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O IRS esquematizado - Resumo Estudos de Direito

Estudos de Direito (Universidade Nova de Lisboa)

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Baixado por Catarina R. Carvalho (catarinabrcarvalho@gmail.com)
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O IRS- O IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO SINGULAR 1

Residente

1. Incidência Pessoal
(Artigos 13º a 21 CIRS)
Não residente

12. Incidência Real (Artigos Categorias de rendimentos


2º a 12º CIRS) (A, B, E,F,G,H)

2. Rendimento Líquido de
cada Categoria (Deduções
Específicas- Artigos 22º a
IRS 55º)

3. Rendimento Líquido
Total (Englobamento artigo
22º; Não englobamento 71º
e 72º)

4. Coleta (Artigos 68º e


69ª9)- no caso de se ter
englobado faz se a coleta e
aplica-se a taxa.

5. Imposto a pagar:
deduções à coleta (78º a
87º)

1. Incidência
1.1 Incidência Pessoal
a) Distinção entre Residentes, Residentes não habituais e não
residentes
O IRS atende, nos seus artigos 13º/1 e 15º à territorialidade pessoal
(tributação em função da residência) e à territorialidade real (tributação
atendendo ao lugar de produção do rendimento). Reconhece-se deste
modo, o poder tributário inegável dos Estados em que são produzidos os
rendimentos (Estado da Fonte) e da residência do respetivo beneficiário,
sendo, em princípio, como se verá indiferente a nacionalidade do sujeito
passivo.
Os residentes, ressalvando-se algumas particularidades quando aos
residentes não habituais, constantes do artigo 16º/6/11, de que se tratará
adiante, são sujeitos à obrigação fiscal ilimitada, isto é, os rendimentos a
considerar são todos, mas sempre integráveis nas categorias indicadas,
independentemente da sua proveniência, isto é, opera-se tributação
segundo a base mundial, estando sujeito o rendimento, onde quer que este
tenha sido produzido, world wide income, diferentemente do caso dos não
residentes que estão sujeitos à obrigação limitada ( a tributação considera
apenas os rendimentos produzidos em Portugal- source income.
Os critérios para definição de residência, consoante o artigo 16º,
são vários, embora sempre referidos ao ano em que respeitam os
rendimentos e ao território português:
1
Manual de Rita Calçada Pires (páginas 356 a 482)

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 Permanência por mais de 183 dias, seguidos ou interpolados em


que não se considera o período de quaisquer doze meses, mas o
ano civil, o que facilita a evasão (90 dias num ano e 94 no ano
seguinte, mesmo sem interrupção não preenchem, segundo o
CIRS, este primeiro critério;
 Disposição, em 31 de dezembro, de habitação em condições que
façam supor a intenção de a manter e ocupar como residência
habitual, como por exemplo, uma habitação mobilada com
fornecimento de água assegurado, quando a pessoa em causa
tiver permanecido por 183 dias ou menos, sendo necessária a
permanência por algum tempo ainda que mínimo.
 Qualidade de tripulante, em 31 de dezembro, de navios ou
aeronaves, desde que aqueles estejam ao serviço de entidades
com residência, sede ou direcção efetiva em território Português,
isto é, não são os navios e as aeronaves que estão ao serviço das
entidades, mas sim os tripulantes;
 Desempenhem, no estrangeiro, de funções ou comissões de
caráter público, ao serviço do Estado Português, o que se aplica
nomeadamente aos agentes diplomáticos e funcionários
consulares.

 No que diz respeito ao artigo 17º, nomeadamente o critério


económico resultante da necessidade de definir a residência nas
regiões autónomas da Madeira e dos Açores. Para o efeito, o artigo
17º estabelece serem residentes nas Regiões Autónomas, os
residentes no território nacional com permanência no território de
uma das Regiões por mais de 183 dias (nº1), situando-se nele a
respetiva residência habitual, e tendo-se aí procedido ao
correspondente registo para efeitos fiscais;
 Contudo, quando não for possível determinar a
permanência mencionada, recorre-se ao principal centro de
interesses, como tal sendo considerado o local onde se obtenha a
maior parte da base tributável, indicando-se os critérios para o
efeito (nº3). Repete-se, ainda por força do nº4, a regra da força
atrativa do agregado familiar, mas agora com consideração
diferente: desde que na região autónoma se situe o principal
centro de interesses, conforme acima definido.

