque. Bahia, 10 de
maio de 1883, (ATA DE ORGANIZA-
ÇÃO DA PRIMEIRA IGREJA BATIS-
TA EM SALVADOR, 1882).
O texto anterior, com redação original, é a
transcrição das primeiras decisões dos batistas no
Brasil, sendo a primeira Ata a ser elaborada logo
após a organização da igreja local naquela cidade.
Durante algumas décadas, a igreja organizada
em Salvador (1882) foi considerada a Primeira
Igreja Batista no Brasil, de acordo com decisão da
Convenção Batista Brasileira, na década de 1960.
O documento informa que aquela igreja local na
Bahia foi constituída com pessoas que já estavam
filiadas a outra igreja batista local, instalada em
Unidade 02
Santa Bárbara d’Oeste, no interior de São Paulo.
Cabe, portanto, uma explicação sobre a prática
de ingresso em determinada igreja batista,
objetivando entender a narrativa do documento:
História, Princípios e Organizações Batistas
naquele período, quando um indivíduo desejava
unir-se a uma igreja batista local, egresso de outro
grupo religioso ou não, deveria submeter-se ao
ato do batismo, isto é, ter o seu corpo imerso
em água, caracterizando o batismo por imersão.
O batismo por imersão, oficializado pelas igrejas
locais, acontecia em rios, lagos e nas praias do
litoral brasileiro. Posteriormente, as igrejas batistas
passaram a construir os seus próprios templos e
neles os chamados batistérios, que são tanques onde
os novos conversos são submetidos ao ato de
batismo. Com este ato, que não tem semelhança
com o sacramento do catolicismo romano, os fiéis
tornam-se membros de uma igreja batista local.
16
Quando o indivíduo já batizado por imersão
desejava sair de uma igreja batista local para outra,
o processo era mais administrativo, oficializando-
se a troca de um documento chamado Carta de
Transferência. Nesse caso, a igreja local que recebia o
novo membro solicitava uma Carta de Transferência
à igreja local a qual o indivíduo estava vinculado.
Após receber o pedido de transferência, esta igreja
elaborava a carta e enviava à igreja solicitante. Foi
assim com os membros da igreja batista na Bahia,
que estavam vinculados às igrejas em Santa Bárbara
d’Oeste, se transferiram para a novel igreja batista
em Salvador.
Ao considerar o nome que identifica a
coletividade religiosa, um dos pioneiros batistas
faz a seguinte afirmação:
como os seguidores de Christo foram
designados christãos por zombadores,
assim tambem o povo da nossa fé foi
chamado Baptista pelos seus opponentes,
porque rejeitou o baptismo infantil.
Como o nome christão, embora
inadequado, assim tambem o nome
Baptista, igualmente inadequado, pegou
e tornou-se titulo de honra. O povo
desta fé é mais antigo do que o seu nome
histórico, (CRABTREE, p. 06).
O pensamento exposto na citação é ratificado
pelas palavras de E. C. Routh, ao afirmar que “na
língua grega, a palavra baptizo, traduzida ‘batizar’,
significa ‘mergulhar’ ou ‘imergir’”, (ROUTH, p.
48). Assim, os batistas são aqueles que batizam,
mergulhando ou imergindo o corpo do fiel.
Voltando ao documento que conta da organização
da igreja em Salvador, percebemos que aquele
primeiro grupo citou e reafirmou os seus
princípios, contidos numa Confissão de Fé,
reconhecida pelos batistas dos Estados Unidos.
Tratava-se da Confissão de Fé de New Hampshire, que
foi adotada pelos batistas brasileiros. Tal Confissão
de Fé pode ser datada de 1833, sob a coordenação
do Rev. John Newton Brown (1803-1868).
Outro aspecto importante na trajetória dos batistas
no Brasil é entender a escolha da Bahia como
local estratégico para a expansão da coletividade
religiosa no contexto social brasileiro. Podemos,
então, questionar: por que a Bahia?
A resposta a essa questão – a escolha da cidade
conhecida hoje como Salvador como um centro
de expansão da coletividade batista – pode ser
encontrada em dois textos, que traduzem um
documento de 1881. A tradução do documento
foi realizada por dois missionários da Junta
de Richmond (Virgínia, Estados Unidos), que
desenvolveram atividades no Brasil, mas em
períodos distintos.
O primeiro missionário foi Asa Routh Crabtree,
que inseriu o texto em sua obra datada de 1937.
Sobre A. R. Crabtree, podemos dizer que pode ser
considerado um dos formadores do pensamento
batista brasileiro, sendo autor de 16 (dezesseis) obras
publicadas somente no Brasil. O outro missionário
que nos ajuda a compreender o processo de
inserção e desenvolvimento dos batistas no Brasil
é David Mein, que colocou o mesmo documento
traduzido em sua obra de 1982.
Ao escrever a Historia dos Baptistas do Brasil: até o
anno de 1906, Crabtree procurou esclarecer os
motivos da opção pela Bahia, no que ele mesmo
denominou de base de operações missionárias:
as considerações que determinaram
a escolha da antiga capital do país,
foram apresentadas pelo sr. Bagby e
incorporadas no relatório da Junta
de Richmond: ‘Cremos que o melhor
lugar para principiar é a Bahia. Com
excepção do Rio de Janeiro, é a maior
cidade do Império. Escolhemos a Bahia
por diversas razões: Primeiro, pela sua

