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Prova N1 – 19/09/13
1) INTRODUÇÃO
O que é filosofia?
“A verdadeira filosofia é reaprender a ver o mundo.” - Maurice Merleau-Ponty (1908-1961);
“A Filosofia é o que acontece quando uma prática se torna autoconsciente.” - Dicionário Oxford de Filosofia.
Filosofia: “formação do espírito crítico”; “formação da autonomia”; “método rigoroso de pensamento”;
“reflexão”; “questionamento”
Em suma, é uma atitude crítica (negativa e positiva) que desencadeia um processo constante de busca do
conhecimento.
Para a atitude crítica deve-se fazer uma suspensão de Juízo sobre tal coisa. A crítica filosófica exige dois tipos:
a) A atitude crítica negativa: é quando se fica no senso comum, ou simplismente falar sim ou não.
b) A atitude crítica positiva: é analisar os fundamentos do que já está estabelecido ou encontrar novos
parametros para trazer novas respostas/alternativas para tal postura/ideia.
Filosofia:
”A reflexão filosófica é radical, rigorosa e de conjunto. Radical (de raiz) porque busca explicitar os conceitos
fundamentais usados em todos os campos do pensar e do agir; rigorosa porque o filósofo deve dispor de método
claramente explicitado a fim de proceder com rigor, garantindo a coerência e o exercício da crítica. O filósofo não
simplesmente faz afirmações, precisa justificá-las com argumentos; de conjunto porque examina os problemas sob a
perspectiva de conjunto, relacionando os diversos aspectos entre si” - Dermeval Saviani
A filosofia tenta explicar a totalidades das ciências específicas. Trabalha com o porquê, os fundamentos das
ciências.
Ciência moderna:
Nasce ao determinar um objeto específico de investigação e ao criar um método pelo qual se fará o controle
desse conhecimento. Tem um como investigar. Cada ciência se torna então uma ciência particular, no sentido de ter
um campo delimitado de pesquisa e um método próprio.
As ciências são particulares na medida em que cada uma privilegia setores distintos da realidade: a física o
movimento dos corpos; a química, da sua transformação; a biologia, do ser vivo, etc. As ciências são também gerais,
no sentido de que as conclusões não valem apenas para os casos observados, e sim para todos os que a eles se
assemelham
A filosofia ainda se distingue da ciência pelo modo como aborda seu objeto: em todos os setores do
conhecimento e da ação, a filosofia está presente como reflexão crítica a respeito dos fundamentos desse
conhecimento e desse agir.
O filósofo se pergunga: O que é ciência? O que é método científico? O que é racionalidade científica? Como o
cientista alcança o conhecimento? Quais os critérios de coereência e aceitabilidade de teorias? Qual a validade de
descobertas e argumentações científicas? O método garante a racionalidade? Com isso se entra na Filosofia da
História.
Texto: DRAY, William H. Filosofia da História. Tradução de Octanny Silveira da Mota e Leonidas Hegenberg. 2. ed.
Rio de Janeiro: Zahar, 1977. Caps. II, III.
Dinamica do fichamento: dividir a sala em grupos, cada grupo fica com uma parte do fichamento
A filosofia critica busca localizar a história no campo geral da ciência e saber se ela é ou não ciência. Já a
filosofia especulativa foca o próprio acontecimento; ao nimamismo histórico; só há significado da história enquanto
processo, isto é, não vê o fato isolado, coloca-o num processo histórico para saber se a história tem uma teleologia.
A inteligibilidade do processo histórico da filosofia especulativa segue o Dinamismo da História; Leis dos
acontecimentos; Significados dos acontecimentos; Objetivo(s)/ Fim(s) /Meta(s) da História. Tudo isso visando o
Estudo da ação humana ao longo do tempo através da análise dos acontecimentos dentro do espaço temporal.
