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Material Teórico
Componentes do Sistema de Remuneração Estratégica I
Revisão Textual:
Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento
Componentes do Sistema
de Remuneração Estratégica I
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• A remuneração funcional;
• A remuneração por habilidades;
• A remuneração por competências.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Componentes do Sistema de Remuneração Estratégica I
Caro aluno, pensar que a remuneração funcional ainda é a principal forma de remuneração
Explor
nos faz questionar o motivo disso ocorrer, não acha? Pense bem: por que em plena era da
informação as empresas ainda utilizam esse tipo de remuneração tradicional remanescente
da era industrial?
Os autores Wood Jr. e Filho (2009) sugerem três possíveis respostas para esse
nosso questionamento:
• A primeira resposta diz que a remuneração funcional ainda está presente nos
sistemas de remuneração das empresas por ela ser implantada junto com um
sistema de cargos e salários. Assim, em empresas que experimentaram cres-
cimento rápido ou transformações profundas, o sistema de cargos e salários
ajuda a dar coerência interna à organização, possibilitando definições básicas
que dão suporte à estruturação do trabalho;
• A segunda resposta diz que a remuneração funcional possibilita a equidade ex-
terna. Assim, por meio de pesquisas salariais, a empresa pode comparar seus
salários com os praticados no mercado e, dessa maneira, estabelecer diretrizes
adequadas para atrair e reter a mão de obra desejada;
• A terceira resposta diz que a remuneração funcional permite a equidade inter-
na. Assim, ter os salários estabelecidos a partir de regras aplicáveis a todos na
empresa produz um sentimento de justiça entre os funcionários.
Além das respostas apresentadas pelos autores, é possível perceber também que
a adoção do sistema de remuneração funcional ocorre muitas vezes pela imitação
ou mimetismo, ou seja, as empresas tendem a copiar/imitar umas às outras na
adoção desses sistemas.
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Descrição
de Cargos
Estratégia de Avaliação
Remuneração de Cargos
Pesquisa Faixas
Salarial Salariais
Importante! Importante!
A descrição de cargo costuma conter os seguintes dados: título do cargo, título do car-
go superior e imediato, missão ou sumário de atividades, responsabilidades, limites de
autoridade sobre pessoas, orçamentos e outros recursos e requisitos em termos de ex-
periência e formação.
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Importante! Importante!
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responsabilidades. Isso se deve, principalmente, ao fato de a remuneração funcio-
nal possuir fundamentos que visam à empresa burocrática, organizada segundo
os seguintes princípios:
• divisão rígida de funções e tarefas;
• linhas de autoridade e responsabilidades bem definidas;
• foco no controle.
Se o sistema de remuneração funcional não é mais capaz de suprir as necessidades das em-
Explor
presas globalizadas de nossa era, o que pode ser feito pelas empresas para tentar contornar
essas dificuldades e desvantagens?
Para tanto, os autores propõem cinco metodologias que podem ser utilizadas
para modernizar o conceito de remuneração funcional: (1) descrição de cargos mo-
dificada; (2) redução do número de cargos; (3) análise do valor agregado; (4) aumen-
to das amplitudes das faixas salariais; (5) política salarial alinhada às estratégias.
Sobre essas metodologias:
• Descrição de cargos modificada: O foco passa a se dar nos processos, in-
cluindo informações sobre clientes internos e externos, serviços ou produtos
fornecidos e expectativas desses clientes. Essa modificação favorece o alinha-
mento do sistema de remuneração com a estratégia da empresa;
• Redução do número de cargos: Essa é uma tendência das empresas de ges-
tão mais modernas, tornando os cargos mais genéricos e amplos no que diz
respeito à abrangência. Assim, as descrições de cargos passam a servir como
diretrizes gerais de trabalho, deixando as definições de especificidades para
o dia a dia. Essa medida tende a gerar ganho em simplicidade e flexibilidade;
• Análise do valor agregado: O foco aqui é alterar a ênfase da avaliação de
cargos por meio da substituição de fatores centrados em responsabilidades e
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condições de trabalho por fatores que foquem o valor agregado gerado pelos
processos em que o cargo se insere ou possui interface, considerando assim os
produtos ou serviços fornecidos, os requisitos dos clientes internos e externos
e as diretrizes estratégicas relacionadas a esses processos específicos. Além
disso, é importante considerar o aspecto estratégico do cargo para a própria
execução dos objetivos organizacionais vigentes;
Qualidade × Serviço
Equação do valor do processo:
Custo × Tempo
Vale observar que todas essas mudanças apontadas acima se relacionam a uma
nova postura das empresas em relação ao fator humano. Caro aluno, é importante
ressaltar que em nossa atual era de mercados globais e competições acirradas, em
que as informações e conhecimentos são fatores determinantes para o sucesso
empresarial, o desenvolvimento dos colaboradores organizacionais se tornou fun-
damental para as empresas.