grande população, sendo o numero
de habitantes mais ou menos 200.000.
Encontramos ali as massas do povo ao
alcance immediato. Segundo, a região
que cerca a cidade é muito povoada. É
campo de lavoura e mui productivo.
A população é mais sedentária que a
de vida pastoril. Terceiro, é ligada pelo
mar com outros pontos importantes;
por bahias e rios com grandes cidades
e villas e por duas linhas de estrada de
ferro com muitos lugares no interior.
Quarto, teremos tambem na Bahia um
campo quase desoccupado, enquanto no
Rio se acham seis ou oito missionarios
de outras denominações evangelicas.
Na Bahia ha dois apenas e estes dos
Presbyterianos do Norte dos Estados
Unidos. Não ha qualquer obreiro
nacional na provincia da Bahia, se não
nos enganamos, enquanto nas provincias
do Rio de Janeiro e São Paulo, ha um
bom numero de missionarios e obreiros
nacionaes... Assim, a Bahia com a região
em redor, está mais necessitada do que as
provincias do sul’, (CRABTREE, p. 53).
Algumas considerações podem ser feitas: a) os
batistas, com as suas igrejas locais vinculadas
à Convenção Batista Brasileira, se constituem
como denominação cristã, embora exista uma
controvérsia se tal denominação pertence
ao chamado protestantismo no Brasil, que
é constituído por outras instituições ou
denominações cristãs; b) antes de se lançar
os fundamentos para o desenvolvimento da
missão entre os brasileiros, uma estratégia muito
objetiva foi traçada, sob a coordenação da Junta
de Richmond, patrocinadora do projeto de
evangelização do povo brasileiro; lembrando que
uma primeira tentativa foi realizada em 1859; e c)
os batistas do Sul dos Estados Unidos estavam,
primeiramente, interessados nas massas formadas
pelos brasileiros e, por isso, optaram por um
centro populoso e, estrategicamente, de fácil
intercâmbio e mobilidade com os outros centros
econômicos, facilitando o deslocamento e a
inserção sócio-religiosa. Um projeto missionário
para evangelização do Brasil!
Dessa forma, da Bahia, a partir de 1882, os batistas
se espalharam por todo o território nacional,
organizando igrejas, criando escolas de ensino
Unidade 02
fundamental e médio, constituindo seminários para
preparar os líderes batistas brasileiros, edificando
asilos e hospitais num trabalho que permanece até
o momento presente. Um desejo que os batistas
demonstraram desde o século XIX, seja a partir
História, Princípios e Organizações Batistas
de Santa Bárbara d’Oeste ou de Salvador, foi o
da expansão evangelizadora por todo o território
brasileiro. Para os batistas, o processo de expansão
passaria, necessariamente, pelo estabelecimento
de igrejas locais, começando em Salvador.
Diante dos acontecimentos, as igrejas locais
deveriam conservar os ideais apontados por Asa
Routh Crabtree, quando disse que “a igreja é
composta de pessoas regeneradas, com direitos e
privilegios iguaes, que reconheçam a autoridade
absoluta de Jesus Cristo na administração de
todos os seus negócios”, (CRABTREE, p. 05).
Mais do que um ideal, tal afirmação reflete um dos
17
princípios batistas: a composição das igrejas locais,
a partir de pessoas convertidas a Jesus Cristo, e a
autonomia destas mesmas igrejas.
A estratégia de inserção social dos batistas ficou
clara: a evangelização do povo brasileiro teve na
igreja local o seu apoio, onde os membros seriam
preparados para compartilhar com os outros as
suas experiências religiosas. A igreja local, para
os batistas, significava como ainda representa a
possibilidade de debater assuntos de interesse
da comunidade, tendo a liberdade para tomar as
decisões de acordo com a maioria dos presentes
nos momentos de deliberação.
Para Israel Belo de Azevedo, a forma que tomou a
igreja em cada localidade seguiu o modelo norte-
americano, como se pode ler da admiração dos
batistas pelos americanos:
por sua dedicação ao trabalho, seu in-
teresse pela saúde pública, seu apoio
à educação, sua prosperidade coletiva,
seu desenvolvimento tecnológico, sua
demonstração de civismo e, principal-
mente, a eficácia de seu sistema político
que faz dos votos ‘a verdadeira repre-
sentação’ do povo, ‘o colosso do norte’
é o ‘nosso grande modelo’ de ‘nação
democrática’, (AZEVEDO, p. 111).
Segundo Israel Belo de Azevedo, os batistas daqui
olhavam para os Estados Unidos vendo-os como
um modelo na implantação de uma doutrina de fé,
mas também como referência de uma sociedade
Unidade 02
que se podia admirar. De acordo com os dados
colhidos por Azevedo, retirados de O Jornal Batista,
os batistas no Sul da América percebiam os Estados
Unidos como representantes de um estilo de vida
marcado pela ordem, pelo direito adquirido, pela
História, Princípios e Organizações Batistas
oportunidade de crescimento econômico e pela
democracia, exercitada pelo voto de cidadãos
livres, como na citação anterior.
Pode-se dizer que o modelo internalizado pelos
batistas brasileiros sobre o estilo de vida dos
norte-americanos exerceu influência no sentido
da coletividade religiosa seguir os passos das
igrejas dos Estados Unidos. A expansão das
atividades dos batistas buscou ampliar o campo
Considerações
Os princípios e as organizações batistas que
18
experimentaram significativo desenvolvimento
entre os brasileiros não tiveram origem aqui.
Parte da forma de ser batista foi transplantada
da Europa para os Estados Unidos, ainda nos
séculos XVII e XVIII, quando as colônias da
chamada Nova Inglaterra estavam em processo
de organização. Os batistas no Brasil estão
intimamente ligados aos batistas dos Estados
Unidos, que enviaram missionários e os mais
variados recursos para que os batistas do Brasil
alcançassem o seu desenvolvimento.
de atuação entre os brasileiros, mas segundo
um modelo estadunidense. Assim, os Estados
Unidos foram vistos por alguns religiosos daqui,
com algumas exceções, como uma nação modelo,
que foi concebida segundo os princípios e valores
do protestantismo.
Quando houve a passagem do sistema imperial
para o sistema republicano, os brasileiros se viram
diante da necessidade de compreender essa nova
ordem e ajudar a construir uma sociedade mais
igualitária e justa para todos. Essa sociedade era
formada por instituições civis, militares e religiosas
e, entre eles, os batistas, que reconheceram as
vantagens da Proclamação da República.
Paulatinamente, os batistas no Brasil foram
assumindo a responsabilidade que lhes cabia
na expansão do reino de Deus, tanto entre os
brasileiros quanto além de nossas fronteiras
territoriais. A relação amistosa, de reconhecimento
e de cooperação, ainda permanece entre os
batistas brasileiros e os batistas estadunidenses,
sendo reafirmada com outros projetos e parcerias
na atualidade, indicando um desejo comum: a
evangelização dos povos ainda não alcançados
com a Graça de Jesus Cristo.
 Unidade 02
atividades

