O documento trata de um pedido de progressão de regime para o regime semiaberto. O cliente cumpre pena por tráfico de drogas e já cumpriu 40% da pena. A nova lei modificou os percentuais para progressão de regime, mas não especifica o percentual para casos como o do cliente, que é reincidente por crime comum e não hediondo. O pedido requer que seja aplicado o percentual de 40% previsto para primários.
O documento trata de um pedido de progressão de regime para o regime semiaberto. O cliente cumpre pena por tráfico de drogas e já cumpriu 40% da pena. A nova lei modificou os percentuais para progressão de regime, mas não especifica o percentual para casos como o do cliente, que é reincidente por crime comum e não hediondo. O pedido requer que seja aplicado o percentual de 40% previsto para primários.
O documento trata de um pedido de progressão de regime para o regime semiaberto. O cliente cumpre pena por tráfico de drogas e já cumpriu 40% da pena. A nova lei modificou os percentuais para progressão de regime, mas não especifica o percentual para casos como o do cliente, que é reincidente por crime comum e não hediondo. O pedido requer que seja aplicado o percentual de 40% previsto para primários.
Juiz de Direito da Vara das Execuções Criminais da
Comarca de xxxxxxxxxx.
Execução n. xxxxxxxxxxxxx
XXXXXXXXXXXXXXXXXX, nos autos da Execução
Criminal em trâmite por essa R. Vara, vem, perante V. Excia., nos termos do artigo 112 da Lei de Execução Penal, requerer a sua PROGRESSÃO DE REGIME, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:
O Reeducando cumpre pena de 7 anos de
reclusão, em regime inicial fechado, por condenação pelo crime disposto no artigo 33 da Lei de Drogas.
É reincidente em crime comum. Possui
condenação anterior pelo crime de estelionato.
Cumpriu 40% da pena imposta no dia 13/08/2020,
conforme cálculo de pena. Possui bom comportamento carcerário, conforme atestado de conduta carcerária, expedido pelo Diretor do estabelecimento prisional onde se encontra custodiado.
Verifica-se que o cálculo de fls. XX considera para
fins de progressão de regime, tão somente, o lapso temporal de 3/5 de cumprimento da pena, por ser o condenado reincidente.
No entanto, a Lei 13.964/2019 modificou o artigo
112 da Lei de Execução Penal para considerar, no seu inciso V, o lapso temporal de 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, se for primário; e no inciso VII o lapso temporal de 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na prática de crime hediondo ou equiparado.
O condenado não é primário, nem reincidente na
prática de crime hediondo ou equiparado, mas reincidente comum.
Veja Excelência, que em relação aos apenados
que foram condenados por crime hediondo ou equiparado, mas que são reincidentes em razão de crimes comuns, não há percentual previsto na nova redação da Lei de Execução Penal, para fins de progressão de regime, visto que os percentuais de 60% e 70% se destinam unicamente aos reincidentes específicos, não podendo a interpretação ser extensiva, vez que seria prejudicial ao apenado. Dessa forma, por ausência de previsão legal, deve o julgador considerar integrar a norma aplicando a analogia in bonam partem. Assim, para o condenado por crime hediondo ou equiparado a hediondo que seja reincidente genérico, poderá incidir o percentual aplicável ao primário, ou seja, no caso concreto, o lapso temporal de 40% de cumprimento da pena.
Portanto, verifica-se que o Reeducando preenche
todos os requisitos exigidos pelo artigo 112 da Lei de Execução Penal para a progressão de regime.
Assim sendo, ante o exposto, requer a progressão
para o regime semiaberto, oficiando-se a Secretaria de Administração Penitenciária do Estado, para que transfira o Reeducando ao estabelecimento penal adequado imediatamente, nos termos da Súmula Vinculante 56 do Supremo Tribunal Federal.
Termos em que,
E. deferimento. Comentários
No presente caso, o cliente cumpre pena decorrente de condenação
pelo crime de tráfico de drogas, cometido antes da vigência da Lei 13.964/2019.
Antes da vigência da referida lei, os condenados por crimes hediondos
ou equiparados, progrediam com o lapso temporal de 2/5 da pena se primários, e de 3/5 da pena se reincidentes, bastando a reincidência por qualquer crime, conforme o art. 2, par. 2 da Lei 8.072/1990.
A Lei 13.964/2019, pacote anticrime, revogou o par. 2 do art. 2 da Lei
8.072/1990, e passou a prever novos lapsos temporais no artigo 112 da LEP. Como a norma é de direito material, quando benéfica deve retroagir para beneficiar o réu.