 Artigo 17º-A: Este artigo trata dos sujeitos passivos residentes


noutro Estado-Membro da EU ou do Espaço Económico Europeu,
com o qual existe intercâmbio de informação em matéria fiscal,
titulares de rendimentos das categorias A, B e H, obtidos em
território Português, que representam pelo menos 90% da
totalidade dos seus rendimentos relativos ao ano em causa,
incluindo os obtidos fora desse território. Esta opção pode revestir
duas modalidades: em primeiro lugar, a aplicação com adaptações
das regras relativas aos sujeitos passivos não casados residentes
em território português; em segundo lugar, o regime de tributação
conjunta dos rendimentos auferidos pelos membros do agregado
familiar, aplicável aos sujeitos passivos residentes em território

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português casados e não separados judicialmente de pessoas e


bens, desde que satisfeitos os diversos requisitos, nomeadamente
serem casados e não separados de pessoas e bens ou unidos de
facto (17-Aº/2).

 Em 2009 foi criada a categoria do residente não habitual,


considerando-se como tal para o efeito: o sujeito que, tornando-se
residente conforme os critérios antes indicados, nomeadamente
ou de permanência por menos de 183 dias e com disponibilidade
de habituação faça supor a residência habitual; Não tenha sido
tributado como tal em qualquer dos cinco anos anteriores (16º/6).
Sendo considerado residente não habitual durante um prazo de 10
anos, , gozará do respetivo estatuto durante esse prazo, com a
faculdade de renovação, mantendo os requisitos de residente com
a inscrição dessa qualidade no registo da DGCI (artigo 16º nº7 e
8º), admitindo-se a interpolação no gozo do regime, como
constante do artigo 16º/9. Esta categoria de residentes foi
concebida para captar profissionais exercendo atividades de alto
valor acrescentado, com caráter científico, artístico ou técnico.
Os critérios escolhidos para a determinação da fonte do rendimento foram,
de acordo com o artigo 18º: o financeiro (alíneas b), d) e f)); o económico
(alíneas e) e h); e os dois em cumulação (alínea a). O regime da tributação
dos não residentes e para além de certos benefícios, caracteriza-se
essencialmente:
 Retenção na fonte, no que concerne à maioria dos rendimentos com
caráter definitivo/liberatório, bem como tributação separada quanto
aos diversos tipos (71º e 72º), isto é, o imposto apresenta caráter
real, não se tratando, pois, de uma tributação cumulada ou global;
 Tributação incidente sobre o rendimento bruto ou ilíquido, salvo no
que concerne à categoria H (71º/5);
 Tributação sem carácter subjetivo, visto não se proceder a deduções
à coleta, visando a situação pessoa e familiar, daí não se aplicar o
método do quociente conjugal ou regras específicas de repartição do
rendimento (79º/1);

b) O Agregado familiar
 São sujeitos passivos do IRS as pessoas singulares que auferem
rendimentos compreendidos no pressuposto objetivo (artigo 13/1º).
Existindo agregado familiar, neste caso, o imposto é devido pelo
conjunto dos rendimentos dos respetivos membros, os sujeitos
passivos são as pessoas a quem incumbe a sua direção (13º/2).
 Pode também acontecer uma situação dita “inversa”, na qual não
seja sujeito passivo uma pessoa que aufere rendimentos, como, em
certas circunstâncias, ocorre com indivíduos membros do agregado
familiar (13º/5 a contrario). Em conformidade, do facto de a
tributação ser estabelecida sobre os rendimentos do agregado
familiar resulta que os sujeitos passivos são tributados pelos seus
próprios rendimentos e pelos rendimentos dos membros do
correspondente agregado;