indicação cultural

História, Princípios e Organizações Batistas

Em 2011, os batistas celebraram os 140 anos de organização da Primeira Igreja Batista em solo brasileiro,
instituída no contexto da colônia de Santa Bárbara do Oeste, no Estado de São Paulo. O vídeo lembra o
marco inicial das atividades batistas no Brasil, ampliadas com a organização da Primeira Igreja Batista em
Salvador, em 1882.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=J0hA9cooNy8>.
Acesso em: 05/12/2013

Sei responder

Por que a Bahia foi escolhida para tornar-se um centro de expansão missionária?

19
( ) Por falta de uma opção melhor para o avanço missionário.
( ) Por ser uma região com estrutura adequada e mobilidade para alcançar todo o Brasil.
( ) Por falta de recursos financeiros para organizar uma base missionária no Sul do Brasil.
( ) Em função dos católicos terem chegado a Bahia, em 1500.

Questão de Reflexão

Procure responder a esta questão: como você percebe os projetos de evangelização e missões desenvolvidos
pelos batistas na atualidade?

atividade de aplicação

Anote em uma ficha algumas atividades desenvolvidas pelos batistas em sua região ou cidade, procurando
analisar o impacto de tais atividades no contexto social.
Unidade 03
BaTiSTaS BRaSiLeiROS: (re) visitando a história
História, Princípios e Organizações Batistas
introdução
A inserção dos batistas no Brasil está relacionada
à chegada dos pioneiros que vieram dos Estados
Unidos para residirem e realizaram um trabalho
de evangelização entre os brasileiros, além dos
imigrantes que chegaram e formaram colônias
no Estado de São Paulo. Tal inserção pode
ser datada do século XIX, simultaneamente à
chegada de outros grupos religiosos de confissão
protestante, como os luteranos, os metodistas e
os presbiterianos. Após um começo tímido, mas
consistente, os batistas revelaram uma expressiva
20
Reescrevendo a história dos batistas brasileiros
Quando se considera o processo de inserção
e desenvolvimento dos batistas no Brasil, uma
pergunta pode ser formulada: como foi pensado
o projeto para que os batistas do Sul dos Estados
Unidos estabelecessem igrejas no Brasil e quando
esse projeto foi iniciado?
Para responder a essa pergunta, devemos buscar
uma resposta não no final do século XIX, mas
no final da década de 1960, quando os batistas
brasileiros debateram sobre o marco fundador
de suas atividades no Brasil. Esse debate revelou-
se mais intenso em 1968, quando os batistas se
reuniram em assembleia anual da Convenção Batista
Brasileira – CBB. Na ocasião, foi apresentado um
texto aos participantes do evento que, após ser
discutido pelo plenário, oficializou a data de inicio
das atividades batistas entre os brasileiros em 1882.
Foi decidido em assembleia convencional que os
batistas brasileiros reconheciam e oficializavam
o dia 15 de outubro de 1882 como marco inicial
de suas atividades entre os brasileiros, tomando-
se como referência as ações que os missionários
estadunidenses realizaram a partir da cidade de
Salvador, como se destacou no capítulo anterior.
Foi José dos Reis Pereira, em seu livro História
dos Batistas no Brasil (1882-2001), que escreveu
sobre o tema Olhando para o centenário. O autor,
então, considerou como a assembleia da CBB,
entre os anos de 1968 e 1969, reconheceu a data
expansão religiosa e institucional, marcando a
presença da denominação em diversas áreas de
atuação na sociedade durante todo o século XX.
Podemos dividir o presente capítulo em duas
partes: a) escrevendo a história dos batistas no
Brasil e sua expansão entre os brasileiros; e b)
a organização da Convenção Batista Brasileira,
em 1907, procurando coordenar e articular as
atividades evangelísticas, missionárias, eclesiásticas
e educacionais, das igrejas locais em todo o Brasil.
de 15 de outubro de 1882 como o marco inicial
das atividades batistas no Brasil. O debate sobre
o início das atividades batistas na sociedade
brasileira revelou-se mais intenso quando alguns
textos foram introduzidos nas discussões do
plenário da assembleia convencional, no final da
década de 1960, permitindo aos batistas analisar as
propostas contidas nos textos encaminhados.
Assim, é relevante conhecer alguns dos argumentos
que foram apresentados aos participantes da
assembleia anual da CBB (1968) e que foram
ratificados na assembleia seguinte (1969).
De acordo com Pereira, o texto apreciado pelo
plenário da CBB apontou alguns argumentos,
como podemos ler:
como nos aproximamos de nosso
primeiro Centenário e para evitar
estudos e decisões de última hora,
conforme aconteceu, recentemente,
aos irmãos metodistas brasileiros, nas
vésperas das comemorações de seu
Centenário, fazemos uma proposta
sobre a matéria, atendendo às seguintes
razões: 1. O primeiro missionário batista
que trabalhou no Brasil foi T. J. Bowen,
(nomeado), em 1859, mas ninguém
sugeriu qualquer comemoração
centenária relacionada com essa data,