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Na Figura 2 podemos observar a medida tomada pelas empresas para lidar com
o novo contexto globalizado:
Resposta Organizacional
Flexibilidade Agilidade
Inovações Inovações
Gerenciais Tecnológias
Ao longo dessa unidade, estamos vendo, no atual contexto globalizado em que as empresas se
Explor
encontram, os antigos sistemas de remuneração já não são mais capazes de suprir as necessi-
dades e as exigências de nossa era atual. Como você acha que as organizações têm motivado
a mão de obra para que se desenvolvam constantemente? Além disso, como as empresas têm
agido para garantir condições para que esse desenvolvimento constante ocorra?
Assim, segundo Wood Jr. e Filho (2009), é possível destacar os seguintes objeti-
vos do sistema de remuneração por habilidades:
• remunerar os profissionais segundo as habilidades desenvolvidas e aplicadas
ao trabalho;
• alinhar as capacidades dos colaboradores com o direcionamento estratégico e
as necessidades da organização;
• favorecer o aprendizado organizacional contínuo;
• adequar o sistema de remuneração a um novo contexto organizacional;
• superar o paradigma de gestão tradicional, que foca a hierarquia rígida, as
funções bem definidas e as descrições de cargo, por uma gestão mais flexível e
dinâmica, focada no indivíduo (paradigma da reestruturação flexível).
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Uma habilidade pode ser definida como a capacidade de realizar uma tarefa ou um con-
junto de tarefas em conformidade com determinados padrões exigidos pela organiza-
ção. Assim, uma habilidade pode ser caracterizada por:
• Conhecimentos: conjunto de conceitos, técnicas, teorias e metodologias relacio-
nadas ao trabalho. É o saber adquirido, podendo ser transmitido e aprendido;
• Aptidões pessoais: se relacionam com as características do indivíduo, como a ca-
pacidade de concentração e coordenação motora;
• Aplicação prática: se refere à mobilização dos conhecimentos teóricos e das apti-
dões pessoais aplicados ao trabalho.
Importante! Importante!
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• Movimentações salariais: As habilidades adquiridas por um profissional de-
vem refletir a demanda por habilidades para a execução dos processos sob sua
responsabilidade. A evolução salarial é determinada por dois fatores: (1) pelas
necessidades da empresa e das equipes de trabalho; (2) pelo esforço do próprio
profissional em adquirir novas habilidades;
• Avaliação e certificação de habilidades: Na remuneração por habilidades,
os aumentos salariais são diretamente vinculados a um processo de avaliação
em que o empregado tem de demonstrar a aplicação da habilidade na prática
com autonomia. Além disso, a certificação também é uma peça chave, pois
assegura que o profissional atenda plenamente e com autonomia à execução
de determinada habilidade;
• Lógica da remuneração: Na remuneração por habilidades, o foco é transfe-
rido do cargo para o indivíduo. Dessa forma, o salário do indivíduo é deter-
minado a partir de um conjunto de habilidades ou blocos de habilidades que
podem ser adquiridos de acordo com as necessidades da organização e com
os interesses dos profissionais. Através dessa lógica, quanto mais habilidades o
profissional tiver adquirido, maior será sua remuneração.
Dessa forma, os autores Wood Jr. e Filho (2009) apontam que a remune-
ração por habilidades apresenta as seguintes vantagens para as empresas que
a adotam:
• o foco na função é substituído pelo foco na pessoa. Essa mudança traz ganhos
em termos de desenvolvimento individual e da organização;
• a gestão de um sistema por habilidades exige que a função dos Recursos Hu-
manos seja mais estratégica, uma vez que integra os programas de capacita-
ção às necessidades da organização. Assim, ganha-se foco e sinergia, além de
evitar o desperdício de recursos em programas sem impacto no desempenho
individual e organizacional;
• uma vez que o sistema esteja implantado, ele representa um acréscimo de
flexibilidade e de adaptabilidade da empresa, pois as equipes multifuncionais
bem treinadas adaptam-se mais facilmente a alterações de processos, produtos
e modelos de gestão.