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 Apenas as pessoas singulares são sujeitos passivos e não, por


exemplo, as sociedades de pessoas ou as heranças jacentes, sendo
indiferente a residência para a qualificação de alguém como sujeito
passivo, desde que aufira rendimento produzido em Portugal. O
regime das sociedades transparentes residentes conduz, como se viu,
a que os respetivos sócios, sendo pessoas singulares, sejam sujeitos
passivos de IRS, como disposto no artigo 20º nº1 e nº2 e o mesmo se
diga dos membros dos agrupamentos europeus de interesse
económico igualmente residentes. Isto significa que as pessoas
singulares podem ser sujeitas a tributação, não só pelos rendimentos
que auferem a título individual, mas também pelos rendimentos de
entidades sujeitas ao regime de transparência que a lei considera
como lhes sendo imputáveis nos termos que resultarem do ato
constitutivo das sociedades em causa, ou na falta de elementos,
pelas partes iguais de acordo com o artigo 6º do CIRC. Essas
importâncias integrar-se-ão, nos termos do artigo 20º/2, como
rendimento líquido, na categoria B.
 O agregado familiar assume unidade económica e jurídica não só
centro de consumo, como tem vindo a ser assinalado, mas também
reserva de fatores produtivos, conduzindo a economias de escala
geradoras de uma maior capacidade contributiva, não é pois, o
sujeito passivo, assentando, porém, nele, a tributação, isto é, tendo
em conta o conjunto dos rendimentos das pessoas que o constituem
(artigo 13º/2). A consideração da unidade familiar suscita, como tem
sido relevado, três problemas fundamentais: a delimitação da
unidade; a adequação da carga fiscal á capacidade contributiva,
tendo em atenção o número de membros da unidade e o seu
parentesco, capacidade que é tanto menos quanto maior for o
número de membros sem rendimentos ou sem rendimentos
significativos; o evitar discriminações quando mais do que um
membro obtém rendimentos.
 Em qualquer destes aspetos, é importante ter-se em atenção o
princípio constitucional da protecção da família, conforme o artigo
67º da Constituição e não apenas a sua desprotecção ou a
neutralidade. Entre sistema baseado na tributação separada (base
individual) e o assente na tributação da família, opinou-se por este, e
não teria podido deixar de ser visto o disposto naquele artigo (104/1
CRP), embora não se tenha optado pela tributação conjunta, mas sim
pelo quociente conjugal (splitting), artigo 69º;
 O agregado familiar, por força do artigo 13º/4 é constituído de várias
maneiras e são considerados dependentes e desde que devidamente
identificados pelo nº fiscal de contribuinte na declaração de
rendimentos:
i) Os filhos, adotados e enteados, menores não emancipados, bem
como os menores sob tutela que: não tenham rendimentos; ou,
tendo-os, a respetiva administração dos rendimentos pertença
total parcialmente a qualquer das pessoas a quem cabe a direcção
no agregado familiar. No caso de a administração dos rendimentos
pertencer totalmente aos filhos, adotados e enteados, bem como
a menores sob tutela, poderão eles revestir ou não qualidade de

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dependentes, visto tais pessoas poderem ser tributadas


autonomamente (artigo 13º/6);
ii) Filhos, adotados e enteados, maiores, bem como que aqueles que
até à maioridade estiveram sujeitos à tutela de qualquer dos
sujeitos a quem incumbe a direcção no agregado familiar que, não
tendo mais de 25 anos nem auferindo anualmente rendimentos
superiores à retribuição mínima mensal garantida, tenham
requentado no ano a que o imposto respeita o 11º ou 12º anos de
escolaridade. Podem, porém, ser tributados autonomamente nos
termos acima indicados (13º/6);
iii) Os filhos, adotados, enteados e os sujeitos a tutela, maiores,
inaptos para o trabalho e para angariar meios de subsistência,
quando não aufiram rendimentos superiores à retribuição mínima
mensal garantida. Podem, todavia, também ser tributados
autonomamente. (13º/6);
Devem ainda ser referidas duas regras relativas ao agregado familiar:
 Ressalvados os casos de responsabilidades parentais exercidos em
comum por ambos os progenitores ocorrendo cessação da sociedade
conjugal, ou separação de pessoas e bens, não podem as pessoas
que tem vindo a ser mencionadas fazer parte simultaneamente de
mais de um agregado familiar nem, integrando um agregado familiar,
ser consideradas sujeitos passivos autónomos (13º/7);
 A situação pessoal e familiar dos sujeitos passivos relevante para
efeitos de tributação é considerada unitariamente, sendo a data a
considerar o último dia do ano a que o imposto respeite (13º/8);
 O casamento tem consequências, nomeadamente: a tributação
conjugada, de acordo com o 13º/2, com a aplicação do quociente
conjugal (69º); o imposto ser devido pro ambos os cônjuges e ser
apresentada uma única declaração (59º/1+63º/2/b); a liquidação ser
feita em nome de ambos; Deve ser assinalado que, pela LGT foi
estabelecida uma regra de que resulta a responsabilidade solidária
entre sujeitos passivos pertencentes ao mesmo agregado familiar.
 A tributação é ainda sujeita a modificações: cessação da
dependência, como a maioridade ou o fim dos estudos, deixando de
se poder proceder ao englobamento dos rendimentos do ex-
dependente;
 A dissolução da sociedade conjugal (63º/1/2);
O que se procura com a regra estabelecida relativamente ao falecimento de
um dos cônjuges é a manutenção do regime relativo ao casal até ao
momento em que ele ocorreu (63º/1+64º, diferentemente do que sucede
com o divórcio (63º/2).
No caso da separação judicial de pessoas e de bens, a tributação é, como se
viu, separada (artigo 63º/2/a), como também pode ser, por opção dos
cônjuges, se existir separação de facto (59º/2). Neste caso:
 Fracionam-se os rendimentos de acordo com o 63º/3;