que, aliás, passou despercebida aos
batistas brasileiros. É que o trabalho
de Bowen durou pouco e não produziu
frutos, que se saiba. 2. A igreja fundada
em Santa Bárbara, pelos colonos
norte-americanos ali estabelecidos,
após a Guerra de Secessão, era uma
igreja de língua inglesa, destinada a
servir exclusivamente aos colonos. 3.
Essa igreja, bem como outra, por ela
organizada, com os mesmos fins, em
1879, no local denominado Estação,
desapareceu, sem deixar traço, de tal
modo que não se pode determinar
hoje o lugar em que se reunia. 4. Essa
igreja não visava a evangelização
dos brasileiros, embora tivesse visão
missionária, visto que escreveu à Junta
de Richmond, solicitando-lhe o envio
de missionários, para iniciarem trabalho
batista entre os brasileiros. Detidos pela
barreira da língua e entregues aos seus
trabalhos agrícolas, esses irmãos não
encontraram recursos para evangelizar a
circunvizinhança. 5. O fato de Antônio
Teixeira de Albuquerque ter sido
batizado em Santa Bárbara não infirma
a declaração anterior, porque foi um
acontecimento isolado, de iniciativa do
batizando e sobre o qual não temos
informações exatas. Propomos, portanto:
a) que a data de 15 de outubro de 1882,
quando foi fundada pelos Missionários
William e Ana Bagby, Zacarias e Kate
Taylor e pelo ex-Padre Antônio Teixeira
de Albuquerque, a Primeira Igreja Batista
da Bahia, seja considerada, oficialmente,
a data do início da obra batista brasileira
(PEREIRA, p. 366).
De acordo com o texto apresentado à assembleia, o
primeiro missionário enviado aos brasileiros, pelos
batistas estadunidenses, foi Thomas Jefferson
Bowen (1814-1875), que foi nomeado em meados
do século XIX, mais exatamente em 1859.
Para Reis Pereira, Thomas Bowen
tinha sido enviado antes à Nigéria,
abrindo assim o primeiro campo
missionário dos batistas do Sul dos
Estados Unidos no continente africano.
Entregou-se a fundo ao trabalho,
chegando a aprender bem a língua
Unidade 03
ioruba, para a qual escreveu uma
gramática. Retirou-se, entretanto, em
1856, por razões de saúde, e anos depois
solicitou à Junta que o transferisse para
o Brasil. Não tomando em consideração
História, Princípios e Organizações Batistas
a saúde precária do missionário, a Junta
o nomeou em 1859, e ele desembarcou
no Rio de Janeiro em princípios de 1860,
(PEREIRA, p. 68).
E acrescenta o autor, revelando a sua compreensão
dos acontecimentos daquele século XIX,
envolvendo Thomas Jefferson Bowen, quando
houve a primeira tentativa de se inserir entre os
brasileiros as atividades e os princípios defendidos
pelos batistas: “não foi bem-sucedido em sua
missão, em grande parte por causa de sua saúde
debilitada e também porque parece que não tinha
idéia muito nítida de qual deveria ser seu trabalho.
Conhecedor de uma língua africana, começou
21
a falar com os escravos que encontrava e com
isso despertou suspeitas. Uma tradição guardada
pela família Bowen diz que ele chegou a ser
preso em virtude dessas atividades”, (PEREIRA,
p. 68). Pouco se sabe, a partir da historiografia
dos batistas, sobre o trabalho de Bowen entre
os brasileiros. Outros estudos podem ajudar a
compreender parte da trajetória dos batistas,
inclusive, analisando a relação dos missionários
estadunidenses com os escravos, ainda no período
anterior à Proclamação da República (1889).
Betty Oliveira, que dedica parte de seu trabalho
às biografias de alguns pioneiros batistas que
atuaram no Brasil, destacou também a figura
de Thomas Bowen, que se casou com Lurenna
Henrietta (Davis) Browen, em 31 de maio de 1853,
em Greensboro, Geórgia, gerando três filhas,
sendo que a primeira “nasceu em 1854, na terra da
tribo Ioruba, África, e morreu três meses depois”,
(OLIVEIRA, p. 107).
Thomas, Lurenna e a pequena Mary Yoruba vi-
veram e trabalharam no continente africano du-
rante um breve período. No entanto, Thomas,
que ficou sabendo da presença de negros pro-
cedentes da África Central, sobretudo da tribo
Ioruba, “sentiu que, se aqui estivesse, contri-
buiria, de algum modo, para que daqui fossem
negros com preparo para a África, destinados
ao trabalho missionário”, (OLIVEIRA, p. 111-
112). Com tal visão e apoiados pelos batistas
dos Estados Unidos, os Bowen foram nomeados
Unidade 03
missionários da Foreign Mission Board em 09
de novembro de 1859, para trabalhar entre os
brasileiros, preparando, inclusive, liderança para
realizar missões na África Central. Tratava-se de