Esses filósofos assumem correntes:
a) Providencialista
b) Semiprovidencialista
c) Idealista
d) materialista (social-econômica)
Mas também padrões de Acontecimentos:
a) Linear: “leva a algum lugar” (caráter progressivo ou regressivo); Ex: Condorcet, Kant
b) Cíclico: “repete-se incessantemente em povos e períodos sucessivos”;
c) Caótico: “jogo do contingente e do imprevisto.”
Todos eles dizem que há uma meta a ser alcançada. Mas quando inicia efetivamente o interesse filosófico pela
História? O Marco Referencial é Santo Agostinho com A Cidade de Deus. Filosofia Agostiniana está relacionada a
Teoria do Conhecimento\Prova da Existência de Deus; Sensação\Alma; Pensamento\Interioridade; implicando na
Doutrina da Iluminação. Ora agostinho fala que todo SH deve caminhar para Deus, para afirmar isso ele clarifica o
que é o SH.
O que ocorreu no período anterior a Agostinho? Ora, a filosofia anterior procurava a essência, aquilo que era
imutáveis, porém as ações humanas são mutaveis. Logo, o foco da filosofia da história não se tinha, o foco era outro.
ex: cosmo, natureza, Deus, imortalidade da alma.
A História e o Pensamento Filosófico Grego tem origem grega da palavra: histor – “relato”. Assim, a história um
relato. Os primeiros historiadores sem a filosofia são:
Heródoto (485-420 a.C ?): seu método tenta visar uma análise do passado enquanto problema filosófico (aquilo
que está por debaixo das coisas, substancia) podendo revelar o conhecimento do comportamento humano. Só se
relata aquilo que está na “memória”; “história oral”; “hierarquia de informantes” (quem estiver mais próximo do
fato). Uma de suas obras Importante é Histórias
Tucídides (460/455-400 a.C ?): Métodos críticos de cruzamento de dados e distintas fontes. Análise do imutável
e eterno que estava por trás dos acontecimentos. Uma de suas obras Importante é História da Guerra do Peloponeso
Ora, estes procuravam relatar os fatos isolados, já Agostinho começa a olhar o fato dentro de um processo.
Eles, na verdade, não valorizam o fato histórico como processo, pois não tinha foco na história, mas sim no Ser.
O pensamento Grego (filosofia grega) busca o Conhecimento de essências (Natureza). Um conhecimento
imutável, eterno (Matemática). Como seria a reflexão acerca da História? Ora, a História é fruto da ação humana, faz
parte de um mundo em transformação, logo será que a ação humana seria cognoscível? Não, pois não tem essência,
é devir.
Conforme Collingwood, A Idéia de História, p.35, A História no Pensamento Filosófico Grego é “A História é
uma ciência da ação humana: o que o historiador vê à sua frente são coisas que os homens fizeram no passado,
coisas essas que pertencem a um mundo em transformação, um mundo em que aparecem e desaparecem coisas.
Tais coisas, de acordo com a concepção metafísica preponderante na antiga Grécia, não seriam cognoscíveis.
Conseqüentemente, a História seria impossível.”
Agostinho começa a refletir sobre a história a partir da sua própria existência. Ele tem o pressuposto de que
Deus é bom e o SH é imagem e semelhança de Deus e que livremente, pelas escolhas, o SH deve seguir a verdade. Só
assim se compreende a noção de Criação, isto é, pela providência que se dá o sentido da história. Dito de outro
modo, o caminho da verdade segue um processo de interioridade, pois chega-se a iluminação divina pelo
reconhecimento em si mesmo a natureza divina.
Agostinho teve grande influência neoplatônica. A teoria do conhecimento de agostinho (iluminação) se
converte em uma prova da existência de Deus. Então se encontra as questões: Deus? SH? Relação: Deus-SH; Deus-
SH-História; História propriamente dita.
A segunda parte a Cidade de Deus: configurada em Israel (Relato de Abraão a Cristo); Cidade de Deus (tratada
separadamente da Cidade Terrena).
Obs: ler o livro 5° da cidade de Deus para a prova e o texto do Willian Dray