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 A declaração deve ser apresentada por cada um dos cônjuges


relativamente aos seus rendimentos próprios e aos dos dependentes
a seu cargo (59º/2);
 Não se aplica o quociente conjugal;
 Aplica-se a cada um dos cônjuges a dedução à coleta por sujeito
passivo (59º/2/c);
 As outras deduções não podem exceder o menor dos limites fixados
em função da situação pessoal dos sujeitos passivos. A mesma regra,
com as necessárias adaptações, aplica-se aos abatimentos e às
deduções por benefícios fiscais (59º/2/a);
 O estado civil será considerado à data de 31 de Dezembro (63º/2);
 Do falecimento de qualquer titular de rendimentos (64º)

1.2 Incidência Real (Categorias de Rendimentos)


Em segundo lugar, depois de verificada a incidência pessoal, no cálculo do
IRS é importante determinar a incidência real, qualificando o rendimento
que nos é apresentado. Porém, é bom ter em atenção o artigo 12º do CIRS,
nomeadamente: há tipos de rendimentos que não são abrangidos pela
tributação em sede de IRS. Se o montante for inferior a 5 mil euros, fica
excluído da tributação em sede de IRS (5 mil euros). Mesmo os atos ilícitos
são contabilizados para efeitos de tributação. O rendimento tributado é o
efetivo, mas também existem excepções:
 Artigo 40º CIRS: presunções a propósito dos rendimentos de capital,
mas podem ser todas ilididas;
 Artigo 6º CIRS;
 Artigo 20º CIRS.

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 Artigo 1º/2: Rendimentos com expressão pecuniária. O Artigo 24º,


tenta, de certo modo, fazer equivalência dos rendimentos
pecuniários. Para sabermos quais a regras fiscais aplicadas ao
rendimento precisamos de saber quais as suas características.

Categoria A- Trabalho Dependente


Subordinação a alguém, numa lógica de subordinação e fiscalização. Como
há abusos por parte do contribuinte, o artigo 2º do CIRS tem vindo a ser
alargado. Na alínea a) não apenas interessa o interessa o trabalho por conta
de outrem, mas também, mas também na alínea b), sempre que implique
autoridade ou direcção da pessoa que ocupem o lugar de sujeito ativo da
relação jurídica. Abrange, conforme o artigo 2º e genericamente, os
rendimentos produzidos com o trabalho, manual ou intelectual, dependente
ou subordinado, ou, com outras palavras, do emprego. Em termos muito
gerais, inclui todas as remunerações ligadas com o conceito de entidade
patronal, constante do nº10 do artigo em questão. Nela se inclui, conforme
o nº1, o rendimento auferido em:
a) Contrato individual de trabalho ou de outro a ele legalmente
equiparado;
b) Do contrato de aquisição de serviços ou de outro de idêntica
natureza, sob a autoridade e a direcção da pessoa ou entidade que
ocupa a posição de sujeito ativo na relação jurídica dele resultante,
isto é, a entidade a que se presta os serviços detém os poderes da
entidade patronal;
c) Do exercício de função ou de cargo público;
d) Das situações de pré-reforma, pré-aposentação ou reserva, bem
como outras prestações conexas com as situações anteriores à
reforma, podendo ser devidas por fundos de pensões ou outras
entidades que se substituam ao devedor originário.
No entanto, no artigo 2º encontra-se uma disposição que procura clarificar
algo mais os rendimentos incluídos nesta categoria, nomeadamente,
constantes do seu nº3:
a) As remunerações dos membros dos órgãos estatutários das pessoas
coletivas e entidades equiparadas, não se distinguindo os órgãos e
não se exigindo a prestação efetiva de trabalho, excetuando-se,
porém, desta categoria os que participem nesses órgãos como
revisores oficiais de contas, sendo esses tributados como
profissionais independentes.
b) Os direitos, benefícios ou regalias auferidas individualmente, não
incluídos na remuneração principal, em virtude da ou da conexão
com a prestação do trabalho dependente, constituindo, para o
respetivo beneficiário, uma vantagem económica (incluindo os
benefícios em espécie, os denominados de fringe benefits), com os
abonos de família, para além dos limites legais estabelecidos;
É importante relevar o ponto das fringe benefits, as chamadas vantagens
em espécie, por exemplo, a utilização de casa de habitação fornecida pela