uma iniciativa voltada para um projeto religioso
História, Princípios e Organizações Batistas
pluricultural, já que os missionários americanos
estariam preparando religiosos de confissão ba-
tista no Brasil que, por sua vez, seriam enviados
para a África com a intenção de evangelizar par-
te daquele continente. Esse fato histórico refor-
ça a imagem sobre os batistas, sobretudo, com
relação ao trabalho de evangelização, sendo essa
uma das principais marcas da denominação – o
trabalho missionário.
Segundo Oliveira, o casal Bowen com “a filhinha
saíram de Hempton Roads, perto de Norfolk,
na Virgínia, na barca ‘Abigail’, para a viagem de
sete semanas até o porto do Rio de Janeiro”,
22
dando início às atividades em terras brasileiras,
(OLIVEIRA, p. 112-113). Atividades que foram
de curta duração, pois para a autora, “é incorreta a
informação de que Bowen ficou 2 (dois) anos no
Brasil” (OLIVEIRA, p. 108), já que chegou em 21
de maio de 1860 e retornou aos Estados Unidos
em 09 de fevereiro do ano seguinte, permanecendo
no campo missionário brasileiro pouco mais de
oito meses.
Embora o trabalho dos Bowen seja considerado
de curta duração, e isso em meados do século
XIX, são poucos elementos ou documentos para
se afirmar que a atuação do casal de missionários
não produziu os resultados esperados pelos
batistas dos Estados Unidos, e que a atuação
daqueles batistas pioneiros foi de importância
reduzida para a coletividade religiosa que se fixou
na sociedade brasileira. Após a primeira tentativa
dos batistas estadunidenses estabelecerem uma
base missionária entre os brasileiros, a trajetória
da denominação vincula-se às atividades dos
imigrantes que chegaram ao Brasil e se instalaram
no interior de São Paulo.
Ao estudar a chegada dos colonos ao Estado
de São Paulo, inclusive de alguns batistas, Betty
Antunes de Oliveira faz uma análise do processo
de ocupação de terras pelos americanos do norte,
afirmando que:
entre esses emigrados, eram encontrados
batistas, metodistas, presbiterianos,
episcopais, católicos e pessoas de outros
credos. Entre eles havia os procedentes
dos Estados Confederados, Sul dos
EUA, mas, havia, também, em pequena
minoria, os do Norte. No grupo
havia médicos, dentistas, militares,
fazendeiros, simples agricultores,
operários, trabalhadores, professores,
ministros do evangelho, um jardineiro
surdo-mudo, e aventureiros. Nem todos
eram norte-americanos, ainda que tidos
como tais (OLIVEIRA, p. 31).
É importante destacar que, ao mencionar o
contingente que deixou os Estados Unidos
em direção ao Brasil, Betty de Oliveira não
entra em maiores detalhes sobre tal processo
migratório, limitando-se a citar a presença de
determinados profissionais que formavam aquele
grupo pioneiro. Na percepção da autora, mesmo
que todo o contingente não tivesse a intenção
precípua de evangelizar os brasileiros, “alguns
tinham um ideal a cumprir, numa tarefa especial
a realizar, como salvos em Cristo Jesus, como
testemunhas da verdade” (OLIVEIRA, p. 31).
Com tal afirmação, Oliveira nos remete a um
ponto importante na história dos protestantes
que chegaram ao Brasil, inclusive, antes das
missões estadunidenses. Embora os imigrantes
protestantes permanecessem em colônias, em
determinadas localidades do Brasil, conservando as
suas práticas culturais e religiosas, isso não dá base
para se afirmar que eles não tivessem interesse na
evangelização do povo brasileiro, como defendem
alguns escritores. Percebe-se, a partir da análise de
alguns documentos que, mesmo inseridos em suas
colônias, tais religiosos de confissão protestante,
entre eles os batistas, consideravam a necessidade
da evangelização dos brasileiros.
Outro tema pertinente que Betty Antunes
de Oliveira retoma é a questão polêmica da
organização das atividades batistas no Brasil,
datada (por muito tempo) em 15 de outubro
de 1882. Cabe lembrar que a datação do início
das atividades dos batistas entre os brasileiros,
indicando o ano de 1882 como marco fundador, é
da década de 1960, como destacado anteriormente.
Em sua obra Centelha em restolho seco, a autora
aponta para uma estrutura religiosa de confissão
batista, embora embrionária, já existente antes
da chegada ao Brasil dos primeiros missionários
estadunidenses (1881), objetivando organizar uma
Primeira Igreja Batista de origem missionária entre
os brasileiros, visando à evangelização de um povo