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Além dessas vantagens, também é importante destacar dois grupos que trazem
benefícios às empresas que utilizam o sistema de remuneração por habilidades:
• o crescimento horizontal: que inclui ganhos diretos, resultantes do esforço de
capacitação e do aumento das habilidades técnicas adquiridas;
• o crescimento vertical: que se refere às atitudes e habilidades de gestão.
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[Competência pode ser compreendida como] um agrupamento de conhe-
cimentos, habilidades e atitudes correlacionados, que afeta uma parte con-
siderável da atividade de alguém, que se relaciona com o desempenho,
que pode ser medido segundo padrões preestabelecidos, e que pode ser
melhorado por meio de treinamento e desenvolvimento. (PARRY, 1996)
COMPETÊNCIA
Conhecimento
Habilidade Atitude
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Os autores ainda apontam que para uma competência ser considerada essencial
ela deve passar por três testes fundamentais:
• Valor percebido pelos clientes: A competência essencial deve possibilitar que
a empresa agregue valor de forma consistente e diferenciada a seus clientes;
• Diferenciação entre concorrentes: A competência essencial deve diferenciar
a empresa de seus demais concorrentes. Logo, ela precisa ser algo percebido
pelo mercado como especifico daquela marca/empresa/produto;
• Capacidade de expansão: A competência essencial deve abrir portas para o
futuro da empresa. Não é suficiente que ela seja passe para produtos e serviços
atuais, ela deve ser capaz de sustentar novos produtos e serviços.
Identificando competências
Segundo Wood Jr. e Filho (2009), para construir um sistema de remuneração
por competências, é fundamental que sejam identificadas as competências organi-
zacionais, assim, os autores apresentam um processo para identificação de compe-
tências estruturado em quatro passos:
1. Levantar informações sobre a estratégia da empresa, como: visão de
futuro, missão e direcionamento estratégico;
2. Identificar as competências essenciais da empresa;
3. Desdobrar as competências essenciais em competências genéricas,
ou seja, competências que serão utilizadas no sistema de remuneração
por competências e pelas quais os profissionais serão avaliados e remu-
nerados. Essas competências são consideradas no sistema para todos os
profissionais, independentemente de seu nível hierárquico, cargo, função
ou processo;
4. Realizar o desdobramento final das competências essenciais em com-
petências específicas. Essas competências podem ser classificadas por
nível hierárquico, processo ou cargo. Assim, o modelo conceitual elabora-
do para o sistema de remuneração por competências definirá os tipos de
competências específicas que deverão ser identificadas neste último passo.
Além disso, os autores ainda apontam oito princípios fundamentais para definir
competências, conforme quadro 2:
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4. Manter as competências Para evitar interfaces nebulosas, cada competência precisa ter definições operacio-
mutuamente exclusivas nais precisas.
Evitar listar competências que são muito óbvias, como aquelas que geralmente são
5. Evitar o óbvio pré-condições para entrada na empresa ou para exercer determinada função.
6. Ter em mente que a competência A definição das competências esperadas deve ser clara e objetiva para evidenciar a
deve ser observável e mensurável presença da competência requerida.
É importante estabelecer as expectativas de desempenho para profissionais em di-
7. Definir níveis de excelência ferentes patamares de experiência.
Aqueles traços de personalidade que forem de fato importantes para o desempenho
8. Evitar traços de personalidade devem ser colocados em listas separadas e não entre a lista de competências.
Fonte: WOOD JR.; FILHO (2009, p. 76)
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Leitura
Remuneração estratégica: por que sua empresa precisa adotar essa prática?
http://bit.ly/2M2TVDD
Remuneração estratégica: vale a pena adotar esse modelo na empresa?
http://bit.ly/2M57sum
Saiba as vantagens que a remuneração estratégica traz para a empresa
http://bit.ly/2M5bPWb
Consolidação das Leis do Trabalho
http://bit.ly/2M7eIFO
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Referências
CHAGURI, R. Manual prático da remuneração moderna. São Paulo: LTr, 2000.
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