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entidade patronal e as vantagens derivadas de viaturas colocadas à


disposição ou adquiridas, em certas condições. Importa notar a indiferença
pelo seu caráter principal ou acessório da remuneração, sendo ainda
irrelevante o seu caráter periódico, fixo ou variável, e a sua natureza
contratual ou não contratual (artigo 2º/2).
No entanto, não são considerados rendimentos do trabalho dependentes, e,
portanto, não tributados em sede de categoria A (artigo 2º/3 a contrario):
 As prestações sociais (abonos de família e prestações
complementares, quando não excedam os limites legais (alínea b) /1)
e nº14);
 Os subsídios de refeição até à concorrência do respetivo limite legal
acrescido de 20% ou quando atribuído através dos vales de refeição
60% (alínea b) 2) e nº14);
 Os abonos para falhas, devidos a quem, no seu trabalho, tenha de
movimentar numerários, na parte que não exceda 5% da
remuneração mensal fixa (alínea c);
 Ajudas de custo e as importâncias auferidas pela utilização de
automóvel próprio em serviço da entidade patronal, quando
nomeadamente não excedam os limites legais (d) e nº14);
 Verbas para despesas de deslocação, viagens ou representação de
que não tenham sido prestadas contas até ao fim do exercício (alínea
d);
Essas importâncias podem não representar qualquer rendimento, mas
apenas compensação de despesas efetuadas ou a efetuar A estas
realidades o CIRS acrescenta outras, delimitando negativamente os
rendimentos da categoria, nomeadamente no artigo 2º números 8 e 12.

Categoria B (Rendimentos empresariais e profissionais)


A categoria B abrange, nos termos do artigo 3º/1 os rendimentos derivados
do exercício:
a) De qualquer atividade comercial, industrial, agrícola, silvícola ou
pecuária;
b) Por conta própria de qualquer atividade de prestação de serviços,
incluindo as de caráter técnico, científico, artístico ou técnico, ainda
que conexas com qualquer atividade indicada imediatamente antes
(ver artigo 151º+portaria 1011/2001);
c) De propriedade intelectual, ou industrial, ou da prestação de
informações respeitantes a uma experiência adquirida no setor
industrial, comercial ou científico (saber-fazer ou know-how, auferidos
pelo respetivo titular originário);
Compreende ainda a categoria B, por força do artigo 3º/2 e para além dos
rendimentos subordinados ou integrados antes mencionados: prediais,
capitais e mais valias:
 As importâncias auferidas a título de indemnização, conexas com a
atividade exercida, nomeadamente pela sua redução, suspensão e

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cessação e assim como pela mudança de local do respetivo exercício