marcadamente católico romano.
Ao descrever a localização e as condições das
terras que acolheram os colonos que chegaram
dos Estados Unidos, Oliveira disse:
Santa Bárbara dos Toledos, ou
simplesmente Santa Bárbara, é a que
hoje conhecemos por Santa Bárbara
d’Oeste, no Estado de S. Paulo. O seu
território, denominado Região dos
Toledos, toda sertão e pertencendo à
Quarta Comarca de Porto Feliz, era
coberto de matas onde abundavam as
melhores madeiras de lei. Uma estrada de
tropas atravessava-o ligando Piracicaba
a Campinas. Limitava-se, ao sul, com a
Vila de Capivari; ao norte, com a Vila de
Limeira; e a oeste, com a Vila Nova da
Constituição (OLIVEIRA, p. 37).
Corrobora para a compreensão dessa estrutura
religiosa no interior de São Paulo a carta enviada
pelos colonos batistas aos líderes da junta de
Missões Estrangeiras da Convenção Batista do
Sul dos Estados Unidos, informando sobre a
existência de uma igreja pioneira, de confissão
batista, entre os colonos estadunidenses. Nesse
sentido, a pesquisa empreendida por Duncan
Alexander Reily sobre o protestantismo brasileiro
constitui-se em outra contribuição, que ajuda a
compreender os debates que envolveram a datação
das atividades dos batistas no Brasil, citando uma
carta de 11 de janeiro de 1873.
Podemos ler nas considerações desenvolvidas
por Reily:
Província de São Paulo, Sta. Bárbara,
Brasil, 11 de janeiro de 1873. Ao
secretário-correspondente da junta
de Missões Estrangeiras. Permita-nos
declarar-lhes que, desde 1865, diversos
cidadãos do Sul dos Estados Unidos
mudaram-se para o Império do Brasil e
estão localizados nesta província – em
São Paulo e no distrito de Santa Bárbara
– a maioria dos quais se dedica à lavoura
(donos de terras etc.) e está radicada aqui.
Que, no dia 10 de setembro de 1871,
alguns deles, com cartas de várias igrejas
batistas dos estados acima mencionados,
uniram-se e organizaram uma igreja sob
o nome de Primeira Igreja Batista Norte-
Unidade 03
Americana do Brasil, que a esta altura
possui vinte e três (23) membros, com
um pastor e os oficiais adicionais que
as igrejas batistas geralmente possuem.
Que no dia 12 de outubro de 1872, a
História, Princípios e Organizações Batistas
igreja, em assembléia, adotou a seguinte
resolução: Resolve-se que os irmãos
R[obert] Meriwether, R[obert] Brodnax,
e D[avid] Davis, sejam nomeados para
se comunicarem com a Junta de Missões
Estrangeiras, da Igreja Batista, em
Richmond, Virgínia, no tocante ao envio
de missionários para este país. Dado em
assembléia da igreja, 12 de outubro de
1872 (REILY, p. 128-129).
Percebe-se, tomando-se como referência a carta
dos colonos enviada aos batistas estadunidenses,
que não houve uma intenção clara de constituírem-
se em igreja batista para realizar atividades de
23
evangelização entre brasileiros. No entanto, o
texto revela o claro interesse na evangelização do
povo que os recebeu que, na visão dos colonos
batistas, poderia ser efetivada pelo envio de
missionários para trabalhar no Brasil. Se, por um
lado, os pioneiros organizaram igrejas no contexto
de suas colônias, por outro, eles manifestaram e
escreveram sobre o interesse pela evangelização
do povo brasileiro, lançando os primeiros
fundamentos de um trabalho de evangelização
que atravessaria parte do século XIX e todo o XX,
avançando até os dias atuais.
Na carta referenciada anteriormente, não consta
apenas a informação sobre a organização da
Primeira Igreja Batista Norte-Americana no Brasil,
pois, além desse registro, houve uma disposição
em solicitar o envio de missionários para atuar
aqui, indicando, dessa forma, o comprometimento
daqueles primeiros batistas no processo de
evangelização no Brasil. O destinatário da
correspondência (Junta de Missões Estrangeiras,
em Richmond, na Virgínia) era o responsável pelo
envio dos missionários para além das fronteiras
dos Estados Unidos. Foi após o envio dessa carta
que a Junta de Missões Estrangeiras da Convenção
Batista do Sul dos Estados Unidos fez uma nova
tentativa de estabelecer um trabalho de confissão
batista, a partir da Bahia. Tratava-se de um trabalho
religioso, confessional e institucionalizado, voltado
para as Américas do Sul e Latina. Criava corpo a
estratégia missionária dos batistas dos Estados
Unidos entre o povo brasileiro.
Unidade 03
Quando os primeiros missionários batistas
chegaram ao Brasil em 1881, após a tentativa