(d);
 As importâncias relativas à cessão temporária de exploração de
estabelecimento (e);
 Os subsídios ou subvenções no quadro do exercício das atividades
compreendidas nesta categoria e indicadas em primeiro e segundo
lugares no artigo 3º/1 (alínea f) e g);
 As importâncias derivadas de atos isolados referentes às atividades
indicadas também no primeiro e segundo lugares no artigo
3º/1(alínea h) e i). (VER AINDA ARTIGO 4º)
Categoria E
 A Categoria E abrange os rendimentos derivados da aplicação de
capitais não explorados diretamente pelo proprietário. O legislador
define rendimentos de capital no artigo 5º/1 CIRS.
Nesta categoria são compreendidos, consoante o respetivo nº2:
 Os rendimentos de caráter fixo (juros de obrigações e outras
remunerações provenientes de créditos, alíneas a) a g), o) e r);
 Os rendimentos de participações sociais (acções e outras partes
sociais, incluindo, em certas circunstâncias os rendimentos da
partilha e amortizações, assimilados (associação em participação e
associação à quota) - alíneas h), i) e l);
 O rendimento das unidades de participação em fundos de
investimento (alínea j);
 Os rendimentos da cessão ou utilização temporária dos direitos de
propriedade intelectual ou industrial, bem como do saber-fazer, não
auferidos pelo respetivo autor ou titular originário, assim como os
rendimentos de assistência técnica e do uso ou da concessão do uso
de equipamento agrícola, industrial, comercial ou científico (quando
não constituam rendimentos prediais) e ainda os provenientes da
cedência, esporádica ou continuada, de equipamentos e redes
informáticas, incluindo transmissão de dados ou disponibilização de
capacidade informática instalada em qualquer das suas formas
possíveis (m e n);
 O ganho decorrente de alguns instrumentos financeiros derivados:
operações de swaps cambiais, swaps de taxa de juro e de swaps de
taxas de juro e divisas e operações cambiais a prazo (alínea q e nº7).
Esta inclusão na categoria E, constitui uma excepção á regra geral
que é a da inclusão na categoria G, dos rendimentos de operações
relativas a instrumentos financeiros derivados (artigo 10º/1/e);
 Outros rendimentos derivados da simples aplicação de capitais em
que consequentemente a atividade do capitalista é nula ou quase
(alínea p), a que acrescem as importâncias relativas a seguros e
operações do ramo Vida, fundos de pensões ou outros regimes
complementares de segurança social, incluindo as associações
mutualistas, segundo certos requisitos ( 5º/3).
É de encontrar aqui algumas disposições anti-evasão, nomeadamente: as
constantes do artigo 5º/4/5 e nº8.

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Categoria F: Rendimentos Prediais


A categoria F abrange os rendimentos dos prédios (artigo 8º/1, tomando em
consideração as classificações realizadas no artigo 8º/3). Para efeitos desta
definição considera-se ainda construção todo o bem móvel assente no
mesmo local por um período superior a 12 meses, de acordo com o nº4. Nos
rendimentos dos bens imóveis ( rendas dos prédios), são abrangidos,
consoante o disposto no nº2:
 Os rendimentos dos imóveis propriamente ditos (a);
 Os rendimentos dos bens imóveis, mas com caráter secundário,
explicitando-se, de entre eles, e sem muita necessidade, pelo menos
em alguns casos: a diferença da renda da sublocação e da locação,
mas já com interesse, pelo modo como está escrito, para o aspeto
valorativo ou quantitativo, em que é evidente a existência de bens
imóveis (c);
 As importâncias derivadas da cedência do uso, total ou parcial de
bens imóveis para publicidade ou outros fins especiais, aplicando-se o
que se escreveu imediatamente antes (d);
 As importâncias resultantes da cedência de uso de partes comuns no
regime da propriedade horizontal, aplicando-se o que se escreveu
imediatamente antes (e);
 As importâncias relativas à constituição, a título oneroso de direitos
reais de gozo temporários, ainda que vitalícios, sobre quaisquer
prédios, aplicando-se mais uma vez o que se escreveu antes (e);
Com o objetivo de evitar a evasão ou dificuldades de determinação dos
respetivos quantitativos, são compreendidas nesta categoria F os
rendimentos que não são de imóveis, sendo tais considerados por força do
artigo 8º/2 alíneas a), parte final e b), os relativos aos serviços relacionados
com a cedência do uso do prédio ou parte dele; ao aluguer de maquinismos
e mobiliário instalados no imóvel locado.
A categoria F, como já se escreveu, é uma categoria subordinada á
categoria B (artigo 3º, nº2, alínea a).
Categoria G- Incrementos patrimoniais.
Nesta categoria são abrangidas, por força do artigo 9º e para além das
mais-valias:
 As indemnizações pelos chamados danos morais, salvo as ficadas por
decisão judicial ou arbitral resultantes de acordo homologado
judicialmente (nº1 alínea b) 1ª parte);
 As indemnizações por danos emergentes não comprovados (nº1 b);
 As indemnizações por lucros cessantes, com restrição aos
rendimentos de substituição e, no caso de não comprovados, por
danos emergentes (nº1, alínea b), 2ª parte);
 As importâncias auferidas em virtude da obrigação assumida de não
concorrência (nº1 c);
 Os acréscimos patrimoniais não justificados, nos casos de avaliação
indireta estabelecidos nos artigos 87º,88º ou 89º-A da LGT (nº1 d);