com Thomas Jefferson Bowen e sua esposa
(1859-1860), contaram com o apoio e a estrutura
existentes em Santa Bárbara d’Oeste, onde foram
História, Princípios e Organizações Batistas
recebidos pelos pioneiros instalados na região.
Para os colonos no interior de São Paulo, a
chegada do primeiro casal de missionários pode
ter significado o início da consolidação de uma
doutrina religiosa já praticada no Brasil, inclusive,
favorecendo a expansão da coletividade religiosa.
Para os casais de missionários, a existência das
duas igrejas no interior de São Paulo pode ter
significado o apoio que precisavam para as
primeiras incursões entre os brasileiros, pois o
idioma tornou-se a primeira barreira no diálogo
entre estadunidenses e brasileiros.
Até mesmo a saída de Antônio Teixeira de
24
Albuquerque de São Paulo, acompanhando os
missionários até a Bahia, revelava um contingente
de batistas já inseridos na sociedade e isso a partir
da fundação das duas igrejas na colônia de Santa
Bárbara. É importante lembrar que Antônio
Teixeira de Albuquerque foi o primeiro batista
brasileiro a se tornar membro da igreja batista
em Salvador (1882), filiando-se inicialmente
a uma das igrejas batistas na colônia de Santa
Bárbara d’Oeste.
A vinda dos missionários dos Estados
Unidos introduziu ou mesmo reforçou um
dos princípios doutrinários defendido pelos
batistas, que encontram na conversão do
indivíduo a sua transformação pessoal. Para os
batistas, a conversão passa pela evangelização, que
significa contar sobre as experiências espirituais
ou religiosas para outra pessoa, mostrando-
lhe a importância de Jesus Cristo em sua vida.
Como resultado da evangelização, caso a pessoa
concorde com os argumentos daqueles que dão
testemunho, e sob a atuação do Espírito Santo
de Deus, dá-se a experiência religiosa e espiritual
chamada conversão.
A experiência de conversão está relacionada ao
novo nascimento, sendo uma das ênfases ou das
bases no protestantismo, indicando o caminho
para uma mudança pessoal, o que não significa,
como consequência, uma transformação da
sociedade onde tal pessoa está inserida. Assim,
a proposta de testemunho que leve à conversão
pode ser compreendida da seguinte forma:
evangelize o outro e ele mudará, e isso do seu
interior para o exterior, podendo influenciar e
transformar a sociedade.
Tal princípio doutrinário – a salvação do
indivíduo – tornou-se um dos maiores ideais dos
primeiros missionários estadunidenses em suas
missões nos países da América do Sul e do Brasil.
Esse mesmo princípio doutrinário constitui-se
uma das principais marcas dos batistas no Brasil,
desde o século XIX até os dias de hoje, já que as
igrejas locais empreendem significativos esforços
na evangelização dos brasileiros.
Após aquela primeira tentativa de inserção
e permanência de missões batistas entre os
brasileiros (com Bowen), a Convenção Batista
do Sul dos Estados Unidos enviou outro casal
de missionários em 1881. Tratava-se de Anne
Ellen Luther e William Buck Bagby, que podem
ser considerados os fundadores das atividades
permanentes de missões e ações religiosas entre
os brasileiros.
Em seu estudo, Oliveira afirmou que William B.
Bagby nasceu em 05 de novembro de 1855, no
Estado do Texas, Estados Unidos da América,
vindo a falecer em solo brasileiro em 05 de
agosto de 1939, sepultado que foi na cidade de
Porto Alegre. O veterano missionário norte-
americano faleceu “aos 83 anos de idade e foi
sepultado no Cemitério Protestante”, onde
se encontra uma placa com os dizeres: “Ao
Missionário W. B. Bagby, fundador da obra batista
no Brasil. Homenagem dos batistas brasileiros”,
(OLIVEIRA, p. 306-307).
Antes de viajar com destino à América do Sul, W.
B. Bagby foi consagrado ao ministério pastoral,
na cidade de Plantersville, no Texas, em março de
1879, assumindo o pastorado da Igreja Batista em
Corcicana, no mesmo Estado. No ano seguinte
(1880), casou-se com Anne E. Luther e, em
1881, o casal desembarcou no porto do Rio de
Janeiro. Eles “chegaram ao Rio de Janeiro em 2
de março de 1881, após uma viagem de 48 dias”,
(OLIVEIRA, p. 129). No Brasil, o casal Bagby
teve a alegria de gerar nove filhos. Dos filhos,
cinco seguiram o exemplo de dedicação religiosa
dos pais e se tornaram missionários, atuando no
Brasil (quatro deles) e também na Argentina.
O projeto de estabelecer igrejas batistas na
América do Sul, sob a coordenação dos batistas