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 Os incrementos patrimoniais resultantes da diferença não justificada


do património ou a despesa efetuada e os rendimentos declarados
pelo sujeito passivo no mesmo período de tributação (nº3);
Contudo, em qualquer caso é necessário não serem considerados
rendimentos de outras categorias, artigo 9º/1, recordando-se o caráter
subordinado das mais valias face aos rendimentos empresariais e
profissionais. Resulta desta enumeração e explicitamente do artigo 12º/6 do
CIRS, não serem tributadas em sede de IRS, diferentemente do que ocorre
no IRC, as sucessões e as doações, como deveriam com uma aplicação
estrita do conceito de rendimento acréscimo, estando sujeitas ao imposto
de selo. Ainda não são compreendidos os acréscimos patrimoniais excluídos
da sujeição a IRS pelo artigo 12º. Segundo o artigo 10º, os ganhos são
considerados mais-valias quando não sejam considerados rendimentos
empresariais e profissionais de capitais ou prediais e resultem de:
 Alienação onerosa de Direitos Reais sobre bens imóveis, alínea a)
primeira parte;
 Afetação de quaisquer bens do património particular a atividade
empresarial e profissional exercida em nome individual pelo seu
proprietário (alínea a) segunda parte);
 Alienação onerosa de partes sociais, incluindo a sua remição e
amortização com redução de capitais e de outros valores mobiliários
(alínea b) -primeira parte);
 Valor distribuído aos associados em resultado da partilha que, nos
termos do artigo 81º CIRC, é considerado mais valias (alínea b)
segunda parte);
 Alienação onerosa da propriedade intelectual ou industrial do saber-
fazer, isto é, de experiência adquirida no setor comercial, industrial
ou científico, não sendo o transmitente o titular originário (alínea c);
 Cessão onerosa de posições contratuais ou outros direitos inerentes a
contratos relativos a bens imóveis (d);
 Operações relativas a instrumentos financeiros derivados que não são
ganhos compreendidos na categoria E;
 Operações relativas a warrants autónomos (f);
 Operações relativas a certificados que atribuam ao titular o direito a
receber um valor de um determinado ativo subjacente, com excepção
das remunerações consideradas rendimentos de capitais (g).
Categoria H- Pensões
A categoria H abrange as pensões, considerando-se como tais, segundo o
artigo 11º/1:
 As pensões de aposentação, ou de reforma, velhice, invalidez ou
sobrevivência, ou de outras de idêntica natureza;
 Os rendimentos auferidos após a extinção do contrato individual do
trabalho, sempre que o titular seja colocado numa situação
equivalente à da reforma, segundo o regime de segurança social que
lhe seja aplicável (artigo 2º/12º);
 Pensões de alimentos;

Baixado por Catarina R. Carvalho (catarinabrcarvalho@gmail.com)


lOMoARcPSD|4071156

 As prestações a cargo de companhias de seguros, fundos pensões ou


quaisquer outras entidades, devidas no âmbito dos regimes
complementares de segurança social, em razão de contribuições da
entidade patronal e que não sejam considerados rendimentos do
trabalho dependente;
 As pensões e subvenções não indicada anteriormente, com exclusão
das pensões de preços de sangue;
 As rendas temporárias ou vitalícias;
Independentemente da proveniência civil ou militar e da natureza das
entidades devedoras (públicas ou privadas) ou de serem ou não auferidos
em virtude de descontos feitos aos titulares e considerados ou não aqueles
descontos como elementos que diminuem o rendimento. Como se escreveu,
as pensões relativas ou pré-reforma ou pré-aposentação, bem como os
abonos de reserva e importâncias semelhantes são considerados
abrangidos na categoria A.
É de analisar a não incidência do IRS no seu artigo 12º.

RETENÇÃO NA FONTE E PAGAMENTOS POR CONTA

Baixado por Catarina R. Carvalho (catarinabrcarvalho@gmail.com)

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