do Sul dos Estados Unidos, começava a ganhar
forma. Assim, no ano seguinte, em 23 de
fevereiro de 1882, chegou o segundo casal de
missionários americanos – Kate Grawford e
Zachary Clay Taylor –, que deu impulso, não
somente à organização da igreja local na Bahia,
mas à obra missionária entre os brasileiros.
Segundo Oliveira, Kate Stevens Crawford
e Zachary Clay Taylor casaram-se em 22 de
dezembro de 1881. Ele, nascido em 1851, tinha
pais e avós batistas, e ela, nascida em 1862,
acompanhou o seu esposo em missões no Brasil,
embora houvesse o sonho ou desejo de realizar
missões na China. O casal foi nomeado em 03 de
janeiro de 1882. Após deixar os Estados Unidos,
o casal Taylor desembarcou no porto do Rio de
Janeiro em 22 de fevereiro de 1882.
Outro personagem importante na trajetória dos
batistas foi Antônio Teixeira de Albuquerque.
Ele era um ex-padre católico romano, que
ficou conhecido no meio batista do final do
século XIX como Reverendo Teixeira. Antônio
T. Albuquerque nasceu em abril de 1840, em
Maceió, no Estado de Alagoas. Para Oliveira,
após passar parte de sua adolescência formando-
se em instituição educacional de confissão
católica romana, casou-se em setembro de 1878
com uma jovem chamada Francisca de Jesus,
que posteriormente ficou conhecida como
senhorinha Teixeira.
Depois que deixou o sacerdócio católico, e tendo
constituído família, Albuquerque transferiu-se
para o Rio de Janeiro em março de 1879, quando
passou a congregar com os metodistas, em razão
do apoio recebido do missionário J. J. Ransom. A
aproximação do casal Albuquerque com a Igreja
Metodista os levou a uma integração maior com
aquela denominação de confissão protestante.
Após os metodistas terem iniciado a Escola
Newman em Piracicaba, em São Paulo, Antônio
Albuquerque transferiu-se para lá, visando ajudar
no desenvolvimento da entidade educacional. Ali
teve início o envolvimento de Albuquerque com
os batistas da colônia de Santa Bárbara d’Oeste,
próxima a Piracicaba. Betty Oliveira resume
em poucas palavras um processo que pode ter
demorado algum tempo, quando mencionou o
relacionamento de Antônio Albuquerque com
os batistas: “convertido, desejou unir-se a um
grupo com o qual pudesse testemunhar de sua
Unidade 03
fé. Depois de estar com os metodistas, escolheu
ficar com os batistas”, (OLIVEIRA, p. 182). Foi
junto aos batistas da colônia de Santa Bárbara
que Albuquerque tornou-se o primeiro pastor
batista brasileiro, como se pode ler: “assim foi
História, Princípios e Organizações Batistas
que, a 20.06.1880, ele fez a sua profissão de fé,
foi batizado e no mesmo dia consagrado ao
Ministério da Palavra”, (OLIVEIRA, p. 182).
Para Betty Antunes de Oliveira, existem indícios
de um conflito relacional entre o pastor Antônio
Teixeira de Albuquerque e o seu colega de
ministério, pastor Elias Hoton Quillin, pastor
das duas igrejas batistas em Santa Bárbara, pois
ambos desejavam iniciar uma nova igreja em
Piracicaba, o que gerou desentendimentos entre
eles.
Sobre o desdobramento do incidente que envolveu
Albuquerque, podemos ler:
25
é fato inconteste que houve
estremecimento no trabalho e as
experiências foram duras e fortes para
todos. O pastor Quillin exonerou-se
do pastorado da Igreja da Estação. O
pastor P. R. Thomas foi convocado
para assumi-lo. Teixeira retirou-se para
Capivari, a fim de esmaecer a sua posição
de realce na comunidade. Uma comissão
de membros da igreja foi nomeada para
encontrar o caminho que desse paradeiro
ao mal-entendido, (OLIVEIRA, p. 183).
Posteriormente, Antônio Teixeira de Albuquerque
se constituiria em instrumento importante para
a expansão missionária dos batistas no Brasil,
somando-se aos dois casais de missionários
estadunidenses, que organizaram a Primeira Igreja
Batista com visão missionária na cidade de Salvador.
Com o apoio das duas igrejas batistas na colônia de
Santa Bárbara, o trabalho missionário organizado
na Bahia alcançaria todo o território nacional,
avançando para além das fronteiras do Brasil.
Unidade 03
Considerações
O texto referenciado anteriormente, que traz as
reflexões de Betty Antunes de Oliveira, indica
História, Princípios e Organizações Batistas
outro elemento constituinte da organização
eclesiástica dos batistas, desde os primórdios
de sua inserção e expansão entre os brasileiros:
a instituição das comissões formadas pelos
membros das igrejas locais, com o intuito de
discutir e apresentar soluções para determinados
problemas locais. Como destacou o texto de
Oliveira, no caso do atrito relacional entre dois
líderes batistas no século XIX, “uma comissão de
membros da igreja foi nomeada para encontrar o
caminho que desse paradeiro ao mal-entendido”,
(OLIVEIRA, p. 183).
Sobre a criação da Convenção Batista Brasileira
26
– CBB – já apresentamos alguns elementos que
tratam de sua organização, que pode ser datada de
1907. A análise foi realizada no desenvolvimento
da disciplina Semiótica, Análise do Discurso e
Teologia (EAD), quando tratamos das “Imagens e
discursos religiosos: uma produção dos batistas”.
Naquela ocasião discutimos a ideia da constituição
de uma Convenção Batista nacional, que
coordenaria as atividades das igrejas locais em todo
o Brasil. Tratamos, também, das resistências que
surgiram por parte de alguns líderes, tanto daqueles
que chegaram como missionários quanto de líderes
nacionais. Vimos ainda que a CBB, desde 1907,
vem se constituindo em instrumento de unidade
nacional e de esforço para o desenvolvimento das
igrejas locais e da denominação, e isso por mais de
cem anos de atividades.
 Unidade 03
atividades

indicação cultural

História, Princípios e Organizações Batistas

Leia a Declaração Doutrinária da CBB e conheça um pouco mais do pensamento dos batistas no Brasil.
Disponível em:
<http://www.batistas.com/index.php?option=com_content&view=article&id=15&Itemid=15>.
Acesso em: 05/12/2013

Sei responder

Qual a importância histórica da organização da Primeira Igreja Batista em Salvador, em 1882?

( ) reuniu os pioneiros que formaram as colônias no interior do Brasil.

27
( ) foi a base para a organização da Convenção Batista Brasileira.
( ) a partir das missões estadunidenses, tornou-se a base missionária para a evangelização do povo
brasileiro.
( ) tornou-se a primeira igreja formada apenas por americanos em solo brasileiro.

Questão de Reflexão

Qual a relação entre as práticas batistas no Brasil, na atualidade, e a influência dos missionários americanos
que chegaram no século XIX?

atividade de aplicação

Procure perceber alguns elementos nas práticas batistas contemporâneas que remetem à origem da
denominação no Brasil do século XIX, sobretudo, com relação às suas organizações.